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PROJUDI - Processo: 0010294-71.2018.8.16.0160 - Ref. mov. 18.1 - Assinado digitalmente por Renata Maria Cano de Oliveira:07694228962
07/03/2019: JUNTADA DE PETIÇÃO DE IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO. Arq: Impugnação

Documento assinado digitalmente, conforme MP n° 2.200-2/2001, Lei n° 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DIRETO D O ___JUIZADO
ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE SARANDI - ESTADO DO PARANÁ

Autos n°. 10294-71.2018

ALE SSAN D R A DOS SANTOS RODRIGUES, já


devidamente qualificado nos autos em epígrafe, vem respeitosamente a presença
de Vossa Excelência, apresentar:

IMPUGNAÇÃO A CONTESTAÇÃO

Acostado ao feito pela Requerida COMPANHIA


PARANAENSE DE ENERGIA , também já devidamente qualificada, pelos fatos e
fundamentos que passa a expor.

DA TEMPESTIVIDADE

Antes de adentrar ao mérito, cabe ressaltar que a presente


Impugnação é tempestiva, visto que fora deferido um prazo de 10 (dez) dias para apresentação
da mesma, ocorre que a Lei 9.099/95 não dispõem a respeito do prazo para apresentação de
impugnação, manifestando em seu artigo 30, quanto a apresentação da contestação de forma
oral ou escrita, deixando a mercê quanto ao prazo para oferecimento da respeitável
impugnação.
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Sendo assim, é sabido que o Código de Processo Civil é utilizado

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subsidiariamente a lei 9.099/95, que deixa claro, expresso, e sem lacunas o prazo de 15
(quinze) dias para oferecimento das defesas, vejamos:

Art. 100. Deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer


impugnação na contestação, na réplica, nas contrarrazões de
recurso ou, nos casos de pedido superveniente ou formulado
por terceiro, por meio de petição simples, a ser apresentada no
prazo de 15 (quinze) dias, nos autos do próprio processo, sem
suspensão de seu curso.

Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze)


dias, o pedido do assistente será deferido, salvo se for caso de
rejeição liminar.

Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou


extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15
(quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova

Sendo assim, a tempestividade da apresentação da impugnação é


medida que se impõem, visto que o ultimo dia de prazo para oferecimento seria dia 11 (onze)
de março de 2019.

DAS PRELIMINARES

Da Incompetência do Juizado Especial Cível

Preliminarmente a Ré alega a Incompetência dos Juizados


Especiais Cíveis nestes casos, visto ser necessário perícia complexa em razão da natureza
técnica. Ocorre Excelência, que a matéria já esta pacificada, visto que a questão não possui
complexibilidade alguma. As provas carreadas na exordial são suficientes para comprovar os
danos causados, sejam eles materiais ou morais, vejamos:

Enunciado N.° 13.6. Complexidade da causa: Simples


afirmação da necessidade de realizar prova complexa não
afasta a competência do Juizado Especial, mormente
quando não exauridos os instrumentos de investigação
abarcados pela Lei n.° 9.099/95.

RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO


POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. TELEFONIA.
ACIDENTE COM FIAÇÃO EM DESCONFORMIDADE
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COM ALTURA MÍNIMA. CAMINHÃO CARREGADO

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ENROSCA EM FIOS. SENTENÇA MANTIDA. Recurso
conhecido e desprovido. Preliminar Complexidade da Causa: não
assiste razão a recorrente ao pugnar pela necessidade de
realização de perícia, visto que a matéria posta em discussão não
possui alto grau de complexidade, bastando analisar as provas
carreadas aos autos. Desta forma, aplica-se o Enunciado 13.6 das
TRs/PR: Enunciado N.° 13.6—Complexidade da causa:Simples
afirmação da necessidade de realizar prova complexa não afasta a
competência do Juizado Especial, mormente quando não
exauridos os instrumentos de investigação abarcados pela Lei n.°
9.099/95. No mérito, a falha na prestação de seus serviços
decorre da ausência de manutenção dos fios que estavam abaixo
da altura mínima permitida fato que ocasionou o enrosco do fio
de telefone na carga do caminhão do autor que sofreu danos
materiais e morais por culpa da ré. Neste sentido, cabia à
recorrente comprovar que não houve falha na prestação de seus
serviços, ou que o fio estava adequado a altura adequada (art.
373, II, NCPQ. Desta forma, diante da desídia da requerida,
encontram-se presentes os elementos ensejadores da reparação
moral e material. Com relação à fixação do indenizatório resta
consolidado, tanto na doutrina, como na quantum jurisprudência
pátria o entendimento de que a fixação do valor da indenização
por dano moral deve observar o princípio da razoabilidade,
levando-se em conta as peculiaridades do caso concreto, como a
situação econômica do autor, o porte econômico da ré, o grau de
culpa e a atribuição do efeito sancionatóno e seu caráter
pedagógico. Por tais razões, conclui-se que o valor dos danos
morais fixados em R$6.000,00 se mostra adequado ao caso
concreto, não devendo ser alterado. Por fim, inexistem nos autos
provas para dar suporte a reforma da sentença, devendo em
mantida inclusive em relação a ilegitimidade passiva da COPEL.
(TJPR - 3a Turma Recursal dos Juizados Especiais - 0001411-
36.2016.8.16.0054 - Bocaiúva do Sul - R ei: FERNANDA DE
QUADROS JORGENSEN GERONASSO - J. 06.08.2018)

