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Programa de Antropologia e História do Corpo. UTL/FMH.

2006-2007
Manuela Hasse

ANTROPOLOGIA E HISTÓRIA
DO CORPO

2006/2007
UTL/FMH

O que é a Antropologia e História do Corpo?


Um estudo, sistemático, metódico e tão completo quanto possível, dos seres humanos a
partir dos comportamentos e das formas como estes afectam, e são afectados, pelas
maneiras de viver, pela cultura. Este estudo considera as imagens, os símbolos, as normas,
as representações, as condutas e as práticas (formas regulares de comportamento), e as
condições do seu desenvolvimento ou do seu abandono.

Para que serve a Antropologia e História do


Corpo?
Para criar e aperfeiçoar utensílios conceptuais, teóricos e práticos que permitam um
conhecimento mais perfeito da realidade. Apenas este conhecimento pode permitir uma
intervenção mais eficaz sobre a realidade considerada, por forma a potenciar aspectos
socialmente positivos e transformar, atenuar, ou anular, aspectos socialmente negativos e,
mesmo, nocivos à vida em sociedade. Procura construir um conhecimento mais próximo
daquilo que as coisas são, menos influenciado por aquilo que pensamos que as coisas
sejam, o qual permita um estudo e uma intervenção mais adequados e, portanto, mais
eficácia no trabalho efectuado, sobre a realidade em que – profissionalmente, quer como
investigador, quer como professor ou técnico – se intervém.
A Antropologia e História do Corpo possibilita, ainda, a aquisição de uma perspectiva, isto
é, de um olhar simultaneâmente comprometido e distanciado. Comprometido, na medida
em que estamos empenhados em fazer um trabalho de elevada qualidade, distanciado, pois
desenvolvemos a capacidade de considerar o processo em curso como algo que
identificamos com problemas e estruturas mais alargadas a partir dos quais procuramos –
através da problemática considerada, aceder à totalidade. A melhor compreensão dos seres
humanos, e do modo como eles pensam e actuam e se relacionam entre si (o que é

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observável nos seus comportamentos e nas suas condutas), pode e deve constituir um valor
fundamental nas sociedades multiculturais contemporâneas pelo qual qualquer cidadão
responsável deve lutar.

0. Conceitos fundamentais
Cultura. Civilização. Sociedade. Corpo. Fenómeno. Fenómenos de Civilização. Processo.
Processo de Civilização. Características da Cultura. Técnica. Técnicas Corporais.
Comportamento. Sinal. Signo. Símbolo. Atitude. Valor. Padrão. Facto Social Total.
Totalidade. Facto Psíquico Total. Estrutura. Função. Duração. Curta, Média e Longa
Duração. Desenvolvimento Jogo. Género. Níveis de Cultura. Religião. Sagrado. Espiritual.
Rito. Representação. Configuração. Memória. Memória Colectiva. Mudança. Mudança
Social. Mudança Cultural. Integração. Diversidade. Relatividade Cultural. Polaridade.
Acção Social. Escala.

1. Âmbito da Disciplina
Estudo dos seres humanos a partir do seu corpo, enquanto estrutura de representações,
fenómeno social, o qual manifesta um conjunto integrado de comportamentos. Estes
comportamentos são conformados segundo regras, normas e valores ligados por sinais,
signos e símbolos. Estes comportamentos são indicados por modelos de pensamento e de
acção, estruturados de maneiras diversas no tempo e no espaço, sujeitos a mudanças e a
resistências complexas.

2. Objectivos da Disciplina
o Conhecimento das diversas expressões do comportamento humano a partir do corpo
e das manifestações que o implicam. Conhecimento das categorias sociais que as
configuram e das condições de permanência e de mudança que as actualizam;
o Compreensão dos problemas humanos e sociais inerentes ao corpo enquanto
fenómeno social (nascimento, educação, relação, união/casamento, maturidade,
envelhecimento, saúde, doença e morte);
o Capacidade de identificar a dimensão/expressão social dos comportamentos em que
o corpo constitui o centro das configurações do pensamento e da acção;
o Capacidade de transpor esse dado da compreensão no tempo e no espaço;
o Aplicação e desenvolvimento do pensamento crítico pelo qual é capaz de
reconhecer e de definir problemas, formular hipóteses adequadas, fazer selecções
pertinentes, tirar conclusões válidas e aplicar essas conclusões.

