Você está na página 1de 34

EFEITOS DO CONSUMO DE FARINHA DE BANANA NO ESTADO NUTRICIONAL

DE ALUNOS DA ESCOLA PRIMÁRIA UACULALENE DE CHIBUTO


(EFFABA)

Nome do Investigador Principal: António Chigogoro Titosse

Número de versão: 1.0

Análise de dados primária de vigilância

Data do protocolo:16 de Julho de 2019

1
INFORMAÇÕES GERAIS

Efeitos do consumo de farinha de banana no estado nutricional de alunos da Escola Primária


Uaculalene de Chibuto.

Versão 1.0,
16 de Julho de 2019

INVESTIGADOR PRINCIPAL
Nome: António C. Titosse, Mestre em Meio Ambiente, Especialista em Proc., Higiene e
Inspecção de Alimentos, Bacharel e Licenciado em Biologia.

Endereço físico: Ahmed Sekou Touré nº 1919, 4º andar Esquerdo -Maputo


Fundação Sérgio Gago
Av. Ahmed Sekou Touré nº 1919, 4º andar Esquerdo -Maputo
Maputo-Moçambique
Email: amucovatitosse91@gmail.com
Telefone: (+258) 85-216 7960

2
CO - INVESTIGADORES

Co - Investigadores Responsabilidades
Nome: Reginalda Alberto Mondlane César, Coordenação do estudo nos diferentes postos
Nutricionista de implementação
Endereço físico: Fundação Sérgio Gago Análise de dados
Av. Ahmed Sekou Toure, 1919 Redacção do relatório

Maputo-Moçambique

Email: reginaldamondlane@gmail.com

Nome: Luís Bernardo, Nutricionista Coordenação do estudo nos diferentes postos


Endereço físico: Fundação Sérgio Gago de implementação
Rua da Resistência, nº 326, Maputo Análise de dados
Redacção do relatório
Maputo-Moçambique

Email: luiznhambungue@gmail.com

3
Instituições envolvidas no Projecto Responsabilidades

Fundação Sérgio Gago Redacção do Protocolo

Av. Ahmed Sekou Toure nº 1919, 4º andar Esquerdo - Coordenação do estudo a nível do terreno
Maputo
Implementação

Gestão de dados

Produção do Relatório

Divulgação dos resultados


Escola Primária Uaculalene de Chibuto Recolha de dados

Escola Primária do 1º Grau de Mupaiaia Recolha de dados

4
Declaração de Conformidade e Confidencialidade

A informação apresentada neste protocolo é confidencial. Sendo assim, não pode ser divulgada
ou partilhada com terceiros sem permissão específica fornecida por escrito pela Fundação
Sérgio Gago ou quando a divulgação for requerida pelas autoridades reguladoras. Esta restrição
de divulgação será igualmente aplicada para informações fornecidas a posterior que sejam
privilegiadas ou confidenciais.

Uma vez impresso e assinado pelo (s) investigador (es) e outros assinantes autorizados, o
protocolo não pode ser alterado informalmente. As emendas ao protocolo têm a mesma
necessidade de aprovação e devem seguir todos os passos obrigatórios para serem revistas e
aprovadas antes de serem implementadas.

Assinando este documento, o investigador se compromete a realizar o estudo de acordo com o


protocolo, as directrizes aplicáveis, segundo a Declaração de Helsinki e de forma consistente
com os padrões científicos internacionais, bem como todos os requisitos regulamentares
aplicáveis. O investigador compromete-se também em evidenciar esforços para realizar o estudo
dentro dos prazos designados.

Investigador Principal

Título, Nome: ___________________________________ Data: _______________________

Assinatura: _________________________________________________

5
LISTA DE ABREVIATURAS

CNBS Comité Nacional de Bioética para Saúde do MISAU

EPUC Escola Primária Uaculalene de Chibuto

EPM Escola Primária do 1º Grau de Mupaiaia

FSG Fundação Sérgio Gago

ISFABA Iniciativa de Suplementação da Fundação Sérgio Gago com farinha de


banana

6
Índice Págs.
Resumo 8
1. Introdução 9
1.1. Justificativa 11
2. Objectivos do Estudo 13
2.1. Objectivo Geral 13
2.2. Objectivos Específicos 13
3. Métodos 13
3.1. Área de estudo, população do estudo, método de amostragem 13
3.2. Tipo de estudo 13
3.3. Tamanho da Amostra 14
3.4. Critérios de Inclusão 14
3.5. Critérios de Exclusão 15
4. Procedimentos 15
4.1. Recolha de Dados 15
4.2. Supervisão de recolha de dados 17
4.3. Manejo de dados 17
4.4. Controlo e Monitoria da Qualidade 18
4.5. Análise dos Dados 18
5. Aspectos Éticos 19
5.1. Arquivo 19
6. Limitações do Estudo 19
7. Divulgação do Projecto e dos Resultados 20
8. Proposta de Orçamento 20
9. Cronograma de actividades 22
10. Referencias Bibliográficas 23
11. Anexos 25

