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Adaptações Curriculares para A Educação Inclusiva
Adaptações Curriculares para A Educação Inclusiva
CURRICULARES PARA A
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
1ª Edição
Indaial - 2020
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
B238a
ISBN 978-65-5646-221-9
ISBN Digital 978-65-5646-216-5
1. Educação Inclusiva. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo
da Vinci.
CDD 371.9
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
Educação Inclusiva ....................................................................... 7
CAPÍTULO 2
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA Educação Inclusiva ..................... 47
CAPÍTULO 3
ACESSIBILIDADE E CURRÍCULO................................................. 91
APRESENTAÇÃO
Caro Pós-Graduando, a Educação Inclusiva é um campo de atuação
recente, apesar de existir muita bibliografia sobre o campo da educação
especial. No entanto, precisamos compreender em que contexto muitas destas
pesquisas foram realizadas e os desafios transpostos pela educação especial até
alcançarmos uma perspectiva inclusiva.
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Capítulo 1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Para compreendermos melhor a Educação Inclusiva, precisamos primeiramente
voltar um pouco na história e compreender de que forma a Educação Especial foi
constituída no Brasil e quais as principais características a ela relacionada.
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Capítulo 1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Foi nesse cenário que Helena Antipoff, estudiosa de origem russa, veio ao
Brasil e começou a influenciar a Educação Especial brasileira. A segregação
imposta aos estudantes com deficiência gerou nos professores e familiares
o interesse de encontrar um campo de apoio, no qual eles pudessem dar
prosseguimento aos estudos e fossem reconhecidos e respeitados diante de
suas possíveis limitações, indo na contramão da Educação Básica, que passava
então, a tomar como regra a segregação dos “bons” alunos, dos “anormais”.
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Capítulo 1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA
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Mantoan (2003, p. 13) discute que “os sistemas escolares também estão
montados a partir de um pensamento que recorta a realidade, que permite dividir
os alunos em normais e deficientes, as modalidades de ensino em regular e
especial”, e que para que haja a verdadeira inclusão algumas destas barreiras
precisam ser transpostas.
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Capítulo 1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA
3 A INCLUSÃO ESCOLAR
A inclusão escolar, como vimos anteriormente, requer mais do que
legislações ou políticas públicas, ela requer um engajamento da sociedade civil,
bem como dos atores sociais que atuam dentro da Educação Básica. Como vimos
na seção anterior, esses movimentos se iniciaram pela sociedade civil, através
de organizações de pais de estudantes e especialistas, e adentraram as políticas
públicas que tentaram complementar as iniciativas já existentes.
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Foi apenas com o avanço dos estudos sobre a Educação Especial, que esses
alunos passaram a serem tratados com equidade, ou seja, suas diferenças foram
respeitadas, visando assegurar-lhes os mesmos direitos e condições, diante de
suas limitações e capacidades.
FONTE: <https://www.ajudaria.com.br/wp-content/uploads/2019/04/
images.jpg>. Acesso em: 29 nov. 2020.
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Capítulo 1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA
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Essa condição é definida por Mantoan (2003, p. 21) como de “caráter dúbio
da educação”, e para autora, essa condição é enfatizada “pela imprecisão dos
textos legais que fundamentam nossos planos e nossas propostas educacionais e,
ainda hoje, fica patente a dificuldade de se distinguir o modelo médico-pedagógico
do modelo educacional-escolar dessa modalidade de ensino” (MANTOAN, 2003,
p. 21)
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I- Inclusão
II- Integração
III- Exclusão.
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4 ASPECTOS PEDAGÓGICOS E
ADMINISTRATIVOS DA EDUCAÇÃO
INCLUSIVA
Caro estudante, nas seções anteriores deste capítulo discutimos um pouco
mais sobre o que é a Educação Inclusiva, perpassando o processo histórico e
como o conceito foi construído, tanto na perspectiva teórica, como socialmente.
Debatemos, ainda, a Educação Inclusiva a partir dos conceitos de igualdade e
equidade, e orientações iniciais para a Educação Inclusiva dos documentos
oficiais.
