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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS, SAÚDE E TECNOLOGIA


CURSO DE PEDAGOGIA

ANA GRASIELA ALVES DE OLIVEIRA


ANDRESSA CANJÃO FERREIRA SANTOS
ANTÔNIO PABLO
CLAUDIANE BATISTA MAIA DE OLIVEIRA
ESTER DA CONCEIÇÃO RAMOS
GUSTAVO SOARES DOS SANTOS
KÁTIA DA SILVA RIBEIRO
LAIS PINHEIRO DA SILVA FEITOSA
LILIAN RIBEIRO MORAIS SILVA
ROBERTA DOS SANTOS CHAVES
SMIRNA BEATRIZ SOUSA DA SILVA

BANCO MUNDIAL E A DISSEMINAÇÃO DE IDEIAS NEOLIBERAIS


NAS POLITICAS EDUCACIONAIS BRASILEIRA.

Imperatriz
2021
ANA GRASIELA ALVES DE OLIVEIRA
ANDRESSA CANJÃO FERREIRA SANTOS
ANTÔNIO PABLO
CLAUDIANE BATISTA MAIA DE OLIVEIRA
ESTER DA CONCEIÇÃO RAMOS
GUSTAVO SOARES
KÁTIA DA SILVA RIBEIRO
LAIS PINHEIRO DA SILVA FEITOSA
LILIAN RIBEIRO MORAIS SILVA
ROBERTA DOS SANTOS CHAVES
SMIRNA BEATRIZ SOUSA DA SILVA

BANCO MUNDIAL E A DISSEMINAÇÃO DE IDEIAS NEOLIBERAIS NAS


POLITICAS EDUCACIONAIS BRASILEIRA.

Resenha apresentada como requisito para


obtenção de nota no componente curricular
Política Educacional da Universidade Federal do
Maranhão/CCSST.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Vicente Marques


de Castro Neto

Imperatriz
2021
BANCO MUNDIAL E A DISSEMINAÇÃO DE IDEIAS NEOLIBERAIS NAS
POLITICAS EDUCACIONAIS BRASILEIRA.

MOREIRA, J. A. S. et al. Banco Mundial e as recomendações atuais para as


políticas educacionais no Brasil. Fineduca. v. 10, n. 14, 2020. Disponível:
http://dx.doi.org/10.22491/fineduca-2236-5907-v10-90622. Acessado em: 2 jul. 2021.