7
Resumo
Introdução: Uma nutrição adequada durante a infância e na idade escolar é de extrema
importância para o crescimento e desenvolvimento saudável das crianças. De acordo com dados
da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO, 2017), as escolas
constituem um lugar idóneo para a realização de intervenções de nutrição; sendo também um
canal para a aquisição de conhecimentos sobre a alimentação, nutrição e saúde. A existência de
uma grande disponibilidade de banana no nosso país a um custo relativamente baixo quando
comparado com outras frutas, além de fazer parte dos hábitos alimentares de muitos
moçambicanos são aspectos que pesaram para a elaboração da Iniciativa de Suplementação com
farinha de banana da Fundação Sérgio Gago a ser implementado na Província de Gaza.
Objectivo: Avaliar o efeito do consumo de farinha de banana no estado nutricional dos alunos
matriculados na Escola Primária Uaculalene de Chibuto.
Métodos: Trata-se de um estudo caso-controle, onde pretende-se recrutar no período de 10
meses todos os alunos dos 6 aos 14 anos de idade da Escola Primária de Uaculalene. Por tratar-se
de estudo do tipo caso-controle, foi seleccionada a Escola Primária do 1º Grau de Mupaiaia
como controle ao apresentar características similares entre elas. Com base no pacote estatístico
SPSS serão feitas análises para verificar a existência ou não de associação da suplementação com
farinha de banana, tais como: IMC, tipo de alimentação, actividade física, etc.

Resultados: Espera-se conhecer os efeitos do consumo de farinha da banana, de modo a poder


contribuir para a melhoria da qualidade de vida de crianças em idade escolar.

Palavras-chave: alunos, suplementação, farinha de banana, estado nutricional, ISFABA.

8
1. Introdução
A alimentação saudável e adequada é fundamental para que o crescimento, desenvolvimento e
manutenção do organismo humano ocorra de forma apropriada e saudável (Associação
Portuguesa de Nutricionistas - APN, 2011).

O consumo de alimentos quer a nível de quantidade, quer a nível de qualidade, têm um papel de
elevada importância para evitar a ocorrência de carências e/ou excessos alimentares e assim
melhorar o estado de saúde (APN, 2011). Os mesmos autores referem que uma alimentação
adequada na infância tem reflexo na fase adulta descrito por baixo risco para doenças
degenerativas e cardiovasculares.

O elevado número de repetições escolares em Moçambique esta associado a problemas


alimentares. Em 2015, cerca de 18,8% de todas repetições foram associadas a desnutrição
crónica. O baixo aproveitamento escolar da população desnutrida tem impacto sobre o nível
esperado de rendimento que uma pessoa teria na fase adulta.

Cerca de 43% das crianças moçambicanas sofrem de desnutrição crónica e 8% sofre da


desnutrição aguda (IDS, 2011). A desnutrição crónica é definida como baixa altura para a idade,
e a desnutrição aguda, definida como baixo peso para altura e esta pode aparecer em qualquer
época da vida e pode ser recuperada (IDS, 2011).

Os micronutrientes são cruciais para a sobrevivência, crescimento e desenvolvimento da criança.


A dieta em Moçambique é pobre em micronutrientes, especialmente do ferro, por isso, muitas
crianças sofrem de anemia e deficiência de ferro (MISAU, 2015)

As práticas alimentares inadequadas nestes primeiros anos estão fortemente relacionadas à


morbi-mortalidade de crianças, representada por doenças infecciosas, cáries dentárias,
desnutrição e deficiências de micronutrientes, sendo as mais comuns as deficiências de ferro,
zinco e vitamina A (WHO, 2011).

A banana é uma das frutas mais consumidas no mundo, sendo produzida na maioria dos países
tropicais representando a quarta fonte de energia depois do milho, arroz e trigo (Souza et al.,
2011).
9
A introdução de farinha de banana na alimentação escolar dos alunos pode ajudar na melhoria
dos rendimentos escolares devido ao seu valor nutricional que integra muitos nutrientes que
atuam na activação de memória, pode-se destacar os seguintes minerais: potássio, fosforo, cálcio,
magnésio, sódio, apresentando ainda ferro, manganês, iodo, cobre, alumínio e zinco. Quantos às
vitaminas as mais encontradas são Vit A, C, complexo B (B1, B2 e B3), as proteínas tem
albumina, glubulina e alguns aminoácidos como histidina, glutamina e asparagina (Bianchi,
2010).

Os micronutrientes mais comuns associados com a função cognitiva são o ferro, as vitaminas do
complexo B, do zinco, do silénio e os antioxidantes. Existe uma relação entre a fonte de
alimentação para o cérebro e os nutrientes essenciais para o desempenho do raciocínio, memória,
etc.

Embora cada especialista faça alusões a diferentes nutrientes, a grande maioria acredita na força
da nutrição na produção da memória, equilíbrio de humor, concentração e consequente
aprendizagem (Dinis, 2006).

A farinha de banana é uma fonte de energia e rica em nutrientes, sendo especialmente indicado
para crianças, jovens, adolescentes em fase de crescimento e pessoas que precisam recuperar
peso (Sandman, 2013). O consumo da farinha de banana contribui também para o combate a
desnutrição, bem como na prevenção das doenças diarreicas, doenças crónicas e cardiovasculares
(como a diabete) e osteo-articulares (como a osteoporose) (Silva et al 2015; Ranieri & Delani,
2014).

10
1.1. Justificativa

Uma nutrição adequada durante a infância e na idade escolar é de extrema importância para o
crescimento e desenvolvimento saudável das crianças (FAO, 2017). De acordo com dados da
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO, 2017), as escolas
constituem um lugar idóneo para a realização de intervenções de nutrição; sendo também um
canal para a adquisição de conhecimentos sobre a alimentação, nutrição e saúde. Por outro lado,
as mudanças de hábitos alimentares tem contribuído para a ocorrência de diversas doenças não
transmissíveis tanto na população adulta, como em crianças e adolescentes (Triches, 2005).

