PROVAS COMENTADAS

DE LÍNGUA PORTUGUESA

Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo

PROF. ERNANI PIMENTEL

Orientação ao Candidato

Provas Comentadas de Língua Portuguesa é um método especialmente trabalhado com a

finalidade de proporcionar a você um treinamento eficaz em resolução de provas.

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propostos fica mais fácil fixar e consolidar um novo conteúdo. O concursando aprende a
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compreensão acerca das respostas. Esta poderosa estratégia de estudos, aliada aos demais materiais da
Vestcon, tornará sua preparação muito mais completa e eficiente.
 Prova 1
Texto I – questões 1 e 2.
A desordem
1 O século XX nasceu em meio à esperança. No dia
1° de janeiro de 1901, o sentimento que predominava nas
grandes capitais era, para a maioria, o otimismo. A estrutura
4 de poder mundial afigurava-se estável, os impérios existentes
pareciam cada vez mais esclarecidos e seguros. Alguns, como
o austro-húngaro, até poderiam ser descritos como exemplo
7 de moderação e coabitação étnica. As capitais mais
importantes — quer se falasse de Londres, Paris e Berlim,
quer de Viena e São Petersburgo — começavam a usufruir os
10 benefícios da Revolução Industrial e, simultaneamente,
prosperavam como centros culturais. Floresciam a arte, a
arquitetura e a literatura,e as correntes inovadoras inspiravam
13 uma auspiciosa criatividade. A democracia — inclusive a social-
democracia — também começava a fazer discretas
incursões nas estruturas autoritárias tradicionais da época,
16 porém sem efeitos visivelmente perturbadores.
A desigualdade social, embora generalizada, ainda parecia ser
algo natural.
19 O nacionalismo fortalecia-se, mas ainda não
predominava. Entre as elites governantes, havia um grau
considerável de consenso, sem falar dos laços de sangue que
22 uniam os monarcas reinantes. A fé crescente na revolução
científica gerava otimismo quanto às futuras condições da
humanidade.A chegada do século XX foi saudada por muitos
25 como o verdadeiro início da Idade da Razão.
E a razão, expressa por meio da ciência, de fato
ajudava a transformar o mundo para melhor. O século XX
28 experimentou avanços científicos sem precedentes nas áreas
mais diretamente importantes para os aspectos físicos do ser
humano: medicina, nutrição, comunicações modernas.
31 A expectativa de vida das pessoas aumentou de 30% a 50%
em várias partes do mundo.Inovações nos métodos cirúrgicos
e nos tratamentos médicos em geral, bem como a chegada ao
34 espaço cósmico, redefiniriam em grandes linhas as fronteiras
da vida humana. Mas esse progresso, infelizmente, não
encontrou paralelo no nível moral — e a política constitui o
37 grande fracasso.
Contrariando as expectativas, o século XX veio a
tornar-se o mais sangrento, o mais virulento de todos os
40 séculos, marcado pela política alucinante e por monstruosas
chacinas. É verdade que houve na História outros períodos de
formidável violência. Na Idade Média, com uma população
43 mundial muito menor, a Grande Horda que assolou a Europa
Central e o Oriente Médio produziu, em escala relativa,
mortalidade talvez maior.Contudo,essa e outras explosões de
46 violência semelhantes foram apenas surtos. Em raras ocasiões,
as matanças constituíram objeto de uma política constante,
baseada em premeditação sistemática. Esta última representa
49 a medonha contribuição do século XX à história política.
Zbigniew Brzezinski. Veja 25 anos: reflexões
para o futuro, p. 63-5 (com adaptações).
1. Assinale a opção cujo fragmento preserva as ideias
gerais do texto I e segue a norma culta escrita da
língua portuguesa.
a) A estrutura do poder mundial mostrava-se está-
vel, no início do século XX, com as capitais mais
importantes (Londres, Paris, Berlim, Viena, São
Petersburgo) usufruindo os benefícios da Revo-
lução Industrial. Os impérios existentes pareciam
mais esclarecidos, e podiam alguns deles ser des-
critos como exemplos de moderação e coabita-
ção étnica.
b) A arte, a arquitetura e a literatura florescia, en-
quanto a democracia iniciava discretos ataques as
estruturas autoritárias da época, mas a desigual-
dade social, embora generalizada, ainda parecia
ser algo natural.
c) Os monarcas ainda reinavam, unidos por laços de
sangue, porquanto o insipiente nacionalismo for-
talecia suas bases.
d) Sentia-se que, com o advento do século XX,
chegava também a Idade da Razão, época que se
experimentou grandes avanços científicos e au-
mento na expectativa de vida das pessoas.
e) Apesar de iniciando com grande otimismo, o sé-
culo XX tornou-se o mais sangrento de todos os
séculos, com violência constante e premeditada.