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Capítulo 1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA
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“Os dados do Para isso, ao ser pensar a organização escolar com vistas a Educação
projeto político- Inclusiva, o PPP deve ser pensado e planejado para incluir uma visão
pedagógico dialógica e participativa. Professores, funcionários, alunos, pais e toda a
esclarecem
comunidade devem ser incluídos não apenas na construção dele, mas
diretor,
professores, na gestão que deverá ser montada. Para isso, é necessário um trabalho
coordenadores, desenvolvido de forma incorporadora, trazendo para dentro da rotina
funcionários e escolar todos os agentes sociais. A participação destes deve ser feita
pais sobre a não apenas como espectadores, mas de forma participativa, sugerindo,
clientela e sobre votando, atuando em políticas e rotinas escolares. A gestão, então, não
os recursos,
pode ser vista como centralizadora, e deve essencialmente pautar-se de
humanos e
materiais, de que forma democrática.
a escola dispõe”
(MANTOAN, “Os dados do projeto político-pedagógico esclarecem diretor,
2003, p. 35). professores, coordenadores, funcionários e pais sobre a clientela e sobre
os recursos, humanos e materiais, de que a escola dispõe” (MANTOAN, 2003,
p. 35). Nesse sentido, o PPP contribui para saber como a escola funciona, as
funções de cada um, os recursos humanos e materiais que a escola dispõe. Se
pensarmos numa perspectiva inclusiva, o PPP deverá incluir, por exemplo, entre
os recursos materiais, materiais adaptados para os estudantes com deficiência,
adequações físicas as instalações como rampas, barras de acesso, portas
mais largas. Quando discutir as funções dos professores, por exemplo, deverá
designar as funções dos professores regentes e de apoio pedagógico, e como
estes, em sintonia devem trabalhar desde a elaboração dos planos de aula, até o
atendimento da turma.
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Por último, o autor destaca a importância das metas (BUENO, 2011). Dentro
da perspectiva das metas a serem estabelecidas, podemos dividi-las em três
aspectos principais: as metas relativas ao acesso ao conhecimento; metas para a
formação integral do cidadão; e metas relacionadas ao convívio social (BUENO,
2011).
Assim, com a função de nortear, o PPP, não precisa descrever de que forma
cada adaptação curricular, ou dar fórmulas prontas para cada problema passível
de ocorrer em sala de aula, porém, caberá ao documento nortear de que forma as
possíveis adaptações, conteúdos e avaliações poderão ocorrer.
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Quem não teve um colega mais tímido que sobrava na hora de participar
de uma atividade em dupla? Quantas vezes observamos um colega, ou nós
mesmos, que ingressou na escola durante o ano letivo e se sentia perdido, seja
para encontrar a cantina, ou as vezes sem um colega para os momentos do
recreio? Com os estudantes deficientes muitas vezes isso ocorre, e não apenas
por preconceito, muitas vezes por falta de oportunidade.
I- Projeto Pedagógico.
II- Cotidiano escolar.
III- Convívio social.
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(FRAGA, 2017, p. 39). Essa discussão levantada por Fraga (2017) apoia-se em
estudos que indicam que muitos cursos de Licenciatura possuem poucas ou
nenhuma disciplina voltada para a Educação Especial. Assim, ao ingressar em
uma escola com perspectiva inclusiva e deparar-se com estudantes deficientes na
sala de aula, muitos professores enfrentam dificuldades em planejar e executar as
atividades. Esta insegurança baseia-se nas experiências anteriores, que muitas
vezes não existiram.
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O exemplo citado por Fraga (2017) pode ser muito bem usado para ilustrar
também o que ocorre com professores regentes, por exemplo, Pedagoga do
Ensino Fundamental I, e professores especialistas, Profissionais de Educação
Física, Língua Estrangeira, Artes etc. A falta de sincronia na gestão das atividades,
da metodologia, do suporte ao aluno com deficiência, muitas vezes pode confundi-
lo e dificultar a integração dele com os demais alunos. No Ensino Fundamental II,
com apenas professores especialistas, a tendência deste fato se repetir aumenta.
Porém, como o gestor pode modificar esta realidade?
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ocorre fora do ambiente escolar, em sua maioria durante todo o período de vida
do aluno com deficiência e com profissional ou profissionais especializados
na deficiência (ou múltiplas deficiências), por exemplo, com fisioterapeutas,
fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional etc.
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Capítulo 1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA
I- Elementos de apoio.
II- Decisões sobre o apoio.
III- Intensidade do apoio.