Nas crianças em idade escolar, as mudanças de estilos de vida e consequentes alterações


alimentares tem tido um impacto negativo no seu estado nutricional, o que influencia igualmente
no rendimento escolar, relacionamentos interpessoais e outros comportamentos do processo de
desenvolvimento (Nunes, 2009). Estudos mostram que este grupo populacional tem necessidades
adicionais de consumo de nutrientes que dão energia, ajudam a melhorar a capacidade mental,
reforçam a memória e reduzem o stresse para além de garantir o normal funcionamento de outras
funções cognitivas, mentais e psicomotoras (Champe et al, 2001).

A proposta em se estudar os efeitos do consumo de papa de farinha de banana no estado


nutricional dos alunos matriculados na Escola Primária Uaculalene de Chibuto, está sustentada
na procura constante por parte da população de melhoras na qualidade de vida, em especial em
crianças na idade escolar. A ingestão de uma dieta saudável e de alimentos ricos em nutrientes
contribuem para esta melhoria na qualidade de vida. Segundo dados do Ministério da Saúde
(MISAU, 2016), em 2015 foram notificados cerca de 321 casos e 143 nados nascidos com baixo
peso no distrito de Chibuto, província de Gaza. Neste contexto, tendo em conta os índices
elevados de desnutrição neste distrito pretende-se distribuir de forma gratuita um pacote de
farinha instantânea feita com base em banana aos alunos da Escola Primaria Uacualelane durante
o período de nove meses. Este pacote de farinha poderá ser consumido em forma de papa no
intervalo pelos alunos como reforço ao lanche escolar.

11
A existência de uma grande disponibilidade de banana no nosso país a um custo relativamente
baixo quando comparado com outras frutas, além de fazer parte dos hábitos alimentares de
muitos moçambicanos são aspectos que pesaram para o desenho e implementação desta
Iniciativa de Suplementação da Fundação Sérgio Gago.

Por meio deste estudo pretende-se contribuir na melhoria da qualidade de vida através de
obtenção de evidências científicas sobre os efeitos do consumo de farinha de banana no estado
nutricional dos alunos matriculados na Escola Primária Uaculalene de Chibuto que irão
beneficiar-se da Iniciativa de Suplementação da Fundação Sérgio Gago com Farinha de Banana,
criada pela Fundação Sérgio Gago no âmbito do combate a malnutrição.

12
2. Objectivos do Estudo

2.1. Objectivo Geral


 Avaliar os efeitos do consumo de farinha de banana no estado nutricional dos alunos
matriculados na Escola Primária Uaculalene de Chibuto.

2.2. Objectivos Específicos


 Determinar o estado nutricional dos alunos na Escola Primária Uaculalene de Chibuto
antes da implementação ISFABA;
 Verificar o efeito do consumo de farinha de banana em alunos desnutridos que se
beneficiarão da ISFABA.

3. Métodos
3.1. Área de estudo, população do estudo, método de amostragem
O estudo será conduzido na Escola Primária Uaculalene onde será implementado a Iniciativa de
suplementação com farinha de banana e na Escola Primária do 1º Grau de Mupaiaia onde não
será implementada esta iniciativa. Serão feitos estudos de avaliação nutricional aos alunos dos 6
a 14 anos de idade matriculados em ambas escolas. Os dados serão colhidos de Fevereiro a
Novembro de 2020.

3.2. Tipo de estudo


Trata-se de um estudo do tipo caso-controle, em que se espera obter informação através de dados
sócio - demográficos, medidas antropométricas (peso, altura, IMC, perímetro braquial), análises
clínicas, análises parasitológicas e inquérito nutricional.

3.3. Tamanho da amostra

13
Devido ao facto da não existência de dados desagregados sobre a prevalência de desnutrição
aguda para crianças da faixa dos 6 -14 anos de idade, não é possível fazer o cálculo do tamanho
de amostra utilizando a proporção. Sendo assim, foram seleccionados todos os alunos dos 6-14
anos de idade que estudem nas duas escolas (caso e controle).
Durante o período de 09 meses, serão seleccionados todos os alunos dos 6 aos 14 anos da Escola
Primária Uaculalene tendo em conta a lista de alunos dessa faixa etária que serão incluídos a
Iniciativa de Suplementação com Farinha de Banana (Anexo I).

Por tratar-se de estudo do tipo caso-controle, foi seleccionada a Escola Primária do 1º Grau de
Mupaiaia como controle. Esta escola apresenta características similares à Escola Primária
Uaculalene, em termos de localização geográfica, número e classes de alunos:

Características Escola Primária Uaculalene Escola Primária do 1o Grau


(1ª à 5ª classe) de Mupaiaia
(1ª à 5ª classe)
Localização Distrito de Chibuto, Gaza Distrito de Chibuto, Gaza

Número total de Alunos 136 277


Tabela 1. Características da Escola Primária Uaculalene e Escola Primária do 1º Grau de Mupaiaia. Fonte: Serviço
Distrital de Educação Juventude e Tecnologia. Governo do Distrito de Chibuto (2017).

3.4. Critérios de Inclusão


Serão incluídos no presente estudo alunos dos 6 aos 14 anos de idade.
 Que estejam matriculados nas Escolas Primárias de Uaculalene e Mupaiaia
 Alunos da Escola Primária de Uaculalene que se beneficiarem da Iniciativa de
Suplementação com farinha de banana;
 De ambas escolas, cujos pais ou encarregados de educação tenham assinado um termo de
consentimento informado;
 De ambas escolas, que tenham consentido a sua participação de forma voluntária e
mediante assinatura do termo de assentimento informado.

