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QUESTÕES SOBRE A

AULA
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QUESTÕES SOBRE A AULA


Julgue os itens a seguir, de acordo com o Direito Penal.

1. Samanta, treze anos, foi flagrada praticando atos sexuais com seu namorado Mateus,
dezessete anos.
Assertiva: Mateus praticou, em tese, o crime de estupro de vulnerável.
Certo ( ) Errado ( )
2. (AUTOR – 2021) Não excluem a imputabilidade penal a emoção, a paixão e a embriaguez,
voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
Certo ( ) Errado ( )
3. (AUTOR – 2021) Emoção ou paixão não são causas de exclusão da imputabilidade penal.
Certo ( ) Errado ( )
4. (AUTOR – 2021) É isento de pena o agente que, por embriaguez, proveniente de caso for-
tuito ou força maior, não possui, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
C

Certo ( ) Errado ( )
5. (AUTOR – 2021) O deficiente mental inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito
do fato é inimputável.
Certo ( ) Errado ( )
6. Pedro, com vinte e dois anos de idade, e Paulo, com vinte anos de idade, foram denunciados
pela prática de furto contra Ana. A defesa de Pedro alegou inimputabilidade. Paulo confes-
sou o crime, tendo afirmado que escolhera a vítima porque, além de idosa, ela era sua tia.
Se, em virtude de perturbação de saúde mental, Pedro não for inteiramente capaz de entender
o caráter ilícito do seu ato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, a pena
imposta a ele poderá ser reduzida.
Certo ( ) Errado ( )
7. (AUTOR – 2021)Haverá redução de pena ao agente que, por embriaguez completa, prove-
niente de caso fortuito ou força maior, é, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
Certo ( ) Errado ( )
8. (AUTOR – 2021) São penalmente inimputáveis os menores de 21 anos e, por isso, são
reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso é, ao tempo do crime,
menor de 21 (vinte e um) anos.
Certo ( ) Errado ( )
Questões sobre a aula 3

9. (AUTOR – 2021) Os maiores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando


sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.
Certo ( ) Errado ( )
10. (AUTOR – 2021) A embriaguez culposa anterior à prática de crime é causa de diminuição
de pena, mas não torna o agente inimputável.
Certo ( ) Errado ( )
11. Laura, nascida em 21 de fevereiro de 2000, é inimiga declarada de Lívia, nascida em 14 de
dezembro de 1999, sendo que o principal motivo da rivalidade está no fato de que Lívia
tem interesse no namorado de Laura.
Durante uma festa, em 19 de fevereiro de 2018, Laura vem a saber que Lívia anunciou para
todos que tentaria manter relações sexuais com o referido namorado. Soube, ainda, que
Lívia disse que, na semana seguinte, iria desferir um tapa no rosto de Laura, na frente de seus
colegas, como forma de humilhá-la.
Diante disso, para evitar que as ameaças de Lívia se concretizassem, Laura, durante a festa,
desfere facadas no peito de Lívia, mas terceiros intervêm e encaminham Lívia diretamente para
o hospital. Dois dias depois, Lívia vem a falecer em virtude dos golpes sofridos. Descobertos
os fatos, o Ministério Público ofereceu denúncia em face de Laura pela prática do crime de
homicídio qualificado.
Confirmados integralmente os fatos, a defesa técnica de Laura deverá pleitear o reconheci-
mento da
a) inimputabilidade da agente.
b) legitima defesa.
c) inexigibilidade de conduta diversa.
d) atenuante da menoridade relativa.
e) Coação moral irresistível.

12. Conforme dispõe o Código Penal Brasileiro em seu artigo 27, são penalmente inimputáveis,
ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial, os menores de:
a) 18 anos;
b) 21 anos;
c) 17 anos;
d) 20 anos;
e) 19 anos.
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13. Gabriel, 25 anos, desferiu, de maneira imotivada, diversos golpes de madeira na cabeça de
Fábio, seu irmão mais novo. Após ser denunciado pelo crime de lesão corporal gravíssima,
foi realizado exame de insanidade mental, constatando-se que, no momento da agressão,
Gabriel, em razão de desenvolvimento mental incompleto, não era inteiramente capaz de
entender o caráter ilícito do fato.
Diante da conclusão do laudo pericial, deverá ser reconhecida a:
a) inimputabilidade do agente, afastando-se a culpabilidade;
b) semi-imputabilidade do agente, afastando-se a culpabilidade;
c) inimputabilidade do agente, afastando-se a tipicidade;
d) semi-imputabilidade do agente, que poderá funcionar como causa de redução de
pena;
e) semi-imputabilidade do agente, afastando-se a tipicidade.

14. Considera-se inimputável aquele que comete crime


a) em estado de embriaguez preordenada.
b) sob forte emoção ou paixão.
c) antes de completar dezoito anos de idade.
d) agindo em legítima defesa, o que o isenta de pena.
e) sem ser inteiramente capaz de entender o caráter ilícito de sua conduta, o que o
isenta de pena.

15. Constitui causa que exclui a imputabilidade a


a) embriaguez culposa completa proveniente da ingestão de álcool.
b) embriaguez preordenada completa proveniente da ingestão de álcool.
c) paixão.
d) emoção.
e) embriaguez acidental completa proveniente da ingestão de álcool.

