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PROJETOS ELETRICOS

JOINVILLE/SC
2020
SUMÁRIO

1. DEFINIÇÃO
2. NORMAS APLICADAS
3. GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
3.1. GERAÇÃO DE ENERGIA
3.2. TRANSMISSÃO DE ENERGIA
3.3. DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA
3.4. TIPOS DE FORNECIMENTO DE ENERGIA
3.5. INFORMAÇÕES GERAIS DE SEGURANÇA
4. CONCEITOS BÁSICOS
4.1. CORRENTE ELÉTRICA, TENSÃO ELÉTRICA, RESISTENCIA
4.2. POTÊNCIA ELÉTRICA, FATOR DE POTÊNCIA
5. PLANTA BAIXA E SIMBOLOGIAS
6. PROTEÇÕES DE CIRCUITOS ELÉTRICOS
7. SISTEMA DE ATERRAMENTO
8. FIOS E CABOS ELÉTRICOS
9. LIGAÇÕES ELÉTRICAS
10. ETAPAS DE UM PROJETO DE INSATALAÇÕES ELÉTRICAS
11. DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES
12. DIMENSIONAMENTO DAS PROTEÇÕES
13. ILUMINAÇÃO
14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. DEFINIÇÃO

Um Projeto Elétrico é a previsão escrita da instalação, com todos os seus detalhes,


localização dos pontos de utilização da energia elétrica, comandos, trajeto dos
condutores, divisão em circuitos, seção dos condutores, dispositivos de manobra, carga
de cada circuito, carga total entre outros.

2. NORMAS APLICADAS
1.1 NR-10 – Segurança em Instalações e Serviços de Eletricidade
1.2 NBR- 5410:2004 – Instalações Elétricas de Baixa tensão – procedimento
1.3 NBR-5413:1992 – Iluminação de interiores – procedimento
1.4 NBR-5444 – Símbolos gráficos para instalações prediais

3. GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

3.1 GERAÇÃO:

A etapa de geração é a responsável pela produção de energia elétrica a partir de


outro tipo de energia. A energia elétrica produzida possui um nível de tensão V definido
pelas características físicas e elétricas do gerador, cuja capacidade de fornecimento de
corrente I é limitada pela sua potência P, pois P=V.I A partir da rotação do eixo do
gerador (rotor) é gerado a energia elétrica. A rotação do rotor é obtida de diversas
formas caracterizando assim o tipo de usina. Alguns exemplos de usinas: hidrelétrica,
termelétrica, nuclear, eólica, geotérmica etc.
3.2 LINHAS DE TRANSMISSÃO:

A linha de transmissão tem a função de transportar a energia elétrica em alta


tensão (AT- 69 kV, 138 kV e 230 kV) ou extra alta tensão (EAT – 500 kV e 765 kV) da usina
geradora até os centros de consumo. As linhas de transmissão cobrem distâncias que
chegam a centenas de quilômetros.

3.3 DISTRIBUIÇÃO:

As linhas de transmissão são direcionadas as subestações abaixadoras que ficam


próximas ao centro de distribuição. Nestas subestações a tensão elétrica é reduzida por
transformadores para valores determinados como de média tensão (MT - tensão com
valores entre 1 kV a 72,5 kV) a saída de uma subestação abaixadora é denominada
distribuição primária (DP) que são iguais ou superiores a 2,3 kV. Os valores mais comuns
de tensão primária são: 6,9 kV, 13,8 kV, 24 kV, 34,5kV.

Subestação de
distribuição primária.
A tensão de distribuição primária é transportada em curtas distâncias até os
transformadores localizados nos postes nas ruas. Neste ponto a tensão primária (DP) é
transformada para valores de tensão denominados de distribuição secundária (DS), são
abaixados para tensão inferior a 2,3 kV.
A distribuição secundária é a que chega aos pontos de consumo residenciais,
comerciais e industriais. Valores de tensão de distribuição secundária: 115/230 V,
120/240 V, 127/220 V e 220/380 V.

Tensão primária

Tensão secundária

3.4 TIPOS DE FORNECIMENTO DE ENERGIA


A distribuição de energia no estado de Santa Catarina é responsabilidade da
Celesc. Na tabela abaixo podemos ver os principais tipos de fornecimento de energia
elétrica de acordo com a potência requerida.

