Você está na página 1de 10

rel e \ e n w l r i o

aaESE RGR E i e n Reniee mane i s


b a A e n e e

-
UM BEM-DIZER EPISTEMOLOGICO*

SERGE COTTET

s§o necessarios conceitos em psicandlise? Sem prejulgar o lago que u n e a psicana-

tise a ciencia, esta pergunta é tanto ética como epistemolégica. _


se ha um saber a investigar, se ha u m a pratica esclarecida por u m a doutrina, entao

ha conceitos. Eles estruturam, d e l i m i t a m e justificam u m campo de aplicacdo. ?Se a psi-


candlise nao € OS conceitos e m que se formula e se transmite, ela nao é psicanalise, ela
é outra coisa, mas ent4o € preciso dizé-lo?!.
lacan nao é nominalista: o real clinico nado é dado em estado b r u t o c o m os con-
ceitos que 0 representariam. Somente os conceitos fazem existir a experi€ncia que faz
da psicandlise uma praxis. Ela herda, certamente, com Freud, nogdes anteriores que nao
sio as mais adequadas a sua descoberta: os tipos clinicos que ela i m p o r t a da psiquiatria,
o determinismo e a energia psiquica que vém da psicologia alema chamada ?cientifica?.
Faro falta outras nogGes, sabendo queo recorte da experiéncia pelos conceitos revela
uma eleicao, uma criagao, uma responsabilidade. Nao vamos extrai-los da percepc4o o u
da ?imagineria? mental. Lacan p o d e dizer que ?(...] os psicanalistas fazem parte do concei-
to de inconsciente, posto que constituem seu destinatdrio??.

Falsos c o n c e i t o s e r e t i f i c a c d o

Laca twig . .
2
lemon n de inicio t o m a c o m o essencial o p e r c u r s o cientifico d e Freud? . H o j e e m d i a
Onizad 4
Zoe ? aA
®

candi 0, e l e f o i n e c e s s d r i o p a r a d e c i f r a r u m a e x p e r i é n c i a q u e n o s c o m e c o s d a p s i -
1IS€ c o r r :
: :

0s « €u 0 risco d e se a f o g a r n o o c e a n o d a p s i c o l o g i a g e r a l o u n o d o e s o t e r i s m o .
ONCEitOs insn;

.
. .
.
sey; Inspirados da p s i c o f i s i o l o g i a , tais c o m o o n e u r é n i o o u a r e p r e s e n t a c a o ,
ta
m de m u r a l h a f a c e a o e s o t e r i
Salvaguard s m o d e Jung. Lacan j u s t i f i c a essa o r i e n t a c i o c o m o
d a contra os p r i m e i r o s des
vios que fazem do inconsciente, seja u m rebento das

69 Abril 2020
eja 2 justificagao moderna de um
. _ . OS, s . ~ Mis. .
i n t u i c d e s f i l o s 6 f i c a s d e s é c u l o s p a s ad fez d e u m e l o n g a c i t a c d o d aMetapes
ca . isOri
.
. e rOvisOrios '
césmico. Conhecemos o elogio 4¥ t aSempre
. o de conceitos P
Hy
oo mpres? ? devem ser fetichiz ad, ao

de Freud, na qual ele justifica © © Pr ceitos 940 uma contrad A005, eles Lo
aacia. erar tadicao
ses ex riencia ; os 4 sup ,u Cr

uma dialética com a expe


esti estinad a
ado fisica p o r modelo, F,
m Tad, ?.
Toma
rai 4, af,
or e provisdrios, @ etn

*Teud >

vencionais
. na cli n a o tolera n e n h u m a rig;
u m a aberra¢ao, encontrados to, € anto, Sidez Nag We
? onhecimen? entais? f i r m e m e n t e estabelecidog Uefn,
[...] 0 progresso do c . ndam , A 2 Pass dd

