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Caro aluno,

Ter se formado em uma faculdade reconhecida e possuir boas


experiências em diferentes estágios não é mais garantia para
uma carreira de sucesso. Hoje, o mercado está muito concorrido
em várias áreas da saúde. Isso acontece pela grande disponibili-
dade de profissionais com diplomas, porém com pouca experiên-
cia prática.
As residências têm sido uma excelente alternativa para a capa-
citação profissional e inserção no mercado de trabalho, disponi-
bilizando uma remuneração mensal, maior que a média do mer-
cado, além de possibilitarem intenso domínio da prática clínica.
Muitos de vocês se questionam, se vale a pena fazer Residência.
Com a grande concorrência no mercado de trabalho que se inse-
re, anualmente, as Residências têm sido uma ótima alternativa
3 para primeiro emprego que lhe permite estudar e se especializar
ao mesmo tempo.
Dados do Conselho Federal de Nutrição mostram que todos os
anos, aproximadamente 6 mil novos profissionais da área da Nu-
trição se cadastram nos seus respectivos Conselhos Regionais,
enquanto quase dois mil técnicos em Nutrição estão entrando
no mercado de trabalho anualmente.

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Residência
Multiprofissional USP

Reconhecidos e credenciados pelos Ministérios da Saúde e da


Educação, os Programas de Residência da USP têm carga horária
total mínima de 5.760 horas, com atividades teóricas e práticas.
Os Programas de Residência da USP têm sido foco de busca
pelos nutricionistas de todo o país, apresentando maior procu-
ra para a Residência em Nutrição Clínica e Gastroenterologia e a
Nutrição Clínica em Cardiopneumologia (Tabela 1).

Quadro 1. Quantidade de vagas e inscritos nos Programas de Residência


Multiprofissional USP. com vagas para nutricionista, no período de 2017 à 2019.

PROGRAMA VAGAS INSCRITOS CONCORRÊNCIA


4 2017
SAÚDE COLETIVA, PROMOÇÃO DA SAÚDE E ATENÇÃO 2 34 17
HOSPITALAR
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL
EM SAÚDE: ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE (FMRP):
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL: 2 12 6
PREVENÇÃO E TERAPÊUTICA CARDIOVASCULAR
(FMUSP/INCOR):
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM ÁREA 5 193 38,6
PROFISSIONAL DA SAÚDE: NUTRIÇÃO CLÍNICA EM
CARDIOPNEUMOLOGIA (FMUSP)
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM ÁREA 4 195 48,75
PROFISSIONAL DA SAÚDE: NUTRIÇÃO CLÍNICA EM
GASTROENTEROLOGIA (FMUSP)
2018
SAÚDE HOSPITALAR 1 3 3
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL
EM REABILITAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
FÍSICA INCAPACITANTE (IMREA/FMUSP)
SAÚDE COLETIVA E ATENÇÃO PRIMÁRIA 2 39 19,5
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL
EM SAÚDE: ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE (FMRP)
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL: 2 18 9
PREVENÇÃO E TERAPÊUTICA CARDIOVASCULAR
(FMUSP/INCOR)

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PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM ÁREA 5 244 48,8
PROFISSIONAL DA SAÚDE: NUTRIÇÃO CLÍNICA EM
CARDIOPNEUMOLOGIA (FMUSP)
PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM ÁREA 4 244 61
PROFISSIONAL DA SAÚDE: NUTRIÇÃO CLÍNICA EM
GASTROENTEROLOGIA (FMUSP)
2019
NUTRIÇÃO CLÍNICA EM CARDIOPNEUMOLOGIA: ÁREA 5 221 44,2
PROFISSIONAL DA SAÚDE: NUTRIÇÃO
NUTRIÇÃO CLÍNICA EM GASTROENTEROLOGIA: ÁREA 4 215 53,75
PROFISSIONAL DA SAÚDE: NUTRIÇÃO
PREVENÇÃO E TERAPÊUTICA CARDIOVASCULAR: 2 73 36,5
MULTIPROFISSIONAL: NUTRIÇÃO
ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE: MULTIPROFISSIONAL: 2 91 45,5
NUTRIÇÃO

O edital de seleção da USP é um dos primeiros a ser lançado todos


os anos, compreendendo os meses de julho ou agosto, com aplica-
ção das provas em setembro ou outubro do mesmo ano (Questão
2). Embora tenha mudado em alguns pontos importantes, como a
inclusão de questões de interpretação de texto e alteração no nú-
mero de questões de conhecimentos gerais e específicos, a aborda-
5 gem das perguntas não varia muito de um ano para o outro, sendo
importante fazer a resolução das provas anteriores.

Quadro 2. Datas importantes dos editais de seleção USP de 2017 a 2020.

ANO DE DATA DATA PROVA PROVA ANÁLISE


QUESTÕES PROVA
INGRESSO EDITAL INSCRIÇÃO 1ª FASE 2ª FASE CURRICULAR
2017 01/08/2016 15/08 A 11/09 25/09 26 A 28/09 TOTAL: 30 QUESTÕES
29/08 SUS: 15
ESPECÍFICO: 15
DISSERTATIVA: 5
2018 04/07/2017 20/07 A 03/09 08/10 09 A 11/10 TOTAL: 30 QUESTÕES
17/08 SUS: 15
ESPECÍFICA: 15
DISSERTATIVA: 5
2019 14/07/2018 23/07 A 02/09 30/09 ANÁLISE TOTAL: 50 QUESTÕES
17/08 DOCUMENTOS INTERPRETAÇÃO DE
ONLINE TEXTO: 10
SUS: 10
ESPECÍFICA: 30
2020 12/07/2019 22/07 A 01/09 JUNTO ANÁLISE TOTAL: 40 QUESTÕES
07/08 COM DOCUMENTOS INTERPRETAÇÃO DE
OBJETIVA ONLINE TEXTO: 07
SUS: 08
ESPECÍFICA: 25

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Apesar de ser um foco de procura nacional, as provas específi-
cas de Nutrição são consideradas fáceis, uma vez que as pergun-
tas tendem a ser diretas, sem pegadinhas não fugindo do exigido
nos editais. Vale a pena reforçar que, ao longo dos últimos anos,
houve mudanças no número de questões e nas etapas seletivas
(Quadro 2). Um dos diferenciais da prova USP são as questões dis-
sertativas. Sempre seguem a linha de envolver um caso clínico,
cobrando conhecimento em fisiopatologia, dietoterapia, avalia-
ção nutricional e especialmente saúde pública.
Para as questões objetivas, um levantamento feito das questões
utilizadas nas provas dos últimos três anos (2018 a 2020), mostra
uma predominância nos conhecimentos de Saúde Pública, fisio-
patologia e dietoterapia, seguidos de Avaliação Nutricional e Ma-
terno Infantil (Figura 1).

Figura 1. Disciplinas mais prevalentes nas questões objetivas de nutrição dos


exames de 2018 a 2020.

6
20
Saúde Pública
18
16 Dietoterapia

14 Fundamentos da Nutrição
12 Avaliação Nutricional
10 Materno Infantil
8 EAN
6 Nutrição Enteral
4 Ciclos da Vida
2
Alimentação Coletiva
0

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LÍNGUA PORTUGUESA
TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 01 A 03

A proposta do trabalho em equipe tem sido veiculada como estratégia


para enfrentar o intenso processo de especialização na área da saúde.
Esse processo tende a aprofundar verticalmente o conhecimento e a in-
tervenção em aspectos individualizados das necessidades de saúde, sem
contemplar simultaneamente a articulação das ações e dos saberes.
Na literatura consultada sobre equipe de saúde, observou–se que
são relativamente raras as definições de equipe. O levantamento bi-
bliográfico (bases de dados Medline e Lilacs) mostrou predominância
da abordagem estritamente técnica, em que o trabalho de cada área
profissional é apreendido como conjunto de atribuições, tarefas ou
atividades. Nesse enfoque, a noção de equipe multiprofissional é to-
mada como uma realidade dada, uma vez que existem profissionais
de diferentes áreas atuando conjuntamente, e a articulação dos tra-
balhos especializados não é problematizada.
8
Fortuna & Mishima apud Fortuna (1999) identificam três concep-
ções distintas sobre trabalho em equipe, cada uma delas destacando
os resultados, as relações e a interdisciplinaridade. Nos estudos que
ressaltam os resultados, a equipe é concebida como recurso para au-
mento da produtividade e da racionalização dos serviços. Os estudos
que destacam as relações tomam como referência conceitos da psi-
cologia, analisando as equipes principalmente com base nas relações
interpessoais e nos processos psíquicos. Na vertente da interdiscipli-
naridade estão os trabalhos que trazem para discussão a articulação
dos saberes e a divisão do trabalho, ou seja, a especialização do traba-
lho em saúde. Nessa linha encontram–se, entre outros, os estudos de
Campos, que vêm produzindo reflexão acerca das equipes de saúde
como base principal de organização dos serviços de saúde.

[...] Peduzzi M. “Equipe multiprofissional de saúde: conceito e tipologia”. Re-


vista Saúde Pública. 2001. 35 (1): 103-109. ISSN 0034-8910.

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1. (FUVEST – USP – 2020) De acordo com o texto, o intenso processo de
especialização na área da saúde tem como tendência a:

🅐G
 eneralização do conhecimento de uma área e a possibilidade de
atuação em conjunto com outras áreas na saúde.
🅑 Individualização da ação dos profissionais e a discussão sobre a arti-
culação entre ações e saberes de diversas áreas da equipe.
🅒 Diferenciação das ações entre as áreas de conhecimento e o detalha-
mento das possibilidades de elo entre os profissionais.
🅓 Particularização de atividades na área da saúde e a consolidação de
conhecimentos individualizados no trabalho.
🅔 Discriminação de aspectos individualizados de profissionais da saú-
de e a relação de conhecimentos de diferentes áreas envolvidas na
equipe.

GRAU DE DIFICULDADE: DIFÍCIL

DICA DO AUTOR: Em questões de interpretação de texto, o candidato


deve buscar, na leitura, as relações de sentido entre as sentenças. Ele-
mentos de coesão são uma pista para identificar as ideias defendidas
9 pelo articulista. Fique atento, principalmente, aos elementos que reto-
mam ideias e/ou expressões.
Alternativa A: INCORRETA. Ao contrário do que propõe a alternativa, se-
gundo o texto, o trabalho em equipe é uma tendência contra a especiali-
zação, ou seja, a especialização não facilita o trabalho em equipe.
Alternativa B: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque a espe-
cialização, segundo o texto – 1º parágrafo – não contempla a articulação
de ações e de saberes, portanto não há discussão sobre a articulação
entre ações e saberes.
Alternativa C: INCORRETA. Outra vez, a alternativa é falsa por colocar
“possibilidades de elo entre os profissionais”. Basta reler o primeiro pa-
rágrafo, principalmente o final dele, para que haja a percepção de que
não há interação entre saberes e ações.
Alternativa D: CORRETA. Segundo o texto, o processo de especialização
tende a “aprofundar verticalmente o conhecimento e a intervenção em
aspectos individualizados das necessidades de saúde”. Desse modo, fica
clara a assertiva, pois há particularização de atividades e consolidação
de conhecimentos individualizados.

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Alternativa E: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois não haverá,
com a especialização, relação de conhecimentos de diferentes áreas, já
que o referido processo tende a particularizar tanto atividades quanto
o próprio conhecimento.

2. (FUVEST – USP – 2020) O levantamento bibliográfico, sobre equipe


de saúde, referido no texto:
🅐 Aborda a equipe multiprofissional e as relações entre as especiali-
dades, observando a articulação entre os trabalhos especializados e
suas tarefas e atividades dos profissionais.
🅑 Evidencia uma abordagem que não problematiza a articulação entre
as especialidades, privilegiando a concepção tecnicista de aglomera-
do de atribuições, tarefas ou atividades.
🅒 Expõe uma noção a ser construída sobre a equipe multiprofissional,
problematizando a atuação dos profissionais de diferentes áreas
que atuam conjuntamente.
🅓 Expressa os achados de um conjunto numeroso de definições de
equipe, em que prevalecem concepções dialógicas sobre a atuação
dos profissionais especializados.
10
🅔 Manifesta a predominância de uma abordagem que discute a articu-
lação entre as áreas profissionais, observando suas atuações para
além da coexistência dessas áreas na equipe.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

DICA DO AUTOR: Algumas questões de interpretação de texto fazem


alusão a determinado parágrafo ou determinado trecho. Isso facilita a
feitura da questão, pois o candidato não precisa focar no todo, e sim na
parte do todo.
Alternativa A: INCORRETA. No segundo parágrafo, fica evidente que a arti-
culação entre os trabalhos especializados não é problematizada. Perce-
be-se, portanto, que não há observação da referida articulação e nem das
relações entre as especialidades. Isso torna a alternativa incorreta.

Alternativa B: CORRETA. A alternativa está correta, pois, segundo o 2º


parágrafo, as definições de equipe de saúde trazem uma abordagem es-
tritamente técnica, resumindo trabalho em equipe a existência de pro-
fissionais de diferentes áreas, atuando conjuntamente. No final do pará-

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grafo, há a referência à falta de problematização acerca da articulação
dos trabalhos especializados.

Alternativa C: INCORRETA. A alternativa é incorreta porque o texto não


traz uma noção a ser construída sobre a equipe multiprofissional; ele
traz a noção que existe, de certa forma, criticando-a.

Alternativa D: INCORRETA. A alternativa é incorreta, haja vista que o tex-


to diz que “são relativamente raras as definições de equipe”. Não há, por-
tanto, “um conjunto numeroso de definições”.

Alternativa E: INCORRETA. A alternativa é incorreta porque o texto colo-


ca exatamente o oposto do que está colocado. Segundo o texto, não há
problematização da articulação entre as áreas.

3. (FUVEST – USP – 2020) Sobre as concepções de trabalho em equipe


citadas no texto, é correto afirmar que:
🅐 As concepções sobre o trabalho em equipe exploram os resultados, as
relações e a interdisciplinaridade de forma conjunta.
🅑 As visões sobre o trabalho em equipe possuem focos diferentes, dis-
11 tinguindo–se pela observação dos resultados, das relações e da inter-
disciplinaridade.
🅒 A noção de trabalho em equipe como base da organização dos serviços
de saúde tem como foco conceitos da psicologia e análises interpessoais.
🅓 O conceito de equipe como recurso para a produtividade e racionaliza-
ção apoia–se na discussão sobre a articulação de saberes e divisão do
trabalho.
🅔 A abordagem interdisciplinar de equipe traz para a discussão o apro-
fundamento vertical do conhecimento e a especialização das áreas
de saúde.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

DICA DO AUTOR: Fique atento ao enunciado: ele traz pistas importantes


para a busca da alternativa VERDADEIRA. Observe que esta questão faz
referência às “concepções de trabalho em equipe citadas no texto”. Cui-
dado com as alternativas que extrapolam ou limitam o texto.

