Fichamento "Microfísica Do Poder Foucault. O Nascimento Do Hospital"

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COLEGIADO DE PSICOLOGIA

“PSICOLOGIA HOSPITALAR”
ALUNO TURMA
Andriele Jesus de Andrade 7º Noturno

FICHAMENTO

“Microfísica do poder: Foucault. O nascimento do hospital”

Critérios de Avaliação
Estrutura, formatação 1,5
Credenciais e referência da obra 0,5
Citações por capítulo ou parte 2,0
Parecer crítico 6,0
Resultado Final 10,0

Observações do professor:

PARIPIRANGA/2017-1
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1. CREDENCIAIS DO AUTOR E REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA DA OBRA


FICHADA

Michel Foucault (1926-1984) nasceu em Poitiers, uma pequena cidade francesa, no dia 15 de outubro
de 1926. Diplomou-se em Psicologia e Filosofia. Ensinou filosofia em universidades francesas e
obteve a cátedra com o tema "História dos Sistemas de Pensamento" no Collège de France.
Aos 28 anos, publicou o seu primeiro livro, "Doença Mental e Personalidade" (1954). Mas o seu
grande clássico foi “História da Loucura na Idade Média” (1961), escrito para a obtenção de seu
doutorado na Sorbonne. Nessa obra, Foucault analisou o desprezo que as pessoas tinham no século 19
pelos doentes mentais. Publicou ainda: “Nascimento da Clínica” (1966), “As Palavras e as Coisas” e
“Arqueologia do Saber" (1969). Ainda deixou inacabado o livro “História da Sexualidade”.

2. CITAÇÕES REPRESENTATIVAS DA OBRA


“(...) convém lembrar que o trabalho do psicólogo hospitalar, no momento de avaliação psicológica do
paciente, difere do que normalmente é desenvolvido num psicodiagnóstico tradicional. Estamos
avaliando um momento específico da vida da pessoa, especial e muitas vezes ímpar.” (p.6)
“Procuramos avaliar também a postura interacional da pessoa, se introvertida ou extrovertida, e o seu
grau de adequação para as circunstâncias. Este item tem especial importância na indicação de sinais e
sintomas para diagnóstico diferencial de estados maníacos, hipomaníacos ou depressivos.” (p.13)
“Quando as características de comportamento são nitidamente ligadas à relação de doença, tratamento
e hospitalização, é necessário procurar detectar-se quais as causas que geraram tal fato e providenciar
intervenção adequada (...)” (p.13)
“Aceitação- estado psicológico onde há a compreensão real dos limites e possibilidades impostas pela
doença, hospitalização, tratamento e a vida, com a ocorrência de flexibilidade e fluência para lidar
com a crise que se instalou.” (p.18)
“As alterações do pensamento, particularmente a Confusão Mental, a Fuga de Ideias e a Salada de
Palavras, são consideradas Sintomas Primários de Psicose, que, juntamente com distúrbios da
Afetividade e da Consciência do Eu, vão possibilitar o diagnóstico de um quadro psicótico (...) (p.30)
“Para o psicólogo hospitalar, desenvolver uma escuta que atende igualmente para a linguagem
corporal e discurso objetivo do paciente, no contexto de doença e internação, é extremamente
importante.” (p.31)
“Quando um ser humano encontra-se numa situação conflitiva com uma doença crônica, não se deve
esquecer de considerar esse indivíduo como uma unidade soma-psique, procurando, de certa forma,
manter sua integridade como um todo.” (p.150)
“(...) a doença não é algo que vem de fora, não é um corpo estranho e sim um modo de ser
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expressando-se em circunstâncias adversas, assim como a pessoa tem um modo-de-ser, também possui
um modo-de-adoecer único que sobrevêm em circunstâncias críticas.” (p.152)
“Sabe-se que o hospital é uma instituição marcada pela luta entre a vida e a morte. O indivíduo quando
internado tem em sua história pessoal uma cisão de seu cotidiano, logo ocorre uma série de problemas
na sua autonomia e no transcurso normal de sua vida.” (p.153)
“Nesta situação de hospitalização o indivíduo sente-se invadido e privado do seu espaço vital, ou seja,
vai sendo quebrada uma espécie de barreira invisível e semipermeável que a pessoa cria em sua volta.”
(p.154)

