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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

Faculdade de Engenharia – Engenharia Mecânica

Aula 10

Conformação Mecânica dos Metais


Processos de Conformação:
Forjamento

Prof. Guilherme Rangel 24/05/2019 1


Forjamento
• Operação de conformação mecânica para dar forma
aos metais através de martelamento ou esforço de
compressão (prensagem), tendendo a fazer o material
assumir o contorno da ferramenta conformadora,
chamada matriz ou estampo.

24/05/2019
Histórico
• A conformação foi o primeiro método para a obtenção
de formas úteis.

24/05/2019
Histórico
• Observava-se que as lâminas de espadas
exaustivamente deformadas ficavam mais fortes que as
pouco deformadas.
• Hoje sabemos que este resultado é alcançado devido
ao refino de grão e ao próprio direcionamento
estrutural, além da redução das impurezas e
encruamento.

24/05/2019
Produtos Obtidos por Forjamento

• Produtos acabados ou semi acabados com alta


resistência mecânica destinados a sofrer grandes
esforços e solicitações em sua utilização.

24/05/2019
Produtos Obtidos por Forjamento

24/05/2019
Forjamento Simples - Operações
• Corte da Matéria Prima : serra, disco abrasivo,
cisalhamento, chama, etc.;
• Aquecimento : feito em fornos a óleo, gás, elétricos, etc,
a uma temperatura adequada para facilitar a
deformação;
• Conformação : pode ser feita em mais de uma
operação, algumas preparatórias - usando-se
forjamento aberto ou em matrizes fechadas;
• Rebarbamento : remoção do material que normalmente
fica em excesso na peça;
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Conformação Intermediária

24/05/2019
Conformação Intermediária
• Estágios Intermediários

24/05/2019
Conformação Final

24/05/2019
Rebarbação

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Forjamento

Pode ser feita :


• A QUENTE ;
• A MORNO ;
• A FRIO .

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Forjamento

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Vantagens do Forjamento

• Melhoria da microestrutura
• Resistência maior
• Melhor acabamento superficial que a fundição.
• Melhor distribuição das fibras

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Vantagens do Forjamento

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Tipos de Forjamento

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Forjamento em Matriz Aberta
• No forjamento em matriz aberta ou livre o material é
deformado entre ferramentas planas ou de formato
simples.
• O processo de deformação é efetuado por compressão
direta e o material escoa perpendicularmente à
direção de aplicação da força.
• Este processo é usado geralmente para grandes peças
ou quando o número a ser produzido é pequeno, não
compensando a confecção de matrizes caras.

24/05/2019
Forjamento em Matriz Aberta

24/05/2019
Forjamento em Matriz Aberta
• O forjamento em matriz aberta é utilizado
normalmente quando o número de peças a produzir é
relativamente pequeno e o tamanho delas é grande.

24/05/2019
Forjamento em Matriz Fechada

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Forjamento em Matriz Fechada
• No forjamento em matriz fechada, o material é
deformado entre duas metades de matrizes que
fornecem a forma desejada a peça.
• A deformação ocorre sob alta pressão em uma
cavidade fechada e assim, pode-se obter peças
forjadas com tolerâncias dimensionais mais estreitas.
• Para o emprego deste tipo de forjamento, exige-se
que se tenha uma alta produção para justificar o custo
elevado.

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Forjamento em Matriz Fechada
• É importante utilizar material suficiente para preencher
completamente a cavidade da matriz.

• Como é difícil calcular a exata quantidade para


preenchimento desta cavidade, utiliza-se geralmente
um excesso que é alojado numa cavidade extra da
matriz.

24/05/2019
Forjamento em Matriz Fechada

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Forjamento em Matriz Fechada
A rebarba tem duas funções:
• "válvula de segurança" para o excesso de metal na
cavidade da matriz, garantindo quantidade de metal
suficiente para encher toda a cavidade da matriz.
• De maior importância é que a rebarba regula o
escape do metal, portanto uma rebarba muito fina
aumenta muito a resistência de escoamento do sistema
de maneira que a pressão sobe para valores bem
altos, assegurando que o metal preencha todos os
espaços da cavidade da matriz.
24/05/2019
Forjamento em Matriz Fechada

24/05/2019
Forjamento em Matriz Fechada

24/05/2019
Forjamento em Matriz Fechada
• Uma peça forjada acabada geralmente não é conformada
em um só golpe, porque tanto a direção quanto a extensão
na qual o metal pode escoar são pequenas.

• Por isso, para a confecção de uma única peça são


necessárias várias matrizes com cavidades correspondentes
aos formatos intermediários que o produto vai adquirindo
durante o processo de fabricação.

