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Por volta de 1920 cerca de 74,2% das crianças do estado de São Paulo eram
analfabetas, dentre as principais razões se destaca: a proibição de frequentarem o ambiente
escolar. Muitas crianças e adolescentes eram impedidas de irem a escola devido a ignorância
dos pais que muitas vezes não sabiam o quanto a educação poderiam mudar a vida dos filhos.
As meninas tinham que ajudar nos afazeres domésticos, pois antigamente se tinha uma ideia
de que as meninas precisavam aprender as tarefas de casa e cuidar dos irmãos mais novos, e
os meninos por sua vez precisavam ajudar os pais na lida com o trabalho no campo. .
Em 1930 Getúlio Vargas surge prometendo grandes mudanças para o Brasil, visando
uma educação pública e de qualidade para todos, criou o Ministério da educação. Porém
mesmo com esses esforços a grande massa da população trabalhista continuava não tendo
acesso a uma educação de qualidade, que se diferenciava e muito da educação elitista.
Em meados de 1950 em uma sociedade com grandes diferenças econômicas e
regionais, os índices de analfabetos eram muito maiores no Norte e Nordeste, e na zona rural
onde viviam cerca de 60% das pessoas. No final dos anos 50 metade das crianças já estavam
fora do sistema escolar. Ainda que a função do ensino primário fosse a simples alfabetização,
ele não cumpria o seu objetivo.
Cerca de 10 milhões de jovens brasileiros com idade de 14 a 29 anos abandonaram a
escola antes de se formarem na educação básica, cerca de 71% desses jovens são pretos ou
pardos. A grande maioria relata terem abandonado os estudos para trabalharem.
Ao longo das décadas sabemos que a educação tem sido tratada sempre como um fator
secundário no Brasil. No Anuário de Competitividade Mundial 2020, o Brasil ocupou o
último lugar no fator educação. Essa queda se dá pelo pouco investimento nos estudantes,
professores incapacitados e uma evasão escolar absurdamente grande. De acordo com
pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia) cerca de 4 a cada 10 jovens
não concluíram o ensino médio, seja porque evadiram ou porque nunca chegaram a frequentar
a escola. O que mais se espanta é que esta é uma situação recorrente de várias décadas.
Diante de tal cenário faz-se necessário identificar os fatores políticos, sociais e
culturais que acabam promovendo a exclusão escolar, contribuindo para ser estabelecido
possibilidades de combate a falta dessas crianças e adolescentes na escola. Considerando a
possibilidade da violação dos direitos da criança e do adolescente dentro e fora do ambiente
escolar denunciando assim o não cumprimento do que está previsto na Constituição Brasileira
de 1988 e na declaração Universal dos Direitos Humanos.
Referências
OLIVEIRA, Eliada. Quase 4 a cada 10 jovens não concluíram o ensino médio apontam
levantamento. Folha de S. Paulo, São Paulo, 17 de dezembro de 2018. Disponível em:
<https://g1.globo.com/educacao/noticia/2018/12/18/quase-4-em-cada-10-jovens-de-19-anos-
nao-concluiram-o-ensino-medio-aponta-levantamento.ghtml>. Acesso em: 26 de abril de
2021