Em relação ao fornecimento de energia elétrica para residências,


estabelecimentos comerciais e industriais alimentados com tensão secundária
(220/380 V) e potência ativa total de 75 kW são divididos em três tipos: monofásico,
bifásico e trifásico. Nos casos em que a potência total ultrapassa os 75 kW o
fornecimento é feito em tensão primária.
Quadro de medição

3.5 INFORMAÇÕES GERAIS DE SEGURANÇA


4 CONCEITOS BÁSICOS
4.1 Corrente elétrica, tensão elétrica e resistência

Considere o pequeno circuito representado acima. Ele pode representar, de


maneira simplificada, a instalação elétrica de uma residência, por exemplo. O circuito
está ligado à uma rede de 220 Vac, e uma lâmpada (R) é utilizada como carga. No circuito
a rede fornece a força necessária para que os elétrons contidos na lâmpada e nos fios
se movimentem. A esse movimento ordenado de elétrons chamamos de corrente
elétrica (I). A força responsável por essa movimentação chamamos de tensão (U ou V).
a lâmpada possui uma resistência (R) contrária ao movimento dos elétrons. Quando a
corrente “I” passa pela lâmpada “R”, temos a tensão “U” como resultado do produto
delas. Temos então:

U= RxI U medido em volts (Vac)


I medido em ampères (A)
R medido em ohms (Ω)

4.2 POTÊNCIA ELÉTRICA, FATOR DE POTÊNCIA


Partindo do exemplo do circuito acima vamos simplificar como podemos definir
a potência elétrica. Quando ligamos a lâmpada à rede elétrica, ela se acende,
transformando assim a corrente que passa pelo filamento da lâmpada em luz e calor.
Considerando que a resistência (R) da lâmpada é constante, podemos dizer que a
intensidade do seu brilho e do seu calor aumenta ou diminui conforme aumentamos
ou diminuímos a corrente (I) ou a tensão (U).

Aplicação:
R= 5Ω
U= 110 V
Temos:
I=U/R logo 110/5 = 22 A
Se aplicarmos o mesmo exemplo usando U= 220 V
Temos:
I=220/5 = 44 A

Se a tensão sobre a lâmpada aumenta a corrente aumenta proporcionalmente.


A intensidade de luz e de calor é resultado da transformação da potência elétrica em
potência luminosa e em potência térmica. A potência elétrica (P) é diretamente
proporcional à tensão (U) e à corrente (I):

P=RxI

Como a tensão na lâmpada pode ser escrita como U=RxI, a potência absorvida
por ela também pode ser escrita da seguinte maneira:
P=RxIxI P=RxI
Por ser um produto da tensão e da
corrente, sua unidade de medida é o volt-
ampère (VA). Essa potência é denominada
potência aparente. Ela é composta de duas
parcelas: Potência Ativa e Potência reativa.
Potência Ativa – Essa é a parcela da potência
aparente efetivamente transformada em
potência mecânica, potência térmica e
potência luminosa. Sua unidade de medida é o
watt (W). essa é a potência útil.
Potência reativa – essa é a parcela da potência aparente transformada em campo
magnético. É a parte necessária ao acionamento de equipamentos como motores,
transformadores e reatores. Tem como unidade de medida o volt-ampère reativo
(VAR).
Nos projetos de instalações elétricas residenciais, os cálculos efetuados são baseados
na potência aparente e na potência ativa.
Portanto, é importante conhecer a relação entre elas para se entender o que é
o fator de potência.
FATOR DE POTÊNCIA – Como visto anteriormente, a potência ativa representa a
parcela da potência aparente que é transformada em potência mecânica, térmica e
luminosa. Essa parcela chama-se fator de potência.
5. PLANTA BAIXA E SIMBOLOGIA

PLANTA BAIXA

SIMBOLOGIA

Os símbolos da norma técnica NBR- 5444 são determinados por figuras


geométricas simples. Traço, círculo, triângulo equilátero e quadrado conseguem
identificar toda a simbologia usada.

Traço- representa o eletroduto. A dimensão normalizada é dada em milímetros.

Abaixo tabela de equivalência:


Círculo – Opera 3 funções na representação. Representa ponto de luz,
interruptor e indica dispositivos embutidos no teto. Lembrando que o círculo usado para
ponto de luz é maior que o usado para representar o interruptor.

Triângulo equilátero – Representa as tomadas em geral. As variações gráficas


especificam a utilização da tomada (tomadas de energia e de telefone) e o tipo de
instalação (tomadas baixa, média e alta).