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Forjamento em Matriz Fechada
• Para peças não muito complexas, são aplicadas as seguintes
etapas no forjamento em matriz fechada:
1. Corte do blank, ou seja, do pedaço de metal em barra no
tamanho necessário.
2. Aquecimento - realizado em fornos.
3. Forjamento intermediário, realizado somente quando é difícil a
conformação em uma única etapa.
4. Forjamento final - feito em matriz, já com as dimensões finais da
peça.
5. Tratamento térmico - para a remoção das tensões,
homogeneização da estrutura, melhoria da usinabilidade e das
propriedades mecânicas.
24/05/2019
Forjamento em Matriz Fechada

24/05/2019
Forjamento em Matriz Fechada

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Forjamento em Matriz Fechada

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Matriz Aberta x Matriz Fechada

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Equipamentos
• As máquinas de forjamento podem ser classificadas de
acordo com o princípio de operação em martelos e
prensas de forjamento.

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Martelo de Forjamento

24/05/2019
Martelo de Forjamento

• de queda livre : acionados por correia ou tábua;

• mecânicos;

• pneumáticos.

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Martelo de Forjamento
• Nos martelos, a força é provocada por um peso cadente, de forma que o
impacto resulta em deformação de metal a uma alta velocidade.
• Essa deformação ocorre principalmente nas camadas superficiais da
peça, o que pode ocasionar uma deformação irregular se os parâmetros
do processo não forem bem ajustados.
• Geralmente, uma peça é forjada em martelos de forjamento com várias
pancadas sucessivas.
• Um martelo de forjamento pode aplicar de 60 a 150 pancadas por
minuto.
• Nos martelos os tipos de acionamento utilizados empregam cintas, tábuas,
cilindros pneumáticos e hidráulicos.
24/05/2019
Martelo de Forjamento

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Prensas

24/05/2019
Prensas
• Nas prensas de forjamento, o metal é submetido a uma
força de compressão à baixa velocidade.
• A pressão pode aumentar quando o material está
sendo deformado e isso provoca uma penetração
maior da zona deformada da peça, o que implica
numa deformação mais uniforme e, consequentemente,
numa melhor qualidade do produto.
• A faixa de operação de carga para as prensas
mecânicas é de 300 a 12000 toneladas e para as
prensas hidráulicas é de 500 a 18000 toneladas.
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Prensas

• mecânicas;

• hidráulicas.

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Matrizes de Forjamento

24/05/2019
Matrizes de Forjamento
• As matrizes de forjamento normalmente possuem várias
cavidades de impressão, sendo uma para cada etapa de
processamento do produto por forjamento.
• As matrizes de forjamento são submetidas a altas tensões de
compressão, a altas solicitações térmicas e ainda a choque
mecânico.
• Devido a essas solicitações, são requeridas as seguintes
características dos materiais para matrizes: alta dureza, boa
tenacidade, boa resistência à fadiga, alta resistência
mecânica a quente e a alta resistência ao desgaste.

24/05/2019
Matrizes de Forjamento

• No forjamento em matriz fechada são empregados


aços para trabalho a quente, aços altamente ligados,
como o aço H13, uma vez que durante o processo de
forjamento, o ferramental é submetido a vários tipos
de solicitações.

24/05/2019
Aspectos Metalúrgicos
• As peças forjadas são submetidas a tratamentos térmicos
posteriores com as seguintes finalidades:
– remoção das tensões internas introduzidas durante o forjamento e
o esfriamento do forjado;
– homogeneização da estrutura da peça forjada;
– melhoria de sua usinabilidade e de suas propriedades mecânicas.
• Para produtos forjados de aço, os principais tratamentos térmicos
empregados são o recozimento e a normalização.

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Aspectos Metalúrgicos

• Faixas de temperaturas empregadas para forjamento:

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Defeitos dos Produtos Forjados
• Falta de redução - caracteriza-se pela penetração incompleta do metal
na cavidade da ferramenta. Isso altera o formato da peça e acontece
quando são usados golpes rápidos e leves do martelo.
• Trincas superficiais - causadas por trabalho excessivo na periferia da
peça em temperatura baixa, ou por alguma fragilidade a quente.
• Trincas nas rebarbas - causadas pela presença de impurezas nos metais
ou porque as rebarbas são pequenas. Elas se iniciam nas rebarbas e
podem penetrar na peça durante a operação de rebarbação.
• Trincas internas - originam-se no interior da peça, como consequência de
tensões originadas por grandes deformações.

24/05/2019
Defeitos dos Produtos Forjados
• Gotas frias - são descontinuidades originadas pela dobra de superfícies,
sem a ocorrência de soldagem. Elas são causadas por fluxos anormais de
material quente dentro das matrizes, incrustações de rebarbas, colocação
inadequada do material na matriz.
• Incrustações de óxidos - causadas pela camada de óxidos que se
formam durante o aquecimento. Essas incrustações normalmente se
desprendem mas, ocasionalmente, podem ficar presas nas peças.
• Descarbonetação - caracteriza-se pela perda de carbono na superfície
do aço, causada pelo aquecimento do metal.
• Queima - gases oxidantes penetram nos limites dos contornos dos grãos,
formando películas de óxidos. Ela é causada pelo aquecimento próximo
ao ponto de fusão. 24/05/2019
Cálculo dos Esforços no Forjamento
A deformação do metal no estiramento por forjamento
• Durante o forjamento , o material tende a deslizar com relação às
matrizes, e o atrito na interface metal/ferramenta gera tensões que
se opõem ao movimento em pauta.
• As tensões de atrito mostradas na figura opõem-se ao estiramento.