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5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Ao longo deste capítulo, discutimos a Educação Inclusiva a partir de suas
principais características, podendo compreender a partir destas quais as
diferenças entre a Educação Especial e a Educação Inclusiva.
Para que isso ocorresse, foi necessário que voltássemos um pouco no tempo
para conhecermos o histórico da Educação Especial no Brasil, e os desafios
que ela enfrentou até começar a se consolidar na Educação Básica brasileira.
Ressaltamos aqui, a importância das lutas pelos direitos da pessoa com
deficiência no país, que abriram as portas para estudos e para políticas públicas,
que hoje embasam a Educação Inclusiva brasileira.
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Capítulo 1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA
REFERÊNCIAS
ANTIPOFF, O. B. Educação do excepcional. Manual para professores. V. I.
Guanabara: Edições Pestalozzi, 1974.
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C APÍTULO 2
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EDUCAÇÃO
INCLUSIVA
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Capítulo 2 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
No capítulo anterior, discutimos alguns aspectos históricos da Educação
Inclusiva e de que forma esse conceito foi sendo construído no Brasil.
Consideramos necessário iniciar pelos aspectos históricos para que nossa
discussão sobre a Educação Inclusiva fosse compreendida a partir de sua origem,
até onde nos encontramos atualmente.
2 O HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO
ESPECIAL
No capítulo anterior, vimos de forma breve um histórico da Educação Especial
no Brasil, com o intuito de compreender a formação do conceito de Educação
Inclusiva e os avanços na Educação brasileira. Neste capítulo, aprofundaremos
essas discussões com o intuito de interpretar de que forma o processo histórico
político do Brasil influenciou as políticas públicas para a Educação Especial.
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A Educação Especial Como discutimos no capítulo anterior, até a década de 1960 não
no Brasil começa
haviam políticas públicas no Brasil, e por este motivo, poucas ofertas
a ser construída no
século XIX, quando de atendimento especializado ou de Educação Especial existiam no
“os serviços dedicados Brasil. Mantoan (2002, p. 2) destaca que “essas iniciativas não estavam
a esse segmento de integradas às políticas públicas de educação e foi preciso o passar de
nossa população,
inspirados por um século, aproximadamente, para que a educação especial passasse
experiências norte- a ser uma das componentes de nosso sistema educacional”.
americanas e européias
[sic]” (MANTOAN, 2002, Nesse sentido, podemos dividir a Educação Especial no Brasil em
p. 2) se introduziram na
sociedade brasileira a três momentos, conforme o quadro a seguir:
partir de estudiosos.
Período Características
No segundo período, que iniciou no ano de 1957, tem como marco inicial,
a atribuição da Educação Especial ao poder público, com o surgimento de
campanhas nacionais,
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No art. 88 podemos ver, conforme grifo, que a orientação da LDBEN era para
que dentro das “possibilidades” os estudantes com deficiência, à época chamados
de “excepcionais” deveriam cursar o sistema de ensino da rede básica, porém,
abria uma brecha para que quando julgasse necessário, as escolas negassem
esse acesso.
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Capítulo I
Art. 9º Os alunos que apresentem deficiências físicas ou
mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à
idade regular de matrícula e os superdotados deverão receber
tratamento especial, de acôrdo (sic) com as normas fixadas
pelos competentes Conselhos de Educação (BRASIL,1971,
s.p.).
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Por outro lado, a lei excluía uma parcela dos estudantes com deficiência ao
declarar que “a matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos
públicos e particulares de pessoas portadoras de deficiência capazes de se
integrarem no sistema regular de ensino” (BRASIL, 1989, s.p., grifo nosso) ao
sugerir que alguns estudantes com deficiência poderiam não “se adequar” ao
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Capítulo 2 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Neste capítulo ainda são destacados outros diretos dos estudantes com
deficiência, como serviços de apoio especializado, podendo este ocorrer em
sala, na escola ou ainda em locais específicos conforme as necessidades dos
estudantes.
A lei ressalta:
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Art. 24.
