Você está na página 1de 39

BRUCELOSE BOVINA

Fernando Boinas
FMV UTL
FMV-UTL

Workshop sobre Brucelose Bovina


DGV- Venda Nova
20 de Novembro de 2009

PLANO DA APRESENTAÇÃO
Distribuição, Etiologia

Epidemiologia
Hospedeiros
Patogenia
Sobrevivência da Brucella
Fontes de Infecção e Transmissão
Interpretação epidemiológica de resultados laboratoriais
Ig(s), Alergénos, Isolamento, Genoma
Reacções atípicas (RSFP)

Controlo e Erradicação
Investigação Epidemiológica
• Questionários
• Epidemiologia molecular (B ruces-MLVA)
Gestão de rebanhos infectados
Profilaxia Sanitária
Profilaxia Médica
• Efeitos secundários

1
Brucelose Bovina
(Doença de Bang)
Doença dos bovinos causada pela
infecção com Brucella abortus e
caracterizada por aborto tardio e por uma
alta taxa de infertilidade na fêmea e
vários graus de esterilidade no macho.

Distribuição Mundial da Brucelose Bovina em 2004

FAO, 2009

2
Importância
Económica:
Comercialização
Produção de leite
Produção de vitelos
Período entre partos
Taxa de refugo
Mortes – metrite aguda c/ retenção
placentária

Zoonótica
Leite e produtos não pasteurizados
D. ocupacional

Incidência Mundial de Brucelose Humana

Pappas, G, et al. , 2006)

3
InVS, 2007

Brucella : espécies e biovares


Espécie Biovares Hospedeiro Zona geográfica Patogenicidade
preferencial principal para o homem

B.melitensis1, 2, 3 Ovinos, Caprinos, Bacia mediterrânica Alta


Ungulados selvagens Médio Oriente

B abortus 1
B. 1, 2
2, 3
3, 4
4, Bovinos Europa América,
Europa, América Africa Moderada
5, 6, 9 Ungulados selvagens Ásia

B.suis 1 Suídeos América, Ásia, Oceania Alta


2 Suídeos,Lebres Europa central e ocidental Fraca (imunosupr.
3 Suídeos Estados Unidos, China Alta
4 Renas Estados Unidos, Canadá, Rússia Moderada
5 Roedores selvagens Rússia Alta

B neotomae
B. Rato do deserto Estados Unidos Desconhecida
Neotoma lepida

B.ovis Ovinos (machos) Bacia mediterrânica Nula

B.canis Cães Estados Unidos, América do Sul Baixa


Europa central
B. ceti, B.pinnipedialis Cetáceos /Pinipedes Alta

B.microti, B. inopinata

4
Ruminantes, Roedores,
Carnívoros, suídeos
Selvagens
B. abortus

B. melitensis B. suis

InVS, 2007

5
Etapas da Infecção

Mucosas oculares, nasofaríngeas, digestivas, genitais ; Pele (erosões)


Multiplicação local-
regional
g
Sistema macrofágico
Disseminação
Localização
Útero Testículo Sistema
Articulações
Mama Epidídimo macrofágico
..................... Multiplicação...................... Infecção crónica
Aborto Orquite
Artrite EXCREÇÃO MÉDIA
Nascimento termo Epididimite
Mamite MAIS PROLONG.

EXCREÇÃO Contaminação
MASSIVA Sexual
Infecção Aguda

PATOGENIA
Adulta não gestante: localização no úbere -> gestante –
bacteriémias periódicas que infectam o leite e o útero-
Produção de eritritol.

Aborto
ocorre nos últimos
lti 3 meses de
d gestação
t ã sendo d o PI
invers/ proporcional ao desenvolvi/ do feto quando
infectado
Metrite e retenção placentária
Rara/ ocorrem 2 e 3 abortos na mesma vaca.
Orquite e epididimite

6
Fontes de infecção
Animal infectado
Conteúdo do útero grávido
e secreções genitais
Colostro, leite, esperma,
urina
Aparelho genital, mama
Ambiente
Materiais, locais, pastos,
estrume, água, ....

