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CDC e Normas Correlatas 2ed PDF
CDC e Normas Correlatas 2ed PDF
do Consumidor
e normas correlatas
2a edição
Atualizada até setembro de 2017
Código de Defesa
do Consumidor
e normas correlatas
SENADO FEDERAL
Mesa
Biênio 2017 – 2018
SUPLENTES DE SECRETÁRIO
Senador Eduardo Amorim
Senador Sérgio Petecão
Senador Davi Alcolumbre
Senador Cidinho Santos
Secretaria de Editoração e Publicações
Coordenação de Edições Técnicas
Código de Defesa
do Consumidor
e normas correlatas
2a edição
Brasília – 2017
Edição do Senado Federal
Diretora-Geral: Ilana Trombka
Secretário-Geral da Mesa: Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho
ISBN: 978-85-7018-872-4
CDD 342.5
7 Apresentação
Normas principais
Lei no 8.078/1990
Título I – Dos Direitos do Consumidor
12 Capítulo I – Disposições Gerais
12 Capítulo II – Da Política Nacional de Relações de Consumo
13 Capítulo III – Dos Direitos Básicos do Consumidor
Capítulo IV – Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e
da Reparação dos Danos
13 Seção I – Da Proteção à Saúde e Segurança
14 Seção II – Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço
15 Seção III – Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço
16 Seção IV – Da Decadência e da Prescrição
17 Seção V – Da Desconsideração da Personalidade Jurídica
Capítulo V – Das Práticas Comerciais
17 Seção I – Das Disposições Gerais
17 Seção II – Da Oferta
18 Seção III – Da Publicidade
18 Seção IV – Das Práticas Abusivas
19 Seção V – Da Cobrança de Dívidas
19 Seção VI – Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores
Capítulo VI – Da Proteção Contratual
20 Seção I – Disposições Gerais
20 Seção II – Das Cláusulas Abusivas
21 Seção III – Dos Contratos de Adesão
22 Capítulo VII – Das Sanções Administrativas
23 Título II – Das Infrações Penais
Título III – Da Defesa do Consumidor em Juízo
25 Capítulo I – Disposições Gerais
26 Capítulo II – Das Ações Coletivas para a Defesa de Interesses Individuais Homogêneos
27 Capítulo III – Das Ações de Responsabilidade do Fornecedor de Produtos e Serviços
27 Capítulo IV – Da Coisa Julgada
28 Título IV – Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor
28 Título V – Da Convenção Coletiva de Consumo
29 Título VI – Disposições Finais
31 Decreto no 7.962/2013
33 Decreto no 6.523/2008
36 Decreto no 5.903/2006
39 Decreto no 2.181/1997
Normas correlatas
54 Lei no 13.455/2017
55 Lei no 12.965/2014
63 Lei no 12.741/2012
65 Lei no 12.529/2011
90 Lei no 12.414/2011
94 Lei no 12.291/2010
95 Lei no 10.962/2004
97 Lei no 9.870/1999
99 Lei no 9.656/1998
114 Lei no 8.987/1995
115 Lei no 8.137/1990
119 Decreto-Lei no 2.848/1940
120 Decreto no 8.771/2016
124 Decreto no 7.963/2013
128 Decreto no 4.680/2003
130 Decreto no 1.306/1994
O conteúdo aqui apresentado está atualizado até a data de fechamento da edição. Eventuais
notas de rodapé trazem informações complementares acerca dos dispositivos que compõem
as normas compiladas.
Apresentação
Apresentação
7
Dispositivos constitucionais
pertinentes
Constituição
da República Federativa do Brasil
paisagístico; �������������������������������������������������������������������������������
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Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cen-
TÍTULO VI – Da Tributação e do to e vinte dias da promulgação da Constituição,
Orçamento elaborará código de defesa do consumidor.
CAPÍTULO I – Do Sistema Tributário
Nacional
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10
Normas principais
Lei no 8.078/1990
Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.
§ 1o Não sendo o vício sanado no prazo má- dariamente pelos vícios de quantidade do
ximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, produto sempre que, respeitadas as variações
alternativamente e à sua escolha: decorrentes de sua natureza, seu conteúdo
I – a substituição do produto por outro da líquido for inferior às indicações constantes
mesma espécie, em perfeitas condições de uso; do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de
15
mensagem publicitária, podendo o consumidor sob qualquer outra forma de empreendimento,
exigir, alternativamente e à sua escolha: são obrigados a fornecer serviços adequados,
I – o abatimento proporcional do preço; eficientes, seguros e, quanto aos essenciais,
II – complementação do peso ou medida; contínuos.
III – a substituição do produto por outro Parágrafo único. Nos casos de descumpri-
da mesma espécie, marca ou modelo, sem os mento, total ou parcial, das obrigações referidas
aludidos vícios; neste artigo, serão as pessoas jurídicas compeli-
IV – a restituição imediata da quantia paga, das a cumpri-las e a reparar os danos causados,
monetariamente atualizada, sem prejuízo de na forma prevista neste Código.
eventuais perdas e danos.
§ 1o Aplica-se a este artigo o disposto no Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os
§ 4o do artigo anterior. vícios de qualidade por inadequação dos produ-
§ 2o O fornecedor imediato será responsável tos e serviços não o exime de responsabilidade.
quando fizer a pesagem ou a medição e o ins-
trumento utilizado não estiver aferido segundo Art. 24. A garantia legal de adequação do pro-
os padrões oficiais. duto ou serviço independe de termo expresso,
vedada a exoneração contratual do fornecedor.
Art. 20. O fornecedor de serviços responde
pelos vícios de qualidade que os tornem im- Art. 25. É vedada a estipulação contratual de
próprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, cláusula que impossibilite, exonere ou atenue
assim como por aqueles decorrentes da dispari- a obrigação de indenizar prevista nesta e nas
dade com as indicações constantes da oferta ou Seções anteriores.
mensagem publicitária, podendo o consumidor § 1o Havendo mais de um responsável pela
exigir, alternativamente e à sua escolha: causação do dano, todos responderão solida-
I – a reexecução dos serviços, sem custo riamente pela reparação prevista nesta e nas
adicional e quando cabível; Seções anteriores.
II – a restituição imediata da quantia paga, § 2o Sendo o dano causado por componente
monetariamente atualizada, sem prejuízo de ou peça incorporada ao produto ou serviço,
eventuais perdas e danos; são responsáveis solidários seu fabricante,
III – o abatimento proporcional do preço. construtor ou importador e o que realizou a
§ 1o A reexecução dos serviços poderá ser incorporação.
confiada a terceiros devidamente capacitados,
por conta e risco do fornecedor.
§ 2 o São impróprios os serviços que se SEÇÃO IV – Da Decadência e da Prescrição
mostrem inadequados para os fins que razoa-
velmente deles se esperam, bem como aqueles Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios
que não atendam as normas regulamentares de aparentes ou de fácil constatação caduca em:
prestabilidade. I – trinta dias, tratando-se de fornecimento
de serviço e de produto não duráveis;
Código de Defesa do Consumidor
entidade que o represente requerer ao Ministé- SEÇÃO III – Dos Contratos de Adesão
rio Público que ajuíze a competente ação para
ser declarada a nulidade de cláusula contratual Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas
que contrarie o disposto neste Código ou de cláusulas tenham sido aprovadas pela autorida-
qualquer forma não assegure o justo equilíbrio de competente ou estabelecidas unilateralmente
entre direitos e obrigações das partes. pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem 21
que o consumidor possa discutir ou modificar Art. 56. As infrações das normas de defesa do
substancialmente seu conteúdo. consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às
§ 1o A inserção de cláusula no formulário seguintes sanções administrativas, sem prejuízo
não desfigura a natureza de adesão do contrato. das de natureza civil, penal e das definidas em
§ 2o Nos contratos de adesão admite-se normas específicas:
cláusula resolutória, desde que alternativa, ca- I – multa;
bendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se II – apreensão do produto;
o disposto no § 2o do artigo anterior. III – inutilização do produto;
§ 3o Os contratos de adesão escritos serão IV – cassação do registro do produto junto
redigidos em termos claros e com caracteres ao órgão competente;
ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não V – proibição de fabricação do produto;
será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar VI – suspensão de fornecimento de produtos
sua compreensão pelo consumidor. ou serviço;
§ 4o As cláusulas que implicarem limitação VII – suspensão temporária de atividade;
de direito do consumidor deverão ser redigidas VIII – revogação de concessão ou permissão
com destaque, permitindo sua imediata e fácil de uso;
compreensão. IX – cassação de licença do estabelecimento
§ 5o (Vetado) ou de atividade;
X – interdição, total ou parcial, de estabele-
cimento, de obra ou de atividade;
CAPÍTULO VII – Das Sanções XI – intervenção administrativa;
Administrativas XII – imposição de contrapropaganda.
Parágrafo único. As sanções previstas neste
Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Fe- artigo serão aplicadas pela autoridade adminis-
deral, em caráter concorrente e nas suas respec- trativa, no âmbito de sua atribuição, podendo
tivas áreas de atuação administrativa, baixarão ser aplicadas cumulativamente, inclusive por
normas relativas à produção, industrialização, medida cautelar antecedente ou incidente de
distribuição e consumo de produtos e serviços. procedimento administrativo.
§ 1o A União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios fiscalizarão e controlarão a Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo
produção, industrialização, distribuição, a pu- com a gravidade da infração, a vantagem au-
blicidade de produtos e serviços e o mercado ferida e a condição econômica do fornecedor,
de consumo, no interesse da preservação da será aplicada mediante procedimento adminis-
vida, da saúde, da segurança, da informação trativo, revertendo para o Fundo de que trata a
e do bem-estar do consumidor, baixando as Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores
normas que se fizerem necessárias. cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais
§ 2o (Vetado) ou municipais de proteção ao consumidor nos
§ 3o Os órgãos federais, estaduais, do Dis- demais casos.
trito Federal e municipais com atribuições para Parágrafo único. A multa será em montante
Código de Defesa do Consumidor
fiscalizar e controlar o mercado de consumo não inferior a duzentas e não superior a três
manterão comissões permanentes para elabora- milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de
ção, revisão e atualização das normas referidas Referência (Ufir), ou índice equivalente que
no § 1o, sendo obrigatória a participação dos venha a substituí-lo.
consumidores e fornecedores.
§ 4o Os órgãos oficiais poderão expedir Art. 58. As penas de apreensão, de inutiliza-
notificações aos fornecedores para que, sob ção de produtos, de proibição de fabricação de
pena de desobediência, prestem informações produtos, de suspensão do fornecimento de
sobre questões de interesse do consumidor, produto ou serviço, de cassação do registro do
resguardado o segredo industrial. produto e revogação da concessão ou permissão
22 de uso serão aplicadas pela administração, me-
diante procedimento administrativo, assegu- Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos
rada ampla defesa, quando forem constatados sobre a nocividade ou periculosidade de produ-
vícios de quantidade ou de qualidade por inade- tos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes
quação ou insegurança do produto ou serviço. ou publicidade:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos
Art. 59. As penas de cassação de alvará de e multa.
licença, de interdição e de suspensão tempo- § 1o Incorrerá nas mesmas penas quem
rária da atividade, bem como a de intervenção deixar de alertar, mediante recomendações
administrativa serão aplicadas mediante proce- escritas ostensivas, sobre a periculosidade do
dimento administrativo, assegurada ampla de- serviço a ser prestado.
fesa, quando o fornecedor reincidir na prática § 2o Se o crime é culposo:
das infrações de maior gravidade previstas neste Pena – Detenção de um a seis meses ou
Código e na legislação de consumo. multa.
§ 1o A pena de cassação da concessão será
aplicada à concessionária de serviço público, Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade
quando violar obrigação legal ou contratual. competente e aos consumidores a nocividade
§ 2o A pena de intervenção administrativa ou periculosidade de produtos cujo conhe-
será aplicada sempre que as circunstâncias de cimento seja posterior à sua colocação no
fato desaconselharem a cassação de licença, a mercado:
interdição ou suspensão da atividade. Pena – Detenção de seis meses a dois anos
§ 3o Pendendo ação judicial na qual se e multa.
discuta a imposição de penalidade administra- Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas pe-
tiva, não haverá reincidência até o trânsito em nas quem deixar de retirar do mercado, imedia-
julgado da sentença. tamente quando determinado pela autoridade
competente, os produtos nocivos ou perigosos,
Art. 60. A imposição de contrapropaganda na forma deste artigo.
será cominada quando o fornecedor incorrer
na prática de publicidade enganosa ou abusiva, Art. 65. Executar serviço de alto grau de pe-
nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre riculosidade, contrariando determinação de
às expensas do infrator. autoridade competente:
§ 1o A contrapropaganda será divulgada Pena – Detenção de seis meses a dois anos
pelo responsável da mesma forma, frequência e multa.
e dimensão e, preferencialmente no mesmo § 1o As penas deste artigo são aplicáveis sem
veículo, local, espaço e horário, de forma capaz prejuízo das correspondentes à lesão corporal
de desfazer o malefício da publicidade enganosa e à morte.
ou abusiva. § 2o A prática do disposto no inciso XIV do
§ 2o (Vetado) art. 39 desta Lei também caracteriza o crime
§ 3o (Vetado) previsto no caput deste artigo.
zo do disposto no Código Penal e leis especiais, Pena – Detenção de três meses a um ano
as condutas tipificadas nos artigos seguintes. e multa.
