Você está na página 1de 21

Aula 1 – Artrites Idiopáticas

 Provas de função reumática – VHS, Proteína C Reativa e auto-anticorpos.


Artrite Reumatóide
 Mulher de meia idade (25 a 55 anos), com pico aos 40. Pensar na Marília Gabriela
há alguns anos atrás.
 70% dos pctes HLA-DR4
 Fisiopatologia:
o Idiopática
o Desregulação imunológica:
 Fator Reumatóide (positivo em 70/80%; é um IgM contra IgG “self”)
 Anti-Peptídeo Citrulinado Cíclico (Especificidade – 98%)
 TNF-Alpha (alvo terapêutico)
 Patogenia:
o Sinovite crônica, endurecida – formando PANNUS  destrói osso e
cartilagem  deformidade articular
o Preferência por mão, pé e punho!!!
 Hx Natural da Dça:
o Insidiosa, aditivia (uma articulação após a outra – não migratória) e bilateral
(simétrica). Ao fim, poliartrite simétrica periférica.
o Deformidades:
1) Desvio Ulnar dos Quirodáctilos . As articulações IFD podem ter
deformidade mesmo sem sinais de artrite.
2) Dedo em pescoço de cisne: IFD – flexão; IFP – hipertensão.
3) Dedo em botoeira: IFP – hiperextensão; IFP – flexão.
4) Cisto de Baker. Não é patognomônico; protusão da cápsula articular para
fossa poplítea. Ruptura do cisto pode fazer DxD com TVP.
5) Punho em dorso de camelo. Uma corcova é o punho; a “sela” é
musculatura da mão atrofiada; e a outra corcova, as arts MCF. Pode
cursar também com Sd do Túnel do Carpo
 Peculariedades
o Subluxação Atlanto-axial – único acometimento de coluna vertebral.
o Cricoaritenoidite
 Cursa com rouquidão
 Se edema importante, pode fazer obstrução de via aérea
 Manifestações extra-articulares – normalmente quando há altos níveis de auto-
anticorpos ( nódulos reumatóides e vasculites em qualquer lugar do corpo):
o PELE - Nódulos subcutâneos face extensora de MmSs quando em fase
avançada. Vasculite em pele tbm.
o CORAÇÃO – pericardite, nódulos, vasculites, coronariopatia
o PULMÃO – derrame pleural com menor valor de glicose de todas as
doenças, nódulos, vasculite, Sd de Caplan (AR + Pneumoconiose)
o OLHOS – Sd de Sjogren, Episclerite
o Mnemônico – PEGUEI NOJO DE VASCA  PEricarditeGUEI
NOdulosJOgren DErrame Pleural VASculiteCAplan
 Critérios Dx (2010) (procurar na internet ou apostila):
o Número de Articulações, valorizando as menores
o Sorologia, valorizando altos títulos, é claro.
o VHS e PCR tem significado, porém pequeno
o Duração da doença superior a 6 semanas
o Dx de AR se acumular mais de 6 pontos.
 Tto Farmacológico
o AINE e CTC como sintomáticos (CTC em dose anti-inflamatória e não
imunossupressora)
o DARMDS
 Convencionais: metotrexato (droga de escolha; mas hepatotóxico e
promove anemia megaloblástica – repor Ác. Fólico), sulfassalazina,
hidroxicloroquina, leflunamida.
 Biológicos (fazer PPD antes): anti-TNF alpha (infliximab, etarnacept,
adalimumab); anti-IL-1 (anakinra); anti-CD20 (baixa Linf. B – rituximab)
o Estratégia (escalonar de acordo com o número de articulações, VHS/PCR,
títulos sorológicos)
 Dça Leve: AINE + hidroxicloroquina;
 Dça Moderada: AINE + Metotrexate
 Dça Grave: CTC + metotrexate
 Na refratariedade, usar biológicos.
*Sd de Felty: AR + esplenomegalia + neutropenia (pode ser pancitopenia)!!

