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UNIVERSIDADE PAULISTA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
CURSO DE DIREITO

TEORIA DO CONHECIMENTO

MANAUS
2009
 

RODRIGO BRITO SARUBBI

TEORIA DO CONHECIMENTO

Trabalho da disciplina Filosofia, ministrada


pelo
pelo prof
profes
esso
sorr Lind
Lindom
omarar Ge
Geanan TuTurm
rmaa
AD2Q34, Sala 4201, do Curso de Direito,
da Universidade Paulista.

MANAUS
2009
 

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..........................................................................................................04
PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO .........................................................................05
1. SENSO COMUM ...................................................................................................05
2. CONHECIMENTO CIENTÍFICO ............................................................................06
3. CONHECIMENTO MÍTICO ...................................................................................10
3.1 COMO O MITO FUNCIONA ................................................................................12
3.2 COMO OPERA O MITO? ....................................................................................13
4. CONHECIMENTO FILOSÓFICO ..........................................................................15
CONCLUSÃO ...........................................................................................................17
REFERÊNCIAS..........................................................................................................18
 

INTRODUÇÃO

O conhecimento é o pensamento que resulta da relação que se estabelece


entre o sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido. A apropriação intelectual do
objeto supõe que haja regularidade nos acontecimentos do mundo; caso contrário, a
consciência cognoscente nunca poderia superar o caos, a desordem.
O conhecimento pode ser o ato de conhecer, enquanto relação que se
esta
estabe
bele
lece
ce entr
entree a cons
conscciê
iênc
ncia
ia que
que conh
conhec
ecee e o mu
mund
ndoo co
conh
nhec
ecid
ido.
o. Ma
Mass o
conhecimento também se refere ao produto, ao resultado do conteúdo desse ato, ou
seja, o saber adquirido e acumulado pelo ser humano. Na verdade, ninguém inicia o
ato de conhecer  a partir do nada, pois esse ato é simultâneo à transmissão pela
educação dos conhecimentos acumulados em uma determinada cultura.
O foco relevante do trabalho cientifico foi buscar elementos teóricos que
viessem justificar a importância da temática a ser aplicada em nosso dia-a-dia. Os
argumentos estão sistematizados na pesquisa, que buscou, empreender uma visão
precisa de como se dá a produção do conhecimento.
 

A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO

Segundo as intervenções de Sócrates, relacionados ao conhecimento faz


mister destacar a seguinte contribuição:

O conhecimento de si próprio é pressuposto para se chegar à verdade. Isto


supõe a superação da crença de que se sabe aquilo que, na realidade, não
se sa
sabe.
be. É prec
precis
isoo ter
ter co
consc
nsciên
iênci
ciaa da própr
própria
ia igno
ignorân
rânciciaa e da própr
própria
ia
fragmentação do conhecimento. A partir desta consciência se estabelece
uma reflexã
reflexãoo e aprendi
aprendizad
zadoo comum
comum atravé
atravéss do diálog
diálogo,o, com
comoo condiç
condição
ão
indisp
indispens
ensáve
ávell do desenv
desenvolvolvim
imento
ento da refl
reflexã
exãoo pes
pessoa
soal.l. O conheci
conhecime
mento
nto
transforma-se numa tarefa inesgotável. (GHEDIN, 2003)

1. SENSO COMUM

Cham
Chamam
amos
os de co
conh
nhec
ecim
imen
ento
to espo
espont
ntân
âneo
eo ou se
sens
nsoo co
comu
mum
m o sa
sabe
ber 

resultante das experiências levadas a efeito pelo homem ao enfrentar os problemas
da existência.
O sens
sensoo comu
comum,
m, enqu
enquan
anto
to co
conh
nhec
ecim
imen
ento
to es
espo
pont
ntân
âneo
eo ou vu
vulg
lgar
ar,, é
ametódico e assistemático e nasce diante da tentativa do homem de resolver os
problemas da ávida diária. O homem do campo sabe plantar e colher segundo
normas que aprendeu com seus pais, usando técnicas herdadas de seu grupo social
e que se transformam lentamente em função dos acontecimentos casuais com os
quais se depara. (ARANHA, 1993)
O volume enorme de saberes herdados e construídos nem sempre são
tematizados, ou seja, não se apresentam de forma sistemática nem têm caráter de
conhecimento refletido. Dependendo da cultura, são encontradas, com maior ou
 