Esta resenha do artigo Banco Mundial e as recomendações atuais para as


políticas educacionais no Brasil, tem como objeto caminhar pelo artigo atentando
para pontos que julgamos serem importantes e, que dizem respeito as influências
que esta agência exerce atualmente nas políticas educacionais através de
recomendações ao governo brasileiro e encomendadas pelo próprio, mediante o
contexto de intensificação do neoliberalismo. O artigo de autoria das docentes Jani
Alves da Silva Moreira, Telma Adriana Pacifico Martineli, Renata Valério da Silva e
Carolina de Moura Vasconcelos, é redigido em 19 páginas e traz uma discussão a
partir de análise crítica de documentos selecionados referentes as recomendações
específicas para o Brasil da agência já citada.
Introdutoriamente, as autoras aduzem que afirmar que as recomendações do
BM são implementadas na política educacional pode cair no risco de apenas
considerar que as definições dessa política se estruturam de forma linear. Logo,
esclarecem que nas análises mediadas no artigo, as recomendações do BM
expressam-se em ideias que poderão ou não ser consentidas, legitimadas ou
delineadas, mediante processos de enfrentamentos e disputas. Ainda na introdução,
elas citam as obras analisadas que serão retomadas posteriormente, as quais foram
escolhidas devido a conteúdos que compõem uma agenda específica de
recomendações para o Brasil, na qual a pauta é o crescimento econômico no
contexto da crise do capital rentista, em que predominam as estratégias reformantes
para o ajuste das contas públicas no País.
No tópico inicial, as pesquisadoras trazem um panorama desde a origem do
Banco Mundial até as exigências deste para a concessão de empréstimos
implicando em recomendações para as políticas educacionais brasileiras. Elas
relatam que o Banco Mundial foi criado em 1944, por meio da aliança política entre
os países devastados pela Segunda Guerra Mundial, com o objetivo inicial de
recuperar o setor econômico abalado. Desde o início, quem assumiu criação do
grupo foram os Estados Unidos devido à sua maior participação no aporte de capital,
detendo então o primeiro lugar nas votações e “hegemonia absoluta”. As autoras
afirmam que durante a gestão de Robert McNamara (1968-1981) após o período de
cumprimento da missão primordial no provimento para a reconstrução dos países
atingidos pelo pós-guerra, houve uma reorganização de prioridades, em que os
empréstimos continuaram sendo concedidos, mas a cobrança sobre a economia dos
países credores se intensificou. A tal gestão foi marcada pela ideologia do
desenvolvimento, ideologia essa que tem como determinante a influência econômica
do EUA, sobretudo como ideologia política, condensando relações de domínio da
potência hegemônica sobre frações aliadas nos países industrializados avançados
e, principalmente, sobre os agora denominados países em desenvolvimento.
Ainda no tópico inicial, as articulistas esclarecem que as políticas do BM
foram marcadas pela influência do neoliberalismo, que constituiu em um alicerce
ideológico para a atuação dessa agência. No caso do Brasil, que teve seu primeiro
empréstimo aprovado em 1949, houve uma reorganização de prioridades. A
educação passou a ser pauta na agenda do Banco, porém atrelada à reforma
empresarial, uma vez que o campo empresarial ficou caracterizado como um setor
que gera rendimentos, à luz do liberalismo econômico, sob a ação dos formuladores
de políticas da “nova direita”. Diante do exposto, as autoras trazem o
posicionamento de Freitas (2018, p. 22) sobre essa “nova direita”:
“elas e seus aliados passam a implementar um conjunto de reformas que
desestruturam a luta dos trabalhadores e colocam novos marcos de precarização da
força de trabalho, ao mesmo tempo que recompõem as garantias do processo de
acumulação”.
Ademais, as autoras revelam que o BM exerce influência na formulação das
políticas educacionais brasileiras desde o final dos anos 1980 com o Consenso de
Washington, onde foram redefinidas as exigências para empréstimos, como por
exemplo, menos intervenção do Estado, a privatização das empresas e serviços
públicos e redução dos gastos públicos. Elas também destacam que no ano de 1995
o BM publicou o primeiro documento para o sistema educacional com orientações e
recomendações para a América Latina e Caribe, o qual apresentava um pacote de
medias neoliberais que nortearam as discussões e debates em torno da legislação
brasileira da época, com foco no ensino primário, defendendo o ponto de vista de
que o indivíduo necessitava do básico para o ingresso no mercado de trabalho, e
que na visão do BM qualquer formação adicional não deveria ser responsabilidade
do Estado, mas, sim, da iniciativa privada, evidenciando então, desde esse período,
a presença de recomendações que visavam a participação da sociedade civil, foco
na eficiência e nos resultados, objetivando a privatização da educação pública.
Dando sequência no artigo, as docentes trazem no tópico “O Banco Mundial,
a Nova Direita e as reformas educacionais”, um panorama de como os ajustes nas
políticas estruturais, influenciaram as políticas educacionais, de modo que as
reformas educacionais tiveram destaque no ajuste econômico, restrições no
orçamento, relação mais intensa com o setor privado e desburocratização do
Estado. Para muitos, os pacotes de medidas elaborados pelo BM, não funcionam na
sua efetividade na América Latina, devido à falta de preparo e pelo fato de os
recursos serem mal gerenciados. No entanto, cabe ressaltar que para outros, as
medidas desconsideram a função social da educação, transformando-a em um
instrumento para alívio da pobreza.
As autoras destacam a situação brasileira após o impeachment de Dilma
Rousseff (2011 a 2016), quando seu vice Michel Temer, assumiu o governo (2016-