Espondiloartropatias Soronegativas (Ausência de FR; HLA B27; Entesites)


1. Espondilite Anquilosante
2. Artrite Reativa
3. Artrite Psoriásica
4. Artropatia Enteropática

Espondilite Anquilosante
 Esqueleto Axial: sacro-ilíaca + coluna  calcificação ascendente (anquilose)* 
coluna em bambu.
*Da sacro-ilíaca à cervical, sempre começando por aquela.
 Epidemio: homem jovem (23 anos) – Cauã Reymond
 Clínica
o Insidiosa; lombalgia em homem com menos de 40 anos;
o Duração de mais de 3 meses;
o Característica inflamatórias: rigidez matinal; melhora com a atividade física,
piorando à noite e com o repouso. Responde bem à AINE.
o No fim da doença, postura e marcha do ESQUIADOR. Retificação lombar
com aumento da cifose cervical e passos curtos.
 E.F.
o Teste de Schober – presente apenas após acometimento lombar.
 Manifestações Extra-articulares
o Uveíte Anterior (a mais frequente)
o Insuficiência Aórtica
o Fibrose Pulmonar Bolhosa

 Diagnóstico (1 critério radiológico – sacroileíte – e um critério clínico) – consultar


seu trabalho do 9º Período:
o Golden-Standard: RNM
o Dor lombar por no mínimo 3 meses de características inflamatórias
o Menor mobilidade lombar e/ou torácica
 Tto:
o Fisioterapia
o Drogas
 AINE
 Inibidores do anti-TNF alpha (infliximab, etenarcept, adalimumab)
 EVITA-SE CTC, pois antecipa a osteoporose.

Artrite Reativa
 Fisiopatologia
o Processo infeccioso à distância: GECA ou ITU (Shigella, Salmonella,
Chlamydia)
o Oligoartrite periférica pós infecciosa - preferência por grandes articulações,
sobretudo joelhos.
*Sd de Reiter (forma mais comum de A. Reativa): artrite + uretrite/cervicite +
conjuntivite (Dx é clínico) – Tríade.
*Outras manifestações: dactilite (quiro ou pododáctilo em salsicha), ceratoderma
blenorrágico (lesão queratinizada em palma ou planta), balanite circinada e uveíte
anterior, úlcera oral.
 Dx é clínico
 Tto: AINE + ATB (se houver uretrite presente)
 Prognóstico geralmente muito bom.
Artrite Psoriásica (Psoríase!!!)
 Lesões dermatológicas em: extensão do cotovelo, do joelho; em couro cabeludo;
pitting em unha; região periumbilical.

 5 formas:
o Poliartrite simétrica (lembra AR)
o Artrite axial (lembra EA)
o Oligoartrite assimétria (lembra Reiter)
o Artrite das interfalangeanas distais
o Atrite mutilante (destrói interfalangeanas Distais – Rx da aula do Dante, no
nono período)

