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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ

CURSO DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

ISMAEL JOSÉ BASSO

TÓPICOS ESPECIAIS EM SEGURANÇA DO TRABALHO


(NPG 2121)

SÃO JOSÉ
2018
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ISMAEL JOSÉ BASSO

FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ

Trabalho acadêmico da Disciplina EAD de


Tópicos Especiais em Segurança do Trabalho
da Faculdade Estácio de Sá, como exigência
parcial à obtenção do título de pós-graduação
em Engenharia de Segurança do Trabalho.

Orientador: M.Sc Márcio Jorge Gomes Vicente

SÃO JOSÉ
2018
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RESUMO

Este trabalho acadêmico destina-se a responder o questionário proposto da


disciplina de Tópicos Especiais em Segurança do Trabalho (NPG 2121).
A atividade envolve a leitura, estudo e interpretação das NR4 e NR5 do Ministério do
Trabalho Brasileiro e de texto proposto pelo professor da disciplina.

Palavras-chave: sesmt, cipa, sipat, cnae, mte.


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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................5
2. QUESTIONÁRIO PROPOSTO – 1ª ETAPA................................................................7
3. QUESTIONÁRIO PROPOSTO – 2ª ETAPA................................................................9
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................12
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1. INTRODUÇÃO

Pós-Graduação em EAD - Tópicos Especiais em Segurança do Trabalho


Prof. Márcio Vicente

QUESTIONÁRIO PROPOSTO – 1ª ETAPA

Uma empresa do ramo de fabricação de calçados de couro possui um efetivo de 864


trabalhadores em sua planta, sendo 248 prestadores de serviços de conservação e
limpeza e de segurança patrimonial, e o restante, funcionários com registros próprios
na empresa. Pede-se:
a) Qual o CNAE desta empresa?
b) Qual o seu Grau de Risco?
c) Dimensione seu SESMT (se houver).
d) Qual o Grupo da NR 5 que ela pertence?
e) Monte sua CIPA.
f) Sugira um tema para a SIPAT desta empresa.

QUESTIONÁRIO PROPOSTO – 2ª ETAPA

Faça uma análise do texto abaixo, com aproximadamente 300 (trezentas) palavras
avaliando o quadro apresentado e externando sua opinião como Engenheiro de
Segurança do Trabalho.
Petrobras faz vista grossa para acidentes com trabalhadores terceirizados.
MACAÉ/ RJ – A indústria da terceirização de mão de obra no segmento de petróleo
e gás, que cresce e aparece com as bênçãos da Petrobras, tem deixado vítimas
pelo caminho. São os próprios trabalhadores que, por falta de qualificação e
acidentes de trabalho, são descartados do sistema, em muitos casos, sem garantia
dos direitos e perspectiva de um novo emprego. Em relatos reservados e denúncias
enviadas ao Sindicato dos Petroleiros e ao Ministério Público do Trabalho,
trabalhadores detalham como a maior estatal brasileira faz vista grossa para as
condições de trabalho dos terceirizados, contrariando acordo fechado com o MPT.
Pelo acordo, a estatal deve comunicar qualquer acidente em suas instalações. Se o
acidente ocorrer com um trabalhador terceirizado, o comunicado deve ser feito ao
Sindicato dos Petroleiros, mas o que acontece no dia a dia é a ocultação desses
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acidentes, que são descobertos muito tempo depois de ocorridos, por meio de
denúncia do próprio acidentado ao sindicato ou à Justiça.
Domingo passado, um trabalhador terceirizado que estava na P-38, uma das
plataformas da Bacia de Campos, escorregou, bateu com o joelho e fraturou a
rótula. Ele foi mantido por três dias embarcado e, só depois, levado a Macaé para
atendimento. A permanência na plataforma seria uma tentativa de a empresa de não
caracterizar a queda como acidente de trabalho, segundo relato de outros
trabalhadores, que não querem se identificar.
Um placar colocado nas plataformas para contabilizar o número de acidentes de
trabalho, em vez de reforçar as boas práticas na segurança do trabalho, acaba tendo
efeito inverso. As chefias fazem de tudo para não registrar os acidentes e não
prejudicar o placar. A Petrobras nega a existência de um bônus vinculado aos
acidentes de trabalho, mas informações repassadas ao MPT indicam que o número
de acidentes interfere na avaliação das chefias.
Hélio dos Santos, baiano de 44 anos, é o retrato da discriminação que sofrem esses
trabalhadores terceirizados que se acidentam nas dependências da Petrobras. Em
2007, Hélio foi contratado pela empresa Connect Service como Soldador Alpinista
(trabalha pendurado por cabos). Essa empresa presta serviços para outra
contratada pela Petrobras, no caso, uma quarteirização de serviços.
Em novembro daquele ano, Hélio trabalhava num tanque de um navio na P-35;
passou mal por conta da falta de ventilação no tanque, caiu e ficou desacordado,
mas, ainda assim, foi mantido por mais quatro dias embarcado.
O Gerente da Plataforma informou ao Médico da minha empresa em terra que eu
estava bem para não comunicar o acidente.
A comunicação só foi feita mais tarde, quando Hélio procurou o sindicato. Ele ficou
com sequelas, dores fortes no braço direito e perdeu movimento pleno de um dedo.
Nessas condições, não quis mais embarcar. Foi ameaçado de demissão por justa
causa e entrou na Justiça para reclamar seus direitos. Foi demitido e não conseguiu
mais trabalho em outras terceirizadas, a não ser por um período na empresa de um
conhecido. Hoje está desempregado e sem perspectivas.
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2. QUESTIONÁRIO PROPOSTO – 1ª ETAPA