Infecções assintomáticas, Nascido infectado =perigo,


isolamento das fêmeas, desinfecção, tratamento
térmico do leite, higiene do abate, …

7
Brucella isolada nos ruminantes domésticos em França
(1982-2003) (Dados AFSSA-INRA)
Espécie animal Brucella Biovares 1982-1992 1993-1996 1997-2000 01 02 03
N (%)
1 162 (27) 51 (15) 11 (9) 2 0 0
1/B19 4 (0,7) 9 (2,6) 0 0 0 0
2 7 (1,2)
(1 2) 0 0 0 0 0
B. abortus 3 261 (44) 188 (55) 70 (57) 1 0 0
4 13 (2) 52 (15) 35 (28) 2 0 0
Bovinos 6 2 (0,3) 0 0 0 0 0
9 4 (0,7) 0 0 0 0 0
B. melitensis 1 20 (3) 4 (0,1) 1 0 0 0
3 122 (21) 37 (11) 5 0 1 1
B. suis 2 0 0 1 - - -
Total 595 341 123 5 1 1
1 10 (11) 6 0 0 0 0
B. melitensis 1/Rev.1 1 (1) 0 0 0 0 0
Ovinos-Caprinos 3 78 (86) 13 7 3 1 -
B. abortus 3 2 (2) 1 1 - - 2
B. abortus 1/B19 1
Total 91 20 8 3 1 3

Resistência da Brucella no ambiente (1)

Meio Temperatura / Ambiente Viabilidade

Raios solares directos < 31


31°C
C (Cx de Petri) 4 h 30

Água - 4°C 4 meses


Água (laboratório) 20°C 2,5 meses
Água (lago) 37°C, pH = 7,5 < 24 h
8°C, pH = 6,5 > 2 meses
Solo Seco em laboratório < 4 dias
Ambiente húmido > 2 meses
Outono (90% humidade) 48-73 dias
Fevereiro (secagem rápida) 72 dias
Ui
Urina 37°C,
37 C pHH=8 8,5
5 16 h
8°C, pH = 8,5 6 dias
Leite cru 25-37°C 1 dia
8°C 2 dias
- 40°C 2,5 anos
Lactosoro 17-24°C < 5 dias
5°C > 6 dias

8
Resistência da Brucella no ambiente (2)
Meio Temperatura/Ambiente Viabilidade
verão 1 dia
25°C 1 mês
Estrume inverno 2 meses
8°C 1 ano
-3°C 3 meses

Chorume Em tonel 1,5 meses


Em tonel (12°C) > 8 meses
Lâ armazenada 4 meses

P i de
Poeira d rua 3 44 di
3-44 dias

Vedações ou 4 meses
piso em madeira
Pastagem sol < 5 dias
sombra > 6 dias

Estudos sobre o tempo de sobrevivência da Brucella


no leite e em produtos lácteos
Produto Espécie Tempo Temperatura pH
Sobrevivência (°C)

Leite B. abortus 5-15 ‘’ 71.7 -


B. abortus < 9 h 38 4.00
B
B. abortus
b t 24 h 25 37
25-37 -
B. abortus 18 m 0 -

Nata B. abortus 6 sem 4 -


B. melitensis 4 sem 4 -

Gelado B. abortus 30 d 0 -

Manteiga B. abortus 142 d 8 -

Queijo
Vários B. abortus 6-57 d - -
Vários B. melitensis 15-100 d - -
Feta B. melitensis 4-16 d - -
Pecorino B. melitensis < 90 d - -
Roquefort B. abortus & 20-60 d - -
B. melitensis
Camembert B. abortus < 21 d - -
Erythrean B. melitensis 44 d - -
Cheddar B. abortus 6 mo - -
Branco B. melitensis 1-8 wk - -

Soro Leite B. abortus < 4 d 17-24 4.3-5.9


B. abortus > 6 d 5 5.4-5.9

9
Sobrevivência da Brucella na Carne

Em contraste com os produtos lácteos, o tempo de


sobrevivência da Brucella na carne é extremamente
curto, excepto em carcaças congeladas.