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3. Conteúdos Programáticos

Conteúdo Programático I
1ª AULA
Introdução ao estudo da Antropologia e História do Corpo. Objecto da disciplina. Objectivo
da disciplina. A aplicação. Organização. Instrumentos de trabalho: programa, sumários,
bibliografia. Horário de Atendimento dos Estudantes. Hora de Apoio. Avaliação.

2ª AULA
A Antropologia. A História. A Antropologia e a História. A Antropologia Histórica e
Cultural. A Antropologia e a História no quadro das Ciências. O conhecimento e as ciências
nos inícios do Séc. XXI. A organização do saber. O conhecimento, no mundo actual, nas
sociedades da informação.

Bibliografia:
Braudel, Fernand – História e Ciências Sociais. Lisboa. S.d.
Haviland, William A. (Ed.) – Cultural Anthropology. Vermont. USA. 1992.
Hobel, E. Adamson e Frost, Everett L. – Antropologia Cultural e Social. S. Paulo. 1981.
Lalande, André – Corps, in Vocabulaire Technique et Critique de la Philosophie. Paris.
1968.
Piaget, Jean – A Situação das Ciências do Homem no Sistema das Ciências. Lisboa. 1970.
Raftis, Alkis – Le corps, porteur de l’histoire sociale, la danse grecque, in La Recherche en
Danse. Collection de travaux universitaires sur la danse. nº 4. Paris. 1988.
Sahlins, Marshall – Other Times, Other Customs: The Anthropology of History, in
American Anthropologist, USA. 85, 1983.

3ª AULA
A Antropologia e História Cultural no quadro da formação na UTL/FMH. A justificação
dos estudos do ser humano e social a partir da relação entre o ser humano e social e o corpo
enquanto fenómeno de cultura e um sistema de representação. Perspectivas e aplicações
profissionais. A importância da Antropologia e História nas sociedades contemporâneas.

Bibliografia:
Bernardi, Bernardo – Introdução aos Estudos Etno-Antropológicos. 1982.
Coleman, S. And Watson, H. – An Introduction to Anthropology. London. 1992.
Fleuri, R.M. (Org.) – Intercultura. Estudos Emergentes. Núcleo Mover. Educação
Intercultural e Movimentos Sociais. Universidade Federal de Santa Catarina. Rio Grande
do Sul. 2002.
Haviland, William A. (Ed.) – Cultural Anthropology. Vermont. USA. 1990.
UNESCO – Historia e Diversidad de las Culturas. Paris. 1984.

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4ª AULA
O tempo. Concepções do tempo na Antropologia e na História. A natureza, a cultura e o
mundo humano e social. Naturalização dos seres humanos e humanização da natureza.
Significado e implicações recíprocas. Funções e características da cultura. A cultura
material. A cultura popular e a cultura erudita.

Bibliografia:
Arnheim, Rudolf – Visual Thinking. Berkeley and Los Angeles, California. 1997.
Bernardi, Bernardo – Introdução aos Estudos Etno-Antropológicos. 1982.
Hall, Edward T. – La Danse de la Vie. Temps Culturel, Temps Vécu. Paris. 1984.
Hall, Edward T. – La Dimension Cachée. Paris. 1971.
Hall, Edward T. – Le Langage Silencieux. Paris. 1984.
Kroeber, A.L. – A Natureza da Cultura. Lisboa. 1993.

5ª AULA
A importância do símbolo e o processo de simbolização na estruturação do pensamento
humano e das maneiras de viver inerentes aos grupos humanos. O processo de
Hominização. As relações entre a pessoa, enquanto entidade, e o mundo.

Bibliografia:
Douglas, Mary – Símbolos Naturales. Alianza Editorial. Madrid. 1978.
Douglas, Mary – De la Souillure. Paris. 1981.
Elias, Norbert – The Symbol Theory. London. 1995.
Gesell, Arnold e Francis, Ilg L. – Le Jeune Enfant dans la Civilisation Moderne. Paris.
1971.
Kuper, Adam – The Chosen Primate. Human Nature and Cultural Diversity. Massachusetts.
1994.
Piaget, Jean – A Formação do Símbolo na Criança. Rio de Janeiro. 1971.
Prendergast, Alberte – Le Corps Poliphonique, in La Recherche en Danse. Collection de
travaux universitaires sur la danse. nº4. Paris. 1988.