menor intensidades, proposições racionais ao lado de crenças e mitos de toda


espécie. (COTRIM, 2002)
É um tipo de conhecimento empírico, porque se baseia na experiência
cotidiana e comum das pessoas, distinguindo-se por isso da experiência científica,
que exige planejamento rigoroso. É também conhecimento ingênuo: atitude não-
crítica, típica do saber que não se coloca como problema e não se questiona
enquanto saber.
Em co
com
mpar
araação
ção com a ci
ciêência
ncia,, o co
connhec
ecim
imen
ento
to esp
spon
ontâ
tâne
neoo é
fragmentário, pois não estabelece conexões onde estas poderiam ser verificadas. É
ainda um conhecimento particular, restrito a pequena amostra da realidade, a partir 
da qual são feitas generalizações. O homem comum critério de rigor, de forma
ametódica e fortuita. Em outras palavras, conclui para todos os objetos o que vale
para um ou para um grupo de objetos observados.
O senso comum é freqüentemente um conhecimento subjetivo, o que
ocorre, por exemplo, quando avaliamos a temperatura do ambiente com a nossa
pele, já que só o termômetro dá objetividade a essa avaliação. O senso comum
depende de juízos pessoais a respeito das coisas, com envolvimento das emoções e
dos valores de quem observa. (ARANHA, 1992)
O se
sens
nsoo com
comum é um
umaa vi
visã
sãoo de mun
undo
do prec
precár
ária
ia,, dist
distor
orci
cida
da e até
até
perversa. Em decorrência, poderíamos pensar que só superamos a pobreza mental
recorrendo a formas mais sofisticadas do saber, tais como filosofia e a ciência.
No entanto, pensar assim é pressupor que o homem comum deve ser 
tutelado por outros que lhe digam qual a melhor forma de pensar e quais as
melhores ações a serem realizadas, o que é contrário a tudo que se pensa sobre o
valor da autonomia humana. (GHEDIN, 2003)

2.
CONHECIMENTO CIENTÍFICO

Ao se falar em conhecimento científico, o primeiro passo consiste em


diferenciá-lo de outros tipos de conhecimento existentes. Para tal, analisaremos uma
situação histórica que pode servir de exemplo.
 

Desde a antiguidade, até os dias de hoje, um camponês, mesmo iletrado


ou desprovido de outros conhecimentos, sabe o momento exato da semeadura, a
época da colheita, a necessidade da utilização de adubos, o tipo de solo adequado
para as diferentes culturas e etc. Tem também conhecimento de que o cultivo do
mesmo tipo de plantação, todos os anos, no mesmo local, exaure o solo. Já no
período feudal, o sistema de cultivo era em faixas: duas faixas eram cultivadas e
uma terceira ficava "em repouso", alternando-as de ano para ano, nunca cultivando
a mesma planta, dois anos seguidos numa única faixa. O início da Revolução
Agrícola não se prende ao aparecimento, no século XVIII, de melhores arados,
enxadas e outros tipos de maquinaria, mas sim à introdução da cultura do nabo e do
trevo, pois seu plantio evitava o desperdício de se deixar a terra "em repouso": o seu
cultivo "revitalizava" o solo permitindo o uso constante de todas as faixas usadas
anteriormente. Hoje, a agricultura utiliza-se de sementes selecionadas, de adubos
químicos, de defensivos contra as pragas e tenta-se, até, o controle biológico dos
insetos daninhos. (ARANHA, 1992)
Mesclam-se, neste exemplo, dois tipos de conhecimento: o primeiro é o
conhecimento popular ou senso comum, geralmente típico do camponês, transmitido
de geração em geração por meio da educação informal e baseado em imitação e
experi
experiênc
ência
ia pesso
pessoal;
al; portan
portanto,
to, em
empír
pírico
ico e despro
desprovid
vidoo de con
conhec
hecime
imento
nto sob
sobre
re a
composição do solo, das causas do desenvolvimento das plantas, das naturezas das
pragas, do ciclo reprodutivo dos insetos etc.; o segundo, científico, é transmitido por 
intermédio de treinamento apropriado, sendo um conhecimento obtido de modo
racional, conduzido por meio de procedimentos científicos. Visa explicar "por que" e
"como
"como"" os fen
fenôme
ômenos
nos oco
ocorre
rrem,
m, na tentat
tentativa
iva de evi
eviden
dencia
ciarr os fat
fatos
os que es
estão
tão
correlacionados, numa visão mais abrangente do que a relacionada com um simples
fato. (ARANHA, 1993)
O conhecimento popular ou senso comum não difere do conhecimento
científico nem pela veracidade nem pela natureza do objeto conhecido: o que o
diferencia é a forma, o modo ou o método e os instrumentos para se obter o "saber".
Saber que determinada planta necessita de uma certa quantidade de água e que, se
não a receber
receber de forma
forma "natural", deve ser irrigada este pode
pode ser uum
m conhec
conhecimento
imento
verdadeiro e comprovável, mas, nem por isso, científico. ( OP.CIT , 1993)
Para que este conhecimento seja científico, é necessário ir mais além:
conhecer a natureza dos vegetais, sua composição, seu ciclo de desenvolvimento e
 