5 ?conceitos - p o r é m , c e d e r as p a l a v r a s é cede, de ? Dy
cdes? e q u e t a m b e m ated d o
mm Oo «? 4
; . ie °
u m a constante modificac#® * o d o saber qv© esta e m j o g o . A i n d a q u e a y ,
i
%
, destin = 4 f o r m a é p i c a n e c e s s a r i a p a r a se Compre P s i ,
tos, © m
+
; Aa

en
eleicao dos conce! ela € 4a
5 ficcdO;
l o g i a seja u m a m i t o l o g ! 4 c, e
e a constituem fazem u m corte Cor
ig

o e s ? qu
a

e s t r u t u r a d o sintoma. ?exmitam a ramente u m C a m p o recentemente Con, ;


p s i c o l o g i a d a consciéncia, e l e s a e m d i s t i n g u i r O inconsciente da *
e
A
n ~

ado ?
t a d o . Conhecemos o cuid 4 heran¢a f i l o s o f i c a d a s ?pequenas Percepe,
mesmo,
im

consciente c o m o saber que n j o se Oey


oculta de subconsciente. a ?emol6gico 40 i n 8 abe
.
o b s t a ,c u l o ep. i
. . ZL

4
i n c o n s c i e n t e s fez efinicao c l é s s i c a , 0 c o n c e i t o € t r a b a l h a d o e m e x t e n s i o e e m¢ Ompre.
e
Conforme sua
libido se torna admissivel quando contribui com 4 exten
onceito de ;
assim, o velho ¢
~.
eal.
ensao. Assim, iém dos limites do genital; mas ainda necessita ser absolutamente dis
. do sexual Para a
sao ?ritual e de ser reorientad Shee,
tinto, na sua compreensao, de t o d a energia €spit? © Pela ?luxtirias
nto,
A interpretacao, Por sua vez, precisa ser definida e limitada p e l o equivoco Significant
sem o qual ela fica aberta a todos os sentidos. Nenhum compromisso COM esse ?flogig
co?? que é 4 hermenéutica. A alma nao figura como conceito acoplado a0 aparelho (Seelp

apparat), Lacan destaca que entre Hegel e Freud, no mesmo século sobreveio a maquina
Corte epistemoldgico, importacao € deslocamento de conceitos caracterizam 0 pro.
cedimento de Freud, em todos os aspectos conforme a definigao de u m Bachelard oy

de um Canguilhem.

Vemos, por exemplo, a importancia de definir a pulsdo contrariamente4intuicdo

psicolégica, nao como excitacdo, mas como uma ?for¢a constante [...][que] nao ataca de

fora, mas do interior do corpo [..]?8 e, contrariamente ao instinto, é indiferente ao ob-


jeto. Oporemos ainda o recalque ao esquecimento. Distinguiremos também autismo ¢

autoerotismo etc.
Freud, discj itivi
o discipulo do positivista Herbart, se atribui a tarefa de ?conceber um peda
t
realidade sem contradicao?? .
OS conceitos subvertem, entdo, o principio de identi-
dade, 4 semelhanca do inconscj
i i s ente, que € o paradigma dessa orientacdo: ele i g n o r
¢40. Assim, 0 conceito d
sntoma sons d i p cern € defesa supera os hierdglifos da histeria, decifrando °
Htido, compromisso entre recalque e satisfacdo.
E é d a interpretacao do s
i n t o ma que se origina a construcdo de bindrios tais com? , .

Op¢ao Lacaniana n° 82

70 Abril 2020
E E E EERE 0 el _ a ?

e e

| 7

r t
aco/recalque, libido de objeto/narcisismo, pulséo de vida/pulsao de morte,
-

e ,
4dOprazer/além do principio d o prazer, neurose/psicose. O principio de divisao da
a
inio Par .

