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Fundação Cultural de Campos

CENTRO UNIVERSITÁRIO FLUMINENSE - UNIFLU


Credenciado pela Portaria/MEC nº 3.433 de 22.10.2004 (D.O.U. 25.10.2004)
Campus I / Campus II

FELIPE EMANOEL CHERR DA SILVA

DIREITO PENAL III


Crime de Homicídio art. 121 CP

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ


2021
FELIPE EMANOEL CHERR DA SILVA

HOMICÍDIO

Trabalho de apresentação do Curso de


Bacharel em Direito, Disciplina Direito Penal III
ministrada pelo Dr. Luiz Francisco Gaudard
Júnior. Apresentado como requisito parcial
para a obtenção da demonstração de
conhecimento do conteúdo ministrado em aula.
Fazendo composição para a primeira nota
bimestral.
Orientador: Prof. Dr.
Dr.Xxxxxxxxxx
Xxxxxxxxxx
Luiz Francisco Gaudard
Júnior

Campos dos Goytacazes - RJ


KKKKK
2021
Dedico as minhas parceiras de jornada, colegas de curso, amigas da vida, ilustres
seres humanos brilhantes, de tamanha envergadura intelectual de causar dano a
mentes ortodoxas, que expõem suas alteridades espalhando conhecimento pela
Faculdade de Direito de Campos: RUTH AMARAL DIAS e CARLA IRLANNA.
AGRADECIMENTOS

Ao meu irmão Estevam Cesar Cherr da Silva por todo amor que dispensa a mim.
“Acho que a maioria dos seres humanos tem dentro deles a capacidade
de cometer assassinatos”
Richard Ramirez (1960 d.C. – 2013 d.C.)
RESUMO

Uma resenha sobre homicídio, suas condições para que aconteçam, as modalidades,
as nuances prevista no artigo 121 do código penal que versa sobre o assunto.

Palavras-chave: Homicídio. Bem Jurídico. Matar. Crime. Etimologia.


ABSTRACT

A review of homicide, its conditions to happen, as modalities, according to the nuances


provided for in article 121 of the penal code that deals with the subject.
Keywords: Murder. Very Legal. Kill. Crime. Etymology..
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 14
ART. 121. MATAR ALGUÉM: ..................................................................................................... 14
2. HOMICÍDIO SIMPLES................................................................................................ 16
3. HOMICÍDIO PRIVILEGIADO ..................................................................................... 16
4. HOMICÍDIO QUALIFICADO...................................................................................... 17
5. HOMICÍDIO CULPOSO ............................................................................................. 18
5.1. DOLO EVENTUAL X CULPA CONSCIENTE. ................................................................ 18
5.2. ART 121 §3 x ART 302 CTB ............................................................................................... 18
6. PERDÃO JUDICIAL .................................................................................................. 20
NOTA .............................................................................................................................. 21
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 22
14

1. INTRODUÇÃO

Quando o bem jurídico tutelado pela Estado, a vida, é ceifada, o Estado


investiga e se outro ser humano foi autor, tipifica-se o crime de homicídio, descrito em
nosso ordenamento jurídico vigente DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO
DE 1940 em seu artigo 121.

ART. 121. MATAR ALGUÉM:

O crime de homicídio, fere a tutela da vida, é um crime material, ou seja,


deixa vestígios, um corpo sem vida, e este corpo sem vida, no jargão policial “fala”,
através do exame de tele necrópsia, art. 158 e 167 CPP, podendo ser comissivo
(atuar) ou omissivo (não atuar), culposo ou doloso e seus meios de execução.

Os crimes contra a vida são de competência de tribunal de júri, exceto


na modalidade culposa:

CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941

Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada


pelas leis de organização judiciária, salvo a competência privativa
do Tribunal do Júri.