O nº de organismos por grama de músculo é reduzido e


diminui rapidamente com a acidez resultante da
fermentação da carne.

¾ A contaminação directa de trabalhadores de matadouro é


prevenida por
• Retirar de um modo adequado e higiénico as glândulas mamárias,
os orgãos reprodutivos e os nódulos linfáticos que são os orgãos
mais fortemente contaminados.
• Estas precauções previnem também a contaminação das carcaças
com o leite e com as secreções útero-vaginais.

Transmissão
Portas de entrada
Pele
• Através de p
pequenas
q feridas cutâneas
Membranas mucosas
• Conjuntiva, nasofaringe e tracto respiratório, via
oral, genitais
Vertical (in utero): )Infecção congénita
Vitelas serológica/
g positivas
p até aos 4-6 meses p
por
imunidade colostral -> mantém-se latente (2-9% são
seronegativas) até ao parto/ aborto -> eliminação da
Brucella
-> Recomendação: não utilizar para reprodução

10
Transmissão
Horizontal
Directa
• Aerosois infectados
• Ingestão (e lamber) materiais infectados e leite
• Contacto
• Transmissão sexual (menor?)- Inseminação artificial

I di t (água,
Indirecta (á estrume,
t materiais,
t i i botas,...)
b t )

)O risco aumenta com o tamanho do rebanho,


a densidade da população, o sistema de
produção e movimentos dos animais

PERIGO N°1
o ABORTO ou o VITELO NASCIDO INFECTADO

1 aborto bovino = 109 a 1013 Brucella excretadas


no meio exterior
= dose suficiente para infectar experimentalmente
60.000 à 600.000 fêmeas

)Multiplicação rápida das fêmeas infectadas e abortos num


foco
)Difusão rápida às explorações vizinhas

11
Difusão da Brucelose
Entre explorações
-Movimento
–Contacto com explorações infectadas
–Directo
–Indirecto

Dentro da exploração
–Parto
–Aborto
–Testes
T t incompletos
i l t à exploração
l ã
–Falha na testagem de explorações adjacentes
–Adição contínua de animais susceptíveis
–Frequência de testagem inadequada
–Vitelas retidas

Vizinhança /transumância Ressurgimento


(abate parcial)

Compra

Transmissão à distância
(água, estrume, material, botas, veículos)

12
Resposta imunitária do hospedeiro infectado
Resposta Humoral
Estadio fetal
• Infecção congénita – nunca antes da 1ª
gestação
ã

Estadio pré-pubere
• Resposta fraca e temporária

Estadio púbere
• Resposta em 1 a 2 meses, px fraca ou
nula
• Resposta flutuante (parto) - leite
• Persistência 6 meses ou mais

O lipopolisacárido liso da Brucella


Ac Antigénio maior (S-LPS)
Cadeia O

Membrana
Externa
Omp2

Périplasma

Membrana
Interna

Citoplasma IMC

13
Taxa de anticorppos séricos

Tempo
Limiar de detecção IgM
Infecção IgG1 IgG2

Dinâmica dos anticorpos séricos anti-brucella após infecção

Resposta imunitária na Brucelose

Immunoglobulinas
Celulas T
Testes IgG1 IgG2 IgM IgA
sensibilisadas
AL - + + - -
RBT + - + - -
FC + - +/- - -
ELISA + + +/- +/- -
MRT +/- +/- ++ ++ -
IMC - - - - +

14
Valor dos testes serológicos
RB : precoce, muito sensível, falsos-negat. ovinos
FC : mais tardio, mais específico, falsos-negat.