Aula 2 – Colagenoses
Lúpus Eritematoso Sistêmico
 Mulher jovem, com pequena preferência para negras
 Dça das “ites” e “penias”; virtualmente, pode acometer qualquer órgão.
 Patogenia
o Def. de C2 e C4;
o HLA DR2 e DR3;
o Estrogênio e raça negra
o Tabagismo
o Radiação ultra-violeta – altera o DNA, expondo antígenos e,
consequentemente, anticorpos.
 Auto-anticorpos do LES (são 11)
o Nucleares (FAN)
 Anti-DNA dupla hélice (70%): segundo mais específico; marcador de
atividade inflamatório; grande responsável pela nefrite lúpica;
 Anti-histona (70%): LES fármaco induzido;
 Anti-ENA:
 Anti-smith (30%): mais específico;
 Anti-RNP (40%): DMTC;
 Anti-Ro (SSA – 40%): 1) Sjogren tbm; 2) fotossensibilidade; 3)
Lúpus cutâneo subagudo; 4) atravessa a barreira placentária e
faz BAVT neonatal; 5) se for FAN negativo, tem de ser Anti-Ro
positivo;
 Anti-La (SSB – 10%): Sjogren tbm
*Quem tem Anti-Ro ou Anti-la, normalmente não tem anti-DNAsd; ou seja, é
renoprotetor
o Citoplasmáticos (FAN ainda):
 Anti-P (20%): Psicose lúpica;
o Anti-Membrana (causa as penias)
 Anti-linfócito (70%)
 Anti-eritrócito (60%)
 Anti-plaqueta (30%)
 Anti-neurônio (60%): responsável pelas manifestações neurológicas.
 Anti-fosfolípede (50% - é uma categoria de anticorpos e está
relacionada com abortos de repetição e trombose)
 VDRL falso positivo
 Anticoagulante lúpico (esse nome, pq alarga TTPA em vitro)
 Anticardiolipina
 Anti-B2-Glicoproteína 1
o FAN (98%)
 Tem de ser igual ou maior que 1:80
 Padrão de FAN
 Homogêneo – anti DNA e anti-histona
 Salpicado (anti-ENA)
 Critérios diagnósticos (ACR – 4 de 11; SLICC – 4 de 17, sendo 1 clínico e 1
imunológico) – não descreverei perfeitamente; google ou apostila it!
1. Rash Malar que poupa sulco nasolabial
2. Fotossensibilidade
3. Lupus discoide – couro cabeludo e pavilhão auricular
4. Úlceras orais (indolores, normalmente)
5. Artrites não-erosiva de duas ou mais articulações (pequenas e migratórias). Se
deformar – e pode –, Jaccoud!
6. Serosites ou derrames – acometendo pericárdio ou pleura
7. Anemia hemolítica (Ret : 3%); leucopenia/linfopenia em 2 HMGs; Plaquetopenia <
100.000
8. Proteinúria ( >= 500mg/d ou +++ ou cilindros celulares no PU)
9. Convulsões ou Psicose
10. FAN + = 1:80
11. Anti-DNAsd ou Anti-Sm ou Anti-fosfolípide
*Até o 6, LES Brando (AINE). Até o 7, LES Moderado ou fármaco induzido
(Procainamida, que apresenta o maior risco; Hidralazina, que é a causa mais comum;
Fenitoína, que mimetiza várias doenças, flu-like inclusive – lembrar do senador negro
em House). Até 9, LES Grave – pode causar diminuição da cognição.
12. Alopécia
13. Hipocomplementemia – basta um.
14. Coombs direto + sem anemia
15. Artralgia c/ rigidez matinal
16. Neuropatia, mielite, delirium
*A SLICC desmembra os anticorpos, por isso a matemática não tá batendo.
 Manifestações Renais do LES (anti-DNAsd + baixo complemento)
1. Rins normais
2. Mesangial Mínimo  acompanhar, sem tratar
3. Proliferativa Focal  CTC
4. Proliferativo Difuso (a mais comum e grave) – cursa com o PU todo zoado  CTC e
ciclofosfamida
5. Membranosa – pode ser sinal inicial do LES. Cursa com Nefrótica pura ou
subnefrótica (PU mais “limpo”); pode ter C normal e anti-DNAsd negativo  CTC +
iECA
6. Esclerosante  Terapia de Reposição Renal
 Tratamento
o Cutâneo-articular  protetor solar, anti-maláricos, AINE
o Serosite  predsim 0,5/mg/kg/dia
o Hematológico e SNC  predsim 1mg/kg/dia
o Nefrite IV  ciclofosfamida + CTC
o Refatários  inibidor de Linf. B (bilimumab)
Sindrome de Sjogren (Síndrome Seca)
 Infiltrados de linfócitos nas glândulas exócrinas (lágrimas e salivas)
 9:1 em mulheres de 30 a 40 anos
 Xeroftalmia (ceratites) e xerostomia (lesões na língua, cáries, perda da gustação)
 Primária (quando isolada)
o Maior chance de achados extra-glandulares
 Raynaud; ATR I; Vasculites Cutâneas; Sd de Fanconi
 Secundária a:
o AR, LES, ES, CBP
*risco de linfoma aumentado, sobretudo em parótida. Linfoma extranodal de Céls B da
Zona Marginal
*Pseudolinfoma  LFNM generalizada, porém reacional.
 Dx (positivo se: 1 e 2 presentes; se 3 presente; ou se 1 + Anti-Ro ou Anti-La):
1. Teste de Schirner (papel no olho; lembrar do vídeo) ou rosa-bengala+
2. Bx de infiltrado inferior (infiltrado linfocitário)
3. Cintilografia Salivar positiva para Sjogren
 Tto:
o Lágrima artificial
o Saliva artificial
o Uso de óculos de natação à noite
o Se manifestações sistêmica, guess what... CTC