3. PARECER CRÍTICO DA OBRA


Esta obra traz a ideia de transformação no interior do hospital em relação ao sistema de poder. Faz
uma reflexão sobre alguns acontecimentos históricos sobre o nascimento do hospital em que destaca
que o mesmo não é só um lugar de cura, mas também de registros e formação de saber, em que
demanda a preservação da espécie humana. Relata também que a avaliação psicológica deve estar
adequada à realidade da psicologia hospitalar.
É de suma importância entender que a prática da psicologia hospitalar utiliza-se de recursos técnicos e
metodológicos que não se aplica somente no campo da clínica, mas também no ramo organizacional,
educacional e social. O desenvolvimento de materiais que possibilitem um melhor trabalho na
instituição hospitalar, está ligado com um roteiro de avaliação psicológica que possa trazer dados
importantes do paciente para o psicólogo, além da equipe de saúde. O livro explica detalhadamente as
funções do roteiro de avaliação psicológica e o que cada uma possibilita. O intuito do roteiro é facilitar
o entendimento da relação do indivíduo com sua doença e internação, fazendo com que o psicólogo
passe as informações para a equipe de saúde e que juntos possam orientar a família.
No momento da avaliação é preciso fazer uma comparação das respostas normais do indivíduo, fora e
dentro do contexto de doença e internação. Quando o comportamento está ligado à relação de doença,
tratamento e hospitalização, é preciso procurar as causas que estão gerando esses fatos e buscar uma
intervenção que seja adequada e proveitosa, tentando sempre minimizar ou reverter os efeitos que está
afetando o indivíduo e sua relação com o meio, pode-se analisar isso nas citações: “Procuramos avaliar
também a postura interacional da pessoa, se introvertida ou extrovertida, e o seu grau de adequação
para as circunstâncias. Este item tem especial importância na indicação de sinais e sintomas para
diagnóstico diferencial de estados maníacos, hipomaníacos ou depressivos.” (p.13)
“Quando as características de comportamento são nitidamente ligadas à relação de doença, tratamento
e hospitalização, é necessário procurar detectar-se quais as causas que geraram tal fato e providenciar
intervenção adequada (...)” (p.13)
É preciso também ser analisado pelo psicólogo a presença de alterações do pensamento por parte do
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paciente, além de fugas de ideias e confusão mental, que caracteriza um diagnóstico de psicose no
momento que surge delírios e alucinações, como pode-se ver na citação: “As alterações do
pensamento, particularmente a Confusão Mental, a Fuga de Ideias e a Salada de Palavras, são
consideradas Sintomas Primários de Psicose, que, juntamente com distúrbios da Afetividade e da
Consciência do Eu, vão possibilitar o diagnóstico de um quadro psicótico (...) (p.30). No roteiro de
avaliação há também a classificação de distúrbios de pensamento em que já caracteriza se o distúrbio é
de Curso, Forma ou Conteúdo e qual alteração foi identificada.
No roteiro de avaliação relacionado ao estado mental pode-se entender que o psicólogo depende do
que o paciente informa, suas dúvidas, angústias, ansiedades, medos, fantasias, entre outras questões,
tendo em vista que essa avaliação deve ser feita pelo discurso da pessoa doente e não pela doença. É
preciso avaliar o discurso, a estrutura da fala, entender os diferentes significados do adoecer e também
o silêncio. Na dinâmica subjetiva, pode-se destacar a negação que traz a ideia de ser doente X estar
doente, o paciente precisa ter informação sobre a sua doença para poder aceita-la, na psicoeducação
como técnica de apoio e a reabilitação, ou seja, o ambiente que o paciente estar mude sua situação
como um todo. Na dinâmica social, o paciente lida com sua vida fora do hospital, de certa forma, é
marcada como uma importância alta, principalmente relacionada a estética e bem-estar físico. O
adoecimento pode surgir no momento que lida com pessoas e situações do seu social, o que interfere
no emocional. O esquema corporal modificado causado em cirurgias faz com que o indivíduo também
perca sua auto-estima. O psicólogo deve se manter atencioso nessas questões, podendo intervir para
que diminua possíveis quadros de ansiedade, facilitando para uma boa recuperação e amenizando o
sofrimento.

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