§ 1o Incorrerá nas mesmas penas quem
Art. 62. (Vetado) patrocinar a oferta.
§ 2o Se o crime é culposo:
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Pena – Detenção de um a seis meses ou Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o
multa. termo de garantia adequadamente preenchido
e com especificação clara de seu conteúdo:
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que Pena – Detenção de um a seis meses ou
sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva: multa.
Pena – Detenção de três meses a um ano
e multa. Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer
Parágrafo único. (Vetado) para os crimes referidos neste Código, incide
nas penas a esses cominadas na medida de sua
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que culpabilidade, bem como o diretor, adminis-
sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o trador ou gerente da pessoa jurídica que pro-
consumidor a se comportar de forma preju- mover, permitir ou por qualquer modo aprovar
dicial ou perigosa a sua saúde ou segurança: o fornecimento, oferta, exposição à venda ou
Pena – Detenção de seis meses a dois anos manutenção em depósito de produtos ou a
e multa. oferta e prestação de serviços nas condições
Parágrafo único. (Vetado) por ele proibidas.
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, téc- Art. 76. São circunstâncias agravantes dos
nicos e científicos que dão base à publicidade: crimes tipificados neste Código:
Pena – Detenção de um a seis meses ou I – serem cometidos em época de grave crise
multa. econômica ou por ocasião de calamidade;
II – ocasionarem grave dano individual ou
Art. 70. Empregar, na reparação de produtos, coletivo;
peça ou componentes de reposição usados, sem III – dissimular-se a natureza ilícita do
autorização do consumidor: procedimento;
Pena – Detenção de três meses a um ano IV – quando cometidos:
e multa. a) por servidor público, ou por pessoa cuja
condição econômico-social seja manifestamen-
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de te superior à da vítima;
ameaça, coação, constrangimento físico ou b) em detrimento de operário ou rurícola;
moral, afirmações falsas, incorretas ou enga- de menor de dezoito ou maior de sessenta anos
nosas ou de qualquer outro procedimento que ou de pessoas portadoras de deficiência mental,
exponha o consumidor, injustificadamente, a interditadas ou não;
ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso V – serem praticados em operações que en-
ou lazer: volvam alimentos, medicamentos ou quaisquer
Pena – Detenção de três meses a um ano outros produtos ou serviços essenciais.
e multa.
Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Se-
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do con- ção será fixada em dias-multa, correspondente
Código de Defesa do Consumidor
sumidor às informações que sobre ele constem ao mínimo e ao máximo de dias de duração da
em cadastros, banco de dados, fichas e registros: pena privativa da liberdade cominada ao crime.
Pena – Detenção de seis meses a um ano Na individualização desta multa, o juiz observa-
ou multa. rá o disposto no art. 60, § 1o do Código Penal.
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente Art. 78. Além das penas privativas de liberda-
informação sobre consumidor constante de de e de multa, podem ser impostas, cumulativa
cadastro, banco de dados, fichas ou registros ou alternadamente, observado o disposto nos
que sabe ou deveria saber ser inexata: arts. 44 a 47, do Código Penal:
Pena – Detenção de um a seis meses ou I – a interdição temporária de direitos;
24 multa.
II – a publicação em órgãos de comunicação III – interesses ou direitos individuais ho-
de grande circulação ou audiência, às expensas mogêneos, assim entendidos os decorrentes de
do condenado, de notícia sobre os fatos e a origem comum.
condenação;
III – a prestação de serviços à comunidade. Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo úni-
co, são legitimados concorrentemente:
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de I – o Ministério Público;
que trata este Código, será fixado pelo juiz, ou II – a União, os Estados, os Municípios e o
pela autoridade que presidir o inquérito, entre Distrito Federal;
cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do III – as entidades e órgãos da Administração
Tesouro Nacional (BTN), ou índice equivalente Pública, direta ou indireta, ainda que sem per-
que venha a substituí-lo. sonalidade jurídica, especificamente destinados
Parágrafo único. Se assim recomendar a à defesa dos interesses e direitos protegidos por
situação econômica do indiciado ou réu, a este Código;
fiança poderá ser: IV – as associações legalmente constituídas
a) reduzida até a metade do seu valor há pelo menos um ano e que incluam entre
mínimo; seus fins institucionais a defesa dos interesses e
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes. direitos protegidos por este Código, dispensada
a autorização assemblear.
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes § 1o O requisito da pré-constituição pode
previstos neste Código, bem como a outros ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas
crimes e contravenções que envolvam relações nos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto
de consumo, poderão intervir, como assistentes interesse social evidenciado pela dimensão ou
do Ministério Público, os legitimados indicados característica do dano, ou pela relevância do
no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é bem jurídico a ser protegido.
facultado propor ação penal subsidiária, se a § 2o (Vetado)
denúncia não for oferecida no prazo legal. § 3o (Vetado)
entendidos, para efeitos deste Código, os tran- § 2o A indenização por perdas e danos se
sindividuais de natureza indivisível de que seja fará sem prejuízo da multa (art. 287, do Código
titular grupo, categoria ou classe de pessoas de Processo Civil).
ligadas entre si ou com a parte contrária por § 3 o Sendo relevante o fundamento da
uma relação jurídica base; demanda e havendo justificado receio de
ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz 25
conceder a tutela liminarmente ou após justi- CAPÍTULO II – Das Ações Coletivas para a
ficação prévia, citado o réu. Defesa de Interesses Individuais Homogêneos
§ 4o O juiz poderá, na hipótese do § 3o
ou na sentença, impor multa diária ao réu, Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82
independentemente de pedido do autor, se poderão propor, em nome próprio e no inte-
for suficiente ou compatível com a obrigação, resse das vítimas ou seus sucessores, ação civil
fixando prazo razoável para o cumprimento coletiva de responsabilidade pelos danos indi-
do preceito. vidualmente sofridos, de acordo com o disposto
§ 5o Para a tutela específica ou para a obten- nos artigos seguintes.
ção do resultado prático equivalente, poderá
o juiz determinar as medidas necessárias, tais Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a
como busca e apreensão, remoção de coisas e ação, atuará sempre como fiscal da lei.
pessoas, desfazimento de obra, impedimento Parágrafo único. (Vetado)
de atividade nociva, além de requisição de
força policial. Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça
Federal, é competente para a causa a justiça
Art. 85. (Vetado) local:
I – no foro do lugar onde ocorreu ou deva
Art. 86. (Vetado) ocorrer o dano, quando de âmbito local;
II – no foro da Capital do Estado ou no
Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este do Distrito Federal, para os danos de âmbito
Código não haverá adiantamento de custas, nacional ou regional, aplicando-se as regras do
emolumentos, honorários periciais e quais- Código de Processo Civil aos casos de compe-
quer outras despesas, nem condenação da tência concorrente.
associação autora, salvo comprovada má-fé,
em honorários de advogados, custas e despesas Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital
processuais. no órgão oficial, a fim de que os interessados
Parágrafo único. Em caso de litigância possam intervir no processo como litisconsor-
de má-fé, a associação autora e os diretores tes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos
responsáveis pela propositura da ação serão meios de comunicação social por parte dos
solidariamente condenados em honorários órgãos de defesa do consumidor.
advocatícios e ao décuplo das custas, sem pre-
juízo da responsabilidade por perdas e danos. Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a
condenação será genérica, fixando a responsa-
Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo bilidade do réu pelos danos causados.
único deste Código, a ação de regresso poderá
ser ajuizada em processo autônomo, facultada Art. 96. (Vetado)
a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos
autos, vedada a denunciação da lide. Art. 97. A liquidação e a execução de senten-
Código de Defesa do Consumidor
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este
habilitação de interessados em número com- Código, a sentença fará coisa julgada:
patível com a gravidade do dano, poderão os I – erga omnes, exceto se o pedido for julga-
legitimados do art. 82 promover a liquidação do improcedente por insuficiência de provas,
e execução da indenização devida. hipótese em que qualquer legitimado poderá
Parágrafo único. O produto da indenização intentar outra ação, com idêntico fundamento,
devida reverterá para o fundo criado pela Lei valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso
no 7.347, de 24 de julho de 1985. I do parágrafo único do art. 81;
II – ultra partes, mas limitadamente ao gru-
po, categoria ou classe, salvo improcedência por
CAPÍTULO III – Das Ações de insuficiência de provas, nos termos do inciso
Responsabilidade do Fornecedor de Produtos anterior, quando se tratar da hipótese prevista
e Serviços no inciso II do parágrafo único do art. 81;
III – erga omnes, apenas no caso de pro-
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do cedência do pedido, para beneficiar todas as
fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso
do disposto nos Capítulos I e II deste Título, III do parágrafo único do art. 81.
serão observadas as seguintes normas: § 1o Os efeitos da coisa julgada previstos nos
Normas principais
I – a ação pode ser proposta no domicílio incisos I e II não prejudicarão interesses e direi-
do autor; tos individuais dos integrantes da coletividade,
II – o réu que houver contratado seguro de do grupo, categoria ou classe.
responsabilidade poderá chamar ao processo o § 2o Na hipótese prevista no inciso III, em
segurador, vedada a integração do contraditório caso de improcedência do pedido, os interes-
pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta sados que não tiverem intervindo no processo 27
como litisconsortes poderão propor ação de IV – informar, conscientizar e motivar o
indenização a título individual. consumidor através dos diferentes meios de
§ 3 o Os efeitos da coisa julgada de que comunicação;
cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da V – solicitar à polícia judiciária a instaura-
Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, não pre- ção de inquérito policial para a apreciação de
judicarão as ações de indenização por danos delito contra os consumidores, nos termos da
pessoalmente sofridos, propostas individual- legislação vigente;
mente ou na forma prevista neste Código, mas, VI – representar ao Ministério Público
se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas competente para fins de adoção de medidas
e seus sucessores, que poderão proceder à liqui- processuais no âmbito de suas atribuições;
dação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99. VII – levar ao conhecimento dos órgãos
§ 4o Aplica-se o disposto no parágrafo an- competentes as infrações de ordem admi-
terior à sentença penal condenatória. nistrativa que violarem os interesses difusos,
coletivos, ou individuais dos consumidores;
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos VIII – solicitar o concurso de órgãos e enti-
incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, dades da União, Estados, do Distrito Federal e
não induzem litispendência para as ações in- Municípios, bem como auxiliar a fiscalização de
dividuais, mas os efeitos da coisa julgada erga preços, abastecimento, quantidade e segurança
omnes ou ultra partes a que aludem os incisos de bens e serviços;
II e III do artigo anterior não beneficiarão os IX – incentivar, inclusive com recursos
autores das ações individuais, se não for re- financeiros e outros programas especiais, a
querida sua suspensão no prazo de trinta dias, formação de entidades de defesa do consu-
a contar da ciência nos autos do ajuizamento midor pela população e pelos órgãos públicos
da ação coletiva. estaduais e municipais;
X – (Vetado);
XI – (Vetado);
TÍTULO IV – Do Sistema Nacional de XII – (Vetado);
Defesa do Consumidor XIII – desenvolver outras atividades compa-
tíveis com suas finalidades.
Art. 105. Integram o Sistema Nacional de De- Parágrafo único. Para a consecução de seus
fesa do Consumidor (SNDC) os órgãos federais, objetivos, o Departamento Nacional de Defesa
estaduais, do Distrito Federal e municipais e as do Consumidor poderá solicitar o concurso de
entidades privadas de defesa do consumidor. órgãos e entidades de notória especialização
técnico-científica.
Art. 106. O Departamento Nacional de Defe-
sa do Consumidor, da Secretaria Nacional de
Direito Econômico (MJ), ou órgão federal que TÍTULO V – Da Convenção Coletiva de
venha substituí-lo, é organismo de coordenação Consumo
da política do Sistema Nacional de Defesa do
Código de Defesa do Consumidor
30
Decreto no 7.962/2013
Regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para dispor sobre a contratação no comércio
eletrônico.
32
Decreto no 6.523/2008
Regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para fixar normas gerais sobre o Serviço de
Atendimento ao Consumidor – SAC.
Normas principais
35
Decreto no 5.903/2006
Regulamenta a Lei no 10.962, de 11 de outubro de 2004, e a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990.
na área de vendas, observada a distância máxi- VIII – expor informação redigida na vertical
ma de quinze metros entre qualquer produto e ou outro ângulo que dificulte a percepção.
a leitora ótica mais próxima.
§ 3 o Para efeito de fiscalização, os for- Art. 10. A aplicação do disposto neste Decreto
necedores deverão prestar as informações dar-se-á sem prejuízo de outras normas de
necessárias aos agentes fiscais mediante dispo- 37
controle incluídas na competência de demais Brasília, 20 de setembro de 2006; 185o da Inde-
órgãos e entidades federais. pendência e 118o da República.
Parágrafo único. O disposto nos arts. 2o, 3o
e 9 deste Decreto aplica-se às contratações no
o
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Márcio
comércio eletrônico. Thomaz Bastos
Art. 11. Este Decreto entra em vigor noventa Decretado em 20/9/2006 e publicado no DOU de
dias após sua publicação. 21/9/2006.