Esclerodermia (Esclerose Sistêmica)


 Mulher entre 30 e 50 anos
 Diferente do LES, o ataque AI é contínuo, permanente. O que explica a fibrose
como sequela clássica da doença.
 Fisiopato (hipóteses):
o Vasoconstrição (vasoespasmo) imunimediado causando isquemia, morte e,
consequente, fibrose.
 Principais alvos: PELE, ESÔFAGO, PULMÃO e RINS

 Formas clínicas:
o Localizada (pele apenas)
 Morféia
 Golpe de sabre (lembrar da foto do garoto com lesão na testa)
o Sistêmica
 Cutâneo-Difusa (anti-topoisomerase 1 – Scl70)  acometimento
dérmico difuso, mais central, e orgânico;
 Cutâneo-Limitada (anti-centrômero)  acometimento dérmico mais
periférico – distais aos cotovelos e joelhos – e orgânico.
 Visceral (< 5%) – poupa pele.
 As lesões:
o eSclerodactilia – fibrose começando pelo dorso da mão em direção ao dorso
dos dedos. Faz mão em garra, úlcera na ponta dos dedos, reabsorção de
falange distal.
o Fácies de Esclerodermia – afinamento do nariz, microstomia (dente da
mônica como consequência)
o Calcinose – sobretudo em quirodáctilos
o Telangetasia em lábios inferiores
o Raynaud – palidez  cianose  hiperemia (podendo pular a cianose)
o Dismotilidade Esofágica – refluxo; disfagia de condução
o Crise Renal – vasoespasmo (apenas na forma difusa), cursando com
oligúria, HAS Maligna, hemólise micro-angiopatica e plaquetopenia 
tto com iECA.
o Pulmão:
 Alveolite com fibrose – na Difusa
 Principal causa de morte por ES (tto com CTC na fase de
alveolite – vidro fosco na TC de alta resolução ou Lavado
Bronquicos Alveolar positivo – podem retardar progressão à
fibrose).
 Hipertensão Pulmonar – na Limitada
*Se na Forma Cutânea-Limitada houver acometimento esofágico, teremos a Sd CREST
 Resumindo
o Difusa: Rim, Alveolite e Anti-topo 1
o Limitada: CREST, HP e Anti-centrômero
 Dx (ver apostila):
o Extremidades (ponta dos dedos) – 3 pontos
o Sclerodactilia proximal (dorso das mãos) patognomônico – 9 pontos
o Capiloroscopia ungueal – 2 pontos
o Lung – 2 pontos
o Ectasia vascular (telangectasia) – 2 pontos
o Raynaud – 3 pontos
o Os Anti-corpos (além dos dois, RNA Polimerase III) – 3 pontos
o Sclerodactilia distal – 4 pontos
o E bastam nove pontos para o Dx
 Tto de acordo com a complicação

Miopatias Inflamatórias Idiopáticas


 DermatoPolimiosite
o Mulheres (2:1) entre 30 e 50 anos
 Quadro Clínico (semelhança entre a Poli e a Dermato)
1. Fraqueza Muscular: simétrica, proximal (cinturas pélvicas e escapular); subir
escada, pendurar roupa, flexão da musculatura cervical. Disfagia de transferência e
disfonia
2. Doença Pulmonar Intersticial – Anti-Jo1 (antissintetase)
3. Outras: artrite de mãos, Raynaud
 Quadro Clínico (as diferenças)
1. Histopatologia
a. Polimiosite: imunidade celular – lesão muscular direta
b. Dermatomiosite: imunidade humoral – lesão vascular, causando isquemia e
lesão muscular
2. Cutâneas (dermatomiosite, óbvio)
a. Pápulas de Gottron – patognomônico
b. Heliotropo – eritema de pálpebra superior (patognomônico
c. Rash Malar pegando sulco nasolabial
d. Rash em V – Sinal do Manto
e. Mãos do Mecânico – descamação da parte lateral dos dedos
f. Todas pioram com exposição solar
3. Neoplasia (dematomiosite novamente; aumenta em 3x)
a. Ca de mama e de Ovário; Ca de Próstata/Pulmão
b. Obviamente, antecipar screening, pedir marcadores, USG de abdomên, Rx
de Tórax
 Dx
1. CPK – descartar antes hipotireoidismo, q tbm cursa com aumento de CPK
2. FAN + em 70% dos casos. Anti-Jo1 (20%); Anti-MI2 (10%; mais associado à
dermatomiosite) Anti-SRP (5%; rápida e severa)
3. Eletrneuromiografia com padrão miopático
4. Bx Muscular
*Diagnóstico a partir de: Bx ou patognomônicos. Ou fraqueza + enzimas + EMG
sugestiva de miopatia.
 Tto
o Foto proteção
o CTC +azatioprina/metotrexate
o Imunoglobulinas nas refratariedades
*Se pcte piorar ou não melhorar nada com CTC, aventar a possibilidade de Miopatia
por CTC, que cursa sem aumento da CPK.

