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A Fúria

Mecanicamente, é medida em uma escala de 0 a 10 pontos, que podem ser gastos para realizar certos
tipos de ações. Contudo, a ideia é que o Lobisomem sempre evite chegar a zero pontos, para que não perca
seus poderes bestiais. Certas situações também podem exigir que você faça um Teste de Fúria, sob o risco de
perder o controle do personagem, portanto a Fúria também representa o conflito entre o ser civilizado e o
animal descontrolado que ocupam o mesmo corpo.
Em D&D, entretanto, uma criatura transformada em Lobisomem (ou qualquer outro licantropo)
simplesmente pode alternar entre as formas Humanóide, Híbrida e Lobo ao custo de uma ação e sem risco de
perder o controle. Isso faz sentido, pois dá ao jogador autonomia com as habilidades de Licantropo, mas, ao
mesmo tempo, cria um senso de controle incoerente com o conflito besta versus humano.
Para resolver este problema sem remover habilidades ou a agência dos jogadores, adaptei a ideia dos
Pontos de Fúria criando gatilhos e usos. Vamos ver como!

Gatilhos
Acrescentei uma escala de 0 a 10 Pontos de Fúria. Porém, isso é sempre ruim para o jogador. Digo
ruim, porque aumenta as chances de o personagem perder o controle. Mas, se for isso que ele quer, então
pode ser ótimo!
Este novo “Personagem Lobisomem” de D&D ganha Pontos de Fúria se se deparar com algum
gatilho. Vários acontecimentos podem servir como gatilhos para os Pontos de Fúria. De qualquer maneira,
alguns eventos podem ser gatilhos para qualquer Lobisomem:

 Sair sob a luz do luar;


 Rolar uma falha crítica;
 Ser atingido com um acerto crítico;
 Tomar dano acumulado igual ou maior a metade dos Pontos de Vida;
 Ser atingido por uma arma ou projétil de prata;
 Sofrer efeitos mágicos de manipulação mental ou encantamento.

Quando um gatilho acontece, o personagem ganha 1d6 Pontos de Fúria, exceto pelo gatilho “Sair sob
a luz do luar”. Como este pode ser um evento recorrente, ao sair durante a noite, o personagem ganha (1d8 -
2) Pontos, representando diferentes fases possíveis da lua. Assim, abre-se a possibilidade de não ganhar
nenhum Ponto, se ele der sorte de pegar uma lua nova ou coberta por nuvens!
Toda vez que um personagem ganha Pontos de Fúria por meio de Gatilhos, deve fazer um Teste de
Fúria. Rolando 1d10, o jogador deve tirar um número maior que seus Pontos de Fúria atuais ou Libertará a
Besta (mais sobre isso abaixo).

Usos
Um personagem também pode escolher ganhar Pontos de Fúria em troca de alguns benefícios
instantâneos. Isso faz com que o jogador sempre se depare com a escolha entre “alimentar a besta” ou abrir
mão de algum tipo de vantagem, representando ainda mais o conflito citado acima. Também acrescenta um
pouco de gerenciamento de recursos, mas sem deixar as coisas complicadas.
Entre outras coisas, um personagem lobisomem pode escolher ganhar Pontos de Fúria em troca de:

 Alternar entre as formas Humanóide, Híbrida ou Lobo como ação bônus, em vez de ação padrão
(Ganha 1d4 Pontos de Fúria);
 Realizar 2 ataques de Mordida no lugar de 1 Garra + 1 Mordida (Ganha 2 Pontos de Fúria);
 Fazer com que seus ataques sejam mágicos por 1 minuto (Ganha 2d4 + 1 Pontos de Fúria);
 Adquirir Visão no Escuro por 10 minutos (Ganha 1d4 + 1 Pontos de Fúria).

Quando um personagem lobisomem ganha Pontos de Fúria por meio de Usos, não é necessário fazer
o Teste de Fúria. Isso incentiva o jogador a utilizar suas habilidades de lobisomem, mas, quando um Gatilho
surgir, os pontos que ganhou com Usos deixarão a situação mais complicada!

Libertando a Besta
Ao Libertar a Besta, o personagem perde o controle, entrando em um estado agressivo e violento e,
possivelmente, atacando inimigos e aliados sem distinção.
Neste momento, tudo depende muito do(a) Mestre e do grupo de jogadores. Se o jogador em questão
não tiver problemas com isso, o(a) Mestre pode assumir o controle do personagem durante o período de
frenesi. Contudo, isso pode não ser muito divertido e grupos com uma confiança interna bem estabelecida
podem permitir que o próprio jogador interprete o surto do lobisomem.
Se algum tipo de suporte mecânico for necessário, você pode utilizar a tabela de reações (mais abaixo).
Há duas maneiras de um personagem perder o controle e Libertar a Besta:

 Chegando a 10 Pontos de Fúria, seja por meio de Gatilhos ou Usos


 Falhando em um Teste de Fúria após ganhar Pontos de Fúria por meio de um Gatilho

Ou seja: independente do motivo, um personagem Liberta a Besta automaticamente quando chega a


10 Pontos de Fúria. Além disso, pode perder o controle após um Gatilho, mesmo que ainda não tenha
completado os 10 Pontos.

Exemplos:

 Maximus não tem nenhum Ponto de Fúria. Contudo, ao sofrer um dano crítico (Gatilho), ganha 4
Pontos e tem de fazer um Teste de Fúria. Tirando 4 ou menos neste Teste, Maximus perde o
controle. Com 5 ou mais, nada acontece.
 Kahira tem 6 Pontos de Fúria, mas decide que é necessário realizar sua transformação de
Humanóide para Lobo como ação bônus. Ao rolar o dado, ganha mais 4 Pontos de Fúria, chegando
a 10. Por isso, automaticamente Liberta a Besta.

Após Libertar a Besta, um personagem perde 1 Ponto de Fúria por rodada e permanece neste estado
de frenesi até que chegue a 0 pontos. Portanto, se Maximus (acima) perder o controle, passará 4 rodadas
enlouquecido. Já Kahira passaria 10 rodadas.
Um jogador pode tentar voltar ao seu estado normal no fim de cada rodada. Se suceder em um Teste
de Fúria, volta ao normal, mas não perde nenhum dos Pontos de Fúria atuais. Se falhar, continua em surto e
ganha mais 1 Ponto de Fúria.

Tabela de Reações
Se você preferir deixar os dados decidirem o que acontece com um personagem que Liberta a Besta,
pode utilizar a tabela abaixo toda rodada, a cada 2 ou 3 rodadas, ou mesmo uma única vez por todo o período
de frenesi. Role 2d6 e adicione ao resultado um número igual a metade dos Pontos de Fúria atuais do
personagem (arredondados para baixo). Exemplo: se Kira tem 5 Pontos de Fúria, rolam-se (2d6 + 2) na
tabela abaixo.

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