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AO DOUTO JUÍZO DE DIREITO DA 11ª VARA CRIMINAL DA

COMARCA DE PAULO AFONSO/BA

Impetrante: Michael Tavares dos Santos

Paciente: João Bom de Papo

MICHAEL TAVARES DOS SANTOS, brasileiro, solteiro, advogado OAB


n°12.132, portador do CPF n°035.567.786-99, com documento de
identidade n°2.435.786-9, residente e domiciliado na rua Ateneu
Sergipense n°123 Bairro Salgado Filho, Aracaju-SE, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, impetrar:

ORDEM DE HABEAS CORPUS

com fundamento no artigo 5º, inciso LXVIII da Constituição Federal e artigos 647 e
seguintes do Código de Processo Penal, em favor de JOÃO BOM DE PAPO,
Brasileiro, Solteiro, Comerciante, portador do CPF nº087.657.456-99 com
Documento de Identidade de n°2.678.456-9, residente e domiciliado na Rua de
baixo, n°234 (Centro), Paulo Afonso-BA, em razão de estar sofrendo
constrangimento ilegal por parte do delegado de policia da cidade de Paulo Afonso-
BA, como se passará a demonstrar.
1. DOS FATOS

O paciente, João Bom de Papo, no dia 11/09/2019, envolveu-se numa disputa


amorosa com seu primo, Paulo Garanhão, por consequência da referida disputa,
vindo a causar-lhe algumas escoriações leves no seu corpo. Diante do ocorrido,
Paulo Garanhão registrou B.O na Delegacia da cidade de Paulo Afonso-BA. No
entanto, o delegado responsável pelo inquérito policial, o Dr. Ricardo Autoritário,
passou a espalhar por toda cidade que nao medirá esforços para encontrar o
agressor JOÃO BOM DE PAPO, que assim que o encontrar irá prendê-lo de
qualquer maneira, tendo ordenando várias diligências por toda cidade com o
objetivo de localizá-lo e prendê-lo.
O paciente, JOÃO BOM DE PAPO está muito preocupado, uma vez que soube
que a vítima é amigo íntimo do delegado responsável pelo inquérito e teme ser
preso ou torturado, mesmo estando disposto a apresentar-se na Delegacia para
prestar depoimento sobre o acontecido, existe o medo que ocorra alguma retaliação
por parte da autoridade policial.

2. Do Mérito

Nesse mesmo sentido, vale destacar que para que ocorra a Prisão Temporária
de uma pessoa, é necessária a junção de dois incisos previstos no artigo 1º da Lei
7.960/89, o que resta claro que não ocorreu, sendo esta privação de liberdade
totalmente incongruente.

Assim, percebe-se que o Paciente está preocupado com um possível


cerceamento de sua liberdade de locomoção, ou seja, do seu direito de ir e vir,
devido a incessante preocupação da referida autoridade policial em prendê-lo de
qualquer forma.

Ocorre que, tal ato viola o previsto na Constituição Federal, em seu artigo 5º
inciso LIV: “(…) ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal;(…)”
No mesmo sentido, Renato Brasileiro de Lima afirma:

“(…) a decretação da prisão preventiva ou temporária somente


será possível quando as medidas cautelares diversas da prisão,
adotadas de forma isolada ou cumulativa, mostrarem-se
inadequadas ou insuficientes para assegurar a eficácia do
processo penal (CPP, art. 282, § 6º). “

Da mesma forma, segundo o artigo 5º, inciso LXVIII da Constituição Federal, é


necessário a concessão do Habeas Corpus, haja vista que o Paciente encontra-se
privado, equivocadamente, de sua liberdade de locomoção, ferindo de tal modo um
direito constitucional, in verbis:

“(…) LXVIII–conceder-se-á habeas corpus sempre que


alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
(…).”

Nesse mesmo entender, é o previsto no artigo 647 do Código de Processo Civil:

“Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou


se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua
liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.”
3. DO PEDIDO

Diante do exposto, resta induvidoso que o paciente sofreu constrangimento ilegal


por ato da autoridade coatora, o Delegado de Policia Civil da cidade de Paulo
Afonso/BA, circunstância “contra legem” que deve ser apressiada por este Juízo.

a) A expedição de ofício para r. Autoridade coatora, para que


preste informações;

b) A concessão da ordem de habeas corpus com fundamento


legal no artigo 647 do Código de Processo Penal, a fim de impedir
o cersseamento e a coação ilegal da sua liberdade de ir e vir.

Nestes termos,

pede e espera deferimento.

(Paulo Afonso – BA), (10) de dezembro de 2020

Dr. Michael tavares dos Santos

OAB n°12.234 - SE

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