ELISA : mais precoce e sensível que FC, menos


específico
ELISA mistura (10) : boa sensibilidade de rebanho,
especificidade melhorada

MRT : sensibilidade e especificidade se repetido


(únicamente em bovinos)
• Falsos negativos : necessidade de infecção mamária,
grandes misturas, animais fora da lactação
• Falsos positivos : colostro, mastite
ELISA leite : boa sensibilidade e especificidade

15
BRUCELOSE BOVINA - TERCEIRA
PERCENTAGEM MRT 1999/2007 (1º Trimt.)

14,0

12,0

10,0

8,0

6,0

4,0

2,0
0,0

0,0

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 (1ºT)

BRUCELOSE BOVINA - TERCEIRA

Prevalência explorações Prevalência animais

8

EXPLORAÇÕES
7 6,95 POSITIVAS
2002/2007
6,1 98,2%
6
5,25
5
4,37
4
3,41
3 Nº ANIMAIS
POSITIVOS
2002/2007
2 99,7%
1,72
1,2 1,03
1 1,11 0,53
0,32 0,13
0 0,14 0,06 0,03 0,009
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 (1ºT)

16
Cinética da evolução dos anticorpos anti-Brucella em Humanos

Intradérmico
Medida da prega de pele
Leitura D+72h

Intradérmica/sub-cutânea
Observação
Prova da Brucelina Leitura D+48h

17
Animais
P I-E-P
I-NE-P I
-infectados/não infectados: I /NI I-E-N
-excretores/não excretores : E/NE I-NE-N
-positivos/negativos aos testes: P/N

A taxa relativa em cada


categoria depende da :
- História do foco
- Medidas de controlo
aplicadas NI-NE-N

NI-NE-P

Efectivo Infectado

As reacções atípicas (RSFP)


Aparecimento e difusão a partir de 1990
Sem conexão com a brucelose
ƒ (clinica, epidemiológica)
E di nos efectivos
Esporádico f ti
ƒ (1-2 animais em 80% dos casos)
Afecta sobretudo os animais jovens
Respostas serológicas temporárias
ƒ ( <2meses em 85% dos casos)
ƒ Mais IgM,
g , mas também IgG g (menos
( FPSR com FC,…)
, )
Desaparecimento espontâneo nas explorações
Ligado a outra bactéria não patogénica (Yersinia
enterocolitica O9)
• Têm o « mesmo S-LPS <-> testes serológicos

18
Perfis epidemiológicos e serológicos comparados
RSFP Brucelose
início mais tarde
g
serologia ++ + +++
Ò título +/- +++ ++
seronegativação++ +/- +/-
M.Ring-Test - ++ ++
Brucelina - ++ ++
Brucella - +/- +
Yersinia ++ + +
introdução ? compra, recomeço, vizinhança
idade jovens animais púberes em geral
Nº casos 1 ou 2 casos 1 caso > 10%
perfil esporádica enzootica epizootica

Particularidade da validação dos


testes de Brucelose
Várias
Vá i respostas
t aos testes
t t ded acordo
d com o
estatuto dos animais
Infectados: fase inicial da infecção, infecção crónica,
latente, ...
Sãos: vacinados, animais infectados com Y.
enterocolitica O:9
Consequências

Como definir o estatuto infeccioso?


Há algum “Gold-Standard”?
• Valor intrínseco do isolamento bacteriológico?
O que fazer na ausência de um Gold-Standard?

19
Amostras para isolamento de Brucella
Amostras vaginais
-zaragatoa péri- e endo-
cervical
Leite
Produtos do aborto
-estômago, pulmão,
aborto,..

Esperma, testículo,
epidídimo
Sangue, Urina
Necrópsia
(Linfonodos)
• região cervical,
rétromamária, genital
• baço

Culturas

Esfregaços

20
Distribuição orgânica de
Brucella
172 Ov-Cp 142 Ov 40 Cp
Blasco et al. 2002 Marín et al. 1996 Marín et al. 1996

LN Cefálicos 37.4 % 33.8 % 80.0 %


LN Escapulares 26.4 % 33.8 % 50.0 %
LN Pré-femorais - 36.6 % 47.5 %
LN Ilíacos 46.1 % 51.4 % 65.0 %
LN Mamários
M á i 69 2 %
69.2 81 7 %
81.7 82 5 %
82.5
Baço 28.0 % 36.0 % 25.0 %
Útero 17.6 % 19.7 % 25.0 %
Leite 60.9 % 62.5 % 74.3 %