2018), dando início a implantação de uma reforma na educação pública. Reformas
pautadas num ideal ultra neoliberal, cenário que traz questionamentos se essas
reformas, são realmente novas ou velhas roupagens ancoradas em recomendações
econômicas. Pois a própria agenda do governo Temer, a educação foi posta em
proximidade aos modelos de gestão empresarial, adotando um viés mercadológico,
baseada em rendimentos e retorno do capital. Como, por exemplo, a Medida
Provisória (MP) nº 746/2016, que reduz o ensino médio a um ensino técnico com a
busca de eficiência ou a redução de investimentos públicos.
O governo de Michel Temer estabeleceu reformas descontínuas, em vistas de
atender às exigências internacionais, minimizando do papel do Estado nos serviços
públicos, incentivando à privatização e a disseminação de um panorama de medidas
descentralizadoras. Baseou-se na reforma do Estado, propondo um Estado ativo,
moderno e funcional. As mudanças nas ações do Estado criam condições nas quais
o mercado pode se expandir, em contra partida reflete em uma educação dualista,
na qual as pessoas menos favorecidas terão uma educação voltada para o mercado
de trabalho, reduzindo a possibilidade de conhecimento e emancipação humana.
As autoras citam o documento denominado “Banco internacional para a
reconstrução e o desenvolvimento e corporação financeira internacional: estratégia
de parceria de país para a república federativa do Brasil exercícios fiscais 2012 a
2015”, para apresentar as propostas educacionais no período. No qual, o objetivo 5
é elemento de destaque, pois segundo a proposta do BM, visa o foco no aumento da
eficiência dos investimentos públicos e privados, em conjuntura de 5 eixos de ações:
Eixo 1: investimento dos recursos públicos e recursos de empréstimos do BM
no setor privado, sob a justificativa de que esse mecanismo diminui custos e
expande o ensino superior no País.
Eixo 2: políticas que visam aplicar a política por desempenho, a meritocracia,
no qual a responsabilidade da qualidade da educação é da gestão escolar.
Eixo 3: avaliação aliada à política de desempenho e desenvolvimento, no qual
se recomenda “Apoiar os grandes municípios selecionados na elaboração,
implementação e avaliação de impactos de programas de Desempenho de
professores e desenvolvimento (ECD) piloto direcionados às famílias de baixa renda,
focando nas abordagens inovadoras com grandes efeitos potenciais de
demonstração”
Eixo 4: políticas que envolvam parcerias com governos locais/municipais e
estaduais para o alcance da qualidade da educação.
Eixo 5: trabalhos e pesquisas analíticas para a melhoria da eficiência do
ensino profissional e técnico no Brasil.
Além, dessas recomendações citadas, o BM traz também recomendações
para melhorar a Educação na Primeira Infância (ECD) avaliando programas que
vinculam bônus aos professores que apresentam mais rendimento dos seus alunos.
O documento nº101.431, em resumo declara que que o Governo gasta mais do que
tem e de forma indevida, propondo que para melhorar a economia do País deveria
privatizar os serviços públicos, como a educação, desvalorizando ainda mais a
educação.
Outra questão de destaque do documento do BM é, que responsabiliza os
professores pelos baixos níveis de qualidade da educação, alegando falta de
qualificação dos professores, sugere também, a privatização do ensino médio e
ensino superior querendo transmitir que essas mudanças traria uma melhora na
crise, mas, Amaral (2007) ressalta que é importante ponderar essas iniciativas,
salientando que muitos desses documentos são encomendados pelo Governo.
Portanto, essas recomendações feitas pelo BM para diminuir os gastos na
Educação não respeita os professores e nem as estratégias elaboradas pelo Plano
Internacional de Educação, que prever aumento de investimento na educação com o
objetivo de garantir uma boa educação em todos os níveis para assim, superar as
desigualdades regionais. As recomendações feitas pelo BM (Banco Mundial)
demostram sua clara intenção em privatizar os serviços públicos deixando de se
importar com a qualidade, e torná-lo compatível com o mercado internacional.
O Banco Mundial tem grande influência em diferentes setores da política
brasileira, na educação isso não é diferente. Sabendo disso, para entender a
educação brasileira atual precisamos entender quais relações existem entre essa
instituição (BM) e a nossa educação. Dentro do Banco Mundial temos o Banco
Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) o mesmo tem uma
política de crédito que empresta dinheiro para os países para que eles, em teoria, se
desenvolvam.
Esse empréstimo possui encargos pesados, regras rígidas e algumas pre
concepções financeiras e políticas próprias. Essa organização só empresta dinheiro
para os países que seguem a cartilha de “boas maneiras” delas e essa “cartilha” nos
mostra como e onde devem ser investido o dinheiro do país, essas medidas são
justificadas por supostamente garantirem a estabilidade econômica desses países e
fazer com que possam pagar a dívida quando se recuperarem ou se desenvolverem.
Em relação a educação, são sugeridas reformas que priorizem a educação básica
enquanto deixam a educação superior de lado, a utilização de uma suposta
melhoria na qualidade da educação guia a reforma nessa área, o foco nos aspectos
financeiros e administrativos da reforma , a descentralização de instituições
escolares e o aumento da influência do setor privado e organismo não
governamentais no campo educacional.
Por fim, podemos observar que as reformas educacionais sugeridas pelo
Banco Mundial têm por finalidade relacionar educação com produtividade fazendo
com que os conhecimentos escolares sejam decididos pela sua funcionalidade
dentro do mercado de trabalho.

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