Sendo assim, não há que se falar em Incompetência dos


Juizados Especiais, devendo ser rejeitada a preliminar arguida.

DOS FUNDAMENTOS

Da Responsabilidade - Ônus da Prova


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Antes de mais nada, cabe ressaltar que a preliminar arguida na

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exordial de deferimento do ônus da prova, não fora analisada, da qual gera sem dúvida,
danos a Autora, assim como evidente cerceamento de defesa quanto a comprovação do
Alegado.

Ademais, a Requerida alega que o ônus de provar é da


Requerente em razão de ser um fato constitutivo do seu direito, conforme preconiza o
artigo 333 do Código de Defesa do Consumidor.

No entanto, essas não são as verdades dos fatos, pois a questão


do ônus da prova é de relevante importância, visto que a sua inobservância pode vir a
acarretar prejuízos aos que dela se sujeitam, mormente à aplicação do Código de Defesa do
Consumidor.

Levando-se a efeito o disposto no art. 373 do Código de


Processo Civil, provas são os elementos através dos quais as partes tentam convencer o
Magistrado da veracidade de suas alegações.

Observando o Código de Defesa do Consumidor, verifica-se


que o mesmo traz uma inovação quanto ao direito a inversão do ônus da prova conforme
dispõe o artigo 6o, VIII e artigo 4o, I, visando facilitar a defesa do consumidor lesado.

Inegavelmente que a relação havida entre os litigantes é de


consumo, ensejando, portanto, a aplicação das normas consumeristas ao caso sub judice.
Desta feita, conforme dispõe os Arts. 3o, 14 e 25 do Código de Defesa do Consumidor e
Enunciado n°. 8.4 da Turma Recursal do Paraná.

Ademais, cabe trazer à lume, a lição de Cristina Tereza Gaulia,


Desembargadora do TJRJ (Revista da EMERJ), Volume 4, n°13, 2001, pp. 88-106:

“Por este motivo entendemos que no âmbito de qualquer processo, que


envolva relação de consumo, seja na Justiça Comum, seja na especial,
não é necessário que o magistrado alerte as partes, em qualquer
momento, que se aplica ao procedimento a regra legal da inversão do
ônus da prova estando pois o Jnicç ante um conflito que tenha fincas
em um a relação d e consum o, d ev e inverter o ônus da
prova, sem n ecessid a d e d e aviso prévio, p o is q u e tal
inversão é direito subjetivo do au tor.”

Nesta mesma toada sinaliza o Tribunal de Justiça do Paraná,


senão vejamos:
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o
5:

O
ESTADO DO PARANÁ 16a CÂMARA CÍVEL - o 00
AGRAVO DE INSTRUMENTO N° 1.496.590- 9, DA ão R
X-
6a VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA
<D
COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CD 3
CURITIBA AGRAVANTE: MILLENIUM MATERIAIS O IÉ
o —
Cd (£>
DE CONSTRUÇÃO LTDA- ME O) ÇD
T—
co
"M

AGRAVADO:BANCO DO BRASIL S/A RELATOR: □_


>-
DES. HÉLIO HENRIQUE LOPES FERNANDES 04

LIMA RELATORA CO NV.:JUÍZA VANIA MARIA DA


SILVA KRAMERDECISÃO MONOCRÁTICA. O
O
04
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO 04