16. Tício, maior de 18 anos, é portador de doença mental, necessitando de medicação diária.
A doença, por si só, não prejudica a capacidade de compreensão. Todavia, a medicação,
ingerida em conjunto com bebida alcoólica em quantidade, provoca surtos psicóticos, com
exclusão da capacidade de entendimento. Tício sabe dos efeitos do álcool, em excesso,
em seu organismo, mas costuma beber, moderadamente, justamente para desfrutar dos
efeitos que, segundo ele, “dá barato”. Em uma festa, Tício, sem saber que se tratava de
uma garrafa de absinto (bebida de alto teor alcoólico), pensando ser gim, preparou um
coquetel de frutas e ingeriu. Ao recobrar a consciência, soube que esfaqueou dois de seus
melhores amigos, causando a morte de um e lesão de natureza grave em outro. A respeito
da situação, é correto afirmar que
a) Tício, por ser maior de 18 anos, é imputável, sendo irrelevante a circunstância de ter
praticado o crime em estado de completa embriaguez.
Questões sobre a aula 5

b) Tício é imputável, sendo punido de forma agravada, em vista da embriaguez


pré-ordenada.
c) Tício é imputável, pois a embriaguez completa decorreu de culpa. Entretanto, faz jus
à redução da pena.
d) Tício é inimputável, sendo isento de pena, pois praticou o crime em estado de com-
pleta embriaguez, decorrente de caso fortuito.
e) Tício, devido à doença mental, é inimputável, sendo isento de pena.

17. Um dos elementos da culpabilidade, a imputabilidade será excluída no caso de o agente


atuar sob o estado de embriaguez completa.
a) preordenada.
b) voluntária.
c) fortuita.
d) culposa.
e) intencional.

18. Iter criminis corresponde ao percurso do crime, compreendido entre o momento da co-
gitação pelo agente até os efeitos após sua consumação. Há relevância no estudo do iter
criminis porque, conforme o caso, podem incidir institutos como desistência voluntária,
princípio da consunção e tentativa. Considera-se punível o crime tentado no caso de
a) o agente ser flagrado elaborando os planos para a prática do crime.
b) o agente ser flagrado realizando atos de preparação para o crime.
c) o crime, iniciada a execução, não se consumar por ineficácia absoluta do meio em-
pregado para sua prática.
d) o crime, iniciada a execução, não se consumar por circunstâncias alheias à vontade
do agente.
e) o agente, iniciada a execução, desistir de prosseguir com a ação, impedindo seu
resultado.

19. Toda ação criminosa, advinda de conduta dolosa, é antecedida por uma ideação e resolução
criminosa. O sujeito percorre um caminho que vai da concepção da ideia até a consuma-
ção. A esse caminho dá-se o nome de iter criminis, o qual é composto por fase interna
(cogitação) e fases externas ao agente (atos preparatórios, executórios e consumação).
Diversas situações podem ocorrer durante o desenvolvimento das ações dirigidas ao fim
do crime. Assinale a alternativa que expressa de forma correta uma dessas situações, seja
na fase interna ou externa.
a) Na tentativa o sujeito dá início aos atos executórios da conduta, os quais deixa volun-
tariamente de praticar em virtude de circunstâncias alheias a sua vontade, recebendo,
como consequência, diminuição na pena final aplicada.
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b) O arrependimento posterior ocorre após o término dos atos executórios, porém an-
tes da consumação. Nesse caso o sujeito responderá pelo crime, mas sua pena será
reduzida se reparados os danos causados.
c) A desistência voluntária caracteriza verdadeira ponte de ouro ao infrator que impede
a consumação do crime após o término dos atos executórios, isentando-o de qualquer
responsabilidade pelos danos causados.
d) Os atos preparatórios do crime não são punidos, mesmo que caracterize em si con-
duta tipificada, em virtude da teoria finalista da ação que direciona a punição para a
finalidade do crime e não para os meios de sua prática.
e) O crime impossível demanda o início dos atos executórios do crime pelo agente,
eximindo-o de responsabilidade penal pelo crime almejado, respondendo, todavia,
pelos atos anteriores que forem considerados ilícitos.

20. No que se refere a crime consumado e a crime tentado, assinale a opção correta.
a) Situação hipotética: Maria entrou em uma loja de cosméticos e furtou um frasco de
creme hidratante, em um momento de descuido da vendedora. Assertiva: Nesse caso,
a consumação do crime ocorreu com a mera detenção do bem subtraído.
b) Situação hipotética: José deu seis tiros em seu desafeto, que foi socorrido e so-
breviveu, por circunstâncias alheias à vontade de José. Assertiva: Nesse caso, está
configurada a tentativa imperfeita.
c) Situação hipotética: Policiais surpreenderam João portando uma chave-mestra en-
quanto circulava próximo a uma loja no interior de um shopping center em atitude
suspeita. Assertiva: Nesse caso, João responderá por tentativa de furto, pois, devido
ao porte da chave-mestra, os policiais puderam inferir que ele pretendia furtar um
veículo no estacionamento.
d) Os atos preparatórios de um crime de homicídio, a ser executado com o emprego de
arma de fogo que possui a numeração raspada, não caracterizam a tentativa e não
podem constituir crime autônomo.
e) No iter criminis, a aquisição de uma corda a ser utilizada para amarrar a vítima que
se pretende sequestrar é ato executório do crime de sequestro.

GABARITO
1. ERRADO.
2. CERTO.
3. CERTO.
4. ERRADO.
5. CERTO.
6. CERTO.
7. ERRADO.
8. ERRADO.
Questões Comentadas 7

9. ERRADO.
10. ERRADO.
11. A.
12. A.
13. D.
14. C.
15. E.
16. D.
17. C.
18. D.
19. E.
20. A.

QUESTÕES COMENTADAS
Julgue os itens a seguir, de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.

