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Curso | Turma: Questões Data: 05/03/2020

Bacharelado em Direito – 9.º Período Noturno Discursivas 2020/1


Renovação do Curso de Direito - Portaria n° 69 D.O.U 10/02/2017
Disciplina:
Direito do Consumidor
AV1 Nota obtida

Professor: Pontuação:
Saint´Clair do Nascimento Júnior 4 pontos
Matrícula: Nome do Aluno:
Flavia Cristina de Souza Ferreira
Instruções para realização da prova:
 Leia atentamente as questões antes de respondê-las;  TODA prova deve ser respondida com CANETA azul ou preta;  Revise sua
prova antes de entregá-la ao Professor;  Questões objetivas rasuradas serão consideradas nulas;  NÃO é permitida a consulta.

QUESTÃO 01 (1,0 PONTO) – Discorra acerca da distinção entre o Princípio da Vulnerabilidade e o


Princípio da Hipossuficiência no âmbito das relações de consumo. Resposta objetivamente
fundamentada.

R: O principio da Vulnerabilidade conforme previsto no art. 4º, I, do CDC esta ligada ao fato do Consumidor ser e a parte mais

fraca da relação jurídica de consumo, justamente para reequilibrar essa relação e aplicabilidade dos princípios constitucionais

da isonomia e igualdade nas relações jurídicas minimizando deste modo a desigualdade. Ao passo que o Principio da

Hipossuficiência, conforme artigo 6º em seu inciso VIII do CDC esta ligada exclusivamente ao ramo processual, vai além da

e caracterização da condição financeira econômica (hipossuficiência fática), a hipossuficiência pode ser técnica, ocorre quando

se reconhece a disparidade de o conhecimentos técnicos e informacionais que o consumidor e fornecedor possuem em relação

ao produto ou serviço posto no mercado de consumo.  Podendo ser usado para pretensão de usufruir da gratuidade da justiça

ou para inversão do ônus da prova devendo sempre ser comprovado no caso concreto diante do juiz.

QUESTÃO 02 (1,0 PONTO) – Determinado produto, estando com o prazo de validade vencido, foi
apreendido pela autoridade de defesa do consumidor sob a alegação de tratar-se de produto impróprio para
o consumo. O gerente do estabelecimento, conduzido perante o órgão consumerista, esclareceu que o
produto fora posto fora de comércio e doado a instituição de caridade, sem qualquer fim lucrativo. Restou
demonstrado, ao fim das apurações, que o produto não foi adquirido pelos seus eventuais usuários. Analise
a alegação da defesa à luz do Código de Defesa do Consumidor. Resposta fundamentada.

R: Conforme o Art. 2, caput, Do Código de Defesa do consumidor define que consumidor e aquele que adquiri ou utiliza o

produto ou serviço.

Logo, em conformidade com a Teoria Finalista utilizada pelo CDC e de acordo como caso concreto, os usuários se tornam

consumidores utentes, que embora não tenham adquirido o produto ou serviço, são aqueles que, na prática, retiram dele a

efetiva utilidade como destinatários finais da produção.

DIREITO DO CONSUMIDOR - Av1


10.º Período 2020/1 Turma B /Noturno
Prof. Saint´Clair do Nascimento Júnior
QUESTÃO 03 (1,0 PONTO) – Os serviços públicos encontram-se sujeitos às normas de defesa do
consumidor? Em caso positivo, os entes despersonalizados e as concessionárias e permissionárias também
responderiam, nos termos do Código de Defesa do Consumidor? Se verdadeira a afirmativa, quais seriam os
requisitos dos serviços públicos no âmbito do Direito do Consumidor?

R: Sim, em consonância ao Art. 3° do CDC, se enquadra como Fornecedor sendo pessoa pública bem como os entes

despersonalizados. Ao que se refere as concessionarias e permissionárias, com fulcro no Art. 22 do CDC são Obrigados

a prestar serviços adequados, eficientes, seguros, essenciais e contínuos aos seus usuários. Bem como órgãos públicos

por si ou suas empresas tem as mesmas obrigações.

QUESTÃO 04 (1,0 PONTO) – Maria adquiriu por meio da internet um aparelho de raio ultravioleta para
aplicação no processo de fortalecimento do bulbo capilar. Diante da informação de que o aparelho importado
favorecia o nascimento de cabelo e o seu consequente fortalecimento, inúmeras clientes do salão de beleza
de Maria se dispuseram a pagar o alto valor cobrado pelo procedimento. Posteriormente verificou-se que,
não apenas o resultado não era alcançado, como também é inúmeros casos provocou a significativa perda de
cabelos e severas queimaduras. Reclamando junto ao fornecedor, Maria foi informada que os danos
provocados nos consumidores decorreram da inobservância do manual do usuário. Maria ingressou em juízo
invocando o dever de informar, consubstanciado no artigo o 31º do CDC, uma vez que o manual não se
encontrava em língua portuguesa. Os argumentos de Maria devem assim prosperar? Em caso afirmativo,
indique o dispositivo do Código de Defesa do Consumidor eventualmente violado pelo fornecedor. Aponte
na hipótese as partes na relação de consumo, bem como ainda seu objeto material e jurídico. Resposta
objetivamente fundamentada.

Não, O consumidor padrão de que trata o caput do art. 2º é conceituado por este dispositivo como sendo “toda pessoa física

ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”. Haja vista, que são certos elementos essenciais

que fazem nascer uma relação de consumo (consumidor / fornecedor e produtos ou serviços), a qual é pressuposto para a

aplicação do CDC, independentemente da espécie contratual pactuada pelas partes, como a compra e venda, o seguro, o

financiamento, etc. Logo, o consumidor e constituído por três elementos com os quais o legislador buscou definir o

consumidor, sendo estes: a) Elemento subjetivo: a pessoa física ou jurídica; b) Elemento objetivo: a prática do ato de

aquisição ou utilização de produtos ou serviços; c) Elemento teleológico: a finalidade de utilização do produto ou serviço

na condição de destinatário final.

Com base no caso concreto, podemos identificar que Maria não e a destinatária final do produto, onde a mesma adquiriu o

produto com fins lucrativos, logo não se enquadraria como consumidora não podendo assim, usufruir do Código de defesa do

consumidor, devendo utilizar-se do Código Cível para adentrar com a ação contra o vendedor do produto.

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