AGRAVADA QUE NÃO APLICOU Ò


O
04
A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVAAO CASO.
INCIDÊNCIA DO ART. 6o, INC. VIII, DO CDC
QUE NÃO IMPLICA EM ALTERAÇÃO
E -q
DO ÔNUS FINANCEIRO DA PROVA. PEDIDO DE
INVERSÃO DO ÔNUS PROBATÓRIO ACOLHIDO.
PAGAMENTO DA PRODUÇÃO DA PROVA QUE
INCUMBE AO INTERESSADO. PRECEDENTES DO
STJ E DESTA CORTE. RECURSO CONHECIDO E
PARCIALMENTE PROVIDO. RELATÓRIO PODER
JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Agravo de
Instrumento n° 1495459-9 ESTADO DO PARANÁ 1.
Trata-se de agravo de instrumento interposto por
MILLENIUM MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
LTDA- ME nos autos de Ação Revisional de Cédula de
Crédito Rural n° 0018838-16.2013.8.16.0001, em face da
decisão interlocutória de mov. 83.1/102.1, que reconheceu
a aplicação do Código de Defesa do Consumidor ao caso,
porém não aplicou a inversão do ônus probatório, uma vez
que não verificou a existência de hipossuficiência do
consumidor. Nas razões do recurso, o agravante
pleiteia a aplicação do art. 6o, inc. VIII, do Código
Consumerista, em razão de sua hipossuficiência em
relação à instituição financeira. Ainda, pugna
pela inversão do ônus financeiro da produção
da prova pericial (fls.35-v - sem mov correspondente).
Requer, ao final, o recebimento do presente recurso com
posterior reforma da decisão agravada. É o relatório.
FUNDAMENTAÇÃO 2. Primeiramente, ressalta-se que o
artigo 557, parágrafo 1°-A, do Código de Processo Civil de
1973, cuja redação foi alterada pela Lei n° 9.756/98,
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objetivando dar celeridade à prestação jurisdicional,

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permite que o relator, mediante decisão monocrática, dê
provimento ao recurso, se a decisão recorrida estiver em
manifesto confronto com súmula ou jurisprudência
dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal
Superior, dispensando, assim, a manifestação do colegiado.
Assim, diante da pacificidade da matéria em exame, analiso
desde já as razões do recurso, valendo-me da faculdade da
norma inscrita no referido dispositivo. PODER
JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Agravo de
Instrumento n° 1495459-9 ESTADO
DO PARANÁ Sustenta o agravante que, ao contrário do
que decidiu o juízo monocrático,
a inversão do ônus da prova no caso é medida que se
impõe, em razão de sua hipossuficiência em relação à
instituição financeira agravada. Aduz
pela inversão do ônus financeiro da produção
da prova, sob o fundamento de que este decorre da
aplicação do art. 6°. ínc. XVIII. do referido Código.
Pois bem. No que tange ao pleito para aplicação
da inversão do ônus probatório. verifica-se que,
restando evidenciada a hipossuficiência técnica do
consumidor, que, apesar de ser pessoa jurídica, é
consideravelmente menor do que a agravada,
instituição financeira de grande porte, impõe-se
a inversão do ônus probatório em seu favor, nos
termos do art. 6°. inc. VIII. do CDC. Neste mérito,
cumpre esclarecer que embora o instituto
da inversão do ônus da prova tenha sido adotado pelo
CDC para beneficiar o consumidor e facilitar sua defesa,
este não tem o efeito de obrigar a parte contrária a arcar
com as despesas da prova requerida pelo consumidor
(mov. 79.1). E entendimento consolidado do Superior
Tribunal de Justiça que a inversão do ônus da prova não se
confunde com a inversão do pagamento da produção
da prova pericial. Veja-se: AGRAVO REGIMENTAL NO
AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA.HON
ORÁRIOS PERICIAIS. ATRIBUIÇÃO DO ÔNUS DE
PAGAMENTO Á PARTE CONTRÁRIA.
IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. AGRAVO
NÃO PROVIDO. 1. A jurisprudência do STJ orienta-se
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o
E2

no sentido de que inversão do ônus probatório não O


o 00
acarreta a obrigação de suportar as despesas com a perícia, ão R
X-
implicando, tão somente, que a parte requerida arque com
<D
as consequências jurídicas decorrentes da não produção CD 3
da prova. Precedentes. 2. Agravo regimental não provido. O IÉ
O —
Cd CD
(....). INVERSÃO DO ÔNUS DAPROVA. O) ÇD
M"
T—
CO
POSSIBILIDADE, EM FACE DA CL
>-
HIPOSSUFICIÊNCIA TÉCNICA DA AGRAVADA, 04