as particularidades que distinguem uma espécie de outra etc. Sendo assim podemos
afirmar que a ciência não é o único caminho de acesso à verdade estabelecida pela
natureza de nosso universo.
A descontinuidade radical existente entre a Ciência e o conhecimento
popular, em numerosos aspectos (principalmente no que se refere ao método de
obtenção de conhecimento), não nos deve fazer ignorar certa continuidade em
outros
outros aspect
aspectos,
os, pri
princi
ncipalm
palment
entee quando
quando lim
limita
itamos
mos o con
conce
ceito
ito de con
conhe
hecim
ciment
entoo
vulgar ao “bom-senso”. Se excluirmos o conhecimento mítico (raios e trovões como
manifestações de desagrado de Deus pelos comportamentos individuais ou sociais),
verific
verificam
amos
os que tanto
tanto o bom-se
bom-senso
nso qua
quanto
nto a Ciê
Ciênci
nciaa alm
almeja
ejam
m ser  racionais e
objetivos: “são críticos e aspiram à coerência (racionalidade) e procuram adaptar-se
aos fatos em vez de permitir-se especulações sem objetividade”. (COTRIM, 2002)
Ent
ntre
reta
tant
nto,
o, o id
idea
eall de ra
raccio
iona
nalilida
dade
de,, com
omppreen
reendi
diddo com
omoo uma
sistematização coerente de enunciados fundamentados e passíveis de verificação, é
obtido muito mais por intermédio de teorias, que constituem o núcleo da Ciência, do
que pelo conhecimento comum, entendido como acumulação de partes ou ‘peças’
de informação frouxamente vinculadas.
Por sua vez, o ideal de objetividade, isto é, a construção de imagens da
re
real
alid
idad
ade,
e, ve
verd
rdad
adei
eira
rass e impe
impess
ssoa
oais
is,, não
não po
pode
de se
serr alca
alcanç
nçad
adaa se nã
nãoo se
ultrapassarem os estreitos limites da vida cotidiana, assim como da experiência
particular é necessário abandonar o ponto de vista antropocêntrico, para formular 
hipóteses sobre a existência de objetos e fenômenos além da própria percepção de
nossos sentidos, submetê-los à verificação planejada e interpretada com o auxilio
das teorias. Por esse motivo é que o senso comum, ou o “bom-senso”, não pode
conseg
conseguir
uir mais
mais do que um
umaa obj
objeti
etivid
vidade
ade lim
limita
itada,
da, ass
assim
im como
como é lim
limita
itada
da sua
racionalidade, pois está estreitamente vinculado à percepção e à ação. (GHEDIN,
2003)
Pode-se dizer que o conhecimento popular é o modo comum, corrente e
espontâneo de conhecer, que se adquire no trato direto com as coisas e os seres
humanos: “é o saber que prevalece em nossas vidas diárias aquele que é sem
comprovação ou estudo, sem a aplicação de um estudo (método) mais cuidadoso e
sem se haver refletido sobre algo que é afirmado como verdade”. ( OP.CIT , 2003)
O conhecimento científico é real (factual) porque lida com fatos, isto é,
com toda “forma de existência que se manifesta de algum modo”. Constitui um
 

conhecimento contingente, pois suas afirmações ou hipóteses têm a sua veracidade


ou falsidade conhecida através da experimentação e não apenas pela razão, como
ocorre no conhecimento filosófico. É sistemático, já que se trata de um saber 
ordenado logicamente, formando um sistema de idéias (teoria) e não conhecimentos
dispersos e desconexos. Possui a característica da verificabilidade, a tal ponto que
as afirmações (hipóteses) que não podem ser comprovadas não pertencem ao
âmbito da ciência. Constitui-se em conhecimento falível, em virtude de não ser 
definit
definitivo
ivo,, abs
absolu
oluto
to ou final
final e, por est
estee motiv
motivo,
o, é apr
aproxi
oxima
madam
dament
entee exa
exato:
to: nov
novas
as
preposições e o desenvolvimento de técnicas podem reformular o acervo de teoria
existente.
Apesa
Apesarr da sep
separa
aração
ção me
metod
todoló
ológic
gicaa ent
entre
re os tip
tipos
os de co
conhe
nhecim
ciment
entoo
popular filosófico, religioso e científico, no processo de compreensão da realidade do
objeto, o sujeito pode penetrar nas diversas áreas: ao estudar o homem, por 
exemplo, pode-se tirar uma série de conclusões sobre sua atuação na sociedade,
baseada no senso comum ou na experiência cotidiana: pode-se analisá-lo como um
ser biológ
biológico
ico,, verific
verificand
ando,
o, atravé
atravéss de invest
investiga
igação
ção ex
exper
perim
iment
ental,
al, as rel
relaç
ações
ões
existentes entre determinados órgãos e suas funções: pode-se questioná-los quanto
á sua origem e destino, assim como quanto à sua liberdade.
Por sua vez, estas formas de conhecimento podem coexistir na mesma
pessoa: um cientista, voltado, por exemplo, ao estudo da física, pode ser crente
praticante de determinada religião, estar filiado a um sistema filosófico e, em muitos
aspectos de sua vida cotidiana, agir segundo conhecimentos provenientes do senso
comum.
O conhecimento científico é uma reconquista recente da humanidade: tem
apen
apenas
as treze
trezent
ntos
os anos
anos e surg
surgiu
iu no sé
sécu
culo
lo XV
XVII
II co
com
m a revo
revoluç
lução
ão ga
galil
lilea
eana
na.. A
ut
utililiz
izaç
açãão de mét
étod
odoos ri
rigo
goro
rossos permit
rmitee que a ciênc
iência
ia atin
atinja
ja um tipo
tipo de
conhec
conhecime
imento
nto sistem
sistemáti
ático,
co, pre
precis
cisoo e objeti
objetivo
vo seg
segund
undoo o qua
quall sã
sãoo des
desco
cober
bertas
tas
relaçõ
relações
es univer
universai
saiss e nec
necess
essári
árias
as ent
entre
re os fen
fenôme
ômenos
nos,, o que per
permit
mitee pre
preve
ver 