Código de Defesa do Consumidor
38
Decreto no 2.181/1997
Dispõe sobre a organização do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor – SNDC, estabelece as
normas gerais de aplicação das sanções administrativas previstas na Lei no 8.078, de 11 de setembro
de 1990, revoga o Decreto no 861, de 9 julho de 1993, e dá outras providências.
sultas e denúncias apresentadas por entidades XIII – elaborar e divulgar o cadastro na-
representativas ou pessoas jurídicas de direito cional de reclamações fundamentadas contra
público ou privado ou por consumidores in- fornecedores de produtos e serviços, a que se
dividuais; refere o art. 44 da Lei no 8.078, de 1990;
III – prestar aos consumidores orientação XIV – desenvolver outras atividades com-
permanente sobre seus direitos e garantias; patíveis com suas finalidades. 39
Art. 4o No âmbito de sua jurisdição e com- Art. 6o As entidades e órgãos da Administra-
petência, caberá ao órgão estadual, do Distrito ção Pública destinados à defesa dos interesses
Federal e municipal de proteção e defesa do e direitos protegidos pelo Código de Defesa do
consumidor, criado, na forma da lei, especifi- Consumidor poderão celebrar compromissos
camente para este fim, exercitar as atividades de ajustamento de conduta às exigências legais,
contidas nos incisos II a XII do art. 3o deste nos termos do § 6o do art. 5o da Lei no 7.347,
Decreto e, ainda: de 1985, na órbita de suas respectivas compe-
I – planejar, elaborar, propor, coordenar e tências.
executar a política estadual, do Distrito Federal § 1o A celebração de termo de ajustamento
e municipal de proteção e defesa do consumi- de conduta não impede que outro, desde que
dor, nas suas respectivas áreas de atuação; mais vantajoso para o consumidor, seja lavrado
II – dar atendimento aos consumidores, por quaisquer das pessoas jurídicas de direito
processando, regularmente, as reclamações público integrantes do SNDC.
fundamentadas; § 2o A qualquer tempo, o órgão subscritor
III – fiscalizar as relações de consumo; poderá, diante de novas informações ou se
IV – funcionar, no processo administrativo, assim as circunstâncias o exigirem, retificar ou
como instância de instrução e julgamento, no complementar o acordo firmado, determinando
âmbito de sua competência, dentro das regras outras providências que se fizerem necessárias,
fixadas pela Lei no 8.078, de 1990, pela legislação sob pena de invalidade imediata do ato, dando-
complementar e por este Decreto; se seguimento ao procedimento administrativo
V – elaborar e divulgar anualmente, no eventualmente arquivado.
âmbito de sua competência, o cadastro de re- § 3o O compromisso de ajustamento con-
clamações fundamentadas contra fornecedores terá, entre outras, cláusulas que estipulem
de produtos e serviços, de que trata o art. 44 da condições sobre:
Lei no 8.078, de 1990 e remeter cópia à Secre- I – obrigação do fornecedor de adequar sua
taria Nacional do Consumidor do Ministério conduta às exigências legais, no prazo ajustado;
da Justiça; II – pena pecuniária, diária, pelo descum-
VI – desenvolver outras atividades compa- primento do ajustado, levando-se em conta os
tíveis com suas finalidades. seguintes critérios:
a) o valor global da operação investigada;
Art. 5o Qualquer entidade ou órgão da Admi- b) o valor do produto ou serviço em ques-
nistração Pública, federal, estadual e municipal, tão;
destinado à defesa dos interesses e direitos do c) os antecedentes do infrator;
consumidor, tem, no âmbito de suas respectivas d) a situação econômica do infrator;
competências, atribuição para apurar e punir III – ressarcimento das despesas de investi-
infrações a este Decreto e à legislação das rela- gação da infração e instrução do procedimento
ções de consumo. administrativo.
Parágrafo único. Se instaurado mais de um § 4 o A celebração do compromisso de
processo administrativo por pessoas jurídicas ajustamento suspenderá o curso do processo
Código de Defesa do Consumidor
de direito público distintas, para apuração de administrativo, se instaurado, que somente será
infração decorrente de um mesmo fato impu- arquivado após atendidas todas as condições
tado ao mesmo fornecedor, eventual conflito estabelecidas no respectivo termo.
de competência será dirimido pela Secretaria
Nacional do Consumidor, que poderá ouvir a Art. 7o Compete aos demais órgãos públi-
Comissão Nacional Permanente de Defesa do cos federais, estaduais, do Distrito Federal e
Consumidor – CNPDC, levando sempre em municipais que passarem a integrar o SNDC
consideração a competência federativa para fiscalizar as relações de consumo, no âmbito de
legislar sobre a respectiva atividade econômica. sua competência, e autuar, na forma da legisla-
ção, os responsáveis por práticas que violem os
40 direitos do consumidor.
Art. 8o As entidades civis de proteção e de- I – condicionar o fornecimento de produto
fesa do consumidor, legalmente constituídas, ou serviço ao fornecimento de outro produto
poderão: ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites
I – encaminhar denúncias aos órgãos públi- quantitativos;
cos de proteção e defesa do consumidor, para II – recusar atendimento às demandas dos
as providências legais cabíveis; consumidores na exata medida de sua disponi-
II – representar o consumidor em juízo, bilidade de estoque e, ainda, de conformidade
observado o disposto no inciso IV do art. 82 com os usos e costumes;
da Lei no 8.078, de 1990; III – recusar, sem motivo justificado, aten-
III – exercer outras atividades correlatas. dimento à demanda dos consumidores de
serviços;
IV – enviar ou entregar ao consumidor
CAPÍTULO III – Da Fiscalização, das qualquer produto ou fornecer qualquer serviço,
Práticas Infrativas e das Penalidades sem solicitação prévia;
Administrativas V – prevalecer-se da fraqueza ou ignorân-
SEÇÃO I – Da Fiscalização cia do consumidor, tendo em vista sua idade,
saúde, conhecimento ou condição social, para
Art. 9o A fiscalização das relações de consu- impingir-lhe seus produtos ou serviços;
mo de que tratam a Lei no 8.078, de 1990, este VI – exigir do consumidor vantagem mani-
Decreto e as demais normas de defesa do con- festamente excessiva;
sumidor será exercida em todo o território na- VII – executar serviços sem a prévia ela-
cional pela Secretaria Nacional do Consumidor boração de orçamento e autorização expressa
do Ministério da Justiça, pelos órgãos federais do consumidor, ressalvadas as decorrentes de
integrantes do Sistema Nacional de Defesa do práticas anteriores entre as partes;
Consumidor, pelos órgãos conveniados com a VIII – repassar informação depreciativa
Secretaria e pelos órgãos de proteção e defesa referente a ato praticado pelo consumidor no
do consumidor criados pelos Estados, Distrito exercício de seus direitos;
Federal e Municípios, em suas respectivas áreas IX – colocar, no mercado de consumo, qual-
de atuação e competência. quer produto ou serviço:
a) em desacordo com as normas expedidas
Art. 10. A fiscalização de que trata este Decre- pelos órgãos oficiais competentes, ou, se nor-
to será efetuada por agentes fiscais, oficialmente mas específicas não existirem, pela Associação
designados, vinculados aos respectivos órgãos Brasileira de Normas Técnicas – ABNT ou
de proteção e defesa do consumidor, no âmbito outra entidade credenciada pelo Conselho
federal, estadual, do Distrito Federal e munici- Nacional de Metrologia, Normalização e Qua-
pal, devidamente credenciados mediante Cédu- lidade Industrial – CONMETRO;
la de Identificação Fiscal, admitida a delegação b) que acarrete riscos à saúde ou à segurança
mediante convênio. dos consumidores e sem informações ostensi-
vas e adequadas;
Art. 11. Sem exclusão da responsabilidade dos c) em desacordo com as indicações constan-
órgãos que compõem o SNDC, os agentes de tes do recipiente, da embalagem, da rotulagem
que trata o artigo anterior responderão pelos ou mensagem publicitária, respeitadas as varia-
atos que praticarem quando investidos da ação ções decorrentes de sua natureza;
fiscalizadora. d) impróprio ou inadequado ao consumo
Normas principais
que deixar de informar sobre dado essencial do ou cumulativamente, inclusive de forma caute-
produto ou serviço a ser colocado à disposição lar, antecedente ou incidente no processo admi-
dos consumidores. nistrativo, sem prejuízo das de natureza cível,
§ 2o É abusiva, entre outras, a publicidade penal e das definidas em normas específicas:
discriminatória de qualquer natureza, que inci- I – multa;
te à violência, explore o medo ou a superstição, II – apreensão do produto; 43
III – inutilização do produto; fornecer serviços adequados, eficientes, seguros
IV – cassação do registro do produto junto e, quanto aos essenciais, contínuos.
ao órgão competente;
V – proibição de fabricação do produto; Art. 21. A aplicação da sanção prevista no
VI – suspensão de fornecimento de produtos inciso II do art. 18 terá lugar quando os pro-
ou serviços; dutos forem comercializados em desacordo
VII – suspensão temporária de atividade; com as especificações técnicas estabelecidas
VIII – revogação de concessão ou permissão em legislação própria, na Lei no 8.078, de 1990,
de uso; e neste Decreto.
IX – cassação de licença do estabelecimento § 1o Os bens apreendidos, a critério da
ou de atividade; autoridade, poderão ficar sob a guarda do pro-
X – interdição, total ou parcial, de estabele- prietário, responsável, preposto ou empregado
cimento, de obra ou de atividade; que responda pelo gerenciamento do negócio,
XI – intervenção administrativa; nomeado fiel depositário, mediante termo pró-
XII – imposição de contrapropaganda. prio, proibida a venda, utilização, substituição,
§ 1o Responderá pela prática infrativa, su- subtração ou remoção, total ou parcial, dos
jeitando-se às sanções administrativas previstas referidos bens.
neste Decreto, quem por ação ou omissão lhe § 2o A retirada de produto por parte da
der causa, concorrer para sua prática ou dela autoridade fiscalizadora não poderá incidir
se beneficiar. sobre quantidade superior àquela necessária à
§ 2o As penalidades previstas neste artigo realização da análise pericial.
serão aplicadas pelos órgãos oficiais integran-
tes do SNDC, sem prejuízo das atribuições do Art. 22. Será aplicada multa ao fornecedor
órgão normativo ou regulador da atividade, na de produtos ou serviços que, direta ou indire-
forma da legislação vigente. tamente, inserir, fizer circular ou utilizar-se de
§ 3o As penalidades previstas nos incisos III cláusula abusiva, qualquer que seja a modali-
a XI deste artigo sujeitam-se a posterior con- dade do contrato de consumo, inclusive nas
firmação pelo órgão normativo ou regulador operações securitárias, bancárias, de crédito
da atividade, nos limites de sua competência. direto ao consumidor, depósito, poupança, mú-
tuo ou financiamento, e especialmente quando:
Art. 19. Toda pessoa física ou jurídica que I – impossibilitar, exonerar ou atenuar a
fizer ou promover publicidade enganosa ou responsabilidade do fornecedor por vícios de
abusiva ficará sujeita à pena de multa, cumu- qualquer natureza dos produtos e serviços ou
lada com aquelas previstas no artigo anterior, implicar renúncia ou disposição de direito do
sem prejuízo da competência de outros órgãos consumidor;
administrativos. II – deixar de reembolsar ao consumidor
Parágrafo único. Incide também nas penas a quantia já paga, nos casos previstos na Lei
deste artigo o fornecedor que: no 8.078, de 1990;
a) deixar de organizar ou negar aos legíti- III – transferir responsabilidades a terceiros;
Código de Defesa do Consumidor
deste Decreto pela autoridade competente, a oitenta por cento do valor arrecadado.
pena de multa será fixada considerando-se a
gravidade da prática infrativa, a extensão do
dano causado aos consumidores, a vantagem CAPÍTULO V – Do Processo Administrativo
auferida com o ato infrativo e a condição eco- SEÇÃO I – Das Disposições Gerais
nômica do infrator, respeitados os parâmetros
estabelecidos no parágrafo único do art. 57 da Art. 33. As práticas infrativas às normas de
Lei no 8.078, de 1990. proteção e defesa do consumidor serão apu-
radas em processo administrativo, que terá
início mediante:
46
I – ato, por escrito, da autoridade compe- f) a identificação do agente autuante, sua
tente; assinatura, a indicação do seu cargo ou função
I – lavratura de auto de infração; e o número de sua matrícula;
III – reclamação. g) a designação do órgão julgador e o res-
§ 1o Antecedendo à instauração do processo pectivo endereço;
administrativo, poderá a autoridade competen- h) a assinatura do autuado;
te abrir investigação preliminar, cabendo, para II – o Auto de Apreensão e o Termo de
tanto, requisitar dos fornecedores informações Depósito:
sobre as questões investigados, resguardado o a) o local, a data e a hora da lavratura;
segredo industrial, na forma do disposto no § 4o b) o nome, o endereço e a qualificação do
do art. 55 da Lei no 8.078, de 1990. depositário;
§ 2o A recusa à prestação das informações c) a descrição e a quantidade dos produtos
ou o desrespeito às determinações e convo- apreendidos;
cações dos órgãos do SNDC caracterizam d) as razões e os fundamentos da apreensão;
desobediência, na forma do art. 330 do Código e) o local onde o produto ficará armaze-
Penal, ficando a autoridade administrativa com nado;
poderes para determinar a imediata cessação f) a quantidade de amostra colhida para
da prática, além da imposição das sanções análise;
administrativas e civis cabíveis. g) a identificação do agente autuante, sua
assinatura, a indicação do seu cargo ou função
e o número de sua matrícula;
SEÇÃO II – Da Reclamação h) a assinatura do depositário;
i) as proibições contidas no § 1o do art. 21
Art. 34. O consumidor poderá apresentar sua deste Decreto.
reclamação pessoalmente, ou por telegrama,
carta, telex, fac-símile ou qualquer outro meio Art. 36. Os Autos de Infração, de Apreensão
de comunicação, a quaisquer dos órgãos oficiais e o Termo de Depósito serão lavrados pelo
de proteção e defesa do consumidor. agente autuante que houver verificado a prática
infrativa, preferencialmente no local onde foi
comprovada a irregularidade.