EM RAZÃO DE OS DADOS ATINENTES À


CONTRATAÇÃO VERSADA NOS AUTOS SE O
O
04
ENCONTRAREM EM PODER 04

DO BANCO AGRAVANTE. ÔNUS FINANCEIRO Ò


O
04
DA PROVA PERICIAL DA PARTE AGRAVANTE,
VISTO QUE FOI QUEM REQUEREU A PRODUÇÃO
DA PROVA. ARTIGO 33 DO CÓDIGO DE
E -q
PROCESSO CIVIL. INSURGÊNCIA CONTRA O
VALOR DOS HONORÁRIOS PERICIAIS
HOMOLOGADO PELO JUIZ A QUO. PODER
JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Agravo de
Instrumento n° 1495459-9 ESTADO
DO PARANÁ ALEGAÇÕES RECURSAIS E
DOCUMENTOS QUE FORMAM ESTE
INSTRUMENTO QUE NÃO DEMONSTRAM,
EFETIVAMENTE, QUE SE TRATA DE VALOR
EXARCERBADO OU TRIBUNAL DEJUSTIÇAAgravo
de Instrumento n° 1.382.452-3ESTADO
DO PARANÁ FORA DOS PADRÕES PARA CASOS
ANÁLOGOS. RECURSO A QUE SE NEGA
PROVIMENTO. (TJPR - 16a C.CÍvel - AI - 1382452-3 -
Cascavel - Rei.: Magnus Venicius Rox - Unânime - - J.
30.09.2015. Sem grifo no original) Diante do exposto,
conclui-se que a inversão do ônus da prova não acarreta,
automaticamente, a inversão do ônus financeiro de seu
custeio, incumbindo à parte interessada o seu pagamento.
Destarte, a decisão agravada merece ser parcialmente
reformada, para que se propicie tão somente a
inversão do ônus da prova ao presente caso, de acordo
com a fundamentação supra. DECISÃO 3. Pelo exposto,
nos termos do artigo 557, parágrafo 1°-A do Código de
Processo Civil de 1973, dou parcial provimento ao
presente recurso, reconhecendo a aplicabilidade do
Código de Defesa do Consumidor ao caso e
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a inversão do ônus da prova. Curitiba, 26 de agosto de

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2015. VANIA MARIA DA SILVA KRAMER Juíza de
Direito Substituta em 2o Grau.

Portanto, haja vista, a relação de consumo presente, a


verossimilhança das alegações da Requerente e da vulnerabilidade do mesmo, esta faz jus,
nos termos do art. 6o, VIII, da lei 8.078/90, a inversão do ônus da prova ao seu favor,
refutando-se, portanto, a tese suscitada pela Requerida de modo a prevalecer, por medida
de justiça, a aplicação da inversão do ônus da prova.

D o N e x o Causai - Com provação dos D anos

A Requerida imputa a responsabilidade ao Autor, da qual requer


um enriquecimento sem causa. Dispõem que não houve a caracterização dos requisitos:
Conduta do agente, Dano e Nexo Causai.

Ademais, manifesta no sentido de não haver provas nos autos


suficiente para demonstrar que o equipamento de fato fora queimado em razão das fortes
chuvas, com o advento de um raio.

Excelência a Autora despendeu de todos os meios de provas


cabíveis a mesma, para provar os danos causados, a mesma dirigiu-se no dia posterior as
fortes chuvas, juntamente com raios, até a Requerida demonstrando o dano causado a sua
geladeira, assim como socorreu-se ao órgão administrativo Procon, a fim de demonstrar a
situação e reaver o que lhe é por direito. Ocorre que a Autora é pessoa simples, da qual
não possui condições técnicas para demonstrar que de fato fora aquele raio imediato que
causou tal prejuízo.

Sendo assim, deve a Ré desincumbir do ônus de provar que não


fora causador dos prejuízos causados.

Visto que a Concessionária deve responder objetivamente pelos


danos que vier a causar, conforme prescreve o art. 37, § 6o, da Constituição Federal,
ademais, a relação estabelecida entre as partes é de consumo, sendo aplicáveis as regras
contidas no Código de Defesa do Consumidor, em especial o artigo 22 do CDC.