14
3.5. Critérios de Exclusão
Serão excluídos do estudo:
 Alunos que estejam matriculados na Escola Primária Uaculalene e que não sejam
incluídos dentro da Iniciativa de Suplementação com farinha de banana da Fundação
Sérgio Gago;
 Alunos de ambas escolas cujos pais ou encarregados de educação não aceitem assinar o
termo de consentimento informado;
 Alunos de ambas escolas que não aceitem assinar o termo de assentimento informado.

4. Procedimentos

4.1. Recolha de dados


Inquérito Nutricional
O inquérito nutricional será respondido pelos Encarregados de Educação dos alunos de ambas
escolas (anexo 7). O inquérito nutricional a ser utilizado na Escola Primária de Uaculalene
incluirá também um espaço para recolha de informação sobre a aceitabilidade, consumo e
tolerância da papa de farinha de banana (Anexo 8).

Medições Antropométricas
A antropometria, que consiste na avaliação das dimensões físicas e da composição global do
corpo humano, tem-se revelado como o método isolado mais utilizado para o diagnóstico
nutricional em nível populacional, sobretudo na infância e na adolescência, pela facilidade de
execução, baixo custo e inocuidade. O índice de massa corporal (IMC) ou índice de Quetelet é
obtido dividindo-se o peso em quilogramas, pela estatura ao quadrado, em metros; a validade do
IMC é baseada na boa correlação que este apresenta com a gordura corporal, principalmente a
gordura interna, que por sua vez está associada a factores de risco para desenvolvimento de
doença crónica (SIGULEM et al., 2000).

15
Serão recolhidos dados antropométricos dos alunos que sejam incluídos dentro da Iniciativa de
Suplementação com farinha de banana para definir se estes são ou não desnutridos, com base no
cálculo do IMC e perímetro braquial. Posteriormente, serão formados 02 grupos:
 Caso I: formado por alunos dos 6 aos 14 anos de idade, que tenham IMC normal, de
acordo com os critérios de classificação do IMC (da OMS).
 Caso II: formado por alunos dos 6 aos 14 anos de idade, que apresentem desnutrição
moderada ou severa, de acordo com os critérios de classificação do IMC (da OMS).

Serão colhidos também dados antropométricos de alunos dos 6 aos 14 anos de idade que estejam
a estudar na Escola Primária do 1º Grau de Mupaiaia onde não será implementada a Iniciativa de
Suplementação com farinha de banana. Estes alunos farão parte do grupo Controle do estudo.

No total, teremos 3 grupos: Caso I, Caso II e Controle.

Durante o período do estudo (9 meses), serão feitas 6 medições antropométricas (peso, altura,
perímetro braquial e IMC para idade) aos alunos dos 6 aos 14 anos de idade, sendo:
 Duas medições no primeiro trimestre: no início e no fim do trimestre;
 Duas medições no segundo trimestre: no início e no fim do trimestre;
 Duas medições no terceiro trimestre: no início e no fim do trimestre

4.2. Supervisão da recolha de dados

Serão feitas 12 visitas de supervisão por investigadores do estudo durante o processo de recolha
de dados, nomeadamente:
 No primeiro trimestre serão realizadas 4 Visitas: sendo 1 no início do trimestre que
coincide com a implementação do projecto e avaliação do estado geral dos alunos. Em
seguida serão feitas 2 visitas relâmpagos entre a primeira e a última avaliação do
trimestre com vista a garantir a qualidade de administração da farinha de banana e
também a avaliação antropométrica dos alunos.

16
 No segundo trimestre serão realizadas 4 visitas: das quais 2 no inicio e no fim do
trimestres e outras duas durante o trimestre sem aviso prévio.
 No terceiro trimestre serão realizadas 4 visitas: das quais 2 no inicio e no fim do
trimestres e outras duas visitas durante o trimestre sem aviso prévio.
 As visitas terão duração de 2-3 dias cada.

4.3. Manejo de dados


Para chegar aos resultados será criada uma base de dados no Epidata (versão 3.1 Janeiro 2008),
no qual serão inseridos todos os dados. Os seguintes dados: idade, sexo, peso, altura, Índice de
Massa Corporal (IMC), o perímetro braquial e análises bioquímicas do cada indivíduo avaliado
serão posteriormente exportados para o software Anthro Plus (versão 3.2.2., Janeiro 2011). Os
cálculos serão feitos utilizando os critérios de classificação do IMC definidos pela OMS. Todas
actividades serão realizadas nas próprias escolas, sem ter que movimentar os alunos para fora do
recinto escolar.

4.4. Controlo e Monitoria da Qualidade


Mecanismos apropriados de controlo de qualidade dos dados estão previstos para assegurar a
qualidade de dados desde a colheita, análise e redacção do relatório final. Um manual de
inquiridor será preparado para orientar as operações a todos os níveis e entregue cada inquiridor
e supervisor. Para além disso, será feita a supervisão a dois níveis para assegurar que os
procedimentos padronizados são seguidos e dados de qualidade são obtidos. No primeiro nível,
cada equipa terá um supervisor de campo, para verificar se os procedimentos de amostragem
estão sendo feitos de acordo com o manual e se os dados estão sendo colhidos usando os
instrumentos do estudo. No segundo nível, o investigador principal do estudo e outros membros
da equipa de pesquisa vão levar a cabo visitas de supervisão de apoio.

Além disso, com o fim de assegurar que os dados lançados na base de dados (Epidata) sejam de
qualidade, será feita a dupla entrada de dados e limpeza dos mesmos.