1. Samanta, treze anos, foi flagrada praticando atos sexuais com seu namorado Mateus,
dezessete anos.
Assertiva: Mateus praticou, em tese, o crime de estupro de vulnerável.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o art. 27, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o art. 27, do Código Penal Brasileiro.
O crime de estupro de vulnerável está previsto no art. 217-A do Código Penal:
Estupro de vulnerável
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos.
Porém, apesar de Samanta ter 13 anos, Mateus não pode ser acusado de cometer o crime de estupro de
vulnerável, pois tem apenas 17 anos e é inimputável. Veja:
Menores de dezoito anos
Art. 27. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas
na legislação especial.
Nesse caso, de acordo com a Lei nº 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), Mateus cometeu um ato
infracional (art. 103, ECA) e se submeterá às medidas do Estatuto.
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2. (AUTOR – 2021) Não excluem a imputabilidade penal a emoção, a paixão e a embriaguez,


voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o art. 28, incisos I e II, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o art. 28, incisos I e II, do Código Penal Brasileiro.
A questão traz a literalidade do Código Penal no art. 28, incisos I e II, vejamos:
Emoção e paixão
Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
Embriaguez
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
§ 1º É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
§ 2º A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou
força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)

3. (AUTOR – 2021) Emoção ou paixão não são causas de exclusão da imputabilidade penal.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o art. 28, I, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o art. 28º, I, do Código Penal Brasileiro.
A emoção e a paixão não excluem a imputabilidade penal. É o que afirma o art. 28, I, do CP:
Emoção e paixão
Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal:
I - a emoção ou a paixão;

I. A embriaguez culposa anterior à prática de crime é causa de diminuição de pena, mas


não torna o agente inimputável.
Assim, mesmo se forem de elevada intensidade, a emoção e a paixão não excluem a imputabilidade penal.
Mas há duas exceções a essa regra:
1. Coação moral irresistível: por conta da inexigibilidade de conduta diversa;
Questões Comentadas 9

2. Estado patológico: quando a emoção ou a paixão passam a caracterizar formas de doença mental.
Porém, a violenta emoção provocada por ato injusto da vítima é uma atenuante genérica da pena (art. 65,
III, “c” do CP).
Art. 65. São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
[...]
III - ter o agente:
[...]
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob
a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima.

4. (AUTOR – 2021) É isento de pena o agente que, por embriaguez, proveniente de caso for-
tuito ou força maior, não possui, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com art. 28, §2º, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o art. 28, §2º, do Código Penal Brasileiro.
De acordo com o §2º, do art. 28, CP.
Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11/7/1984)
§ 1º É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
§ 2º A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso
fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11/7/1984)

5. (AUTOR – 2021) O deficiente mental inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito


do fato é inimputável.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o art. 26, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o art. 26, do Código Penal Brasileiro.
10

Se o agente, à época do fato, era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato por conta de
doença mental, ele será inimputável. É exatamente o que prevê o art. 26, caput, do CP:
Inimputáveis
Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado,
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
-se de acordo com esse entendimento.
A doença mental deve ser vista em sentido amplo, para abranger não só os problemas patológicos, mas tam-
bém os toxicológicos e todas as alterações mentais ou psíquicas, sejam elas transitórias ou permanentes.
O desenvolvimento mental incompleto ou retardado é aquele que não se mostra compatível com a fase
da vida que o indivíduo se encontra. Pode decorrer de doenças congênitas ou adquiridas, ou ainda alguma
deficiência.
Em ambos os casos, o que deve ser analisado é se era possível ou não entender o caráter ilícito do fato ou
de se determinar de acordo com esse entendimento no momento da prática da conduta. E, para que essa
análise seja possível, é indispensável a perícia médica.
Contudo, se o agente não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento, o agente será considerado imputável, mas de forma reduzida. Nesse caso, sua
pena poderá ser reduzida de um a dois terços. É o que se extrai do art. 26, parágrafo único do CP:
Art. 26
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde
mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Nesse caso, não há a completa eliminação da capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de se deter-
minar de acordo com esse entendimento. Perceba que há uma diferença de grau em relação aos inimputáveis.

6. Pedro, com vinte e dois anos de idade, e Paulo, com vinte anos de idade, foram denun-
ciados pela prática de furto contra Ana. A defesa de Pedro alegou inimputabilidade. Paulo
confessou o crime, tendo afirmado que escolhera a vítima porque, além de idosa, ela era
sua tia.
Se, em virtude de perturbação de saúde mental, Pedro não for inteiramente capaz de entender
o caráter ilícito do seu ato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, a pena
imposta a ele poderá ser reduzida.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o art. 26 do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o art. 26, Código Penal Brasileiro.
Se o agente, à época do fato, era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato por conta de
doença mental, ele será inimputável. É exatamente o que prevê o art. 26, caput, do CP:
Inimputáveis
Questões Comentadas 11

Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado,
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determi-
nar-se de acordo com esse entendimento.
Consoante Cleber Masson (Direito Penal Esquematizado. Vol. 1. 8 ed. São Paulo: Método, 2014. p. 479), “a doença
mental deve ser vista em sentido amplo, para abranger não só os problemas patológicos, mas também os
toxicológicos e todas as alterações mentais ou psíquicas, sejam elas transitórias ou permanentes”.
Ainda segundo o autor citado (op. cit. 480), “o desenvolvimento mental incompleto ou retardado é aquele que
não se mostra compatível com a fase da vida que o indivíduo se encontra. Pode decorrer de doenças congênitas
ou adquiridas, ou ainda alguma deficiência”.
Em ambos os casos, o que deve ser analisado é se era possível ou não entender o caráter ilícito do fato
ou de se determinar de acordo com esse entendimento no momento da prática da conduta. E, para que
essa análise seja possível, é indispensável a perícia médica. Sendo positiva a resposta, estará excluída a
culpabilidade.
Contudo, se o agente não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento, ele será considerado imputável, mas de forma reduzida. Nesse caso, sua
pena poderá ser reduzida de um a dois terços. É o que se extrai do art. 26, parágrafo único do CP:
Art. 26
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de
saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Nesse caso, não há a completa eliminação da capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de se deter-
minar de acordo com esse entendimento. Perceba que há uma diferença de grau em relação aos inimputáveis.
Portanto, a assertiva está correta.