Outras Miopatias Inflamatórias Idiopáticas


 Dermatomiosite Juvenil
o Menos de 16 anos e com bastante calcinose (lembrar da foto do joelho)
 Miosite por corpúsculos de Inclusão
o Homem, mais de 50 anos, fraqueza assimétrica e distal (mão e pés),
fraqueza proximal tbm, CPK discretamente elevada. Baixa resposta a CTC

Doença Mista do Tecido Conjuntivo


 Pode mimetizar todas aqui estudadas;
 Anti-RNP positivo!!

Aula 3 – Vasculites
 Definição: “inflamação vascular numcontexto de inflamação sistêmica.”
 Clínica pela Inflamação Sistêmica – anorexia, astenia, emagrecimento, febre,
mialgia. Precede a inflamação vascular muitas vezes.
 Clínica pela Inflamação Vascular – depende do calibre:
o Grande Calibre: Isquemia Tecidual Seletiva (Claudicação) – não oclui.
o Médio Calibre (já pode ocluir): aneurismas, anginas.
o Pequeno Calibre: aumenta a permeabilidade vascular – púrpuras palpáveis
 Complementares:
o VHS e PCR aumentados
o Anemia normo/normo; leucocitose
o Plaquetose
o ANCA – Anticorpo Anci-Citoplasma do Neutrófilo – Sd Pulmão-Rim:
 C-ANCA (anti-proteinase-3): Wegener
 P-ANCA (anti-mieloperoxidase): C. Strauss e PAM
o Bx do Vaso ou Tecido
o Angiografia; USG
 Pela Classificação de Chapell-hill; Consensus Conference, dividiu-se em vasculites
de Grandes Vasos; Médio Vasos e Pequenos Vasos.

Grandes Vasos
1. Arterite Temporal ou de Céls Gigantes
 Mais comum em mulheres com mais de 50 anos (média de 75 anos);
 Cefaléia; espessamento das aa. temporais; alodínea; claudicação de mandíbula;
amaurose fugaz. Pode estar associada com Polimialgia Reumática – dor e rigidez
matinais de cinturas escapular e pélvica.
 Vasos Acometidos: temporal, mandibular, oftálmica e central da retina. Se tiver
amaurose, emergência reumatológica.
*Dica pra vida: Febre de Origem Indeterminada no idoso. Descarte infecção e
neoplasia. Descartadas, biopsie arteria tempora.
 Laboratório: além da inflamação sistêmica, VHS bastante alto, podendo chegar a
100
 Dx: Bx de a temporal. Mesmo 14 dias após o tto, Bx positiva.
 Tto:
o 1mg/kg/diade Predsim + AAS (previne amaurose)
2. Arterite de Takayasu
 Mais comum em mulheres com menos de 40 anos
 Claudicação de MS por acometimento de subclávia. Pulsos e pressões assimétricos
em MmSs. Sopros em subclávias, carótida e aorta. Pode fazer HAS renovascular.
 Laboratório: além da inflamação sistêmica, nada diferente.
 Dx: angiografia
 Tto: CTC + Metotrexato + angioplastia pós-remissão (normalização do VHS)

