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Formação em Psicanálise Clínica - Módulo 05
Formação em Psicanálise Clínica - Módulo 05
Sexualidade
Índice
Histórico da Sexualidade 6
O Erotismo 21
Disfunções sexuais 26
Transtornos do Orgasmo 35
AS PARAFILIAS 37
Exibicionismo 38
Fetichismo 39
Frotteurismo 39
Pedofilia 39
Voyeurismo 41
Fetichismo Transvéstico 41
Necrofilia 42
Zoofilia 42
Urofilia 43
Parcialismo 43
Escatologia Telefônica 44
Masturbação 44
Constituição e Hereditariedade 54
Elaboração Ulterior 55
Recalcamento 56
Sublimação 57
Experiências Acidentais 58
Precocidade 59
Fatores Temporais 60
Adesividade 60
Fixação 61
OS TRANSTORNOS DE SEXUALIDADE. 69
DISFUNÇÃO ORGÁSTICA 72
EJACULAÇÃO PRECOCE 73
VAGINISMO NÃO-ORGÂNICO 74
TRANSEXUALISMO 75
FETICHISMO 76
TRANSVESTISMO FETICHISTA. 76
EXIBICIONISMO. 76
VOYEURISMO. 77
PEDOFILIA. 77
SADOMASOQUISMO. 77
TRATAMENTOS 79
FASE ORAL. 87
FASE ANAL. 88
EROTISMO URETRAL 91
FASE FÁLICA. 92
PERÍODO INTERMEDIÁRIO. 98
FASE EDIPIANA. 98
Histórico da Sexualidade
Como não é possível sintetizar tantos séculos em tão pouco tempo, vamos dar
mais ênfase à sexualidade do homem pré-histórico e a de certos povos antigos.
É nos ciclos culturais sucessivos que podemos situar e descobrir a gênese dos
comportamentos sexuais de hoje. A sexualidade que vivemos nada mais é do
que aquilo que a humanidade fez dela, ou o que foi obrigada a fazer, face às
contingências ambientais.
No que diz respeito à reprodução, embora o tema esteja envolto por muita
nebulosidade, tudo faz crer que nas fases mais antigas o homem não
associava o sexo com a gravidez. A gestação era considerada como sendo um
acontecimento mágico, um presente dos deuses, tanto quanto a fertilidade da
terra. Talvez tenha sido por esta razão que, nas tribos que iniciavam a
atividade agrícola, a função da semeadura era realizada pelas mulheres.
Sabemos que, ainda hoje, entre certos povos primitivos, como os nativos da
Austrália, a idéia do sexo/reprodução não está bem elaborada. Entre os
Há quem afirme que a acentuação das formas, notadamente a dos seios, tem
relação com o culto à fertilidade. Parece, no entanto, que foi a preocupação
erótica que inspirou estes artistas pré-históricos, tanto na confecção das
estatuetas quanto das pinturas rupestres que são encontradas no interior das
cavernas. Aliás, muitas delas fariam inveja aos mais capacitados pintores de
banheiro da atualidade.
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Mas, o fato é que o homem ainda não era visto como elemento fundamental no
processo reprodutivo. A reprodução era prerrogativa exclusiva da mulher, e
praticamente todos os deuses eram do sexo feminino.
Mais fantástica ainda é a idéia dos índios Kubeo que proíbem o coito da mulher
durante a gravidez. Dizem que se a mulher continuar a copular, pode acumular
tal número de fetos no abdômen que terminará por explodir.
A idéia do sexo ligado ao prazer é bem definida pelos gregos. Eles chamavam
de Eros ao amor carnal, bastante diverso do amor puro, espiritualizado, e que
intitulavam de Ágape. Ambos eram distintos de Filos, que indicava afeição e
amizade.
De tudo isto resta-nos uma grande lição. Sexo simplesmente como forma de
prazer ou simplesmente como forma de reprodução dá uma idéia incompleta
da sexualidade e não satisfaz o homem. Ele é as duas coisas e mais ainda, ele
é acima de tudo uma forma de comunicação.
O Afeto nosso de cada dia que devemos considerar sob a mais simples forma
de atenção, podendo ser positiva ou negativa. Afeto positivo que possibilita ao
outro um contínuo crescimento, mobilizando fatores essenciais na construção
da auto-estima.
