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APRESENTAÇÃO DO E-BOOK
Conforme artigo 5º, § 1º, da CF, “as normas definidoras dos direitos e
garantias fundamentais têm aplicação imediata”. O que isso significa? Há pelo
menos quatro posições na doutrina.
Note que apesar de estar no art. 5º, § 1º, da CF, a norma refere-se a todos
os direitos fundamentais, que, como já dito, estão espalhados pelo texto magno.
Claro que, diferentemente do que ocorre com as liberdades públicas, os direitos
sociais têm um custo alto (financeiro) e ainda um problema: podem ser
individualizados (alguém pode pedir uma prestação social para si, em seu
benefício). Por essas e outras razões, esses direitos gozam de menor efetividade
– quanto mais se amplia e se consagra formalmente os direitos sociais, maior é o
risco de que fiquem apenas no papel.
Ao cabo, conforme defende Ingo Sarlet, com relação aos direitos sociais
o artigo 5º, § 1º, da CF deve ser entendido como um princípio (não como uma 4
regra), de modo que as normas (programáticas) definidoras desses direitos
devem ter aplicação imediata na maior medida possível.
Para além disso, duas questões são bastante importantes no trato dos
direitos sociais: (a) a intervenção judicial para sua implementação (ativismo
judicial) e (b) a defesa estatal via reserva do possível. Vejamos.
b) CLASSIFICAÇÃO
c) CARACTERÍSTICAS
a) liberalismo;
b) autonomia privada; e
c) interpretação do texto Constitucional de 1787. 15
MULTIFUNCIONALIDADE
Sarlet, com base nos apontamentos de Canotilho, indica a circunstância
de os direitos fundamentais apresentarem uma dupla dimensão subjetiva (como
posições subjetivas, isto é, direitos subjetivos, atribuídas aos seus titulares), além
da feição objetiva subjacente, no que implica em uma multiplicidade de funções
dos direitos fundamentais na ordem jurídico-constitucional, não restrita a uma
visão unívoca.
Para a teoria externa, os limites não teriam uma relação direta com a norma
fundamental, e podem ser os direitos fundamentais limitados de acordo com
as circunstâncias fáticas e jurídicas, na medida em que haja a necessidade de
compatibilização entre os direitos fundamentais no caso concreto. O direito e
a restrição seriam observados em perspectivas distintas e autônomas.
Já a teoria interna enxerga a limitação como inerente ao próprio direito. Assim,
indicar o limite da restrição seria em verdade delimitar o conteúdo do direito,
de maneira que eventual dúvida sobre o limite do direito não se confunde com
a dúvida sobre a amplitude das restrições que lhe devem ser impostas, mas sim
em relação ao próprio conteúdo do direito.
Rafael Magagnin
Coordenador das Turmas de Defensoria Pública
@rafaelmagagnin no Instagram
@cursomege
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