Você está na página 1de 45

Processos de Fabricação

Mecânica

Aula 10 – Conformação: Forjamento


Prof. Fábio Campos
fabio.campos@cefet-rj.br
Campus Nova Iguaçu
Forjamento > Tópicos da aula Prof. Fábio Campos

Tópicos da aula
➢ Introdução
❖ Produtos
❖ Processo
❖ Equipamentos
❖ Propriedades dos produtos forjados
❖ Principais defeitos dos produtos forjados
➢ Referências

2
Forjamento > Introdução Prof. Fábio Campos

Introdução
➢ Forjamento é o processo de conformação através do
qual a geometria desejada é obtida por meio de
martelamento ou aplicação gradativa da pressão;
➢ A conformação é obtida através de esforço de
compressão de tal modo que o material tende a
assumir o contorno ou perfil da ferramenta de
trabalho;
➢ A grande maioria das operações de forjamento são
realizadas a quente;
➢ O trabalho a quente caracteriza-se pela ocorrência
da recristalização, enquanto no trabalho a frio
3 ocorre o encruamento do material;
Forjamento > Introdução Prof. Fábio Campos

➢ As operações de forja
são realizadas
utilizando duas classes
básicas de
equipamentos: o
martelo de forjar, que
aplica golpes de impacto
rápidos sobre a
superfícies do metal; e
as prensas de forjar que
submetem o metal a
uma força compressiva Link do vídeo
de forma gradativa;

4
Forjamento > Produtos Prof. Fábio Campos

Produtos

5
Forjamento > Produtos Prof. Fábio Campos

6
Forjamento > Processo Prof. Fábio Campos

Processo
➢ As operações de forjamento são classificadas de forma geral em dois tipos:
➢ Forjamento livre ou em matriz aberta – o material é deformado entre ferramentas
planas ou de formato simples. A deformação é feita por compressão direta e o material
escoa no sentido perpendicular à aplicação da carga;
➢ Forjamento em matriz fechada – material é deformado entre duas meia matrizes que
fornecem a forma desejada à peça. Obtém-se tolerâncias dimensionais mais estreitas
que o forjamento livre. Ocorre formação de rebarba, pois usa-se um excesso de
material para preencher a cavidade da matriz;

7
Forjamento > Processo Prof. Fábio Campos

➢ As principais formas iniciais para o forjamento são metal fundido e laminado, sendo
laminado mais indicado por possuir estrutura mais homogênea;

Forjamento livre Forjamento em matriz fechada

8
Forjamento > Processo Prof. Fábio Campos

➢ Forjamento livre
➢ Peças com formas regulares (anéis, eixos) com grandes dimensões, normalmente
usados em pré-conformação para forjamento em matriz fechada;

9
Forjamento > Processo Prof. Fábio Campos

➢ Forjamento livre

10
Forjamento > Processo Prof. Fábio Campos

➢ Estiramento
▪ Visa aumentar o
comprimento de uma peça
às custas da sua espessura;
➢ Recalque ou
recalcamento
▪ Compressão direta do
material entre um par de
ferramentas de face plana
ou côncava, visando
primariamente reduzir a
altura da peça e aumentar
a sua seção transversal;
11
Forjamento > Processo Prof. Fábio Campos

➢ Encalcamento
▪ Variedade do estiramento
onde se reduz a seção de
uma porção intermediária
da peça;
➢ Rolamento
▪ Operação de distribuição de
massa ao longo do
comprimento da peça,
mantendo a seção
transversal redonda
enquanto a peça é girada em
torno do seu próprio eixo;
12
Forjamento > Processo Prof. Fábio Campos

➢ Cunhagem
▪ Visa produzir uma
impressão bem definida na
superfície de uma peça,
sendo usada para fabricar
moedas, medalhas etc.;
➢ Caldeamento
▪ Visa produzir a soldagem
de duas superficies
metálicas limpas e
aquecidas, colocadas em
contato e submetidas à
compressão;
13
Forjamento > Processo Prof. Fábio Campos