7. (AUTOR – 2021) Haverá redução de pena ao agente que, por embriaguez completa, prove-
niente de caso fortuito ou força maior, é, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o art. 28, §1º, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o art. 28, §1º, do Código Penal Brasileiro.
Consoante o §1º, do art. 28 do Código Penal. Senão vejamos:
Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11/7/1984)
§ 1º É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior,
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de deter-
minar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
12

§ 2º A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou
força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

8. (AUTOR – 2021) São penalmente inimputáveis os menores de 21 anos e, por isso, são
reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso é, ao tempo do crime,
menor de 21 (vinte e um) anos.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o art. 27, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o art. 27, do Código Penal Brasileiro.
Nos termos do art. 27 c/c com art. 115, ambos do Código Penal.
Art. 27. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas
na legislação especial.
Art. 115. São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21
(vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)

9. (AUTOR – 2021) Os maiores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando


sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o art. 27, Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o art. 27, Código Penal Brasileiro.
Conforme o art. 27 do CP, os MENORES são inimputáveis, e não os maiores.
Art. 27. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na
legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984).

10. (AUTOR – 2021) A embriaguez culposa anterior à prática de crime é causa de diminuição
de pena, mas não torna o agente inimputável.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o art. 28, II, § 1º do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o art. 28, II, § 1º do Código Penal Brasileiro.
Questões Comentadas 13

Embriaguez é o estado em que o corpo humano, através do álcool ou de substância de efeitos análogos,
encontra-se intoxicado, de forma que “a pessoa perde a capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de se
determinar de acordo
com esse entendimento” (MASSON, Cleber. Código Penal Comentado. 8. ed. São Paulo: Método, 2020).
Apesar disso, a embriaguez não exclui a imputabilidade penal, seja ela voluntária ou ainda que tenha sido
culposa. Veja o que dispõe o art. 28, II, do Código Penal:
Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal:
[...]
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
Se na embriaguez completa a pessoa perde a capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de se determi-
nar de acordo com esse entendimento, porque ela é punida? Quem responde essa pergunta é a teoria da actio
libera in causa (ou ação livre na causa).
De acordo com essa teoria, “a causa da causa também é a causa do que foi causado”..
Quer dizer que devemos analisar o estado anterior à embriaguez. Antes de o agente iniciar o consumo do álcool,
ou substância análoga, ele era imputável? Se sim, então, parte-se do pressuposto que ele tinha consciência do
que estava fazendo. Dessa forma, ao entrar no estado de embriaguez, ainda que não tivesse essa intenção,
se o agente comete um fato típico, com dolo ou com culpa, deverá responder por ele, pois era previsível que
poderia entrar nesse estado de embriaguez.
A embriaguez só é causa de exclusão de culpabilidade quando é proveniente de caso fortuito ou força maior.
Nesse caso não entra em ação a teoria da actio libera in causa, pois o indivíduo não tinha a opção de ingerir
ou não o álcool. Veja:
Art. 28.
§ 1º. É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.

11. Durante uma festa, em 19 de fevereiro de 2018, Laura vem a saber que Lívia anunciou
para todos que tentaria manter relações sexuais com o referido namorado. Soube, ainda,
que Lívia disse que, na semana seguinte, iria desferir um tapa no rosto de Laura, na frente
de seus colegas, como forma de humilhá-la.
Diante disso, para evitar que as ameaças de Lívia se concretizassem, Laura, durante a festa,
desfere facadas no peito de Lívia, mas terceiros intervêm e encaminham Lívia diretamente para
o hospital. Dois dias depois, Lívia vem a falecer em virtude dos golpes sofridos. Descobertos
os fatos, o Ministério Público ofereceu denúncia em face de Laura pela prática do crime de
homicídio qualificado.
Confirmados integralmente os fatos, a defesa técnica de Laura deverá pleitear o reconheci-
mento da
a) inimputabilidade da agente.
b) legitima defesa.
c) inexigibilidade de conduta diversa.
d) atenuante da menoridade relativa.
e) Coação moral irresistível.
14

GABARITO: A.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito A de acordo com art. 27, do Código Penal Brasileiro.
a) inimputabilidade da agente.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito A de acordo com art. 27, do Código Penal Brasileiro.
De acordo com o enunciado da questão, Laura tinha 17 anos na data da ação, ou seja, é considerada inimputável.
É válido ressaltar que o Código Penal adota a teoria da atividade em relação ao tempo do crime, sendo assim, de
acordo como o art. 4º, considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o
momento do resultado.
Art. 27. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabeleci-
das na legislação especial.
Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do
resultado.

12. Conforme dispõe o Código Penal Brasileiro em seu artigo 27, são penalmente inimputáveis,
ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial, os menores de:
a) 18 anos;
b) 21 anos;
c) 17 anos;
d) 20 anos;
e) 19 anos.
GABARITO: A.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito A de acordo com o art. 27, do Código Penal Brasileiro.
a) 18 anos;
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito A de acordo com o artigo 27, do Código Penal Brasileiro.
Vejamos o art. 27 do Código Penal:
Art. 27. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na
legislação especial.
Logo, segundo o Código Penal, os menores de 18 anos são inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabeleci-
das na legislação especial.