2. Julgue os itens a seguir, considerando o emprego das
estruturas linguísticas no texto I.
I. O trecho “As capitais (...) Industrial” (l.7-10)
mantém a adequação à língua escrita culta ao
ser reescrito como As capitais mais impor-
tantes, quer se falasse de Londres, Paris
e Berlim, ou de Viena e São Petersburgo,
começaram a usufruir os benefícios da
Revolução Industrial.
II. Em “usufruir os” (l.9), mesmo que se substitua
“os” por dos, o emprego do verbo usufruir
continua correto.
III. O acento indicativo de crase é opcional na linha
23; portanto, pode ser retirado sem prejuízo
para a correção gramatical da frase.
 IV. A troca de “bem como” (l.33) pela conjunção
e mantém a correção da frase e a ligação dos
constituintes por adição.
V. A substituição de “constitui” (l.36) por consti-
tuira representaria apenas questão de estilo na
escolha verbal.
A quantidade de itens certos é igual a
a) 1. b) 2. c) 3. d) 4. e) 5.
Na década que encerra o século XX, a posição dos
Estados Unidos da América (EUA) no cenário mundial
é paradoxal. Por um lado, pousado no topo do mundo,
o país não encontra rivais à altura de seu abrangente
poderio global. Por outro, a dinâmica da mudançasocial
e o conteúdo de valor da mensagem norte-americana
para o mundo ameaçam solapar o papel especial dos
EUA como líder mundial. Hoje em dia, nenhum outro
Estado chega sequer perto de equiparar-se a esse país
em prestígio e poder global.
Em contraste, os EUA possuem não só um avassa-
lador poder estratégico – constantemente magnificado
por inovações tecnológicas – mas também uma capaci-
dade ímpar de projetar suas forças convencionais em re-
giões distantes. Para o mundo em geral, um dos aspectos
mais notáveis do desempenho militar norte-americano
na Guerra do Golfo de 1991 foi a maneira como os
EUA foram capazes de mobilizar e manter logisticamen-
te uma força de várias centenas de milhares de homens
na remota Península Arábica.
Na presente fase da História, a ênfase que os norte-
-americanos dão aos direitos individuais constitui tam-
bém um dos principais fatores determinantes da posição
inigualável dos EUA. Mas terão eles condições de sus-
tentar sua posição especial no longo prazo?
A História nos ensina que uma superpotência não
consegue manter por longo tempo seu domínio se não
projetar – com uma boa dose de confiança sustentada
por uma autoimagem muito favorável – uma mensagem
de relevância mundial. Essa foi a experiência vivenciada
por Roma, França e Grã-Bretanha. Porém, a menos que
essa mensagem derive de um código moral íntimo que
defina um padrão de conduta comum como exemplo
para os outros, a autoimagem favorável da nação domi-
nante pode degenerar-se e se transformar em vaidade
nacional, destituída de atrativo para os outros povos. Ela
acabará sendo rejeitada pelos demais – e como exemplo
típico temos a queda do império soviético. Esse é o mo-
tivo por que a dinâmica interna – não só a econômica,
mas especialmente a cultural – dos EUA em nossos dias
é tão decisiva para a capacidade do país de influenciar
construtivamente a arrancada da mudança global.
Idem, ibidem, p. 65-8 (com adaptações).
3. Assinale a opção que esteja em consonância com as
ideias do texto acima.
a) É paradoxal que os EUA sejam o maior poder
mundial e que sua mensagem social obscureça a
de outros povos.
b) A dinâmica da mudança social e o conteúdo de
valor da mensagem norte-americana para o mun-
do aumentam o prestígio dos EUA e maximizam
seu papel especial como líder mundial.
c) A Guerra do Golfo de 1991 mostrou o grande
poderio estratégico norte-americano, mas o que
torna o país inigualável é o fato de ele enfatizar
os direitos humanos universais.
d) A pergunta expressa ao final do terceiro parágra-
fo serve como divisor do texto e marca a pas-
sagem de uma visão favorável para um enfoque
desfavorável aos EUA.
e) Autoimagem favorável projetada para o mundo
é um indicador de que os EUA seguem a trilha
das grandes potências do passado, como Roma,
França e Grã-Bretanha.
Texto II – questões de 4 a 6.
1 A ética é aqui concebida ao mesmo tempo como
capacidade a priori de distinguir o Mal – ou o negativo –
e como princípio último do julgamento, particularmente o
4 julgamento político: é exatamente o que intervém de maneira
visível contra um Mal identificável a priori. O próprio direito
é inicialmente o direito “contra” o Mal.