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Cálculo dos Esforços no Forjamento
• Verifica-se que as pressões verticais agindo sobre a
peça sendo forjada crescem das bordas para o centro
da matriz, tanto ao longo de sua largura b como ao
longo da largura w da peça em processamento.

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Cálculo dos Esforços no Forjamento
• As tensões de atrito se comportam da mesma forma.

• Assim a restrição ao movimento relativo metal/matriz


deverá ser maior no centro das largura b e w, e a
tensão de atrito será nula nas bordas da matriz.

• Quanto maiores forem as dimensões b e w, maiores


serão as tensões de atrito no centro destas dimensões.

24/05/2019
Cálculo dos Esforços no Forjamento
• A existência destas regiões é comprovada
experimentalmente.
• A deformação do metal dentro destas regiões é menor
que em suas vizinhanças

24/05/2019
Cálculo dos Esforços no Forjamento
• Portanto, a fração do volume deformado é afetada
pelo atrito e dependerá da largura b das matrizes e
da altura h.
• Este atrito começa a formar regiões de volume
restringido.

24/05/2019
Cálculo dos Esforços no Forjamento
• A fração de volume deformado, ocupado pelas regiões de fluxo
restringido, seria avaliada neste caso através da razão D/h, onde D
é o diâmetro do cilindro e h sua altura.
• Para relações D/h acima de 0,65, a forma externa da peça não é
alterada pela compressão: um cilindro comprimido ainda teria a
forma cilíndrica ao final da operação.
• A presença de atrito torna estas regiões mais difíceis de deformar
do que o metal em sua volta, formando as chamadas “falsas
matrizes”.

24/05/2019
Cálculo dos Esforços no Forjamento
• Considerando a compressão de um disco, na parte
próxima de uma região de fluxo restringido a
deformação, ocorrendo a formação de “bojos” perto
da região em contato com a matriz.

24/05/2019
Cálculo dos Esforços no Forjamento
• A medida que D/h cresce, a fração do material
ocupado pelas regiões de fluxo restringido cresce, e a
altura efetiva do material comprimido entre as
matrizes (falsa matriz) cai.
• Como consequência, os bojos nas extremidades do
cilindro aproximam-se, e o cilindro passa a ter o
seguinte aspecto.

24/05/2019
Cálculo dos Esforços no Forjamento
• Então a medida que D/h cresce, a superfície lateral do
cilindro passa de côncava a convexa.
• Durante a compressão, o material A espalha-se mais
do que aquele no plano B.
• Essa diferença no espalhamento faz com que a região
nas extremidades do cilindro tente limitar a
deformação em A, aplicando ali uma tensão de
compressão.

24/05/2019
Cálculo dos Esforços no Forjamento

• Obviamente que a região A tende a arrastar consigo a


região B deixando-a tracionada.

24/05/2019
Cálculo dos Esforços no Forjamento

• Para relações D/h altas (acima de 1,2), a forma dos


cilindros recalcados é relativamente pouco bojada,
predominando no volume da peça as regiões de fluxo
restringido.
• O recalcamento obriga o material a fluir radialmente,
e quanto mais alto o D/h e o coeficiente de atrito, mais
difícil é o fluxo radial e maior será a pressão
necessária ao forjamento.

24/05/2019
Cálculo dos Esforços no Forjamento

24/05/2019
Cálculo dos Esforços no Forjamento
• Quanto ao papel do atrito, quando este cai, os efeitos
do “endurecimento geométrico” tendem a desaparecer.

24/05/2019
Cálculo do esforço necessário para estirar
por forjamento no estado do plano de
deformações
• Aplicando o critério de Von Mises leva a seguinte
expressão:

• Levando em conta os efeitos do atrito:

S’ é o efeito da fricção sobre a pressão necessária para deformar um


metal com fricção.

24/05/2019
Cálculo do esforço necessário para estirar
por forjamento no estado do plano de
deformações

24/05/2019
Cálculo do esforço necessário para estirar
por forjamento no estado do plano de
deformações
• Pela Teoria do limite superior:

24/05/2019
Cálculo do esforço necessário para estirar
por forjamento no estado do plano de
deformações
• Cálculo do esforço para forjar um disco:

24/05/2019
Cálculo do esforço necessário para estirar
por forjamento no estado do plano de
deformações
• Cálculo do esforço para forjar um disco:

• Define-se também a pressão média como a carga total


P para executar o forjamento dividido pela área de
contato metal/matriz.

24/05/2019
Exemplo

• Comparar as pressões médias para forjar um cilindro


de aço SAE 1020 de h= 1cm e D= 5 cm e outro de h =
0,3 cm e D= 30 cm. Utilizar os seguintes coeficientes de
atrito 0,01; 0,1 e 0,3. O limite de escoamento do aço é
de 350 Mpa.

24/05/2019

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