Conteúdo Programático II
6ª AULA
A técnica. As técnicas do corpo, segundo o trabalho de Marcel Mauss. O corpo enquanto o
primeiro instrumento do homem. O processo de transmissão das técnicas, a transmissão da
cultura. A educação e a imitação prestigiosa. O facto social total. O estudo do ser humano e
social a partir das técnicas, de acordo com a perspectiva da totalidade, própria da cultura. A
noção de habitus.

Bibliografia:

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Chin, Key Nyit, Hank Jwo – The Exchange and Development of Sport Culture in East and
West. AIESEP Proceedings. Taiwan. 2001.
Featherstone, Mike et al. (Eds.) – The Body. Social Process and Cultural Theory. London.
1991.
Grando, Beleni Salete – Cultura e Dança em Mato Grosso. Cuiabá. MT. 2002.
Herrigel, Eugen – Zen e a Arte do Tiro com Arco. Lisboa. 1997.
Huard, Pierre e Wong, Ling – Cuidados e Técnicas do Corpo na China, no Japão e na Índia.
S. Paulo. 1971.
Mauss, Marcel – Les Techniques du Corps, in Sociologie et Anthropologie, pp.363-386.
Paris. 1989.
Merleau-Ponty, Maurice – La Structure du Comportement. Paris. 1990. (re-edição da
edição de 1942).
Midol, Nancy (Coord.) – Anthropologie des Techniques du Corps. Argulf. 1984.
Min-Ho, Kim – L’Origine et le Développement des Arts Marciaux. Pour une
Anthropologie des Techniques du Corps. Paris. 1999.
Wallon, Henri – Do Acto ao Pensamento. Lisboa. 1966.
Verdier, Yvonne – Façons de dire, façons de faire. La laveuse, la couturière, la cuisiniére.
Paris. 1978.
Piaget, Jean – Le Jugement Moral chez l’Enfant. Paris. 1973.
Piaget, Jean – A Construção do Real na Criança. Lisboa. 1970.
Raftis, Alkis – Le corps, porteur de l’histoire sociale, la danse grecque, in La Recherche en
Danse. Collection de travaux universitaires sur la danse. nº4. Paris. 1988.

7ª AULA
Tentame de sistematização. Princípios de ordem a introduzir numa proposta de estudo e de
classificação das técnicas do corpo.

Bibliografia:
Mauss, Marcel – Les Techniques du Corps, in Sociologie et Anthropologie, pp.363-386.
Paris. 1989.

8ª AULA
A Técnica e a Cultura. Relações entre a técnica e a cultura. A técnica, o artefacto, o
instrumento. A Técnica, a Cultura e a História. Técnica e Civilização.

Bibliografia:
Benedict, Ruth – O Crisântemo e a Espada. S. Paulo. 1972.
Benedict, Ruth – Os Padrões de Cultura. Lisboa. S.d.
Jacomy Bruno – Une Histoire des Techniques. Paris. 1990.
Herrigel, Eugen – Zen e a Arte do Tiro com Arco. Lisboa. 1997.
Mauss, Marcel – Les Techniques du Corps, in Sociologie et Anthropologie, pp.363-386.
Paris. 1989.
Mumford, Lewis – Technique et Civilisation. Paris. 1950.

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9ª AULA
A estruturação do mundo e do ser humano e social. O Ensaio sobre a Dádiva e o princípio
da reciprocidade. Génese e valor da troca, da festa e da ordem social. O fenómeno social
total – a perspectiva antropológica.

Bibliografia:
Berking, Helmuth – Sociology of Giving. London. 1999.
Mauss, Marcel – Essai sur le don. Forme et raison de l’échange dans les sociétés
archaïques, in Sociologie et Anthropologie. Pp.143-279. Paris. 1989.
Mishima, Yukio – Sun and Steel. New York. 2003.

10ª AULA
A Carta de Pero Vaz de Caminha e o corpo do outro. Os Europeus e os primeiros contactos
com os ameríndios. A descoberta e a descrição do outro, a revelação de si. A Cultura e a
Civilização.