➢ Alargamento

➢ Furação

14
Forjamento > Processo Prof. Fábio Campos

➢ Forjamento em matriz aberta

15
Forjamento > Processo Prof. Fábio Campos

➢ Forjamento em matriz aberta

16
Forjamento > Processo Prof. Fábio Campos

➢ Forjamento em matriz aberta


Link do vídeo

17
Forjamento > Processo Prof. Fábio Campos

➢ Forjamento em matriz fechada


➢ É utilizado para peças de geometrias mais
complexas e com melhor tolerância
dimensional. Normalmente é realizado em
prensas;
➢ As matrizes são fabricadas utilizando aço
ferramenta para trabalho a quente e produzidas
por meio de usinagem. A utilização dessas
matrizes só é justificada quando é preciso a
produção de grande volume de peças, pois o
custo de fabricação das matrizes é elevado;
➢ A metade de baixo da matriz fica presa,
enquanto a superior é presa à prensa que cai
18 sobre a inferior, fazendo o material escoar;
Forjamento > Processo Prof. Fábio Campos

➢ Forjamento em matriz fechada


➢ A peça forjada acabada normalmente passa
por diversas etapas (golpes) de forjamento
já que a extensão que o material pode
escoar é pequena. Assim, são necessárias
diversas matrizes com formatos
intermediários para que o material vá se
deformando até a geometria final;
➢ É importante que a quantidade de material
seja suficiente para preencher a matriz. O
excesso de metal forma uma rebarba de
forjamento que é preciso ser retirada no
acabamento da peça. Para evitar uma
rebarba muito grande, usa-se uma calha de
19 rebarba no projeto da matriz;
Forjamento > Processo Prof. Fábio Campos

➢ Forjamento em matriz fechada


➢ Funções da rebarba: atuar como válvula
de segurança para o excesso de material
na cavidade das matrizes e regular a
saída do metal, aumentando a
resistência ao escoamento do sistema de
modo que a pressão cresça até valores
elevados, assegurando que o metal
preencherá todos os recessos da
cavidade;
➢ No projeto da matriz, deve-se considerar
a região de formação de rebarba de
forma que o escoamento do material por
ela seja mais difícil que o preenchimento
20
de todos os detalhes da matriz;
Forjamento > Processo Prof. Fábio Campos

➢ Forjamento em matriz fechada

21
Forjamento > Processo Prof. Fábio Campos

➢ Forjamento em matriz fechada

22
Forjamento > Processo Prof. Fábio Campos

➢ Forjamento em matriz fechada

23
Forjamento > Processo Prof. Fábio Campos

➢ Forjamento em matriz fechada

24
Forjamento > Equipamentos Prof. Fábio Campos

Equipamentos
➢ Etapas típicas do processo de forjamento:
▪ Corte do material;
▪ Aquecimento;
▪ Pré-conformação (forjamento livre);
▪ Forjamento em matriz fechada;
▪ Rebarbação;
▪ Tratamento térmico (alívio de tensões, homogeinização da
microestrutura, melhora das propriedades etc.);

25 ➢ Formas de aplicação da compressão: martelo e prensas;


Forjamento > Equipamentos Prof. Fábio Campos

➢ Em relação aos martelos de forja, a


carga pode ser aplicada por um peso
que cai ou martelo;
➢ A massa está na faixa de 200 a 3500 Kg
e alturas de 1 a 3,5 m. Os golpes de
impacto ocorrem com velocidades
entre 3 e 20 m/s;
➢ Em relação às prensas, normalmente
possuem capacidade de aplicação de
carga entre 100 e 8000 t e possuem
curso limitado. As velocidades variam
entre 0,06 e 1,5 m/s.

