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À IMUNOLOGIA

INTRODUÇÃO Agora que todo o conteúdo referente a imunologia básica já


foi discutida, esta unidade destina-se a destacar os principais pontos discutidos
ao longo do o conteúdo desenvolvido.
Vamos lá?!
RESPOSTA IMUNE
O sistema imunológico participa da manutenção da homeostasia ao
desempenhar a função de defender o nosso organismo, eliminando patógenos
e reparando os tecidos lesionados.
Embora apresente a importante função de defesa, pode ser responsável pelo
desenvolvimento de reações de hipersensibilidades e de doenças auto-
imunes, nos casos de mal funcionamento de seus componentes.
O sistema imune é composto por órgãos, células e moléculas. As células que
participam da proteção do organismo encontram-se, em sua grande maioria, na
circulação sanguínea e linfática.
Componentes do sangue
Plaquetas
Leucócitos: Granulócitos e agranulócitos
- Neutrófilos Granulócitos \
Basófilos
Eosinófilos

- Agranulócitos Monócitos
Linfócitos
MECANISMOS DE DEFESA
Primeira linha de defesa: Barreiras físicas e químicas
Segunda linha de defesa: Resposta imune natural (ou inata) – Inflamação
aguda
Terceira linha de defesa: Resposta imune adquirida
PRIMEIRA LINHA DA DEFESA - BARREIRAS FISICAS E QUÍMICAS
•Pele, mucosas, lágrima, muco, enzimas.
SEGUNDA LINHA DE DEFESA
•Células fagocíticas – Principalmente neutrófilos e macrófagos
•Célula Natural Killer – atua provocando citotoxiciade de
células tumorais ou células infectadas por vírus
•Sistema Complemento – ativado pela via alternativa ou da
lectina. Os mecanismos efetores da ativação do sistema
complemento são: formação de complexo
•de ataque a membrana (MAC), opsonização (C3b), produção de
anafilatoxinas, solubilização de complexos imunes, produção de
fatores pró-inflamatórios (C5a, C3a e C4a) e regulação da
resposta imune humoral
•Inflamação aguda
•RESPOSTA IMUNE INATAÉ a primeira resposta imune
que ocorre após o desenvolvimento de uma lesão. Suas
principais características são:
•ocorre rapidamente,
•é uma reação localizada,
•Seu desenvolvimento independe do tipo de estimulo que o
desencadeou,
•os componentes estão pré-formados,
•não aumenta de intensidade em episódios subsequentes de
desenvolvimento de lesões,
•os fagócitos são as células efetoras,
•não apresenta memória imunológica.
•RESPOSTA IMUNE ADQUIRIDA
Essa linha de defesa baseia-se em células especializadas do
sistema imune denominada linfócitos e na produção de
proteínas denominadas anticorpos. Suas principais
características são:
•os linfcitos são específicos a um determinado antígeno,
•necessita de maior tempo para ser montada,
•sofre ampliação nos contatos subsequentes com o antígeno
•guarda memória imunológica
•TECIDOS E ÓRGÃOS LINFÓIDES /INFLAMAÇÃO AGUDA

Os tecidos/órgãos linfóides são classificados em:


•Órgãos geradores ou primários: Medula óssea e timo
•Órgãos periféricos ou secundários: Baço, linfonodos e tecido linfóide
associado
•Medula óssea:
•Presente no interior dos ossos longos e chatos. Este tecido é responsável
pela produção de todas as células sanguíneas da série vermelha (hemácias e
plaquetas) e da série branca (leucócitos).
•Os linfócitos B são produzidos e maturados na medula óssea, saindo deste
órgão linfóide primário para povoar os órgãos linfóides secundários.
•Os pró-linfócitos T ali produzidos migram para o timo onde completam o
processo de maturação.
•Timo:
•Órgão linfóide primário responsável pela seleção e maturação dos linfócitos T
que, ao completarem o processo de maturação migram para os órgãos
linfóides secundários
•INFLAMAÇÃO AGUDA
•O processo inflamatório agudo, ou simplesmente
inflamação aguda, é uma resposta de nosso sistema
imunológico frente a qualquer tipo de injúria tecidual,
independente da externalização sanguínea e do
desenvolvimento de um processo infeccioso.
•O objetivo desta resposta natural é a retirada de
antígenos da circulação e o rápido restabelecimento
do local injuriado desencadeando o processo da
regeneração ou reparo tecidual. Possibilita também a
ativação da resposta imune adquirida, caso exista a
presença de um agente infectante.
•EVENTOS DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA AGUDA:

•Eventos vasculares: Vasodilatação e aumento da permeabilidade


vascular
•São necessários para que ocorra a chegada de maior fluxo sanguíneo
nos vasos próximos e a saída de células e moléculas inflamatórias para
o foco da lesão.
•Devido aos eventos vasculares, são desenvolvidos os cinco sinais
cardinais da inflamação aguda:
•Dor: Estimulação de terminações nervosas
•Calor: Presença de maior fluxo sanguíneo próximo a área da lesão
•Rubor: Hiperemia
•Tumor: Edema localizado
•Perda da função
•CÉLULAS INFLAMATÓRIAS:
•- Fagócitos – neutrófilos e macrófagos
•Células responsáveis pela eliminação do agente agressor pela
internalização do antígeno, produção e liberação de compostos tóxicos.
•Os neutrófilos são os primeiros a atingir o foco inflamatório nos casos
de infecção bacteriana, morrendo durante o processo, já os macrófagos
funcionam como uma ponte entre a resposta imune natural e a
adquirida, ao apresentar partes do antígeno aos linfócitos para que
ocorra a ativação da resposta imune adquirida.
•Mastócitos:
•Células presentes nos tecidos responsáveis pela liberação de
histamina nos casos de lesão.
•MEDIADORES QUÍMICOS INFLAMATÓRIOS DE FASE AGUDA:
•Histamina: Desempenha importante papel nos processos
inflamatórios, alérgicos e nas infecções causadas por helmintos, com
capacidade de causar vasodilatação e bronco constrição.
•Bradicinina: É um potente vasodilatador, além de causar elevação da
permeabilidade vascular. Está associado ao desenvolvimento da dor,
pois estimulam os receptores algésicos.
•Prostaglandinas: Além de causar vasodilatação e aumento da
permeabilidade vascular – promovendo a formação do edema - está
associado ao desenvolvimento da febre e da dor, uma vez que é capaz
de diminuir o limiar de excitabilidade das fibras nervosas (hiperalgesia).
•Leucotrienos: São compostos plasmáticos com capacidade de
promover aumento da permeabilidade vascular, além de ativar células
ligadas a imunidade natural: neutrófilos, eosinófilos, macrófagos e
células NK.

•RESPOSTA IMUNOLÓGICA ADQUIRIDA
•A resposta imune adquirida é caracterizada por ocorrer em períodos
mais tardios após o contato com um agente agressor e de ter a
participação dos linfócitos como as células efetoras desta reação.
•As principais características da resposta imune adquirida são:

•Memória: Maior rapidez em montar uma resposta imune em contatos
subsequentes com o antígeno (Resposta Secundária).
•Especificidade: Ativação de linfócitos específicos para cada antígeno.
•Diversidade: Conjunto de todos os clones de linfócitos de um
indivíduo.
•Especialização:Capacidade do sistema imune em reagir com
diferentes grupos de microrganismos.
•Autolimitação: Queda da resposta imune após a eliminação do
antígeno.
•Tolerância a antígenos próprios: Capacidade de discriminar o
próprio do não próprio.