I - a matrícula compulsória em cursos regulares de
estabelecimentos públicos e particulares de pessoa portadora
de deficiência capazes de se integrar na rede regular de ensino;
II - a inclusão, no sistema educacional, da educação especial
como modalidade de educação escolar que permeia
transversalmente todos os níveis e as modalidades de ensino;
III - a inserção, no sistema educacional, das escolas ou
instituições especializadas públicas e privadas;
IV - a oferta, obrigatória e gratuita, da educação especial em
estabelecimentos públicos de ensino;
V - o oferecimento obrigatório dos serviços de educação
especial ao educando portador de deficiência em unidades
hospitalares e congêneres nas quais esteja internado por
prazo igual ou superior a um ano; e
VI - o acesso de aluno portador de deficiência aos benefícios
conferidos aos demais educandos, inclusive material escolar,
transporte, merenda escolar e bolsas de estudo (BRASIL,
1999, s.p.).
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Capítulo 2 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Percebemos, a
Nesse sentido, podemos ver um avanço nas regulamentações
partir da resolução,
quanto ao currículo do docente que irá atuar dentro da Educação Básica. que a Educação
Percebemos, a partir da resolução, que a Educação Básica passa a Básica passa a
integrar aspectos gerais sobre a Educação Inclusiva nos currículos da integrar aspectos
licenciatura, visando qualificar os profissionais que atuarão na Educação gerais sobre a
Básica para a educação em uma perspectiva inclusiva. Os cursos deixam Educação Inclusiva
nos currículos
de ser especializados para profissionais que buscam essa qualificação
da licenciatura,
e ou especialização, e passam a ser integrados ao currículo mínimo da visando qualificar
graduação. os profissionais
que atuarão na
Educação Básica
3.12 A LEI Nº 10.436/02 DE 2002 para a educação
em uma perspectiva
Em seguida à resolução do CNE de 2002 surge a Lei nº 10.436, inclusiva.
ainda no mesmo ano, reconhecendo a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como
meio legal de comunicação e expressão (BRASIL, 2002b).
Art. 1o
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais -
Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema
lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical
própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de
idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas
do Brasil.
[...]
Art. 4o O sistema educacional federal e os
O sistema
sistemas educacionais estaduais, municipais e
do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos educacional federal
cursos de formação de Educação Especial, de e os sistemas
Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis educacionais
médio e superior, do ensino da Língua Brasileira estaduais,
de Sinais - Libras, como parte integrante dos municipais e do
Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, Distrito Federal
conforme legislação vigente. devem garantir a
Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - inclusão nos cursos
Libras não poderá substituir a modalidade escrita
de formação de
da língua portuguesa (BRASIL, 2002b, s.p.).
Educação Especial,
de Fonoaudiologia
Destacamos esses dois trechos da legislação, posto que no e de Magistério,
Parágrafo Único do Art. 1º vislumbra o reconhecimento da LIBRAS com em seus níveis
toda sua complexidade linguística e importância para as comunidades médio e superior, do
surdas brasileiras. ensino da Língua
Brasileira de Sinais
- Libras, como
No art. 4º, complementa a resolução trazendo a LIBRAS como parte integrante
conteúdo essencial nos cursos de formação docente, tanto em nível dos Parâmetros
médio quanto superior. Amplia, ainda, esta formação para os cursos de Curriculares
Fonoaudiologia. Nacionais - PCNs
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Art. 2º
IX - garantir o acesso e permanência das pessoas com
necessidades educacionais especiais nas classes comuns
do ensino regular, fortalecendo a inclusão educacional nas
escolas públicas, [...] (BRASIL, 2007b).
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Capítulo 2 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
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Os avanços a partir deste novo Decreto vão além, ainda discorrendo sobre
a importância do atendimento especializado fazer parte da proposta pedagógica
da escola, da comunidade, e sobre as ações voltadas à oferta do atendimento
especializado para os estudante com “deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede
pública de ensino regular” (BRASIL, 2008b, s.p.).
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Capítulo 2 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
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nível de desenvolvimento;
II - padrões restritivos e repetitivos de comportamentos,
interesses e atividades, manifestados por comportamentos
motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos
sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotinas e padrões
de comportamento ritualizados; interesses restritos e fixos
(BRASIL, 2012, s.p.).
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na
promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas
de discriminação;
IV - melhoria da qualidade da educação;
V - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase
nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade;
VI - promoção do princípio da gestão democrática da educação
pública;
VII - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica
do País;
VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos
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Capítulo 2 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Art. 4o
Parágrafo único. O poder público buscará ampliar o escopo das
pesquisas com fins estatísticos de forma a incluir informação
detalhada sobre o perfil das populações de 4 (quatro) a 17
(dezessete) anos com deficiência (BRASIL, 2014, s.p.).