g
i
princ! 10 .
é 0 taco discriminatério proprio a cada m o d o de defesa contra 0 real do gozo.
t jencia
-«mos de defesa, assim como os tipos clinicos que os utilizam, tém como referén-
m e c a nis .
O s um m o d o de defesa c o n t r a a p u l s d o . E oO q u e o c o r r e n a h i s t e r la, n a n e u r o s e o b s e s s i v a
cia
ara as psicoses, a paranoia € o conceito exato, pois explica a perseguicao por
e n af o b i a . P .
rechaco gramatical da homossexualidade delirante, enquanto 0 conceito de
deficitario, nao da o ponto de vista preciso sobre o retorno do gozo do
demenct precoce,
Bncia
oe A x
10
_Vemos que a aplicacao do conceito a experiéncia nao sofre confusao algu-
outro no real
Nada de menos ?viscoso?? que os significantes de Freud sobre esse assunto.
a. x z .
.
" pesta colocar em ordem sua extensdo e é especialmente para isto que serve a

ria real, simbdlico e imagindrio: ela é requerida para situar, por exemplo, a
combinato
frustracao?, termo pelo qual se traduziu Versagung para produzir o diferencial privagao,

frystracdo, castracao.
Em uma palavra se articula toda uma concepgao da clinica. Tomemos a ?denega-
cao?, h o j e b a n a l i z a d a . S a b e m o s c o m q u e c u i d a d o L a c a n se e s f o r c o u p o r t r a d u z i r V e r l e u g -
, af
nung ( d e s m e n t i d o ) . F r e u d r e s e r v a e s s e m e c a n i s m o a o f e t i c h i s m o e o p r e f e r e a o d e ?es-

cotomizacao? proposto por Laforgue: um conceito que escamoteia o saber inconsciente

sobre a castracdo feminina. O que os conceitos ganham em extensdo, perdem-no em


compreensao. Evidentemente, é o caso aqui: do sentido restrito, perverso, ao sentido ge-
neralizado, o desmentido da realidade (Freud emprega o mesmo termo em Compéndio
de psicandlise) tornou-se equivalente de ma fé; enquanto, para Freud, é toda a q u e s t o
da psicose que est4 em jogo com a perda do ?sentimento de realidade?? .

A ctiacio dos conceitos n4o resulta, portanto, de um empirismo grosseiro. Ela é sem-

pre o resultado de um raciocinio que tropeca em um real impossivel de deduzir dos axio-
mas anteriores; por exemplo, fazer o inconsciente e a pulsio dependerem de um mesmo
principio: o principio do prazer. Contrariamente ao que se pensa, a estratégia de Freud é
popperiana: consiste em falsificar as condicdes de aplicacéo de um principio. Dados os fatos

~ jogos infantis, sonhos trauméticos, incurabilidade -, podemos refutar a explicaco pela


homeostase do prazer; dai, o conceito de repeticao arrancado4 psicologia da necessidade e

reconduzido 4 pulsao de morte. Uma abordagem andloga se da na obra de Lacan, com seu

exigente trabalho sobre o conceito de angtistia e seus paradoxos, que a religam ao desejo.

Adaptar o conceito ao ato analitico

Todavia, 0 conceito clinico freudiano possui os defeitos que provém das suas vir-
tudes: ele é, certamente, discriminatério, mas ?entifica??.

Peo Lacaniana n° 82 71 Abril 2020


Lacan empreende uma dissolug20 Jos conceitos demasiadame
_. da substantificagao e da reif; Nte
d i n a m i c a n o sentido Cagdo i 8 a
de uma critica
Essa d e s m o n t a g e ? visa especialmente a segunda t6pica de ?tes, Sy,
supereu?, c o m o SE SE Iratassem de ma em

l a r os conceitos de ?Eu, [ssO, tanciag Pan,


ca. A p a r t i r d o m o m e n t o e m q u e O j te h

Iho, ou de localizaga° anatom! os conceitos


a p r o v e n i e n t es da lingu;
Icons.
Scien,
ISticg &¢
truturado como uma linguage? Freud. O significante
a dessubgr
aNCializg "
un
as metdforas termodinamicas d e ? Isa ~

psiquica; o que é demonstravel para 4 pulsao, q u e nao € uma Subst4 4 teal.


vetor?? Freud entificou © Isso como reservat6rio das pulsdes". c Nei
.
i y
torna reserva silencios4 da pulsao de morte. O substantivo alemao o3 Sloca.s. %
eitar a h o m o f o n i
?62?, ou ainda ?grande s", para resP a, 40 Passo que o Tey t