SEÇÃO III – Dos Autos de Infração, de
Apreensão e do Termo de Depósito Art. 37. Os Autos de Infração, de Apreensão e
o Termo de Depósito serão lavrados em impres-
Art. 35. Os Autos de infração, de Apreensão so próprio, composto de três vias, numeradas
e o Termo de Depósito deverão ser impressos, tipograficamente.
numerados em série e preenchidos de forma § 1o Quando necessário, para comprovação
clara e precisa, sem entrelinhas, rasuras ou de infração, os Autos serão acompanhados de
emendas, mencionando: laudo pericial.
I – o Auto de Infração: § 2o Quando a verificação do defeito ou
a) o local, a data e a hora da lavratura; vício relativo à qualidade, oferta e apresentação
b) o nome, o endereço e a qualificação do de produtos não depender de perícia, o agente
autuado; competente consignará o fato no respectivo
c) a descrição do fato ou do ato constitutivo Auto.
da infração;
Normas principais
Art. 66. Este Decreto entra em vigor na data Decretado em 20/3/1997 e publicado no DOU de
de sua publicação. 21/3/1997.
Normas principais
51
Normas correlatas
Lei no 13.455/2017
Dispõe sobre a diferenciação de preços de bens e serviços oferecidos ao público em função do prazo
ou do instrumento de pagamento utilizado, e altera a Lei no 10.962, de 11 de outubro de 2004.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua
e eu sanciono a seguinte Lei: publicação.
54
Lei no 12.965/2014
Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil.
Art. 3o A disciplina do uso da internet no Art. 5o Para os efeitos desta Lei, considera-se:
Brasil tem os seguintes princípios: I – internet: o sistema constituído do con-
I – garantia da liberdade de expressão, co- junto de protocolos lógicos, estruturado em
municação e manifestação de pensamento, nos escala mundial para uso público e irrestrito,
termos da Constituição Federal; com a finalidade de possibilitar a comunicação
II – proteção da privacidade; de dados entre terminais por meio de diferentes
III – proteção dos dados pessoais, na forma redes;
da lei; II – terminal: o computador ou qualquer
IV – preservação e garantia da neutralidade dispositivo que se conecte à internet;
Normas correlatas
58
SUBSEÇÃO III – Da Guarda de Registros de de acesso a aplicações de internet não implica
Acesso a Aplicações de Internet na Provisão responsabilidade sobre danos decorrentes do
de Aplicações uso desses serviços por terceiros.
II – de dados pessoais que sejam excessivos previsto no § 3o, poderá antecipar, total ou
em relação à finalidade para a qual foi dado parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no
consentimento pelo seu titular. pedido inicial, existindo prova inequívoca do
fato e considerado o interesse da coletividade na
Art. 17. Ressalvadas as hipóteses previstas disponibilização do conteúdo na internet, desde
nesta Lei, a opção por não guardar os registros que presentes os requisitos de verossimilhança 59
da alegação do autor e de fundado receio de mento de registros de conexão ou de registros
dano irreparável ou de difícil reparação. de acesso a aplicações de internet.
Parágrafo único. Sem prejuízo dos demais
Art. 20. Sempre que tiver informações de requisitos legais, o requerimento deverá conter,
contato do usuário diretamente responsável sob pena de inadmissibilidade:
pelo conteúdo a que se refere o art. 19, caberá I – fundados indícios da ocorrência do
ao provedor de aplicações de internet comu- ilícito;
nicar-lhe os motivos e informações relativos à II – justificativa motivada da utilidade dos
indisponibilização de conteúdo, com informa- registros solicitados para fins de investigação
ções que permitam o contraditório e a ampla ou instrução probatória; e
defesa em juízo, salvo expressa previsão legal ou III – período ao qual se referem os registros.
expressa determinação judicial fundamentada
em contrário. Art. 23. Cabe ao juiz tomar as providências
Parágrafo único. Quando solicitado pelo necessárias à garantia do sigilo das informações
usuário que disponibilizou o conteúdo tornado recebidas e à preservação da intimidade, da vida
indisponível, o provedor de aplicações de inter- privada, da honra e da imagem do usuário, po-
net que exerce essa atividade de forma organi- dendo determinar segredo de justiça, inclusive
zada, profissionalmente e com fins econômicos quanto aos pedidos de guarda de registro.
substituirá o conteúdo tornado indisponível
pela motivação ou pela ordem judicial que deu
fundamento à indisponibilização. CAPÍTULO IV – Da Atuação do Poder
Público
Art. 21. O provedor de aplicações de internet
que disponibilize conteúdo gerado por terceiros Art. 24. Constituem diretrizes para a atuação
será responsabilizado subsidiariamente pela da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
violação da intimidade decorrente da divul- Municípios no desenvolvimento da internet
gação, sem autorização de seus participantes, no Brasil:
de imagens, de vídeos ou de outros materiais I – estabelecimento de mecanismos de
contendo cenas de nudez ou de atos sexuais de governança multiparticipativa, transparente,
caráter privado quando, após o recebimento de colaborativa e democrática, com a participação
notificação pelo participante ou seu represen- do governo, do setor empresarial, da sociedade
tante legal, deixar de promover, de forma dili- civil e da comunidade acadêmica;
gente, no âmbito e nos limites técnicos do seu II – promoção da racionalização da gestão,
serviço, a indisponibilização desse conteúdo. expansão e uso da internet, com participação
Parágrafo único. A notificação prevista no do Comitê Gestor da internet no Brasil;
caput deverá conter, sob pena de nulidade, III – promoção da racionalização e da
elementos que permitam a identificação es- interoperabilidade tecnológica dos serviços
pecífica do material apontado como violador de governo eletrônico, entre os diferentes Po-
da intimidade do participante e a verificação deres e âmbitos da Federação, para permitir o
Código de Defesa do Consumidor
62
Lei no 12.741/2012
Dispõe sobre as medidas de esclarecimento ao consumidor, de que trata o § 5o do artigo 150 da
Constituição Federal; altera o inciso III do art. 6o e o inciso IV do art. 106 da Lei no 8.078, de 11 de
setembro de 1990 – Código de Defesa do Consumidor.
§ 5o Os tributos que deverão ser computa- § 8o Em relação aos serviços de natureza
dos são os seguintes: financeira, quando não seja legalmente prevista
I – Imposto sobre Operações relativas a a emissão de documento fiscal, as informações
Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de que trata este artigo deverão ser feitas em ta-
de Serviços de Transporte Interestadual e Inter- belas afixadas nos respectivos estabelecimentos.
municipal e de Comunicação (ICMS); § 9o (Vetado) 63
§ 10. A indicação relativa ao IOF (prevista ...............................................................................
no inciso IV do § 5o) restringe-se aos produtos
financeiros sobre os quais incida diretamente Art. 4o (Vetado)
aquele tributo.
§ 11. A indicação relativa ao PIS e à Cofins Art. 5o Decorrido o prazo de 12 (doze) me-
(incisos VII e VIII do § 5o), limitar-se-á à tri- ses, contado do início de vigência desta Lei, o
butação incidente sobre a operação de venda descumprimento de suas disposições sujeitará
ao consumidor. o infrator às sanções previstas no Capítulo VII
§ 12. Sempre que o pagamento de pessoal do Título I da Lei no 8.078, de 11 de setembro
constituir item de custo direto do serviço ou de 1990.
produto fornecido ao consumidor, deve ser
divulgada, ainda, a contribuição previdenciária Art. 6o Esta Lei entra em vigor 6 (seis) meses
dos empregados e dos empregadores incidente, após a data de sua publicação.
alocada ao serviço ou produto.
Brasília, 8 de dezembro de 2012; 191o da Inde-
Art. 2 Os valores aproximados de que trata
o
pendência e 124o da República.
o art. 1o serão apurados sobre cada operação, e
poderão, a critério das empresas vendedoras, DILMA ROUSSEFF – José Eduardo Cardozo –
ser calculados e fornecidos, semestralmente, Guido Mantega
por instituição de âmbito nacional reconhe-
cidamente idônea, voltada primordialmente à Promulgada em 8/12/2012 e publicada no DOU de
apuração e análise de dados econômicos. 10/12/2012.
Código de Defesa do Consumidor
64
Lei no 12.529/2011
Estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência; dispõe sobre a prevenção e repressão às
infrações contra a ordem econômica; altera a Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, o Decreto-lei
no 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal, e a Lei no 7.347, de 24 de julho de
1985; revoga dispositivos da Lei no 8.884, de 11 de junho de 1994, e a Lei no 9.781, de 19 de janeiro
de 1999; e dá outras providências.
CAPÍTULO II – Da Territorialidade
SEÇÃO I – Da Estrutura Organizacional do
Art. 2o Aplica-se esta Lei, sem prejuízo de Cade
convenções e tratados de que seja signatário
o Brasil, às práticas cometidas no todo ou em Art. 5o O Cade é constituído pelos seguintes
parte no território nacional ou que nele produ- órgãos:
zam ou possam produzir efeitos. I – Tribunal Administrativo de Defesa
§ 1o Reputa-se domiciliada no território Econômica;
nacional a empresa estrangeira que opere ou II – Superintendência-Geral; e
tenha no Brasil filial, agência, sucursal, escri- III – Departamento de Estudos Econômicos.
tório, estabelecimento, agente ou representante.
§ 2o A empresa estrangeira será notificada e
Normas correlatas
nejamento plurianual das receitas e despesas, Art. 35. A repressão das infrações da ordem
visando ao seu equilíbrio orçamentário e fi- econômica não exclui a punição de outros
nanceiro nos 5 (cinco) exercícios subsequentes. ilícitos previstos em lei.
§ 2o A lei orçamentária anual consignará as
dotações para as despesas de custeio e capital do
Cade, relativas ao exercício a que ela se referir. 73
CAPÍTULO II – Das Infrações IV – criar dificuldades à constituição, ao fun-
cionamento ou ao desenvolvimento de empresa
Art. 36. Constituem infração da ordem eco- concorrente ou de fornecedor, adquirente ou
nômica, independentemente de culpa, os atos financiador de bens ou serviços;
sob qualquer forma manifestados, que tenham V – impedir o acesso de concorrente às
por objeto ou possam produzir os seguintes fontes de insumo, matérias-primas, equipa-
efeitos, ainda que não sejam alcançados: mentos ou tecnologia, bem como aos canais
I – limitar, falsear ou de qualquer forma pre- de distribuição;
judicar a livre concorrência ou a livre iniciativa; VI – exigir ou conceder exclusividade para
II – dominar mercado relevante de bens ou divulgação de publicidade nos meios de comu-
serviços; nicação de massa;
III – aumentar arbitrariamente os lucros; e VII – utilizar meios enganosos para provocar
IV – exercer de forma abusiva posição a oscilação de preços de terceiros;
dominante. VIII – regular mercados de bens ou serviços,
§ 1o A conquista de mercado resultante de estabelecendo acordos para limitar ou controlar
processo natural fundado na maior eficiência a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, a
de agente econômico em relação a seus com- produção de bens ou prestação de serviços, ou
petidores não caracteriza o ilícito previsto no para dificultar investimentos destinados à pro-
inciso II do caput deste artigo. dução de bens ou serviços ou à sua distribuição;
§ 2o Presume-se posição dominante sempre IX – impor, no comércio de bens ou serviços,
que uma empresa ou grupo de empresas for a distribuidores, varejistas e representantes
capaz de alterar unilateral ou coordenadamente preços de revenda, descontos, condições de
as condições de mercado ou quando controlar pagamento, quantidades mínimas ou máximas,
20% (vinte por cento) ou mais do mercado margem de lucro ou quaisquer outras condições
relevante, podendo este percentual ser alterado de comercialização relativos a negócios destes
pelo Cade para setores específicos da economia. com terceiros;
§ 3o As seguintes condutas, além de outras, X – discriminar adquirentes ou fornecedores
na medida em que configurem hipótese prevista de bens ou serviços por meio da fixação diferen-
no caput deste artigo e seus incisos, caracteri- ciada de preços, ou de condições operacionais
zam infração da ordem econômica: de venda ou prestação de serviços;
I – acordar, combinar, manipular ou ajustar XI – recusar a venda de bens ou a prestação
com concorrente, sob qualquer forma: de serviços, dentro das condições de pagamento
a) os preços de bens ou serviços ofertados normais aos usos e costumes comerciais;
individualmente; XII – dificultar ou romper a continuidade ou
b) a produção ou a comercialização de uma desenvolvimento de relações comerciais de pra-
quantidade restrita ou limitada de bens ou a zo indeterminado em razão de recusa da outra
prestação de um número, volume ou frequência parte em submeter-se a cláusulas e condições
restrita ou limitada de serviços; comerciais injustificáveis ou anticoncorrenciais;
c) a divisão de partes ou segmentos de um XIII – destruir, inutilizar ou açambarcar
Código de Defesa do Consumidor
de 11 de setembro de 1990, poderão ingressar ses que possam ser afetados pela decisão a ser
em juízo para, em defesa de seus interesses adotada; ou
individuais ou individuais homogêneos, obter II – legitimados à propositura de ação civil
a cessação de práticas que constituam infração pública pelos incisos III e IV do art. 82 da Lei
da ordem econômica, bem como o recebimento no 8.078, de 11 de setembro de 1990.
