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Você já ouviu falar sobre o Keynesianismo? Nas primeiras décadas do século XX,
principalmente, em 1929, com a grande crise financeira que ficou conhecida como “A
grande Depressão”, surgiu uma nova teoria econômica, desenvolvida pelo economista John
Maynard Keynes, que ficou conhecida como Keynesianismo.
No século XIX, o cenário econômico estava divido em duas teorias econômicas: Teoria
Liberal e Teoria Marxista. A última, tendo como maestro o ideólogo Karl Marx, defendia a
ideia de que o Estado deveria ser forte e predominante, ou seja, controlando os meios de
produções e toda a economia de um país. Contrapondo essas ideias, a teoria liberal, tendo
como fundador o economista e filósofo Adam Smith, defendia o funcionamento do livre
mercado. Nessa teoria, o estado deverá garantir apenas direito à propriedade privada.
O QUE É O KEYNESIANISMO?
A doutrina Keynesiana ficou conhecida como uma “revisão da teoria liberal”. Nesta teoria, o
Estado deveria intervir na economia sempre que fosse necessário, afim de evitar a
retração econômica e garantir o pleno emprego.
De acordo com Keynes, a teoria liberal-capitalista não disponibiliza mecanismos e
ferramentas capazes de garantir a estabilidade empregatícia de um país. Segundo
Keynes, o poder público deveria investir em áreas em que as empresas privadas
negligenciavam.
A APLICAÇÃO DO KEYNESIANISMO
(Presidente Franklin Delano Roosevelt, responsável pelo New Deal)
Com a “grande depressão”, ficou claro que o liberalismo clássico, sozinho, não foi capaz de
garantir o pleno emprego. Em 1932, com a quebra da bolsa de valores e com uma grande
crise financeira, o presidente Franklin Delano Roosevelt, baseado nos princípios defendidos
por John, implementou o famoso plano “New Deal”, visando tirar o EUA da retração
econômica.
De fato, o plano funcionou. Além da intervenção estatal, o plano estabelecia o controle na
emissão de valores monetários, o investimento em setores básicos da indústria e, claro,
políticas de criação de emprego.
Com a implementação de uma série de ações que conciliaram as questões econômicas e
sociais, foram criadas as bases do chamado welfare state (Estado de Bem-Estar Social).
Bons resultados foram alcançados através do new deal. Porém, ele perdeu espaço no final
de década de 1970 quando o neoliberalismo surgiu com novas propostas, como a abertura
comercial internacional e a privatização de empresas estatais. Estados Unidos, Chile e
Reino Unido foram os primeiros países a adotarem o neoliberalismo.
Os preceitos defendidos por Keynes só voltaram aos holofotes com a grande crise de 2008,
ocasião em que as principais economias do mundo se viram diante da necessidade de evitar
uma situação semelhante à recessão americana de 1929.
CRÍTICAS AO KEYNESIANISMO
Muitos autores criticavam a doutrina keynesiana alegando que se tratava de uma teria
“socialista”. Apesar de ser contra o sistema liberal, cabe ressaltar que John Keynes nunca
defendeu a estatização da economia, mas, sim, a participação do estado para suprir
necessidades que o sistema privado não atendia.
Para muitos, as críticas feitas por nomes como o de W. H. Hutt, que procurou identificar
falhas no sistema keynesiano, foram importantes para que alguns teóricos atuais também
conseguissem determinar que há de fato algumas falhas nele.
Hutt sempre criticou Keynes por identificá-lo muito mais com os valores e com os ideais
mercantilistas do que com os valores e ideais liberais, o que ficava evidente na forma como
ele próprio definia Keynes: um homem que quer “que nós acreditemos que os mercantilistas
estavam certos e que as críticas feitas a eles pelos clássicos, erradas.”
Mesmo com todas as críticas e controvérsias, após passados muitos anos, a Teoria de
Keynes continua sendo usada como base de estudos em diversas universidades no mundo.
Levando em consideração toda sua contribuição para os estudos no campo econômico, não
seria um equívoco, sem dúvidas, afirmar que John Maynard Keynes foi uma das figuras mais
importantes no estudo da economia no século passado. Apesar do neoliberalismo ter
praticamente tomado conta da maioria dos países, o keynesianismo deixou sua marca na
história.
REFERÊNCIAS
Desafios IPEA.gov
A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda (KEYNES, 1936)
IE UFRJ
Sabedoria política
Periódicos UFSC