Bibliografia:
Braudel, Fernand – Civilização e Cultura, in História e Ciências Sociais. Pp. 90-143.
Lisboa. 1981.
Crespo, Jorge – A Construção do Corpo do Outro. (Séc. XV-XVI), in Arquivos da
Memória. pp. 7-22. nº1. 1996.

11ª AULA
Formas elementares da vida social: a linguagem, o culto e o rito. Magia e religião. A
ordenação da vida desde o nascimento, a doença e a morte. Ritos de passagem e cerimónias
periódicas. As sociedades tradicionais e as sociedades urbanas e industrializadas: crenças e
práticas do quotidiano na institucionalização de atitudes e de comportamentos.

Bibliografia:
Caillois, Roger – O Homem e o Sagrado. Lisboa. S.d.
Eliade, Mircea – Mitos, Sonhos e Mistérios. Lisboa. 1989.
Eastwell, Harry D. – Voodoo Death and the Mechanism for Dispatch of the Dying in East
Arnhem, Australia, in American Anthropologist. USA. 84, 1982.a.
Huizinga, Johan – Homo Ludens. Essai sur la fonction sociale du jeu. Paris. 1981.
Mauss, Marcel – Sociologie et Anthropologie. Paris. 1989.
Muir, Edward – Ritual in Early Europe. New York. 1997.
Parker, Seymour – Cultural Rules. Rituals, and Behavior Regulation, in American
Anthropologist. USA. 86, 1984.

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Conteúdo Programático III


12ª AULA
Religião e concepções do ser humano e do corpo. As noções de pureza e de impureza na
percepção e estruturação do corpo e do mundo. Corpo e tabu. Normas e interditos. O
Incesto. A Violação.

Bibliografia:
Brown, Peter – The Body and Society. New York. 1988.
Csordas, Thomas J. – The Sacred Self. A Cultural Phenomenology of Charismatic Healing.
University California Press. 1997.
Douglas, Mary – Pureza e Perigo. Lisboa. S.d.
Harrell, Barbara B. – Lactation and Menstruation in Cultural Perspective, in American
Anthropologist. USA. 83. 1981.
Parker, Seymour – Cultural Rules, Rituals and Behavior Regulation, in American
Anthropologist. USA. 86. 1984.
Vigarello, Georges – Le Propre et le Sale. Paris. 1985.
Vigarello, Georges – Histoire du Viol. Paris. 2002.

13ª AULA
Crenças e representações do corpo na cultura popular. O corpo e a diferença.

Bibliografia:
Baktin, Mijail – La Cultura Popular en la Edad Media y en el Renacimiento. El contexto de
François Rabelais. Madrid. 1988.
Williams, Simon J. – Bodily Dys-Order: Desire, Excess and the Transgression of Corporeal
Boundaries, in Body & Society. Volume 4. nº 2. June 1998. pp. 59 – 82.
Rabelais, François – Gargântua. Lisboa. S.d.
Rabelais, François – Pantagruel (1534). Paris. 1994.

14ª AULA
A higiene e a alimentação. Crenças e práticas alimentares na sociedade portuguesa. A dieta,
o regime e os alimentos: perspectivas teóricas. As representações sociais dos alimentos. A
alimentação e a distinção social. Representações sociais da magreza e da obesidade.

Bibliografia:
Crespo, Jorge e Hasse, Manuela – A Alimentação no Real Colégio dos Nobres de Lisboa,
in Revista de História Económica e Social. nº 7. Jan./Jun. Lisboa. 1981.
Crespo, Jorge – A História do Corpo. Lisboa. 1992.
Golomer, Eveline – L’alimentation des danseuses: intérêt de la réduction des apports
caloriques par un repas substitutif, in La Recherche en Danse. Collection de travaux
universitaires sur la danse. nº 4. Paris. 1988.
Goody, Jack – Cocina, cuisine y clase. Barcelona. 1995.

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Gordon, Richard A. – Anorexia e Bulimia. Anatomy of a Social Epidemic. Cambridge.


1990.
Harris, Marvin – Bueno para Comer. Enigmas de Alimentación y Cultura. Madrid. 1999.
Sant’Anna, Denise Bernuzzi – Bom para os olhos, bom para o estômago: o espectáculo
contemporâneo da alimentação, in Pro-Posições. Faculdade de Educação-Unicamp. V.14,
nº2 (41) – maio/ago. 2003. pp. 41-52.
Shorter, Edward – From the Mind into the Body. The Cultural Origins of Psychosomatic
Symptoms. New York. 1994.

