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Este um artigo clssico do filsofo Antony Flew (1923 - 2010), onde o autor
acusa os enunciados teolgicos de serem desprovidos de sentido. Diz-se ser este
o artigo filosfico mais impresso da segunda metade do sculo XX tamanha sua
importncia. Flew foi um feroz ateu durante longos anos, no entanto, em 2004
admitiu a existncia de Deus e tornou-se desta; alm disso Flew manteve
amizade com pensadores cristos como Gary Habermas e N.T. Wright e chegou
a admitir que, embora no creia em milagres, as evidncias da ressurreio de
Cristo so considerveis. Para conhecer mais sobre seu processo de converso
leia Jornada do Atesmo Crena.
TEOLOGIA E FALSIFICAO - ANTONY FLEW
Comecemos com uma parbola. uma parbola desenvolvida a partir de um
conto escrito por John Wisdom em seu revolucionrio e importante artigo
Gods [Deuses].[1] Certa feita, dois exploradores chegaram a uma clareira na
selva. Na clareira cresciam muitas flores e ervas daninhas. Um dos exploradores
diz: Algum jardineiro deve cuidar das plantas. J o outro discorda: No h
jardineiro algum. Da ento, eles armam suas barracas e montam guarda.
Nenhum jardineiro visto em momento algum. Mas talvez seja um jardineiro
invisvel. Portanto, eles montam um cercado de arame farpado. Eletrificam o
cercado. Patrulham com ces farejadores. (Pois eles se lembram como O
Homem Invisvel de H.G. Wells podia ser tocado e cheirado, embora no
pudesse ser visto). Mas no houve nenhum grito de dor que sugerisse que
algum pudesse ter recebido um choque. No houve nenhum movimento no
cercado que denunciasse a entrada de um invasor. Os ces no latiram. Ainda
assim o crente no estava convencido. Mas existe um jardineiro invisvel,
intangvel, insensvel a choques eltricos; um jardineiro que no emite cheiro
nem sons, um jardineiro que secretamente cuida do jardim que ama. Por fim, o
ctico desesperanoso pergunta: Mas o que resta de sua afirmao inicial?
Como aquilo que voc chama de jardineiro invisvel, intangvel e elusivo difere
de um jardineiro imaginrio ou at mesmo de nenhum jardineiro?
Nessa parbola ns podemos perceber como aquilo que comea como uma
afirmao de que algo existe ou de que h alguma analogia entre certos
conjuntos de fenmenos pode ser reduzido, passo a passo, a uma condio