acontecimentos e também agir sobre a natureza de forma mais segura. (COTRIM,
2002)
Cada ciência se torna então uma ciência particular, no sentido de ter um
campo delimitado de pesquisa e um método próprio. As ciências são particulares na
medida em que cada um privilegia setores distintos da realidade: a física trata do
movimento dos corpos; a química, da sua transformação; a biologia, do ser vivo, etc.
 

10

Porr outr
Po outroo la
lado
do às ciên
ciênci
cias
as ta
tamb
mbém
ém ge
gera
rais
is,, no se
sent
ntid
idoo de qu
quee as
conclusões não valem apenas para os casos observados, e sim para todos os que a
eles se assemelham. Ao afirmamos que “o peso de qualquer objeto depende do
campo de gravitação” ou que “a cor de um objeto depende do campo de gravitação”,
fa
faze
zemo
moss af
afir
irma
maçõ
ções
es qu
quee são
são váli
válida
dass para
para todo
todoss os co
corp
rpos
os,, todo
todoss os ob
obje
jeto
toss
coloridos ou qualquer porção de água, e não apenas para aqueles que foram objeto
da experiência. (OP.CIT, 2002)
O fa
fato
to ci
cien
entif
tific
icoo é um fa
fato
to ab
abst
stra
rato
to,, is
isol
olad
adoo do co
conj
njun
unto
to em qu
quee se
encontra normalmente inserido e elevado a um grau de generalidade: quando nos
referimos à “dilatação” ou a “aquecimento” como fatos científicos, estamos muito
distantes dos dados sensíveis de um certo corpo em um determinado momento.
Alem disso, estabelecemos entre tais fatos uma revelação de variação do tipo
“função”. Isso supõe a capacidade de racionalização dos dados recolhidos, que
nunca
nunca apa
aparec
recem
em como
como dados
dados brutos
brutos,, mas
mas sem
sempre
pre pas
passiv
siveis
eis de inte
interpr
rpreta
etação
ção..
(GHEDIN, 2003)
O mundo construído pela ciência aspira à objetividade: as conclusões
podem
podem ser
ser verific
verificada
adass por qu
qualq
alquer
uer out
outro
ro mem
membro
bro co
compe
mpeten
tente
te da com
comuni
unidad
dadee
cientifica, pois a racionalidade desse conhecimento procura despojar-se do emotivo,
tornando-se impessoal na medida do possível. A esse respeito diz o filosofo francês
Merleau-Ponty: “A ciência explica o mundo, mas se recusa a habita-lo”. Em outras
palavras, por mais que a ciência amplie o conhecimento que temos do mundo, de
certo ponto de vista ela reduz  esse conhecimento, pois o cientista remove toda a
experi
experiênc
ência
ia ind
indivi
ividua
duall que car
caract
acteri
eriza
za o “estar
“estar-no
-no-mu
-mund
ndo”.
o”. Par
Paraa ser pre
precis
cisaa e
objetiva, a ciência dispõe de uma linguagem rigorosa cujos conceitos são definidos
de modo a evitar ambigüidades. (OP.CIT , 2003)

3. CONHECIMENTO MÍTICO

A tradição filosófica, sobretudo a partir do século XVIII (com a filosofia da


Ilustração) e do século XIX (com a filosofia da história de Hegel e o positivismo de
Comte), afirmava que do mito à lógica havia uma evolução do espírito humano, isto
é, o mito era uma fase ou etapa do espírito humano e da civilização que antecedia o
adve
advent
ntoo da lógi
lógica
ca ou do pens
pensam
amen
ento
to ló
lógi
gico
co,, co
cons
nsid
ider
erad
adoo a etap
etapaa po
post
ster
erio
iorr e
 