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ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas” (BRASIL, 2015, s.p.). Para isso, a Lei destaca que “a avaliação
da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por equipe
multiprofissional e interdisciplinar” (BRASIL, 2015, s.p.).
No seu art. 3º, a Lei ainda ressalta aspectos essenciais para a compreensão
dos direitos da pessoa com deficiência, entre eles
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Capítulo 2 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
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Capítulo 2 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
I- Inclusão
II- Integração
III- Exclusão.
A inclusão dos alunos com deficiência na rede básica pode ser compreendida
como um evento recente, que “advém de uma luta histórica, consolidando-se,
expressivamente, enquanto movimento social, mundialmente conhecido, com
a Declaração Mundial sobre Educação para Todos” (BARROS; SILVA; COSTA,
2015, p. 147). Nesse sentido, é importante destacarmos que diversos municípios
e estados tem buscado adequar-se as novas demandas, exigências e realidades
de cada contexto. Barro, Silva e Costa (2015, p. 147) alertam ainda que “as ações
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Capítulo 2 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
4.1 AS DIFICULDADES NO
PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR
Mantoan (1997, s.p.) apresenta como meta essencial da inclusão “não deixar
ninguém fora do sistema escolar, que deverá adaptar-se às particularidades
de todos os alunos”. Nesse sentido, a autora destaca que “à medida que as
práticas educacionais excludentes do passado vão dando espaço e oportunidade
à unificação das modalidades de educação, regular e especial, em um sistema
único de ensino, caminha-se em direção a uma reforma educacional mais ampla”
(MANTOAN, 1997, s.p.), no qual todos os alunos possam ser devidamente
atendidos e possam efetivar sua aprendizagem.
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Capítulo 2 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Educação.
• Falta de acessibilidade arquitetônica.
• Ausência ou precariedade de transporte adaptado.
• Salas de recursos multifuncionais superlotadas.
• Falta de clareza dos profissionais sobre como realizar o trabalho
colaborativo entre o professor do AEE da sala de recursos multifuncionais
com o professor da turma comum de ensino.
• Falta de profissionais especializados para atuar no AEE e de intérpretes
de Libras.
• Falta de formação continuada (PLETSCH, 2014, p. 13).
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Outro aspecto que foi ressaltado previamente por Pletsch (2014) e que
está associado à docência, é o planejamento das aulas para uma turma em
uma perspectiva inclusiva. Como destacamos no Capítulo 1 deste livro, as aulas
devem incluir professor regente, professor de apoio pedagógico ou atendimento
especializado e estudantes (com e sem deficiência). Todavia em virtude das baixas
horas para planejamento, muitas vezes os professores de apoio pedagógico e
os demais professores não conseguem desenvolver os planejamentos de forma
conjunta, o que resulta em um processo de ensino-aprendizagem desconectado
entre estudantes com e sem deficiência, ou que profissionais de apoio pedagógico
apenas implementam sem participar efetivamente da elaboração das atividades.
Mantoan (2012, p. 42) ressalta que existe “uma cisão entre o que os
professores aprendem e o que põem em prática nas salas de aula”. Por esse
motivo, a autora ressalta a importância da formação continuada em serviço,
que pode utilizar a realidade local da escola, os desafios vivenciados pelos
profissionais da educação e os casos existentes dentro da escola. Porém, estas
formações em alguns momentos são vistas de forma negativas pelos professores.
“Grande parte desses profissionais concebe a formação como sendo mais um
curso de extensão, de especialização, com uma terminalidade e um certificado
que convalida a capacidade de ser um professor inclusivo” (MANTOAN, 2012,
p. 42) e não como um estudo de caso contextualizado, que pode possibilitá-los
repensar a própria prática.
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Capítulo 2 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
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I- Desafios pedagógicos.
II- Desafios administrativos.
III- Desafios sociais.
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5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Ao longo deste capítulo buscamos elencar aspectos sobre a Educação
Inclusiva dentro do processo político do Brasil, e como essas mudanças políticas
influenciaram os marcos legais que regem a Educação Especial no país.
REFERÊNCIAS
BARROS, A. B.; SILVA, S. M. M. da; COSTA, M. da P. R. da. Dificuldades
no processo de inclusão escolar: percepções de professores e de alunos
com deficiência visual em escolas públicas. Bol. - Acad. Paul. Psicol., São
Paulo, v.35, n. 88, p. 145-163, jan. 2015.