26
Forjamento > Equipamentos Prof. Fábio Campos

➢ Os martelos são divididos em:


▪ De queda livre;
▪ Mecânicos;
▪ Pneumáticos;
➢ As prensas são divididas em:
▪ Mecânicas;
▪ Hidráulicas;

27
Forjamento > Equipamentos Prof. Fábio Campos

➢ Martelos para processo de


forjamento:
▪ São os equipamentos mais
baratos para forjamento em
matriz;
▪ Grande versatilidade;
▪ Segurança de trabalho
(vários golpes: menor risco
de sobrecarga);
▪ Tipos: queda livre, queda
acelerada e de contragolpe.

28
Forjamento > Equipamentos Prof. Fábio Campos

➢ O forjamento com um martelo é normalmente feito com pancadas repetidas. Os


martelos podem atingir entre 60 e 150 pancadas por minuto dependendo do tamanho e
capacidade. A energia suprida pelas pancadas é igual à energia potencial devido ao
peso da massa cadente e da altura de queda.
➢ Os martelos de queda são classificados pelo peso da massa cadente. Entretanto, uma
vez que o martelo é uma máquina limitada energeticamente, no qual a deformação se
processa até que a energia cinética é dissipada pela deformação plástica da peça de
trabalho ou pela deformação elástica das matrizes e da máquina, é mais correto
classificar essas máquinas em termos da energia transmitida.

29
Forjamento > Equipamentos Prof. Fábio Campos

➢ Uma característica comum aos


martelos é que em função do
forjamento ser feito por meio
de golpes, o martelo adquire
grande flexibilidade, pois
enquanto as prensas são
limitadas em termos de força
(só podem ser aplicadas se a
força requerida for menor que a
disponível), nos martelos esta
limitação não existe uma vez
que o martelo aplicará golpes
sucessivos até que a
conformação desejada se
processe.
30
Forjamento > Equipamentos Prof. Fábio Campos

➢ Desta forma os martelos são mais


indicados para o uso com
matrizes de múltiplas cavidades
em que em um único bloco
existem as cavidades para pré-
conformação e conformação
final;
➢ Um outro aspecto relativo aos
martelos é que estes requerem
em média 400% mais energia,
que as prensas, para executar a
mesma deformação. Martelo de queda acelerada

31
Forjamento > Equipamentos Prof. Fábio Campos

➢ As principais características dessas prensas são as seguintes:


▪ Energia disponível: suprida pela máquina para a efetivação do processo de
conformação, esta energia não inclui a parcela de energia necessária para vencer o
atrito existente entre as partes móveis das máquinas e aquela relativa às deformações
elásticas das partes do equipamento, tais como colunas, mesas etc..;
▪ Força disponível: suprida pela prensa para efetivar a deformação do corpo metálico a
forjar. Essa força pode ser constante durante todo o percurso no caso das prensas
hidráulicas ou variar de acordo com cada posição do curso da máquina em relação ao
seu ponto morto inferior, como no caso das prensas mecânicas (excêntricas e de
fricção);

32
Forjamento > Equipamentos Prof. Fábio Campos

➢ As principais características dessas prensas são as seguintes:


▪ Tempo de contato sob pressão: tal característica é importante pois define a
quantidade de calor que será transferida do forjado para as matrizes, que poderá
causar problemas quanto ao desgaste das ferramentas e ao aumento da força
necessária para forjamento devido ao resfriamento do forjado;
▪ Velocidade de trabalho (sob pressão): tal característica determina o tempo de contato
entre matrizes e forjado, bem como a taxa de deformação do processo. Esses dois
fatores definem a tensão de escoamento do material e consequentemente, a força e a
energia necessária ao processo;

33
Forjamento > Equipamentos Prof. Fábio Campos

➢ O curso neste tipo de prensa é


menor que nos martelos de
forjamento e nas prensas
hidráulicas. O máximo de carga é
obtido quando a massa superior
está a aproximadamente 3 mm
acima da posição neutra central.
São encontradas prensas mecânicas
de 300 a 12.000 toneladas. A
pancada de uma prensa é mais uma
aplicação de carga crescente do que
realmente um impacto. Por isto as
matrizes sofrem menos e podem
ser menos maciças. Porém o custo
inicial de uma prensa mecânica é
34 maior que de um martelo.
Forjamento > Equipamentos Prof. Fábio Campos