4.5. Análise dos Dados


17
Os dados serão analisados no software AntroPlus (versão 3.2.2., Janeiro 2011) e no software
SPSS versão 24. Para a análise da diferença entre os grupos etários e comparação de médias
serão usados diferentes testes (t-test, Qui-quadrado, teste exacto de Fisher e o teste de Mann-
Whitney). Serão considerados estatisticamente significativos os resultados com p <0.05 e
intervalo de confiança de 95% (IC-95%). Para identificação dos factores associados será
utilizada a regressão logística bem como a especificidade e sensibilidade.

5. Aspectos Éticos
O protocolo geral do estudo “EFFABA” será submetido para aprovação ética do Comité
Nacional de Bioética para a Saúde. A aceitação de participação no estudo será de carácter
voluntário, escrito e informado (assentimento e consentimento informado). Toda a informação
relativa ao participante será tratada de modo confidencial. Todos os participantes no estudo terão
o devido acesso de forma personalizada aos resultados da sua avaliação nutricional e serão
encaminhados para serviços específicos de saúde uma vez detectados casos de desnutrição grave.

Tanto a Direcção Provincial de Gaza como as unidades sanitárias localizadas perto do local de
estudo serão informadas sobre a condução do estudo, de modo a que haja prontidão de resposta
em casos de emergência (referenciamento). A recusa em participar do estudo não vai significar
de modo algum a exclusão para suplementação com farinha de banana ou de assistência médica e
medicamentosa nas unidades sanitárias perto do local de estudo.

5.1. Arquivo
Será criado um arquivo do estudo “EFFABA” na Sede da Fundação Sérgio Gago para guardar os
respectivos questionários uma vez que os dados necessários para a realização do estudo tenham
sido lançados e a base de dados tenha sido limpa.
A base de dados será encriptada e devidamente guardada após a finalização da limpeza dos
dados, sendo que apenas os investigadores do estudo terão acesso a mesma.

6. Limitações do Estudo

18
Projectou-se um local de estudo limitado em termos de espaço geográfico, por imperativos e
limitação financeira e também por conveniência. Contudo, o enfoque numa só província e
distrito específico além de ser ideal para os recursos financeiro disponível para a pesquisa,
poderá ser favorável para o tempo disponível para a pesquisa de campo e o número de recursos
humanos disponíveis para realizar a recolha de dados.

7. Divulgação do Projecto e dos Resultados


A divulgação do projecto e troca de experiência com outros investigadores e instituições
científicas será feita em congressos e workshops dentro e fora do país sobre nutrição, desnutrição
e suplementação. Os resultados do estudo serão apresentados por ao menos: 2 investigadores do
estudo e/ou 1 representante da ISFABA e discutidos na escola onde o estudo será realizado e
serão igualmente apresentados e discutidos em congressos dentro e fora do país e em jornadas
científicas.
Esta disseminação será feita por meio de relatórios de pesquisa, apresentações orais e em
“póster” em congressos nacionais e internacionais, palestras em escolas (seleccionadas
previamente pelo Ministério de Educação e Desenvolvimento Humano) e publicação de pelo
menos um artigo em revistas científicas nacionais ou internacionais. O alvo para a divulgação
dos resultados será a própria comunidade da escola, responsáveis pelo desenho de pelos
programas de suplementação nutricional nas escolas moçambicanas e comunidade científica e
académica.

8. Proposta de Orçamento
Estão apresentadas na tabela que se segue as necessidades de bens, equipamento e serviços
necessários para a realização do estudo no período de 9 meses e os seus respectivos custos
estimados.
O material de escritório duradouro e não duradouro e os softwares listados no orçamento serão
utilizados para abastecer os postos sentinelas e a unidade de gestão de dados da pesquisa. Espera-
se que da pesquisa seja possível publicar ao menos 1 póster na fase de divulgação do projecto e
um artigo na fase de divulgação de resultados, e que estes mesmos resultados venham a ser
divulgados em congressos nacionais e internacionais (pelos investigadores do estudo).
19
Nº Orçamento Geral Qtidade Tempo Unidade Custo Unit Custo Total

Transporte terrestre -
ida/volta
Combustível 50,000.00MT 20,000.00MT

Produção de Material
Bonés 15 315.90 4,738.50
Camisetes 15 450.45 6,756.75
Crachás 15 251,55 3,773.25
Material de Escritório
Esferográfica 1 1 425.00
Lápis de HP profissional 1 1 90.00
Borracha de lápis 1 1 320.00
Bloco de notas A5 15 15 70.00 1,050.00
Pasta Bantex 4210 15 15 60.00 900.00
Agrafadores Normais 2 2 475.00 950.00
Agrafos 2 2 90.00 180.00
Furadores 2 2 425.00 850.00
Outros consumíveis de escritório
(Resma A4, Bolsas plásticas,
etc.) 1 1 10000 5,000.00
Disco Externo 1 1 5500 5,500.00
Comunicação 7 4 600.00 16,800.00

Divulgação de resultados
(Publicação de Manuscrito) 1 1 Unidade 4000 4,000.00
Reunião de validação 1 1 Unidade 20000 2,000.00
Aprovação Ética 1 1 Unidade 30000 3,000.00
Total 76,334.00

20
9. Cronograma de actividades
O cronograma de actividades apresentado no quadro abaixo cobre os períodos de aprovações
regulamentares, a colecta, gestão, processamento e análise de dados e finalmente a elaboração do
relatório técnico e divulgação dos resultados.