•Os linfócitos são células capazes de reconhecer antígenos
especificamente devido ao receptor presente na membrana deste tipo
celular.
•A morfologia, marcadores de membrana e, principalmente a função
desempenhada por estas células permitem que sejam divididas em 3
subpopulações:
•Linfócitos T;
•Linfócitos B e
•Linfócitos NK
•Devido a presença de marcadores de membrana presentes nos
linfócitos T (além do TCR), podem ainda ser subdivididos em linfócitos
TCD8+ e TCD4+.
•Os linfócitos TCD8+ (T citotóxico) possuem a capacidade de eliminar
células que apresentem antígenos intracelular – células alvo – pela
liberação de perforina (forma poros na membrana celular) e granzimas,
que desencadeia o processo de apoptose.
•Os linfócitos TCD4+ são responsáveis pela modulação da resposta
imune adquirida, uma vez que liberam citocinas capazes de estimular
diversos grupos celulares.
•Linfócito NK – ou célula NK – é o único tipo de linfócito que participa
da resposta imune natural. Atua da mesma maneira que os linfócitos
TCD8+, porém reconhece células alvo independente da presença de
moléculas do MHC de classe I.
•Os linfócitos B são responsáveis pela produção de anticorpos, que
podem ser das classes:
•IgM, IgG, IgA, IgE e IgD.
•Os anticorpos não possuem a capacidade de eliminar antígenos
diretamente; suas funções facilitam a eliminação dos mesmos:
•Neutralização de antígenos solúveis,
•Opsonização de antígenos particulados,
•Ativação da via clássica do sistema complemento,
•Facilitação da fagocitose pela presença de receptor para macrófagos

•PADRÕES DE RESPOSTA IMUNE
•O padrão da resposta imune desenvolvido dependerá de alguns
fatores, sendo os principais o tipo de antígeno e as citocinas liberadas
pelos linfócitos.

•Padrão Th1 – Resposta imune celular:
•Este padrão de resposta imune é caracterizado por elevada ativação
de macrófagos e linfócitos TCD8+ devido a liberação de elevadas
concentrações de IL-2 e IFN-γ.

•Padrão Th2 – Resposta imune humoral:
•A característica deste padrão de resposta é a presença de elevadas
concentrações de anticorpos, devido a grande produção de citocinas IL-
4, IL-5 e IL-10.

•IMUNIZAÇÃO
•É o processo pelo qual um indivíduo é protegido contra um determinado patógeno.
•A imunização pode ser classificada como:
•Ativa: Quando ocorre a ativação do sistema imune, como nos casos de contato
com o patógeno (imunização ativa natural) e de vacinação (imunização ativa
artificial).
•Nas duas situações ocorrerá a produção de células de memória, que rapidamente
serão ativadas caso o indivíduo entre em contato novamente com o antígeno em
questão.

•Passiva: Nos casos em que o indivíduo recebe células imunes pré-estimuladas


ou moléculas de anticorpos prontas. É classificada como imunização passiva
natural quando o indivíduo sofre a transferência de IgG transplacentária da mãe
para o feto e de IgA no processo de amamentação. Já nos casos de soroterapia
(indivíduos que sofreram acidente com animais peçonhentos e mulheres Rh- que
deram à luz a bebês Rh+) o processo é denominado imunização passiva artificial.
Em ambos não ocorre a ativação do sistema imune, portanto, apresenta curta
durabilidade, uma vez que não ocorreu a produção de células de memória.

IMUNOLOGIA APLICADA
•HIPERSENSIBILIDADE
•A hipersensibilidade é uma resposta imune adaptativa e
específica, que ocorre de forma exacerbada, sendo prejudicial
ao hospedeiro.
•Hipersensibilidade Tipo I - Reações Anafiláticas ou
Imediata: São reações mediadas por anticorpos da classe IgE,
sendo os mastócitos, basófilos e eosinófilos as células que,
após sensibilização prévia liberam histamina, mediador
químico responsável pelo desenvolvimento do quadro clínico.
Alguns exemplos desse tipo de hipersensibilidade são a asma,
rinite, choque anafilático e a alergia alimentar.
•Hipersensibilidade Tipo II – Reações Citotóxicas: são reações
mediadas principalmente por anticorpos da classes IgM e IgG. Nesse
tipo de reação, os alérgenos estão associados às células e ativam o
sistema complemento ou o processo de opsonização. As células são
eliminadas por mecanismos de lise. Alguns exemplos desse tipo de
hipersensibilidade são reações a medicamentos e reações de tranfusão
sanguínea.