7 Os pressupostos desse núcleo de convicções são
claros:
(i) A existência de um sujeito humano geral tal que o que
10 lhe sucede de mal seja identificável universalmente, de
modoqueessesujeitoépassivo,oupatético,ou
reflexivo: aquele que sofre; e de um sujeito de
13 julgamento, ou ativo, ou determinante: aquele que,
identificandoosofrimento,sabequeéprecisofazê-lo
cessar por todos os meios disponíveis.
16 (ii) A política é subordinada à ética, do único ponto de
vistaqueverdadeiramenteimportanessavisãodas
coisas: o julgamento, compassivo e indignado, do
19 espectador das circunstâncias.
(iii) O Mal é aquilo a partir do que se dispõe o Bem, não
o inverso.
22 (iv) Os “direitos humanos” são os direitos ao não Mal: não
serofendidooumaltratadoemsuavida(horrorà
morteeàexecução),emseucorpo(horroràtortura,às
25 sevícias e à fome), nem em sua identidade cultural
(horroràhumilhaçãodasmulheres,dasminoriasetc.).
 A força dessa doutrina é, em primeira instância, sua
28 evidência. Com efeito, sabe-se pela experiência que o
sofrimento é visível. Que a corrupção, a indiferença ou a
crueldade dos dirigentes políticos são as causas maiores de
31 seu descrédito, os teóricos gregos da tirania já notavam.
É mais fácil constituir um consenso sobre o errado do que
sobre o certo. As igrejas já tiveram essa experiência: sempre
34 lhes foi mais fácil indicar o que não deve ser feito que
destrinchar o que deve ser feito. Por outro lado, toda política
digna desse nome tem seu ponto de partida na representação
37 que as pessoas constroem de sua vida e de seus direitos.
Alain Badiou. Ética: um ensaio sobre a consciência do mal.
Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1995, p. 23-4 (com adaptações).
4. Assinale a opção correta a respeito da organização
das ideias do texto II.
a) A concepção de ética ainda permaneceria cor-
reta se se dissesse que é o princípio último do
julgamento e, ao mesmo tempo, uma capacidade
a posteriori de reconhecer o Bem.
b) O pressuposto (i) do núcleo de convicções do
texto supõe um sujeito humano, ao qual acon-
tece um mal reconhecível universalmente, e um
sujeito de julgamento que, identificando o so-
frimento do sujeito humano, sabe que todos os
recursos disponíveis devem ser envidados para
fazer tal sofrimento cessar.
c) O pressuposto (ii) trata da subordinação da ética
à política, já que o ponto de vista da política é que
importa para a ética: julgar de forma indignada o
sofrimento humano.
d) Segundo o pressuposto (iii), a ética é concebida a
partir do conhecimento do que seja o bem; por-
tanto, é a favor do Bem.
e) No último parágrafo do texto, o autor apresenta,
como reforço para suas ideias, o comentário de
que as igrejas deveriam ir a favor do Bem, destrin-
chando o que deve ser feito, e não a favor do não
Mal, indicando o que não deve serfeito.
5. Em relação às estruturas linguísticas do texto II, as-
sinale a opção incorreta.
a) O trecho entre travessões na linha 2 pode ser
retirado, inclusive com os travessões, sem que a
correção da linguagem, a coerência e a coesão do
texto fiquem prejudicadas.
b) Os dois-pontos nas linhas 12 e 13 podem ser
substituídos tanto pelas expressões ou seja, ou
melhor como também por isto é, devidamente
postas entre vírgulas.
c) Na linha 19, a palavra “circunstâncias” apresenta
um sentido genérico, que é especificado, nas li-
nhas de 23 a 26, por substantivos que funcionam
como complementos de “horror”.
d) Na linha 33, o termo “essa” poderia ser substi-
tuído por esta, já que as especificidades de sig-
nificação de “essa” e esta são irrelevantes nesse
contexto.
e) No texto, os verbos “destrinchar” (l.35) e des-
trinçar são intercambiáveis; assim, o segundo
pode ser usado no lugar do primeiro, sem que
isso afete a sintaxe ou o sentido do trecho.
6. Assinale a opção correta a respeito da coerência, da
pontuação e dos recursos coesivos utilizados no tex-
to II.
a) O texto peca por não apresentar nenhum re-
curso coesivo para a necessária ligação entre o
primeiro e o segundo parágrafos.
b) Uma das duas vírgulas que separam “identifican-
do o sofrimento” (l.14) pode ser retirada sem
que as regras de pontuação sejam desrespeitadas.
c) A expressão nominal “o inverso” (l.21) é um re-
curso para evitar a repetição lexical e poderia
ser substituída, com preservação do sentido do
texto, por o Bem é aquilo a partir do que se
dispõe o Mal.
d) O termo “não Mal” (l.22) pode ser corretamen-
te substituído por Bem, sem que se altere o con-
ceito de ética do texto, já que as palavras “Mal” e
“Bem” são antônimas.
e) A substituição do conector“nem” (l.25) por tão
pouco preserva as relações morfossintáticas e
semânticas do período.