Quadrado – Representa os elementos e dispositivos no piso ou equipamentos


com funções especificas como motores. Se um dispositivo for envolvido por um
quadrado como no caso de uma tomada, significa que ela é embutida no piso.
6. PROTEÇÕES DE CIRCUITOS ELÉTRICOS
Com a finalidade de proteger instalações contra acidentes decorrentes de falhas
elétricas usamos proteções nos circuitos que desligam o circuito assim que uma falha
for detectada.
Veremos a seguir três dispositivos de proteção: disjuntor, o dispositivo DR
(diferencial residual) e o DPS.
Principais falhas encontradas nas instalações:

 Fuga de corrente
 Sobrecarga
 Curto – circuito
 Sobretensão
Disjuntor:
São dispositivos para comando e proteção dos circuitos contra sobrecarga e
curto-circuito nas instalações elétricas.
O disjuntor mais usado é do tipo termomagnético, pois possuem um elemento
térmico (bimetal) contra sobrecarga e um elemento magnético contra curto-circuito.

Quanto aos tipos podem ser monopolar(1 polo), bipolar (2 polos) e tripolar (3
polos)

Seguindo a definição da norma ABNT NBR NM 60898 são comercializados


disjuntores respeitando as curvas de atuação instantânea representadas pelas letras B,
C,D.

A curva de disparo magnético B atua entre 3 e 5 x In (corrente nominal). Usado


para circuitos resistivos (chuveiros, torneiras elétricas, etc.)

A curva de disparo magnético C atua entre 5 e 10 x In (corrente nominal). Usado


para circuitos de iluminação fluorescentes, tomadas e aplicações em geral.

A curva de disparo magnético D atua entre 10 e 20 x In (corrente nominal). Usado


para circuitos com elevada corrente de energização.
Dispositivo DR - diferencial residual:

São dispositivos usados para proteger as pessoas e os animais contra os efeitos


do choque elétrico por contato direto ou indireto (causado por fuga de corrente) e
contra incêndios. O dispositivo DR não protege contra sobrecargas nem curto-circuito,
por esse motivo o uso do disjuntor é indispensável. Os dois devem ser ligados em série
e o DR após o disjuntor.

Incêndio – grande parte dos incêndios das edificações são causados por defeito
elétrico. O defeito elétrico mais comum é causado por deterioração dos isolantes dos
condutores e entre outras como: ruptura do isolante do condutor (envelhecimento,
acidente), cabos mal dimensionados.
Quanto ao tipo podemos ter: de alta e baixa sensibilidade, sendo 30mA para
proteção de pessoas e 300mA contra incêndios. E são encontrados comercialmente
bipolar, e tetrapolar.

Obs.: existem dispositivos denominados como Disjuntor diferencial residual – são


dispositivos constituídos de um disjuntor termomagnético acoplado ao dispositivo
diferencial residual. Concentrando assim as duas funções, proteção contra
sobrecargas e curto-circuito e a proteção ao choque elétrico em um único dispositivo.

O uso obrigatório de dispositivo DR de alta sensibilidade é determinado pela norma


NBR 5410 para os seguintes casos:

 Circuitos que alimentam tomadas de corrente situadas em áreas externas;


 Circuitos de tomadas de corrente situadas em áreas internas que possam a vir
alimentar circuitos externos;
 Iluminação externa (jardim), circuitos alimentados por extensão;
 Circuitos de banheiros ou banheiras.
 Cozinhas, copas-cozinhas, áreas de serviço, garagens e demais dependências
sujeitas a lavação e estarem molhadas.
 Iluminação posicionados a uma altura igual ou superior a 2,5m ficam
dispensados do uso.
Dispositivo DPS:

São dispositivos destinados a proteção de instalações elétricas e de


equipamentos elétricos e eletrônicos contra as ações diretas e indiretas causadas por
descargas atmosféricas. Protegem contra quedas de raios diretamente nas instalações
ou nas proximidades. Em alguns casos as sobretensões são causadas por ligamentos e
desligamentos que ocorrem na rede da concessionária e podem provocar a queima de
aparelhos ligados a rede elétrica.

Conforme a norma ABNT NBR IEC 61643-1 os DPS são normalizados e são
classificados em classe I, II, III.

Classe I - permitem eliminar o efeito direto causados pelas descargas


atmosféricas e são obrigatórios quando a edificação está protegida por um Sistema de
Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA)

Classe II – protegem os equipamentos elétricos contra sobretensões induzidas


ou conduzidas (efeitos indiretos) causados pelas descargas atmosféricas.
Classe III – proteger equipamentos que ficam muito distantes, a mais de 30m do
quadro geral. Oferecem uma proteção fina aos equipamentos.

