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Considerações iniciais
Santo Agostinho nasceu em Tagaste, Numídia (África) no ano de 354. No ano de 430,
foi extirpado da vida terrena, com fama e ação de homem santo. Mas nem sempre sua conduta
foi desta forma. Santo Agostinho foi um grande Padre. Foi um grande Bispo e,
imprescindivelmente, um grande cristão. É doutor da Igreja Católica. Sem sombra de dúvida,
um grande expoente do pensamento espiritual-cristão.
No entanto, foi, também, um exímio fornicador; para a concepção da época, um
grande pecador. Narra a história: “durante o dia passava entre os velhos e empoeirados livros
das bibliotecas, à noite, porém, entre as pernas das mais belas meretrizes”.
Por mérito de sua mãe, Santo Mônica, segundo a tradição, converteu-se ao
Catolicismo. Prosélito viu que muito havia feito a tal ponto de desmerecer a salvação e viu
que muito havia a fazer para ganhá-la.
Este fragmento quer demonstrar o porquê do agir, do falar, do pensar de Santo
Agostinho seguir esta vereda mística e ascética, ou seja, há uma exacerbada metamorfose; de
um grande pecador, passou a ser um modelo de santidade.
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Acadêmico do curso de Filosofia pela Faculdade Palotina - FAPAS. E-mail: machadinho27@yahoo.com.br
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Acadêmico do curso de Filosofia pela Faculdade Palotina - FAPAS. E-mail: carllinhos120@yahoo.com.br
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Agostinho é totalmente cônscio que muito perdeu com suas atitudes passadas e muito
há de fazer, através de suas ações presentes e futuras, para receber a graça da vida Bem-
aventurada.
Do exagero na linguagem à efetivação de ações coerentes no cotidiano e uma forte
dose de indissociabilidade entre Teologia e Filosofia, buscaremos entender o pensamento
deste sábio acerca da virtude. A saber, a virtude não é o fim, ela é apenas um dos meios que
conduz o homem a Deus.
Rodrigo, 2003, p. 188). Relativo porque depende das diversas e diferentes épocas e, acima de
tudo, precisamos levar em conta que as pessoas são diferentes umas das outras. Portanto, não
podemos dizer que o homem da Idade-média, via ascese corporal, seja mais virtuoso que o
homem contemporâneo.
Nesta perspectiva, a ascese diz respeito “ao predomínio na conduta racional e virtuosa,
a busca da união com o Absoluto, a conquista da liberdade, o acesso a uma superconsciência
do tipo místico... sem que, por outra parte, um aspecto exclua ao outro”8 (Galindo, 2003, p.
187).
A ascese vai atuar em duas dimensões: a primeira conota a ação virtuosa enquanto
conquista, ou seja, o homem que luta, o homem que busca adquirir uma ação virtuosa a tal
ponto que possa agir de acordo com a sua própria natureza. A segunda via versa sobre o
exercício propriamente dito de manutenção desta conduta virtuosa. Visto que, uma vez tal
ação virtuosa tenha sido conquistada, a luta pelo contínuo esmero da mesma é fundamental.
O homem que age virtuosamente através do exercício ascético, é classificado na ordem
daqueles que desempenham hábitos bons (virtude). Ao passo que, o homem que foge da ação
virtuosa, é incluído na esfera dos praticantes de hábitos maus (vício).
Novamente repetimos, embora Santo Agostinho nunca tenha explanado nada em
referência à ascese, qualquer esforço dedicado à leitura de suas obras, nos faz inferir um
elemento antecedente ao agir virtuoso. E, este elemento, como já citamos no corpo do
presente escrito, é a ascese e, também, a graça. A ascese diz respeito à dimensão humana. O
homem que luta por uma conduta virtuosa. O homem que quer mudar de vida. O homem que
se sente responsável a levar uma vida voltada para a prática do hábito do bem; com a
intervenção da graça. A graça, por sua vez, é um dom concedido por Deus a todos os homens
e que tem por finalidade o auxílio nesta inexaurível luta contra as paixões da alma.
As paixões da alma dificultam o agir virtuoso do homem. Dificultam porque são
totalmente “birutas”, isto é, apontam sua atenção para quantos objetos forem possíveis e se
mostrarem a elas. Tornam-se superficiais em suas relações porque, além de buscarem aonde
não deveriam buscar, são incapazes de criar vínculos e aprofundar uma relação; pois,
seguidamente algo de novo se mostrará a elas e as conquistará. Desta forma, tornam-se
suscetíveis à admiração falha, visto que, o único Ser digno de admiração é Deus. O apreço do
homem não deve ser dividido com nenhuma outra criatura, pois “nos criastes para Vós e o
nosso coração vive inquieto, enquanto não repousa em Vós” (Agostinho, 1987, p. 09).