-se voz imperativa. t o c o m o ? e s t r u t u r a d e u m a telac4


. 0?
A definigao lacaniana do concel es d o d i s c u r s o a n a l i t i c o n o P r o p r i lem a te

Z Tio
cessidade de homogeneizar OS significant
é c a p t u r a d o p e l o c o n c e i t o ent tratam,
<Mlendidy
Por fim, o real com o qual a psicanalise lida »

cantes: 5,-S,?
a relacao entre dois signifi
efinicio geral a relagao analitica? Como alcar
Como adaptar essa d linguagem € ratificar a hegemonia dos i m b o l , COncej ,
altura de uma experiéncia de que justifica o corte feito por Lacan noshe através
nomes novos? Este é o principio e resistencia (a d o analista) e depois, mais m e CNtre
demanda e desejo, entre defesa ent Tde,

desejo € gOZO.
A partir de 1964, Lacan c o n t i n u o u , p o r t a n t o , O t r a b a l h o de limpeza
d recorrera. Ele muda o rumo da significacdo, implicando-o OS Conceitgs

aos quais Freu c i o que define o real. E o caso dos quatro conceitos f o n t Um im.

passe da formaliza o, a repeticao, a transferéncia. Eles constituem um sist amentais

o inconsciente, a pulsa Parafraseando Bachelard, constata-se que Lacan ne Cstag

ancorados no ato analitico.


nceito na sua p r o p r i a d e f i n i c a o ? . Nao ha outa i e
condigées de aplicacao de um co
Assim
dos conceitos sen3o os proprios significantes q u e o s c o n e c t a m a o a t o analitico.
17

? O n e pela topologia que os sustenta em uma fun¢4o comum


resultado é ? .

quatro conceitos designam uma , ?ue Jacques-Alain Miller ja havia mostrado, 0s


rel

nomia entre inconsciente e goz ?Cree Particular com esse objeto, que resulta da ant
o autématon, sto importad . a onceitos exteriores 4 psicandlise, tais como 4 tiguée
que realiza, na transferéncia. o hoch,istoteles para aproximar-se mais do enconttofaltos0

Em se tratando daclinica do a n do inconsciente.


do o qual h4 que esquecer a t Particular, Lacan subscreve 0 axioma de Freud segu®
de ser uma ?ciéncia do parti a favor do caso. A psicandlise sustenl4 paradox
ne
icular?® Ora, 0 conceito coletiviza, unifica, poe em pelacis
.
|

bel 20!
Te

ee
C O a n e o S ia 3 - za

r-
e e e n a e e e n e )

jo € 0 significante mais apropriado para captar a singularidade, a envoltu f


o fracasso da relagao sexual. Lacan ja destaca esse limite no S . ormal do
relaga0 de objeto, pela ?necessidade de passar a uma outra forma que squela da to ms

conceitual?? Ele entende deste modo o género, as classes, os tipos clinicos


_

_
No seu artigo ?Juventude de Gide?, exemplifica isto estigmatizando os
ados na descricao da psicastenia? deixando ao prdéprio Gide a iniciativa de i n v e n
,

ytiliz
conceitos mais a d e q u a d o s a sua e x p e r i é n c i a . A p a l a v r a d o sintoma prevalece sob re
tar OS
ito de género e m relacdo aos afetos descritos: ?sentimentos de i n c o m p l e t u d e
9 conce
ira Gide, de ?falta?, de estranheza, ou, como dira Gide, ?de estranhamento? ies
como d
ent, de desdobramento ou, como dira Gide, ?de segunda realidade? [muito mais
prangem
o...JJ?2; de ?inconsisténcia, ou como diria Gide, de ?desconsisténcia? [mais exa-
?
? $
. . . ?
tolll? - Gide leva e m conta ?um l i n g u a j a r mais rigoroso?> n o qual teria q u e se inspirar

4 observagao clinica. Lacan usa esta ?l6gica de borracha?* que antecipa sua topologia
Com esse Espirito, ele propde, por exemplo, a expressdo ?reduplicagéo maternal? em
O pequeno Hans. Lembremos também o rodeio da anorexia mental?° em ?anorexia [..]
anto aO mental? , que € u m Witz.
qu
Associamo-nos mais u m a vez a Bachelard, para quem ?a fecundidade de u m con-
ceito cientifico € proporcional a seu poder de deformagao??? .

