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Senhor Diretor:
I. Atraído pela excelência do debate suscitado por dúvida de um
leitor de Migalhas — a forma correta qual seria: “Subsume ou Subsome?”
—, cuja resposta saiu à luz em 2.2.2017, na página virtual
Gramaticalhas, sob os auspícios de José Maria da Costa, insigne jurista e
mestre em linguagem, peço vênia para, terceiro de boa-fé e
interessado, aduzir breves razões acerca do ponto controverso.
Faço-o também num como preito de gratidão e homenagem
àquele benemérito cultor e paladino das boas letras, com quem
contraímos (os que lidamos na esfera judicial) dívida insolúvel, bem
que imprescritível.
A substância da questão que pareceu inquietar o espírito do
aplicado consulente era se, de par com subsume, tinha foros de cidade
na língua portuguesa o emprego de “subsome”, como forma verbal de
subsumir, na terceira pessoa do singular do presente do indicativo.
A lição do abalizado Professor — que se ocupara já do tema em
sua prestantíssima obra Manual de Redação Profissional (3a. ed., p. 1151;
Millennium Editora) — desatou pontualmente a dúvida. Advertiu,
contudo, que, no tocante à conjugação do verbo subsumir, não se
encontravam “grandes subsídios”.
Não há que dizer contra a exação deste asserto: com efeito, salvo
engano (de que me dou pressa a pedir escusas), nenhum gramático,
lexicógrafo ou filólogo de inconcussa nomeada ainda tratara “ex
professo”, entre nós, a flexão do aludido verbo.
A tese, que pretende justificar a forma “subsome” por semelhança
com o verbo sumir (que faz some na 3a. pessoa do singular do presente
do indicativo), carece, ao parecer, de bom fundamento nos padrões da
vernaculidade.
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Carlos Biasotti
Desembargador aposentado do TJSP e ex-presidente da Acrimesp