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El predominio de la conducta racional y virtuosa, la búsqueda de la unión con un Absoluto, la conquista de la
libertad, el acceso a una superconciencia de tipo místico... sin que, por otra parte, un aspecto excluya al otro.
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É muito difícil encontrar uma definição suficientemente satisfatória sobre a virtude nas
obras de Agostinho. Por dois motivos: o primeiro diz respeito à não-sistematização de seus
escritos. Agostinho trata de muitas coisas de forma disseminada, portanto, dificultosa. O
segundo elemento, versa sobre as inúmeras considerações que Agostinho faz acerca da virtude
ao longo de suas obras. Muitas são as definições. Citaremos apenas algumas, tais como:
virtude é “uma boa qualidade da mente mediante a qual vivemos retamente, qualidade da qual
ninguém pode abusar e que se produz às vezes em nós sem nossa intervenção” (Agostinho
apud Mora, 2001, p. 3028). Uma outra definição é a seguinte: virtude é a “boa qualidade da
alma, sua disposição firme e sólida da parte racional do homem” (Agostinho apud Mora,
1975, p. 911). Ou esta: “a virtude é um hábito do bem” (Agostinho apud Mora, 1975, p. 911).
No entanto, dentre muitas dicas do que venha a ser a virtude agostiniana, há uma que se
tornou célebre, exatamente por expressar de forma incisiva e direta o pensamento do santo de
Hipona, “por isso, parece-me ser a seguinte a definição mais acertada e curta de virtude: A
virtude é a ordem do amor” (Agostinho, 1961, p. 330).
A ordem do amor aborda sobre a própria natureza humana, a saber, todo o homem foi
criado por amor e pelo Amor. A conclusão é óbvia, todo homem possui participação direta
com o Amor.
Agostinho, para chegar a inferir esta resolução, vale-se do sistema aristotélico de
lugar, a saber: “os corpos ou elementos naturais têm um lugar natural para o qual se dirigem
por acordo próprio” (Mora, 2001, p.3028). Análogo a este sistema, imbuído no pensamento de
Agostinho, diz-se que em cada alma há “um peso que arrasta constantemente, que a move
continuamente a buscar o lugar natural de seu repouso: o amor” (Mora, 2001, p. 3028).
Lembremo-nos que o amor é algo inerente à natureza humana, portanto, tendo em
vista o sistema aristotélico de lugar (todos os corpos naturais se dirigem de forma natural a
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um objetivo que lhe é intrínseco), a ação do homem não poderá ser outra diferente à sua
própria natureza, ou seja, o amor.
O homem deve agir de acordo com sua vida interior que participa do Amor Absoluto.
O homem é uma pequena continuidade desta fonte inexaurível de amor, portanto, deve agir
como tal. O homem é uma via sustentada por este Amor (graça) e que também deve se
esforçar para ser coerente com este dom (ascese). Logo, a vida virtuosa do homem é
exatamente esta, agir de acordo com a sua própria natureza.
A alma (homem) que age e demonstra amor está vivendo virtuosamente. O amor não
só é a mais alta virtude, o amor é a mais alta manifestação da virtude. Contudo todas as
virtudes9 podem ser reduzidas ao amor. Portanto, a virtude está subordinada ao amor.
O esquema ideal, embasado no sistema agostiniano acerca da virtude, é lógico: Deus é
o início, o meio e o fim de todo e qualquer ser humano. Visto que, Deus fez o homem para si
e por amor (início). Deus caminha com o homem e quer que o homem caminhe com Ele
(meio)10. Deus espera o homem na Pátria Celeste (fim). E este é o caminho a ser seguido pelo
homem, caminho que exige uma certa ação virtuosa, a fim de que, um dia, repouse o seu
coração em Deus.
A primeira vista, parece-nos entranho esta visão agostiniana de virtude. Parece propor
mais uma forma de determinismo do que propriamente uma vida virtuosa. Além do que, passa
uma conotação de tolhimento da liberdade do homem. Que liberdade é esta que para o homem
ser virtuoso só existe um caminho a ser seguido? Parece que ao invés de ser um caminho de
liberdade é um caminho de condicionamento?