de indenização por perdas e danos sofridos, 77
Art. 51. Na tramitação dos processos no CAPÍTULO II – Do Processo
Cade, serão observadas as seguintes disposi- Administrativo no Controle de Atos de
ções, além daquelas previstas no regimento Concentração Econômica
interno: SEÇÃO I – Do Processo Administrativo na
I – os atos de concentração terão prioridade Superintendência-Geral
sobre o julgamento de outras matérias;
II – a sessão de julgamento do Tribunal é Art. 53. O pedido de aprovação dos atos de
pública, salvo nos casos em que for determi- concentração econômica a que se refere o
nado tratamento sigiloso ao processo, ocasião art. 88 desta Lei deverá ser endereçado ao Cade
em que as sessões serão reservadas; e instruído com as informações e documentos
III – nas sessões de julgamento do Tribunal, indispensáveis à instauração do processo ad-
poderão o Superintendente-Geral, o Econo- ministrativo, definidos em resolução do Cade,
mista-Chefe, o Procurador-Chefe e as partes além do comprovante de recolhimento da taxa
do processo requerer a palavra, que lhes será respectiva.
concedida, nessa ordem, nas condições e no § 1o Ao verificar que a petição não preenche
prazo definido pelo regimento interno, a fim os requisitos exigidos no caput deste artigo ou
de sustentarem oralmente suas razões perante apresenta defeitos e irregularidades capazes de
o Tribunal; dificultar o julgamento de mérito, a Superin-
IV – a pauta das sessões de julgamento será tendência-Geral determinará, uma única vez,
definida pelo Presidente, que determinará sua que os requerentes a emendem, sob pena de
publicação, com pelo menos 120 (cento e vinte) arquivamento.
horas de antecedência; e § 2 o Após o protocolo da apresentação
V – os atos e termos a serem praticados do ato de concentração, ou de sua emenda, a
nos autos dos procedimentos enumerados no Superintendência-Geral fará publicar edital, in-
art. 48 desta Lei poderão ser encaminhados dicando o nome dos requerentes, a natureza da
de forma eletrônica ou apresentados em meio operação e os setores econômicos envolvidos.
magnético ou equivalente, nos termos das
normas do Cade. Art. 54. Após cumpridas as providências in-
dicadas no art. 53, a Superintendência-Geral:
Art. 52. O cumprimento das decisões do I – conhecerá diretamente do pedido, profe-
Tribunal e de compromissos e acordos firma- rindo decisão terminativa, quando o processo
dos nos termos desta Lei poderá, a critério do dispensar novas diligências ou nos casos de
Tribunal, ser fiscalizado pela Superintendência- menor potencial ofensivo à concorrência, assim
Geral, com o respectivo encaminhamento dos definidos em resolução do Cade; ou
autos, após a decisão final do Tribunal. II – determinará a realização da instrução
§ 1o Na fase de fiscalização da execução das complementar, especificando as diligências a
decisões do Tribunal, bem como do cumpri- serem produzidas.
mento de compromissos e acordos firmados
nos termos desta Lei, poderá a Superinten- Art. 55. Concluída a instrução complementar
Código de Defesa do Consumidor
Art. 72. Em até 30 (trinta) dias úteis após Art. 79. A decisão do Tribunal, que em qual-
o decurso do prazo previsto no art. 70 desta quer hipótese será fundamentada, quando for
Lei, a Superintendência-Geral, em despacho pela existência de infração da ordem econô-
fundamentado, determinará a produção de mica, conterá:
provas que julgar pertinentes, sendo-lhe facul- I – especificação dos fatos que constituam a
tado exercer os poderes de instrução previstos infração apurada e a indicação das providên-
nesta Lei, mantendo-se o sigilo legal, quando cias a serem tomadas pelos responsáveis para
for o caso. fazê-la cessar;
II – prazo dentro do qual devam ser iniciadas
Art. 73. Em até 5 (cinco) dias úteis da data de e concluídas as providências referidas no inciso
conclusão da instrução processual determinada I do caput deste artigo;
na forma do art. 72 desta Lei, a Superinten- III – multa estipulada;
Código de Defesa do Consumidor
recimento da denúncia com relação ao agente pena de aplicação das sanções previstas no § 3o
beneficiário da leniência. deste artigo.
Parágrafo único. Cumprido o acordo de § 5o Serão proibidos os atos de concentração
leniência pelo agente, extingue-se automatica- que impliquem eliminação da concorrência em
mente a punibilidade dos crimes a que se refere parte substancial de mercado relevante, que
o caput deste artigo. possam criar ou reforçar uma posição domi- 85
nante ou que possam resultar na dominação de específico de participação em leilões, licitações
mercado relevante de bens ou serviços, ressal- e operações de aquisição de ações por meio de
vado o disposto no § 6o deste artigo. oferta pública.
§ 6o Os atos a que se refere o § 5o deste ar-
tigo poderão ser autorizados, desde que sejam Art. 90. Para os efeitos do art. 88 desta Lei,
observados os limites estritamente necessários realiza-se um ato de concentração quando:
para atingir os seguintes objetivos: I – 2 (duas) ou mais empresas anteriormente
I – cumulada ou alternativamente: independentes se fundem;
a) aumentar a produtividade ou a compe- II – 1 (uma) ou mais empresas adquirem, di-
titividade; reta ou indiretamente, por compra ou permuta
b) melhorar a qualidade de bens ou servi- de ações, quotas, títulos ou valores mobiliários
ços; ou conversíveis em ações, ou ativos, tangíveis ou
c) propiciar a eficiência e o desenvolvimento intangíveis, por via contratual ou por qualquer
tecnológico ou econômico; e outro meio ou forma, o controle ou partes de
II – sejam repassados aos consumidores uma ou outras empresas;
parte relevante dos benefícios decorrentes. III – 1 (uma) ou mais empresas incorporam
§ 7o É facultado ao Cade, no prazo de 1 (um) outra ou outras empresas; ou
ano a contar da respectiva data de consumação, IV – 2 (duas) ou mais empresas celebram
requerer a submissão dos atos de concentração contrato associativo, consórcio ou joint venture.
que não se enquadrem no disposto neste artigo. Parágrafo único. Não serão considerados
§ 8o As mudanças de controle acionário de atos de concentração, para os efeitos do dispos-
companhias abertas e os registros de fusão, sem to no art. 88 desta Lei, os descritos no inciso
prejuízo da obrigação das partes envolvidas, IV do caput, quando destinados às licitações
devem ser comunicados ao Cade pela Comissão promovidas pela administração pública direta
de Valores Mobiliários – CVM e pelo Departa- e indireta e aos contratos delas decorrentes.
mento Nacional do Registro do Comércio do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Art. 91. A aprovação de que trata o art. 88 des-
Comércio Exterior, respectivamente, no prazo ta Lei poderá ser revista pelo Tribunal, de ofício
de 5 (cinco) dias úteis para, se for o caso, ser ou mediante provocação da Superintendência-
examinados. Geral, se a decisão for baseada em informações
§ 9o O prazo mencionado no § 2o deste falsas ou enganosas prestadas pelo interessado,
artigo somente poderá ser dilatado: se ocorrer o descumprimento de quaisquer das
I – por até 60 (sessenta) dias, improrrogáveis, obrigações assumidas ou não forem alcançados
mediante requisição das partes envolvidas na os benefícios visados.
operação; ou Parágrafo único. Na hipótese referida no
II – por até 90 (noventa) dias, mediante caput deste artigo, a falsidade ou enganosidade
decisão fundamentada do Tribunal, em que será punida com multa pecuniária, de valor
sejam especificados as razões para a extensão, não inferior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais)
o prazo da prorrogação, que será não renovável, nem superior a R$ 6.000.000,00 (seis milhões
Código de Defesa do Consumidor
e as providências cuja realização seja necessária de reais), a ser aplicada na forma das normas
para o julgamento do processo. do Cade, sem prejuízo da abertura de processo
administrativo, nos termos do art. 67 desta Lei,
Art. 89. Para fins de análise do ato de con- e da adoção das demais medidas cabíveis.
centração apresentado, serão obedecidos os
procedimentos estabelecidos no Capítulo II do
Título VI desta Lei. CAPÍTULO II – Do Acordo em Controle de
Parágrafo único. O Cade regulamentará, Concentrações
por meio de Resolução, a análise prévia de atos
de concentração realizados com o propósito Art. 92. (Vetado)
86
TÍTULO VIII – Da Execução Judicial das § 3o O depósito em dinheiro não suspende-
Decisões do CADE rá a incidência de juros de mora e atualização
CAPÍTULO I – Do Processo monetária, podendo o Cade, na hipótese do
§ 2o deste artigo, promover a execução para
Art. 93. A decisão do Plenário do Tribunal, cobrança da diferença entre o valor revertido ao
cominando multa ou impondo obrigação de Fundo de Defesa de Direitos Difusos e o valor
fazer ou não fazer, constitui título executivo da multa atualizado, com os acréscimos legais,
extrajudicial. como se sua exigibilidade do crédito jamais
tivesse sido suspensa.
Art. 94. A execução que tenha por objeto § 4o (Revogado)
exclusivamente a cobrança de multa pecuniá-
ria será feita de acordo com o disposto na Lei Art. 99. Em razão da gravidade da infração da
no 6.830, de 22 de setembro de 1980. ordem econômica, e havendo fundado receio
de dano irreparável ou de difícil reparação,
Art. 95. Na execução que tenha por objeto, ainda que tenha havido o depósito das multas
além da cobrança de multa, o cumprimento de e prestação de caução, poderá o Juiz determinar
obrigação de fazer ou não fazer, o Juiz conce- a adoção imediata, no todo ou em parte, das
derá a tutela específica da obrigação, ou deter- providências contidas no título executivo.
minará providências que assegurem o resultado
prático equivalente ao do adimplemento. Art. 100. No cálculo do valor da multa diária
§ 1o A conversão da obrigação de fazer ou pela continuidade da infração, tomar-se-á como
não fazer em perdas e danos somente será ad- termo inicial a data final fixada pelo Cade para
missível se impossível a tutela específica ou a a adoção voluntária das providências contidas
obtenção do resultado prático correspondente. em sua decisão, e como termo final o dia do seu
§ 2o A indenização por perdas e danos far- efetivo cumprimento.
se-á sem prejuízo das multas.
Art. 101. O processo de execução em juízo
Art. 96. A execução será feita por todos os das decisões do Cade terá preferência sobre as
meios, inclusive mediante intervenção na em- demais espécies de ação, exceto habeas corpus
presa, quando necessária. e mandado de segurança.
obrigações de fazer, deverá o juiz fixar caução motivo de inaptidão ou inidoneidade, feita a
idônea. prova da alegação em 3 (três) dias, o juiz deci-
§ 2o Revogada a liminar, o depósito do valor dirá em igual prazo.
da multa converter-se-á em renda do Fundo de
Defesa de Direitos Difusos.
87
Art. 104. Sendo a impugnação julgada pro- III – apresentar ao Juiz relatório mensal de
cedente, o juiz nomeará novo interventor no suas atividades.
prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 109. As despesas resultantes da interven-
Art. 105. A intervenção poderá ser revogada ção correrão por conta do executado contra
antes do prazo estabelecido, desde que com- quem ela tiver sido decretada.
provado o cumprimento integral da obrigação
que a determinou. Art. 110. Decorrido o prazo da intervenção,
o interventor apresentará ao juiz relatório cir-
Art. 106. A intervenção judicial deverá res- cunstanciado de sua gestão, propondo a extin-
tringir-se aos atos necessários ao cumprimento ção e o arquivamento do processo ou pedindo
da decisão judicial que a determinar e terá a prorrogação do prazo na hipótese de não ter
duração máxima de 180 (cento e oitenta) dias, sido possível cumprir integralmente a decisão
ficando o interventor responsável por suas exequenda.
ações e omissões, especialmente em caso de
abuso de poder e desvio de finalidade. Art. 111. Todo aquele que se opuser ou obsta-
§ 1o Aplica-se ao interventor, no que couber, culizar a intervenção ou, cessada esta, praticar
o disposto nos arts. 153 a 159 da Lei no 6.404, quaisquer atos que direta ou indiretamente
de 15 de dezembro de 1976. anulem seus efeitos, no todo ou em parte, ou
§ 2o A remuneração do interventor será desobedecer a ordens legais do interventor
arbitrada pelo Juiz, que poderá substituí-lo a será, conforme o caso, responsabilizado cri-
qualquer tempo, sendo obrigatória a substi- minalmente por resistência, desobediência ou
tuição quando incorrer em insolvência civil, coação no curso do processo, na forma dos
quando for sujeito passivo ou ativo de qualquer arts. 329, 330 e 344 do Decreto-lei no 2.848, de
forma de corrupção ou prevaricação, ou infrin- 7 de dezembro de 1940 – Código Penal.
gir quaisquer de seus deveres.