15ª AULA
Crenças e práticas alimentares. Os princípios e as normas de etiqueta, as maneiras de estar à
mesa. Os processos de estruturação humana e social e a civilização dos comportamentos. A
cortesia, a hierarquização e a valorização da palavra e do gesto. O processo de civilização.

Bibliografia:
Crespo, Jorge – A História do Corpo. Lisboa. 1992.
Elias, Norbert – La civilisation des moeurs. Paris. 1973.
Goody, Jack – Cocina, cuisine y clase. Barcelona. 1995.
Gordon, Richard A. – Anorexia e Bulimia. Anatomy of a Social Epidemic. Cambridge.
1990.
Harris, Marvin – Bueno para Comer. Enigmas de Alimentación y Cultura. Madrid. 1999.
Shorter, Edward – From the Mind into the Body. The Cultural Origins of Psychosomatic
Symptoms. New York. 1994.

16ª AULA
A refeição das almas. Crenças, Ritos e Práticas relativas ao funeral bororo.

Bibliografia:
Eastwell, Harry D. – Voodoo Death and the Mechanism for Dispatch of the Dying in East
Arnhem, Australia, in American Anthropologist. USA. 84, 1982.a.
Viertler, Renate Brigitte – A refeição das almas. HUCITEC-EDUSP. S. Paulo. 1991.

17ª AULA
Práticas e representações da doença e da morte.

Bibliografia:
Crespo, Jorge – A História do Corpo. Lisboa. 1992.
Crespo, Jorge – As provas do corpo, os sinais da morte nos Séculos XVIII-XIX, in Pro-
Posições. ‘A Visibilidade do Corpo’. Faculdade de Educação-Unicamp. V.14, nº2 (41) –
maio/ago.pp. 31-39. Campinas. SP. 2003.
Eastwell, Harry D. – Voodoo Death and the Mechanism for Dispatch of the Dying in East
Arnhem, Australia, in American Anthropologist. USA. 84, 1982.a.

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Mauss, Marcel – Effet Physique chez l’individu de l’idée de mort suggérée par la
collectivité (Australie, Nouvelle-Zélande), in Sociologie et Anthropologie, Paris. 1989. pp.
313-330.

18ª AULA
As idades da vida e as representações do corpo no Ocidente. A medicina hipocrática e a
interpretação da saúde e da doença.

Bibliografia:
Crespo, Jorge – A História do Corpo. Lisboa. 1992.
Crespo, Jorge – A ‘Arquitectura’ do Corpo, em Portugal, na transição do Século XVIII para
o Século XIX, in Boletim da Sociedade Portuguesa de Educação Física. nº5/6. Out. 1992.

19ª AULA
A dor e o sofrimento: práticas e concepções nas sociedades arcaicas e no mundo
contemporâneo.

Bibliografia:
Berger, Peter – The Body and Society. New York. 1988.
Brohm, Jean-Marie – Le corps: un paradigme de la modernité?, in Actions et Recherches
Sociales. ‘Corps et Modernité’. Mars 1985. nº1. Evry. pp.15-37.
Le Breton, David – Anthropologie de la Douleur. Paris. 1995.
Waddington, Ivan - Sport, Health and Drugs. A critical sociological perspective. E & FN
Spon. London. 2000.
Morris, David B. – The Culture of Pain. University of California Press. Berkeley.
California. 1992.
Silva, Ana Márcia – Corpo, Ciência e Mercado. S. Paulo. 2001.

Conteúdo Programático IV
20ª AULA
O corpo e a doença na medicina chinesa. Concepções e práticas do corpo no Oriente.

Bibliografia:
Hicks, Angela – A Medicina Chinesa. Lisboa. 1998.

21ª AULA
O corpo e a luta. A construção social da identidade.

Bibliografia:

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Alter, Joseph S.- The Wrestlers Body. University of California Press. Berkeley and Los
Angeles. California. 1992.
Mishima, Yukio – Sun and Steel. New York. 2003.
Mishima, Yukio – Patriotisme, in Dojoji et autres nouvelles. Pp. 67-106. Paris. 1983 (trad.
Francesa).