§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos


nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e
127 do Código Penal, consumados ou tentados. (Redação dada
pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

Constituição Federal de 1988

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXVIII - e reconhecida a instituição do júri, com a organização que
lhe der a lei, assegurados:
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a
vida;

Em Direito Penal, é um adjetivo que qualifica o crime que, por sua natureza,
causa repulsa. O crime hediondo é inafiançável e insuscetível de graça, indulto ou anistia,
fiança e liberdade provisória.
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"Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos


tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
Código Penal, consumados ou tentados:

I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo


de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio
qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V);

II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine);

III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o);

IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art.


159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);

V - estupro (art. 213 e sua combinação com o art. 223, caput e


parágrafo único);

VI - atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação com o art.


223, caput e parágrafo único);

VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o).

Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio


previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956,
tentado ou consumado."

Da prisão temporária:

Lei nº 7.960 de 21 de dezembro de 1989


Dispõe sobre prisão temporária.

Art. 1° Caberá prisão temporária:

III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova


admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado
nos seguintes crimes:

a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);

Afirmando que após esses encontros de leis, não cabe responder em


liberdade em caso de crimes hediondos.

A história nos remete ao entrevero causado por Caim e Abel como o


primeiro homicídio, apesar de provavelmente hão haver ordenamento jurídica e a ideia
de matar nunca ter sido mencionada, o direito à vida é inerente a condição humana,
muito mais que descrito em qualquer código, muito mais que descrito palavras, é um
estado de necessidade constante do ser humano, a necessidade de sobreviver está
no DNA da espécie humana, por isso, a vida é um bem tão precioso e um bem jurídico
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tutelado pela Estado, e atentar contra o estado natural do ser vivente, é crime, doloso,
culposo, privilegiado e suas qualificadoras, veremos a seguir.

2. HOMICÍDIO SIMPLES

In Verbis, “Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Caso de diminuição de
pena

§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a
pena de um sexto a um terço.”

O crime se refere à ação de matar alguém sem agravantes cruéis ou sem


domínio de violenta emoção. A classificação depende das condições, das intenções
e dos meios utilizados pelo autor. Cada caso é tratado de maneira particular. Cabe
ao Estado, através da polícia judiciária e do ministério público, fazer o papel de
solucionar cada caso para que o autor seja punido de acordo com nosso
ordenamento jurídico.

3. HOMICÍDIO PRIVILEGIADO

art. 121 § 1º CP “Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral,
ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode
reduzir a pena de um sexto a um terço.”

Essa modalidade de homicídio engloba crimes motivados por valores


sociais comuns, compaixão, piedade ou quando o autor está sob domínio de violenta
emoção. Por exemplo, o pai que, tomado pela emoção de ver o filho assassinado,
mata o autor do crime em seguida. Os casos de legítima defesa também se encaixam
nessa categoria. As penas podem ser reduzidas caso o juiz entenda tratar-se desse
tipo de homicídio. Cabe ressaltar que legítima defesa, tipificado no código penal
brasileiro, em ser artigo 25, “repele injusta agressão, atual ou iminente”, dessa feita
as atenuantes para “privilegiar” um crime deve estar em consonância com os critérios
da legítima defesa, como por exemplo legitima defesa da honra, a legítima defesa da
honra não pode ser por fato pretérito ou futuro, sim presente ou em sua iminência.
Quesitação obrigatória ao júri, se postulado pela defesa.
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4. HOMICÍDIO QUALIFICADO

Tipificado no artigo 121 § 2º CP, trata-se do crime cometido em troca de


incentivo financeiro, por motivo irrelevante, por discriminação sexual, racial ou
religiosa, quando ocorre de maneira premeditada ou por meio de emboscada que
impeça a possibilidade de defesa da vítima. Os crimes com requintes de crueldade,
em que a vítima é torturada, asfixiada ou queimada antes de ser morta, também se
enquadram nessa categoria.
art. 121 § 2º do CP

I = Motivo Torpe, mediante paga ou promessa de recompensa.