•Hipersensabilidade Tipo III - Reações do Complexo imune: são


reações mediadas por anticorpos da classe IgA e IgG, que formam
imunocomplexos. Ao se depositarem em locais de alta pressão,
desencadeia uma resposta inflamatória caracterizada pela ativação do
sistema complemento e infiltração de neutrófilos e macrófagos.
Alguns exemplos desse tipo de hipersensibilidade são infecções
persistentes e doenças auto-imune (artrite e lupus, entre outras).

•Hipersensabilidade Tipo IV – Reação Tardia: São reações mediadas por células,
principalmente células TCD4 e macrófagos. Essa hipersensibilidade não envolve
a produção de anticorpos. Alguns exemplos desse tipo de hipersensibilidade são
dermatite de contato e infecções causadas por microrganismos de vida intracelular,
como as micobactérias causadoras da hanseníase e tuberculose.

•DOENÇAS AUTO-IMUNES
•As doenças auto-imunes são respostas imunes contra células, tecidos ou órgãos
que fazem parte do nosso corpo, causando a destruição dos auto-antígenos.
•Os principais fatores que levam a predisposição são:
•Fatores genéticos
•Ambientais, principalmente infecções por vírus, bactérias e determinadas drogas
•Sexo: As mulheres são as mais acometidas
•Idade: Idosos são os mais susceptíveis
•São exemplos de doenças auto-imunes: Febre reumática, artrite reumatóide, lúpus
eritematoso sistêmico e esclerose múltipla.
•IMUNOLOGIA DO TRANSPLANTE
•Transplante é o processo pelo qual um indivíduo recebe células, tecidos
ou órgãos de um doador. A rejeição ocorre devido as moléculas do HLA
(antígeno leucocitário humano – ou CPH comlexo principal de
histocompatibilidade) de classe I do doador que são reconhecidas como
estranhas pelo sistema imune do receptor.
•Nos casos de transplantes autólogos não se observa a resposta imune
de rejeição devido os órgãos ou tecidos procederem do próprio indivíduo,
assim como nos transplante singênico, uma vez que o receptor e doador
são geneticamente idênticos.
•O transplante alogênico (realizado entre indivíduos da mesma espécie) e
o Xenogênico (realizados entre indivíduos de espécies diferentes),
podem ser rejeitados, caso o receptor não faça uso de drogas
imunossupressoras.
•Rejeição hiperaguda:
•Normalmente ocorrem minutos, horas ou poucos dias após a intervenção
cirúrgica. Essa reação se dá devido a presença de anticorpos
alorreativos, já existente no receptor, contra os aloantígenos do doador.
•Rejeição Aguda:
•É o tipo de rejeição mais comum, ocorrendo nos primeiros seis meses
após a realização do transplante. É caracterizada pela lesão vascular
e parenquimatosa. As células do sistema imune que atuam são
principalmente os linfócitos TCD8+ que provocam citotoxicidade.
•Rejeição Crônica:
•Nesse tipo de rejeição a função do órgão é lentamente perdida. É
caracterizado por Fibrose/Hipertrofia do órgão recebido.

•Prevenção e tratamento da rejeição dos alotransplantes


•Verificar compatibilidade do doador e receptor baseada no número de
alelos do HLA
•Realizar múltiplas transfusões de sangue alogênico antes do
transplante, principalmente no transplante renal.
•Supressão total ou parcial de sistema imune de receptor.
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