Lacan fara 0 mesmo com Oo


recurso a palavras-valise, neologismos que sao nao-

-conceitos, sobretudo porque elas solucionam e ultrapassam o dualismo freudiano: o

parlétre (falasser), | tapparole (apalavra), ?lune bévue? (A u m a equivoca¢dao) equivocan-


do com Unbewusste p a r a 0 i n c o n s c i e n t e .

Cinismo do conceito

Antes dessas iniciativas linguisticas, Lacan ja havia se questionado, em 1964, so-


bre o conceito de causalidade, continuando u m a longa tradicao filosdfica. Ha como que
uma inaptidao desse conceito para captar o inconsciente, definido por ele como ?Unbe-
m da descontinuidade. Com
griff® . Nao um n4o-conceito, mas conceito de falta, o U
?(.Jcada vez que falamos de
o inconsciente, o pensamento causal resulta envelhecido:
causa, ha sempre algo de anticonceitual?? ;
u m a fenda, u m buraco, alguma coisa que
manca; salvo ao desconstrui-lo c o m o ?papeia sempre? [cause toujours). Esforcamo-nos
em assegurar uma c o n t i n u i d a d e q u e nao existe: ha u m salto, algo que manca, como no
?cdlculo infinitesimal?? . Curiosamente, Freud, m u d a n d o de paradigma, também cita o
cAlculo infinitesimal2 como ideal de rigor conceitual: "A psicandlise € em realidade um
o imparcial, semelhante, por assim dizer, ao calcu-
método de pesquisa, um instrument
em ?O presidente Schreber? e também em
lo infinitesimal? .
Encontraremos a assintota

Abril 2020
Opcao Lacaniana n° 82 73 _
0 e n o r m e s p r o b l e m a s d o c o n t i n u o E d o de
a?, OS
§
tin
n glise i n f " ! gonancias clinica p6s-estruturalista
11a
.
?andlise finita e a on 40 d dO simbdlico sobre 0 real, a retérica do
aticas ene montia aes i n g
a u ensino sobre o u l t i m o Lacan, 44
o fim da he® a d o n o s€ .;
lugar ; e
com e ons d e f i n i d o n a o m a i s c o m o falta e sim com 0 si.
.

mo J.-A- Miller te? inc onsciente


n i f ante marematic ° ia comparad a com a denuncia do dUm, o cientificismo na © Furos
40 na
» Nao

nific 3 ontolog!*
cone eitos. A p r o m o ¢ a o :
do Um, n a o c o m o d i en
n U n cia . . ~ f ir e n ,
?
.
Esta re osso uso¢ os ozo, d e s e n c o r a j a a i n v e s t i g a c a o g Neiagg
incolu m e n ar
eal d o g 0 2 0 , , 4 Telacag
deixar inco mas como © Um X
i o r c o n s i s t é n c i a a o c o n c e i t o d e TEPeticao co i,
no simbdlico, ce itO;e l a da m a
Mo tr
em jogo em todo o n o Um sozinbo. ;

infinita OU reiteraga anos setenta, Lacan retoma a c i m o l o g i a do senceito;


Nos semindarios dos o, com Crisipo, descrevia os diferentes graus de co B e e n i e
2"

Nheg;
icismOantig , ue se fecha, encerrando e m si 0 seu objeto, No
apreensao. O esto sem;men.
de uma me lis Lacan descreve 0 conceito como ?essa ing :

to com a imagem capty rio


problemas crucia spare in Porém, ?essa imagem do compreensivel é 0 me|hor Ta da
lo
circulo da a imagem . ~ SUPorte
qual o odos?s? . AS afinidades d o c o n c e i t o c o m a c o m p r e e n s i o fazem Objecag 5
os en , . . ° soe a °

c e o e d "és delineada nesse u l t i m o s e m i n a r i o . L a c a n s u b l i n h a q u e ?o que Se capr,


topologia Gos , x 934 ;

po. [é] ] é menos apreendido a o ser p e g o c o m a m4o0"4 Considerados -

bem 0 sdlido. O flexive : 7

ao pé da letra, , os nds, , OS toros Se oferecem j u s t a m e n t e 4 m a n i p u l a c i o , pedagogia a , ? :

tura com o imaginario da compreensao.

