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Impresso por Odontologia 2016.2, CPF 020.431.553-00 para uso pessoal e privado.

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FRENECTOMIA
Freios hipertrócos podem ser a causa de diastema interincisivo, alterações
periodontais, diculdade de fala, compromemento de funções labiais, diculdade
de adaptação de prótese dentária e prejuízo estéco. Por isso, possuem indicação
de abordagem cirúrgica.

Na maioria das vezes, os freios hipertrócos são diagnoscados na infância e na


adolescência e, por isso, serão abordados neste módulo. Entretanto, a mesma
técnica cirúrgica pode ser aplicada para qualquer faixa etária.

FRENECTOMIA LABIAL SUPERIOR

O freio labial é frequentemente mais proeminente em crianças e parece diminuir


com o crescimento dentoalveolar. Por isso, a frenectomia não deve ser realizada
antes da erupção dos caninos permanentes estar em curso, porque, enquanto
esses dentes se movem inferior e anteriormente, o diastema fechará na maioria
dos casos. Entretanto, caso não haja o fechamento do diastema e sejam observadas
alterações periodontais pelo freio hipertróco, a frenectomia está indicada.

Técnica cirúrgica:

1) Anestesia local.

2) Suspensão do lábio superior e delimitação cirúrgica. Após o afastamento do


lábio superior e exposição do freio labial, xaremos uma pinça mosquito RETA no
freio junto ventre labial e uma pinça mosquito CURVA com a face convexa apoiada
no rebordo alveolar, xando a porção alveolar. O contato de ambas formará um
ângulo reto.

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Figura 9 – Pinças mosquitos xadas delimitando área cirúrgica.

Fonte: Puricelli (2014).

3) Primeira incisão: feita com lâmina de bisturi número 15 ou 15C. Esta irá deslizar
sobre a supercie externa da pinça reta até angir seu extremo no fundo de sulco.

Figura 10 – Incisão na porção labial.

Fonte: Puricelli (2014).

4) Segunda incisão: a lâmina de bisturi deslizará sobre as supercies laterais da


pinça curva aprofundando-se para palano entre as papilas gengivais.

Figura 11 – Incisão na porção alveolar.

Fonte: Puricelli (2014).

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5) Pinça mosquito curva é removida da porção alveolar, juntamente com tecido


hiperplásico.

6) Incisão palana: a lâmina de bisturi realizará uma incisão em formato triangular


com a base voltada para a papila. O tecido demarcado é removido por descolamento
ou raspagem.

Figuras 12 e 13 – Incisão e descolamento na face palana.

Fonte: Costa (2013).

7) Remoção da pinça mosquito reta e sutura da porção labial com pontos simples.

8) Ao indicarmos a realização de frenectomia labial superior, também é


recomendado que o cirurgião-densta solicite uma radiograa periapical da
região. Nesta radiograa, devemos avaliar o formato do septo interincisivo, que
poderá ter formato de V, U ou W. Nos casos de septos em formato de U ou W,
há indicação de ostectomia nesta etapa cirúrgica. Com o uso de brocas esféricas
e cilíndricas, realizamos desgastes de forma escalonada e paralela ao longo eixo
do dente.

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Figura 14, 15 e 16 – Radiograas periapicais demonstrando septos


interincisivos em V, U e W.

Fonte: DPI (c2013-2017). Fonte: Arquivo dos autores (2020). Fonte: Costa (2013).

9) Fricção interincisiva com gaze por movimentos connuos direção vesbulo-


palano. A gaze deve angir uma profundidade máxima, desta forma irá impedir
a laceração de papilas. Esta fricção elimina resíduos teciduais do freio, periósteo
e bras transeptais inseridas.

Figura 17 – Fricção interincisiva com gaze.

Fonte: Puricelli (2001).

10) Cuidados com a ferida operatória através de irrigação e limpeza.


11) A sutura da porção labial foi realizada na etapa 7. Ao nal da abordagem, se
disponível, realizar o tamponamento e proteção da ferida com cimento cirúrgico.
O mesmo pode permanecer por 24/48h ou mais e permite uma cicatrização por
segunda intenção.

12) Caso seja necessária ortodona, assim que ocorrer a cicatrização do tecido
mole (a parr do 7º ao 14º dia pós-operatório), esta deverá ser iniciada, sendo
mais fácil o fechamento do diastema.

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FRENECTOMIA LINGUAL

Os cirurgiões-denstas são muitas vezes solicitados pelos pais e pediatras para


remover o freio da criança, por medo de problemas de dicção. Em muitos casos,
a arculação das palavras se desenvolve normalmente e uma frenectomia lingual
não é necessária. Por isso, antes de indicarmos a cirurgia, a criança deve passar
por uma avaliação fonoaudiológica.