A norma NBR 5410 estipula que deve ser instalado DPS classe I nas edificações que
possuam para-raios e o DPS classe II deve ser instalado no quadro de distribuição geral.

Nos padrões de entrada normalizados pela Celesc o DPS classe II já vem instalado junto
a caixa do medidor de energia.

7. SISTEMA DE ATERRAMENTO

A norma ABNT NBR 5410, classifica três tipos de aterramento:

TN, TT, IT

Dentro do sistema TN consideramos três variações de acordo com a disposição


do condutor neutro e do condutor de proteção.
São elas: TN-S, TN-C-S e TN-C.
A classificação dos sistemas segue a seguinte ordem:
A primeira letra indica a situação da alimentação em relação à terra:
T= um ponto diretamente aterrado.
I= todos os pontos de fase e neutro são isolados em relação à terra ou um dos pontos
é isolado através de uma carga.
A segunda letra indica a situação das massas da instalação elétrica em relação a terra:
T= massas diretamente aterradas, independentemente do aterramento da
alimentação.
N= massas ligadas no ponto de alimentação aterrado (normalmente o ponto neutro).
Outras letras que aparecem associadas a um sistema de aterramento referem-se à
disposição do condutor neutro e do de proteção.
S= funções de neutro e de proteção, realizadas por condutores distintos
C= funções de neutro e terra combinadas em um único condutor (condutor PEN).
Abaixo são apresentados os esquemas, mais utilizados em sistemas residenciais:
8. FIOS e CABOS ELÉTRICOS
9. LIGAÇÕES ELÉTRICAS

Nesse tópico abordaremos esquemas de ligações elétricas residenciais.

Adotaremos nas ligações as simbologias a seguir:

N – Condutor de neutro

F – Condutor de fase

R – Condutor de retorno

PE – Condutor de proteção
Exemplo de ligação
embutida.
Ligação circuito
independente
Quadro de
distribuição de
cargas.
- No exemplo acima podemos acompanhar a representação da ligação de tomadas e
lâmpadas numa planta baixa.
10. ETAPAS DE UM PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Para um projeto de instalações elétricas residenciais e prediais é necessário seguir


etapas, conforme demonstrada abaixo:

1. Consulta preliminar a concessionária de energia


2. Levantamento de dados do imóvel
3. Previsão cargas de iluminação
4. Previsão de cargas de tomadas – TUG (tomadas de uso geral) e TUE
(tomadas de uso específico)
5. Quadro de cargas e potência instalada
6. Definição da modalidade e limite de fornecimento
7. Cálculo da demanda máxima e dimensionamento do ramal de
entrada
8. Localização do quadro de distribuição
9. Divisão da instalação em circuitos
10. Dimensionamento dos condutores
11. Dimensionamento dos dispositivos de proteção
12. Dimensionamento dos eletrodutos
13. Dimensionamento do sistema de aterramento
14. Dimensionamento do sistema de proteção contra descargas
atmosféricas (SPDA)

Outras etapas importantes são:

 Memorial descritivo
 Levantamento de material e custos da instalação
 Taxas de projeto junto ao CREA (ART – anotação de responsabilidade técnica)
 Análise e aprovação do projeto pela concessionária de energia
 Solicitação de ligação de energia

Iniciaremos a partir de agora o desenvolvimento de um projeto elétrico a partir de


uma planta baixa de uma residência modelo:
1º passo: a partir da ABNT NBR 5410 realizaremos o levantamento de carga de
iluminação:

Condições mínimas – 1 ponto de luz no teto comandado por interruptor de parede, nas
áreas externas a quantidade fica a critério do instalador/proprietário, arandelas no
banheiro devem estar distantes, no mínimo, 60cm do limite do box ou da banheira para
evitar ricos de acidentes por choque elétricos.

A carga de iluminação em feita em função da área do cômodo da residência.

Em área igual ou inferior a 6m², prever no mínimo 100VA.

Em área superior a 6m² atribuir 100VA para os primeiros 6m² e acrescentar 60VA para
cada aumento de 4m² inteiros.

Considerando as dimensões da nossa sala na planta modelo temos:

Área da sala = 4mx4m = 16m²

Seguindo o raciocínio teremos então:


Seguindo com levantamento de cargas partiremos para as tomadas:
Seguindo a norma ABNT NBR 5410 segue as condições abaixo:

Após as tomadas é feito o levantamento de carga dos circuitos independentes. Um


circuito independente é aquele que alimenta uma carga específica com corrente
superior a 10 A. (chuveiros, torneiras elétricas)

2ºpasso: levantamento total da residência da planta modelo

Cálculo de áreas e perímetros da residência:


Potência Aparente total (VA) = 900+5500 = 6400

Potência Ativa total(W) = 3500+4400 = 7900

3º passo: Utilizando o fator de potência calcularemos a potência ativa da iluminação e


dos pontos de tomadas. A partir da potência aparente.