Para ir mais longe na desconstru¢éo da compreensao e d o sentido, Lacan most,


ainda as afinidades do conceito com 0 falo: ?Em suma,o falo € o que se Pega com a mio,
O macaco se masturba, e é nisso que se assemelha ao homem. No Conceito, ha sempre
alguma coisa da ordem da macaquice.?

Lacan insiste; 0 semindrio 23, o sinthoma, realiza essa Critica. N o sentido Proprio, ?o

objeto € concebivel, ou seja, apreensivel com a m a o ? é a n o c a o d e B e g r i f f " | Ora, limitar-


? 4 uma captura nao € suficiente para assegurar-se de q u e € o real que se tem nas mics,
Dissemos queo inconsciente é improprio 4 captura conceitual, E OS conceitos des-

modo de gozar de cada ?

um, a partir do momento


thoma, requer umesfo em q que entra na zona obscura dO Sin-
TCO de bem x di

do m dizer e de Nomeacao que deve surpreender, ao avess0


concej

Traducdo: Marcela Antelo

Revisdo: Teresinha N. M. Prado

74 Abril 2020
P S I C A N A L I S € E
E u C A M P O

N o t a s ublicado originalmente em: C o t t e t , S. ( 2 0 1 2 ) . « U n b i e n - d i r e é p i s t é


* a r e .d e p s y c h a n a l y s e . * D u c o n c e p t d a n s la c l i n i q u e . P a r i s : N a v a r i n é d i t e u r p i e 2 ? L a C a u s e d u D é s i r , n. €
3 5 [1954-55pD. O s e m i n d r i o , l i v r o 2: O e u teo d de . > P-

c a n , J. G 9 mea r i a F r e u d e n a técni . _ ;
, Zahar p.2>- ici i ; ? chica d a psicandlise. Rio de3:
L a c a n , J. ag99s). ?Posicao d o inconsciente?. In: &scritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed aan
2 e e a n , J. 9 9 8 ) . ?Ciencia © v e r d a d e " . 1Pidem, p.871- . P.848.

; Lacan, J . ( 1 9 8 5 ( 1 9 5 4 - 5 5 ) . Op.cit., p.124.


H o r i z o n t e : : A uAuté
°
5 Freud, 5S- (2019). ?As p u l i s G e s e seus destinos?. O b r a s I n c o m p l e t a s d e S i g m u n d Freud. Belo té

P 17. .
Lacan, j - C1985 [ 1 9 5 4 - 5 5 D . Op.cizt., p.87.
6
998). ?A d i r e c a o d o tratamento?. Op.cit, p.599.
7 t a c a n , J. G i
F r e u d , S. ( 2 0 1 9 ) . O p . c t t , p . 1 9 .
8
Citado p o r P a u l - L a u r e n t A s s o u n - ( 1 9 8 4 ) . L e n t e n d e m e n t f r e u d i e n . L o g o s e t A n a n k é . Paris: G a l l i m a r d , p.14-
9
10 F r e u d , S . ; J u n g , Cc. G . A992). C o r r e s p o n d e n c e . 1906-1923. Paris: Gallimard.
i a c a n , J- 9 9 8 ) . ? O b s e r v a g a o s o b r e o i n f o r m e de D a n i e l Lagache?. Op.cit., p.679.