Não obstante, para Agostinho, este caminho não é uma mera vereda que conduz o
homem à liberdade; este caminho é A LIBERDADE. A verdadeira liberdade só está em Deus
e quem assim pensa e age é um homem virtuoso. Portanto,
“Não é que o amor ou qualquer outro movimento seja, por si mesmo, mau, ou sequer
que o objeto para o qual se dirige seja inerentemente mau” (Mora, 2001, p. 3028), isto
acontece porque há uma deturpação da natureza humana, que é sempre boa, proveniente da
ação das paixões desenfreadas. Quem age de acordo com as suas paixões, segundo o pensador
de Hipona, precisa repensar a sua atitude. Porquanto, a liberdade é um instrumento a ser usado
pelo homem para se aproximar de Deus e não ao contrário.
Entretanto, esta mesma liberdade que dá possibilidade ao homem de se aproximar de
Deus, também coloca o homem em atitude potencial de afastamento de Deus. Este é o assunto
a ser tratado nas páginas seguintes.
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Lembramos que o amor é a identidade do homem. É o elemento que o faz participante do verdadeiro Amor, da
verdadeira Liberdade, do Ser Absoluto, da natureza Divina ou, simplesmente, de Deus.
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Portanto, o mal acontece porque há uma fuga da vontade que é avessa à natureza do
homem. Esta fuga da vontade acontece quando há a primazia das paixões sobre a natureza do
homem que é de sempre ir ao encontro de Deus. Ou seja, há uma inversão de valores; a troca
daquele que tem mais ser (Deus) por aqueles que têm menos ser (criaturas).
Assim sendo, o mau uso do grande presente que Deus deu ao homem, a liberdade,
ocasionará no auto-afastamento em relação ao Criador. Ao passo que, o homem que age em
consonância à sua natureza, cada vez mais se aproximará do Criador.
A luta que o homem decidido a aproximar-se do Criador desenvolve é angustiante. O
homem se sente angustiado por causa do consecutivo incômodo provocado pelas paixões em
seu íntimo. Da mesma forma, é um processo contínuo e longo. Pois, enquanto o homem ser
provido dum corpo material, haverá de labutar contra aquilo que visa afastá-lo do reto
caminho, o caminho que conduz a Deus; a ordem do amor, a virtude.
A luta contra o mal moral: caminho de purificação e perfeição da alma que conduz o
homem à virtude
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Todo o elemento que foi criado por Deus é bom. É bom pelo simples fato de existir (ser).
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A possibilidade de haver dois princípios, como entendiam os maniqueus, no interior do homem é descartada.
O único elemento que há no interior do homem e, sempre em ato, é o bem. No entanto, pelo fato do homem ser
provido de paixões, ele possui a possibilidade de praticar o mal. Mas não que este seja um princípio essencial do
homem. O mal se manifesta à medida que o homem não age de acordo com a sua natureza, fazendo com que
ocorra um esmorecimento da mesma. Portanto, para Agostinho, só podemos falar em mal porque o homem é
essencialmente bom.
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apenas um grau. Optamos por este esse grau de purificação e perfeição da alma por
acreditarmos ser o mais compatível com o estilo deste trabalho de cunho filosófico.
Lembramos que este grau de purificação e perfeição da alma é efetivado em parceria
entre Deus (graça) e o homem (ascese) e que a única finalidade é fazer com que o homem leve
uma vida reta (virtuosa) a tal ponto de chegar à Pátria Celeste.
Todo o mal moral é classificado como pecado porque diz respeito à ação. Agostinho
assim define o mal moral: “factum vel dictum vel concupitum aliquid contra aeternam
legem”14 (apud Galindo, 2003, p. 189). Para época de Agostinho, uma exímia definição. Mas
como empregar tal definição na atualidade, sendo que, tudo o que o homem vir a fazer (feito,
dito ou desejo) será, possivelmente, considerado pecado? “(...) poderia ser mais aceitável
tendo em conta as orientações da ética e da moral atuais”15 (Galindo, 2003, p. 189). Esta
proposta, feita por Galindo, de uma leitura atual, assim se concretiza: “o mal moral ou o
pecado se poderia definir, segundo isso, como aversão a Deus e conversão às criaturas”16
(2003, p. 189). Parece-nos ser algo mais “leve” para a atualidade e que, ao mesmo tempo, não
deixa de estar imbuído no pensamento de Agostinho.
O homem que comete o mal está agindo de forma desvirtuada, visto que, o homem
está cometendo uma inversão de valores. Ou melhor, o homem que deve amar, em primeira
instância, o Criador e em segunda instância a criatura, passa a amar a criatura com primazia
sobre o Criador.
