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Finalidades do Casamento

Direito Civil
A pessoa humana é um ser teleológico, que toma iniciativas visando
sempre a alcançar determinados fins, que se afiguram como verdadeiros motores
de suas ações.
Do ponto de vista da lei, o casamento, fundado na comunhão de vida, se
destina a organizar e a dar estabilidade à família, contribuindo destarte para o
equilíbrio da sociedade.
Quanto aos nubentes, os fins a que se propõem não são idênticos em todos
os casais. Forçosamente deve haver um denominador comum nas aspirações: o
propósito de vida em comum e solidária.
Alguns situam, como grande objetivo, o advento da prole e o empenho em
seu processo criativo, educacional e cultural. A regularidade nas relações de sexo
se afigura, na grande parte dos casais, entre as finalidades primordiais.
A doutrina classifica os fins do casamento em individuais e sociais. Pelos
primeiros, o casal investe em si próprio, incrementando a sua comunhão de vida
e cuidando de sua satisfação sexual. Pelos segundos, constituem a prole e zelam
pelo seu crescimento físico, moral e intelectual. Os projetos de vida em comum
variam de acordo com as circunstâncias de cada casal.

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Dependem, por exemplo, das condições de saúde, patrimônio e idade dos
consortes. O fato de um deles ou de ambos já possuírem filhos de experiência
anterior pode influenciar ou não na pretensão de prole.
O desejo, muitas vezes, de solidificar a união ou o sentimento de cristalizar
o amor em um novo ser os impulsiona na formação da prole.
Perante o Direito Canônico, Códex de 1983, os fins do casamento são o
consórcio de toda a vida e a geração e educação da prole (cân. 1.055, § 1º).
Pelo cânon 1.013 do Código anterior (1917) havia uma hierarquia nos
objetivos do casamento. O fim primário consistia na procriação e educação dos
filhos, enquanto o fim secundário residia no mutuum aiutorium (assistência
recíproca) e remedium concupiscentiae (convívio sexual).
As finalidades, ora em exame, não se confundem com os efeitos jurídicos
do casamento. Estes independem da vontade dos consortes, pois sobrevêm da lei,
como o parentesco por afinidade, o dever de fidelidade, o novo estado civil, a
condição que os cônjuges assumem de herdeiros legítimos um do outro, a
emancipação do nubente que já completou dezesseis anos e não atingiu a idade
de dezoito, entre outros. Algumas das finalidades, como vimos, dependem
diretamente da opção do casal.

Curso de Direito Civil - Direito de Família - Vol. 5 - 7ª Ed. 2016 (Paulo Nader)

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