F r e u d , S. ( 2 0 1 8 ) . ? C o m p é n d i o d e Psicandalise e o u t r o s escritos inacabados?. I n O b r a s incompletas de Sigmt


Horizonte: Auténtica Editora, p.169.
14, d e z ) . ?O f e n é m e n o lacaniano?. O p ¢ d o l a c a n i a n a , (G8-69), p.22.
13 L a c a n , J . @ O
14 I d e m , i b i d e m .
15 L a c a n , J- ( 1 9 9 8 ) . ? S i t u a g a o d a psicandlise e m 1956?. Op.cit., p.463.

16 B a c h e l a r d , G . ( 1 9 9 6 ) . A f o r m a c d a o d o espirito cientifico: contribuigao para u m a psicandlise d o conhecin


neiro: C o n t r a p o n t o , p.76.
17 L a c a n , J. ( 2 0 0 3 ) . ?Os q u a t r o c o n c e i t o s f u n d a m e n t a i s d a psicandlise?. In: O u t r o s escritos. R i o d e J a n e i r o : Jc

18 M i l l e r , J a c q u e s - A l a i n . Silet. O s p a r a d o x o s d a p u l s d o d e F r e u d a L a c a n . (2005). Rio d e Janeiro: Zahar, p-


~
ao.
19 L a c a n , J. @ 9 9 8 ) . ? F u n g a o © c a m p o d a fala e d a l i n g u a g e m e m psicanalise?. Op.cit., p-262.
ore 20 Lacan, J. 4 9 9 5 [ 1 9 5 6 - 5 7 ) ) . O s e m i n G r i o , l i v r o 4: a r e l a g d o d e objeto. Rio d e Janeiro: Zahar, p.61.

21 L a c a n , J . A 9 9 8 ) . ?Juventude d e Gide?. Op.cit., p.758.

22 Id., Ibid., nota 13, p.758.


23 I b i d . , p . 7 5 8 -
24 L a c a n , J. ( 1 9 9 5 [ 1 9 5 6 - 5 7 ) ) . O p . c i t . , p . 3 8 1 .

25 I b i d . , p . 3 9 7 .
26 L a c a n , J . 9 9 8 ) . ? A d i r e g a o d o t r a t a m e n t o ? . Op.ci, p.607.

27 B a c h e l a r d , G. ( 1 9 9 6 ) . O p . c i t . , p . 7 6 .
28 L a c a n , J. 9 8 5 [ 1 9 6 3 - 6 4 ] . O S e m i n a r i o , livro11: os q u a t r o c o n c e i t o s f u n d a m e n t a i s d a p s i c a n d l i s e . x

Zahar., p.46.
29 Id. Ibid., p.27.
30 Id. Ibid., p.25.
31 F r e u d , S. ( 9 7 4 ) . O f u t u r o d e u m a ilusdo. [1927]. Edi¢gdo s t a n d a r d d a s o b r a s psicolégicas completas a

XXI. Rio d e Janeiro: I m a g o , p.45.


? O ser ec o U m ? . E n s i n o p r o n u n c i a d o n o q u a d r o «

32 M i lLl e rt , J . - A . [2011]. : C u r . s o d e O r i e
:
x 5
P s i c a n d l i s e d a U n i v e r s i d a d e d e Pnat raicsa dV oI I ,l a ac ua lnai adnea - 1 1 d e m a i o d e
aaa
7 > el

2011. Paris. Inédito.

Pea0 L a c a n i a n a n ° 8 2 7 5
sn sis
a psicandlise?. Aula de
para 20 de janeiro
de
At
4, «tes non-du errent », aula de 15 de janeirode1974. inédito mS Pa
(1973-74) ive XXII: R.S.L, Aula de 11 demarcode 1975, ?te
1,097) semindrio, uwro 23: 0 sintboMma. Rio de Janeiro joea © 1g

7 osmin livro 20: mats ainda i de a i ge a n e


v4

toe

aay

eCUD
eiee\
e
ay,

e Pe
eee
ea,
rx rcOOvae
es r

O u m b i g o d o sonho ¢ u m furc
J a c q u e s L a c a n ?
M iller ? O b j e t o g o z o
J a c q u e s - A l a i n

Você também pode gostar