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Alternativa A: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque, segundo
o 3º parágrafo, as concepções sobre o trabalho em equipe destacam os
resultados, as relações e a interdisciplinaridade. Há equívoco no empre-
go do termo “exploram” e na expressão “de forma conjunta”.
Alternativa B: CORRETA. A alternativa está correta, pois o 3º parágrafo
traz três concepções distintas de trabalho em equipe, ou seja, focos di-
ferentes, focando em resultados, relações e interdisciplinaridade.

Alternativa C: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque faz uma


restrição. Segundo o texto, o trabalho em equipe destaca resultados,
relações e interdisciplinaridade. Os conceitos de psicologia e análises
interpessoais estão atrelados ao item “relações”, mas não se relacionam
com resultados e interdisciplinaridade.

Alternativa D: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque não está


pautada nas ideias do texto. Observe que a discussão sobre a articula-
ção dos saberes e divisão do trabalho está atrelada à vertente da inter-
disciplinaridade, e não ao conceito de equipe como recurso para a pro-
dutividade.

Alternativa E: INCORRETA. A alternativa é falsa porque o texto não faz


conexão entre a abordagem interdisciplinar e a discussão do aprofunda-
12 mento vertical do conhecimento e a especialização das áreas de saúde,
quando faz referência às três concepções distintas sobre trabalho em
equipe.

4. (FUVEST – USP – 2020) A prestação de serviços especializados no


SUS é problemática, pois a oferta é limitada e o setor privado contratado
muitas vezes dá preferência aos portadores de planos de saúde privados.
A atenção secundária é pouco regulamentada e os procedimentos de
média complexidade frequentemente são preteridos, em favor dos pro-
cedimentos de alto custo. O SUS é altamente dependente de contratos
com o setor privado, sobretudo no caso de serviços de apoio diagnóstico
e terapêutico; apenas 24,1% dos tomógrafos e 13,4% dos aparelhos de
ressonância magnética são públicos e o acesso é desigual.
Paim J, et al. “O sistema de saúde brasileiro: história, avanços e desafios”.
The Lancet [online], 09/05/2011.

Ao tratar da prestação de serviços especializados no SUS, o texto enfoca,


de modo mais evidente:

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🅐 O acesso.
🅑 A qualidade.
🅒 O custo.
🅓 A técnica.
🅔 A precarização.

GRAU DE DIFICULDADE: DIFÍCIL

DICA DO AUTOR: Algumas questões trazem alternativas que confun-


dem o candidato, por serem muito próximas das colocações feitas no
texto. Uma leitura criteriosa e a descoberta da intenção de quem es-
creve o texto podem ajudar bastante.
Alternativa A: CORRETA. A alternativa está correta, pois os diferentes
aspectos trazidos no texto direcionam para o último ponto: dificuldade
de acesso. Observe que há uma enumeração de questões: oferta limi-
tada, setor privado muitas vezes dá preferência aos planos de saúde,
atenção secundária pouco regulamentada, procedimentos de média
complexidade preteridos, dependência de contratos com o setor priva-
do, poucos aparelhos de ressonância são públicos, acesso desigual. Não
há enfoque a um único ponto.
13
Alternativa B: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois não há ênfa-
se à questão da qualidade, e sim do acesso. Perceba que o texto não fala
sobre a qualidade dos procedimentos do SUS.

Alternativa C: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois a ênfase


dada não está nos custos. Fala-se, por exemplo, em limitação de oferta
e em pouca disponibilidade para o público.

Alternativa D: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois há uma aná-


lise da questão técnica. Vale ressaltar, inclusive, que o texto traz uma
abordagem mais geral.

Alternativa E: INCORRETA. Apesar de gerar dúvidas, a alternativa é incor-


reta, pois o texto não enfoca na precarização, já que o centro da questão
não é a ineficiência, a insegurança ou a falta de qualidade. Caso o candi-
dato optasse por essa alternativa, indiretamente estaria dizendo que a
letra “B” também estaria correta.

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5. (FUVEST – USP – 2020) Na PNAD realizada em 1981, antes da criação
do SUS, 8% da população (9,2 milhões de pessoas) afirmavam ter usado
serviço de saúde nos últimos trinta dias, enquanto em 2008 14,2% da
população (26,9 milhões de pessoas) relatavam uso de serviços de saúde
nos últimos quinze dias, o que representa um aumento de 174% no uso
de serviços de saúde. O número de pessoas que busca a atenção básica
aumentou cerca de 450%, entre 1981 e 2008. Esse aumento pode ser
atribuído a um crescimento vultoso no tamanho da força de trabalho do
setor da saúde e do número de unidades de atenção básica. Em 1998, 55%
da população consultou um médico, e esse número cresceu para 68% em
2008. Porém, esse número ainda é baixo, quando comparado ao dos países
mais desenvolvidos, que varia de 68% nos EUA a mais de 80% em países
como Alemanha, França e Canadá. Em 2008, 76% das pessoas no grupo
de renda mais alta afirmaram ter consultado um médico, em comparação
com 59% das pessoas no grupo de renda mais baixa, o que mostra a exis-
tência de desigualdade socioeconômica no acesso à assistência médica. A
desigualdade não existe, todavia, entre pessoas que autoclassificam seu
estado de saúde como ruim, o que indica que indivíduos com transtornos
de saúde graves conseguem buscar o cuidado e receber tratamento, inde-
pendentemente de sua situação socioeconômica.
Paim J, et al. “O sistema de saúde brasileiro: história, avanços e desafios”.
14 The Lancet [online], 09/05/2011. Adaptado.

Com base no texto, assinale a alternativa correta:

🅐 As informações demonstram que a desigualdade socioeconômica


no acesso à assistência médica está presente mesmo nos casos de
transtornos graves de saúde.
🅑 Os dados apresentados no texto indicam que o acesso aos serviços
de saúde no Brasil melhorou de forma considerável após a criação do
Sistema Único de Saúde.
🅒 Observa–se aumento de 174% no uso de serviços de saúde, com a cria-
ção do SUS, superando países mais desenvolvidos, que apresentam
taxas de 68% (EUA) e de 80% (Alemanha, França e Canadá).
🅓 Em 2008, 59% das pessoas de renda mais alta e 76% das pessoas de
renda mais baixa afirmaram ter consultado um médico, o que mostra
favorecimento aos usuários do SUS.
🅔 A desigualdade socioeconômica não existe no acesso à assistência
médica, já que o SUS proporcionou um aumento de 174% no uso de
serviços de saúde.

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GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

DICA DO AUTOR: Textos de linguagem denotativa (objetiva) e com da-


dos estatísticos são mais acessíveis no que diz respeito à interpreta-
ção de texto, pois são menos opinativos.
Alternativa A: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois, no final do
texto, fica claro que “indivíduos com transtornos de saúde graves con-
seguem buscar o cuidado e receber tratamento, independentemente de
sua situação socioeconômica”.

Alternativa B: CORRETA. A alternativa está correta, pois, já no primeiro


período do texto, coloca-se que “antes da criação do SUS, 8% da popu-
lação” haviam usado serviço de saúde nos últimos 30 dias, enquanto em
2008 esse percentual sobe para 14,2%.

Alternativa C: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois, segundo o


texto, o percentual da população brasileira que consultou um médico,
em 1998, é de 55%. O número aumentou, mas ainda é baixo, quando se
compara ao dos países mais desenvolvidos, que varia de 68% (EUA) a
80% (Alemanha, França e Canadá).

Alternativa D: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque os percen-


15 tuais estão invertidos: 59% se referem às pessoas de renda mais baixa
e 76% se referem às pessoas de renda mais alta. Além disso, o texto não
relaciona esses percentuais ao SUS, e sim à questão socioeconômica.

Alternativa E: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois o texto colo-


ca a desigualdade socioeconômica como um fato que interfere na saúde
e no acesso a ela.

6. (FUVEST – USP – 2020) O início da Bioética se deu no começo da década


de 1970, com a publicação de duas obras muito importantes de um pesqui-
sador e professor norte–americano da área de oncologia, Van Rensselaer
Potter.
Van Potter estava preocupado com a dimensão que os avanços da ciên-
cia, principalmente no âmbito da biotecnologia, estavam adquirindo. Assim,
propôs um novo ramo do conhecimento que ajudasse as pessoas a pensar
nas possíveis implicações (positivas ou negativas) dos avanços da ciência so-
bre a vida (humana ou, de maneira mais ampla, de todos os seres vivos). Ele

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sugeriu que se estabelecesse uma “ponte” entre duas culturas, a científica e
a humanística, guiado pela seguinte frase: “Nem tudo que é cientificamente
possível é eticamente aceitável”.
Um dos conceitos que definem a Bioética (“ética da vida”) é que esta é a
ciência “que tem como objetivo indicar os limites e as finalidades da inter-
venção do homem sobre a vida, identificar os valores de referência racio-
nalmente proponíveis, denunciar os riscos das possíveis aplicações”. (Leone;
Privitera; Cunha, 2001)
Junqueira CR. Bioética: conceito, fundamentação e princípios. Especialização em Saúde da Família. Unasus,

Universidade Federal de São Paulo. Pró-Reitoria de Extensão, 2010.

A proposição de Van Potter anunciada no texto tem como base:

🅐 A possibilidade de potencializar o desenvolvimento tecnológico.


🅑 O monitoramento do uso de material biológico em pesquisas científicas.
🅒 A discussão da relação entre o desenvolvimento científico e a vida.
🅓 O controle do desenvolvimento tecnológico e científico da humanidade.
🅔 A proibição de procedimentos invasivos em pesquisas com seres
humanos.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL


16
DICA DO AUTOR: Algumas questões cobram apenas a leitura atenta
do texto e a coleta de informações contidas nele. Esta questão se tor-
na fácil na medida em que propõe o seu entendimento do que foi dito/
escrito.
Alternativa A: INCORRETA. Van Potter não defende a potencialização do
desenvolvimento tecnológico, portanto não é a base do texto.

Alternativa B: INCORRETA. Não há, no texto, correlação entre “Nem tudo


que é cientificamente possível é eticamente aceitável” (proposição de
Van Potter) e monitoramento do uso de material biológico em pesquisas
científicas.

Alternativa C: CORRETA. A alternativa está correta e é autoexplicativa.


Há uma conexão direta, no texto, entre a proposição “Nem tudo que é
cientificamente possível é eticamente aceitável” e a discussão da rela-
ção entre desenvolvimento científico e a vida. Esta é a defesa de todo o
texto.

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Alternativa D: INCORRETA. A alternativa está incorreta porque o texto
não traz a ideia de Van Potter atrelada a “controle”, e sim a ajudar as pes-
soas a pensarem nas possíveis implicações dos avanços da ciência so-
bre a vida.

Alternativa E: INCORRETA. A alternativa se constitui em uma extrapola-


ção, haja vista não haver qualquer alusão ao termo “proibição”; propõe-
-se uma reflexão.

7. (FUVEST – USP – 2020) De modo geral, quando se pensa em clínica,


imagina–se um médico prescrevendo um remédio ou solicitando um exa-
me para comprovar ou não a hipótese de o usuário ter uma determinada
doença. No entanto, a clínica precisa ser muito mais do que isso, pois todos
sabemos que as pessoas não se limitam às expressões das doenças de que
são portadoras. Alguns problemas como a baixa adesão a tratamentos, os
pacientes refratários (ou “poliqueixosos”) e a dependência dos usuários dos
serviços de saúde, entre outros, evidenciam a complexidade dos sujeitos
que utilizam serviços de saúde e os limites da prática clínica centrada na
doença. É certo que o diagnóstico de uma doença sempre parte de um prin-
cípio universalizante, generalizável para todos, ou seja, ele supõe alguma
17 regularidade e produz uma igualdade que é apenas parcialmente verdadeira,
por exemplo: um alcoolista é um alcoolista e um hipertenso é um hipertenso.
Brasil. Ministério da Saúde. “Clínica ampliada, equipe de referência e projeto terapêutico
singular”. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política
Nacional de Humanização. 2. Ed. Série B ‐ Textos Básicos de Saúde. Brasília: Ministério
da Saúde; 2007.
Deduz–se corretamente do texto que a clínica deve:

🅐 Possuir diagnósticos e intervenções com base em informações gene-


ralizáveis.
🅑 Centrar–se na saúde para o alcance do tratamento dos pacientes.
🅒 Considerar a multiplicidade de características dos usuários para a
resolubilidade de seus casos.
🅓 Observar os sujeitos tendo como referência as expressões das doenças
de que são portadores.
🅔 Interferir na baixa adesão a tratamentos e na dependência dos pacien-
tes dos serviços de saúde.

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GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

DICA DO AUTOR: Em algumas leituras, o candidato pode perder a ideia


defendida no texto por conta de suas opiniões em relação ao tema tra-
tado. Vale ficar ligado para diferenciar o que o texto defende e o que o
leitor pensa a respeito do assunto.
Alternativa A: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois o texto coloca
que a clínica precisa ser mais do que prescrever, solicitar exame ou com-
provar hipótese. Afirma ainda que o diagnóstico de uma doença sempre
parte de um princípio universalizante. Há, entretanto, a demonstração de
que é preciso observar “os limites da prática clínica centrada na doença”.

Alternativa B: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois o texto re-


mete a um cuidado com o paciente em sua diversidade e complexidade.

Alternativa C: CORRETA. A alternativa está correta, pois o texto foca


exatamente nesse aspecto: considerar a multiplicidade de característi-
cas de que usa os serviços de saúde como facilitador da resolubilidade
de casos.

Alternativa D: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois o texto


propõe a observação das características do usuário/paciente em suas
18 vastas dimensões (não apenas as expressões das doenças) para, então,
construir as hipóteses e os diagnósticos.

Alternativa E: INCORRETA. A alternativa está incorreta, pois a baixa ade-


são a tratamentos e a dependência dos pacientes dos serviços de saúde
são colocados no texto para caracterização de alguns tipos de usuários.
Não há, entretanto, a ideia de que a clínica deve interferir nisso. Associa-
-se isso ao modo como o clínico pode/deve atuar.