11

evoluída do pensamento e da civilização. Essa tradição filosófica fez crer que o mito
pert
perten
ence
ceri
riaa a cultu
cultura
rass “i
“inf
nfer
erio
iore
res”
s”,, “p
“prim
rimititiv
ivas
as”” ou “atr
“atras
asad
adas
as”,
”, en
enqu
quan
anto
to o
pensamento lógico ou racional pertenceria a culturas “superiores”, “civilizadas” e
“adiantadas”. (ARANHA, 1992)
Ess
ssaa sep
separ
araaçã
çãoo te
tem
mpor
oral
al e evo
evoluti
lutivva de dua
uass mod
odal
alid
idad
ades
es de
pensamento fazia com que se julgasse a presença, em nossas sociedades, de
explicações míticas (isto é, as religiões, a literatura, as artes) como uma espécie de
“resíduo” ou “resto” de uma fase passada da evolução da humanidade, destinada a
desa
desapa
pare
rece
cerr com
com a pl
plen
enaa evol
evoluç
ução
ão da raci
racion
onal
alid
idad
adee ci
cien
entí
tífifica
ca e filo
filosó
sófifica
ca..
((ARANHA, 1993)
Hoje, porém, sabe-se que a concepção evolutiva está equivocada. O
pensamento mítico pertence ao campo do pensamento simbólico e da linguagem
simbólica, que coexistem com o campo do pensamento e da linguagem conceituais.
Duas
Duas linh
linhas
as de es
estu
tudo
doss mo
most
strar
raram
am es
essa
sa co
coex
exis
istê
tênc
ncia
ia,, em
embo
bora
ra es
essa
sass du
duas
as
modalidades de pensamento e de linguagem sejam não só diferentes, mas também,
freqüentemente, contrárias e opostas.
A primeira linha vem da antropologia social, que estuda os mitos das
sociedades ditas selvagens e também as mitologias de nossas sociedades, ditas
civilizadas. Os antropólogos mostraram que, no caso de nossas sociedades, a
presença simultânea do conceitual e do mítico decorre do modo como a imaginação
social transforma em mito aquilo que o pensamento conceitual elabora nas ciências
e na Filos
Filosof
ofia
ia.. Bast
Bastaa ver
ver o cará
caráte
terr má
mági
gico
co-m
-mar
arav
avililho
hoso
so da
dado
do ao
aoss sa
saté
télit
lites
es e
computadores para vermos a passagem da ciência ao mito. (SOUZA, 1995)
A segunda linha vem da neurologia e da análise da anatomia e da
fisiologia do cérebro humano, mostrando que esse órgão possui duas partes ou dois
hemisférios, num deles localizando-se a linguagem e o pensamento simbólicos e
noutro, a linguagem e o pensamento conceitual. Certas pessoas, como os artistas,
desenvolvem mais o hemisfério simbólico, enquanto outras, como os cientistas,
desenvolvem mais o hemisfério conceitual e lógico.
Assim, a predominância de uma ou outra forma do pensamento depende,
por um lado, das tendências pessoais e da história da vida dos indivíduos e, de outro
lado, do modo como uma sociedade ou uma cultura recorre mais a uma do que à
outra forma para interpretar a realidade, intervir no mundo e explicar-se a si mesma.
 

12

Numa passagem célebre de uma de suas obras, Marx dizia que o mito de
Zeus (portador de raios, trovões e tempestades) não mais poderia funcionar numa
sociedade que inventou o pára-raios, isto é, descobriu cientificamente a eletricidade.
Mas o próprio Marx mostrou como tal sociedade cria novos mitos, adaptados à era
da máquina e da tecnologia. (CONTRIM 2002)

3.1 COMO O MITO FUNCIONA

O antropólogo Claude Lévi-Strauss estudou o “pensamento selvagem”