(MOTIVO)

II = Motivo Fútil. (MOTIVO)

III = Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro


meio insidioso ou cruel, ou de

que possa resultar perigo comum. (MEIOS)

IV = À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro


recurso que dificulte ou torne

impossível a defesa da vítima. (MODOS)

V = Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou


vantagem de outro crime. (FINS)

VI = Contra a mulher por razões da condição de sexo feminino


(FEMINICÍDIO).

VII = Contra autoridade ou agente descrito nos artigos 142 e 144 da CF


(+ Sistema Prisional + Força

Nacional de Segurança), no exercício da função ou em decorrência


dela, ou contra seu cônjuge,

companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão


dessa condição. (MOTIVO)

§ 2º - A = Considera-se que há razões de condição de sexo feminino


quando o crime envolve:

I = Violência doméstica e familiar.

II = Menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

PENA DE RECLUSÃO DE 15 a 30 anos.


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Essa modalidade de homicídio poderá ser qualificada tanto quanto as


suas qualificadores, exceto a sétima, podendo haver hipoteticamente um homicídio
sextuplamente qualificado.

Um homicídio pode ser privilegiado e qualificado ao mesmo tempo?


Depende, se a tipificação para as qualificadoras do §2º se enquadrarem nos incisos
III, IV e V.

5. HOMICÍDIO CULPOSO

De acordo com o Código Penal, esse crime ocorre quando há culpa,


mas não intenção de matar.

5.1. DOLO EVENTUAL X CULPA CONSCIENTE.

Dolo eventual, portanto, ocorre quando o agente age ou deixa de agir,


conhece do risco de produzir um resultado danoso a um bem jurídico penalmente
tutelado através de sua conduta e se conforma caso este venha a acontecer, já a culpa
consciente ocorrerá quando o agente conhece do risco, continua a agir, mas acredita
sinceramente na não ocorrência do resultado lesivo

5.2. ART 121 §3 x ART 302 CTB

No Brasil, há dois homicídios culposos: homicídio culposo no Código


Penal (art. 121, § 3º): é a figura genérica. Pena de 1 a 3 anos. Homicídio
culposo no CTB (art. 302): é a figura especial (“na direção de veículo automotor”).
Pena de detenção de 2 a 4 anos + PRD. Não basta estar em um veículo automotor,
tem que estar na direção de veículo automotor. Ex. Estaciona o carro na descida e
abre a porta para descer, neste momento um ciclista está descendo a rua e morre.
Aplica o Código Penal, pois o agente não estava na direção do veículo automotor.
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A pena do homicídio culposo do CTB é maior que o homicídio culposo do Código


Penal, embora o desvalor da conduta seja o mesmo.
Na modalidade culposa, o crime de homicídio não é julgado por um júri
popular e sim por um juiz togado.

Entende-se por Suspensão Condicional da Pena (SURSIS) o benefício


concedido ao sentenciado, no qual, mediante o cumprimento de algumas condições,
tem-se a execução de sua pena suspensa pelo período de 02 (dois) a 04 (quatro)
anos. Tal instituto encontra-se previsto no art. 77 do Código Penal e tem os seguintes
requisitos:

1. O condenado não ser reincidente em crime doloso;

2. A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade


do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do
benefício;

3. Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no artigo 44 do


Código Penal (penas restritivas de direitos).

Cabe destacar que cada caso sempre deverá ser analisado de maneira
distinta, porém, não havendo empecilho algum por parte do sentenciado, digo, o
apenado tendo interesse e podendo se recolher diariamente em tal unidade prisional,
porque não cumprir os 15 dias em Casa de Albergado e encerrar tal processo de
execução de uma maneira bem mais célere?

Outro ponto interessante de se analisar é a concessão do benefício do


SURSIS em comarcas do interior, onde não exista Casa de Albergado. Uma vez
recusado o benefício, a priori, o sentenciado deverá cumprir a pena em Casa de
Albergado, todavia, pelo fato de a comarca não possuir tal unidade prisional, a pena
passaria a ser executada no regime aberto, na modalidade prisão domiciliar.