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CONHECIMENTOS GERAIS

8. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Na organização do Sistema Único de


Saúde (SUS), a Região de Saúde é um espaço geográfico contínuo, consti-
tuído por grupos de municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades
culturais, econômicas e sociais, com redes de comunicação e infraestrutura
de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o
planejamento e a execução de ações e serviços de saúde. Para ser instituída,
uma Região de Saúde deve conter, no mínimo, as seguintes ações e serviços:
🅐A  tenção primária; urgência e emergência; atenção ambulatorial es-
pecializada;atençãohospitalar;vigilânciaepidemiológica;vigilânciasa-
nitária.
🅑 A tenção primária; atenção ambulatorial especializada; atenção hos-
pitalar; programa de imunização; atenção psicossocial; unidade coro-
nariana.
🅒 Atenção primária; vigilância em saúde; atenção psicossocial; atenção
ambulatorial especializada; urgência e emergência; atenção hospitalar.
🅓 Urgência e emergência; atenção primária; vigilância em saúde; atenção
psicossocial; sistema de informação em saúde; atenção hospitalar.
19 🅔 Prevenção e promoção da saúde; atenção primária; atenção ambula-
torial especializada; urgência e emergência; atenção hospitalar; cen-
tral de regulação de vagas.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

DICA DO AUTOR: Ver Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011.

Alternativa A: INCORRETA. A região deve ter ações e serviços de vigilân-


cia em saúde, que englobem: vigilância epidemiológica, ambiental, sani-
tária e saúde do trabalhador.

Alternativa B: INCORRETA. O Programa de imunização é vinculado à aten-


ção primária em saúde; assim como as unidades coronarianas estão re-
lacionadas à atenção hospitalar.

Alternativa C: CORRETA. A alternativa apresenta os incisos I a V, do art.


5º, do decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011.

Alternativa D: INCORRETA. Os sistemas de informação em saúde são

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instrumentos (da vigilância em saúde), que têm como objetivo o forne-
cimento de informações para análise e melhor compreensão de impor-
tantes problemas de saúde da população, subsidiando a tomada de de-
cisões nos níveis municipal, estadual e federal.

Alternativa E: INCORRETA. As ações de prevenção e promoção da saúde


estão relacionadas à atenção primária, e central de regulação de vagas e
objetiva gerenciar o acesso às áreas hospitalar e ambulatorial, de forma
a ajudar a oferta às necessidades imediatas da população.

9. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Antônio tem um plano de saúde pri-


vado, benefício fornecido pela empresa na qual trabalha. A caminho
do trabalho, Antônio é atropelado, sofrendo um grave acidente. Ele é
resgatado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e
atendido no pronto–socorro de um hospital público mais próximo. Esse
atendimento é respaldado por qual princípio constitucional do Sistema
Único de Saúde (SUS)?

🅐 Equidade.
🅑 Integralidade.
20 🅒 Reciprocidade.
🅓 Universalidade.
🅔 Ressarcimento.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

DICA DO AUTOR: Ver Lei 8.080/90.

Alternativa A: INCORRETA. A equidade é um princípio que visa a diminuir


as desigualdades, considerando as necessidades do cidadão aplicáveis
em cada caso, investindo onde há mais necessidade.

Alternativa B: INCORRETA. O princípio da integralidade, considera que as


pessoas devem ser tratadas como um todo indivisível e como tal, devem
ser atendidas em suas necessidades, de modo que esse princípio esteja
relacionado a um conjunto articulado e contínuo de ações e serviços de
promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, para que seja assegu-
rada a atuação em diferentes áreas e níveis de complexidade.

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Alternativa C: INCORRETA. Não se refere a um princípio do SUS.

Alternativa D: CORRETA. O acesso aos serviços de saúde é universal a


todo cidadão em todos os níveis de assistência.

Alternativa E: INCORRETA. Não é princípio do SUS.

10. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Atualizada em 2017, a Política Nacional


de Atenção Básica (PNAB), no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS),
estabelece parâmetros mínimos de alcance, infraestrutura e funciona-
mento dos serviços. Acerca da PNAB, é correto afirmar:

🅐 A Equipe de Saúde da Família é composta, no mínimo, por enfermeiro,


auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde.
🅑 Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabili-
dade social, recomenda–se a cobertura de 100% da população, com
número máximo de 750 pessoas por agente comunitário de saúde.
🅒 As Unidades Básicas de Saúde devem funcionar com carga horária
mínima de 30 horas semanais, no mínimo cinco dias da semana.
🅓 A população adscrita por equipe de Atenção Básica/Saúde da Famí-
21 lia deve ser de 3.000 a 4.500 pessoas.
🅔 Os Núcleos Ampliados de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf–
AB) são serviços com unidades físicas independentes e especiais, de
livre acesso para atendimento individual ou coletivo.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

DICA DO AUTOR: Ver PNAB (2017).

Alternativa A: INCORRETA. A ESF deve ser composta, no mínimo, por médi-


co, preferencialmente da especialidade medicina de família e comunida-
de, enfermeiro, preferencialmente​especialista em saúde da família; au-
xiliar e/ou​técnico de enfermagem e agente​comunitári​o ​de saúde (ACS).
Podendo fazer parte da equipe, o agente de combate às endemias (ACE)​
e os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista, preferencialmente
especialista em saúde da família, e auxiliar ou técnico em saúde bucal.

Alternativa B: CORRETA. O número de ACS, por equipe, deverá ser defini-


do de acordo com base populacional, critérios demográficos, epidemio-
lógicos e socioeconômicos, de acordo com definição local.

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Alternativa C: INCORRETA. Há a obrigatoriedade de carga horária de 40
(quarenta) horas semanais para todos os profissionais de saúde mem-
bros da ESF​.

Alternativa D: INCORRETA. A população adscrita por equipe de Atenção Bá-


sica (eAB) e de Saúde da Família (eSF) deve ser de 2.000 a 3.500 pessoas.

Alternativa E: INCORRETA. Os Nasf-AB configuram-se como equipes


multiprofissionais que atuam de forma integrada com os demais servi-
ços da rede. Essa atuação integrada permite realizar discussões de ca-
sos clínicos; o atendimento compartilhado entre profissionais, tanto na
Unidade de Saúde quanto nas visitas domiciliares e possibilita a cons-
trução conjunta de projetos terapêuticos de forma a ampliar e qualificar
as intervenções no território e na saúde de grupos populacionais. Essas
ações de saúde também podem ser intersetoriais, com foco prioritário
nas ações de prevenção e promoção da saúde. 

11. (FUVEST-COREMU-USP-2020) A Bioética (“ética da vida”) é um cam-


po do conhecimento que aborda as possíveis implicações, positivas ou
negativas, dos avanços da ciência, assim como trata dos limites e das
finalidades da intervenção do homem sobre a vida. Qual das alternativas
22 a seguir NÃO apresenta um fundamento ou um princípio da Bioética?

🅐 Beneficência.
🅑 Justiça.
🅒 Confidencialidade.
🅓 Autonomia.
🅔 Respeito pela pessoa humana.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: CORRETA. O Princípio da Beneficência é o que estabelece


que o bem deve sempre ser realizado.

Alternativa B: INCORRETA. O princípio da justiça requer o agir com equi-


dade, isto é, com o reconhecimento das diferenças, das necessidades e
do direito de cada um. Normalmente, esse princípio é interpretado, por
meio da visão da justiça distributiva para o nivelamento das diferenças.

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Alternativa C: CORRETA. A confidencialidade é um ramo da Bioética. É
um dos pilares fundamentais para a sustentação de uma relação profis-
sional de saúde-paciente/cliente produtiva e de confiança. A garantia da
preservação do segredo das informações, além de uma obrigação legal
contida no Código Penal e na maioria dos Códigos de Ética profissional
é um dever profissional e também das instituições.

Alternativa D: INCORRETA. O princípio da autonomia refere-se ao respei-


to à vontade do paciente. Segundo esse princípio, ao paciente deve ser
dado o poder de tomar as decisões relacionadas ao seu tratamento.

Alternativa E: INCORRETA. O Princípio do Respeito à Pessoa é composto


por algumas características, tais como a privacidade, a veracidade e a
autonomia.

12. (FUVEST-COREMU-USP-2020) Sobre o financiamento do sistema de


saúde brasileiro, é correto afirmar:

🅐 Dentre os principais itens que compõem os gastos em saúde, a maior des-


pesa pública federal com saúde refere-se à assistência farmacêutica.
🅑 Do total de gastos do sistema de saúde brasileiro, a soma de gastos púbi-
23 cos, considerando as três esferas do Sistema Único de Saúde – SUS (mu-
nicípios, Estados e União), é menor que a soma de gastos privados (gastos
com planos de saúde, compra de medicamentos e desembolso direto).
🅒 O financiamento do SUS melhorou, significativamente, a partir de 1997,
quando foi criado um tributo especificamente para financiar a saúde
(a Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira – CPMF),
com destinação total para a expansão dos serviços públicos de saúde.
🅓 Os indivíduos e famílias são os maiores financiadores do mercado de
planos e seguros de saúde privados no Brasil.
🅔 Por lei, para a Saúde, os municípios devem disponibilizar, obrigatoria-
mente, 12% de suas receitas (arrecadação de impostos), os Estados
devem aplicar, no mínimo, 15% de suas receitas, e a União deve destinar,
no mínimo, 10% de sua Receita Corrente Bruta.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: INCORRETA. O principal gasto do governo com saúde ainda


é com a assistência ambulatorial e hospitalar.

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Alternativa B: CORRETA. O Brasil, apesar de ter por mandato constitucio-
nal um sistema público de saúde de acesso universal, apresenta o gasto
privado em saúde superior ao gasto público.

Alternativa C: INCORRETA. A CMPF foi criada pela Lei nº 9.311/1996, com


vigência entre 1997 e 2007, quando sua prorrogação foi vetada pelo
Congresso Nacional. Inicialmente, destinava-se integralmente à Saúde,
mas, posteriormente foi compartilhada com a Previdência e com outros
programas sociais.

Alternativa D: INCORRETA. Além dos indivíduos e famílias, empresas


também financiam o mercado de planos e seguros de saúde. Mas, são
os incentivos financeiros do Estado que mais chamam a atenção neste
contexto.

Alternativa E: INCORRETA. De acordo com a Lei complementar nº 141,


de 13 de janeiro de 2012, municípios e Distrito Federal devem aplicar
anualmente, no mínimo, 15% da arrecadação dos impostos em ações
e serviços públicos de saúde cabendo aos estados 12%. No caso da
União, o montante aplicado deve corresponder ao valor empenhado
no exercício financeiro anterior, acrescido do percentual relativo à
variação do Produto Interno Bruto (PIB) do ano antecedente ao da lei
24 orçamentária anual. 

13. (FUVEST-COREMU-USP-2020) No Brasil, as mudanças nas taxas


de mortalidade e morbidade estão relacionadas, entre outros fatores,
a transições demográficas, epidemiológicas e nutricionais. Quais são,
atualmente, as principais causas de morte no Brasil, considerando taxas
nacionais de mortalidade?
🅐 Doenças do aparelho circulatório, câncer e causas externas.
🅑 Câncer, doenças do aparelho circulatório e doenças infecciosas.
🅒 Doenças do aparelho circulatório, doenças infecciosas e homicídios.
🅓 Diabetes, hipertensão e câncer.
🅔 Doenças crônicas não transmissíveis, homicídios e Alzheimer e outras de-
mências.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

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Alternativa A: CORRETA. No Brasil, as principais causas de morte, já são
as doenças não transmissíveis, com destaque para as doenças do apa-
relho cardiovascular, os diversos tipos de câncer e as causas externas,
entre as quais, as mais significativas são a violência e os acidentes de
trânsito.

Alternativa B: INCORRETA. Embora as doenças infecciosas sejam ainda


importantes, há no Brasil, um crescimento significativo e preocupante
em relação às doenças crônicas não transmissíveis (DCNT).

Alternativa C: INCORRETA. Apesar das altas taxas de mortalidade pelas


doenças citadas, não se pode esquecer da mortalidade por causas ex-
ternas, que apresentam um número impressionante.

Alternativa D: INCORRETA. O Brasil é considerado um país de renda mé-


dia alta, e apenas os países de baixa renda ainda têm um percentual
maior de mortes por doenças infecciosas.

Alternativa E: INCORRETA. Apesar do crescente aumento dos casos de


Alzheimer e outras demências no Brasil, estes ainda não configuram as
principais causas de morte no país, mas chamam a atenção pelo impacto
que causam ao sistema de saúde.
25

14. (FUVEST-COREMU-USP-2020) A Atenção Primária em Saúde (APS)


pressupõe:
1) o acompanhamento e a continuidade da relação de cuidado, com cons-
trução de vínculo entre profissionais e usuários ao longo do tempo, de
modo permanente e consistente;
2) o acompanhamento e a organização do fluxo dos usuários, entre os
diversos serviços, estruturas e pontos da rede de saúde, de forma contínua
e integrada.
Assinale as diretrizes/atributos da APS correspondentes às descrições
nos itens 1 e 2, respectivamente:

🅐 Horizontalidade (1) e Territorialização (2).


🅑 Resolutividade (1) e Ordenação da Rede (2).
🅒 Equidade (1) e Descentralização (2).

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🅓 Longitudinalidade (1) e Coordenação do Cuidado (2).
🅔 Continuidade (1) e Integralidade (2).

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

Alternativa A: INCORRETA. Horizontalidade consiste na articulação ou


fusão de unidades e serviços de saúde de mesma natureza ou especia-
lidade, é utilizada para otimizar a escala de atividades, ampliar a cober-
tura e a eficiência econômica na provisão de ações e serviços de saúde,
por meio de ganhos de escala (redução dos custos médios totais em re-
lação ao volume produzido) e escopo (aumento do rol de ações da uni-
dade).O processo de territorialização significa organizar os serviços de
acordo com o território, ou seja, conhecer o território e a partir das suas
necessidades organizar os serviços.  Envolve a compreensão sobre os
papéis das configurações territoriais na produção de vulnerabilidades
sociais que prejudicam ou potencializam a saúde e as condições de vida
sociais e individuais.

Alternativa B: INCORRETA. Resolutividade é a capacidade de dar uma so-


lução aos problemas do usuário do serviço de saúde de forma adequada,
no local mais próximo de sua residência ou encaminhando-o aonde suas
necessidades possam ser atendidas conforme o nível de complexida-
26
de. Em relação à ordenação das Redes de Atenção à Saúde pela APS,
pressupõe-se que o planejamento do uso dos recursos financeiros, da
necessidade de formação profissional e das ações e serviços que con-
formam as RAS seja programado, estruturado, disposto, organizado,
estabelecido, portanto, ordenado, a partir das necessidades de saúde
da população.