13. Gabriel, 25 anos, desferiu, de maneira imotivada, diversos golpes de madeira na cabeça de
Fábio, seu irmão mais novo. Após ser denunciado pelo crime de lesão corporal gravíssima,
foi realizado exame de insanidade mental, constatando-se que, no momento da agressão,
Gabriel, em razão de desenvolvimento mental incompleto, não era inteiramente capaz de
entender o caráter ilícito do fato.
Questões Comentadas 15

Diante da conclusão do laudo pericial, deverá ser reconhecida a:


a) inimputabilidade do agente, afastando-se a culpabilidade;
b) semi-imputabilidade do agente, afastando-se a culpabilidade;
c) inimputabilidade do agente, afastando-se a tipicidade;
d) semi-imputabilidade do agente, que poderá funcionar como causa de redução de
pena;
e) semi-imputabilidade do agente, afastando-se a tipicidade.
GABARITO: D.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito D de acordo com o art. 26, parágrafo único, do Código Penal Brasileiro.
d) semi-imputabilidade do agente, que poderá funcionar como causa de redução de
pena;
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito D de acordo com o art. 26, parágrafo único, do Código Penal Brasileiro.
Desde logo, você deve saber que deverá ser reconhecida a semi-imputabilidade, que poderá funcionar como
causa de redução de pena. Nesse sentido, a “chave da questão” reside no parágrafo único do art. 26, do
Código Penal:
Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado,
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determi-
nar-se de acordo com esse entendimento.
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde
mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Além disso, a pergunta que deve ser feita é a seguinte:
No momento do fato o agente era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
-se de acordo com esse entendimento, ou não era inteiramente incapaz?
Se a resposta for que ele era inteiramente incapaz --> O agente será isento de pena, sendo considerado inim-
putável, excluindo-se a culpabilidade.
Se a resposta for que ele não era inteiramente capaz (parcialmente capaz) --> O agente será considerado
semi-imputável, podendo ter a pena reduzida de um a dois terços ou a pena poderá ser substituída por medida
de segurança. Aqui o fato é típico, ilícito e culpável. Se a sentença for condenatória, haverá incidência da
causa de diminuição da pena na terceira fase da dosimetria, entretanto, poderá haver uma sentença absolutória
imprópria, em que o magistrado, apesar da absolvição, impõe uma sanção penal que consiste na medida de
segurança.
O quanto haverá de redução (de um a dois terços) ficará a critério do magistrado competente, que levará em
consideração qual o grau de perturbação do agente ou da incompletude do desenvolvimento mental. Além disso,
como mencionei anteriormente, ainda há possibilidade de substituição da pena por medida de segurança, nos
moldes do art. 98 do Código Penal:
Art. 98. Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o condenado de especial trata-
mento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo
prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º ao 4º.
16

Portanto, Gabarito D --> Diante da conclusão do laudo pericial (não era inteiramente capaz de entender o caráter
ilícito do fato), deverá ser reconhecida a semi-imputabilidade do agente, que poderá funcionar como causa de
redução de pena.

14. Considera-se inimputável aquele que comete crime


a) em estado de embriaguez preordenada.
b) sob forte emoção ou paixão.
c) antes de completar dezoito anos de idade.
d) agindo em legítima defesa, o que o isenta de pena.
e) sem ser inteiramente capaz de entender o caráter ilícito de sua conduta, o que o
isenta de pena.
GABARITO: C.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito C de acordo com o art. 27, do Código Penal.
c) antes de completar dezoito anos de idade.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito C de acordo com o art. 27, do Código Penal.
Segundo o disposto no Código Penal:
Art. 27. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabeleci-
das na legislação especial.
Nos termos da Constituição Federal:
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.

15. Constitui causa que exclui a imputabilidade a


a) embriaguez culposa completa proveniente da ingestão de álcool.
b) embriaguez preordenada completa proveniente da ingestão de álcool.
c) paixão.
d) emoção.
e) embriaguez acidental completa proveniente da ingestão de álcool.
GABARITO: E.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito E de acordo com o art. 28, § 1º, do Código Penal Brasileiro.
e) embriaguez acidental completa proveniente da ingestão de álcool.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito E de acordo com art. 28, § 1º, do Código Penal Brasileiro.
De acordo com o art. 28, § 1º, do CP, estará isento de pena o indivíduo que, comete crime estando sob o efeito
de embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior (embriaguez acidental), deve o
Questões Comentadas 17

agente estar no momento da conduta, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determi-
nar-se de acordo com esse entendimento.
Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal:
(...)
Embriaguez
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11/7/1984)
§ 1º É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
§ 2º A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou
força maior, não possuía, ao tempo da
ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento
Cléber Masson nos conceitua embriaguez acidental: “Acidental, ou fortuita, é a embriaguez que resulta de
caso fortuito ou força maior.
No caso fortuito, o indivíduo não percebe ser atingido pelo álcool ou substância de efeitos análogos, ou
desconhece uma condição fisiológica que o torna submisso às consequências da ingestão do álcool.
Exemplos:
(1) o sujeito mora ao lado de uma destilaria de aguardente, e aos poucos acaba embriagado pelos vapores da
bebida que inala sem perceber; e
(2) o agente faz tratamento com algum tipo de remédio, o qual potencializa os efeitos do álcool.
Na força maior, o sujeito é obrigado a beber, ou então, por questões profissionais, necessita permanecer
em recinto cercado pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
Exemplos:
(1) o agente é amarrado e injetam em seu sangue elevada quantidade de álcool; e
(2) o indivíduo trabalha na manutenção de uma destilaria de aguardente e, em determinado dia, cai em um tonel
cheio da bebida.”
(Masson, Cléber, Direito Penal Vol.1, 2019, p. 678 e 679).