Assim, não é porque, em regra, o instituto da Suspensão Condicional da


Pena é tratado como benefício, que ele realmente vá ser benéfico ao sentenciado. Em
muitas situações, inclusive frequentes, o sentenciado será muito mais beneficiado se
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vier a recusar o SURSIS, tendo, portanto, como maior vantagem, o encerramento da


execução num prazo demasiadamente menor e, por conseguinte, todos os seus
direitos restabelecidos num curto espaço de tempo.

CAUSA DE AUMENTO DE PENA ESPECÍFICA para o homicídio


culposo (1/3).

Art. 121 § 4º CP (1ª parte).

- Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício.

- Deixa de prestar imediato socorro a vítima.

- Não procura diminuir as consequências do ato.

- Foge para evitar a prisão em flagrante.

* CAUSA DE AUMENTO DE PENA ESPECÍFICA para o homicídio


doloso (1/3).

Art. 121 § 4º CP (2ª parte).

- Vítima menor de 14 anos de idade.

- Vítima maior de 60 anos de idade.

6. PERDÃO JUDICIAL

Com Previsão legal no § 5º do art. 121 CP, o perdão judicial, tem


condição: somente aplicável na hipótese de homicídio culposo e que as
consequências sejam tão gravosas da infração para o autor que seja desnecessária
a sanção penal. Exemplo: Um acidente de trânsito e o autor fica tetraplégico, como e
na modalidade culposa, em tese faz jus ao perdão judicial.

Art. 121 § 6º do CP = CAUSA DE AUMENTO DE PENA (1/3 a 1/2) = Homicídio doloso.

Milícia privada. – Segundo o vernáculo, “a guerra propriamente dita.” A polícia é uma


milícia estatal para dar um exemplo que se deriva da guerra e dos exércitos dos
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Estados. Aqui o legislador claramente quis colocar um grupo de pessoas atuando


como um grupo, num poder paralelo para atividade criminosa.

Sob pretexto de prestação de serviço de segurança. –

Grupo de extermínio.

Art. 121 § 7º do CP = CAUSA DE AUMENTO DE PENA (1/3 a 1/2) =

FEMINICÍDIO.

Lei Federal 13.104/15, a Lei do Feminicídio. Isso porque ela criminaliza


o feminicídio, que é o assassinato de mulheres cometido em razão do gênero, ou seja,
a vítima é morta por ser mulher e seus motivos de majoração de pena são:

I = Durante a gestação, ou nos 03 meses posteriores ao parto.

II = Contra menor de 14 anos, maior de 60 anos, com deficiência ou portadora de


doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física
ou mental.

III = Na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima.

IV = Em descumprimento das medidas protetivas de urgência (art. 22 da Lei 13.340/06


(Maria da Penha)).

NOTA
O direito à vida independe de regulamentação, existindo em razão da
própria existência do ser humano. Assim o ordenamento jurídico vem nesse esteio,
positivar os anseios da do ser humano, que abre mão de uma parte de sua liberdade
em sentido latu para conviver em sociedade como o animal social que é, para tal
convivência dar certo, vários códigos já foram implantados em épocas diferentes, Lei
de Talião, Código de Hamurabi, etecetera. O “jus puniendi” cujo titular exclusivo é o
Estado, mas já houve punição com bases na bíblia sagrada, na vontade do homem e
em leis controversas ao longo do tempo. Como a vida é um direto natural; direito e
sociedade estão intrinsecamente ligados, justo é tutelar esse bem juridicamente: a
vida,
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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6022: informação


e documentação: artigo em publicação periódica técnica e/ou científica: apresentação.
Rio de Janeiro: ABNT, 2018. p. 1.

BRASIL. Decreto-Lei 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da


União, Rio de Janeiro, 31 dez

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:


Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.

GRECO, Rogério. CURSO DE DIREITO PENAL: parte especial. 5. ed. Niterói: Impetus, 2008.
2 v.

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