Alternativa C: INCORRETA. Por Equidade, entende-se o princípio da jus-


tiça social, que busca diminuir desigualdades. Por Descentralização
entende-se que, a partir do conceito constitucional do comando único,
cada esfera do governo é autônoma e soberana em suas decisões e ati-
vidades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade.
Nesse sentido, a autoridade sanitária do SUS é exercida nos 3 níveis de
governo: na União, pelo ministro da saúde; nos estados, pelos secretá-
rios estaduais de saúde; e, nos municípios, pelos secretários municipais
de saúde.

Alternativa D: CORRETA. A longitudinalidade trata do acompanhamento


do paciente ao longo do tempo por profissionais da equipe de APS, e é

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considerada característica central desse nível assistencial.  A coorde-
nação do cuidado significa estabelecer conexões de modo a alcançar o
objetivo maior de prover/atender às necessidades e preferências dos
usuários na oferta de cuidados em saúde, com elevado valor, qualidade
e continuidade. 

Alternativa E: INCORRETA. O termo continuidade é, muitas vezes, utiliza-


do com significado semelhante ao de longitudinalidade. Já por Integra-
lidade têm-se a garantia do fornecimento de um conjunto articulado e
contínuo de ações e serviços (preventivos, curativos e coletivos), exigi-
dos em cada caso para todos os níveis de complexidade de assistência.

15. (FUVEST-COREMU-USP-2020) No início do século XX, a Saúde Pú-


blica no Brasil foi marcada pelo combate a doenças e epidemias, com
campanhas coercitivas que geravam descontentamento da população.
Isso levou à Revolta da Vacina, em 1904, episódio de resistência a uma
campanha de vacinação obrigatória liderada pelo sanitarista Oswaldo
Cruz, então Diretor Geral de Saúde Pública. Essa campanha contestada
era destinada a combater qual doença da época?
🅐 Peste bubônica.
27
🅑 Sarampo.
🅒 Varíola.
🅓 Rubéola.
🅔 Febre amarela.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: INCORRETA. A peste bubônica se deu no século XIV, e dizi-


mou um terço da população europeia.

Alternativa B: INCORRETA. A vacina contra o sarampo foi introduzida no


Brasil na década de 1960.

Alternativa C: CORRETA. A Revolta da vacina, foi uma rebelião popular,


ocorrida na cidade do Rio de Janeiro, em novembro de 1904. A população
contestava contra a vacina antivaríola.

Alternativa D: INCORRETA. A vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e


rubéola) foi implantada gradativamente no Brasil entre os anos de 1992

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até o ano 2000.

Alternativa E: INCORRETA. A vacina da febre amarela é produzida  no


Brasil desde 1937, pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-
-Manguinhos.

28

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

16. (FUVEST – USP – 2020) A obesidade é uma doença metabólica crô-


nica e multifatorial na qual, além dos fatores nutricionais, os aspectos
genéticos, metabólicos, psicossociais, culturais, entre outros, atuam em
sua origem e manutenção. A respeito da obesidade, é correto afirmar que:

🅐 a pesar de o Índice de Massa Corpórea (IMC) ser clinicamente limita-


do para o diagnóstico da obesidade, em geral, para adultos aceita-se
que o peso de menor risco relacionado à obesidade corresponde a um
IMC entre 18,5 e 25 kg/m², e até 27 kg/m² para indivíduos com mais de
60 anos.
🅑 as medidas das pregas cutâneas (PC) são úteis para determinar os
depósitos de gordura subcutânea. As PC devem ser usadas para de-
finir o valor total de gordura corporal ou classificar a obesidade entre
obesos mórbidos.
🅒 a distribuição regional de gordura com maior concentração visceral,
na obesidade identificada como periférica, ginoide ou ginecoide, é a
condição em que se verifica maior risco cardiovascular e metabólico.
🅓 a abordagem cognitiva comportamental para o paciente com obesi-
29 dade se propõe a definir estratégias para auxiliar no controle de peso
e prevenção de recidivas; essa abordagem tem se mostrado como a
menos eficiente no tratamento da obesidade.
🅔 o objetivo racional da intervenção dietética é reduzir a gordura cor-
poral para um nível tal que seja acompanhado de melhora no estado
de saúde ou de redução de riscos de complicações associados à obe-
sidade. Recomenda-se inicialmente redução de 15 a 30% de peso ini-
cial, que resulta em melhora metabólica significativa.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

DICA DO AUTOR: Uma das medidas mais utilizadas na prática clínica


para classificação do estado nutricional é o índice de massa corporal
(IMC) ou índice de Quetelet, o qual consiste em peso (kg) dividido pela
estatura (m²), porém apresenta limitações já que não discrimina teci-
do adiposo e muscular, portanto deve ser utilizado em conjunto com
outros parâmetros antropométricos a fim de realizar um diagnóstico
nutricional mais preciso.

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Alternativa A: CORRETA.  Os parâmetros indicados pelo Ministério da
Saúde para avaliar o estado nutricional de pessoas com idade entre 20
a 59 anos são o Índice de Massa Corporal (IMC) e o perímetro da cintura
ou circunferência da cintura. O resultado do cálculo do IMC deve ser ana-
lisado de acordo com a classificação da Organização Mundial de Saú-
de (OMS): Baixo peso (< 18,5); Peso adequado (≥ 18,5 e < 25); Sobrepeso
(≥ 25 e < 30) e Obesidade (≥ 30). Para a população idosa com idade igual
ou superior a 60 anos, além do IMC, é fundamental avaliar o perímetro
ou circunferência da panturrilha, pois esse perímetro é mais sensível
para avaliar a massa muscular. A classificação da OMS para o IMC difere
da população adulta, pois leva em consideração as mudanças na com-
posição corporal que ocorrem com o envelhecimento: Baixo peso (≤ 22);
Peso adequado (> 22 e < 27) e Sobrepeso (≥ 27).
Alternativa B: INCORRETA. A avaliação do percentual de gordura por do-
bras cutâneas é uma técnica duplamente indireta de avaliação da com-
posição corporal que pode ser afetada pela habilidade do avaliador, o
tipo de adipômetro, a compressão do tecido adiposo e a hidratação do
paciente. Porém apesar de ser amplamente utilizada para a avaliação da
composição corporal, essa técnica não é aconselhável para aferir o grau
de adiposidade em obesos, devido à limitação máxima de abertura do
adipômetro e em razão da gordura subcutânea não ser facilmente sepa-
rada do músculo. Isso compromete a exatidão da medida e subestima o
30 total de gordura corporal.
Alternativa C: INCORRETA. A alternativa descreve perfeitamente a distri-
buição de gordura conhecida como obesidade androide, que se asseme-
lha à figura de uma maçã, associada a maiores riscos de complicações
metabólicas.
Alternativa D: INCORRETA. A terapia cognitivo-comportamental tem
apresentado resultados positivos na perda e manutenção de peso nos
tratamentos para obesidade, já que a maioria apresenta dificuldades
para prevenir o reganho de peso e manter as mudanças comportamen-
tais.
Alternativa E: INCORRETA. Segundo a Associação Brasileira para Estudo
da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso -2018) a obesidade é
uma doença crônica que tende a recorrer após a perda de peso e o su-
cesso em longo prazo depende de constante vigilância na adequação
do nível de atividade física e de controle da ingestão de alimento, além
de outros fatores, como apoio social, familiar e automonitorização. As
metas de perda de peso devem ser realistas, porém significativas. Uma
meta inicial de perda de 5% a 10% do peso inicial em 6 meses é factível.

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17. (FUVEST – USP – 2020) As necessidades energéticas de um indivíduo
podem ser medidas ou estimadas por fórmulas. Assinale a alternativa
correta:

🅐 Para a medida do gasto energético por calorimetria direta, o indivíduo


permanece confinado por 24 horas em uma câmara metabólica.
🅑 A calorimetria indireta apresenta boa acurácia para a medida de gasto
energético (5 a 10% de erro).
🅒 A calorimetria direta também apresenta boa acurácia para a medida
de gasto energético (2 a 5% de erro).
🅓 A calorimetria direta e a indireta têm custos similares.
🅔 Na prática clínica, recomenda - se o uso da calorimetria direta sempre
que disponível.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

DICA DO AUTOR: Os métodos mais eficazes utilizados para a medida


do gasto energético são a calorimetria direta e indireta. O gasto ener-
gético ainda pode ser estimado através de fórmulas preditivas

Alternativa A: CORRETA. A calorimetria direta requer uma câmara alta-


31 mente sofisticada, que permite a medida do calor sensível liberado pelo
organismo, além do vapor de água liberado pela respiração e pela pele .
Para a avaliação do gasto energético diário  (GED), o avaliado deve perma-
necer em uma câmara metabólica por período igual ou superior a 24 horas.
Alternativa B: INCORRETA. A calorimetria indireta tem boa acurácia: 2 a
5% de erro.
Alternativa C: INCORRETA. A calorimetria direta tem maior acurácia: 1 a
2% de erro.
Alternativa D: INCORRETA. A calorimetria indireta tem um custo menor
do que a calorimetria direta, sendo assim mais utilizada
Alternativa E: INCORRETA. A calorimetria direta, apesar de ser o método
com maior acurácia, tem elevado custo, não é acessível e requer profis-
sionais bem treinados, o que faz que este método fique basicamente
restrito ao meio acadêmico. A calorimetria indireta é o método calori-
métrico mais utilizado, tanto em pesquisas quanto na prática clínica, de-
vido a sua praticidade e menor custo.

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18. (FUVEST – USP – 2020) O diabete melito é considerado uma doença
crônica não transmissível que ocorre quando o pâncreas não produz insu-
lina suficiente ou quando há resistência à ação desse hormônio, quadro
denominado resistência à insulina, que é o hormônio que regula as taxas
de glicose no sangue. Quanto ao manejo nutricional no paciente com
diabete melito, é correto afirmar que:

🅐 o plano alimentar do indivíduo com diabete melito deve seguir um


modelo generalizado, uma vez que as recomendações nutricionais são
semelhantes às da população em geral.
🅑 dietas cetogênicas ou jejum intermitente são aconselháveis, podendo
repercutir benefícios à saúde dos indivíduos com diabete.
🅒 a Associação Americana de Diabete não recomenda dietas como a
do Mediterrâneo para indivíduos com diabetes devido à escassez de
resultados positivos.
🅓 o carboidrato é o principal nutriente que eleva as concentrações de
glicose; recomenda?se a ingestão diária de 45 a 60% do valor ener-
gético total de carboidratos.
🅔 aconselha-se o consumo de 60 a 100 g de fibras, sendo a recomendação
mínima de 28 g de fibra para cada 1000 kcal.
32
GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

DICA DO AUTOR: Diabetes Melitos é uma síndrome metabólica crônica


de origem múltipla que pode ser causada pela produção insuficiente ou
má absorção de insulina (hormônio que regula a glicose no sangue). É ca-
racterizada por altas taxas de glicemia de modo permanente.

Alternativa A: INCORRETA. De acordo com as Diretrizes da Sociedade


Brasileira de Diabetes (2017-2018) a abordagem nutricional não deve
ser apenas prescritiva, mas deve apresentar caráter subjetivo, de olhar
comportamental, colocando o indivíduo no centro do cuidado de modo
a adaptar as recomendações às preferências pessoais, em uma decisão
conjunta e dialógica.
Alternativa B: INCORRETA. A questão vai de encontro ao recomendável
para população diabética, pois o excesso de proteínas pode ser prejudi-
cial e o jejum intermitente, onde o indivíduo permanece mais tempo para
se alimentar também pode trazer prejuízos, principalmente se o pacien-
te faz uso de insulina.

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Alternativa C: INCORRETA. Ao contrário do que determina a questão, a
Associação Americana de Diabetes indica a dieta mediterrânea por ser
rica em ácidos graxos monoinsaturados como alternativa de substitui-
ção das dietas ricas em carboidratos.
Alternativa D: CORRETA. A alternativa indica a porcentagem adequada
de carboidratos totais para indivíduos com Diabetes, segundo as Dire-
trizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. É importante destacar que a
sacarose e alimentos contendo sacarose não são proibidos para indiví-
duos com diabetes, uma vez que não aumentam a glicemia mais do que
outros carboidratos, quando ingeridos em quantidades equivalentes.
Desse modo, a sacarose pode ser inserida no contexto de uma alimen-
tação saudável desde que que seja realizada em substituição a outras
fontes de carboidratos e compensada com doses adicionais de insulina.
Alternativa E: INCORRETA. Devido aos efeitos benéficos do consumo de
fibras as associações canadense e americana de diabetes recomendam
o aumento do consumo de fibras para os indivíduos com diabetes para
cerca de 30 a 50 gramas por dia e a recomendação mínima de acordo
com as calorias é de 14 gramas para cada 1.000 kcal.

33 19. (FUVEST – USP – 2020) A hipertensão arterial é definida como uma


entidade multigênica, de etiologia múltipla, de fisiopatogenia multifatorial,
caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140/90
mmHg. O plano alimentar Dash (Dietary Approaches to Stop Hypertension)
recomenda de 7 a 8 porções/dia de cereais e grãos; 4 a 5 porções/dia de
hortaliças; 4 a 5 porções de frutas/dia; 2 a 3 porções/dia de laticínios sem
ou com pouca gordura; 2 porções /dia ou menos de carnes; 4 a 5 porções/
semana de oleaginosas e leguminosas; 2 a 3 porções/dia de gorduras e
óleos e 5 porções de doces/semana. A recomendação da ingestão diária
de sódio é de:

🅐 5 g.
🅑 10 g.
🅒 4 g.
🅓 2 g.
🅔 1 g.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


DICA DO AUTOR: A dieta DASH (Dietary Approach to Stop Hyperten-
sion) se baseia em um padrão rico em frutas, hortaliças, fibras, minerais
e laticínios com baixos teores de gordura, sendo considerada um padrão
alimentar saudável, preconizada para o controle da hipertensão arterial. 

RESOLUÇÃO: A recomendação diária de sal, de acordo com a dieta


DASH, é de 5g, o que corresponde a 2g de sódio.

RESPOSTA: 🅓

20. (FUVEST – USP – 2019) A Política Nacional de Alimentação e Nutrição


(PNAN) tem como propósito a melhoria das condições de alimentação,
nutrição e saúde da população brasileira. Analise as afirmações sobre a
PNAN.