➢ O curso neste tipo de prensa é menor


que nos martelos de forjamento e nas
prensas hidráulicas. O máximo de
carga é obtido quando a massa
superior está a aproximadamente 3
mm acima da posição neutra central.
São encontradas prensas mecânicas de
300 a 12.000 toneladas. A pancada de
uma prensa é mais uma aplicação de
carga crescente do que realmente um
impacto. Por isto as matrizes sofrem
menos e podem ser menos maciças.
Porém o custo inicial de uma prensa
mecânica é maior que de um martelo.

35
Forjamento > Equipamentos Prof. Fábio Campos

➢ As prensas hidráulicas são máquinas limitadas na carga, na qual a prensa hidráulica


move um pistão num cilindro. A principal característica é que a carga total de pressão é
transmitida em qualquer ponto do curso do pistão. Essa característica faz com que as
prensas hidráulicas sejam particularmente adequadas para operações de forja do tipo
de extrusão;
➢ A velocidade do pistão pode ser controlada e mesmo variada durante o seu curso. A
prensa hidráulica é uma máquina de velocidade baixa, o que resulta em tempos longos
de contato com a peça que pode levar a problemas com a perda de calor da peça a ser
trabalhada e com a deterioração da matriz;

36
Forjamento > Equipamentos Prof. Fábio Campos

➢ Por outro lado, a prensagem lenta de uma prensa hidráulica resulta em forjamento de
pequenas tolerâncias dimensionais;
➢ As prensas hidráulicas são disponíveis numa faixa de 500 a 18.000 toneladas, já tendo
sido construídas, também, prensas hidráulicas de 50.000 toneladas;
➢ O custo inicial de uma prensa hidráulica é maior do que o de uma prensa mecânica da
mesma capacidade. São disponíveis na literatura técnica fatores para conversão entre a
capacidade das prensas e dos martelos de forja.

37
Forjamento > Equipamentos Prof. Fábio Campos

Prensa hidráulica

38
Forjamento > Equipamentos Prof. Fábio Campos

Prensa hidráulica

39
Forjamento > Propriedades prod. forjados Prof. Fábio Campos

Propriedades dos produtos forjados


➢ Existe uma grande diferença entre os produtos forjados a frio e a quente;
➢ A frio – encruamento, maiores resistência e menor ductibilidade;
➢ É possível ás vezes substituir o material de maior custo que seria forjado a quente por
um material de menor custo e fazer um forjamento a frio, resultando em um material
de propriedades semelhantes;
➢ Quanto maior a seção transversal, maior a diferença de propriedades entre o centro e a
periferia do material forjado. Exemplo: dureza;

40
Forjamento > Propriedades prod. forjados Prof. Fábio Campos

➢ Forjamento induz no material um certo grau de anisotropia, especialmente no


forjamento a frio, devido às direções de escoamento e formação de orientações
cristalinas;
➢ A anisotropia induzida deve ser levada em consideração no projeto das peças, levando
em conta sua aplicação;
➢ O estado de superfície da peça forjada estará relacionada com o tipo de forjamento
aplicado: e a frio ou a quente, sendo o primeiro o que entrega um melhor acabamento;
➢ No geral, quanto mais processos de forjamento o material passar, melhor será o
acabamento, mas ainda abaixo das rugosidades entregadas por processos de usinagem,
por exemplo;

41
Forjamento > Propriedades prod. forjados Prof. Fábio Campos

42
Forjamento > Propriedades prod. forjados Prof. Fábio Campos

43
Forjamento > Propriedades prod. forjados Prof. Fábio Campos

Falta de redução

44
Forjamento > Referências Prof. Fábio Campos

Referências
➢ Cetlin, P. R., Helman, H. Fundamentos da Conformação Mecânica dos Metais.
ArtLiber. 2013;
➢ Júlio César Valente. Slides. Cefet-RJ;

45

Você também pode gostar