2019 2020
Julho-Dezembro Janeiro - Fevereiro Março - Dezembro
Actividades
1ª S 2ª S 3ª S 4ª S 1ª S 2ª S 3ª S 4ª S 1ª S 2ª S 3ª S 4ª S
Aprovação ética
Preparação da pesquisa e
levantamento
bibliográfico
Treinamento dos
inquiridores, digitadores e
avaliadores IMC
Levantamento de dados no
terreno
Compilação e elaboração
do relatório
Divulgação dos resultados
da pesquisa e apresentação

21
10. Referências Bibliográfica
1. Associação Portuguesa de Nutricionistas – APN. (2011). Alimentação adequada: Faça
mais pela sua saúde.
2. Bianchi, Marcia. (2010). Banana Verde - Propriedades e Benefícios. Disponível
Online: http://www.valemaisalimentos.com.br/material/BananaVerde-
Propriedades_e_Beneficios.pdf [Acessado aos 10 de Novembro de 2016]
3. Dinis, Tatiana. (2006). Especialistas discutem a Importância da Nutrição Cerebral,
Folhaonline. Disponível em http: //www.1.folha.uol.com.br. . Acesso em 20 de junho
de 2019.
4. Filho, José Maria. As Propriedades Funcionais da Banana Verde. Disponível online
http://www.valemaisalimentos.com.br/imprensa/release1/As_Propriedades_Funcionais_d
a_Banana_Verde_25-2-11.pdf [Acessado aos 10 de Novembro de 2016]
5. Global Nutritional Report. Nutrition Country Profile: Mozambique. International Food
Policy Research Institute, 2014 Disponível online: http://www.unicef.org.mz/nosso-
trabalho/o-trabalho-do-unicef/nutricao/
6. IDS INE, 2011
7. Silva, Andréa dos Anjos, Junior, José Lucena Barbosa, Barbosa Maria Ivone Martins
Jacintho. (2015). Farinha de banana verde como ingrediente funcional em produtos
alimentícios. Scielo. Disponivel on line via http://www.scielo.br/pdf/cr/v45n12/1678-
4596-cr-45-12-02252.pdf [Acessado aos 10 de Novembro de 2016]
8. Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). (2017).
Alimentação Escolar. Disponível online: http://www.fao.org/school-food/es/ [Acessado
aos 10 de junho de 2019]
9. Sigulem, D.M, Devincenzi, M.U, Lessa, A.C. Diagnóstico do estado nutricional da
criança e do adolescente. Jornal da Pediatria. 2000; 3 (275).
10. Souza, M. E. et al. Crescimento e produção de genótipos de bananeiras em clima
subtropical. Ciência Rural, v.41, n.4, p.581- 591, 2011. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/cr/v41n4/ a924cr4241.pdf>. [Acessado aos 29 de Dezembro de
2016]

22
11. Sandman, Percila farinha de casca de banana verde, BIOFIBER, VIAFARMA 2013
[Acessado aos 29 de Dezembro de 2016]
12. Triches, R. M., & Giugliani, E. R. J. (2005). Obesidade, práticas alimentares e
conhecimentos de nutrição em escolares. Rev Saúde Pública. 39(4):541‑47.
13. Nunes, M.R., Rita, C.L., Ribeiro, C.R., Rosado, E.F.P.L., & Franceschini C. Influência
das características sócio demográficas e epidemiológicas na capacidade funcional de
idosos residentes em Ubá, Minas Gerais. Rev Bras Fisioterapia, 2009; 13(5): 376-382
14. Faria, J. T. de. (2011). Guia de Antropometria: medidas, indicadores e protocolos.
Cookie® Tecnologia e Marketing
15. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. (2013). Pesquisa Nacional de
Saúde 2013: Manual de Antropometria. Rio de Janeiro.

16. WHO. Guideline: use of multiple micronutrient powders for home fortification of foods
consumed by infants and children 6-23 months of age. Geneva, 2011.

17. MISAU. (2016). Estratégia de comunicação para o programa nacional de fortificação de


alimentos (2016-2021). CONFAM MPHUG, Maputo.

18. MISAU. (2015). Fortificação Alimentar Caseira com Multi-micronutrientes em Pó

16. MASA (Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar). (2018). Impacto Social e


Económico da Desnutrição Infantil no Desenvolvimento a Longo Prazo de
Moçambique.www.setsan.gov.mz/wp-content/uploads/2018/.../Estudo-COHA.pdf

23
11. Anexos

24
Anexo 1: Folha de informação ao participante (Para pais e Encarregados de Educação).

Título do Estudo: Efeitos do consumo de papa de farinha de banana no estado nutricional de


alunos da Escola Primária Uaculalene – Chibuto/Gaza (EFFABA)

Bom dia / tarde. Meu nome é (Dizer o nome). Sou inquiridora do estudo conduzido pela
Fundação Sérgio Gago e a minha identificação é esta (Mostrar o Crachá). Estamos a
realizar um inquérito aqui na província de (Dizer o nome da Província) sobre vários
aspectos de saúde e nutrição

Porque fazer este estudo?

A Iniciativa de Suplementação da Fundação Sérgio Gago com farinha de banana (ISFABA) será
implementada na Escola Primária Uaculalene na província de Gaza, com o objectivo de melhorar
a alimentação de alunos dos 6 aos 14 anos de idade, assegurando ao menos uma refeição por dia
que seja rica em nutrientes durante o período escolar.

Sendo assim, a Fundação Sérgio Gago pretende realizar o estudo para conhecer o efeito do
consumo da farinha de banana no estado nutricional de alunos da Escola Primária Uaculalene –
Chibuto.

Quem vai participar neste estudo?


Alunos de 6 aos 14 anos de idade da Escola Primária Uaculalene que vai se beneficiar da
Iniciativa de suplementação com farinha de banana (caso) e Escola Primária de Mupaiaia
(controle).

A participação no estudo é obrigatória?