I. A atenção nutricional compreende os cuidados relativos à alimentação


e nutrição voltados à promoção e proteção da saúde, prevenção, diag-
nóstico e tratamento de agravos, devendo estar associados às demais
ações de atenção à saúde.
II. A atenção nutricional deve fazer parte do cuidado integral na Rede de
34 Atenção à Saúde (RAS), tendo a atenção terciária como coordenadora do
cuidado e ordenadora da rede.
III. O processo de organização de cuidados relativos à alimentação e nu-
trição na RAS deverá ser iniciado pelo diagnóstico da situação alimentar
e nutricional da população adscrita aos serviços e equipes de Atenção
Básica.

Está correto apenas o que se afirma em:

🅐 I.
🅑 II.
🅒 III.
🅓 I e II.
🅔 I e III.

Alternativa A: INCORRETA. Segundo, a Política Nacional de Alimentação


e Nutrição (PNAN) – 1.ed, 1.reimp, Ministério da Saúde – 2013 – pag.68 e
69 – Apresenta o termo; Atenção Nutricional – Compreende os cuida-

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dos relativos à alimentação e nutrição voltados à promoção e proteção
da saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento de agravos, que devem
estar associados às demais ações de atenção à saúde do SUS, para in-
divíduos, famílias e comunidades, contribuindo para a conformação de
uma rede integrada, resolutiva e humanizada de cuidados.
Alternativa B: INCORRETA. Diante a PNAN, pág. 26 – A atenção nutricio-
nal deve fazer parte do cuidado integral na Rede de Atenção à Saúde
(RAS), tendo a Atenção Básica como coordenadora do cuidado e orde-
nadora da rede.
Alternativa C: INCORRETA. Conforme a PNAN (2013), pág. 27 - O processo
de organização de cuidados relativos à alimentação e nutrição na RAS
deverá ser iniciado pelo diagnóstico da situação alimentar e nutricional
da população adscrita aos serviços e equipes de Atenção Básica. A vi-
gilância alimentar e nutricional possibilitará a constante avaliação e or-
ganização da atenção nutricional no SUS, identificando prioridades de
acordo com o perfil alimentar e nutricional da população assistida.
Alternativa D: INCORRETA. O ítem I encontra-se correto - Tendo em vista
a PNAN (2013) - Atenção Nutricional – Compreende os cuidados relativos
à alimentação e nutrição voltados à promoção e proteção da saúde, pre-
venção, diagnóstico e tratamento de agravos, que devem estar associa-
dos às demais ações de atenção à saúde do SUS, para indivíduos, famílias
35 e comunidades, contribuindo para a conformação de uma rede integrada,
resolutiva e humanizada de cuidados. No entanto, o ítem II está incorreto
– Segundo a PNAN (2013) - A atenção nutricional deve fazer parte do cui-
dado integral na Rede de Atenção à Saúde (RAS), tendo a Atenção Básica
como coordenadora do cuidado e ordenadora da rede.
Alternativa E: CORRETA. A PNAN (2013), aborda - Atenção Nutricional –
Compreende os cuidados relativos à alimentação e nutrição voltados à
promoção e proteção da saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento de
agravos, que devem estar associados às demais ações de atenção à saú-
de do SUS, para indivíduos, famílias e comunidades, contribuindo para a
conformação de uma rede integrada, resolutiva e humanizada de cuida-
dos. O ítem III também encontra-se correto. A PNAN (2013), apresenta
- O processo de organização de cuidados relativos à alimentação e nu-
trição na RAS deverá ser iniciado pelo diagnóstico da situação alimentar
e nutricional da população adscrita aos serviços e equipes de Atenção
Básica. A vigilância alimentar e nutricional possibilitará a constante
avaliação e organização da atenção nutricional no SUS, identificando
prioridades de acordo com o perfil alimentar e nutricional da população
assistida.

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


21. (FUVEST – USP – 2020) Os primeiros anos de vida de uma criança,
especialmente os dois primeiros, são caracterizados por crescimento ace-
lerado e enormes aquisições no processo de desenvolvimento, incluindo
habilidades para receber, mastigar e digerir outros alimentos além do leite
materno, e no autocontrole do processo de ingestão de alimentos, para
atingir o padrão alimentar cultural do adulto. O aleitamento materno, que
deve ser a primeira prática alimentar dos indivíduos, é necessário para a
garantia da saúde e do desenvolvimento adequado das crianças. O Brasil
adota as recomendações internacionais, aconselhando o aleitamento
materno exclusivo:

🅐 até o sexto mês e continuado até o primeiro ano de vida.


🅑 até o quarto mês e continuado até o segundo ano de vida.
🅒 até o sexto mês e continuado até o segundo ano de vida ou mais.
🅓 até o quarto mês e continuado até o primeiro ano de vida.
🅔 até o sexto mês e continuado até o terceiro ano de vida.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: INCORRETA. O aleitamento materno exclusivo é recomen-


dado até o sexto mês e continuado por 2 anos ou mais.
36
Alternativa B: INCORRETA. O aleitamento materno exclusivo é recomen-
dado até o sexto mês de vida e não até o quarto mês, devendo ser conti-
nuado por dois anos ou mais.
Alternativa C: CORRETA. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Mi-
nistério da Saúde do Brasil, recomendam aleitamento materno por dois
anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros seis meses. Até os 6 meses
de idade, recomenda-se o aleitamento materno exclusivo, ou seja, até
essa idade, a criança deve tomar apenas leite materno e não deve ser
ofertado nenhum outro alimento complementar ou bebida. A partir dos
6 meses de idade, é recomendado o aleitamento materno complemen-
tar como a introdução de frutas, verduras e outros alimentos com manu-
tenção do aleitamento materno.
Alternativa D: INCORRETA. O aleitamento materno exclusivo é recomen-
dado até o sexto mês de vida e não até o quarto mês, devendo ser conti-
nuado por dois anos ou mais. A recomendação do aleitamento materno
não se limita até o primeiro ano de vida.
Alternativa E: INCORRETA. O aleitamento materno exclusivo é recomen-
dado até o sexto mês de vida, porém não existe uma limitação de reco-
mendação até o terceiro ano de vida.

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22. (FUVEST – USP – 2020) A vigilância alimentar e nutricional (VAN)
é fundamental para a organização da linha de cuidado às pessoas com
sobrepeso e obesidade. A VAN possibilita a estratificação de risco por
meio do índice de massa corpórea (IMC), que deve ser analisado com ou-
tros aspectos, como a presença ou ausência de comorbidades, para que
os profissionais de saúde possam definir ações e estratégias de cuidado.
Assim, um indivíduo do sexo masculino, 45 anos, peso igual a 97 kg, altura
igual a 173 cm, com IMC igual a 32,4 kg/m2, é classificado com:

🅐 sobrepeso.
🅑 pré–obesidade.
🅒 obesidade classe I.
🅓 obesidade classe II.
🅔 obesidade classe III.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

DICA DO AUTOR: O índice de massa corporal (IMC) é uma medida reco-


mendada internacionalmente para avaliação do estado nutricional de
adolescentes, adultos e idosos e permite estimar a massa corporal e o ris-
co progressivo de desenvolvimento de doenças crônicas não-transmissí-
37 veis associadas ao sobrepeso e à obesidade. O IMC é calculado dividindo
o peso em quilogramas pela altura ao quadrado em metros (kg/m2).  De
acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o índice de massa
corpórea (IMC) em adultos deve ser analisado de acordo com a seguinte
classificação: Baixo peso (< 18,5 kg/m2); Peso adequado (≥ 18,5 e < 25 kg/
m2); Sobrepeso (≥ 25 e < 30 kg/m2); Obesidade grau I (≥ 30 e < 35kg/m2);
Obesidade grau II (≥ 35 e < 40kg/m2) e obesidade grau III ((≥ 40kg/m2).
Alternativa A: INCORRETA. O IMC de que indica sobrepeso é: ≥ 25 e < 30
kg/m2.
Alternativa B: INCORRETA. A classificação de pré-obesidade correspon-
de ao sobrepeso e o IMC indicativo de sobrepeso é: ≥ 25 e < 30 kg/m2.
Alternativa C: CORRETA. Como o paciente em questão apresenta IMC de
32,4kg/m2, o mesmo apresenta obesidade grau I (≥ 30 e < 35kg/m2).
Alternativa D: INCORRETA. O IMC de que indica obesidade grau II é≥ 35 e
< 40kg/m2. Logo, o paciente não apresenta obesidade grau II.

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


Alternativa E: INCORRETA. O IMC de que indica obesidade grau III é ≥ 40kg/
m2). Logo, o paciente em questão não apresenta obesidade grau III.

23. (FUVEST – USP – 2020) A avaliação do estado nutricional e do ganho


de peso gestacional na Atenção Básica consiste na aferição de peso e da
altura e no cálculo da semana gestacional, o que permite a classificação
do índice de massa corporal (IMC) por semana gestacional. Com base no
IMC pré–gestacional, é possível conhecer o estado nutricional atual e
acompanhar o ganho de peso até o final da gestação. Assinale a alterna-
tiva correta sobre a recomendação de ganho de peso durante a gestação:

🅐 Gestantes de baixo peso deverão ganhar entre 11,5 e 16 kg durante


toda a gestação.
🅑 Gestantes com IMC adequado devem ganhar, até o fim da gestação,
18 kg durante toda a gestação.
🅒 Gestantes com sobrepeso devem ganhar entre 7 e 11,5 kg, e as obesas
devem apresentar ganho entre 5 e 9,0 kg.
🅓 Gestantes de baixo peso deverão ganhar 20 kg durante toda a gestação.
🅔 Gestantes com sobrepeso deverão ganhar, aproximadamente, 15 kg,
38 e as obesas devem apresentar ganho em torno de 10 kg.

GRAU DE DIFICULDADE : INTERMEDIÁRIO

Alternativa A: INCORRETA. O recomendado para o ganho de peso total


para a gestante com baixo peso é de 12,5 e 18,0 kg.
Alternativa B: INCORRETA. As gestantes com peso adequado deverão
ganhar durante toda a gestação 11,5 e 16,0 kg.
Alternativa C: CORRETA. As gestantes com sobrepeso e obesidade deve-
rão ter um ganho de peso inferior as gestantes com peso adequado para
evitar possíveis complicações no parto, com isso, deverão ser progra-
mado um ganho de peso total para gestantes com sobrepeso entre 7,0 e
11,5 kg e para gestantes obesas entre 5 a 9,0 kg.
Alternativa D: INCORRETA. As gestantes com baixo peso deverão ganhar
até 18,0 kg durante toda gestação.
Alternativa E: INCORRETA. Gestantes com sobrepeso deverão ganhar
até 11,5 kg total e as obesas um ganho total de até 9,0 kg.

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


24. (FUVEST – USP – 2020) Uma nova metodologia de gestão de trabalho
interprofissional em saúde, adotada em alguns programas do Ministério
da Saúde, é o apoio matricial. Analise as três afirmações em relação ao
apoio matricial:

I. O apoio matricial em saúde objetiva assegurar retaguarda especializada


a equipes e profissionais encarregados da atenção a problemas de saúde.
II. O apoio matricial pretende assegurar maior eficiência e eficácia ao
trabalho em saúde, mas também investir na construção de autonomia
dos usuários.
III. O apoio matricial em conjunto com a equipe de referência objetiva
ampliar as possibilidades de se realizar clínica ampliada e integração
dialógica entre distintas especialidades.

Está correto o que se afirma em:

🅐 I, apenas.
🅑 II, apenas.
🅒 III, apenas.
🅓 I e II apenas.
39 🅔 I, II e III.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

DICA DO AUTOR: O conceito de apoio matricial (AM) e equipe de refe-


rência (ER) vem se desenvolvendo desde o final da década de 1980. Es-
ses arranjos organizacionais surgiram como forma de superar a raciona-
lidade gerencial tradicionalmente verticalizada, compartimentalizada
e produtora de processo de trabalho fragmentado e alienante para o
trabalhador, produzindo novas formas de abordagem para a gestão da
clínica. Tais arranjos favorecem a criação de um modelo de atendimento
mais singularizado, potencializando o trabalho interdisciplinar e o siste-
ma de referenciamento.

RESOLUÇÃO: As afirmações do I, II e III estão corretas. O apoio matri-


cial em saúde objetiva assegurar retaguarda especializada a equipes e
profissionais encarregados da atenção a problemas de saúde. Trata-se
de uma metodologia de trabalho complementar àquela prevista em sis-
temas hierarquizados, a saber: mecanismos de referência e contrarrefe-
rência, protocolos e centros de regulação. Depende da construção com-

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partilhada de diretrizes clínicas e sanitárias entre os componentes de
uma equipe de referência e os especialistas que oferecem apoio matri-
cial. Essa metodologia objetiva assegurar maior eficácia e eficiência ao
trabalho em saúde e investir na construção de autonomia dos usuários.
Sua utilização como instrumento concreto e cotidiano pressupõe cer-
to grau de reforma ou de transformação do modo como se organizam e
funcionam serviços e sistemas de saúde. 
O apoio matricial e equipe de referência são, ao mesmo tempo, arranjos
organizacionais e uma metodologia para a gestão do trabalho em saúde,
objetivando ampliar as possibilidades de realizar-se clínica ampliada e
integração dialógica entre distintas especialidades e profissões.

RESPOSTA: 🅔

25. (FUVEST – USP – 2020) A principal manifestação clínica da doença


arterial coronariana é o infarto agudo do miocárdio (IAM), caracterizado
clinicamente por dor precordial retroesternal em aperto, pressão ou quei-
mação de forte intensidade. A dor pode ser acompanhada por sudorese,
dispneia, palpitação, náuseas ou vômitos e sensação de desfalecimento.
Alguns dos fatores de risco para IAM são:
40
🅐 história familiar; idade maior que 50 anos para os homens e maior que
60 anos para mulheres; sexo masculino.
🅑 história familiar; idade maior que 60 anos para os homens e maior que
50 anos para mulheres; sexo masculino.
🅒 história familiar; idade maior que 45 anos para os homens e maior que
55 anos para mulheres; sexo masculino.
🅓 história familiar; idade maior que 55 anos para os homens e maior que
45 anos para mulheres; sexo masculino.
🅔 história familiar; idade maior que 45 anos para os homens e maior que
55 anos para mulheres; sexo feminino.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


DICA DO AUTOR: O infarto do miocárdio (IAM) é a morte das células de
uma região do músculo do coração por conta da formação de um coágu-
lo que interrompe o fluxo sanguíneo de forma súbita e intensa. A princi-
pal causa do infarto é a aterosclerose, doença em que placas de gordura
se acumulam no interior das artérias coronárias, chegando a obstruí-las.
Na maioria dos casos o infarto ocorre quando há o rompimento de uma
dessas placas, levando à formação do coágulo e interrupção do fluxo
sanguíneo, levando a diminuição da oxigenação das células do músculo
cardíaco (miocárdio).