22ª AULA
O estudo do corpo no Ocidente. A religião e a institucionalização do saber. O conhecimento
mágico-religioso e o conhecimento científico. As concepções do corpo nas ciências ditas
‘da natureza’. O corpo e as representações sociais.

Bibliografia:
Brown, Peter – The Body and Society. New York. 1988.
Crespo, Jorge – A História do Corpo. Lisboa. 1992.
Hasse, Manuela – O Divertimento do Corpo. Corpo, lazer e desporto, na transição do Séc.
XIX para o Séc. XX, em Portugal. Lisboa. 1999.
Hasse, Manuela – O Corpo e o Envelhecimento: imagens, conceitos e representações. Actas
do Simpósio Envelhecer Melhor com a Actividade Física. Lisboa. 1999.
Hasse, Manuela – O processo de apreensão e de re-criação do mundo, in Pro-Posições.
Faculdade de Educação-Unicamp. V.14, nº2 (41) – maio/ago.pp. 53-60. 2003

23ª AULA
O estudo do corpo no Ocidente. As concepções do corpo nas ciências ditas ‘da natureza’. O
corpo e as representações sociais.

Bibliografia:
Brown, Peter – The Body and Society. New York. 1988.
Crespo, Jorge – A História do Corpo. Lisboa. 1992.
Hasse, Manuela – O Divertimento do Corpo. Corpo, lazer e desporto, na transição do Séc.
XIX para o Séc. XX, em Portugal. Lisboa. 1999.
Hasse, Manuela – O Corpo e o Envelhecimento: imagens, conceitos e representações. Actas
do Simpósio Envelhecer Melhor com a Actividade Física. Lisboa. 1999.
Hasse, Manuela – O processo de apreensão e de re-criação do mundo, in Pro-Posições.
Faculdade de Educação-Unicamp. V.14, nº2 (41) – maio/ago.pp. 53-60. 2003.

24ª AULA
A higiene da raça e o eugenismo. O caso da Alemanha e de Portugal. O significado da raça
e o processo de colonização.

Bibliografia:
Collins, Susan – Robert Knox Anatomy of Race, in History Today.December. 1990.
Malik, Kenan – The Meaning of Race. Race, History and Culture in Western Society.
London. 1996.

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Hasse, Manuela – O Divertimento do Corpo. Corpo, Lazer e Desporto, na transição do Séc.


XIX para o Séc. XX. Lisboa. 1999.
Weindling, Paul – L’Hygiene de la Race. Paris. 1998.

25ª AULA
A racionalização dos comportamentos e a disciplina dos corpos. A Educação Física, o
Exercício, a Saúde, o Desporto, o Treino, o Rendimento e a Performance: técnicas e
processos de governo dos corpos.

Bibliografia:
Andrieu, Gilbert – L’Homme et la Force. Paris. 1988.
Arnaud, Pierre – Les Savoirs du Corps. Lyon. 1983.
Defrance, Jacques – L’Excellence Corporelle. La Formation des Activités Physiques et
Sportives Modernes. 1770-1914. Revue S.T.A.P.S. Paris.
Hoberman, John – Mortal Engines. The Science of Performance and the Dehumanization of
Sport. New York. 1992.
Soares, Carmen – Imagens da Educação no Corpo. 2ªed. Campinas. S. Paulo. 2002.
Vigarello, Georges (Dir.) – Le Gouvernement du Corps. Communications. nº56. Paris.
1993.

26ª AULA
O Género. Origem do conceito e desenvolvimento dos estudos. As representações sociais
do masculino e do feminino. Os Estudos de Género. O Género e as Ciências.

Bibliografia:
Houbre, Gabrielle – Corpo e Sexualidade das Mulheres: do século XVIII ao entre-duas-
guerras, in Pro-Posições. ‘A Visibilidade do Corpo’. Universidade Estadual de Campinas.
Faculdade de Educação. Vol. 14, nº2 (41). Campinas. Mai/Ago. 2003.
Lloyd, Margaret – Does she boils eggs? Towards a Feminist Model of Disability.
Disability, Handicap and Society. Vol. 7. nº3. 1992.
Shorter, Edward – A History of Women’s Bodies. New York. 1982.
Trangbaerk, Else e Krüger, Arnd (Eds.) – Gender and Sport from European Perspectives.
European Committee for the History of Sport in Europe. Copenhagen. 1999.