Edina Bom Sucesso aponta para alguns pontos que considera importante para
a construção da auto-estima: auto aceitação – admitir nossos limites e
reconhecer os dos outros; respeito – expressar adequadamente as emoções,
saber escutar, guardar sigilo, desculpar-se, etc.; apoiar as iniciativas – conduta
assertiva, autodisciplina; relacionamento de amizade; além de elogios
verdadeiros.
Aposto que você tem aquele casal de amigos, que você não entende como
ainda estão juntos, pois brigam o tempo todo.
- Você pegou o controle remoto? Eu disse que não era pra tirá-lo do lugar!
- Viu, eu não falei que o caminho estava errado! Se você tivesse ido por
onde eu avisei....
Todos nós, até podemos viver sem a relação sexual, mas ninguém sobrevive
sem afeto. Para tanto algumas atitudes nos favorecem e ao parceiro também,
contribuindo para que a convivência seja o mais coerente possível.
O Erotismo
COMPORTAMENTO ERÓTICO
ejaculação orgasmo
antes e depois
Excitação
Orgasmo
Cada uma destas fases tem a sua própria fisiologia, cuja descrição foge ao
escopo desta aula. É suficiente dizer que envolve mecanismos psicológicos,
neurológicos e vasculares, sendo estes últimos os responsáveis pelos
fenômenos observáveis da excitação, ou seja, a ereção, no homem, e a
lubrificação vaginal, na mulher. No entanto, qualquer tentativa de simplificação
daria uma falsa impressão da verdadeira complexidade da neurofisiologia da
resposta sexual.
Disfunções sexuais
Incitadores Supressores
Sexuais Sexuais
1 – Testosterona Centros
– Estimulação Física
2 Genital
3 - Afrodisíacos Reguladores
Sexuais
Hipotalâmicos
1 – Parceiro Atraente
2 – Estimulação Erótica
3 – Fantasias
5 – Galanteio
+ -
1 – Distúrbios Hormonais
3 - Depressão
Inibidores Psicológicos:
2 – Pensamentos Negativos
3 – Anti-fantasias
4 – Emoções Negativas
5 – “Stress” e Raiva
Desejo Sexual
Evitação Sexual
Experiência
Subjetiva de
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Transtornos do Orgasmo
AS PARAFILIAS
Exibicionismo
Frotteurismo
Pedofilia
Voyeurismo
Fetichismo Transvéstico
Necrofilia
Não é incomum que um necrofílico se case, e exija que sua parceira faça
“banhos de assento” gelados, antes de iniciar uma relação sexual, ou que
ordene à mesma que mantenhas-se completamente imóvel durante todo o ato
sexual.
Zoofilia
A inclusão de animais – que podem ser treinados para tanto – nos atos sexuais
é relativamente comum, embora seja rara como parafilia organizada e
persistente. Muitas vezes, especialmente em regiões mais isoladas, onde o
contato sexual é coibido por convenções religiosas e sociais rígidas, as
relações com animais são freqüentes entre os mais jovens. Situações de
Urofilia
Coprofilia e Clismafilia
Parcialismo
Escatologia Telefônica
Masturbação
Desde o nascimento, ou até antes dele (com os recursos tecnológicos que nos
possibilitam saber o sexo do feto alguns meses antes do parto), nos são
impostos vários elementos que irão fazer parte de nossa noção de gênero, e de
nossa identidade como homens ou mulheres. Desde o nome escolhido,
passando pelas cores das roupas do bebê, pelos brinquedos que nos são
dados, pela educação que recebemos, pelas diferentes atitudes de pais,
Hoje vivemos uma fase de transição, com uma profusão de livros, debates,
discussões acaloradas, conselhos em revistas e jornais, enfim, todo um
“burburinho”, que saudável enquanto “meio de cultura” para a formação de uma
nova consciência sobre a sexualidade, consciência que ainda não tem forma
nem tamanho definidos, mas que dá sinais de ser mais abrangente, tolerando
mais as diferenças, enquanto existe maior respeito pelo “espaço” do outro.