Não. A participação neste estudo é voluntária. Em caso de aceitar participar no estudo de forma
voluntária, o participante pode desistir assim se sentir incomodado. Se aceitar que o/a seu/sua

25
filho/a participe iremos pedir para responder a uma entrevista com duração de aproximadamente
45 minutos. E posteriormente irá se colher alguns dados da criança como peso, idade, altura,
análises bioquímicas e parasitológicas para saber-se do seu estado de saúde e nutricional.
Contudo, se você não aceitar participar isso não vai trazer nenhum problema para si e nem para a
sua família na inclusão da Iniciativa de Suplementação da Fundação Sérgio Gago com Farinha
de Banana ou prestação dos serviços de saúde na sua Unidade Sanitária.

Riscos de participar neste estudo


Este estudo não traz nenhum risco para a sua saúde. Talvez poderá sentir-se pouco à vontade por
estar a ser entrevistado/a e em responder algumas perguntas durante 30 minutos ou mais.
Contudo sinta-se a vontade. A informação será mantida confidencial e usada apenas para
responder aos objectivos do estudo. Não será pago por participar neste estudo.

Benefícios de participar neste estudo


Os benefícios em participar neste projecto incluem: Que depois do estudo você estará a ajudar a
saber o suplemento com farinha de banana contribuí para a melhoria do estado nutricional de
crianças dos 6 aos 12 anos de idade. Os seus dados irão no futuro, ajudar na expansão deste
Programa de Suplementação da Fundação Sérgio Gago em outras escolas a nível nacional. Não
há benefícios directos para si ou para o seu filho porque participará do estudo.

Como será mantida a confidencialidade da participação no estudo?

O técnico da saúde e o inquiridor do estudo, em nenhum momento da medição do peso, altura,


perímetro braquial, análises clínicas assim como na entrevista, irão registar o nome dos
participantes do estudo. Todos os participantes serão atribuídos e tratados por um código. Vamos
agrupar suas respostas, juntamente com as respostas dos outros participantes do estudo, de modo
que se minimize a possibilidade de saber-se como você respondeu às perguntas. Assim, durante a
análise nenhuma informação que você vai compartilhar connosco será ligada ao seu nome.

Onde pode ter mais informação sobre este estudo?

26
Se você quiser ter mais informação sobre este estudo poderá contactar ao senhor António Titosse
(85 216 7960).

Quem contactar em caso de algum problema durante a participação no estudo?


Se acontecer algum problema, for maltratado ou os outros elementos da equipa tiverem acesso ao
seu nome, ao Comité Nacional de Bioética pelo número: 824066352, através da secretaria, Sra
Cristina.

Que destino será dado aos participantes que forem positivos para desnutrição aguda ou
grave?
Os participantes que forem identificados como positivos para desnutrição aguda ou grave serão
orientados a dirigirem-se a Unidade Sanitária mais próxima da comunidade para o devido
acompanhamento médico.

27
Anexo 2: Consentimento Informado

Eu _____________________________ li a folha de informação ao participante e tive a


oportunidade de me explicarem os objectivos e os procedimentos que poderei ser submetido caso
aceite a minha participação. Compreendi toda a informação e deram-me a oportunidade para
fazer perguntas em caso de dúvidas.

Sei que a participação neste estudo é voluntária e que posso deixar de participar a qualquer
momento sem qualquer prejuízo. E sei a quem contactar em caso de algum problema durante a
minha participação.

Assim sendo, aceito a minha participação neste estudo

______________________________ ____________________________
Assinatura da enfermeira(o) Assinatura do Pai/ Encarregado de Educação
Data:____/___/___ Data:____/___/___

______________________________
Assinatura do Supervisor(a) Impressão digital do Pai/Enc. de Educação
Data:____/___/___ Data:____/___/___

Província___________________________

Distrito_____________________________

28
Anexo 3: Assentimento Informado

Explicaram-me ________________________________ sobre os objectivos e passos que serão


feitos caso eu aceite participar neste estudo: *medirem o meu peso, a minha altura e tamanho do
braço, análise do meu sangue e *comer a papa de farinha de banana que será servida na escola,
durante o período de estudo.

Explicaram-me e entendo o que me disseram. Deram-me a oportunidade para fazer perguntas em


caso de dúvidas.

Sei que posso escolher fazer parte deste estudo ou não. E que posso deixar de participar a
qualquer momento se eu quiser sem qualquer perigo para mim. E sei a quem contactar em caso
de algum problema durante a minha participação.

Assim sendo, aceito a minha participação neste estudo

______________________________ ____________________________
Assinatura da enfermeira(o) Assinatura da criança
Data:____/___/___ Data:____/___/___

______________________________
Assinatura do Supervisor(a) Impressão digital da criança
Data:____/___/___ Data:____/___/___

Província___________________________
Distrito_____________________________
29
Anexo 4: Descrição de propriedades nutricionais da farinha da banana

Propriedades Nutricionais da Farinha de Banana (Musa spp.):


A farinha feita da polpa da banana é rica em carbohidratos, apresentando ainda vários outros
nutrientes importantes como vitaminas e sais minerais. Os carbohidratos presentes na banana
verde fazem parte dos carbohidratos denominados de complexos, que são o amido e os
polissacarídeos não amiláceos, que diferem entre si em relação às suas estruturas químicas,
efeitos fisiológicos e nutricionais. Em geral, os sais minerais aparecem em maior quantidade no
fruto ainda verde, sendo os principais: o potássio, o fósforo, o cálcio, o sódio e o magnésio,
apresentando ainda ferro, manganês, iodo, cobre, alumínio e zinco. As principais vitaminas
presentes na banana são as vitaminas A, C e complexo B (B1, B2 e niacina). As principais
proteínas presentes são a albumina e a globulina, porém em pequenas quantidades e em relação
aos aminoácidos predominam a asparagina, glutamina e histidina.