Art. 118. Nos processos judiciais em que se Brasília, 30 de novembro de 2011; 190o da In-
discuta a aplicação desta Lei, o Cade deverá ser dependência e 123o da República.
intimado para, querendo, intervir no feito na
qualidade de assistente. Dilma Rousseff – José Eduardo Cardozo – Guido
Mantega – Eva Maria Cella Dal Chiavon – Luís
Art. 119. O disposto nesta Lei não se aplica Inácio Lucena Adams
aos casos de dumping e subsídios de que tra-
tam os Acordos Relativos à Implementação Promulgada em 30/11/2011, publicada no DOU de
do Artigo VI do Acordo Geral sobre Tarifas 1o/12/2011 e retificada no DOU de 2/12/2011.
Aduaneiras e Comércio, promulgados pelos
Normas correlatas
89
Lei no 12.414/2011
Disciplina a formação e consulta a bancos de dados com informações de adimplemento, de pessoas
naturais ou de pessoas jurídicas, para formação de histórico de crédito.
Normas correlatas
93
Lei no 12.291/2010
Torna obrigatória a manutenção de exemplar do Código de Defesa do Consumidor nos
estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços.
94
Lei no 10.962/2004
Dispõe sobre a oferta e as formas de afixação de preços de produtos e serviços para o consumidor.
fundamentais de medida: capacidade, massa, Art. 7o Esta Lei entra em vigor na data de sua
volume, comprimento ou área, de acordo com publicação.
a forma habitual de comercialização de cada
tipo de produto. Brasília, 11 de outubro de 2004; 183o da Inde-
Parágrafo único. O disposto neste artigo não pendência e 116o da República.
se aplica à comercialização de medicamentos. 95
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Márcio Promulgada em 11/10/2004 e publicada no DOU
Thomaz Bastos de 13/10/2004.
Código de Defesa do Consumidor
96
Lei no 9.870/1999
Dispõe sobre o valor total das anuidades escolares e dá outras providências.
98
Lei no 9.656/1998
Dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde.
prestar serviço de cirurgia plástica reconstru- domiciliares de uso oral, incluindo medica-
tiva de mama, utilizando-se de todos os meios mentos para o controle de efeitos adversos
e técnicas necessárias, para o tratamento de relacionados ao tratamento e adjuvantes;
II – quando incluir internação hospitalar:
a) cobertura de internações hospitalares,
1
Nota do Editor (NE): ver ADI no 1.931. vedada a limitação de prazo, valor máximo e 101
quantidade, em clínicas básicas e especializa- b) cobertura de procedimentos preventivos,
das, reconhecidas pelo Conselho Federal de de dentística e endodontia;
Medicina, admitindo-se a exclusão dos proce- c) cobertura de cirurgias orais menores,
dimentos obstétricos; assim consideradas as realizadas em ambiente
b) cobertura de internações hospitalares em ambulatorial e sem anestesia geral;
centro de terapia intensiva, ou similar, vedada a V – quando fixar períodos de carência:
limitação de prazo, valor máximo e quantidade, a) prazo máximo de trezentos dias para
a critério do médico assistente; partos a termo;
c) cobertura de despesas referentes a hono- b) prazo máximo de cento e oitenta dias
rários médicos, serviços gerais de enfermagem para os demais casos;
e alimentação; c) prazo máximo de vinte e quatro horas
d) cobertura de exames complementares para a cobertura dos casos de urgência e
indispensáveis para o controle da evolução da emergência;
doença e elucidação diagnóstica, fornecimento VI – reembolso, em todos os tipos de pro-
de medicamentos, anestésicos, gases medici- dutos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o
nais, transfusões e sessões de quimioterapia e desta Lei, nos limites das obrigações contra-
radioterapia, conforme prescrição do médico tuais, das despesas efetuadas pelo beneficiário
assistente, realizados ou ministrados durante com assistência à saúde, em casos de urgência
o período de internação hospitalar; ou emergência, quando não for possível a
e) cobertura de toda e qualquer taxa, in- utilização dos serviços próprios, contratados,
cluindo materiais utilizados, assim como da credenciados ou referenciados pelas opera-
remoção do paciente, comprovadamente ne- doras, de acordo com a relação de preços de
cessária, para outro estabelecimento hospitalar, serviços médicos e hospitalares praticados pelo
dentro dos limites de abrangência geográfica respectivo produto, pagáveis no prazo máximo
previstos no contrato, em território brasileiro; de trinta dias após a entrega da documentação
f) cobertura de despesas de acompanhante, adequada;
no caso de pacientes menores de dezoito anos; VII – inscrição de filho adotivo, menor de
g) cobertura para tratamentos antineoplá- doze anos de idade, aproveitando os períodos
sicos ambulatoriais e domiciliares de uso oral, de carência já cumpridos pelo consumidor
procedimentos radioterápicos para tratamento adotante.
de câncer e hemoterapia, na qualidade de pro- § 1o Após cento e vinte dias da vigência des-
cedimentos cuja necessidade esteja relacionada ta Lei, fica proibido o oferecimento de produtos
à continuidade da assistência prestada em de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta
âmbito de internação hospitalar; Lei fora das segmentações de que trata este
III – quando incluir atendimento obstétrico: artigo, observadas suas respectivas condições
a) cobertura assistencial ao recém-nascido, de abrangência e contratação.
filho natural ou adotivo do consumidor, ou de § 2o A partir de 3 de dezembro de 1999, da
seu dependente, durante os primeiros trinta documentação relativa à contratação de produ-
dias após o parto; tos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o
Código de Defesa do Consumidor
b) inscrição assegurada ao recém-nascido, desta Lei, nas segmentações de que trata este
filho natural ou adotivo do consumidor, como artigo, deverá constar declaração em separado
dependente, isento do cumprimento dos perío- do consumidor, de que tem conhecimento da
dos de carência, desde que a inscrição ocorra existência e disponibilidade do plano referên-
no prazo máximo de trinta dias do nascimento cia, e de que este lhe foi oferecido.
ou da adoção; § 3o (Revogado)
IV – quando incluir atendimento odonto- § 4o As coberturas a que se referem as alí-
lógico: neas “c” do inciso I e “g” do inciso II deste artigo
a) cobertura de consultas e exames au- serão objeto de protocolos clínicos e diretrizes
xiliares ou complementares, solicitados pelo terapêuticas, revisados periodicamente, ouvi-
102 odontólogo assistente;
das as sociedades médicas de especialistas da produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do
área, publicados pela ANS. art. 1o, ou sucessores, há mais de dez anos.
§ 5o O fornecimento previsto nas alíneas “c”
do inciso I e “g” do inciso II deste artigo dar- Art. 16. Dos contratos, regulamentos ou
se-á, por meio de rede própria, credenciada, condições gerais dos produtos de que tratam
contratada ou referenciada, diretamente ao o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei devem
paciente ou ao seu representante legal, podendo constar dispositivos que indiquem com clareza:
ser realizado de maneira fracionada por ciclo, I – as condições de admissão;
observadas as normas estabelecidas pelos ór- II – o início da vigência;
gãos reguladores e de acordo com prescrição III – os períodos de carência para consultas,
médica. internações, procedimentos e exames;
IV – as faixas etárias e os percentuais a que
Art. 13. Os contratos de produtos de que tra- alude o caput do art. 15;
tam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei têm V – as condições de perda da qualidade de
renovação automática a partir do vencimento beneficiário;
do prazo inicial de vigência, não cabendo a VI – os eventos cobertos e excluídos;
cobrança de taxas ou qualquer outro valor no VII – o regime, ou tipo de contratação:
ato da renovação. a) individual ou familiar;
Parágrafo único. Os produtos de que trata b) coletivo empresarial; ou
o caput, contratados individualmente, terão c) coletivo por adesão;
vigência mínima de um ano, sendo vedadas: VIII – a franquia, os limites financeiros ou
I – a recontagem de carências; o percentual de coparticipação do consumidor
II – a suspensão ou a rescisão unilateral do ou beneficiário, contratualmente previstos nas
contrato, salvo por fraude ou não pagamento despesas com assistência médica, hospitalar e
da mensalidade por período superior a sessenta odontológica;
dias, consecutivos ou não, nos últimos doze IX – os bônus, os descontos ou os agrava-
meses de vigência do contrato, desde que o mentos da contraprestação pecuniária;
consumidor seja comprovadamente notificado X – a área geográfica de abrangência;
até o quinquagésimo dia de inadimplência; e XI – os critérios de reajuste e revisão das
III – a suspensão ou a rescisão unilateral contraprestações pecuniárias;
do contrato, em qualquer hipótese, durante a XII – número de registro na ANS.
ocorrência de internação do titular. Parágrafo único. A todo consumidor titular
de plano individual ou familiar será obrigato-
Art. 14. Em razão da idade do consumidor, ou riamente entregue, quando de sua inscrição,
da condição de pessoa portadora de deficiência, cópia do contrato, do regulamento ou das
ninguém pode ser impedido de participar de condições gerais dos produtos de que tratam
planos privados de assistência à saúde. o inciso I e o § 1o do art. 1o, além de material
explicativo que descreva, em linguagem simples
Art. 15. A variação das contraprestações e precisa, todas as suas características, direitos
pecuniárias estabelecidas nos contratos de e obrigações.
produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do
art. 1o desta Lei, em razão da idade do consu- Art. 17. A inclusão de qualquer prestador de
midor, somente poderá ocorrer caso estejam serviço de saúde como contratado, referenciado
previstas no contrato inicial as faixas etárias e ou credenciado dos produtos de que tratam o
Normas correlatas
os percentuais de reajustes incidentes em cada inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei implica com-
uma delas, conforme normas expedidas pela promisso com os consumidores quanto à sua
ANS, ressalvado o disposto no art. 35-E. manutenção ao longo da vigência dos contratos,
Parágrafo único. É vedada a variação a que permitindo-se sua substituição, desde que seja
alude o caput para consumidores com mais de por outro prestador equivalente e mediante
sessenta anos de idade, que participarem dos 103
comunicação aos consumidores com 30 (trinta) § 1o São alcançados pelas disposições do
dias de antecedência. caput os profissionais de saúde em prática
§ 1o É facultada a substituição de entidade liberal privada, na qualidade de pessoa física,
hospitalar, a que se refere o caput deste artigo, e os estabelecimentos de saúde, na qualidade
desde que por outro equivalente e mediante de pessoa jurídica, que prestem ou venham a
comunicação aos consumidores e à ANS com prestar os serviços de assistência à saúde a que
trinta dias de antecedência, ressalvados desse aludem os arts. 1o e 35-F desta Lei, no âmbito
prazo mínimo os casos decorrentes de rescisão de planos privados de assistência à saúde.
por fraude ou infração das normas sanitárias e § 2o O contrato de que trata o caput deve
fiscais em vigor. estabelecer com clareza as condições para a
§ 2o Na hipótese de a substituição do esta- sua execução, expressas em cláusulas que de-
belecimento hospitalar a que se refere o § 1o finam direitos, obrigações e responsabilidades
ocorrer por vontade da operadora durante das partes, incluídas, obrigatoriamente, as que
período de internação do consumidor, o esta- determinem:
belecimento obriga-se a manter a internação e I – o objeto e a natureza do contrato, com
a operadora, a pagar as despesas até a alta hos- descrição de todos os serviços contratados;
pitalar, a critério médico, na forma do contrato. II – a definição dos valores dos serviços
§ 3o Excetuam-se do previsto no § 2o os contratados, dos critérios, da forma e da
casos de substituição do estabelecimento hos- periodicidade do seu reajuste e dos prazos e
pitalar por infração às normas sanitárias em procedimentos para faturamento e pagamento
vigor, durante período de internação, quando dos serviços prestados;
a operadora arcará com a responsabilidade III – a identificação dos atos, eventos e
pela transferência imediata para outro estabe- procedimentos médico-assistenciais que
lecimento equivalente, garantindo a continua- necessitem de autorização administrativa da
ção da assistência, sem ônus adicional para o operadora;
consumidor. IV – a vigência do contrato e os critérios e
§ 4o Em caso de redimensionamento da procedimentos para prorrogação, renovação
rede hospitalar por redução, as empresas deve- e rescisão;
rão solicitar à ANS autorização expressa para V – as penalidades pelo não cumprimento
tanto, informando: das obrigações estabelecidas.