para mostrar que os chamados selvagens não são atrasados nem primitivos, mas
operam com o pensamento mítico. (ARANHA, 1992)
O mito e o rito, escreve Lévi-Strauss, não são lendas nem fabulações,
mas uma organização da realidade a partir da experiência sensível enquanto tal.
Para explicar a composição de um mito, Lévi-Strauss se refere a uma atividade que
existe em nossa sociedade e que, em francês, se chama bricolage. (ARANHA, 1993)
Que faz um bricoleur, ou seja, quem pratica bricolage? Produz um objeto
novo a partir de pedaços e fragmentos de outros objetos. Vai reunindo, sem um
plano muito rígido, tudo o que encontra e que serve para o objeto que está
comp
compon
ondo
do.. O pens
pensam
amen
ento
to míti
mítico
co fa
fazz ex
exat
atam
amen
ente
te a me
mesm
smaa co
cois
isa,
a, is
isto
to é, va
vaii
reunindo as experiências, as narrativas, os relatos, até compor um mito geral. Com
esses materiais heterogêneos produz a explicação sobre a origem e a forma das
coisas, suas funções e suas finalidades, os poderes divinos sobre a Natureza e
sobre os humanos. O mito possui, assim, três características principais: (SOUZA,
1995)
1. funçã
funçãoo explic
explicati
ativa:
va: o presen
presente
te é exp
explica
licado
do por alg
alguma
uma açã
açãoo pas
passad
sadaa
cujos
cujos efeitos
efeitos perma
permanec
necera
eram
m no tempo.
tempo. Por ex
exemp
emplo,
lo, um
umaa con
conste
stelaç
lação
ão ex
exist
istee
porque, no passado, crianças fugitivas e famintas morreram na floresta e foram
levadas ao céu por uma deusa que as transformou em estrelas; as chuvas existem
porque, nos tempos passados, uma deusa apaixonou-se por um humano e, não
podendo unir-se a ele diretamente, uniu-se pela tristeza, fazendo suas lágrimas
caírem sobre o mundo, etc.;
2. função organizativa: o mito organiza as relações sociais (de parentesco,
de alianças, de trocas, de sexo, de idade, de poder, etc.) de modo a legitimar e
 

13

garantir a permanência de um sistema complexo de proibições e permissões. Por 


exemplo, um mito como o de Édipo existe (com narrativas diferentes) em quase
todas as sociedades selvagens e tem a função de garantir a proibição do incesto,
sem a qual o sistema sócio-político, baseado nas leis de parentesco e de alianças,
não pode ser mantido;
3. função compensatória: o mito narra uma situação passada, que é a
negação do presente e que serve tanto para compensar os humanos de alguma
perda como para garantir-lhes que um erro passado foi corrigido no presente, de
modo a oferecer uma visão estabilizada e regularizada da Natureza e da vida
comunitária.
Por exemplo, entre os mitos gregos, encontra-se o da origem do fogo, que
Prom
Promet
eteu
eu ro
roub
ubou
ou do Ol
Olim
impo
po para
para entr
entreg
egar
ar ao
aoss mo
mort
rtai
aiss e pe
perm
rmititir
ir-l
-lhe
hess o
dese
desenv
nvol
olvi
vime
ment
ntoo da
dass té
técn
cnic
icas
as.. Numa
Numa das
das ve
vers
rsõe
õess de
dess
ssee mi
mito
to,, na
narra
rra-s
-see qu
quee
Prometeu disse aos homens que se protegessem da cólera de Zeus realizando o
sacrifício de um boi, mas que se mostrassem mais astutos do que esse deus,
comendo as carnes e enviando-lhe as tripas e gorduras. Zeus descobriu a artimanha
e os homens seriam punidos com a perda do fogo se Prometeu não lhes ensinasse
uma nova artimanha: colocar perfumes e incenso nas partes dedicadas ao deus.
Com esse mito, narra-se o modo como os humanos se apropriaram de
algo divino (o fogo) e criaram um ritual (o sacrifício de um animal com perfumes e
incenso) para conservar o que haviam roubado dos deuses. (GHEDIN, 2003)

3.2 COMO OPERA O PENSAMENTO MÍTICO?

Ante
Antess de tu
tudo
do,, pe
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neos
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mito
to reún
reúne,
e, junt
junta,
a,
relaciona e faz elementos diferentes e heterogêneos agirem uns sobre os outros.
Por exemplo, corpos de crianças são estrelas, lágrimas de uma deusa são chuva, o
dia é o carro do deus Apolo, a noite é o manto de uma deusa, o tempo é um deus
(na mitologia grega, Cronos), etc. (MARCONDES FILHO, 1988)
Em segundo lugar, o mito organiza a realidade, dando às coisas, aos
fatos, às instituições um sentido analógico e metafórico, isto é, uma coisa vale por 
outra, substitui outra, representa outra. No mito de Édipo, por exemplo, os pés e o
modo de andar têm um significado analógico, metafórico e simbólico muito preciso.
 