27ª AULA
A Beleza, a Estética e a Imagem. O Belo e a Força como símbolos de uma interpretação do
mundo e de representações sociais. Conceitos, Práticas e Atitudes no desenvolvimento da
Ética e da Estética, no Ocidente e no Oriente. O corpo, os espaços e os ritos de margem.

Bibliografia:
Corbin, Alain – Le Territoire du Vide. L’Occident et le Désir du Rivage. 1750-1840. Paris..
1988.
Gimlin, Debra L. – Body Work. Beauty and Self-Image in American Culture. Berkeley and
Los Angeles. California. 2002.

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Hasse, Manuela – Oeiras e o Desenvolvimento de Novos Comportamentos de Lazer. A


valorização de um novo mundo: o mar, a praia e as férias, in I Ciclo de Estudos Oeirenses.
Oeiras - A Terra e os Homens. Novembro 1996/Maio 1997. Oeiras.
Soares, Carmen Lúcia (Org.) – Pro-Posições. ‘A Visibilidade do Corpo’. Universidade
Estadual de Campinas. Faculdade de Educação. Vol. 14, nº 2 (41). Campinas. Maio/Ago.
2003.

28ª AULA
Frequência.

4. Modelo de Formação
Aulas teóricas onde se desenvolve a exposição de conhecimentos, de estudos, de obras e de
autores, disucssão de problemas, apresentação de iconografia – por meio de desenhos,
gravuras, slides, acetatos, fotografias, vídeos, análise de textos e de documentos vários,
criação de situações de jogo e de observação de comportamentos e de imagens, de modo a
aprender a identificar e a promover atitudes críticas necessárias ao pensamento
cientificamente correcto, tais como:

o Curiosidade intelectual;
o Objectividade;
o Disposição para ser metódico e sistemático;
o Persistência;
o Insistir na indagação e na verificação sistemáticas;
o Disposição para considerar, sem ideias pre-concebidas (sem preconceitos), uma
grande variedade e complexidade de factos;
o Disposição para suspender a aceitação de qualquer conclusão até terem sido
considerados todos os dados relevantes.

5. Critérios de Avaliação
Domínio e aplicação correcta de terminologia específica da disciplina, bem como de
conceitos e de teorias desenvolvidos e de métodos e de técnicas de elaboração da pesquisa;
Domínio dos conhecimentos;
Capacidade de identificar, descrever, classificar e explicar as diversas manifestações sociais
do ser humano através do seu comportamento e de aplicar esses conhecimentos,
capacidades que consolidam as atitudes expressas perante os problemas estudados.

6. Modelo de Avaliação

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A – (Jogo e Observação) + (Frequência). A opção por esta proposta implica 95% de


presenças nas aulas.

B – Exame Final. A possibilidade de comparecer a prova oral depende, segundo critério


estabelecido e regulamentado pelo Conselho Pedagógico, da obtenção da nota miníma de
7.5 valores no teste de exame final escrito.

7. Modelo de Teste

UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA


FACULDADE DE MOTRICIDADE HUMANA
DEPARTAMENTO DAS CIÊNCIAS DA MOTRICIDADE
ANTROPOLOGIA E HISTÓRIA DO CORPO

EXAME FINAL – 1ª ÉPOCA


19 DE JANEIRO DE 2005

Nome:
Turma:
nº:
Ano:
o Copiar é um acto desonesto e ilegal. Qualquer estudante surpreendido a recorrer a formas
ilícitas de resolução do teste incorre em sanções que podem ir, desde a anulação do teste, até à
anulação da matrícula.

o Todos podemos pensar bem. Para isso, necessitamos de informação. E, acima de tudo, de
aperfeiçoar a capacidade de seleccionar e de tratar a informação. Leia todo o enunciado, com
atenção, antes de iniciar a resolução de cada questão.