No entanto a mesma não trouxe sequer uma prova para


demonstrar que não fora a causadora, devendo responder objetivamente pelos danos
causados.

O enunciado das Turmas Recursais é claro:


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Enunciado n° 6.1: Interrupção de corrente elétrica: a

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interrupção de corrente de energia elétrica caracteriza
falha na prestação do serviço e do dever de indenizar por
eventuais danos (morais e materiais) causados ao
consumidor, visto que se trata de responsabilidade
objetiva.

Assim, por se tratar de concessionária de serviço público, não é


necessário que esta pratique conduta ilícita, sendo suficiente para configurar o dever de
indenizar a prova do dano e o nexo de causalidade entre este e a conduta da concessionária
(omissiva/comissiva).

Acrescenta-se quanto ao tema:

RECURSO INOMINADO - COPEL - AÇÃO DE


REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS -
RESPONSABILIDADE CIVIL - OSCILAÇÃO NO
FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA - QUEIMA
DE EQUIPAMENTO ELÉTRICO - SENTENÇA
SINGULAR DE PROVIMENTO DO PEDIDO INICIAL -
INSURGÊNCIA RECURSAL PELA RECLAMADA -
APLICAÇÃO DO CDC - RESPONSABILIDADE
OBJETIVA DA CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO
PÚBLICO - INTELIGÊNCIA DO ART. 14 DO CDC -
FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO - DEVER DA
COPEL EM INDENIZAR O DANO SUPORTADO
PELO CONSUMIDOR - TEORIA DO RISCO
ADMINISTRATIVO - PREJUÍZO DEVIDAMENTE
COMPROVADO NOS AUTOS - DANOS E NEXO DE
CAUSALIDADE DEMONSTRADOS - DANO MORAL
CONFIGURADO - SENTENÇA MANTIDA POR SEUS
PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. (TJPR - Ia Turma Recursal -
0000055- 03.2012.8.16.0068/0 - Chopinzinho - Rei: ANA
PAULA KALED ACCIOLY RODRIGUES DA COSTA - - J.
20.05.2014)

RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO


POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. INTERRUPÇÃO
NO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA.
QUEIMA DE EQUIPAMENTO ELÉTRICO.
ILEGITIMIDADE ATIVA. UNIDADE CONSUMIDORA
EM NOME DE TERCEIRO. CONSUMIDOR QUE ARCA
COM O PAGAMENTO DAS FATURAS. PRELIMINAR
AFASTADA. APLICAÇÃO DO CDC. AUSÊNCIA DE
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EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE. DEVER DA

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COPEL EM INDENIZAR O DANO SUPORTADO
PELO CONSUMIDOR. PREJUÍZO DEVIDAMENTE
COMPROVADO NOS AUTOS. APLICAÇÃO DO
ENUNCIADO 6.1 DAS TRS/PR. PEDIDO DE
MAJORAÇÃO DO DANO MORAL PELA RECLAMANTE.
PROCEDÊNCIA. RECURSO DA REQUERENTE
CONHECIDO E PROVIDO. RECURSO DA REQUERIDA
CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJPR - Ia Turma Recursal
- 0015414- 58.2012.8.16.0014/0 - Londrina - ReL: LEO
HENRIQUE FURTADO ARAÚJO - - J. 22.03.2013)

Por fim, cabe juntar anexo reportagens que comprovam todo os


transtornos causados no referido dia, queda de arvores, queda de energia, raios, enxurradas
etc.

Frente a tudo que fora exposto resta evidenciado a relação de


consumo entre as partes, assim como o nexo causai, e por fim o dever de indenizar, no
tocante ao Dano Material suportado e o Dano Moral da qual não fora objeto de
impugnação pela Ré.

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, verifica-se que os argumentos trazidos na peça


contestatória revelam-se insuficientes e ineficazes para rechaçar os pedidos formulados
pela Requerente, pelo que se ratifica, em sua inteireza, o teor da pretensão trazida no
petitório inaugural e na presente peça, para o fim de que sejam julgados TOTALMENTE
PROCEDENTES os pedidos da Autora, nos exatos termos da inicial.

Termos em que,

Pede Deferimento

Sarandi-PR, 06 de março de 2019

R E N A T A M ARIA C A N O D E OLIVEIRA

Advogada - OAB/PR n° 75.409

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