14

Labdáco, avô de Édipo, quer dizer coxo; Laio, pai de Édipo, quer dizer pé torto;
Édipo quer dizer pé inchado. (ARANHA, 1992)
Essa referência aos pés e ao modo de andar é uma referência da relação
dos humanos com o solo e, portanto, com a terra, e simboliza ou metaforiza uma
questão muito grave: os humanos nasceram da terra ou da união de um homem e
de uma mulher? Se da terra, deveriam ser imortais. No entanto, morrem. Para
exprimir a angústia de serem mortais e que os humanos, portanto, nasceram de um
homem e de uma mulher e não da terra, o mito simboliza a mortalidade através da
dificuldade para se relacionar com a terra, isto é, para andar (coxo, torto, inchado).
Para exprimir a dificuldade de aceitar uma origem humana mortal, o mito simboliza a
fragilidade das leis humanas fazendo Laio mandar matar seu filho Édipo, Édipo
assassinar seu pai Laio e casar-se com sua mãe, Jocasta. (ARANHA, 1993)
Em terceiro lugar, o mito estabelece relações entre os seres naturais e
humanos, seja fazendo humanos nascerem, por exemplo, de animais, seja fazendo
os astros decidirem a sorte e o destino dos humanos (como na astrologia), seja
fazendo cores, metais e pedras definirem a natureza de um humano (como a magia,
por exemplo).
Coisas e humanos se relacionam por participação, simpatia, antipatia, por 
formas secretas de ação à distância. O mundo é um tecido de laços e vínculos
secretos que precisam ser decifrados e sobre os quais os homens podem adquirir 
algum poder por meio da imitação (vestir peles de animais, fabricar talismãs, ficar 
em certas
certas posiçõ
posições,
es, pla
planta
ntarr fazend
fazendoo certos
certos ges
gestos
tos,, pro
pronun
nuncia
ciarr det
determ
ermina
inadas
das
palavras). O mito decifra o secreto. O rito imita o poder. ( OP.CIT .,1993)
.,1993)
Analogias e metáforas formam símbolos, isto é, imagens carregadas e
satura
saturadas
das de sen
sentid
tidos
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múltiplos
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simultâne
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os, ser
servin
vindo
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para
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explica
licarr coi
coisas
sas
diferentes
diferentes ou para substituir
substituir uma coisa por outra. Assim, por exem
exemplo,
plo, o fogo pode
simbolizar um deus, uma paixão, como o amor e a cólera (porque são ardentes), o
conhecimento (porque este é uma iluminação), a purificação de alguma coisa (como
na alquimia), o poder sobre a Natureza (porque permite o desenvolvimento das
técnicas), a diferença entre os animais e os homens (porque estes cozem os
alimentos enquanto aqueles os comem crus), etc. (CONTRIM, 2002)
A peculiaridade do símbolo mítico está no fato de ele encarnar aquilo que
ele simboliza. Ou seja, o fogo não representa alguma coisa, mas é a própria coisa
 

15

simbolizada: é deus, é amor, é guerra, é conhecimento, é pureza, é fabricação e


purificação, é o humano.
O fato de o símbolo mítico não representar, mas encarnar aquilo que é
significado por ele, leva a dizer (como faz Lévi-Strauss) que o pensamento mítico é
um pensamento sensível e concreto, um pensamento onde imagens são coisas e
onde coisas são idéias, onde as palavras dão existência ou morte às coisas (como
vimos ao estudar a palavra mágica e a palavra-tabu). (GHEDIN, 2003)

4. O CONHECIMENTO FILOSÓFICO

Pode-se observar até agora que o homem utiliza o senso comum para
guiá-lo no seu dia-a-dia e auxiliá-lo na resolução de problemas e dificuldades. Além
disso, o senso comum muitas vezes serve de ponto de partida para as observações
realizadas pelo cientista.
O conhecimento filosófico, por sua vez, substituiu os mitos e as crenças
religiosas na tentativa de conhecer e compreender o mundo e os seres que nele
habitam e, ao lado do senso comum e da ciência, se apresenta como uma das
fo
form
rmas
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poss
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entend
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adee de
desc
scon
onhe
heci
cida
da e en
enigm
igmát
átic
ica.
a.
(ARANHA, 1992)
O ser humano, motivado pela necessidade de conhecer melhor o mundo
em que habita e movido pelo espanto, pela perplexidade e pela admiração que esse
mesmo mundo lhe causava, fez nascer o conhecimento filosófico. (ARANHA, 1993)
Movido pelo espanto e pela admiração, o homem abandona o senso
comum e faz despertar uma consciência crítica que se afasta da ignorância e busca
na filosofia uma nova forma de conhecimento, que tem no saber pelo saber seu
fundamento primordial. Dessa forma, a exemplo de Platão em sua obra Eutidemo, é
possível afirmar que a filosofia é o uso do saber em benefício do próprio homem.
(SOUZA, 1995)
O saber filosófico designava, desde a Grécia Antiga, a totalidade do
conhec
conhecime
imento
nto rac
racion
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envolv
olvido
ido pelo
pelo homem.
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matemática, astronomia, física, biologia, lógica, ética etc. Enfim, todo o conjunto dos
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univer
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sabe
berr filo
filosó
sófic
fico.
o. À filos
filosof
ofia
ia
 