I – nome da entidade a ser excluída; § 3o A periodicidade do reajuste de que trata
II – capacidade operacional a ser reduzida o inciso II do § 2o deste artigo será anual e rea-
com a exclusão; lizada no prazo improrrogável de 90 (noventa)
III – impacto sobre a massa assistida, a partir dias, contado do início de cada ano-calendário.
de parâmetros definidos pela ANS, correlacio- § 4o Na hipótese de vencido o prazo previsto
nando a necessidade de leitos e a capacidade no § 3o deste artigo, a Agência Nacional de
operacional restante; e Saúde Suplementar – ANS, quando for o caso,
IV – justificativa para a decisão, observando definirá o índice de reajuste.
a obrigatoriedade de manter cobertura com § 5o A ANS poderá constituir, na forma da
Código de Defesa do Consumidor
padrões de qualidade equivalente e sem ônus legislação vigente, câmara técnica com repre-
adicional para o consumidor. sentação proporcional das partes envolvidas
para o adequado cumprimento desta Lei.
Art. 17-A. As condições de prestação de ser- § 6o A ANS publicará normas regulamen-
viços de atenção à saúde no âmbito dos planos tares sobre o disposto neste artigo.
privados de assistência à saúde por pessoas
físicas ou jurídicas, independentemente de sua Art. 18. A aceitação, por parte de qualquer
qualificação como contratadas, referenciadas prestador de serviço ou profissional de saúde,
ou credenciadas, serão reguladas por contrato da condição de contratado, referenciado, cre-
escrito, estipulado entre a operadora do plano denciado ou cooperado de uma operadora de
104 e o prestador de serviço. produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do
art. 1o desta Lei implica as seguintes obrigações I – registro do instrumento de constituição
e direitos: da pessoa jurídica;
I – o consumidor de determinada operadora, II – nome fantasia;
em nenhuma hipótese e sob nenhum pretexto III – CNPJ;
ou alegação, pode ser discriminado ou atendi- IV – endereço;
do de forma distinta daquela dispensada aos V – telefone, fax e e-mail; e
clientes vinculados a outra operadora ou plano; VI – principais dirigentes da pessoa jurídica
II – a marcação de consultas, exames e e nome dos cargos que ocupam.
quaisquer outros procedimentos deve ser feita § 3o Para registro provisório dos produtos
de forma a atender às necessidades dos consu- a serem comercializados, deverão ser apresen-
midores, privilegiando os casos de emergência tados à ANS os seguintes dados:
ou urgência, assim como as pessoas com mais I – razão social da operadora ou da admi-
de sessenta e cinco anos de idade, as gestantes, nistradora;
lactantes, lactentes e crianças até cinco anos; II – CNPJ da operadora ou da administra-
III – a manutenção de relacionamento de dora;
contratação, credenciamento ou referencia- III – nome do produto;
mento com número ilimitado de operadoras, IV – segmentação da assistência (ambulato-
sendo expressamente vedado às operadoras, rial, hospitalar com obstetrícia, hospitalar sem
independente de sua natureza jurídica consti- obstetrícia, odontológica e referência);
tutiva, impor contratos de exclusividade ou de V – tipo de contratação (individual/familiar,
restrição à atividade profissional. coletivo empresarial e coletivo por adesão);
Parágrafo único. A partir de 3 de dezem- VI – âmbito geográfico de cobertura;
bro de 1999, os prestadores de serviço ou VII – faixas etárias e respectivos preços;
profissionais de saúde não poderão manter VIII – rede hospitalar própria por Município
contrato, credenciamento ou referenciamento (para segmentações hospitalar e referência);
com operadoras que não tiverem registros para IX – rede hospitalar contratada ou refe-
funcionamento e comercialização conforme renciada por Município (para segmentações
previsto nesta Lei, sob pena de responsabilidade hospitalar e referência);
por atividade irregular. X – outros documentos e informações que
venham a ser solicitados pela ANS.
Art. 19. Para requerer a autorização definitiva § 4o Os procedimentos administrativos para
de funcionamento, as pessoas jurídicas que já registro provisório dos produtos serão tratados
atuavam como operadoras ou administradoras em norma específica da ANS.
dos produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do § 5o Independentemente do cumprimento,
art. 1o desta Lei, terão prazo de cento e oitenta por parte da operadora, das formalidades do
dias, a partir da publicação da regulamentação registro provisório, ou da conformidade dos
específica pela ANS. textos das condições gerais ou dos instrumen-
§ 1o Até que sejam expedidas as normas de tos contratuais, ficam garantidos, a todos os
registro, serão mantidos registros provisórios usuários de produtos a que alude o caput, con-
das pessoas jurídicas e dos produtos na ANS, tratados a partir de 2 de janeiro de 1999, todos
com a finalidade de autorizar a comercialização os benefícios de acesso e cobertura previstos
ou operação dos produtos a que alude o caput, nesta Lei e em seus regulamentos, para cada
a partir de 2 de janeiro de 1999. segmentação definida no art. 12.
§ 2o Para o registro provisório, as opera- § 6o O não cumprimento do disposto neste
Normas correlatas
doras ou administradoras dos produtos a que artigo implica o pagamento de multa diária no
alude o caput deverão apresentar à ANS as valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) aplicada
informações requeridas e os seguintes docu- às operadoras dos produtos de que tratam o
mentos, independentemente de outros que inciso I e o § 1o do art. 1o.
venham a ser exigidos: § 7o As pessoas jurídicas que forem iniciar
operação de comercialização de planos pri- 105
vados de assistência à saúde, a partir de 8 de determinadas pela Lei no 6.404, de 15 de de-
dezembro de 1998, estão sujeitas aos registros zembro de 1976.
de que trata o § 1o deste artigo. § 1o A auditoria independente também po-
derá ser exigida quanto aos cálculos atuariais,
Art. 20. As operadoras de produtos de que elaborados segundo diretrizes gerais definidas
tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei pelo CONSU.
são obrigadas a fornecer, periodicamente, à § 2o As operadoras com número de benefi-
ANS todas as informações e estatísticas relati- ciários inferior a vinte mil usuários ficam dis-
vas às suas atividades, incluídas as de natureza pensadas da publicação do parecer do auditor
cadastral, especialmente aquelas que permitam e das demonstrações financeiras, devendo, a
a identificação dos consumidores e de seus ANS, dar-lhes publicidade.
dependentes, incluindo seus nomes, inscrições
no Cadastro de Pessoas Físicas dos titulares e Art. 23. As operadoras de planos privados
Municípios onde residem, para fins do disposto de assistência à saúde não podem requerer
no art. 32. concordata e não estão sujeitas a falência ou
§ 1o Os agentes, especialmente designados insolvência civil, mas tão somente ao regime
pela ANS, para o exercício das atividades de de liquidação extrajudicial.
fiscalização e nos limites por ela estabelecidos, § 1o As operadoras sujeitar-se-ão ao regime
têm livre acesso às operadoras, podendo requi- de falência ou insolvência civil quando, no cur-
sitar e apreender processos, contratos, manuais so da liquidação extrajudicial, forem verificadas
de rotina operacional e demais documentos, uma das seguintes hipóteses:
relativos aos produtos de que tratam o inciso I I – o ativo da massa liquidanda não for
e o § 1o do art. 1o desta Lei. suficiente para o pagamento de pelo menos a
§ 2o Caracteriza-se como embaraço à fis- metade dos créditos quirografários;
calização, sujeito às penas previstas na lei, a II – o ativo realizável da massa liquidanda
imposição de qualquer dificuldade à consecu- não for suficiente, sequer, para o pagamento
ção dos objetivos da fiscalização, de que trata das despesas administrativas e operacionais
o § 1o deste artigo. inerentes ao regular processamento da liqui-
dação extrajudicial; ou
Art. 21. É vedado às operadoras de planos pri- III – nas hipóteses de fundados indícios
vados de assistência à saúde realizar quaisquer de condutas previstas nos arts. 186 a 189 do
operações financeiras: Decreto-Lei no 7.661, de 21 de junho de 1945.
I – com seus diretores e membros dos con- § 2o Para efeito desta Lei, define-se ativo
selhos administrativos, consultivos, fiscais ou realizável como sendo todo ativo que possa ser
assemelhados, bem como com os respectivos convertido em moeda corrente em prazo com-
cônjuges e parentes até o segundo grau, in- patível para o pagamento das despesas admi-
clusive; nistrativas e operacionais da massa liquidanda.
II – com empresa de que participem as § 3o À vista do relatório do liquidante ex-
pessoas a que se refere o inciso I, desde que trajudicial, e em se verificando qualquer uma
Código de Defesa do Consumidor
estas sejam, em conjunto ou isoladamente, das hipóteses previstas nos incisos I, II ou III
consideradas como controladoras da empresa. do § 1o deste artigo, a ANS poderá autorizá-lo
a requerer a falência ou insolvência civil da
Art. 22. As operadoras de planos privados de operadora.
assistência à saúde submeterão suas contas a § 4o A distribuição do requerimento produ-
auditores independentes, registrados no res- zirá imediatamente os seguintes efeitos:
pectivo Conselho Regional de Contabilidade I – a manutenção da suspensão dos prazos
e na Comissão de Valores Mobiliários – CVM, judiciais em relação à massa liquidanda;
publicando, anualmente, o parecer respectivo, II – a suspensão dos procedimentos admi-
juntamente com as demonstrações financeiras nistrativos de liquidação extrajudicial, salvo
106
os relativos à guarda e à proteção dos bens e § 3o No prazo que lhe for designado, o di-
imóveis da massa; retor-fiscal ou técnico procederá à análise da
III – a manutenção da indisponibilidade dos organização administrativa e da situação eco-
bens dos administradores, gerentes, conselhei- nômico-financeira da operadora, bem assim da
ros e assemelhados, até posterior determinação qualidade do atendimento aos consumidores, e
judicial; e proporá à ANS as medidas cabíveis.
IV – prevenção do juízo que emitir o primei- § 4 o O diretor-fiscal ou técnico poderá
ro despacho em relação ao pedido de conversão propor a transformação do regime de direção
do regime. em liquidação extrajudicial.
§ 5o A ANS, no caso previsto no inciso II § 5o A ANS promoverá, no prazo máximo
do § 1o deste artigo, poderá, no período com- de noventa dias, a alienação da carteira das
preendido entre a distribuição do requerimento operadoras de planos privados de assistência à
e a decretação da falência ou insolvência civil, saúde, no caso de não surtirem efeito as medi-
apoiar a proteção dos bens móveis e imóveis da das por ela determinadas para sanar as irregu-
massa liquidanda. laridades ou nas situações que impliquem risco
§ 6o O liquidante enviará ao juízo prevento para os consumidores participantes da carteira.
o rol das ações judiciais em curso cujo anda-
mento ficará suspenso até que o juiz competente Art. 24-A. Os administradores das operado-
nomeie o síndico da massa falida ou o liquidan- ras de planos privados de assistência à saúde
te da massa insolvente. em regime de direção fiscal ou liquidação
extrajudicial, independentemente da natureza
Art. 24. Sempre que detectadas nas operado- jurídica da operadora, ficarão com todos os
ras sujeitas à disciplina desta Lei insuficiência seus bens indisponíveis, não podendo, por
das garantias do equilíbrio financeiro, anor- qualquer forma, direta ou indireta, aliená-los
malidades econômico-financeiras ou admi- ou onerá-los, até apuração e liquidação final de
nistrativas graves que coloquem em risco a suas responsabilidades.
continuidade ou a qualidade do atendimento à § 1 o A indisponibilidade prevista neste
saúde, a ANS poderá determinar a alienação da artigo decorre do ato que decretar a direção
carteira, o regime de direção fiscal ou técnica, fiscal ou a liquidação extrajudicial e atinge a
por prazo não superior a trezentos e sessenta e todos aqueles que tenham estado no exercício
cinco dias, ou a liquidação extrajudicial, con- das funções nos doze meses anteriores ao
forme a gravidade do caso. mesmo ato.
§ 1o O descumprimento das determinações § 2o Na hipótese de regime de direção fiscal,
do diretor-fiscal ou técnico, e do liquidante, por a indisponibilidade de bens a que se refere o
dirigentes, administradores, conselheiros ou caput deste artigo poderá não alcançar os bens
empregados da operadora de planos privados dos administradores, por deliberação expressa
de assistência à saúde acarretará o imediato da Diretoria Colegiada da ANS.
afastamento do infrator, por decisão da ANS, § 3o A ANS, ex officio ou por recomendação
sem prejuízo das sanções penais cabíveis, as- do diretor fiscal ou do liquidante, poderá esten-
segurado o direito ao contraditório, sem que der a indisponibilidade prevista neste artigo:
isto implique efeito suspensivo da decisão I – aos bens de gerentes, conselheiros e aos
administrativa que determinou o afastamento. de todos aqueles que tenham concorrido, no
§ 2o A ANS, ex officio ou por recomendação período previsto no § 1o, para a decretação da
do diretor técnico ou fiscal ou do liquidante, direção fiscal ou da liquidação extrajudicial;
Normas correlatas
Art. 24-D. Aplica-se à liquidação extrajudicial Art. 27. A multa de que trata o art. 25 será
das operadoras de planos privados de assis- fixada e aplicada pela ANS no âmbito de
tência à saúde e ao disposto nos arts. 24-A e suas atribuições, com valor não inferior a
35-I, no que couber com os preceitos desta R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e não superior a
Lei, o disposto na Lei no 6.024, de 13 de março R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) de acor-
de 1974, no Decreto-Lei no 7.661, de 21 de do com o porte econômico da operadora ou
junho de 1945, no Decreto-Lei no 41, de 18 prestadora de serviço e a gravidade da infração,
de novembro de 1966, e no Decreto-Lei no 73, ressalvado o disposto no § 6o do art. 19.
de 21 de novembro de 1966, conforme o que Parágrafo único. (Revogado)
dispuser a ANS.
