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CULPABILIDADE
Mário, após ingerir bebida alcoólica em uma festa, agrediu um casal de namorados, o que resultou na
morte do rapaz, devido à gravidade das lesões. A moça sofreu lesões leves.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Pedro, com vinte e dois anos de idade, e Paulo, com vinte anos de idade, foram denunciados pela
prática de furto contra Ana. A defesa de Pedro alegou inimputabilidade. Paulo confessou o crime,
tendo afirmado que escolhera a vítima porque, além de idosa, ela era sua tia.
2. Se, em virtude de perturbação de saúde mental, Pedro não for inteiramente capaz de entender o
caráter ilícito do seu ato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, a pena imposta a ele
poderá ser reduzida.
3. Pedro será condenado se comprovado que, no momento do furto, por caso fortuito, estava
completamente embriagado.
5. Joaquim, penalmente imputável, praticou, sob absoluta e irresistível coação física, crime de
extrema gravidade e hediondez. Nessa situação, Joaquim não é passível de punição, porquanto a
coação física, desde que absoluta, é causa excludente da culpabilidade.
Em um clube social, Paula, maior e capaz, provocou e humilhou injustamente Carlos, também maior
e capaz, na frente de amigos. Envergonhado e com muita raiva, Carlos foi à sua residência e, sem
o consentimento de seu pai, pegou um revólver pertencente à corporação policial de que seu pai
faz parte. Voltando ao clube depois de quarenta minutos, armado com o revólver, sob a influência
de emoção extrema e na frente dos amigos, Carlos fez disparos da arma contra a cabeça de Paula,
que faleceu no local antes mesmo de ser socorrida.
Acerca dessa situação hipotética, julgue o próximo item.
7. Arnaldo, gerente de banco, estava dentro de seu veículo juntamente com familiares quando foi
abordado por dois indivíduos fortemente armados, que ameaçaram os ocupantes do veículo e
exigiram de Arnaldo o fornecimento de determinada senha para a realização de uma operação
bancária, o que foi por ele prontamente atendido. Nessa situação, o uso da senha pelos indivíduos
para eventual prática criminosa excluirá a culpabilidade de Arnaldo.
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9. Pessoas doentes mentais, que tenham dezoito ou mais anos de idade, mesmo que sejam
inteiramente incapazes de entender o caráter ilícito da conduta criminosa ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento, são penalmente imputáveis.
Maria, esposa de Carlos, que cumpre pena de reclusão, era obrigada por ele, de forma reiterada, a
levar drogas para dentro do sistema penitenciário, para distribuição. Carlos a ameaçava dizendo
que, se ela não realizasse a missão, seu filho, enteado de Carlos, seria assassinado pelos
comparsas soltos. Durante a revista de rotina em uma das visitas a Carlos, Maria foi flagrada
carregando a encomenda. Por considerar que estava sob proteção policial, ela revelou o que a
motivava a praticar tal conduta, tendo provado as ameaças sofridas a partir de gravações por ela
realizadas. Em sua defesa, Carlos alegou que o crime não fora consumado.
No que se refere a essa situação hipotética, julgue o próximo item.
11. Maria será punida, mas terá direito ao benefício de atenuante por ter colaborado com a polícia
no desbaratamento do tráfico dentro do sistema prisional.
12. Comprovado que o acusado possui desenvolvimento mental incompleto e que não era
inteiramente capaz de entender o caráter ilícito de sua conduta, é cabível a condenação com redução
de pena.
13. Preenchidos os requisitos legais, a coação irresistível e a obediência hierárquica são causas
excludentes de culpabilidade daquele que recebeu ordem para cometer o fato, mantendo-se punível
o autor da coação ou da ordem.
14. A embriaguez acidental, proveniente de força maior ou caso fortuito, exclui a culpabilidade,
ainda que o sujeito ativo possuísse, ao tempo da ação, parcial capacidade de entender o caráter ilícito
do fato que praticou.
15. De acordo com o Código Penal brasileiro, a paixão pode levar a uma privação de sentidos, o que
resulta no abolimento da faculdade de apreciar a criminalidade do fato e de determinar-se de acordo
com essa apreciação.
Marcos, de cinquenta anos de idade, com histórico bem documentado de esquizofrenia paranoide,
assim que entrou em casa, após um dia de trabalho, encontrou a esposa com o amante e os matou
com uma faca de cozinha. Após o crime, Marcos tentou esconder os corpos em um buraco cavado
no jardim e eliminou os sinais de sangue do interior de sua residência.
Tendo como referência a situação hipotética apresentada acima, julgue os seguintes itens.
17. Por ser portador de esquizofrenia paranoide, Marcos deve ser considerado inimputável e deverá
ser submetido a medida de segurança.
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18. Se for condenado e, durante o cumprimento da pena, ocorrer exacerbação de sintomas
psicóticos, Marcos deverá ser submetido a exame de superveniência de doença mental e transferido
para hospital de custódia e tratamento.
19. Aquele que for fisicamente coagido, de forma irresistível, a praticar uma infração penal cometerá
fato típico e ilícito, porém não culpável.
20. Em consonância com a Constituição Federal de 1988 (CF), são penalmente inimputáveis os
indivíduos que tenham menos de dezoito anos de idade, exceto quanto aos crimes previstos na
legislação especial, podendo esta prever a redução da maioridade penal.