Médios Vasos
1. Kawasaki
 Mais comum em criança do sexo masculino
 6 critérios diagnósticos: 1) febre por pelo menos 5 dias; 2) congestão bilateral da
conjuntiva; 3) alterações em lábios e cavidade oral; 4) LFNM não supurativa; 5)
exantema polimorfo; 6) edema e eritema palmo-plantar – “edema duro”. Dx: febre +
4 ou aneurisma de coronária; se tiver apenas 3, Kawasaki Incompleta.
 Laboratório: além da inflamação sistêmica, aumento de C3
 Dx: Eco ouANgiografia se Eco negativa
*Fazer Eco no Dx; duas a três semanas após e 6 a 8 semanas, para avaliar possíveis
aneurismas de coronária. Tendo aneurisma, repetir semanalmente.
 Tto: IVIG  diminui incidência de aneurisma. Repetir se a febre voltar. AAS em
dose anti-inflamatória – 100 mg/kg.

2. Tromboangeíte Obliterante – Doença de Buerguer


 Necrose de extremidades; claudicação; Raynaud; tromboflebite migratória
 Vasos acometidos: DISTAIS dos membros; os proximais são poupados
 Laboratório: além da inflamação sistêmica, nada de peculiar.
 Dx: angiografia – vasos em saca-rolhas ou em espiral ou em contas do rosário
(devido aos aneurismas)
 Tto: cessar tabagismo

3. Poliarterite Nodosa (PAN)


 Homem de 40 a 60 anos
 HAS renovascular; sinais sistêmicos; retenção azotêmica; sintomas gastrointestinais
(angina mesentérica); inapetência (dor testicular; angina testicular); mononeurite
múltipla; livedo reticular.
 Laboratório: além da inflamação sistêmica; Hep B em 10 a 30% (HBs-Ag e HBe-Ag
positivos).
 Dx: Bx de pele, testiculo; angiogradia mesentérica com múltiplos aneurismas)
 Tto: CTC + Ciclofosfamida e tratar Hep B
 A PAN POUPA PULMÃO; SE NÃO POUPAR, É PAM (POLIANGEÍTE
MICROSCÓPICA)!
Pequenos Vasos
1. Poliangeíte Microscópica
 Clínica parecida com a PAN, acometendo pulmão e glomérulos (Sd Pulmão Rim):
o Hemoptise por capilarite
o Gnefrite (GEFS com crescentes)
 Laboratório: além da inflamação sistêmica, P-ANCA positivo
 Tto: CTC + Ciclofosfamida

2. Churg-Strauss (Poliangeíte Granulomatosa Eosinofílica)


 Sem preferência por sexo, talvez um pouco mais em homem; 30 a 50 anos
 Asma + Manifstações Sistêmicas
 Infiltrados Pulmonares migratórios
 Eosinofilia > 1000
 Mononeurite múltipla
 GECA intensa e Miocardite eosinofílica (rara)
 Sd Pulmão-Rim
o Asma
o GEFS branda normalmente
 Laboratório: além da inflamação sistêmica, P-ANCA positivo em 40 a 60%
 Dx: Bx pulmonar
 Tto: CTC + Ciclofosfamida

3. Wegener (Granulomatose com Poliangeíte)


 Igual em homem e mulher. De 30 a 50 anos
 Sinusite, rinorréia purulenta (granulomas em seios para-nasais), exoftalmia (retro-
orbiculares), perfuração de VAS, nariz em sela (caída a ponta), hemptise, hematúria
(GEFS com crescentes). Infitlrados migratórios?!
 Laboratório: além da inflamação sistêmica, C-ANCA em 98%
 Dx: Bx de VAS, pulmão
 Tto: CTC + Ciclofosfamida

4. Púrpura de Henoch-Schonlein (Vasculite por IgA)


 Vasculite Leucocitoclástica (destruição dos vasos por leucócitos – sobretudo,
neutrófilos)
 Homem com menos de 20 anos (média de 5 anos)
 Gatilho: IVAS uma a duas semanas antes
 Tétrade
o Púrpura palpável
o Artralgia/artrite não deformante
o Angina Mesentérica (dor e diarréia)
o Hematúria (glomerulite mediada por IgA)
 Laboratório: além da inflamação sistêmica, aumento de IgA1 com complemento
normal
 Dx: clínico e Bx renal se necessário
 Tto: suporte ou CTC quando: 1) nefrite grave; 2) invaginação intestinal; 3) Sd
Convulsiva

5. Vasculite Crioglubulinêmica (Crioglobulinemia)


 Vasculite Leucocitoclástica
 “Estressou faz púrpura”
 Púrpura palpáve, poliartralgia, GN Branda, neuropatia periférica, livedo reticular
 Lab: Crio cai Complemente (C4 < 8mg/dL); Hep C; Crioglobulinas; FR positivo
 Tto: tratar Hep C; CTC + ciclofosfamida.