Potência dos pontos de tomada = 5500 VA

Fator de potência utilizado = 0,8

Potência ativa tomadas = 5500x0,8= 4400 W

Potência de iluminação = 900 VA

Fator de potência utilizado = 1,00

Potência Ativa iluminação = 900 W

Calcula-se a potência ativa total

Potência ativa total = 4400+900+7900(circuitos independentes) = 13200 W

- Adotaremos o tipo de fornecimento seguindo a tabela da concessionaria.


categoria A4 – 220 Vac – 2 fios – fase e neutro.
4º passo: Divisão dos circuitos da instalação

Conforme a norma ABNT NBR 5410 a divisão dos circuitos terminais deve ser feita da
seguinte maneira:

 Os circuitos de iluminação devem ser separados dos circuitos de tomadas e dos


circuitos independentes.
 Os pontos de tomadas de cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço,
lavanderias e locais semelhantes devem ter circuitos exclusivos.
 Pontos de utilização com corrente superior a 10 A, deve constituir um circuito
independente.

5º passo: Cálculo das correntes

Calcularemos as correntes Ic (corrente calculada) e Ib (corrente de projeto) do circuito


de distribuição e dos circuitos terminais. A partir dessas correntes será dimensionado as
seções dos condutores (bitolas) dos cabos e as proteções.

Quando vários cabos são agrupados em um mesmo eletroduto, há o aquecimento


aumentando o risco de um curto-circuito ou princípio de incêndio. Então é corrigida a
corrente Ic através de um fator de agrupamento(f), que resulta em uma corrente maior
Ib que é utilizada nos dimensionamentos.

6º passo: Cálculo da corrente do circuito de distribuição

Soma das potencias ativas da iluminação e tomadas (3º passo)

900W+4400W=5300W

Essa potência de 5300W seria consumida se todos os circuitos funcionassem ao mesmo


tempo com carga máxima para a qual foram projetados. Na prática isso não ocorre,
então aplicamos um fator de demanda correspondente para determinar a potência
máxima. Ou seja, a máxima potência que realmente será utilizada simultaneamente.
Tabela fator de demanda para iluminação e tomadas.

Logo:

5300W x 0,45 = 2400 W

Iluminação e tomadas.

Tabela fator de demanda para circuitos independentes

Logo:

Chuveiro+ torneira

4400W+3500W = 7900W

7900W x 1,00 = 7900 W

Assim teremos:

2400W + 7900W= 10300W

Potência aparente = potência ativa /fator de potência

Potência aparente = 10300W/0,95=10843VA

Ic distribuição = P/U = 10843VA/220Vac = 49,3 A

7º passo: cálculo de corrente dos circuitos terminais

Seguindo os critérios determinados na ABNT NBR 5410 em relação a planta modelo que
estamos trabalhando devemos ter no mínimo 4 circuitos: um para iluminação, um para
os pontos de tomadas, dois para os circuitos independentes.
Mesmo sendo um projeto pequeno trabalharemos com sete circuitos. Dois circuitos de
iluminação, três circuitos de tomadas em concordância com a recomendação 9.5.3.2 da
norma ABNT NBR 5410, e dois circuitos independentes. A divisão de circuitos favorece
no caso de manutenção. Onde somente o circuito que necessita de manutenção, não
precisando desligar os demais.

Tabela de dimensionamento dos condutores de cada circuito

Tomaremos como exemplo o circuito 1.


Tabela fator de agrupamento
Para os demais circuitos repetiremos

os mesmos passos (exercício em sala de aula)

Ic (circuito 1) = P/U = 640VA/220 = 3 A

Ib (circuito 1) = Ic (circuito 1) /f

Ib (circuito 1) = 3 A/0,65

Ib (circuito 1) = 5 A

O trecho com maior quantidade de circuitos

agrupados por onde passa o circuito 1

é o trecho EC (verificar na planta baixa).


Através da planta
pode-se verificar os
trechos por onde
passam os circuitos.
Com isso é
determinado o fator
de agrupamento.

Tabela que define a


forma de instalação.