Texto III – questões 7 e 8.
Trecho de entrevista com Antônio Augusto Cançado, fei-
ta por ValCanedo.
1 Quais as funções exercidas pela Corte
Interamericana de Direitos Humanos?
Essencialmente, duas, a consultiva e a contenciosa.
4 No exercício da primeira (artigo 64 da Convenção
Americana), a Corte já emitiu, desde seu estabelecimento em
1979 até o presente, 16 pareceres.Têm versado sobre temas
7 da maior importância, como, por exemplo, a intangibilidade
e não suspensão das garantias judiciais mesmo em situações
de emergência, as restrições à pena de morte tendentes à sua
10 supressão final, o amplo alcance da liberdade de pensamento
e expressão, o controle das reservas formuladas pelos Estados
pares, os princípios da legalidade e legitimidade quanto à
13 definição do termo “leis” (conforme o artigo 30 da
 Convenção Americana), o alcance das exceções ao requisito
do prévio esgotamento dos recursos de direito interno (como
16 condição de admissibilidade das denúncias internacionais), a
interação dos instrumentos internacionais de proteção no
processo de interpretação dos mesmos, a relação entre o
19 direito à informação sobre assistência consular e as garantias
do devido processo legal (em relação a pessoas privadas da
liberdade no exterior), entre outros.
22 No exercício da segunda função, a contenciosa (artigo
62 da Convenção), a Corte já proferiu, até o presente, 63
sentenças (sobre mérito dos casos, reparações às vítimas e
25 exceções preliminares).
Além disso, em casos de extrema gravidade e urgência,
a Corte já emitiu 30 Medidas Provisórias de Proteção (nos
28 termos do artigo 63(2) da Convenção), ante a iminência de
danos irreparáveis às pessoas em questão (direitos à vida e à
integridade pessoal). Graças a essas medidas de proteção,
31 todas cumpridas até o presente, já conseguimos salvar várias
vidas, o que destaca a importante dimensão preventiva da
proteção internacional dos direitos humanos.
UnB revista. Edição especial, julho/2000, p. 18 (com adaptações).
7. Considerando o texto III, assinale a opção correta.
a) A estrutura da resposta do entrevistado é su-
portada pela relação coesiva estabelecida entre
“duas” (l.3), “da primeira” (l.4) e “da segunda
função” (l.22).
b) Na linha 6, a forma verbal “Têm” está acentuada
para que haja concordância entre o verbo e o su-
jeito oculto da oração, “as funções exercidas
pela Corte Interamericana de Direitos Hu-
manos” (l.1-2).
c) A listagem dos itens citados como exemplos, a
partir da linha 7 até a linha 21, está um tanto
confusa devido ao número excessivo de vírgulas
e à falta de paralelismo.
d) A palavra problemas está elíptica no final da li-
nha 21.
e) A substituição de “ante a” (l.28) por antes da
mantém o sentido original do texto e a correção
gramatical.
8. Assinale a opção cujo fragmento apresenta conteú-
do que não foi abordado no texto III.
a) Se há uma situação de emergência em um país
americano em que as garantias judiciais estão
ameaçadas, esse é um assunto para a função con-
sultiva da corte em questão.
b) As duas funções, consultiva e contenciosa, da Cor-
te Interamericana de Direitos Humanos são exer-
cidas por meio de pareceres e sentenças, respecti-
vamente.
c) Segundo a explanação dada por A. A. Cançado, a
corte inclina-se para a extinção da pena de morte.
d) A corte tem uma dimensão preventiva, que se
tem realizado por meio de medidas provisórias.
e) A pobreza é a denegação da totalidade dos direi-
tos humanos e deve ser tratada pelo sistema de
medidas provisórias da Corte Interamericana de
Direitos Humanos.
9. No texto abaixo, os itens (algarismos romanos) re-
ferem-se aos termos em negrito que os antecedem.
Julgue-os com relação ao emprego das expressões
no texto em termos gramaticais e de grafia.
A ética contemporânea faz grande alvoroço em
torno das diferenças “culturais”. Sua concepção (I) do
“outro” tem em vista essencialmente esse tipo de dife-
renças. E seu grande ideal é a coexistência (II) tranquila
das “comunidades” culturais, religiosas, nacionais e etc.
(III), a recusa da“exclusão”.
Mas é preciso sustentar que essas diferenças não
tem (IV) qualquer interesse para o pensamento, não
mais que a evidente multiplicidade infinita de espécie hu-
mana, a qual é tão flagrante entre mim (V) e meu primo
de Lyon como entre a “comunidade” xiita do Iraque e
os cowboys do Texas.
Idem, ibidem, p. 40-1 (com adaptações).