Além desta visível inversão de valores, o homem perverte a sua natureza de ser livre
para viver sob o jugo da escravidão. O pecado torna o homem escravo e viciado a medida em
que a prática do mesmo se torna constante, um hábito. Visto que, o pecado não sacia a alma
do homem. O pecado faz com que a natureza do homem de ser bom, vá esmorecendo. Assim,
mais do que a ausência de bem no homem, o pecado ocasiona a redução da natureza humana.
Este grau se resume na contínua luta a ser efetivada pelo homem a fim de que
mantenha a integridade de sua essência, a de ser bom. Sendo o homem bom, ele está sendo e
agindo virtuosamente.
Considerações finais
A Tradição Bíblica considera a criação como um grande gesto de amor. O homem foi
criado por amor, pelo Amor e, especialmente, para o Amor. Portanto, o homem é
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Cualquier hecho, o dicho, o deseo contra la ley eterna.
15
...podría ser más aceptable teniendo en cuenta las orientaciones de la ética y de la moral actuales.
16
El mal moral o pecado se podría definir, según eso, como aversio a Deo et conversio ad creaturas.
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essencialmente participante deste Amor e a sua grande e única finalidade é a propagação deste
amor.
O amor que o Criador tem por suas criaturas é inexaurível. A prova concreta desta
fonte inesgotável de caridade manifestou-se na forma com que o Criador criou as suas
criaturas, a saber, o mais próximo possível de Sua Imagem e Semelhança. Tornando-as,
assim, pequenas extensões de sua grande e magnânima natureza Divina.
Pelo fato do homem ser militante da natureza Divina, ele é provido de inúmeras
qualidades predicadas à natureza de Deus. E é nisto que se baseia a grande preocupação de
Agostinho, ou seja, de que forma validar no homem estes atributos divinos e, a partir daí, uma
ação coerente?
A falta de coerência entre a natureza participativa do homem e a própria ação, surge
por causa da liberdade concedida pelo Criador às suas criaturas. O homem, através deste
grande presente que lhe garante a capacidade de deliberação, passou a brincar de deus. Ou
seja, o homem afastou-se do Criador (agora o homem é o senhor de si mesmo) e passou a
adotar costumes não coesos à sua própria natureza de amabilidade.
Se Deus sabia ou não sabia que a “revolta” do homem contra Ele resultaria no pecado,
não sabemos responder. No entanto, uma coisa é certa, Deus proporcionou à criatura a
liberdade para que essa se assemelhasse o máximo possível a Ele.
A liberdade sempre foi rotulada como um elemento fundamental na composição da
natureza da criatura, visto que, é um elemento digno de distinção e de aproximação.
Distinção: porque a liberdade é uma qualidade que dá ao homem a “segurança de um ser
autônomo”, diferentemente do animal irracional, logo, distinto de qualquer outra criatura.
Aproximação: porque instiga o homem a ultrapassar o seu próprio limite, fato que corrobora a
sede de transcendência intrínseca à natureza do homem. Esta sede, por sua vez, será suprimida
aos poucos, à medida que o homem for se aproximando do ser Absoluto.
Para Agostinho, mais que o homem saber que é participante da natureza Divina, o
fundamental é o bom uso da mesma na prática. O homem sabe que no seu interior se abriga o
Amor e agir estritamente ligado a este amor é o que Agostinho entende por virtude.
Referências bibliográficas
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Cultura Ltda, 1987.
_______ . O Livre-Arbítrio. Trad. de Ir. Nair de Assis Oliveira. São Paulo: Paulus, 1995.
10
___________ . A Cidade de Deus. Trad. de Oscar Paes Leme. São Paulo: Editora das
Américas, 1961. v. 1, 2 e 3.
BÍBLIA, Evangelho segundo Mateus. Português. Ave-Maria. São Paulo: Ave-Maria, 2000.
GALINDO, Rodrigo, José Antonio. La ascesis cristiana en la espiritualidade de San Agustín.
TEOLOGIA ESPIRITUAL. Valencia: Facultad de Teologia. São Vicente Ferrer, v. 47, n.
140, p. 187-222, 2003.
MORA, Ferrater J. Dicionário de Filosofia. Tomo IV (Q-Z). Edições Loyola, São Paulo,
2001, VIRTUDE, P. 3028.
VIRTUDE. In: FERRATER MORA, J. Diccionario de filosofia. Buenos Aires: Editora
Sudamericana, 1975. v. II. (L-Z). p. 911.