Doença de Behçet
 Sem preferência de gêneros, entre 25 a 35 anos
 Patergia (hierssensibilidade cutânea)  pápula/pústula após pequena agressão
dérmica (como espetar com uma agulha de insulina – teste de patergia)
 Acnes – pseudofoliculite
 Úlceras orais dolorosas (lábios e língua)
 Hipópio; Uveíte Anterior; Uveíte Posterior; Pan-uveíte
 Úlceras genitais (escrotais)
 Aneurismas pulmonares – hemoptises maciças
 Laboratório: além da inflamação sistêmica, ASCA + (em desuso)
 Dx: clínico + arteriografia pulmonar
 Tto: CTC + Ciclofosfamida (azatioprina)

Aula 4 – Resto
Febre Reumática (lambe as articulações e morde o coração)
 Infecção orofaríngea pelo streptococo beta-hemolítico do grupo A de lancefield
 Mais comum em cças em idade escolar
 Período entre a infecção e o quadro de FR oscila entre 1 a 5 semanas
 É uma Doença Inflamatória Sistêmica Aguda que decorre de reação auto-imune
cruzada
 Manifestações
o Artrite – poliartrite, migratória (cerca de 3 dias em cada articulação),
assimétrica e de grandes articulações. Todo o quadro de artrite dura de 2 a 4
semanas e não deixa sequelas.
o Pancardite – dura no máximo 2 meses
 Endocardite = lesão valvar (mitral é a mais acometida, depois vem a
aórtica)
 Endocardite Aguda – SOPRO DE REGURGITAÇÃO
(INSUFICIÊNCIA)
 Endocardite Crônica – SOPRO DE EJEÇÃO (ESTENOSE)
 Miocardite – maioria assintomática. Nódulos de Aschoff no AP
(patognomônico)
 Pericardite (dor torácica + atrito pericárdico) – no ECG: supra ST
côncavo disseminado (poupando aVR e V1)
o Eritema Marginatum (só a margem eritematosa) – intensifica-se após banho
quente. Tem caráter migratório; associado à cardite; indolor e não prurítico.
o Nódulos subcutâneos – tamanho de ervilhas, frouxos, nos tendões
extensores. Duram no máximo um mês; contudo, associados à cardite tbm
(nódulos subcutâneos em AIJ duram mais que 1 mês).
o Coréia de Sydenham – é uma sd hipotônica/hipercinética (em contraste com
o parkinsionismo, que é um sd hipertônica/hipocinética, apesar de ambas
serem lesões extra-piramidais)
 Mais comum em meninas;
 1 a 6 meses após FR aguda
 Melhora com repouso e piora com stress
 Labilidade emocional
*Cça com coreia=Sydenham praticamente.

 Laboratoriais:
o PCR – primeiro a aumentar e o primeiro a normalizar (1 a 2 semanas)
o VHS – segundo a aumentar; normaliza com o tto
o Alfa-1-glicoproteína ácida – só normaliza com a melhora da doença
 Dx (critérios de Jones Modificados – 1992)
o Maiores:
 Joints – 70%
 Cardite – 50%
 Nódulos Subcutâneos – 5%
 Eritema Marginatum – 5%
 Sydenham – 20%
o Menores
 Febre
 Artralgia sem artrite
 Alongamento do PR no ECG (BAV 1º grau)
 Reagentes de fase aguda
o Dx com 2 maiores ou 1 maior e 2 menores + obrigatório (Infecção
streptocócica recente: ASO, anti-DNAse B, anti-hialuronidase ou swab
positivo, hx de escarlatina. Obs1: em pctes com cardite crônica prévia, ele já
entra com 1 maior; obs2: presença isolada de Sydenham = FR.
 Tto
o Erradicar Streptococcus pyogenes – Benzeta/Amox
o Artrite: AAS ou Naproxeno. Contudo, usar o AAS apenas após confirmação
do padrão migratório da artrite, para evitar mascaramento de outras artrites
que possam deformar a articulação
o Cardite – CTC
o Coreia – repouso. Se insuficiente, Haloperidol ou Ac. Valpróico ou
carbamazepina.
 Profilaxia
o Primária
 Tratar a faringite
o Secundária (quem já fez FR, tem 20 a 50% de chacne de fazer outra)
 Benzeta a cada 21 dias
 Se alergia, eritromicina
 FR sem cardite: até 21 anos (no mínimo, 5 anos de tto)
 FR com cardite residual: até 40 anos ou morte
 Cor cardite curada ou regurgitação leve: até 25 anos (no
mínimo, 10 anos de tto)