Sensibilidade da Bacteriologia
Estudo Australiano (Hornitsky, 1986)
• RM 79.6%
• RM + PS
S 89.8%
89 8%
• RM+PS+RP 93.9%
• RM+PS+RP+SM 98.0%
• RM+PS+RP+SM+Ili 100.00 %
(Nº bacteriologias + = 86% animais FC+)

Estudo Irlanda do Norte (1999-2001) 2 cx Petri / orgão (n=342)


• Ggl Par RP SM RM
• Pos. 60% 81% 66% 82%
• Pos. unica/ 1.7% 6.2% 0.7% 8.9%

21
Diagnóstico directo por PCR
(Gen. Brucella)
5’
IS6501/711
3’
313 661

348 pb
340 598
IS 1 IS 2

258 pb

IS 3 IS 4

Single
348bp Amplification

Nested
258bp Amplification

Os valores do diagnóstico dos testes da brucelose são altos:


Mas as respostas individuais / resultados são variáveis

(Plommet 1984)
(Plommet,
Teste 1 2 3 4 5 6 7 8
Serologia + - - + + + - -
Brucelina + - - - + - + +
MRT + - + - - + - +
Cultura (leite)+ - + - - + - +
Cultura (l.n.) + + +
Interpretação + + + RSFP? + + + +

22
Resultados predictivos da associação de testes
Nenhum teste positivo
Um RBT+ -
Dois RBT+
U MRT+
Um
> 2 RBT+
2 MRT+ consecutivos
1 MRT + & 1 RBT +
2 MRT+ & 1 RBT + consecutivos
1 MRT + & ELISA leite +
Um animal RBT+ e outro FC +
Um animal RBT+ e FC+
Isolamento de Brucella
+

Controlo e erradicação
Tratamento: não se utiliza
Teste e abate de reagentes
Sequestro da exploração–
exploração
120 dias a 1 ano, ou
Todas as vacas completem a gestação
Abate sanitário
Infecção activa
Educação sanitária e
cooperação
Medidas higiénicas
Indemnizações
Vacinação

23
Medidas de Profilaxia e de Polícia
Sanitária em Rebanhos Sero+
EFECTIVO
Re-testagem
Leite de co-habitantes tratado térmicamente
Destruição / envio para análise laboratorial de
materiais de risco relacionados com o aborto

CÃES DE PASTOR –
Serologia
g 4-6 meses
Abate / Tratamento com isolamento e novo teste

VACINAÇÃO
Plano Individual de Saneamento

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
TESTAGEM DA ÁREA
TESTAGEM DE REBANHOS ADJACENTES E EM CONTACTO
-testagem em anel

SEGUIMENTO EPIDEMIOLÓGICO
– Questões sobre o que aconteceu

24
Investigação epidemiológica
de focos / suspeitas
Estrutura de um Questionário
Questões
Q tõ
Abertas
• V: Resposta livre
• D:Tempo consumido; codificação
Fechadas
• Dicotómicas / Escolha múltipla
• V: Rapidez
Rapidez, Codificação e análise
• D: Outros aspectos não revelados (obs.)

Investigação epidemiológica
de focos / suspeitas
Confirmação ou rejeição de uma suspeita
Áreas com alta prevalência de brucelose
Áeas com baixa prevalência de brucelose
Áreas livres de brucelose (RSFP?)

Determinação da origem
>= 2 anos da suspeita
Re-surgimento
Silváticos

25
Investigação epidemiológica
de focos / suspeitas
Pesquisa de explorações
epidemiologica/ relacionadas com a
infectada
Mesmo proprietário
Contactos vizinhança / leilões, etc
Partilha de pastagens e caminhos comuns
Equipamento
Humanos (transportadores, inseminadores,
visitantes, veterinários, …)

Investigação epidemiológica
de focos / suspeitas

Avaliação da difusão da doença na exploração


para determinar as medidas de controlo
Abate de sero-positivos / morticínio
Possibilidade de segregação e desinfecção
Sazonalidade dos partos
Destruição
ç dos materiais infectados
Maneio dos recém-nascidos e fêmeas de substituição
Aspectos zoonóticos
Produtos