Estão certos apenas os itens
a) I e IV. c) III e IV. e) I, II e V.
b) II e V. d) I, II e III.
10. Assinale a opção incorreta a respeito de corres-
pondência oficial.
a) O resumo do assunto, na correspondência oficial,
é chamado de ementa.
b) Se a forma de tratamento do destinatário da cor-
respondência for Vossa Excelência ou Vossa
Senhoria, por força da concordância exigida
para os pronomes pessoais que a ele se referem,
não se pode usar vosso e suas flexões.
c) Introduzir um ofício usando frases como Vie-
mos, por intermédio do presente, acusar
recebimento da petição e levar ao conhe-
cimento de V. Sa. que ... é sinal de elegância,
concisão,correção linguística e respeito.
d) Denomina-se circular o instrumento de comuni-
cação que se envia a vários destinatários simul-
taneamente, com vistas à transmissão de instru-
ções, ordens, esclarecimento de conteúdo de leis,
regulamentos etc.
e) Os fechos Atenciosamente e Respeitosa-
mente são adequados para um ofício.
 Gabarito Comentado – Prof. Ernani Pimentel
1. a) Correta. Fragmento de acordo com as ideias
gerais do texto e conforme a norma culta escrita
da língua portuguesa.
b) Incorreta. A forma verbal “florescia” deve ir
para o plural “floresciam” para concordar com
seu sujeito composto “A arte, a arquitetura e a
literatura”.
O substantivo “ataques” exige a preposição “a”
antes de seu complemento. Caso antes desse
complemento figure também artigo definido fe-
minino, há crase entre tal preposição e esse arti-
go. Correção: “...a democracia iniciava discretos
ataques às estruturas autoritárias da época...”
c) Incorreta.A conjunção “porquanto” tem sentido
de causa. Neste item, é dito que os monarcas ain-
da reinavam porquanto [porque] o nacionalismo
fortalecia suas bases. No texto, não há relação
de causa entre o fortalecimento do nacionalismo
e a manutenção do reinado dos monarcas. Além
disso, o advérbio “ainda”, no texto, refere-se à
não-predominância do nacionalismo, não ao fato
de os monarcas reinarem, como neste item. Há,
ainda, inadequação vocabular: o adjetivo “insipien-
te”, com “s”, que consta deste item e se relaciona a
“nacionalismo”, significa ‘nãosapiente’, ‘ignorante’;
no texto, a referência ao “nacionalismo” é em
relação à sua não-predominância, ou seja, quanto
ao seu início. Portanto, o vocábulo correto a se
empregar para referir-se a um nacionalismo ain-
da não consolidado é “incipiente”, com “c”, que
significa ‘iniciante’, ‘inicial’, ‘principiante’. Em face
disso, este item está em desacordo com as ideias
do texto.
d) Incorreta. Há a falta da preposição “em” entre
o substantivo “época” e a oração “que se experi-
mentou...”, que completa seu sentido. O sujeito da
forma verbal “se experimentou” é “grandes avan-
ços científicos e aumento na expectativa de vida
das pessoas”, no plural; essa forma verbal deve,
pois, ir para o plural, para concordar com seu
sujeito. Correção: “...época em que se experimen-
taram grandes avanços científicos e aumento na
expectativa de vida das pessoas.”
e) Incorreta. O gerúndio “iniciando” está emprega-
do indevidamente neste item, pois está ocupando
a posição em que deveria figurar o particípio
“iniciado”, que faz parte de uma locução verbal
em que o verbo “ter” está elíptico (elíptico =
suprimido, mas que pode facilmente ser suben-
tendido). Além disso, essa forma verbal está em
uma oração subordinada a uma principal em que
o verbo está no passado, portanto deve também
estar nesse tempo, para que se estabeleça a con-
cordância modo-temporal. Correção: “Apesar de
[ter] iniciado com grande otimismo, o século XX
tornou-se...”
2. I – Certo. Na reescrita proposta, houve as seguintes
alterações em relação à redação original:
1ª) Uma oração intercalada por travessões foi iso-
lada por vírgulas, o que respeita o padrão da língua
escrita culta;
2ª) Houve a substituição de uma conjunção “quer”
por uma “ou”. Como ambas são conjunções alter-
nativas, podem ser intercambiadas, mantendo-se o
padrão da língua escrita culta;
3ª) Substituiu-se a forma pretérita imperfeita “come-
çavam” pela pretérita perfeita “começaram”. Com
essa modificação, há pequena alteração no sentido
do trecho, pois o início do usufruto deixa de ainda
estar acontecendo na época (é inacabado, imperfeito
o início) para já ser algo consolidado (é acabado, per-
feito o início); isso, contudo, não transgride o padrão
escrito culto da língua portuguesa.
II – Certo. Com a substituição proposta, de fato
o emprego do verbo “usufruir” continua correto.