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Capítulo 2 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
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C APÍTULO 3
ACESSIBILIDADE E CURRÍCULO
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Capítulo 3 ACESSIBILIDADE E CURRÍCULO
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
No capítulo anterior, reforçamos as discussões sobre o processo histórico
político brasileiro e as influências nas políticas públicas para a Educação Especial
brasileira. Apresentamos, também, através de uma linha cronológica as principais
leis criadas para reger e orientar a Educação Especial no Brasil, apontando as
relações entre o processos político-históricos e as legislações.
2 O CURRÍCULO ADAPTADO
Leite et al. (2011, p. 89) destacam que “a inclusão educacional faz parte
de um movimento maior, de repercussão mundial, denominado Inclusão
Social”, movimento este que busca promover e garantir a todos os indivíduos,
independente de seu credo, raça ou condição social, os mesmos direitos,
respeitadas suas características e limitações.
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AdaPTaçÕEs curricularEs Para a Educação Inclusiva
Para isso, o documento ressalta que cada individuo é único, e que seus
aspectos sociais, históricos, culturais, bem como suas características físicas e
mentais devem não apenas serem respeitadas, mas devem ser consideradas
dentro da perspectiva inclusiva de educação. Assim, “cada um é diferente do
outro, tanto em termos de suas características físicas, sociais, culturais, como de
seu funcionamento mental” (BRASIL, 2000, p. 8).
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Capítulo 3 ACESSIBILIDADE E CURRÍCULO
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AdaPTaçÕEs curricularEs Para a Educação Inclusiva
Organizativas
• Organização de agrupamentos
• Organização didática
• Organização do espaço
Relativas aos objetivos e conteúdos
• Priorização de áreas ou unidades de conteúdos
• Priorização de tipos de conteúdos
• Priorização de objetivos
• Sequenciação
• Eliminação de conteúdos secundários
Avaliativas
• Adequação de técnicas e instrumentos
• Modificação de técnicas e instrumentos
Nos procedimentos didáticos e nas atividades
• Modificação de procedimentos
• Introdução de atividades alternativas às previstas
• Introdução de atividades complementares às previstas
• Modificação do nível de complexidade das atividades
• Eliminando componentes
• Sequenciando a tarefa
• Facilitando planos de ação
• Adaptação dos materiais
• Modificação da seleção dos materiais previstos
Na temporalidade
• Modificação da temporalidade para determinados objetivos e conteúdos
previstos
FONTE: Adaptado de Manjón, Gil e Garrido (1995)
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Capítulo 3 ACESSIBILIDADE E CURRÍCULO
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Capítulo 3 ACESSIBILIDADE E CURRÍCULO
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Objetivos
• Eliminação de objetivos básicos
• Introdução de objetivos específicos, complementares e/ou alternativos
Conteúdos
• Introdução de conteúdo específicos, complementares ou alternativos;
• Eliminação de conteúdos básicos do currículo
Metodologia e Organização Didática
• Introdução de métodos e procedimentos complementares e/ou
alternativos de ensino e aprendizagem.
• Organização.
Introdução de recursos específicos de acesso ao currículo.
Avaliação
• Introdução de critérios específicos de avaliação.
• Eliminação de critérios gerais de avaliação.
• Adaptações de critérios regulares de avaliação.
• Modificação dos critérios de promoção.
Temporalidade
• Prolongamento de um ano ou mais de permanência do aluno na
mesma série ou no ciclo (retenção).
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ou introdução de novos objetivos, com o intuito de substituir outros que não podem
ser alcançados pelo estudante, ou para adequá-los as capacidades do estudante.
Nesse caso, os objetivos são criados apenas para o estudante, não sendo
aplicados aos demais. Ou, ainda, podem ser criados objetivos complementares,
para que os estudantes com deficiência possam alcançar, através de um reforço
ou complementação pedagógica, os objetivos específicos traçados para os
demais estudantes.
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educando, bem como na identificação dos fatores que interferem no seu processo
de ensino-aprendizagem” (BRASIL, 2003, p. 43).