Constituição e Hereditariedade
Elaboração Ulterior
Por outro lado, não se pode defender o ponto de vista de que a conformação
da vida sexual ficaria inequivocadamente determinada com a instauração dos
diversos componentes da constituição sexual. Ao contrário, o processo de
determinação prossegue e surgem outras possibilidades, conforme as
vicissitudes por que passam as correntes tributárias das sexualidades
provenientes das diversas fontes. Obviamente, é essa elaboração ulterior que
Expressa nessa forma, tal colocação me parece insustentável, mas ela passa a
fazer sentido quando se pensa numa debilidade constitucional de determinado
fator da pulsão sexual, qual seja, a zona genital, zona esta que assume
posteriormente a função de conjugar num todo cada uma das atividades
sexuais isoladas, tendo por alvo a reprodução. Quando a zona genital é fraca,
essa conjugação exigida na puberdade está fadada a fracassar, e o mais forte
dentre os demais componentes da sexualidade impõe sua prática como uma
perversão.
Recalcamento
Sublimação
Experiências Acidentais
Precocidade
Adesividade
Fixação
1910 (XI) – Leonardo Da Vinci e Uma Lembrança de Sua Infância, Capítulo III.
Vemos que a reflexão freudiana parece tropeçar numa dupla aporia referente,
por um lado, à essência da sexualidade (em que a última palavra é deixada a
uma hipotética definição bioquímica) e, por outro, à sua gênese, pois Freud
contenta-se em postular que a sexualidade existe virtualmente desde o início. É
no que se refere à sexualidade infantil que esta dificuldade é mais patente; é
aqui também que podemos encontrar indicações quanto à solução. Já ao nível
da descrição quase fisiológica do comportamento sexual infantil, Freud mostrou
que a pulsão sexual se destaca a partir do funcionamento dos grandes
aparelhos que garantem a conservação do organismo. Num primeiro tempo, só
poderíamos referenciá-la como um a mais de prazer fornecido à margem da
realização da função (prazer sentido com a sucção, além do saciar da fome). É
num segundo tempo que este prazer marginal será procurado por si mesmo,
para além de qualquer necessidade de alimentação, para além de qualquer
prazer funcional, sem objeto exterior e de forma puramente local ao nível de
uma zona erógena. Apoio, zona erógena, auto-erotismo são para Freud as três
características, estreitamente ligadas entre si, que definem a sexualidade
infantil. Vemos que, quando Freud procura determinar o momento de
emergência da pulsão sexual, esta surge quase como uma perversão do
instinto, em que se perdem o objeto específico e a finalidade
OS TRANSTORNOS DE SEXUALIDADE.
DISFUNÇÃO ORGÁSTICA
EJACULAÇÃO PRECOCE
VAGINISMO NÃO-ORGÂNICO
DISPAREUNIA NÃO-ORGÂNICA
TRANSEXUALISMO
FETICHISMO
TRANSVESTISMO FETICHISTA.
EXIBICIONISMO.
PEDOFILIA.
SADOMASOQUISMO.
C) INCESTO: caracteriza pela prática sexual entre pessoas unidas por vínculo
familiar. É normalmente resultante da mudança de objeto no período de
desenvolvimento edipiano, onde ocorre um deslocamento parental, fazendo
com que a libido seja direcionada somente a certo membro da família, tendo
mais freqüência o caso entre irmãos, entre pais e filhos, e parentes próximos.
Até o final do século passado havia a noção de que o sexo era um instinto que
despertava com a puberdade e tinha como objetivo a reprodução. O sexo era
Freud foi o primeiro a nos fornecer um quadro claro da grande importância que
tem, para nossa vida e desenvolvimento psíquicos e sexuais, a relação com
outras pessoas. A primeira delas é naturalmente, a relação da criança com os
pais, relação esta que, a princípio, na maior parte dos casos se restringe
principalmente à mãe ou à sua substituta. Um pouco mais tarde surge a
relação com os irmãos, ou outros companheiros próximos, e o pai.
Nos estágios iniciais da vida, a criança não percebe os objetos como tais e só
gradativamente, ao longo dos primeiros meses de seu desenvolvimento,
aprende a distinguir sua própria pessoa dos objetos. Também entre os objetos
mais importantes da infância, se incluem as várias partes do próprio corpo da
criança, isto é, seus dedos, artelhos e boca. Todos eles são importantes como
fonte de gratificação, razão pela qual admitimos que sejam altamente
catexizados pela libido. Para sermos mais precisos, deveríamos dizer que os
representantes psíquicos dessas partes do corpo da criança são altamente
catexizados, já que não mais acreditamos, que a libido seja como um hormônio
que se pode transmitir a qualquer parte do corpo e lá se fixar.
FASE ORAL.