26
Investigação epidemiológica
Questionário (ocorrência em área de baixa
prevalência de brucelose)
Fases
F de iinvestigação
d ti ã
1ª fase: Factores de risco epidemiológico:
Origem e Difusão
2ª fase: Controlo na exploração
Preenchimento prévio:
Bases de dados :SNIRA e PISA
Laboratório
Região
Outras (Silváticos, etc…)
Manual de procedimentos

27
Investigação epidemiológica
Inquérito Epidemiológico I
Exploração
Ef ti
Efectivo
Seguimento retrospectivo
Seguimento prospectivo
Inquérito Epidemiológico II
Difusão intra-exploração
Medidas de Controlo
Origem provável da infecção

Investigação epidemiológica

Avaliação dos dados


Bases de dados epidemiológicas
Introdução dos dados dos questionários
Avaliação dos factores de risco
Análise de dados
Seguimento
g das medidas
implementadas
Decisões sanitárias
Exploração
Área

28
Epidemiologia Molevcular: As repetições em tandem

São sucessões de um motivo repetido (ex: 4 x 12pb). As


diferentes cópias são frequentemente degeneradas: elas
contêm mutações
S
Sequências
ê i periféricas
ifé i

AACTTTACGTTC AAATTAACGTTC AAATTAACGTTC AAATTTACCTTG

As repetições em tandem estão submetidas a mecanismos


de instabilidade: estas estruturas são frequentemente
polimórficas (variação do nº de cópias).
cópias)

Utilização das repetições em tandem para a genotipagem

Estirpe H37Rv: 4 x 15 pb Estirpe CDC1551: 5 x 15 pb

215 pb 230 pb
primers PCR:
PCR
CTCCCACACCCAGGACAC
CGGCCTACCCAACATTCC
Estirpe H37Rv : 215 pb Estirpe CDC1551 : 230 pb
Migração em gel

300 bp

230 pb
200 bp 215 pb
200 pb

100 bp

29
Le Flèche et al., 2006

Le Flèche et al., 2006

30
GESTÃO SANITÁRIA DE REBANHOS
INFECTADOS
Diagrama da exploração

Gestão do parto
Reprodução sazonal
Divisão do rebanho

Separação prévia e durante o parto


Restrição de vacas recém-paridas
recém paridas

Destruição de tecidos placentários


e de fetos abortados

GESTÃO DE REBANHOS INFECTADOS


Gestão de vitelas
Reposição dos efectivos
Programa de testagem
–Rotina
–Grupos especiais
–Vitelas jovens
–Vacas
Vacas secas

Notificação dos resultados dos testes


Remoção de reagentes

31
GESTÃO DE REBANHOS INFECTADOS
Restrições do sequestro
Protecção das explorações vizinhas
Protecção contra a infecção humana

Re-avaliação do plano do rebanho

VACINAÇÃO DE RUMINANTES
Vacinas vivas
A vacinação
i ã diminui
di i i a sensibilidade
ibilid d à
infecção e o risco de aborto

)portanto a difusão da infecção


)portanto a prevalência individual e no
rebanho
b h
)portanto a prevalência humana
)mas é insuficiente para erradicar a infecção
)reacções serológicas post-vacinais

32
VACINAÇÃO DE BOVINOS
Vacinas mortas – M45-20
-Estirpe Rugosa
-Experimentalmente
-Variabilidade de resultados
-Menor protecção que a vacina B19
-Vacina Instável por alterações
genéticas / diferentes clones –
Variação na qualidade.