Composição nutricional da Farinha de Banana utilizada pela ISFABA:


Produto: Farinha de banana
Categoria1 Valores
Humidade (% w/w) 1.11
Proteína(%w/w Nx6.25) 3.15
Gordura (% w/w) 0.88
Cinzas (% w/w 2.37
Ferro (mg/100g) 20.04
Fósforo (mg/100g) 0.08
Cálcio (mg/100g) 0.03
Sódio (mg/100g) 0.32
Potássio (mg/100g) 1224.72
Carbohidratos (%w/w) 92.49
Energia (kcal/100g) 367.36
Fibra (%w/w 1.48

1
Resultados obtidos do Laboratório de Higiene, Agua e Alimentos - MISAU
30
A farinha de banana verde por ser rica em potássio, pode ajudar na redução de produção do
colesterol pelo fígado, diminuindo a absorção de açúcar e gorduras, e reduzindo a probabilidade
de aparição de doenças cardiovasculares e diabetes.
A farinha de banana por ser também rica em Vitaminas A, B e C pode ser considerado muito
importante para a saúde da pele e da vista, para redução e alívio de stress, cólicas menstruais
bem como da tensão pré menstrual e acredita-se que ajuda bastante na manutenção e
rejuvenescimento da saúde da pele e mucosas.

3. PROPOSTAS DE FORMAS DE USO:


 A farinha de banana pode ser usada de várias formas, oferecendo os mesmos benefícios.
 Pode ser preparada como papa na proporção de 100 gramas para 1 litro de água ou leite,
isto é 1 Kg de farinha de banana para 10 litros de água faz uma papa densa para 33
crianças.
 Pode ser preparada como chima, sabendo de antemão que 100 gramas de farinha de
banana equivalem a 500 gramas de farinha de milho.
 Pode ser polvilhada na comida ou misturada na sopa ou yogurte.
 Pode se fazer bolos ou biscoitos nas várias receitas de domínio de cada um, substituindo
apenas a farinha de milho/trigo.

31
Anexo 5: Procedimentos de preparação e administração da farinha de banana pela
ISFABA

Procedimentos de preparação e administração:


A papa vai ser preparada da seguinte maneira:
 2 Colheres de sopa de farinha para um copo de água, num recipiente com um pouco de
água fria mexe-se a farinha até desfazer as bolhas. Adiciona-se a mistura numa panela
contendo água em ebulição, mexer até ficar homogéneo.

Para melhorar a palatibilidade, se adicionarão 34 g ou 2 colheres de chá cada porção de açúcar ao


servir em cada prato, prévia a distribuição do mesmo.

A papa de farinha de banana vai ser consumida uma vez por dia todos os dias de aula.

Dois contratados locais, previamente treinados farão o registo das quantidades consumidas por
cada criança durante a fase da suplementação.

32
Anexo 6: INICIATIVA DE SUPLEMENTAÇÃO COM FARINHA DE BANANA

A Iniciativa de Suplementação com a farinha de banana consiste na suplementação de crianças


(alunos) dos 6 a 12 anos de idade da Escola Primária e Completa de Uaculalane, na província de
Gaza. Esta acção vai dirigida a apoiar a nutrição de crianças em idade escolar.

PASSOS DA INICIATIVA
1. Dispor de um documento escrito relativo à descrição da composição e das propriedades
nutricionais da farinha de banana e aos procedimentos de preparação e administração da farinha
de banana (anexo 4 e 5).

2. Capacitar ao pessoal da escola responsável pela preparação e ministro de farinha de banana


aos alunos.

3. Informar aos Encarregados de Educação e Professores sobre os benefícios da Iniciativa de


Suplementação de farinha de banana.

4. Realizar um estudo de avaliação dos efeitos do consumo de farinha de banana.

5. Fomentar a promoção de hábitos higiénicos saudáveis (lavado adequado de mãos antes e


depois de comer), através de pequenas palestras.

COMPOSIÇÃO DA EQUIPA DO ESTUDO DE AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DE


CONSUMO DE FARINHA DE BANANA
Composição da Equipa a nível central:
 3 Nutricionistas
 1 Antropólogo
33
 1 Estaticista
 1 Biólogo
 1 Especialista em Saúde Pública

Composição da Equipa a nível local


 1 Técnico de nutrição
 1 Enfermeiro
 1 Médico (geral, pediatra)
 2 Digitadores

MODO DE SUMINISTRO
A farinha de banana será distribuída gratuitamente aos alunos da escola em forma de papa, que
será distribuída durante 3 meses todos os dias exceptuando feriados, sábados e domingos. Esta
papa será preparada por pessoal previamente treinado.

PÚBLICO A SER ASSISTIDO E CONDUTA DE INTERVENÇÃO


A população que será atendida, bem como as respectivas condutas de intervenção estão
discriminadas no quadro abaixo:
População a Dosagem Periodicidade Tempo de Produto Cobertura
ser atendida Permanência Populacional
Alunos dos 6 30g de Todos dias da 9 Meses Papa de 136 Alunos
à 14 anos de farinha para semana (2ª f a farinha de
idade cada aluno 6ªf) banana

PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO
 Entrevista aos Encarregados de Educação de alunos dos 6 aos 14 anos de idade
 Medições antropométricas à alunos dos 6 aos 14 anos de idade
 Análise dos dados recolhidos

34

Você também pode gostar