Muitos fenômenos provenientes desta fase são retidos no adulto como o beijo e
muitos costumes alimentares. A “introjeção oral” é, do mesmo passo o
executivo da “identificação primária”. As idéias de que se come um objeto ou
de que por ele se é comido vêm a ser os modos pelos quais se pensa,
inconscientemente, em qualquer reunião objetal. A comunhão mágica que
consiste em “transformar-se na mesma substância”, ou comendo o mesmo
alimento, ou misturando os sangues respectivos, bem como a crença mágica
de que nos tornamos semelhantes ao objeto que comemos baseiam-se no
mesmo fato.
FASE ANAL.
EROTISMO URETRAL
FASE FÁLICA.
O clitóris nas meninas, é a parte do aparelho genital que se apresenta mais rica
em sensações e que atrai e descarrega toda excitação sexual; é o ponto
central de práticas masturbatórias tanto quanto de interesse psíquico. Em
segundo lugar, significa que também a menina classifica as pessoas em
“fálicas” e “castradas”; ou seja, a menina tipicamente reage à noção de que
existem criaturas com pênis tanto com a atividade “Gostaria de ter isto” quanto
PERÍODO INTERMEDIÁRIO.
FASE EDIPIANA.
É o estágio que vai por volta do 3º-4º ano até o 6º-7º ano de vida. É também, o
mais importante no desenvolvimento da personalidade. É nele que a criança
desenvolve um grande interesse pelo genitor do sexo oposto e
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A FORMAÇÃO DO SUPEREGO.
-A autopunição
Nas meninas, a atração pelo pai é também denominada de edipiana para nós
freudianos (os junguianos dizem Complexo de Electra). A resolução da
situação é muito mais complexa para a menina do que para o menino, pois
este, a despeito de ter de desistir de sua ligação com a mãe, normalmente,
quando maduro, vem a contrair uma ligação com uma mãe substituta, a
esposa. Já a menina, que começa ligada à mãe, sente-se atraída pelo pai na
fase edipiana, odeia a mãe, que ter o pai só para si, mas acaba por desistir,
compensando-se com o propósito de vir a ter um homem seu. Mas acontece
FASE DE LATÊNCIA.
Esta é a fase que vai dos 6-12 até os 11-14 anos ou a puberdade. A
característica desta fase é a repressão das fantasias e das atividades sexuais,
onde os desejos e impulsos sexuais são recalcados no inconsciente. As mães
costumam relatar que a partir dos 7 anos, as crianças, especialmente os
meninos, ficam mais mansinhas. Na verdade o que ocorre é que as crianças,
acessam um período de quiescência sexual. Aqui surgem as forças anímicas,
que posteriormente surgirão como entraves à pulsão sexual, estreitando seu
curso semelhante a um dique (o asco, o sentimento de vergonha, as exigências
dos ideais estéticos e morais). Embora a educação tenha muita a ver com a
construção desses diques, tal desenvolvimento é organicamente condicionado
e fixado pela hereditariedade, podendo produzir-se, no momento oportuno,
independente da ajuda da educação. Esta fica inteiramente dentro do âmbito
que lhe compete, ao limitar-se a seguir o que foi organicamente prefixado e
imprimi-lo de maneira um pouco mais polida e profunda. Na descrição clássica
original de Freud, as manifestações sexuais são quiescentes neste período; em
particular, há uma profunda repressão da masturbação, que permanece a
Este período vai dos 12-15 até os 18 anos. Começa de forma súbita uma
atividade endocrinológica intensa no organismo, que vai resultar numa
exacerbação da libido. É a partir daí que o indivíduo retoma, de forma muita
acelerada, as fases do desenvolvimento sexual, já que vem de sair da
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Menstruação ou regras.
Neste período, a partir dos 16-18 anos e pelo resto da vida, podem ser
observados os chamados pontos de fixação, que são correspondentes às fases
não-solucionada, ou pelo mesmos não satisfatoriamente solucionada, que
determinam a existência de uma indivíduo adulto, que passa um quadro de
imaturidade em algumas áreas do seu caráter, de sua identificação sexual, de
seu equilíbrio afetivo, suas tendências a regredir ante o stress, sua
incapacidade de formar um relacionamento estável, suas eleições sexuais e
pelas evidentes indicações de eclosão de um comportamento neurótico.
SEXUALIDADE DO IDOSO.