RESOLUÇÃO: Os fatores que predispõem a um maior risco de infarto


agudo do miocárdio (IAM) são a faixa etária (idade maior que 45 anos
para os homens e maior que 55 anos para mulheres), sexo masculino,
hereditariedade (história familiar), a hipercolesterolemia, tabagismo,
obesidade, sedentarismo, hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabe-
tes mellitus (DM).

RESPOSTA: 🅒

26. (FUVEST – USP – 2020) De acordo com o manual proposto pelo


41 Ministério da Saúde, para subsidiar a orientação nutricional e dietética,
em especial de profissionais da Atenção Básica, a Alimentação Car-
dioprotetora utiliza uma estratégia lúdica de orientação com base em
alimentos tipicamente brasileiros, para proteger a saúde do coração. Ela
é simbolizada pela bandeira do Brasil e dividida em grupos alimentares
de acordo com as cores da bandeira: verde, amarela e azul. O grupo de cor
verde é composto por alimentos cardioprotetores. Assinale a alternativa
que contém os alimentos que fazem parte desse grupo:

🅐 Repolho, couve, batata.


🅑 Jambu, feijão, iogurtes naturais sem gordura.
🅒 Brócolis, tapioca, frango.
🅓 Ovos, macarrão, alface.
🅔 Manteiga, castanha do Brasil, arroz carreteiro.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


DICA DO AUTOR: A Alimentação Cardioprotetora foi elaborada a partir
de recomendações nutricionais descritas nas diretrizes brasileiras di-
recionadas para o tratamento e controle das doenças cardiovasculares
(DCV) e seus fatores de risco, a fim de promover a alimentação saudá-
vel e adequada e prevenir agravos relacionados ao desenvolvimento de
doenças crônicas.

Alternativa A: INCORRETA. A batata faz parte do grupo amarelo e não do


verde.
Alternativa B: CORRETA. O grupo verde é composto de alimentos car-
dioprotetores, ou seja, alimentos que contêm substâncias que prote-
gem o coração, como vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes, e não
contêm nutrientes que podem prejudicar o coração, como gordura sa-
turada, colesterol e sódio. Esse grupo conta com alimentos in natura
e minimamente processados, de acordo com a classificação do Guia
Alimentar para a População Brasileira. O grupo verde é composto dos
seguintes alimentos: verduras como alface, repolho, couve, brócolis,
espinafre, agrião e outras; Frutas como banana, laranja, maçã, mamão,
uva, limão, abacaxi, jambo e outras; Legumes como cenoura, tomate, be-
terraba, abobrinha, chuchu etc; Leguminosas como feijão, soja, ervilha e
lentilha; Leite desnatado e iogurte natural desnatado.
42 Alternativa C: INCORRETA. A tapioca faz parte do grupo amarelo e o fran-
go, do grupo azul. Apenas o brócolis faz parte do grupo verde.
Alternativa D: INCORRETA. O macarrão faz parte do grupo amarelo e o
ovo, do grupo azul. Apenas o alface faz parte do grupo verde.
Alternativa E: INCORRETA. As castanhas fazem parte do grupo amarelo e
a manteiga e o arroz carreteiro do grupo azul.

27. (FUVEST- USP - 2020) A insuficiência cardíaca (IC) pode ser definida
como uma síndrome sistêmica, sendo caracterizada por anormalidades
da função cardíaca, do músculo esquelético, da função renal e metabó-
lica, associada à elevada estimulação do sistema nervoso simpático e a
um complexo padrão de alterações neuro–hormonais e inflamatórias,
incluindo aumento das citocinas pró–inflamatórias com aumento do
catabolismo. A IC leva a uma série de alterações fisiológicas, das quais
muitas influenciam diretamente o estado nutricional. Em relação à terapia
nutricional na IC, é correto afirmar:

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


🅐 Quando a ingestão oral não for possível ou for insuficiente, não se deve
instituir a terapia nutricional enteral, devido à retenção de líquidos.
🅑 A quantidade de gordura da dieta deverá ser de 15 a 20 % do valor ener-
gético total, devido à sensação de plenitude gástrica presente na IC.
🅒 Nos casos em que houver uma diminuição da função renal, a oferta
proteica deve ser de aproximadamente 2,0 gramas por quilograma de
peso corporal por dia.
🅓 Para atingir a recomendação de energia, deve–se aumentar a densidade
calórica das preparações, fornecendo maior quantidade de energia
em menor volume.
🅔 Não se deve ofertar fontes alimentares de potássio na dieta, uma vez
que os pacientes apresentam hipercalemia devido ao uso de diuréticos.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

Alternativa A: INCORRETA. Comentário: Segundo Costa et al. (2019)


“Quando a ingestão oral não é possível ou insuficiente, a terapia nutri-
cional enteral deve ser instituída o mais precocemente”. E o paciente
que se encontra em restrição de líquidos, a dieta enteral deve apresen-
tar densidade calórica elevada (> 1,2 kcal/ml) e volume geralmente redu-
zido, variando em função do balanço hidroeletrolítico.
43
Alternativa B: INCORRETO. Comentário: As referências atuais trazem
como recomendação de lipídeos de 30% a 35% do valor energético total.
Alternativa C: INCORRETO. Comentário: A literatura traz que nos casos
em que há diminuição da função renal, a oferta proteica deve ser de
aproximadamente 0,8g/kg peso/dia.
Alternativa D: CORRETA. Comentário: A literatura indica que para atingir
a recomendação de energia, deve-se aumentar a densidade calórica das
preparações fornecendo maior quantidade energia em menor volume.
Para isso, podem ser utilizado módulos de nutrientes, suplementos nu-
tricionais especializados ou até mesmo aumentar o percentual de gor-
dura da dieta.
Alternativa E: INCORRETO. Comentário: A literatura relata que o uso de
diurético é bastante comum no controle da insuficiência cardíaca, sendo
alguns deles depletores de potássio, podendo levar a hipocalemia e não
hipercalemia. É importante lembrar que também existem diuréticos que
são poupadores de potássio que podem ocasionar o aumento do potás-
sio sérico, mas como a questão não trouxe nenhum detalhe sobre a clas-
sificação do fármaco, não sendo possível afirmar que seria poupadores
do potássio.

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28. (FUVEST- USP - 2020) Um dos objetivos da avaliação dietética é
determinar se as ingestões de nutrientes de um indivíduo ou grupo estão
atendendo às suas necessidades. Já um dos objetivos do planejamento
dietético é recomendar uma dieta que forneça níveis adequados de nu-
trientes. Para tanto, as DRIs (Dietary Reference Intakes) são uma refe-
rência possível para o estabelecimento de metas nutricionais. Assinale
a alternativa correta:

🅐 As DRIs aplicam–se a indivíduos saudáveis e também àqueles que


estão doentes ou desnutridos.
🅑 As DRIs fornecem informações exatas da necessidade nutricional de
um indivíduo.
🅒 Indivíduos em circunstâncias especiais mantêm inalteradas suas ne-
cessidades nutricionais.
🅓 O uso das DRIs é mais eficaz quando conduzida como uma atividade
cíclica que compreende avaliação, planejamento, implementação e
reavaliação.
🅔 Com o uso das DRIs não é possível estimar se o nível de ingestão de
determinado nutriente pode levar a um efeito adverso.

44 GRAU DE DIFICULDADE: MÉDIA

DICA DO AUTOR: As Dietary Reference Intakes (DRIs) são um conjun-


to de quatro valores de referência de ingestão de nutrientes, a saber:
RDA (Recommended Dietary Allowance); (EAR (Estimated Average Re-
querement); AI (Adequate Intake) e UL (Tolerable Upper Intake Level).

Alternativa A: INCORRETA. As DRIs aplicam-se apenas para indivíduos


saudáveis.
Alternativa B: INCORRETA. As DRIs não fornecem informações exatas
da necessidade nutricional de um indivíduo, visto que cada pessoa pode
apresentar uma necessidade diferente. As recomendações propostas
pelas DRIs informam a quantidade de nutrientes suficiente para aten-
der as necessidades diárias da maioria da população.
Alternativa C: INCORRETA. Indivíduos em circunstâncias especiais (atle-
tas, vegetariano ou com alguma morbidade), tem as suas necessidades
nutricionais alteradas, devendo haver nesses casos um planejamento
com valores diferentes.

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


Alternativa D: CORRETA. As DRIs são usadas para o planejamento de die-
tas, definição de rotulagem e planejamento de programas de educação
nutricional. Sua aplicação é mais eficaz quando conduzida como uma
atividade cíclica que compreende avaliação, planejamento, implemen-
tação e reavaliação. Para isso, são usados os valores de referências de
ingestão: A EAR, RDA, AI e a UL..
Alternativa E: INCORRETA. A UL determina o limite máximo de ingestão
diária de um nutriente, tolerável biologicamente e através dela é possí-
vel estimar se o nível de ingestão de determinado nutriente pode levar a
um efeito adverso.

29. (FUVEST- USP - 2020) Nas últimas décadas, a população brasileira


tem sofrido grandes transformações sociais que resultaram em mudanças
no padrão de saúde e consumo alimentar, o que levou a uma diminuição da
fome e desnutrição e ao aumento da obesidade, em todas as camadas da
população. Observa–se incremento nas taxas de mortalidade à medida
que aumentam os graus de excesso de peso, medido pelo IMC. À medida
que o IMC aumenta, também se eleva a proporção de pessoas com uma
ou mais comorbidades. Nesse contexto, assinale a alternativa correta:
45
🅐 Fatores alimentares que foram ligados ao excesso de peso e obesidade
não incluem comer fora do domicílio e disponibilidade de alimentos
ultraprocessados.
🅑 Fatores nutricionais sob investigação na influência no ganho de peso
incluem gorduras monoinsaturadas e carboidratos complexos.
🅒 As questões ambientais não estão relacionadas ao ganho de peso.
🅓 A atividade física é um importante determinante do peso corporal e
importante modificador da mortalidade e morbidade relacionadas ao
sobrepeso, exceto entre indivíduos obesos.
🅔 Há firme evidência de que os níveis de condicionamento físico mo-
derado a alto proporcionam um risco substancialmente reduzido de
doenças cardiovasculares e mortalidade por todas as causas em todos
os níveis de IMC

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


Alternativa A: INCORRETA. Comer fora do domicílio, bem como o consu-
mo de alimentos ultraprocessados são fatores alimentares que estão
ligados ao excesso de peso.
Alternativa B: INCORRETA. O consumo elevado de gorduras saturadas e
carboidratos simples são fatores nutricionais que influenciam no ganho
de peso.
Alternativa C: INCORRETA. Os fatores ambientais como consumo de ali-
mentos ultraprocessados, elevado consumo de açúcar e gordura satu-
rada, baixo consumo de fibras, sedentarismo, além de outros estão rela-
cionadas ao ganho de peso.
Alternativa D: INCORRETA. A prática de atividade física é um importante
determinante do peso corporal e importante modificador da mortalida-
de e morbidade relacionadas ao sobrepeso, assim como a obesidade.
Alternativa E: CORRETA. A prática de atividade física tem muitos efeitos
positivos na saúde. Entre as implicações ao sistema cardiovascular, po-
de-se incluir a redução do colesterol total, da lipoproteína de baixa den-
sidade (LDL-C), dos triglicerídeos (TG), da pressão arterial, melhora nos
níveis séricos de lipoproteína de alta densidade (HDL-C), além da con-
tribuição para o controle glicêmico. Assim, a prática frequente de exer-
cício físico proporciona um menor risco de doenças cardiovasculares e
mortalidade por todas as causas em todos os níveis de IMC.
46

30. (FUVEST- USP - 2020) Adota–se o termo Educação Alimentar e


Nutricional (EAN) e não o termo Educação Nutricional ou o termo Educa-
ção Alimentar para que as ações educativas em alimentação e nutrição
abranjam desde os aspectos relacionados ao alimento e à alimentação, aos
processos de produção, abastecimento e transformação até os aspectos
nutricionais. Sobre a EAN, assinale a alternativa correta:

🅐 A EAN é um campo de conhecimento e de prática contínua e perma-


nente, transdisciplinar, intersetorial e multiprofissional.
🅑 A EAN visa a promover a prática orientada e direcionada de hábitos
alimentares saudáveis.
🅒 A prática da EAN deve fazer uso de abordagens e recursos de modelos
tradicionais de educação, pois assim facilita e estimula a participação
dos envolvidos no processo educacional.
🅓 Nas ações de EAN, não é necessário estimular as práticas culinárias.

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🅔 O desenvolvimento de ações e estratégias educacionais de alimentação
e nutrição adequadas ao cenário de prática é opcional.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

DICA DO AUTOR: Em 2012, a Coordenação Geral de Educação Alimen-


tar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome realizou atividades para construir, de forma coletiva, o documen-
to denominado Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricio-
nal para as Políticas Públicas, que adotou o termo “Educação Alimentar
e Nutricional” (EAN).

Alternativa A: CORRETA. A Educação Alimentar e Nutricional (EAN) é um


campo de conhecimento e de prática contínua e permanente, transdis-
ciplinar, intersetorial e multiprofissional que visa promover a prática au-
tônoma e voluntária de hábitos alimentares saudáveis, no contexto da
realização do Direito Humano à Alimentação Adequada e da garantia da
Segurança Alimentar e Nutricional

Alternativa B: INCORRETA. A EAN visa a promover a prática autônoma e


voluntária de hábitos alimentares saudáveis.
Alternativa C: INCORRETA. A prática da EAN não deve fazer uso de abor-
47 dagens e recursos de modelos tradicionais de educação, mas sim de
abordagens e recursos educacionais problematizadores e ativos que
favoreçam o diálogo junto a indivíduos e grupos populacionais. Neste
sentido, a abordagem da EAN precisa se estender para além da simples
transmissão de conhecimentos, incluindo situações que promovam a re-
flexão sobre o cotidiano dos indivíduos com vistas à busca de soluções.
Alternativa D: INCORRETA. As ações de EAN visam atividades que esti-
mulem as práticas culinárias
Alternativa E: INCORRETA. A EAN visam o desenvolvimento de ações e
estratégias educacionais de alimentação e nutrição adequadas ao cená-
rio de prática.