16. Tício, maior de 18 anos, é portador de doença mental, necessitando de medicação diária.
A doença, por si só, não prejudica a capacidade de compreensão. Todavia, a medicação,
ingerida em conjunto com bebida alcoólica em quantidade, provoca surtos psicóticos, com
exclusão da capacidade de entendimento. Tício sabe dos efeitos do álcool, em excesso,
em seu organismo, mas costuma beber, moderadamente, justamente para desfrutar dos
efeitos que, segundo ele, “dá barato”. Em uma festa, Tício, sem saber que se tratava de
uma garrafa de absinto (bebida de alto teor alcoólico), pensando ser gim, preparou um
coquetel de frutas e ingeriu. Ao recobrar a consciência, soube que esfaqueou dois de seus
melhores amigos, causando a morte de um e lesão de natureza grave em outro. A respeito
da situação, é correto afirmar que
a) Tício, por ser maior de 18 anos, é imputável, sendo irrelevante a circunstância de ter
praticado o crime em estado de completa embriaguez.
18

b) Tício é imputável, sendo punido de forma agravada, em vista da embriaguez


pré-ordenada.
c) Tício é imputável, pois a embriaguez completa decorreu de culpa. Entretanto, faz jus
à redução da pena.
d) Tício é inimputável, sendo isento de pena, pois praticou o crime em estado de com-
pleta embriaguez, decorrente de caso fortuito.
e) Tício, devido à doença mental, é inimputável, sendo isento de pena.
GABARITO: D.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito D de acordo o art. 28, § 1º, do Código Penal Brasileiro.
d) Tício é inimputável, sendo isento de pena, pois praticou o crime em estado de com-
pleta embriaguez, decorrente de caso fortuito.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito D de acordo art. 28, § 1º, do Código Penal Brasileiro.
O Código Penal, ao tratar dos efeitos da embriaguez na responsabilidade criminal de um agente, estabelece
como regra geral a plena imputabilidade para todos que cometem crimes embriagados, seja tal condição
voluntária ou culposa. Isso está previsto no art. 28, inciso II, do Código Penal, cuja redação é:
Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal:
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
Entretanto, o art. 28, §§ 1º e 2º, do Código Penal regulam a responsabilidade penal daquele que praticou delitos
embriagado, mas que tal condição decorreu de caso fortuito ou força maior.
Se o agente se encontra em estado de embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou força maior, e,
ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento, será considerado isento de pena. Esta é previsão do art. 28, § 1º, do Código
Penal.
Entretanto, se o agente se encontra somente embriagado, ainda que decorrente de caso fortuito ou força
maior, e não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, será responsabilizado pelo delito, mas terá
a pena reduzida de um a dois terços. Essa é previsão do art. 28, § 2º, do Código Penal.
A questão informa que Tício costumava ingerir bebidas alcoólicas frequentemente, sem apresentar problemas,
posto que sabia dos efeitos gerados pela mistura com sua medicação. Assim, ele somente ingeria bebidas mais
fracas.
Na data dos fatos, Tício se enganou e, ao preparar sua bebida, confundiu uma garrafa de absinto (bebida de alto
teor alcoólico) com uma de gim. A combinação de uma bebida de elevado teor alcoólico com sua medica-
ção gerou em Tício um estado de embriaguez involuntária, pois ela foi gerada de um caso fortuito.
Em conclusão, de acordo com o art. 28, § 1º, do Código Penal, Tício será considerado inimputável em
razão da sua embriaguez involuntária decorrente de caso fortuito.

17. 17. Um dos elementos da culpabilidade, a imputabilidade será excluída no caso de o agente
atuar sob o estado de embriaguez completa.
a) preordenada.
Questões Comentadas 19

b) voluntária.
c) fortuita.
d) culposa.
e) intencional.
GABARITO: C.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito C de acordo com o art. 28, § 1º, do Código Penal Brasileiro.
c) fortuita.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito C de acordo com o art. 28, § 1º, do Código Penal Brasileiro.
O crime culposo é aquele perpetrado mediante a inobservância de um dever objetivo de cuidado. Diversamente
do crime doloso, é praticado sem que haja intenção do agente, mas, sim, um mero descuido de sua parte.
Suas modalidades, segundo o art. 18, II, do Código Penal, são precisamente aquelas estampadas pela alternativa:
imprudência, negligência e imperícia.
Imprudência consiste em uma ação, ou seja, um proceder descuidado do agente, como no caso do indivíduo que,
sem intenção de cometer delito, avança com seu veículo no sinal vermelho de trânsito, provocando uma colisão
com outro veículo.
Por sua vez, negligência refere-se a uma omissão descuidada, a exemplo de certa pessoa que se esquece de
fazer a revisão em seu veículo e, durante viagem, vem a provocar um acidente, por falha mecânica.
Por fim, imperícia resume-se à falta de aptidão para o exercício de um ofício, uma arte ou função específica.
Como exemplo, cita-se o motorista de ônibus que, desatento no exercício de sua função, atropela transeuntes.

