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Princípios Budistas

Prática individual e prática altruística (jigyo


keta)
Quando o poeta inglês John Donne para ensinar sobre o Gohonzon aos outros
escreveu no século XVII, “Nenhum ser (Chakubuku) e as visitas para incentivar
humano é uma ilha, ninguém vive somente alguém a aprofundar a fé no budismo. Em
para si, todos fazem parte do continente, termos de benefícios, não há distinção
uma parte da terra firme”, ele expressou entre os dois tipos de prática, ou seja, a
uma premissa básica do Budismo realização tanto de uma como de outra,
Mahayana. Ninguém existe isoladamente. beneficiam tanto a nós próprios como aos
Estamos ligados aos nossos pais que nos outros. Por exemplo, o Daimoku que
conceberam e nos criaram, aos recitamos beneficia a nós próprios e
professores que nos educaram e aos àqueles a quem dedicamos nossas
amigos que nos incentivaram. Estamos orações. Os esforços que realizamos para
também unidos àqueles com quem nunca incentivar os que se encontram em
nos encontramos, mas que nos beneficiam dificuldades beneficiam a nós próprios
plantando as frutas e verduras que também. Quando uma pessoa inicia a
comemos, confeccionando as roupas que prática e consegue comprovar a
vestimos, escrevendo os livros que nos veracidade do budismo, esse benefício
transmitem conhecimento, enfim a uma não é desfrutado somente por ela, mas por
infinidade de pessoas. quem lhe ensinou essa filosofia. Isso se
deve à profunda relação que temos com
Essa compreensão deu origem ao que o essas pessoas e às causas extremamente
budismo chama de caminho do positivas que realizamos com essas nobres
bodhisattva. Um bodhisattva é aquele que ações.
se esforça para atingir a iluminação e para
que outros também possam atingi-la. Ele É por essa razão que ouvimos com
realiza os dois tipos de prática budista: a freqüência que o caminho mais seguro
prática individual (jigyo) e a prática para nossa revolução humana é a prática
altruística (keta). do Chakubuku.

A prática individual consiste, por exemplo, Na escritura “Questões sobre os Três


da recitação do Gongyo (liturgia do Grandes Ensinos Fundamentais”, Nitiren
Budismo de Nitiren Daishonin) e do Daishonin declara: “O Daimoku que Nitiren
Daimoku (Nam-myoho-rengue-kyo) recita agora no início dos Últimos Dias da
diariamente, da participação nas diversas Lei é o Nam-myoho-rengue-kyo que
atividades e da dedicação ao estudo do abrange tanto a prática individual como a
budismo. altruística.” (Gosho Zenshu, pág. 1.023.) Ele
afirma também o seguinte na escritura
Como exemplos de prática altruística, “Perguntas e respostas sobre abraçar o
podemos citar os esforços que realizamos Sutra de Lótus”: “Recite resolutamente o

Quezia Rebeca Silva Flores (723343-4) / pág. 1.


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Nam-myoho-rengue-kyo e recomende
aos outros que façam o mesmo, isso
permanecerá como a única lembrança de
sua presente vida neste mundo humano.”
(Os Escritos de Nitiren Daishonin, vol. 1,
pág. 166.)

Com base nessas frases, devemos recitar o


Daimoku acreditando no Gohonzon e
empenharmo-nos em ensinar sobre seus
benefícios às demais pessoas. A fim de
atingirmos as principais metas como
praticantes do Budismo de Nitiren
Daishonin — a revolução humana e o
Kossen-rufu (paz mundial) — precisamos
nos empenhar nas duas práticas: individual
e altruística. Essas duas formas de prática
são como as rodas de um carro, uma
completa a outra.

Fonte:

TERCEIRA CIVILIZAÇÃO, EDIÇÃO Nº 401, PÁG. 10, JANEIRO DE 2002.

Quezia Rebeca Silva Flores (723343-4) / pág. 2.

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