31. (FUVEST- USP - 2020) Com relação ao formulário de avaliação de


marcadores de consumo alimentar do Sistema de Vigilância Alimentar e
Nutricional (SISVAN) do Ministério da Saúde, assinale a alternativa correta:

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


🅐 Esse formulário propõe a avaliação de alimentos consumidos no último
mês, o que ameniza possíveis vieses de memória, ou seja, esquecimento
em relação à alimentação realizada.
🅑 Para crianças com 2 anos ou mais, adolescentes, adultos, idosos e ges-
tantes, o formulário contém um bloco de questões que contemplam
marcadores de consumo alimentar construídos com base na segunda
edição do Guia Alimentar para a População Brasileira.
🅓 Para menores de 2 anos, o formulário objetiva identificar padrões de
comportamento saudável ou não saudável, sem contemplar a introdu-
ção da alimentação complementar.
🅓 É um marcador saudável o consumo de frutas e feijão e não saudável o
consumo de embutidos, bebidas adoçadas, verduras, macarrão instan-
tâneo e biscoitos salgados, bem como o consumo de doces, guloseimas
e biscoitos recheados.
🅔 O profissional deve enfocar exclusivamente o aspecto quantitativo
da alimentação; é preciso também estar atento à quantidade de re-
feições que a pessoa realiza ao longo do dia, bem como ao hábito de
se alimentar assistindo à televisão.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO


48
DICA DO AUTOR: Desde 2008, a Coordenação-Geral de Alimentação e
Nutrição (CGAN) disponibiliza os formulários de marcadores de consu-
mo alimentar no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan
Web), permitindo a avaliação do consumo alimentar da população bra-
sileira na rotina da Atenção Básica. Os objetivos dos formulários são
possibilitar a identificação de práticas alimentares saudáveis e não sau-
dáveis e, principalmente, viabilizar a realização da Vigilância alimentar
e Nutricional (VAN) por todo profissional de saúde, independentemente
da sua formação.

Alternativa A: INCORRETA. O formulário para avaliação de marcadores


de consumo alimentar propõe a avaliação de alimentos consumidos no
dia anterior, o que ameniza possíveis vieses de memória, ou seja, esque-
cimento em relação à alimentação realizada.
Alternativa B: CORRETA. Os formulário direcionados para crianças com
2 anos ou mais, adolescentes, adultos, idosos e gestantes contém um
bloco de questões que contemplam marcadores de consumo alimentar
construídos com base na segunda edição do Guia Alimentar para a Po-
pulação Brasileira.

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


Alternativa C: INCORRETA. Os formulários direcionados para crianças
está organizado em dois blocos de questões, a saber: Para crianças de
até 5 meses e 29 dias, sendo que as questões permitem avaliar a prática
de aleitamento materno e introdução precoce de alimentos; Para crian-
ças de 6 a 23 meses e 29 dias, sendo que o conjunto de questões visa
à caracterização da introdução de alimentos de qualidade em tempo
oportuno, à identificação de marcadores de risco ou proteção para as
carências de micronutrientes e à ocorrência de excesso de peso.
Alternativa D: INCORRETA. É um marcador saudável, o consumo de fru-
tas, verduras e feijão; e não saudável o consumo de embutidos, bebidas
adoçadas, macarrão instantâneo e biscoitos salgados, bem como o con-
sumo de doces, guloseimas e biscoitos recheados.
Alternativa E: INCORRETA. O profissional não deve enfocar exclusiva-
mente o aspecto quantitativo da alimentação, mas sim identificar qua-
lidade e comportamentos de risco. É preciso também estar atento à
quantidade de refeições que a pessoa realiza ao longo do dia, bem como,
ao hábito de se alimentar assistindo à televisão.

32. (FUVEST – USP – 2020) A segunda edição do Guia Alimentar para


49 a População Brasileira apresenta informações e recomendações sobre
alimentação que objetivam promover a saúde dos indivíduos como um
todo. Assinale a alternativa correta:

🅐 Os alimentos processados possuem uma baixa densidade calórica,


podendo estar inseridos habitualmente na alimentação.
🅑 O guia alimentar estrutura suas orientações em grupos de alimentos
e tamanhos de porções dentro de cada um desses grupos.
🅒 Sal, óleos, gorduras e açúcar são produtos usados para temperar e co-
zinhar alimentos; seu impacto sobre a qualidade nutricional da alimen-
tação independe da quantidade utilizada nas preparações culinárias.
🅓 O acesso a informações confiáveis sobre características e determinan-
tes da alimentação adequada e saudável contribui para que pessoas,
famílias e comunidades ampliem a autonomia para fazer escolhas
alimentares e para que exijam o cumprimento do direito humano à
alimentação adequada e saudável.
🅔 Recomenda–se excluir o consumo de alimentos ultraprocessados,
tendo em vista que, devido a seus ingredientes, alimentos como bis-

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


coitos recheados, “salgadinhos de pacote”, refrigerantes e “macarrão
instantâneo” são nutricionalmente desbalanceados.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO.

Alternativa A: INCORRETA. A recomendação do Guia em relação aos ali-


mentos processados é que seu consumo seja limitado e consumido em
pequenas quantidades, pois os métodos empregados para a fabricação
desses alimentos – adição de sal ou açúcar, por exemplo, alteram de modo
desfavorável a composição nutricional dos alimentos dos quais derivam.
Alternativa B: INCORRETA. O guia alimentar estrutura suas orientações
em capítulos que abordam os diferentes aspectos relacionados à ali-
mentação e nutrição, sua abordagem não se volta apenas aos nutrientes
presentes nos alimentos, é apresentada uma discussão sobre comensa-
lidade, dimensões sociais e culturais das práticas alimentares, escolha
dos alimentos e também os “Dez passos para uma alimentação adequa-
da e saudável”.
Alternativa C: INCORRETA. O Guia Alimentar indica que sal, óleos, gordu-
ras e açúcar sejam utilizados em pequenas quantidades ao temperar e
cozinhar alimentos e criar preparações culinárias, não é falado que inde-
pende da quantidade.
50 Alternativa D: CORRETA. A transição demográfica, epidemiológica e nu-
tricional trouxe mudanças importantes no padrão de saúde e no consu-
mo alimentar da população brasileira, revelando a necessidade de ações
voltadas para o enfrentamento desse cenário. O Guia alimentar aborda
as recomendações de uma alimentação adequada e saudável, configu-
rando-se como um instrumento de apoio para os profissionais de saúde,
governo e população em geral para busca do direito humano à alimenta-
ção adequada e saudável.
Alternativa E: INCORRETA. A recomendação é o que consumo dos alimen-
tos ultraprocessados seja limitado, devido ao fato de serem nutricional-
mente desbalanceados, não existe a recomendação de exclusão desses
alimentos.

33. (FUVEST – USP – 2020) Dentro dos serviços de nutrição hospita-


lares ocorre o planejamento de cardápios atendendo as necessidades
dietoterápicas dos pacientes. Preparações que compõem cardápios
para coletividades dependem de muitos fatores, como: hábito alimentar,
localização geográfica, apresentação e aspectos dos produtos, dentre
outros. Assinale a alternativa correta:

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


🅐 A produção de refeições para coletividades deve ser equilibrada em
nutrientes, independentemente do hábito alimentar dos usuários/
pacientes.
🅑 O guia alimentar pode ser uma ferramenta importante no planejamento
de cardápios.
🅒 A programação do cardápio deve ser feita semanalmente, evitando
erros, como a repetição de preparações.
🅓 Preparações mais elaboradas podem ser programadas em qualquer
dia da semana, independentemente do funcionamento do serviço.
🅔 A frequência de frituras não é um aspecto a ser considerado no plane-
jamento dos cardápios.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

Alternativa A: INCORRETA. A produção de refeições para coletividades


deve ser equilibrada em nutrientes, segura sob o aspecto higiênico-sani-
tário e deve-se levar em consideração os hábitos alimentares dos usuá-
rios/pacientes.

Alternativa B: CORRETA. O planejamento de cardápios deve levar em


consideração as necessidades nutricionais dos clientes, a disponibili-
51 dade de gêneros, recursos humanos disponíveis, hábitos alimentares da
clientela, uso do guia alimentar para população brasileira, dentre outros
fatores.

Alternativa C: INCORRETA. A programação do cardápio deve ser feita


mensalmente para reduzir o risco de erros, repetições de preparações e
facilitar a distribuição das formas de preparo, das cores e da consistên-
cia dos alimentos, além de balancear os custos.

Alternativa D: INCORRETA. A execução de preparações mais elaboradas


irá depender da disponibilidade financeira do serviço, condições socioe-
conômicas da clientela e peculiaridades de cada unidade, como núme-
ro e habilitação de funcionários, equipamentos e área física disponível.
Dessa forma, a elaboração de tais preparações irá depender do funcio-
namento do serviço, não podendo ser feita em qualquer dia da semana.

Alternativa E: INCORRETA. Entre os aspectos a serem considerados na


elaboração de cardápios está a redução da oferta de frituras.

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


34. (FUVEST – USP – 2020) O consumo de fibras na dieta tem impacto
positivo sobre o peso corporal, regularização do trânsito intestinal, con-
trole dos níveis séricos de colesterol e redução dos índices glicêmicos.
Os grupos alimentares que fornecem maiores teores de fibras são os
grupos das frutas, hortaliças, leguminosas e cereais integrais. O valor de
ingestão dietética de referência de fibras totais para mulheres de 19 a 50
anos, segundo a DRI (Dietary Reference Intakes), é:

🅐 25 g/dia.
🅑 21 g/dia.
🅒 29 g/dia.
🅓 30 g/dia.
🅔 35 g/dia.

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

RESOLUÇÃO: De acordo com as DRIs, a ingestão recomendada (Ade-


quate Intake -AI), de fibras para mulheres com idade entre 19 e 50 anos
é de 25g/dia.

RESPOSTA: 🅐
52

35. (FUVEST – USP – 2020) A equação de Harris e Benedict (HB), 1919,


é a mais utilizada para estimar o cálculo da taxa metabólica basal (TMB)
na prática clínica. Sobre essa equação, assinale a alternativa correta:

🅐 A equação HB subestima a TMB quando comparada à calorimetria


indireta.
🅑 Deve–se sempre utilizar o peso atual do indivíduo na equação de HB,
independentemente do estado nutricional.
🅒 As duas variáveis usadas na equação de HB são peso e estatura.
🅓 Na equação de HB, usam–se estatura em metros e peso em quilogramas.
🅔 A escolha do peso a ser utilizado na equação baseia–se no estado
nutricional atual do indivíduo.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


Alternativa A: INCORRETA. A equação HB superestima a TMB quando
comparada à calorimetria indireta

Alternativa B: INCORRETA. A depender do estado nutricional do indiví-


duo, pode ser utilizado o peso atual (indivíduos com peso adequado) ou
o peso ajustado ( ndivíduos com excesso de peso) na equação de Harris
e Benedict.

Alternativa C: INCORRETA. Na equação de HB usam-se três variáveis:


peso, altura e idade.

Alternativa D: INCORRETA. Na equação de HB, usam-se a estatura em


centímetros (cm) e o peso em quilogramas (kg).

Alternativa E: CORRETA. O peso utilizado na equação de Harris e Bene-


dict depende do estado nutricional do indivíduo. Em indivíduos eutró-
ficos deve ser utilizado o peso atual, já em indivíduos com sobrepeso e
obesidade, deve ser utilizado o peso corporal ajustado.

36. (FUVEST – USP – 2020) De acordo com as DRIs (Dietary Reference


Intakes), os limites de distribuição de carboidratos para indivíduos com 19
53 anos ou mais é de 45 a 65% do valor energético total (VET). Considerando
um indivíduo com necessidade energética total de 2400 kcal, assinale a
alternativa que corresponde a uma quantidade de carboidratos dentro
da faixa recomendada:

🅐 230 a 330 g de carboidratos.


🅑 350 a 440 g de carboidratos.
🅒 260 a 360 g de carboidratos.
🅓 290 a 400 g de carboidratos.
🅔 270 a 390 g de carboidratos

GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

RESOLUÇÃO: Para responder a essa, é necessário apenas saber que 1g


de carboidratos fornece 4Kcal.

Sabendo que recomendação de carboidratos, de acordo com as DRIs,


variam de 45 a 65% do valor energético total (VET), fazemos uma regra
de três simples para encontrar o VET correspondente a 45% e 65% de
carboidratos:

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


2400_____________ 100%
   x _____­________ 45%

x = 2400 x 45/100 x = 1080Kcal

Se 1g de carboidrato corresponde a 4Kcal, logo 1080Kcal equivalem a


270g.

2400 _____________ 100%


   Y ______________ 65%

Y=2400 x 65/100 = 15600Kcal

Se 1g de carboidrato corresponde a 4Kcal, logo 1560Kcal equivalem a


390g. Sendo assim, a alternativa correta é a letra E, de 270 a 390g de
carboidratos.

RESPOSTA: 🅔

37. (FUVEST – USP – 2020) Com o avançar da idade, o organismo apresenta


54 alterações que podem interferir na alimentação e, consequentemente, no
estado nutricional dos idosos. Assim, alguns cuidados e orientações são
necessários para evitar essas consequências. Assinale a alternativa correta:

🅐 Devido a alterações no paladar, o idoso aumenta o consumo de sódio


e reduz o consumo de açúcar.
🅑 Os idosos são mais suscetíveis à desidratação pela redução de ingestão
hídrica, que frequentemente é justificada pela redução da sensação
de sede.
🅒 O idoso apresenta apenas redução da sensibilidade a temperaturas
frias, porém não a temperaturas quentes/elevadas.
🅓 Para idosos com dificuldade de mastigação, deve–se alterar a consis-
tência da alimentação ofertada. Nesses casos, o nutriente que pode
ter mais risco de ter ingestão insuficiente é o carboidrato.
🅔 Com relação aos alimentos fontes de proteína, recomenda–se o con-
sumo diário de duas porções de leite e/ou derivados e três porções de
carnes, aves, peixes ou ovos.

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


GRAU DE DIFICULDADE: FÁCIL

Alternativa A: INCORRETA. Com o passar dos anos, ocorrem mudanças


naturais na intensidade de percepção do sabor, portanto a tendência
da pessoa idosa é adicionar mais açúcar, sal e outros condimentos para
temperar os alimentos até alcançar um sabor que agrada ao paladar, o
que pode acabar representando um abuso na quantidade.

Alternativa B: CORRETA. Devido a diminuição da sensação de sede, os


idosos reduzem a ingestão hídrica, ficando mais suscetíveis à desidrata-
ção. De acordo com o Ministério da Saúde, a busca da água deve ser ga-
rantida, mesmo quando não houver manifestação de sede. É importante
incentivar o consumo da água em pequenas quantidades, várias vezes
ao dia, entre as refeições.