18. Iter criminis corresponde ao percurso do crime, compreendido entre o momento da co-
gitação pelo agente até os efeitos após sua consumação. Há relevância no estudo do iter
criminis porque, conforme o caso, podem incidir institutos como desistência voluntária,
princípio da consunção e tentativa. Considera-se punível o crime tentado no caso de
a) o agente ser flagrado elaborando os planos para a prática do crime.
b) o agente ser flagrado realizando atos de preparação para o crime.
c) o crime, iniciada a execução, não se consumar por ineficácia absoluta do meio em-
pregado para sua prática.
d) o crime, iniciada a execução, não se consumar por circunstâncias alheias à vontade
do agente.
e) o agente, iniciada a execução, desistir de prosseguir com a ação, impedindo seu
resultado.
GABARITO: D.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito D de acordo com o Direito Penal Brasileiro.
d) o crime, iniciada a execução, não se consumar por circunstâncias alheias à vontade
do agente.
20

SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito D de acordo o Direito Penal Brasileiro.
O iter criminis (ou “caminho do crime”) “corresponde às etapas percorridas pelo agente para a prática de um fato
previsto em lei como infração penal” (MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado. 8. ed. São Paulo: Método,
2014). O seu conhecimento é fundamental para a punição do crime. Em regra, quanto menos etapas percorridas,
menor será a pena.
Ele é dividido em duas fases:
> Fase interna: representada pela cogitação.
> Fase externa: dividida em preparação, execução e consumação. O exaurimento do delito não integra o
iter criminis, mas pode influenciar na dosimetria da pena.
A cogitação (fase interna) não é punível pelo Direito Penal.
Em relação à fase externa, temos que analisar cada uma das subfases:

19. 1) Preparação: corresponde aos atos preparatórios necessários para o cometimento do


crime, como a compra de corda para cometer o crime de furto. Em regra, não é punível
pelo Direito Penal (salvo se caracterizar crime autônomo).
2) Execução: o agente começa a realizar o núcleo do tipo penal (o “verbo” que consta na defi-
nição legal). Aqui inicia a incidência do Direito Penal, configurando, no mínimo, o crime tentado.
O ato de execução deve ser idôneo (com capacidade suficiente de lesar o bem jurídico penalmente protegido) e
inequívoco (fornecendo certeza acerca da vontade de cometer o ilícito).

20. 3) Consumação: ocorre quando se reúnem todos os elementos da definição legal do cri-
me. Por exemplo: o crime de homicídio estará consumado quando a vítima falecer, pois
o núcleo do tipo do art. 121 é “matar”.
A tentativa (conatus ou crime imperfeito) se caracteriza pela não consumação do delito por circunstâncias
alheias à vontade do agente (na fórmula de Frank, “quero prosseguir, mas não posso”).
Está prevista no art. 14, II do CP:
Art. 14. Diz-se o crime:
[...]
Tentativa
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Perceba que, para que a tentativa esteja caracterizada, é necessário iniciar a execução do crime, que não
chega a ser consumado (mas há o dolo de consumação).
Se você analisar o art. 14, do CP perceberá que ele não é aplicável isoladamente. É preciso ser analisado com
algum crime. Por isso, essa norma é conhecida como “norma de extensão” ou “de ampliação da conduta”.
Por exemplo, o art. 121, do CP prevê o crime de homicídio (“matar alguém”). Para que seja punível na modalidade
tentada, devemos combinar o art. 121 com o art. 14: inicia-se a execução do crime de homicídio, que não se
consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Para sabermos qual a pena aplicável ao crime tentado, o Código Penal adotou a teoria objetiva (realística ou
dualista), em que ela não terá a mesma pena do crime consumado. Podemos perceber isso no art. 14, parágrafo
único do CP:
Pena de tentativa
Questões Comentadas 21

Art. 14.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consu-
mado, diminuída de um a dois terços.
Primeiramente, veja que a aplicação desse dispositivo é a regra para a tentativa, mas que admite exceção. Em
alguns casos, a tentativa terá a mesma pena da consumação. São os crimes de atentado, como a evasão
mediante violência contra a pessoa (art. 352, CP).
Seguindo a regra, a tentativa terá a mesma pena do crime consumado, mas diminuída de um terço a dpois
terços . E qual o critério utilizado para saber se a diminuição será de um terço ou de dois terços? Para o STF,
o critério decisivo é a maior ou menor proximidade da consumação, ou seja, a distância percorrida no iter
criminis (STF, 1ª Turma. HC 95.960/PR. Rel. Min. Carlos Britto. Julg. 14/04/2009. Info 542).
Destarte, a alternativa está correta.

21. Toda ação criminosa, advinda de conduta dolosa, é antecedida por uma ideação e resolução
criminosa. O sujeito percorre um caminho que vai da concepção da ideia até a consuma-
ção. A esse caminho dá-se o nome de iter criminis, o qual é composto por fase interna
(cogitação) e fases externas ao agente (atos preparatórios, executórios e consumação).
Diversas situações podem ocorrer durante o desenvolvimento das ações dirigidas ao fim
do crime. Assinale a alternativa que expressa de forma correta uma dessas situações, seja
na fase interna ou externa.
a) Na tentativa o sujeito dá início aos atos executórios da conduta, os quais deixa volun-
tariamente de praticar em virtude de circunstâncias alheias a sua vontade, recebendo,
como consequência, diminuição na pena final aplicada.
b) O arrependimento posterior ocorre após o término dos atos executórios, porém an-
tes da consumação. Nesse caso o sujeito responderá pelo crime, mas sua pena será
reduzida se reparados os danos causados.
c) A desistência voluntária caracteriza verdadeira ponte de ouro ao infrator que impede
a consumação do crime após o término dos atos executórios, isentando-o de qualquer
responsabilidade pelos danos causados.
d) Os atos preparatórios do crime não são punidos, mesmo que caracterize em si con-
duta tipificada, em virtude da teoria finalista da ação que direciona a punição para a
finalidade do crime e não para os meios de sua prática.
e) O crime impossível demanda o início dos atos executórios do crime pelo agente,
eximindo-o de responsabilidade penal pelo crime almejado, respondendo, todavia,
pelos atos anteriores que forem considerados ilícitos.
GABARITO: E.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito E de acordo com art. 17, do Código Penal Brasileiro.
e) O crime impossível demanda o início dos atos executórios do crime pelo agente,
eximindo-o de responsabilidade penal pelo crime almejado, respondendo, todavia,
pelos atos anteriores que forem considerados ilícitos.
SOLUÇÃO COMPLETA
22

Gabarito E de acordo com o art. 17, do Código Penal Brasileiro.