No nosso caso
consideramos eletroduto
seção circular embutido
em alvenaria. Método B1
Tabela de capacidade de
condução de corrente.
Após definido o método
de instalação e
conhecendo o número de
condutores carregados. No
nosso caso 2
condutores(fase+neutro),
define-se então a bitola do
cabo correspondente.

- O correto dimensionamento de condutores passa por critérios de correção em função


das condições de instalação. São eles: fator de correção de temperatura( no nosso
estudo consideraremos 30°C, fator=1), fator de correção de agrupamento(f) e queda
de tensão.
Os valores da coluna seção minima que preenchemos no estudo de caso são retirados
dessa tabela.

8º passo: Dimensionamento dos eletrodutos

É recomendado não ocupar mais que 40% da area útil dos eletrodutos. Deve-se seguir
os seguintes critérios: contar o numero de condutores que passarão pelo trecho,
dimensione o eletroduto a partir do condutor com maior seção (bitola) que passa pelo
trecho.

9º passo: Dimensionamento pela queda de tensão unitária


Método da queda de tensão unitária

Vamos trabalhar com um percentual


de queda de tensão máxima = 4%

∆Vu = queda de tensão unitária, em


V/A.km

∆V%(máx.) =limite de queda de


tensão, conforme norma NBR 5410

Vou v = tensão nominal do circuito (V)

Ib = corrente de projeto (A)

L = comprimento do circuito, em (km)


Vamos usar como base o seguinte exemplo: O chuveiro da nossa planta modelo está a
uma distancia de 18metros do quadro de distribuição e desejamos calcular o limite da
queda de tensão. Vamos então dimensionar os fios para este circuito.

Especificação do circuito:

 Eletroduto PVC rígido (não magnético)


 Comprimento 18 m = 0,018 km
 FP = 1 (carga resistiva
 Circuito monofásico (F+N) – 220 Vac
 Cabo de cobre – (Superastic)
 Ib = 29 A
 Seção do condutor pelo critério da capacidade de condução de corrente = 4mm²

∆Vu = 4/100 x 220/29x0,018 = 16,86 V/A.km

Na tabela acima buscamos o valor imediatamente inferior 16,86 V/A.km. o valor obtido
considerando eletroduto não metálico e FP = 0,95 chegamos ao valor de 10,6 V/A.km,
que corresponde a uma seção de 4mm². Manteremos pelo o exemplo a bitola de 4mm².

10º passo: Dimensionamento das proteções

Usaremos como exemplo também o circuito do chuveiro da nossa planta modelo.

Ib = 29 A

Iz (máxima corrente que o fio suporta) = 32 A nota: valor encontrado na tabela.

Logo temos:

A corrente nominal (In) do disjuntor de ser maior ou igual à corrente do circuito a ser
protegido (Ib). Então:

In ≥ Ib --------------- In≥ 29 A

A corrente nominal (In) do disjuntor deve ser igual ou menor que a corrente máxima (Iz)
do fio escolhido.

In ≤ Iz ---------------- In ≤ 32 A Portanto: 29 A ≤ In ≤ 32 A
A corrente nominal do disjuntor deve estar entre 29 A e 32 A.

A corrente nominal do dispositivo DR ( dispositivo residual) deve ser maior ou igual a


corrente nominal do disjuntor. Portanto usaremos um dispositivo DR bipolar com
corrente diferencial residual de 30mA, com corrente nominal igual a 40 A.

Exercicio: calcular a proteção para os demais circuitos da tabela da planta baixa.


13. Iluminação

Principais tipos de lampadas:

 Lampadas incandescentes
 Lampadas fluorescentes
 Lampadas halógeneas
 Lampadas LED
 Lampadas de descarga (HID) – Mista, vapor metálico, vapor de sódio,vapo
mercúrio.

IRC – indice de reprodução de cor

Quanto maior o IRC


melhor será a
qualidade. Por isso
a escolha certa
depende da
necessidade e do
projeto da
iluminação.
Comparativo entre lampadas

Tipos e roscas de lâmpadas


Especificação de cores e temperaturas usuais nas lâmpadas
Referências bibliográficas

Cruz, E. C. A.; ANICETO L. A. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS . 1º ed. SÃO PAULO: ÉRICA, 2017

Guia prático para instalações elétricas residenciais e prediais – Schneider Eletric

Apostila Engehall

Site Sil- fios e cabos elétricos

Site Mundo da Eletrica

Site Sala da Eletrica

Site Steck

Site Eletromar

Norma técnica CELESC

Conteúdos da Internet

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