Todos esses aspectos precisam ser pensados previamente, mesmo que nem
todas as decisões possam ser definidas ao mesmo tempo. Porém, a importância
de traçar um projeto de como será realizado o planejamento se faz essencial, posto
que os objetivos e os critérios avaliativos do estudante estarão intrinsecamente
relacionados a todo o processo de aprendizagem. Assim, planejamentos que
desconsiderem as adaptações, ou que não permita essas alterações podem
interferir diretamente na aprendizagem e na avaliação dos alunos com deficiência.
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3 AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
As tecnologias são parte essencial para a adaptação de materiais na
Educação Inclusiva. Porém, você sabe o que são as tecnologias assistivas?
Conte, Ourique e Basegio (2017) definem as Tecnologias Assistivas (TA) como
“todo o arsenal de recursos, serviços, estratégias e práticas que contribuem para
proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com necessidades
especiais, promovendo vida independente e inclusão humana” (CONTE;
OURIQUE; BASEGIO, 2017, p. 23).
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Conte, Ourique e Basegio (2017, p. 11) apontam que hoje estamos vivendo
um novo momento de reconfiguração das TAs, que busca fortalecer os vínculos
entre os estudantes com deficiência, que durante muitos anos foram impedidos
de exercitar os seus direitos de acesso à educação, respeito, liberdade de
expressão e até mesmo convívio social. Durante muitos anos, o diagnóstico era
feito de maneira falha, “em alguns casos era perceptível a presença de alguma
deficiência; no entanto, devido à dificuldade em se conseguir um laudo, esses
alunos começavam a ser atendidos antes mesmo do diagnóstico” (OLIVEIRA;
MANZINI, 2016, p. 566).
Assim, Conte, Ourique e Basegio (2017, p. 13) citam Bersch (2008) para
ilustrar que corroboram com a afirmação do autor quando “Bersch (2008, p. 2)
defende que a tecnologia assistiva precisa ser entendida como ‘[…] um auxílio que
promoverá a ampliação de uma habilidade funcional ou deficitária, ou ainda, que
possibilitará a realização de uma função desejada e que se encontra impedida’”.
Para muitos Para muitos professores, lidar com qualquer tipo de tecnologia
professores, lidar
representa um desafio por si só, mas ao abordarmos as TAs, discutimos
com qualquer
tipo de tecnologia formas de inclusão para os estudantes, e ao mesmo tempo, dar condições
representa um para que eles possam se desenvolver com autonomia e equidade. Nesse
desafio por sentido, o Plano Nacional de Educação (PNE) que conhecemos no capítulo
si só, mas ao anterior estabelece uma meta destinada a Educação Inclusiva, a Meta 4,
abordarmos as que diz:
TAs, discutimos
formas de Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete)
inclusão para os anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento
estudantes, e ao e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação
mesmo tempo, básica e ao atendimento educacional especializado,
dar condições preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia
para que eles de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos
possam se multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados,
desenvolver com públicos ou conveniados (BRASIL, 2008, s.p.).
autonomia e
equidade. Assim, o documento traça 19 estratégias que visam ampliar o
atendimento, resguardar os direitos da pessoa com deficiência e orientar a
comunidade e os profissionais da educação quanto as políticas públicas voltadas
para as deficiências, mas também para os estudantes com transtorno global do
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FONTE: A autora
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FIGURA 3 – DOSVOX
FONTE: <https://institutoitard.com.br/wp-content/uploads/2017/12/curso-
Construir-1.jpg>. Acesso em: 3 dez. 2020.
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Uma das TAs mais reconhecidas e que tem um histórico no Brasil desde o
Instituto dos Meninos Cegos no Rio de Janeiro, é o Braille. Entretanto, o material
utilizado, os livros e a impressora são materiais caros, e que muitas vezes
impossibilita universalizar a alfabetização em escolas de comunidades mais
carentes.
Criado por um cientista francês que aos três anos de idade ficou cego, o
braile é um sistema de leitura e escrita tátil, que permite aos deficientes visuais a
leitura com as mãos.
FONTE: <http://www.advcomm.com.br/wp-content/uploads/2017/01/braile_foto_
divulgacao-450x230.jpg>. Acesso em: 3 dez. 2020.
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FONTE: <https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-
permanentes/cpd/noticias/ufrgs-disponibiliza-material-de-comunicacao-simples-1/
image>. Acesso em: 3 dez. 2020.