16

interessava conhecer toda a realidade sem dividi-la em objetos específicos de


estudo. (COTRIM, 2002)
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tóri
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ensam
mento
ento ocide
idental
ntal,, esse
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ignific
ificad
adoo am
ampl
ploo e
universalista do saber filosófico manteve-se, de modo geral, até a Idade Média.
Poucas áreas separaram-se da filosofia, como o fez a teologia, por exemplo, que se
desenvolveu em estudo específico a respeito de Deus. (OP.CIT.,2002)
Durante a Idade Moderna, entretanto, o vasto campo filosófico entrou num
processo de redução. A realidade a ser conhecida passou a ser dividida, recortada,
desper
despertan
tando
do estudo
estudoss especi
especiali
alizad
zados.
os. Era a se
separ
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ciênci
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filosof
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(GHEDIN, 2003)
Grad
Gradat
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fora
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quis
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ndoo au
auto
tono
nomi
miaa muita
uitass ciên
ciênci
cias
as
particulares, que se desprenderam do tronco comum da árvore do saber filosófico.
Ao se constituírem por um processo de especialização, essas ciências passaram a
direcionar suas investigações a certos campos delimitados da realidade, e o fazem
ainda hoje de forma cada vez mais “localizada”. Exemplos dessas ciências são a
matemática, a física, a química, a biologia, a antropologia, a psicologia, a sociologia
etc.
Os di
dias
as at
atua
uais
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mundoo cien
cientí
tífifico
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quee ela
ela co
cond
nduz
uz a um
umaa
pulverização do saber, à perda de uma visão mais ampla do conhecimento, a uma
restrição mental sistemática. (OP.CIT .,., 2003)
Nesse contexto, a filosofia passou a ter o papel, entre outros, de recuperar 
a unidade do saber, de questionar a validade dos métodos e critérios adotados pelas
ciê
iênc
nciias.
as. Is
Isto
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assouu a des
desen
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eflexã
xãoo so
sobr
bree os
conhecimentos alcançados por todas as ciências, além da procura de respostas à
finalidade, ao sentido e ao valor da vida e do mundo. (CONTRIM, 2002)
Pode-se dizer que pertence à filosofia o estudo geral dos seres, do nosso
conhecimento e do valor das coisas. Em termos mais específicos, costuma-se situar 
dentro do campo filosófico aqueles estudos que se referem a temas como teoria do
conhecimento, fundamentos
fundamentos do saber científico, lógica, política, ética, estética etc.
 

17

CONCLUSÃO

O conhecimento certo e adequado é um direito e um poder de todos.


Basta exercitá-los criticamente, utilizando-se de recursos metodológicos. Isto não
implica numa desvalorização da prática escolarizada do conhecimento, mas sim na
sua desmistificação. Em nossa sociedade, só se torna importante e significativo
aquilo que é feito sob a égide de um diploma universitário, de graduado ou pós-
graduado.
Certam
Certament
entee que um esc
escola
olariz
rizado
ado tem por obr
obriga
igaçã
çãoo mor
moral
al pro
proce
ceder 
der 
metodológica e criticamente no entendimento da realidade, desde que a sociedade
fez dispêndios econômicos para que assim se desse. Todavia, nem sempre isto
ocorre. Ou, na maior parte das vezes, isto não ocorre, desde que os compromissos
sociais
sociais "in
"inter
teress
esseir
eiros"
os" imp
impede
edem
m uma
uma visão
visão de tot
totali
alidad
dadee met
metodo
odolog
logica
icamen
mente
te
desenvolvida. Porém, essa "obrigação moral", nem sempre cumprida, não implica
que só o escolarizado produza conhecimentos significativos. Todos podem fazê-lo,
pois que este é o caminho da libertação.
No co
cont
ntex
exto
to da univ
univer
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sida
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consciência crítica, é preciso agir de tal forma que estes tipos de conhecimento
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colo
loca
carm
rmo-
o-no
noss a prod
produz
uzir
ir o no
noss
ssoo
entendimento da realidade, utilizando-nos de instrumentos metodológicos que nos
são disponíveis. Não basta sabermos o que é a filosofia ou a ciência. Não basta
sabermos repetir boas definições. Importa, sim, saber operar com os recursos
lógicos e metodológicos, tendo em vista, conseguir o melhor e o mais adequado
entendimento da realidade.
 

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REFERÊNCIAS

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando:


Introdução à Filosofia. 2. ed. rev. atual. São Paulo: Moderna. 1993.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Temas de Filosofia. São Paulo: Moderna, 1992.

COTRIM, Gilberto. Fund


Fundament
amentos
os da filoso
filosofia:
fia: histó
história
ria e grandes temas. 15. ed.
grandes
reform. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2002.

GHEDIN, Evandro. A Filosofia e o Filosofar . São Paulo: Uniletras, 2003.

LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina A. Metodologia Científica. São Paulo: Atlas.
1991.

MARCON
MAR CONDES
DES FILHO,
FILHO, Cir
Ciro.
o. O qu
que
e todo
todos
s ci
cida
dadã
dãos
os prec
precis
isam
am sa
sabe
berr so
sobr
bre
e
ideologia. Global editora. 1988.

SOUZA, Sonia Maria Ribeiro de. Um Outro Olhar: filosofia . São Paulo: FTD, 1995.

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