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Direito Empresarial da Saúde – Profa. Renata Oliveira – Pós-graduação ESMAPE

Material de apoio – Direito Empresarial da Saúde –


Parte 2

Dilemas sobre a destinação dos embriões congelados em clínicas de


reprodução humana assistida sob regime concursal

 HIPÓTESE 1:
- Embriões com responsáveis conhecidos;
- Pais e mães vivos.

 HIPÓTESE 2:
- Embriões com responsáveis conhecidos;
- Pais e mães mortos, consentiram apenas com a doação;
- Caso não haja donatário ou adotante.

 HIPÓTESE 3:
- Embriões com responsáveis conhecidos;
- Pais e mães vivos, um dos pais foi acometido por doença mental grave.

 HIPÓTESE 4:
- Embriões com responsáveis conhecidos;
- Pais e mães vivos;
- Dissolução conjugal;
- Um dos pais ou ambos não querem mais o embrião.

Trechos de legislação correlata


 Constituição Federal:

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada (...)

§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e
substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta,
processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de
comercialização.

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. (...)

II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as


entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; (...)

V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que


comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente (...).

 Lei de Biossegurança: 11.105/05:

Art. 5o É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias


obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo
procedimento, atendidas as seguintes condições:

I – sejam embriões inviáveis; ou

II – sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais (...).

§ 1o Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores (...)

§ 3o É vedada a comercialização do material biológico a que se refere este artigo e sua prática
implica o crime tipificado no art. 15 da Lei no 9.434, de 4 de fevereiro de 1997.

 Lei No. 13.146 / 2015

Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:

(...)

II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;

III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações
adequadas sobre reprodução e planejamento familiar;

IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória; (...)


VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em
igualdade de oportunidades com as demais pessoas.

 Código Civil

Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e
deveres dos cônjuges.

Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.

Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: (...)

III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;

IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de


concepção artificial homóloga;

V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido.

Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno
exercício do poder familiar, (...).

Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela:

I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; (...)

Art. 1.775-A. Na nomeação de curador para a pessoa com deficiência, o juiz poderá estabelecer
curatela compartilhada a mais de uma pessoa. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)

Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I do art. 1.767 receberão todo o apoio necessário para
ter preservado o direito à convivência familiar e comunitária, sendo evitado o seu recolhimento
em estabelecimento que os afaste desse convívio. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
2015)

Art. 1.778. A autoridade do curador estende-se à pessoa e aos bens dos filhos do curatelado,
observado o art. 5o.
Art. 1.779. Dar-se-á curador ao nascituro, se o pai falecer estando grávida a mulher, e não tendo
o poder familiar.
Parágrafo único. Se a mulher estiver interdita, seu curador será o do nascituro.

Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege
pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua
confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes
os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade.

Resolução CFM: Nº 2.168/2017

V – CRIOPRESERVAÇÃO DE GAMETAS OU EMBRIÕES

2. O número total de embriões gerados em laboratório será comunicado aos pacientes para
que decidam quantos embriões serão transferidos a fresco, conforme determina esta
Resolução.

Os excedentes, viáveis, devem ser criopreservados.

3. No momento da criopreservação, os pacientes devem manifestar sua vontade, por escrito,


quanto ao destino a ser dado aos embriões criopreservados em caso de divórcio ou dissolução
de união estável, doenças graves ou falecimento de um deles ou de ambos, e quando desejam
doá-los.

4. Os embriões criopreservados com três anos ou mais poderão ser descartados se esta for a
vontade expressa dos pacientes.

5. Os embriões criopreservados e abandonados por três anos ou mais poderão ser


descartados.

Parágrafo único: Embrião abandonado é aquele em que os responsáveis descumpriram o


contrato pré-estabelecido e não foram localizados pela clínica.

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