Com o uso da preposição, há mudança no sentido
do complemento: passa-se da totalidade para a par-
cialidade, ou seja, com o emprego da preposição,
 o sujeito deixa de usufruir todos os benefícios da
Revolução Industrial para usufruir apenas parte des-
ses benefícios. Trata-se do objeto direto partitivo.
III – Errado. A locução prepositiva “quanto a” apre-
senta a preposição “a”. Caso o termo que se segue
a essa locução apresente diante de si artigo definido
feminino, ocorre a crase entre tal preposição e esse
artigo. Diante de “futuras”, termo que se segue à
locução “quanto a” no texto, há artigo definido femi-
nino plural, o que pode ser confirmado pela presença
do “s” do termo “às”. Caso não houvesse esse artigo
plural, ter-se-ia “quanto a futuras”, em que o “a” seria
apenas preposição. Portanto, em “às” há a preposição
“a” e o artigo feminino definido plural “as”, motivo
pelo qual o sinal indicativo de crase não é opcional,
mas obrigatório, para assinalar o encontro desses
dois elementos.
IV – Errado. As expressões que apresentam a
locução conjuntiva aditiva “bem como” figuram
intercaladas por vírgula. Caso a locução conjuntiva
“bem como” seja substituída pela conjunção aditiva
“e”, a ligação dos constituintes por adição é mantida,
mas a correção gramatical só perdura se as vírgulas
que isolam aquela expressão forem retiradas. Veja:
“Inovações nos métodos cirúrgicos e nos tratamen-
tos médicos em geral e a chegada ao espaço cósmico
redefiniram...”. Como este item não fez referência à
necessidade de retirada das referidas vírgulas, este
item está errado.
V – Errado. O que se pretende dizer no texto é
que a política é o grande fracasso, e não que fora
(foi e não é mais). Portanto, a mudança do tempo
verbal presente em “constitui” para o pretérito
mais-que-perfeito “constituíra” não significa apenas
questão de estilo na escolha verbal, mas implica mu-
dança de sentido. Além disso, a forma mais-que-per-
feita sugerida encerra erro de ortografia, pois não
apresenta o acento agudo no “i” tônico, segunda
vogal diferente de hiato, sozinho na sílaba e não
seguido de “nh”.
Resposta: b. Apenas os itens I e II estão corretos.
3. a) Incorreta. No texto, não é dito que a mensa-
gem dos EUA obscurece a dos outros países.
Paradoxal, ainda segundo o texto, é o país, sem
rivais quanto a seu poderio global, ter seu papel
especial no globo ameaçado em razão da dinâmica
de sua mudança social e da sua mensagem de valor
(primeiro parágrafo).
b) Incorreta. Pelo contrário. A dinâmica da mu-
dança social e o conteúdo da mensagem de valor
norte-americana para o mundo diminuem, e não
aumentam, o prestígio dos EUA; minimizam, e
não maximizam, seu papel mundial como líder
(primeiro parágrafo).
c) Incorreta. Os EUA, conforme o texto, não enfa-
tizam os direitos humanos universais, mas, sim, os
direitos individuais. E isso apenas faz parte daquilo
que os torna inigualáveis (terceiro parágrafo).
d) Correta.
e) Incorreta. Em nenhum momento no texto foi
dito que os EUA seguem a trilha traçada por
Roma, França e Grã-Bretanha. O que se verifica
é que para uma superpotência manter por longo
tempo seu domínio, deve seguir certa experiência
vivenciada por Roma, França e Grã-Bretanha.
4. a) Incorreta.Segundo o texto, a ética é a capacidade
a priori (antecipada) de distinguir o mal, não de
identificar a posteriori (após acontecido) o bem.
b) Correta. Opção correta quanto à organização
das ideias do texto.
c) Incorreta. Segundo o pressuposto (ii), a política é
subordinada à ética, não o contrário, como consta
deste item.
d) Incorreta. No pressuposto (iii), não se trata da
forma de concepção da ética. Nele apenas é dito
que o mal é aquilo a partir do qual se dispõe, se
concebe, o bem. E como já visto, a ética é vista,
no texto, como a capacidade de distinguir o mal,
e não o bem.
e) Incorreta. O autor argumenta que é mais fácil
construir um consenso sobre o que é errado
do que a respeito do que é certo. Ilustra essa
afirmação dizendo que as igrejas já tiveram essa
experiência, pois sempre lhes foi mais fácil dizer o
que não deve ser feito do que destrinchar o que
deve ser feito. Portanto, o autor não diz o que as
igrejas deveriam fazer, apenas cita o que fizeram.