Para seleção mais adequada, Manzini (2016) indica que sejam respeitados
alguns processos. O autor ressalta a importância de compreender a situação
do aluno. Escutar seus interesses, identificar suas dificuldades e sua dinâmica
escolar. Em seguida, faz-se necessário analisar as soluções já existentes
no campo familiar e escolar, e iniciar o processo de pesquisa de materiais e
alternativas que podem ser realizadas. A partir desse momento, poderão ser
traçadas as alternativas mais viáveis analisando as necessidades que necessitam
de atendimento, e a disponibilidade física e financeira do aluno e ou da escola.
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Outras CAs que o autor ressalta são as pranchas com estímulos removíveis.
Nesse caso, elas podem ser adaptadas com o uso de velcros “como fossem
pautas de um caderno. Sobre os velcros são fixadas as figuras para comunicação
alternativa. Atrás de cada figura também é colado outro velcro para possibilitar a
fixação na prancha” (MANZINI, 2016, p. 13). Esse material pode ser confeccionado
pelo professor para permitir a troca de estímulos de acordo com as necessidades
dos estudantes, através da mudança das figuras fixadas.
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( ) BookReader.
( ) Sistema Blyss.
( ) LIBRAS.
( ) Dosvox.
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4 A ATUAÇÃO DO PROFESSOR
Chegamos à última seção do nosso livro sobre Educação Inclusiva e
reservamos esse espaço para discutir justamente o papel do professor na
Educação. Como vimos anteriormente, os docentes foram responsáveis
por algumas das mudanças na Educação Especial, eles têm sido também
protagonistas na implementação da Educação na perspectiva inclusiva. Porém,
os professores são ainda um dos principais desafios para a implementação de
uma política efetivamente inclusiva. Não apenas o profissional, mas a formação
docente e as condições oportunizadas a estes profissionais para qualificação
profissional, planejamento e realização de atividades pedagógicas no ambiente
escolar.
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Minetto (2008, p. 101) ressalta que para que esse processo ocorra de
maneira efetiva, o “professor precisa organizar-se com antecedência, planejar
com detalhes as atividades e registrar o que deu certo e depois rever de que modo
as coisas poderiam ter sido melhores”. Para o autor, é necessário mudar a visão
sobre os estudantes com deficiência e compreende-los para além das limitações
destes alunos. “É preciso olhar para o resultado alcançado e perceber o quanto
“todos” os alunos estão se beneficiando das ações educativas” (MINETTO, 2008,
p. 101).
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Para que ocorra a inclusão efetiva, “é fundamental que o professor nutra uma
elevada expectativa em relação à capacidade de progredir dos alunos e que não
desista nunca de buscar meios para ajudá-los a vencer os obstáculos escolares”
(MANTOAN, 2006, p. 48).
Dentro dessa perspectiva, é necessário que ocorra toda uma rede de apoio,
que englobe não apenas o professor, mas os professores de apoio, demais
profissionais (intérprete, fonoaudiólogos, psicopedagogos etc.), a gestão escolar
e a família. Essa rede é essencial para que o estudante possa se sentir valorizado
dentro de suas experiências e para que as propostas desenvolvidas sejam
integradas, facilitando e não dificultando ainda mais o processo pedagógico do
aluno com deficiência. Ao professor cabe gerir também essa equipe, visando
sempre o sucesso do estudante.
Uma parceria mais do que necessária deve surgir então entre estes sujeitos.
O bom desenvolvimento do estudante estará intrinsecamente relacionado ao
sucesso dos planejamentos e das práticas pedagógicas, que devem, como
previamente citado, ser realizado em parceria entre estes docentes.
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5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste último capítulo, discutimos aspectos relacionados as Adaptações
Curriculares para educação dentro da perspectiva inclusiva. Como observamos,
este é um dos processos mais complexos para a inserção dos estudantes com
deficiência na rede básica de ensino.
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precisa ser realizado para que elas possam efetivamente ocorrer. E para que
ocorram de forma a inserir o estudante, e não perpetuar a exclusão social.
Por isso, ao finalizar este capítulo resgatamos todos os saberes dos capítulos
anteriores para que possamos compreender como a Educação Inclusiva é um
quebra-cabeça composto por diferentes peças, e que cada uma delas é essencial
para a boa execução dos projetos pedagógicos.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. MEC. Projeto Escola Viva - Garantindo o acesso e permanência de
todos os alunos na escola: alunos com necessidades educacionais especiais,
Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2000.
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