a) Qual o CNAE desta empresa?


CNAE é a Classificação Nacional de Atividades Econômicas para empresas.
De acordo com o quadro I da NR4 (Portaria MTPS n.º 510, de 29 de abril de
2016) a CNAE correspondente a atividade de fabricação de calçados de
couro é a de número 15.31-9.

b) Qual o seu Grau de Risco?


O grau de risco para atividade de fabricação de calçados de couro é
classificado como de número 3 (três) de acordo com a tabela I da NR4.

c) Dimensione seu SESMT (se houver).


Quando a empresa contratante necessita de SESMT, mas as contratadas
não, o SESMT da contratante deverá prestar assistência às contratadas.
Entretanto, não há determinação para que os empregados das contratadas
sejam considerados na base de cálculo dos empregados da empresa
contratante para fins de dimensionamento do SESMT (vide item 4.5 da NR4 e
seus subitens).
Nesta atividade por desconhecer detalhes sobre as empresas terceirizadas
irei considerar que as mesmas já possuem SESMT próprio. Do quadro II da
NR4, considerando um efetivo de 616 trabalhadores (501-1000) e o grau de
risco 3 (três) da atividade podemos definir o SESMT com os seguintes
profissionais:
 03 (três) Técnicos de Segurança do Trabalho.
 01* (um) Engenheiro de Segurança do Trabalho.
 01* (um) Médico do Trabalho.
* Tempo parcial (mínimo de 03 horas).

d) Qual o Grupo da NR 5 que ela pertence?


De acordo com o quadro III da NR5 (Portaria SIT n.º 247, de 12 de julho de
2011) o grupo da CIPA para CNAE 15.31-9 é o agrupamento C-5.
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e) Monte sua CIPA.


Do quadro I da NR5, considerando um efetivo de 616 trabalhadores (501-
1000) e o agrupamento C-5 podemos montar a CIPA com os seguintes
membros eleitos:
 Pelos empregados: 06 membros efetivos e 05 membros suplentes.
 Pelo empregador: 06 membros efetivos e 05 membros suplentes.
Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em
escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical,
exclusivamente os empregados interessados.
Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles
designados.

f) Sugira um tema para a SIPAT desta empresa.


A sigla SIPAT refere-se a Semana Interna de Prevenção de Acidentes que de
acordo com a NR5 deve ser promovida anualmente por empresas com
SESMT. Essa semana é promovida e organizada pela empresa e pelos
membros do SESMT e da CIPA para abordar assuntos voltados a prevenção
de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
Como tema central minha sugestão seria “Todos de Mãos Dadas”. A intenção
é instigar os trabalhadores à reflexão sobre os cuidados com as mãos, um
órgão complexo com capacidade de realizar inúmeras atividades além de
sentir, expressar sentimentos e tocar. É também, um dos membros mais
predestinados a acidentes de trabalho.
Ainda como temas paralelos e complementares da SIPAT, gostaria de
abordar os seguintes assuntos:
 Prevenção e combate a incêndio.
 Percepção de riscos. Uso adequado de EPI`s e EPC`s.
 DST / AIDS.
 Sustentabilidade e Meio ambiente.
 Criando hábitos prevencionistas e tornando-se um exemplo.
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3. QUESTIONÁRIO PROPOSTO – 2ª ETAPA