Art. 28. (Revogado)
Código de Defesa do Consumidor
estabelecidas nos §§ 2o, 3o, 4o, 5o e 6o do art. 30. de aplicação dos recursos mínimos nas ações
e serviços públicos de saúde nos termos da
Art. 32. Serão ressarcidos pelas operadoras Constituição Federal.
dos produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do
art. 1o desta Lei, de acordo com normas a serem Art. 33. Havendo indisponibilidade de leito
definidas pela ANS, os serviços de atendimento hospitalar nos estabelecimentos próprios
à saúde previstos nos respectivos contratos, ou credenciados pelo plano, é garantido ao
prestados a seus consumidores e respectivos consumidor o acesso à acomodação, em nível
dependentes, em instituições públicas ou pri- superior, sem ônus adicional.
vadas, conveniadas ou contratadas, integrantes
do Sistema Único de Saúde – SUS. Art. 34. As pessoas jurídicas que executam
§ 1o O ressarcimento será efetuado pelas outras atividades além das abrangidas por esta
operadoras ao SUS com base em regra de valo- Lei deverão, na forma e no prazo definidos pela
ração aprovada e divulgada pela ANS, mediante ANS, constituir pessoas jurídicas independen-
crédito ao Fundo Nacional de Saúde – FNS. tes, com ou sem fins lucrativos, especificamente
§ 2o Para a efetivação do ressarcimento, a para operar planos privados de assistência à
ANS disponibilizará às operadoras a discrimi- saúde, na forma da legislação em vigor e em
nação dos procedimentos realizados para cada especial desta Lei e de seus regulamentos.
Código de Defesa do Consumidor
113
Lei no 8.987/1995
Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175
da Constituição Federal, e dá outras providências.
114
Lei no 8.137/1990
Define crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, e dá outras
providências.
dias, que poderá ser convertido em horas em qualquer documento, de que tenha a guarda
razão da maior ou menor complexidade da ma- em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo,
téria ou da dificuldade quanto ao atendimento total ou parcialmente, acarretando pagamento
da exigência, caracteriza a infração prevista indevido ou inexato de tributo ou contribuição
no inciso V. social;
115
II – exigir, solicitar ou receber, para si ou Art. 6o (Revogado)
para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de iniciar seu exercício, Art. 7o Constitui crime contra as relações de
mas em razão dela, vantagem indevida; ou consumo:
aceitar promessa de tal vantagem, para deixar I – favorecer ou preferir, sem justa causa,
de lançar ou cobrar tributo ou contribuição comprador ou freguês, ressalvados os sistemas
social, ou cobrá-los parcialmente; de entrega ao consumo por intermédio de dis-
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, tribuidores ou revendedores;
e multa. II – vender ou expor à venda mercadoria
III – patrocinar, direta ou indiretamente, cuja embalagem, tipo, especificação, peso
interesse privado perante a administração ou composição esteja em desacordo com as
fazendária, valendo-se da qualidade de fun- prescrições legais, ou que não corresponda à
cionário público. respectiva classificação oficial;
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, III – misturar gêneros e mercadorias de
e multa. espécies diferentes, para vendê-los ou expô-los
à venda como puros; misturar gêneros e merca-
dorias de qualidades desiguais para vendê-los
CAPÍTULO II – Dos Crimes contra a ou expô-los à venda por preço estabelecido para
Ordem Econômica e as Relações de Consumo os de mais alto custo;
IV – fraudar preços por meio de:
Art. 4o Constitui crime contra a ordem eco- a) alteração, sem modificação essencial ou
nômica: de qualidade, de elementos tais como deno-
I – abusar do poder econômico, dominando minação, sinal externo, marca, embalagem,
o mercado ou eliminando, total ou parcialmen- especificação técnica, descrição, volume, peso,
te, a concorrência mediante qualquer forma de pintura ou acabamento de bem ou serviço;
ajuste ou acordo de empresas; b) divisão em partes de bem ou serviço,
a) (Revogada); habitualmente oferecido à venda em conjunto;
b) (Revogada); c) junção de bens ou serviços, comumente
c) (Revogada); oferecidos à venda em separado;
d) (Revogada); d) aviso de inclusão de insumo não em-
e) (Revogada); pregado na produção do bem ou na prestação
f) (Revogada); dos serviços;
II – formar acordo, convênio, ajuste ou V – elevar o valor cobrado nas vendas a pra-
aliança entre ofertantes, visando: zo de bens ou serviços, mediante a exigência de
a) à fixação artificial de preços ou quanti- comissão ou de taxa de juros ilegais;
dades vendidas ou produzidas; VI – sonegar insumos ou bens, recusando-se
b) ao controle regionalizado do mercado a vendê-los a quem pretenda comprá-los nas
por empresa ou grupo de empresas; condições publicamente ofertadas, ou retê-los
c) ao controle, em detrimento da concorrên- para o fim de especulação;
Código de Defesa do Consumidor
118
Decreto-Lei no 2.848/1940
Código Penal.
119
Decreto no 8.771/2016
Regulamenta a Lei no 12.965, de 23 de abril de 2014, para tratar das hipóteses admitidas de
discriminação de pacotes de dados na internet e de degradação de tráfego, indicar procedimentos
para guarda e proteção de dados por provedores de conexão e de aplicações, apontar medidas de
transparência na requisição de dados cadastrais pela administração pública e estabelecer parâmetros
para fiscalização e apuração de infrações.
Art. 18. A Secretaria Nacional do Consumi- Art. 22. Este Decreto entra em vigor trinta
dor atuará na fiscalização e na apuração de dias após a data de sua publicação.
infrações, nos termos da Lei no 8.078, de 11 de
setembro de 1990. Brasília, 11 de maio de 2016; 195o da Indepen-
dência e 128o da República.
Art. 19. A apuração de infrações à ordem
econômica ficará a cargo do Sistema Brasileiro DILMA ROUSSEFF – Eugênio José Guilherme
de Defesa da Concorrência, nos termos da Lei de Aragão – André Peixoto Figueiredo Lima –
no 12.529, de 30 de novembro de 2011. João Luiz Silva Ferreira – Emília Maria Silva
Ribeiro Curi
Art. 20. Os órgãos e as entidades da admi-
nistração pública federal com competências Decretado em 11/5/2016 e publicado no DOU de
específicas quanto aos assuntos relacionados 11/5/2016 – Edição extra.
a este Decreto atuarão de forma colaborativa,
Normas correlatas
123
Decreto no 7.963/2013
Institui o Plano Nacional de Consumo e Cidadania e cria a Câmara Nacional das Relações de
Consumo.
127
Decreto no 4.680/2003
Regulamenta o direito à informação, assegurado pela Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990,
quanto aos alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal que
contenham ou sejam produzidos a partir de organismos geneticamente modificados, sem prejuízo
do cumprimento das demais normas aplicáveis.
uma das seguintes expressões, dependendo do ou tenham sido produzidos a partir de soja da
caso: “(nome do produto) transgênico”, “contém safra colhida em 2003.
(nome do ingrediente ou ingredientes) trans- § 1o As expressões “pode conter soja trans-
gênico(s)” ou “produto produzido a partir de gênica” e “pode conter ingrediente produzido
(nome do produto) transgênico”. a partir de soja transgênica” deverão, conforme
§ 2o O consumidor deverá ser informado o caso, constar do rótulo, bem como da docu-
sobre a espécie doadora do gene no local re- mentação fiscal, dos produtos a que se refere
servado para a identificação dos ingredientes. o caput, independentemente do percentual da
§ 3o A informação determinada no § 1o presença de soja transgênica, exceto se:
deste artigo também deverá constar do do- I – a soja ou o ingrediente a partir dela
128 cumento fiscal, de modo que essa informação produzido seja oriundo de região excluída
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e de Defesa do Consumidor e demais normas
Abastecimento do regime de que trata a Medida aplicáveis.
Provisória no 113, de 26 de março de 2003, de
conformidade com o disposto no § 5o do seu Art. 7o Este Decreto entra em vigor na data
art. 1o; ou de sua publicação.
II – a soja ou o ingrediente a partir dela
produzido seja oriundo de produtores que Art. 8o Revoga-se o Decreto no 3.871, de 18
obtenham o certificado de que trata o art. 4o da de julho de 2001.
Medida Provisória no 113, de 2003, devendo,
nesse caso, ser aplicadas as disposições do art. 4o Brasília, 24 de abril de 2003; 182o da Indepen-
deste Decreto. dência e 115o da República.
§ 2o A informação referida no § 1o pode
ser inserida por meio de adesivos ou qualquer LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Márcio
forma de impressão. Thomaz Bastos – José Amauri Dimarzio –
§ 3o Os alimentos a que se refere o caput Humberto Sérgio Costa Lima – Luiz Fernando
poderão ser comercializados após 31 de janeiro Furlan – Roberto Átila Amaral Vieira – Marina
de 2004, desde que a soja a partir da qual foram Silva – Miguel Soldatelli Rossetto – José Dirceu de
produzidos tenha sido alienada pelo produtor Oliveira e Silva – José Graziano da Silva
até essa data.
Decretado em 24/4/2003, publicado no DOU de
Art. 6o À infração ao disposto neste Decreto 25/4/2003 e republicado no DOU de 28/4/2003.
aplica-se as penalidades previstas no Código
Normas correlatas
129
Decreto no 1.306/1994
Regulamenta o Fundo de Defesa de Direitos Difusos, de que tratam os arts. 13 e 20 da Lei no 7.347,
de 24 de julho de 1985, seu Conselho Gestor e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das Art. 3o O FDD será gerido pelo Conselho
atribuições que lhe confere o art. 84, incisos Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos
IV e VI, da Constituição, e tendo em vista o Difusos (CFDD), órgão colegiado integrante
disposto nos arts. 13 e 20, da Lei no 7.347, de da estrutura organizacional do Ministério da
24 de julho de 1985, Justiça, com sede em Brasília, e composto pelos
seguintes membros:
DECRETA: I – um representante da Secretaria Nacional
do Consumidor do Ministério da Justiça, que
Art. 1o O Fundo de Defesa de Direitos Difusos o presidirá;
(FDD), criado pela Lei no 7.347, de 24 de julho II – um representante do Ministério do Meio
de 1985, tem por finalidade a reparação dos Ambiente e da Amazônia Legal;
danos causados ao meio ambiente, ao consumi- III – um representante do Ministério da
dor, a bens e direitos de valor artístico, estético, Cultura;
histórico, turístico, paisagístico, por infração à IV – um representante do Ministério da
ordem econômica e a outros interesses difusos Saúde vinculado à área de vigilância sanitária;
e coletivos. V – um representante do Ministério da
Fazenda;
Art. 2o Constituem recursos do FDD o pro- VI – um representante do Conselho Admi-
duto da arrecadação: nistrativo de Defesa Econômica – CADE;
I – das condenações judiciais de que tratam VII – um representante do Ministério Pú-
os arts. 11 e 13, da Lei no 7.347, de 24 de julho blico Federal;
de 1985; VIII – três representantes de entidades civis
II – das multas e indenizações decorrentes que atendam aos pressupostos dos incisos I e
da aplicação da Lei no 7.853, de 24 de outubro II, do art. 5o, da Lei no 7.347, de 24 de julho
de 1989, desde que não destinadas à reparação de 1985.
de danos a interesses individuais; § 1o Cada representante de que trata este
III – dos valores destinados à União em vir- artigo terá um suplente, que o substituirá nos
tude da aplicação da multa prevista no art. 57 seus afastamentos e impedimentos legais.
e seu parágrafo único e do produto de indeni- § 2o É vedada a remuneração, a qualquer
zação prevista no art. 100, parágrafo único, da título, pela participação no CFDD, sendo a ati-
Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990; vidade considerada serviço público relevante.
Código de Defesa do Consumidor
Art. 7o Os recursos arrecadados serão distri- Art. 12. Este Decreto entra em vigor na data
buídos para a efetivação das medidas dispostas de sua publicação.
no artigo anterior e suas aplicações deverão
estar relacionadas com a natureza da infração Art. 13. Fica revogado o Decreto no 407, de 27
ou do dano causado. de dezembro de 1991. 131
Brasília, 9 de novembro de 1994; 173o da Inde- Decretado em 9/11/1994, publicado no DOU de
pendência e 106o da República. 10/11/1994 e retificado no DOU de 11/11/1994.
132
Esta obra reproduz o texto integral da Lei no 8.078/1990, conhecida como Código de Defesa
do Consumidor (CDC). A Constituição Federal de 1988 já apontara, em seus arts. 5o,
XXXII, 150 e 170, a necessidade de promoção de uma política de defesa do consumidor.
Promulgado em 11 de setembro de 1990 e reconhecido internacionalmente como um
avançado marco na área, o CDC passou a regular as relações de consumo no Brasil nas
esferas civil, administrativa e penal.