I Responda, de forma precisa e breve, às seguintes questões:

1 – A cultura constituiu uma estrutura. Justifique, e dê exemplos (M. Titiev). (2.5)

2 – Sem técnicas, a cultura não pode existir. Justifique, dê exemplos e fundamente (M.
Mauss). (2.5)

3 – Qual a relação entre a civilização e a alimentação no Real Colégio de Nobres de Lisboa,


em finais do Século XVIII? Dê exemplos e justifique. (J. Crespo e M. Hasse). (2.5)

4 – A concepção médica do corpo e a teoria dos humores. Entre o Século XV-XVIII, que
perspectiva nos revela da natureza e quais as consequências para a saúde? (J. Crespo). (2.5)

II – Desenvolva a seguinte questão:

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O contacto com os índios Tupiniquim do Brasil e o confronto entre culturas. Tomando o


corpo como objecto de análise, refira-se às formas de entendimento e de compreensão entre
os povos. (J. Crespo, E. T. Hall, C. Lévi-Strauss). (10)

8. Bibliografia
A – Leituras Recomendadas
Benedict, Ruth – O Crisântemo e a Espada. São. Paulo. Editora Perspectiva. 1972.
Braudel, Fernand – O Mediterrâneo e o Mundo Mediterrânico. Lisboa. Publicações D.
Quixote. 1983.
Cazeneuve, Jean – Bonheur et Civilisation. Paris. Éd. Gallimard. 1966.
Friedmann, Georges – O Poder e a Sabedoria. Lisboa. Publicações D. Quixote. 1972.
Hall, Edward T. – Le Language Silencieux. Paris. Éd. du Seuil. 1984.
Hall, Edward T. – La Danse de la Vie. Temps Culturel, Temps Vécu. Paris. Éd. Du Seuil.
1984.
Hall, Edward T. – La Dimension Cachée. Paris. Éd. Du Seuil. 1971.
Veblen, Thorstein – Téorie de la Classe du Loisir. Paris. Éd. Gallimard. 1970.
Weber, Max – A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. Lisboa. Editora Presença.
1983.

B – Leituras Indispensáveis
Braudel, Fernand – História e Ciências Sociais. Lisboa. Ed. Presença. 3ªed. 1981.
Bloch, Marc – Introdução à História. Moraes Editores. S.d.
Crespo, Jorge – A História do Corpo. Lisboa. Edições Difel. 1992.
Crespo, Jorge – A Arquitectura do Corpo em Portugal, na transição do Séc. XVIII para o
Séc. XIX. Boletim da SPEF. nº 5/6. Outubro 1992. Págs. 167-190.
Hackensmith, C.W. – History of Physical Education. New York. Harper and Row. 1966.
Hasse, Manuela – A Disciplina do Corpo. Contribuição para o Estudo da Educação Física
em Portugal. Lisboa. 1986. (Monografia Dactilografada, UTL/ISEF).
Hasse, Manuela – O Divertimento do Corpo. Corpo, Lazer e Desporto, na transição do Séc.
XIX para o Séc. XX, em Portugal. Ed. Temática. 1999.
Herskovits, M.F. – Antropologia Cultural. S. Paulo. Editora Mestre Jou. S.D.
Huizinga, Johan – Homo Ludens. Essai sur la Fonction Sociale du Jeu. Paris. Éd.
Gallimard. 1976.
Huizinga, Johan – O Declínio da Idade Média. Viseu. Editora Ulisseia. S.d.
Mauss, Marcel – Sociologie et Anthropologie. Paris. Presses Universitaires de France.
5éme éd. 1973.
Titiev, Misha – Introdução à Antropologia Cultural. Lisboa. Edição da Fundação Calouste
Gulbenkian. 1969.

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NOTA: Para aprovação nesta disciplina os estudantes têm de efectuar o minímo de 1/3 de
leitura da bibliografia indicada.

9. Horário de Atendimento
Com a finalidade de auxiliar o estudante e de lhe prestar todo o apoio e esclarecimentos
adicionais – para além das aulas semanais, estará afixado na porta do gabinete da docente
da disciplina (Gab.38, Edifício Costa) o Horário de Atendimento ao Estudante. Durante os
períodos aí indicados os estudantes poderão apresentar, individualmente ou em pequenos
grupos, dúvidas suscitadas no decurso das aulas, dificuldades de compreensão verificadas
no estudo da bibliografia correspondente às aulas, preparação dos relatórios, etc. O período
dedicado ao atendimento ao estudante poderá ser combinado, ainda, com antecedência, de
acordo com as disponibilidades do estudante. Para isso a docente deverá ser previamente
consultada.

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