Alternativa C: INCORRETA. O idoso apresenta mais sensibilidade térmica,


em função de mudanças que ocorrem nos tecidos da boca com o passar
dos anos, assim as temperaturas muito quentes ou muito frias devem
ser evitadas

Alternativa D: INCORRETA. Quando a pessoa idosa apresenta limitações


na mastigação, a forma de preparo, a consistência, a textura, o tama-
nho dos alimentos e a quantidade de alimentos devem ser adaptados
55
ao grau de limitação apresentado. Nesses casos é indicado moer, ralar e
picar em pedaços menores para facilitar o planejamento das refeições e
o consumo, evitando a recusa da refeição e complicações como engas-
go, aspiração ou asfixia durante a ingestão dos alimentos. Em situações
como essa, o nutriente que pode ter mais risco de ter ingestão insufi-
ciente são as proteínas.

Alternativa E: INCORRETA. De acordo o guia alimentar da população bra-


sileira, é recomendado o consumo diário de três porções de leite e deri-
vados e uma porção de carnes, aves, peixes ou ovos.

38. (FUVEST – USP – 2020) A concepção de nutrição clínica ampliada pode


contribuir para refletir sobre ampliação da humanização da relação nutri-
cionista–paciente no âmbito dos serviços de saúde. Analise as afirmações:

I. A clínica nutricional é uma prática social que, em concepção ampliada,


pode auxiliar a discussão de saberes e técnicas para além de um modelo
biomédico restrito e restritivo.

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


II. O processo de humanização da nutrição é caracterizado pela capacidade
de oferecer cuidado nutricional de forma integral e qualificada, valorizando
o diálogo e a escuta em suficiência na relação profissional com o usuário.
III. Em tal abordagem, prioriza–se a articulação do conhecimento técni-
co–científico das áreas de alimentação, nutrição e saúde com princípios
ético–humanísticos, aspectos psicossocioculturais do ser humano, aco-
lhimento e melhoria do ambiente de cuidado nutricional, abarcando, ainda,
a discussão sobre as condições de trabalho dos nutricionistas.

Está correto o que se afirma em:

🅐 I, apenas.
🅑 II, apenas.
🅒 III, apenas.
🅓 I e II, apenas.
🅔 I, II e III.

RESOLUÇÃO: Item I: A clínica nutricional é uma prática social, que em


concepção de clínica ampliada, permite discutir as possibilidades de
reestruturar a nutrição clínica e ampliar seus saberes e suas técnicas
para além de um modelo biomédico restrito e restritivo. A nutrição clínica
56
ampliada é uma possibilidade para repensar a relação nutricionista-
paciente e propor, nesse sentido, sua humanização, a incorporação de
conteúdos não biomédicos, a valorização da sabedoria prática e da
escuta, a articulação de saberes e a exploração da dimensão dialógica
no exercício legítimo da nutrição clínica na contemporaneidade.
Itens II e III: o processo de humanização da nutrição tem como
característica a capacidade de oferecer cuidado nutricional de forma
integral e qualificada, valorizando o diálogo e a escuta em suficiência
na relação profissional-usuário e articulando o conhecimento
tecnocientífico das áreas de alimentação, nutrição e saúde com
princípios ético-humanísticos, com aspectos psicossocioculturais do
ser humano, acolhimento, melhoria do ambiente de cuidado nutricional
e das condições de trabalho dos nutricionistas.

RESPOSTA: 🅔

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


39. (FUVEST – USP – 2019) A interprofissionalidade pode ser considera-
da correlata da interdisciplinaridade na prática dos serviços de saúde. Na
análise de limitações das práticas contemporâneas de saúde, destaca–se
a relação entre superespecialização e efetividade dos serviços. É correto
afirmar:

🅐 Interdisciplinaridade refere–se a termos relativos a práticas voltadas


para a solução de problemas empíricos específicos.
🅑 Interprofissionalidade refere–se a termos relativos a conceitos e
teorias voltados para a compreensão dos fenômenos.
🅒 A discussão sobre a integração de práticas e saberes tem início a
partir do momento em que se incorporam tais princípios nas práticas
de equipe.
🅓 A lógica profissional aponta para a necessidade de colocar em comum
e partilhar conhecimentos, especialidades, experiências, habilidades
e até a intersubjetividade.
🅔 A lógica da colaboração tenta garantir um mercado definido e invio-
lável, expandir território de profissões específicas e elevar seu grau
de dominação.

57 GRAU DE DIFICULDADE: DIFÍCIL

Alternativa A: INCORRETA. A interdisciplinaridade compreende as tro-


cas entre os especialistas, a integração e a articulação de diferentes
saberes e práticas que geram uma intervenção, uma ação comum, que
horizontaliza saberes e relações de poder. É útil e essencial em um local
de trabalho onde os profissionais devem atuar de maneira humanizada,
crítica e reflexiva, com o objetivo de melhorar a qualidade dos serviços
ofertados aos usuários do sistema de saúde.

Alternativa B: INCORRETA. A interprofissionalidade refere-se à integra-


ção de práticas, mediante a articulação intencional e colaborativa entre
distintas profissões.

Alternativa C: CORRETA. Diante do cenário de conhecimentos descon-


textualizados, abordagem das disciplinas, de forma segmentada na
formação dos trabalhadores do setor saúde, com comprometimento
do alcance de uma visão ampliada do processo saúde-doença e da ca-
pacidade de trabalhar em equipe, foi evidenciado a necessidade de uma
abordagem interdisciplinar e uma intervenção interprofissional das

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


questões de saúde. Assim, surgiu a discussão sobre a integração de prá-
ticas e saberes na saúde.

Alternativa D: INCORRETA. A lógica profissional corresponde à tentativa


de garantir um mercado definido e inviolável de expansão do território,
aumentar a autonomia e o grau de dominação, permanecendo no contro-
le das regras sobre as categorias profissionais.

Alternativa E: INCORRETA. A lógica de colaboração interprofissional con-


siste na ideia da necessidade de compartilhar saberes, especialidades,
experiências, habilidades, além de lidar com a intersubjetividade.

40. (FUVEST – USP – 2020) O tema da humanização hospitalar vem sendo


debatido há mais de uma década, trazendo mudanças em termos de insta-
lações e até de procedimentos em determinadas áreas da saúde, incluindo
a nutrição. Analise as afirmativas a seguir:

I. Toda proposta de intervenção em saúde encontrará uma pessoa que


estará elaborando uma experiência da realidade; isso pode favorecer uma
posição de abertura ou fechamento à proposta em questão.
58 II. A atenção para a felicidade do usuário dos serviços de saúde para
seus afetos ou suas emoções positivas é um aspecto importante para o
sucesso de intervenções educativas, mas não para a condição de saúde.
III. A efetividade de uma orientação em nutrição e saúde dependerá da
atenção e da abertura do profissional para compreender e trabalhar a
partir da experiência vivida do usuário do serviço de saúde, ajudando–o a
ver como tal intervenção responde às expectativas originais que ele traz.
Está correto que o que afirma em :
🅐 II, apenas.
🅑 III, apenas.
🅒 I e III, apenas.
🅓 II e III, apenas.
🅔 I, II e III.

GRAU DE DIFICULDADE: INTERMEDIÁRIO

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


DICA DO AUTOR: O Ministério da Saúde (MS) implantou no ano de 2000,
o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar e, pos-
teriormente, a Política Nacional de Humanização, visando atender às
demandas subjetivas manifestadas pelos usuários e trabalhadores dos
serviços de saúde, baseando-se na integralidade da assistência. A huma-
nização do atendimento em saúde subsidia o atendimento, a partir do
amparo dos princípios predeterminados como: a integralidade da assis-
tência, a equidade e o envolvimento do usuário, além de favorecer a cria-
ção de espaços que valorizem a dignidade do profissional e do paciente.

Assertiva I: CORRETA. Uma proposta de intervenção em saúde sempre


encontrará uma pessoa que estará elaborando certo tipo de experiência
da realidade, seja ela positiva ou negativa, favorecendo uma posição de
abertura ou fechamento a uma nova proposta.
Assertiva II: INCORRETA. A atenção para a felicidade do paciente, para
seu afeto ou suas emoções positivas, é um aspecto importante não so-
mente para o sucesso da intervenção educativa, mas também para a
própria condição de saúde do paciente.
Assertiva III: CORRETA. A efetividade de uma orientação em nutrição e
saúde dependerá da atenção e da abertura do profissional para com-
preender e trabalhar a partir da experiência vivida de seu cliente, aju-
59 dando-o a ver como tal intervenção responde às exigências originais
que ele traz, ou seja, ao seu coração.

RESPOSTA: 🅒

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


ESTUDO DE CASO

ANALISE O CASO DESCRITO PARA RESPONDER ÀS QUES-


TÕES DISSERTATIVAS DE 01 A 03.

A Sra. Benedita dos Santos, de 55 anos de idade, é moradora da


comunidade do Jaguaré e professora da educação básica. É divor-
ciada, tem uma filha adulta e um neto de três anos de idade, que
moram com ela. Benedita é acompanhada regularmente por uma
equipe de Estratégia de Saúde da Família da unidade básica de
saúde (UBS) devido ao seu diagnóstico de diabete melito tipo II.
Devido a uma intensa rotina entre seu trabalho e sua residência,
incluindo os cuidados com seu neto, ela vem apresentando difi-
60 culdades no controle de sua glicemia e não tem realizado ativida-
des físicas. No acompanhamento na UBS, seus últimos exames
físicos e laboratoriais apontaram os resultados do quadro abaixo.
Devido à dificuldade de controle glicêmico, a equipe de saúde op-
tou pela substituição do uso de hipoglicemiante oral por terapia
medicamentosa com insulina de ação lenta, três vezes ao dia, com
orientações quanto à administração da insulina e à avaliação da
adaptação.

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


1. Com base nos exames físicos e laboratoriais apresentados, qual a clas-
sificação do estado nutricional e quais os diagnósticos clínicos de Be-
nedita em abril e em julho de 2019? Avalie a evolução apresentada entre
os dois momentos de acompanhamento com a equipe de saúde da UBS.
Em abril de 2019, a paciente em questão apresentava IMC de 31,6kg/m2,
indicativo de obesidade grau I. Além de circunferência da cintura aumen-
tada (CC=98 cm), diabetes mellitus tipo II descompensada, proteinúria,
dislipidemia e sedentarismo. A paciente apresenta o diagnóstico clínico
de síndrome metabólica. Após três meses de acompanhamento (julho
de 2019), a paciente teve algumas evoluções: reduziu 4Kg do seu peso
e o IMC reduziu para 30,1kg/m2, ainda indicativo de obesidade grau I.
Houve uma redução de 2 cm na circunferência da cintura, redução da
glicemia, colesterol total, triglicerídeos e aumento do HDL.
2. Após algumas semanas de seu último acompanhamento na UBS, Benedita
estava em sua residência quando apresentou tremor, palpitação, confusão
mental e desfalecimento. Sua filha acionou o Serviço de Atendimento
Médico de Urgência, e Benedita foi encaminhada ao pronto socorro de
referência da região. No pronto socorro, foi diagnosticada com coma
hipoglicêmico, sendo instituída terapia medicamentosa para correção
desse quadro. Após controle e estabilização do quadro, ela recebeu alta
hospitalar com encaminhamento para o Ambulatório Médico de Especia-
61 lidades (AME) – setor de endocrinologia, para seguimento do caso. Após
um período de acompanhamento no AME, foi sugerido pela nutricionista
responsável que Benedita iniciasse a abordagem de contagem de car-
boidratos, já que ela vinha apresentando uma boa adesão ao tratamento
e desejava maior flexibilidade na alimentação. A nutricionista pactuou
com Benedita as orientações para o início da contagem de carboidratos.
Depois de algumas semanas de treinamento, ela já estava apta a realizar
a contagem em sua residência. Sua filha foi bastante participativa nesse
processo e estava também orientada para auxiliar a mãe. Com base na
estimativa da razão de insulina para carboidrato recomendada para o peso
de Benedita, a razão insulina:carboidrato determinada para ela foi de 1:10.
Para o jantar detalhado abaixo, realizado em frente à televisão com seu
neto, Benedita aplicou 14 unidades de insulina rápida:
Arroz branco cozido: 2 conchas médias (200 g)
Feijão carioca cozido: 1 concha média (100 g)
Bife bovino grelhado: 1 unidade média (100 g)
Salada de alface lisa: 1 pires de chá cheio (20 g)
Chocolate ao leite: 1 barra pequena (50 g)

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR


Composição centesimal aproximada de carboidratos totais
de acordo com a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos
(TACO, 2011).

A quantidade de unidades de insulina aplicada por Benedita está correta?


Justifique.
A quantidade de unidades de insulina aplicada por Benedita está errada.
Considerando que a paciente em questão consumiu 99,4g de carboidrato
no jantar, a mesma deveria ter aplicado 10 UI de insulina e não 14 UI, já
que a recomendação de uso de insulina foi de 1 UI de insulina para cada
10g de carboidrato. A quantidade de insulina aplicada irá possibilitar um
novo quadro de hipoglicemia.
3. Considerando o contexto de vida de Benedita, a estrutura do jantar e
62
as recomendações alimentares da segunda edição do Guia Alimentar
para a População Brasileira, quais orientações alimentares e nutri-
cionais são importantes em conjunto à abordagem de contagem de
carboidratos? Justifique
O guia alimentar para população brasileira estimula que as refeições sejam
realizadas em locais tranquilos, sem estímulos para o consumo de quanti-
dades ilimitadas de alimento e sem envolvimento em outra atividade. A
paciente estava consumindo o jantar em frente à televisão, comportamento
que possibilitou um maior consumo alimentar. Além disso, de acordo com o
detalhamento do jantar realizado por ela, nota-se uma quantidade elevada de
arroz branco (200g) e consumo de uma quantidade elevada de carboidratos
simples (chocolate ao leite-50g) em única refeição, possibilitando elevação
dos níveis glicêmicos, necessidade de maior administração de insulina,
descompensação da glicemia e ganho de peso. De acordo ainda com o guia
alimentar para população brasileira, seria recomendado a substituição do
arroz branco consumido pelo arroz integral (versão menos processada),
pois os cereais polidos excessivamente, como o arroz branco apresentam
menor quantidade de fibras e micronutrientes.

EBOOK NUTRIÇÃO USP 2020 ○ SANAR

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