Gota – Artrite por Cristais de Urato Monossódico


 Ácido úrico gosta de se cristalizar em topografias frias e ácidas (articulações e via
urinária, respectivamente)
 Metabolismo do Ácido Úrico:
o Purina (metabolismo celular e dieta – carne, cerveja, frutos do mar)
o Através da xantina oxidase, o ácido úrico é formado. A eliminação se dá pela
urina – dois terços – e pelas fezes – um terço.
 Excesso de Ácido Úrico
o Superprodução (> 800 mg de Ác. Úrico na urina de 24 horas)
o Diminuição da eliminação (principal causa) – mais comum em homem, pq o
estrogênio facilita a sua excreção
 Causam diminuição da eliminação: álcool, obesidade, HAS, diuréticos
(HCTZ, sobretudo)
 Fases:
o 1. Hiperuricemia Assintomática
o 2. Artrite Gotosa Aguda
o 3. Gota Intercrítica
o 4. Gota Tofosa Crônica
*Nefrolitíase concomitante

1. Hiperuricemia Assintomática
a. 95% morrem hiperuricêmicos sem clínica nenhuma

2. Artrite Gotosa Aguda (pcte acorda com a artrite)


a. Monoartrite
b. Súbita, durando de 3 a 10 dias
c. Pode haver febre, desvio a E
d. Articulações mais cometidas por ordem decrescente
i. Hálux - podraga
ii. Metatarsos
iii. Tornozelo
iv. Calcanhar
v. Joelho
e. Dx
i. Como toda monoartrite sem Dx, fazer punção do líquido sinovial
1. Forte birrefrigência negativa dentro do leucócito
3. Gota Intercrítica
a. Período assintomático. Intervalos das crises tendem a diminuir na historia
natural da doença. E o número de articulações tende a aumentar
4. Gota Tofosa Crônica
a. Acúmulo de cristais + tecido granulomatoso (cartilagens, tendões, partes
moles, rim). *quanto mais tofo, menos artrite. **todos tofos são regradíveis.
 Tto
o Na gota aguda:
 AINE – primeira linha
 Colchicina – segunda linha (impede a fagocitação dos cristais). Dose
terapêutica muito próxima da tóxica
 CTC intra-articular, VO, EV
 ACTH Intra-muscular (última escolha) – leuco-estático
*Nunca fazer AAS na gota aguda – pode variar (tanto para baixo quanto para cima), o
que precipita a crise. Nem alopurinol, q inibe a xantina oxidase, pelo mesmo motivo do
AAS.
o Profilaxia pós-crise
 Colchicina 0,5mg 12/12 horas
 Avaliar fatores secundários (HCTZ, álcool, obesidade)
o Redução da Uricemia (semanas após a crise/profilaxia)
 Redução da síntese: ALOPURINOL
 Aumento da eliminação: probenicida/narcaricina  URICOSÚRICOS.
Contudo, aumentam a chance de cálculos. Por isso, aplicar em pctes
nefrohígidos, com menos de 60 anos, menos de 600 mg de ácido
úrico urinário e sem nefrolitíase.
o Tto da hiperuricemia assintomática
 Prevenção da Sd da Lise Tumoral (IRA com HiperK acentuada)
 Hidratação, alopurinol, alcalinização da urina
 > 10 mg/dl na mulher e 13 no homem
 Excreção superior a 1.100 mg na urina de 24 horas

Você também pode gostar