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Execução Trabalhista

1 Introdução
A execução trabalhista, regulamentada pelos
art. 876 a 892 da CLT, é a fase processual em que se impõe a
cobrança forçada de créditos não satisfeitos de forma
espontânea pela parte.
Como os referidos dispositivos são insuficientes para regular a
matéria, por força do art. 889 da CLT, aplica-se,
subsidiariamente, a Lei de Execuções Fiscais (Lei 6.830/80)
aos trâmites e incidentes da execução trabalhista, quando
compatíveis, subsistindo a lacuna, recorre-se ao Código de
Processo Civil brasileiro, conforme determina o
art. 769 da CLT.
A execução tem um importante papel econômico social de
satisfazer o crédito trabalhista, de natureza alimentar,
garantindo a efetivação do direito reconhecido de forma
judicial ou extrajudicial, de forma a evitar a materialização da
expressão popular "ganhou, mas não levou".

Nessa senda, conforme dispõe o art. 876 da CLT, o processo


executivo pode dar início em caso de "decisões passadas em
julgado ou das quais não tenha havido recurso com efeito
suspensivo"; em casos de acordos não cumpridos; em caso de
“termos de ajuste de conduta firmados perante o Ministério
Público do Trabalho” e “termos de conciliação firmados
perante as Comissões de Conciliação Prévia”, não cumpridos
(BRASIL, 1943), ou seja, a execução trabalhista pode ser
provisória, tendo início a partir de decisão sem efeito
suspensivo, ou definitiva, quando há condenação e o devedor
não cumpre espontaneamente as obrigações descritas na
decisão judicial ou em caso de acordo judicial e extrajudicial
descumprido pelas partes.
Além disso, o parágrafo único do mesmo dispositivo, bem
como o VIII do art. 114 da CR/88 estabelecem que a Justiça do
Trabalho é competente para executar, de ofício, as
contribuições sociais incidentes sobre as decisões que proferir
e dos acordos que homologar.
2 Execução de título executivo judicial
São títulos executivos judiciais passíveis de execução na Justiça
do Trabalho: a decisão a qual não tenha havido recurso com
efeito suspensivo; a sentença condenatória transitada em
julgado; os acordos judiciais e extrajudiciais não cumpridos,
todos descritos no art. 876 da CLT.
Nessa oportunidade, apresentaremos as peculiaridades que
envolvem a execução do título judicial trabalhista, a
competência, à legitimidade ativa e passiva, dentre outros
detalhes importantes, senão vejamos:

a) Competência: por força do art. 877 da CLT, a competência


para o processamento da execução que tem por base um título
executivo judicial é do "Juiz ou Presidente do Tribunal que
tiver conciliado ou julgado originariamente o dissídio"
(BRASIL, 1943), ou seja, compete ao juízo que proferiu a
decisão executá-la, na forma da lei. Portanto, a competência
executória é de natureza absoluta ou funcional, não podendo
ser alterada por vontade das partes.
b) Legitimidade ativa: preceitua o art. 878 da CLT que "a
execução será promovida pelas partes, permitida a execução de
ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos
casos em que as partes não estiverem representadas por
advogado" (BRASIL, 1943).

3 A Execução Provisória trabalhista


A execução da sentença trabalhista pode ser provisória
(art. 899 da CLT)- em caso de decisões das quais não tenha
havido recurso com efeito suspensivo -, ou definitiva -
condicionada ao trânsito em julgado do título executivo
judicial (art. 879 da CLT).
São características da execução provisória:

· Corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exequente;

· O exequente se obriga, se a sentença for reformada, a reparar


os danos que o executado tenha sofrido;
· Carta de sentença: para dar início a execução provisória faz se
necessário um instrumento denominado carta de sentença,
constituida pelos seguintes dodumentos: a) autuação; b)
petição inicial e procuração das partes; c) contestação; d)
sentença exequenda; e) despacho do recebimento do recurso;

· Não há liberação de valores;

· A execução provisória deverá seguir até a penhora, ou seja,


será paralisada com a apresentação dos embargos à execução,
que ficarão aguardando o trânsito em julgado definitivo da
lide, para serem apreciados;

· Sobrevindo acórdão que modifique ou anule a sentença objeto


da execução, restituir-se-á as partes ao estado anterior;

· A execução do prejuízo causado pela execução provisória, se


houver, será realizado nos próprios autos;

· Sobrevindo o trânsito em julgado, a execução provisória se


transformará em definitiva.

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