Em geral, esses problemas ocorrem se o freio for muito curto e a língua apresentar
diminuição dos movimentos ou formação de fendas quando a criança tenta
projetar ou elevar a língua.

Figura 18 – Freio lingual gerando fenda no ápice da língua.

Fonte: Alvaclin (2016).

Um freio lingual que se estenda sobre o rebordo alveolar pode produzir um


diastema e problemas periodontais relacionados com os incisivos centrais
inferiores. O simples corte do freio, nessas circunstâncias, não resolverá o
problema e pode produzir uma cicatriz linear capaz de limitar a mobilidade da
língua. Portanto, quando bem indicada, a cirurgia de frenectomia lingual deve ser
realizada.

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Técnica cirúrgica:

1) Anestesia local.

2) Transxação de o de sutura no ápice lingual e suspensão da língua para


delimitação cirúrgica. Com a elevação da língua pelo o de sutura, realizamos
a colocação de pinça mosquito RETA no ventre lingual (xando o freio junto ao
ventre lingual) e pinça mosquito CURVA com a face convexa sobreposta à região
das carúnculas, protegendo o soalho bucal.

Figuras 19 e 20 – Transxação de o de sutura em ápice da lingual.

Fonte: Silva (2011). Fonte: Vieira e Machado (2018).

3) Primeira incisão é feita com lâmina de bisturi número 15 ou 15C que deslizará
sobre a supercie externa da pinça reta até angir seu extremo.

Figura 21 – Incisão em porção lingual.

Fonte: Puricelli (2014).

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4) Segunda incisão é realizar com a lâmina de bisturi deslizando sobre a supercie


côncava da pinça curva.

Figura 22 – Incisão em porção de soalho bucal.

Fonte: Puricelli (2014).

5) Pinças mosquitos são removidas, juntamente com o tecido hiperplásico do


freio.

6) Divulsão das bras da musculatura do músculo genioglosso próximas à ferida


com o uso de tesoura metzenbaum ou íris. Entramos com a tesoura fechada e, ao
angirmos uma profundidade de cerca de 0,5 cenmetros, realizamos a abertura
da tesoura e divulsão dos tecidos adjacentes.

Figura 23 – Divulsão das bras do freio lingual.

Fonte: Tucker (2015).

Neste momento, precisamos fazer o teste do tracionamento da língua. Com o


auxílio do o de sutura transxado no ápice da língua, realizamos movimentos de
tração para anterior e para lateral para vericar se houve a liberação da mesma.

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Se houver a manutenção da limitação do movimento ou se o ápice lingual ainda


segue delimitado pelo freio (como na Figura 13), deve-se ampliar a divulsão
tecidual.

Figuras 24 e 25 – Teste de tracionamento da língua.

Fonte: Silva (2011).

7) Cuidados com a ferida operatória através de irrigação e limpeza.

8) Sutura a pontos isolados e simples da porção do ventre lingual. A região do


assoalho bucal e sob as carúnculas dispensa sutura, possibilitando movimentação
da língua de forma indolor logo nos primeiros dias pós-operatórios.

Figura 26 – Sutura da porção lingual.

Fonte: Tucker (2015).

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ULOTOMIA E ULECTOMIA
Algo bastante comum de observarmos na fase de erupção dentária, tanto decídua
quanto permanente, é o desenvolvimento de um aumento de volume na região do
dente que está em processo de erupção. Esse aumento é chamado de hiperplasia
brosa focal e consiste na formação de tecido conjunvo broso reacional ou
de reparo, que poderá dicultar a erupção dentária, causando retenção dentária
subgengival.

Para o tratamento desta retenção dentária subgengival, podemos lançar mão de


duas técnicas: ulotomia ou ulectomia.

A escolha entre ulotomia ou ulectomia se dá pela quandade de tecido presente no


impedimento da erupção dentária. Portanto, se estamos frente a uma hiperplasia
maior ou mais brosa, a indicação é que a ulectomia seja realizada.

Lembrando sempre que essas técnicas não são indicadas para retenções dentárias
intraósseas, pois estas retenções requerem osteotomia e, por vezes, abordagens
para tracionamento ortocirúrgico.

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ULOTOMIA ULECTOMIA

1) Anestesia local. 1) Anestesia local.

2) Incisão linear sobre o 2) Incisão elípca sobre o rebordo


rebordo. com exposição da porção incisal/
oclusal da coroa dentária.
Figura 27 – Incisão para
ulotomia. Figura 28 – Incisão para
ulectomia.

Fonte: Arquivo dos autores (2020).


Fonte: Arquivo dos autores (2020).

3) Suturas não devem ser


realizadas na região. 3) Remoção de tecido
gengivobroso e encaminhamento
para exame histopatológico.

4) Suturas não devem ser


realizadas na região. Se houver
disponibilidade, a proteção da
ferida cirúrgica pode ser realizada
com cimento cirúrgico por 72
horas.

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