5. a) Correta. O trecho entre travessões na linha 2 é
uma informação adicional, não essencial, por isso
pode ser suprimido sem prejuízo para a correção
gramatical, a coerência e a coesão do texto. Se o
trecho entre os travessões for retirado, devem-se
suprimir também esses sinais, pois deixam de ser
necessários, por não mais haver o que isolar.
Como o comando da questão pede que se assi-
nale a opção incorreta em relação às estruturas
linguísticas, este item não serve como resposta.
b) Correta. Os dois-pontos nas linhas 12 e 13
preparam uma explicação acerca do que foi dito
 anteriormente, por isso podem ser substituídos
por expressões explicativas como “ou seja”, “ou
melhor”, “isto é”. Como o comando da questão
pede que se assinale a opção incorreta em rela-
ção às estruturas linguísticas, este item não serve
como resposta.
c) Correta. Como a ocorrência de “circunstân-
cias” na linha 19 não está especificada, ou seja, já
que não é dito de que circunstâncias se trata, é
uma ocorrência genérica. Nas linhas de 23 a 26,
é esclarecido que tais circunstâncias são “mor-
te”, “execução”, “tortura”, “sevícias”, “fome” e
“humilhação”. Essas circunstâncias estão sendo
expressas, sim, por substantivos que complemen-
tam o substantivo “horror” nas três vezes em
que aparece. Como o comando da questão pede
que se assinale a opção incorreta em relação às
estruturas linguísticas, este item não serve como
resposta.
d) Incorreta. As especificidades de significado de
“essa” e “esta” não são irrelevantes no contex-
to em questão. Em “As igrejas já tiveram essa
experiência”, há alusão ao expresso no período
anterior: “É mais fácil constituir um consenso
sobre o errado do que sobre o certo.”. Já com
a substituição proposta, “As igrejas já tiveram
esta experiência”, alude-se ao expresso após os
dois-pontos: “sempre lhes foi mais fácil indicar o
que não deve ser feito que destrinchar o que deve
ser feito.”. Em síntese: “essa” refere-se ao já dito;
“esta” reporta-se ao ainda por dizer. Essa distin-
ção, conforme já assinalado, não é irrelevante no
contexto em análise. Como o comando da questão
pede se assinale a opção incorreta em relação
às estruturas linguísticas, este é o item-resposta.
e) Correta. “destrinchar” e “destrinçar” são sinôni-
mos, por isso intercambiáveis sem afetar a sintaxe
ou o sentido do texto.
6. a) Incorreta. O primeiro parágrafo apresenta que
a ética é capacidade a priori de distinguir o mal, é
princípio último do julgamento, e é o que intervém
de maneira visível contra um mal identificável a
priori. Essas afirmações constituem o “núcleo de
convicções” mencionado no segundo parágrafo:
“Os pressupostos desse núcleo de convicções
são:” (grifo nosso). Como o segmento “desse
núcleo de convicções” refere-se a algo que já foi
dito, consiste em um recurso coesivo. (Recursos
coesivos são aqueles pelos quais um texto mantém
a relação entre seus elementos, suas ideias.)
b) Incorreta. Nenhuma das vírgulas que separam a
oração “identificando o sofrimento (Essa oração
tem sentido de causa: “porque identificou o so-
frimento”.) pode ser suprimida sem que as regras
de pontuação sejam desrespeitadas, pois trata-se
de oração interposta entre o sujeito (“que”) e
o verbo (“sabe”), devendo, por isso, ser isolada.
c) Correta. Segundo o autor do texto, “O Mal é
aquilo a partir do que se dispõe o Bem, e não o
inverso”. O inverso disso é: “O Bem é aquilo a
partir do que se dispõe o Mal”. Em outras palavras:
no “inverso”, aquilo que se dispõe (ou é disposto)
– o Bem – passa a dispor. Por isso, a substituição
aludida é possível, garantindo-se o sentido do
texto.
d) Incorreta. Na argumentação do texto, as palavras
“Mal” e “Bem” não são antônimas: “O Mal é aquilo
a partir do que se dispõe o Bem” (l. 20-21). Com
a definição de Mal do texto, não se verifica que o
mal é o contrário do Bem, mas o ponto de partida
para se conceber o bem. O não-mal é apenas a
inexistência daquilo considerado como mal; não
é, pois, o bem.
e) Incorreta. A grafia correta é “tampouco”, e não
“tão pouco”, como sugere este item. O advérbio
“tampouco” é usado para reforçar uma negação,
e poderia substituir corretamente o conector
“nem” da linha 25. Em “tão pouco”, têm-se o
advérbio “tão” relacionando-se ao pronome in-
definido ou advérbio “pouco”.