O iter criminis ou “caminho do crime” corresponde às etapas percorridas pelo agente para a prática de um fato
previsto em lei como infração penal. Compreende duas fases: uma interna e outra externa. A fase interna é
representada pela cogitação. A fase externa se divide em outras três: preparação, execução e consumação. O
exaurimento não integra o iter criminis. (Masson, Cleber. Código Penal comentado. 2. ed. rev., atual. e ampl. - Rio
de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2014.)
Consoante o art. 17, do CP, não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. O crime impossível guarda afinidade com o ins-
tituto da tentativa. Em ambos, o agente inicia, em seu plano interno, a execução da conduta criminosa que não
alcança a consumação. As diferenças, entretanto, são nítidas. Na tentativa é possível atingir a consumação, pois
os meios empregados pelo agente são idôneos, e o objeto material contra o qual se dirige a conduta constitui-se
em bem jurídico suscetível de sofrer lesão ou perigo de lesão. Há, portanto, exposição do bem a dano ou perigo.
No crime impossível, por sua vez, o emprego de meios ineficazes ou o ataque a objetos impróprios inviabilizam a
produção do resultado, inexistindo situação de perigo ao bem jurídico penalmente tutelado.
A redação do art. 17 do CP causa confusão acerca da natureza jurídica do crime impossível transmitindo a
impressão equivocada de tratar-se de causa de isenção de pena no crime tentado. Na verdade, o crime impos-
sível é causa de exclusão da tipicidade, eis que o fato praticado pelo agente não se enquadra em nenhum tipo
penal. Entretanto, em razão da aparente similaridade entre os institutos, a doutrina convencionou também
chamá-lo de tentativa inadequada, tentativa inidônea ou tentativa impossível. No regime da Parte Geral do CP de
1940, antes da reforma pela Lei 7.209/1984, falava-se em quase crime, pois os arts. 76, parágrafo único, e 94, III,
impunham ao autor do crime impossível a medida de segurança de liberdade vigiada. No atual sistema, convém
não mais usar essa expressão como sinônima de crime impossível, embora parcela doutrinária ainda o faça.
(Masson, Cleber. Código Penal comentado. 2. ed. rev., atual. e ampl. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método,
2014.)

22. No que se refere a crime consumado e a crime tentado, assinale a opção correta.
a) Situação hipotética: Maria entrou em uma loja de cosméticos e furtou um frasco de
creme hidratante, em um momento de descuido da vendedora. Assertiva: Nesse caso,
a consumação do crime ocorreu com a mera detenção do bem subtraído.
b) Situação hipotética: José deu seis tiros em seu desafeto, que foi socorrido e so-
breviveu, por circunstâncias alheias à vontade de José. Assertiva: Nesse caso, está
configurada a tentativa imperfeita.
c) Situação hipotética: Policiais surpreenderam João portando uma chave-mestra en-
quanto circulava próximo a uma loja no interior de um shopping center em atitude
suspeita. Assertiva: Nesse caso, João responderá por tentativa de furto, pois, devido
ao porte da chave-mestra, os policiais puderam inferir que ele pretendia furtar um
veículo no estacionamento.
d) Os atos preparatórios de um crime de homicídio, a ser executado com o emprego de
arma de fogo que possui a numeração raspada, não caracterizam a tentativa e não
podem constituir crime autônomo.
e) No iter criminis, a aquisição de uma corda a ser utilizada para amarrar a vítima que
se pretende sequestrar é ato executório do crime de sequestro.
GABARITO: A.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questões Comentadas 23

Gabarito A de acordo com o Direito Penal Brasileiro.


a) Situação hipotética: Maria entrou em uma loja de cosméticos e furtou um frasco de
creme hidratante, em um momento de descuido da vendedora. Assertiva: Nesse caso,
a consumação do crime ocorreu com a mera detenção do bem subtraído.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito A de acordo com o Direito Penal Brasileiro.
A questão trata dos crimes consumados e crimes tentados, exigindo conhecimentos doutrinários a respeito do
tema.
Vale destacar que o iter criminis é o caminho pelo qual são realizados os crimes e compreende: a tomada de
decisão de cometer um ato delitivo; prossegue com a preparação do ato; logo é iniciada a execução, desenvolvi-
mento e conclusão dos atos; e, por fim, termina com a produção ou não de um resultado - embora nem todas as
fases ocorram em todas as situações.
Tanto o STJ quanto o STF adotam o entendimento de que o momento em que se consuma o crime de furto é
quando o agente detenha a posse de fato sobre o bem, ainda que seja possível a vítima retomá-lo, em virtude de
perseguição imediata - teoria da apprhensio. (STJ; Terceira Seção; REsp 1524450 / RJ; Ministro Nefi Cordeiro;
DJe 29/10/2015).
Dessa forma, de acordo com o narrado na assertiva, o crime de furto se consumou com a mera detenção do
bem subtraído.

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