Após a leitura, é possível concluir que o autor do texto buscou expor o drama vivido
por trabalhadores de empresas terceirizadas que sofreram acidentes de trabalho
quando prestavam serviços para Petrobras e não receberam o devido amparo a que
teriam direito se fossem funcionários diretos.
Pretende o texto mostrar ao leitor que há um interesse oculto em mascarar os dados
relativos aos acidentes de trabalho ocorridos com terceiros. Por vezes esta prática
tem trazido riscos à saúde dos trabalhadores que não recebem o devido tratamento
de imediato ou no processo de recuperação. O não registro de CAT não é
exclusividade da Petrobras, sendo comum em diversas empresas de nosso território.
Em março de 2017 o presidente Michel Temer sancionou a Lei 13.429 que
estabeleceu novas regras para terceirização no país. Depois que a lei passou a
valer, qualquer atividade pode ser terceirizada, sobretudo dentro do processo que
engloba serviços que resultam na concepção do serviço ao qual a empresa se
propõe a prestar. Os direitos dos trabalhadores de segurança, higiene e salubridade
permaneceram garantidos, ressaltando que a empresa contratante deve garantir aos
funcionários terceirizados o mesmo nível de informação necessário ao exercício
seguro de suas atividades.
Na ótica do Engenheiro de Segurança do Trabalho, é fundamental observar o texto
do item 4.5 da NR4 (Brasil, 2016):
“A empresa que contratar outra(s) para prestar serviços em estabelecimentos
enquadrados no Quadro II anexo deverá estender a assistência de seus Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho aos
empregados da(s) contratada(s), sempre que o número de empregados desta(s),
exercendo atividade naqueles estabelecimentos não alcançar os limites previstos
no Quadro II, devendo, ainda, a contratada cumprir o disposto no subitem 4.2.5.”
Fica clara a responsabilidade da contratante sobre seus terceiros, participando de
forma solidária como instituído no item IV da súmula 331 (Brasil, 2011) do Tribunal
Superior do Trabalho:
“O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador,
implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto
àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e
conste também do título executivo judicial. ”
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Por fim, como apresentado no texto, é correto o encaminhamento dado pelos


sindicatos para que os trabalhadores busquem seus direitos. Em casos de ações
trabalhistas, caberá à empresa terceirizada (que contratou o trabalhador) pagar os
direitos questionados na justiça, se houver condenação. Quando a terceirizada for
condenada a pagar uma causa trabalhista e não dispuser de bens e recursos, a
contratante (neste caso a Petrobras), será acionada para arcar com este pagamento
podendo inclusive ter seus bens penhorados pela justiça
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Engenheiro de Segurança do Trabalho tem papel fundamental nas políticas de


prevenção de acidentes de trabalho dentro das empresas. Este profissional deve
trabalhar com observação, planejamento e controle dos riscos que os trabalhadores
podem estar expostos.
No desenvolvimento de seu trabalho o engenheiro de segurança deve estar sempre
atento ao disposto nas normas regulamentadoras, implantando e fazendo cumprir
suas diretrizes.
Deve operar em harmonia com os demais membros do SESMT, com os membros
da CIPA e com os Gestores das empresas para alcançar o desejável índice zero de
acidentes de trabalho, cumprindo assim com seu objetivo de preservar a integridade
e saúde dos trabalhares.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NR 4 - SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA

E EM MEDICINA DO TRABALHO. Portaria MTPS n.º 510, de 29 de abril de 2016.


30p.

NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES. Portaria SIT n.º


247, de 12 de julho de 2011. 24p.

INSTITUIÇÃO CMQV - SESMT - TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADES E DE


TRABALHO TEMPORÁRIO. Disponível em:
<http://www.cmqv.org/website/artigo.asp?cod=1461&idi=1&moe=212&id=15488>.
Acesso em: 23 jan. 2018.

DE ARAÚJO, GIOVANI MORAES. Normas Regulamentadoras Comentadas,


Legislação de Segurança e Saúde no Trabalho. Vol. 1, 10ª edição. Rio de Janeiro:
GVC Editora e Livraria Virtual, 2013.

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