21. Será isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito, culpa
ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Beta, delegado de polícia, ordenou a seu subordinado o encarceramento de Épsilon, alegando ser
este autor de um crime de latrocínio que acabara de ser perpetrado. Posteriormente, por tratar-
se de prisão para averiguações, desconhecida pelo subordinado, a autoridade policial, no afã de
legalizar a detenção, representou acerca da decretação da prisão temporária. Decretada a prisão
temporária pelo juiz de direito, e expirado o prazo de trinta dias, sem pedido de prorrogação, a
autoridade policial prolongou conscientemente a custódia de Épsilon, deixando de libera-lo.
Tomando ciência do ocorrido por meio de peças informativas, o Ministério Público ofertou
denúncia contra Beta, imputando-lhe a prática de abuso de autoridade.
Com relação a essa situação hipotética e à legislação pertinente, julgue o item abaixo.
22. Em face da obediência hierárquica putativa, Épsilon não seria passível de punição criminal, por
ter cumprido ordem não-manifestamente ilegal.
23. Se um menor de idade morrer devido ao fato de seus pais, por motivo de consciência religiosa,
terem impedido a realização de transfusão de sangue, tal conduta dos pais estará acobertada por
causa supralegal de exclusão da culpabilidade, consistente no fato de consciência.
25. É isento de pena o agente que, por embriaguez voluntária completa, era, ao tempo da ação ou da
omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato.
26. Se uma pessoa cometer determinado fato definido como crime e alegar que o fez em estrita
obediência hierárquica à ordem não manifestamente ilegal, a sua culpabilidade será excluída diante
da inexigibilidade de outra conduta.
27. Se uma pessoa, de forma voluntária, embriagar-se completamente com o objetivo de matar seu
desafeto e, no instante do ato, estiver incapaz de entender o caráter ilícito do fato, estará, por essa
razão, isenta de pena.
28. A embriaguez completa pode dar causa à exclusão da imputabilidade penal, mas não
descaracteriza a ilicitude do fato.
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Acerca de aspectos diversos do direito penal direito processual penal, julgue os itens a seguir.
29. Para ser aceita como excludente de culpabilidade, a coação física ou moral tem de ser irresistível,
inevitável e insuperável.
O CP prevê uma redução de pena para aquele que, em virtude de perturbação de saúde mental
ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não seja inteiramente capaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento,
circunstância que enseja uma menor reprovabilidade da conduta do agente comprovadamente
naquelas condições. Tem-se, nesse caso, a denominada semi-imputabilidade, também nominada
pelos doutrinadores como responsabilidade penal diminuída.
33. No quadro geral das teorias do delito, a consciência da ilicitude ora pertence à estrutura do dolo,
ora, à estrutura da culpabilidade; no entanto, sua eventual ausência, desde que inevitável, conduz à
isenção de pena
35. Pedro, com 21 anos de idade, após ter sido ofendido moralmente por Caio em uma briga de bar,
matou o desafeto com várias facadas. Processado criminalmente pela conduta delituosa, verificou-
se, no curso do processo, que Pedro era, ao tempo do crime, inimputável por doença mental. Nessa
situação, em decorrência disso, ao final do processo, Pedro deverá ser absolvido tendo como
fundamento a inexistência de culpabilidade, embora típica e ilícita a ação praticada.
36. São causas de exclusão da culpabilidade, expressamente previstas no Código Penal brasileiro, a
coação moral irresistível e a ordem não manifestamente ilegal de superior hierárquico.
39. Abel, em completo estado de embriaguez proveniente de caso fortuito, cometeu delito de roubo,
tendo sido comprovado que, ao tempo do crime, ele era inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato. Nessa situação, embora tenha praticado fato penalmente típico e ilícito, Abel ficará
isento de pena.
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40. No direito penal, o critério adotado para aferir a inimputabilidade do agente, como regra, é o
biopsicológico.
43. A inexigibilidade de outra conduta afasta elemento que integra a culpabilidade normativa pura.
44. As causas legais de exclusão da culpabilidade por inexigibilidade de conduta diversa incluem a
estrita obediência a ordem não manifestamente ilegal de superior hierárquico. Caso o agente cumpra
ordem ilegal ou extrapole os limites que lhe foram determinados, a conduta é culpável.
45. Suponha que um indivíduo penalmente capaz, em estado de embriaguez completa, tenha
praticado determinado crime, sendo, por consequência, processado criminalmente por sua conduta.
Nessa situação, esse indivíduo deve ser absolvido, pois a embriaguez completa no momento do delito,
por si só, é suficiente para excluir a culpabilidade do agente.
46. O erro de proibição escusável exclui o dolo e a culpa; o inescusável exclui o dolo, permanecendo,
contudo, a modalidade culposa.
47. Segundo a teoria normativa pura, a fim de tipificar uma conduta, ingressa-se na análise do dolo
ou da culpa, que se encontram, pois, na tipicidade, e não, na culpabilidade. A culpabilidade, dessa
forma, é um juízo de reprovação social, incidente sobre o fato típico e antijurídico e sobre seu autor.
48. O sujeito ativo que pratica crime em face de embriaguez voluntária ou culposa responde pelo
crime praticado. Adota-se, no caso, a teoria da conditio sine qua non para se imputar ao sujeito ativo
a responsabilidade penal.
GABARITO
1-E
2-C
3-E
4-E
5-E
6-E
7-C
8-C
9-E
10-E
11-E
12-C
13-C
14-E
15-E
16-E
17-E
18-C
19-E
20-E
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5
21-E
22-D
23-E
24-E
25-E
26-C
27-E
28-C
29-E
30-C
31-E
32-E
33-C
34-C
35-C
36-C
37-E
38-C
39-C
40-C
41-C
42-C
43-C
44-C
45-E
46-E
47-C
48-E
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6