-Comercialização e uso proibido

VACINAÇÃO DE BOVINOS
Vacinas vivas - B19
– Vac. de jovens: 3 a 6 meses
-reduzem a incidência
ê de abortos
-65-75% são refractários á infecção
-Títulos até 18 meses / persistentes (6%)

- Risco para a Saúde Pública


- Vac. de adultos: áreas hiperendémicas
- Ac. persistentes
- uma pequena % de animais
- Infecção com B19
- Aborto se gestação avançada
- Touros não se vacinam
- orquite e isola/ no sémen

33
VACINAÇÃO DE BOVINOS
Vacinas vivas – RB51
g
Mutante rugoso p p
sem lipopolisacarídeo O
Risco de Saúde Pública
Não relevante no terreno
Não formam anticorpos aglutinantes
Podem-se vacinar jovens e adultos
Possibilidade de ocorrência esporádica de
abortos em animais gestantes
Capacidade de protecção
Estudos de Campo - aprovada
3 programas de Vacinação Regional em PT

Vacinação com RB51


Justificação
Alta Prevalência de Brucelose Bovina

A t da
Aumento d Incidência
I idê i de d B l
Brucelose B i
Bovina

Factores de Risco
Transumância
• Açores
• Trás-os-Montes
Alta densidade Animal
• Alentejo
Fornecimento de vacina B19

Sócio-Economico
Subsistência
Património Genético

34
PROGRAMA ESPECIAL DE VACINAÇÃO
DIRECÇÃO REGIONAL DE AGRICULTURA DO ALENTEJO

PROGRAMA ESPECIAL DE VACINAÇÃO


DIRECÇÃO REGIONAL DE AGRICULTURA DE TRÁS-OS-MONTES

DRATM

35
Vacinação com RB51

Rastreio serológico
Data da Vacinação
Acompanhamento
Identificação
Electrónica
Passaporte e SNIRB
Protocolos de Vacinação – Vacinação SC de
fêmeas bovinas jovens e adultas:
1º ano:
1
• Todas as fêmeas + 4 m.
• (ALT) Fêmeas jovens: Rappel 6-12 meses depois
Anos seguintes:
• Fêmeas de substituição 4-12 m.
Avaliação epidemiológica
• Revacinação de fêmeas: 6-12 meses depois

Vacinação com RB51

Movimento Animal
Em vida - restrito
Abate
Abortos
Notificação
Laboratório
• isolamento
• tipificação

36
Vacinação com RB51
Programas específicos da Área (2)
Campanhas de divulgação
Produtores e empregados
Médicos

Efeito abortivo das vacinas vivas para a


Brucelose
Bovinos – Período Crítico: terço intermédio de
gestação (4-6 m.)
Intervalo de tempo para desenvolvimento das
lesões que causem aborto – 1,5 a 2 meses
Não se deve usar simultaneamente com outras
vacinas vivas (BVD…)
Excreção do agente: Vaginal, Aborto ou Leite.
Estudos Experimentais
Via IV
Via SC
Estudos de Campo

Taxa de abortos observáveis após a vacinação


de adultos: 0-2%

37
Abortos e Partos Prematuros
Casos reportados
2002 2003 2004 2005 2006*
Notific Posit.
Notific. Posit Notific.
Notific Posit.
Posit Notific.
Notific Posit.
Posit Notific.Posit.
Notific Posit Notific.
Notific Posit.
Posit
Quantos abortos foram reportados? 18 9 (50%) 12 1(8,3%) 41 2 (4,9%) 21 1(4,8%) 7 3 (42,8%)
Isolamento de RB51 nos abortos? 0 0 0 0 0
Nº de abortos em vacas vacinadas?
Fase da Gestação?
Período decorrido desde a vacinação
Estatuto Sanitário das expl. com abortos?

Taxa de nascimentos? 81,19 83,18 83,5 82,63 74,09


*Jan-Nov

CONCLUSÕES GERAIS
PROGRAMAS DE VACINAÇÃO COM RB51

Resultados no controlo da Brucelose


Implementação rápida - BONS resultados após 1-2
12
anos
Implementação lenta - Atraso - Falha?
Avaliação contínua dos programas

Implementação complementar de outras


medidas epidemiológicas para controlar a
doença
MRT
Notificação de abortos
• Investigação Epidemiológica
Implementação noutras áreas

38
Obrigado pela vossa atenção

39

Você também pode gostar