7. a) Correta. Em relação à pergunta do entrevistador
de quais as funções exercidas pela Corte Intera-
mericana de Direitos Humanos, o entrevistado
diz que são duas, explicando que a primeira é a
de emitir pareceres, e a segunda, a de conter,
mediante a emissão de sentenças. Trata-se, sim,
de uma resposta suportada pela relação coesiva
entre “duas” (l. 3), “da primeira” (l. 4) e “da se-
gunda função” (l. 22). Relação coesiva é o vínculo
estabelecido entre os constituintes do texto de
modo que se estabeleça a unidade textual.
b) Incorreta. A forma verbal “Têm” na linha 6
está acentuada para concordar com o sujeito
“16 pareceres”.
c) Incorreta. O número de vírgulas está adequado
e não é excessivo na listagem dos itens citados
como exemplos. Uma das funções da vírgula é
justamente separar itens de uma enumeração,
 como no caso da referida lista. Também não há
falta de paralelismo, pois todos os itens iniciam
com artigo. Além disso, o texto não é confuso;
apenas, muito detalhado.
d) Incorreta. A palavra que está elíptica no final da
linha 21 é “temas”, e não “problemas”. Na linha
6, é dito que os pareceres emitidos pela Corte
Interamericana de Direitos Humanos têm versado
sobre temas da maior importância, e em seguida
a isso é dada uma lista de exemplos desses temas,
no final da qual é acrescentado que tais exemplos
estão entre outros temas, estando esta última
palavra elíptica.
e) Incorreta. No texto, a preposição “ante” tem
sentido de causa: “em vista de”, “por causa de”;
já a locução adverbial “antes de” tem sentido de
anterioridade temporal ou espacial. Não são,
portanto, intercambiáveis sem prejuízo para o
sentido original, embora isso mantenha a correção
gramatical do texto.
8. a) Correta. Das linhas 3 a 9, depreende-se que,
no exercício da função consultiva (a primeira das
duas citadas pelo entrevistado), a corte emite pa-
receres para garantir a “intangibilidade e não-sus-
pensão das garantias judiciais mesmo em situações
de emergência” (grifo nosso). Como o comando da
questão pede que se assinale a opção cujo frag-
mento não apresenta conteúdo abordado no tex-
to III, este item não serve como resposta.
b) Correta. Nas linhas 3 a 6, é dito que a corte, no
exercício da primeira função (a consultiva), de
1979 até o presente, emitiu 16 pareceres. Nas
linhas 22 a 24, verifica-se que a corte, no exercício
da segunda função (a contenciosa), já emitiu até o
presente 63 sentenças. Conclui-se, então, que o
instrumento da função consultiva é o parecer, e
que o da segunda é a sentença. Como o coman-
do da questão pede que se assinale a opção cujo
fragmento não apresenta conteúdo abordado no
texto III, este item não serve como resposta.
c) Correta. A inclinação por parte da corte para
a extinção da pena de morte depreende-se das
linhas 9 e 10: “...restrições à penas de morte
tendentes à sua supressão final...” (grifo nosso).
Como o comando da questão pede que se assinale
a opção cujo fragmento não apresenta conteúdo
abordado no texto III, este item não serve como
resposta.
d) Correta. A dimensão preventiva da corte consta
do último parágrafo do texto: “... a Corte já emitiu
30 Medidas Provisórias de Proteção (...) ante a
iminência de danos irreparáveis às pessoas em
questão...” (grifos nossos). Tais medidas figuram
em razão de iminência, ou seja, ameaça de dano,
portanto anteriormente a esses danos, motivo por
que elas são preventivas (que previnem). Como o
comando da questão pede que se assinale a opção
cujo fragmento não apresenta conteúdo abordado
no texto III, este item não serve como resposta.
e) Incorreta.. Em nenhum momento no texto
falou-se em pobreza. Como o comando da ques-
tão pede que se assinale a opção cujo fragmento
não apresenta conteúdo abordado no texto III,
este é o item-resposta.
9. No comando da questão, quando é dito “em ter-
mos gramaticais e de grafia”, acontece erro de con-
ceituação, por que toda situação de grafia pertence
à gramática, evidentemente.
I – Certo. O substantivo “concepção” está corre-
tamente grafado e bem empregado, com sentido de
‘modo de ver’. II – Certo. O substantivo
“coexistência” está cor- retamente grafado (pois o
prefixo “co-” deve ser grafado com hífen apenas se
a palavra seguinte tiver existência autônoma e o
sentido desse prefixo for o de ‘a par de’ – o que
não é o caso, porque o prefixo “co-”, aqui, tem
sentido de ‘simultaneidade’) e bem empregado,
com sentido de ‘existência simultânea’. III –
Errado. Antes de “etc.”, não figura a conjunção
aditiva “e”, pois trata-se de abreviação de “et cetera”,
em que “et” já é (em latim) a conjunção aditiva “e”.
IV – Errado. O sujeito da forma verbal “tem” é
“essas diferenças”, plural, por isso esse verbo deve
também ir para plural (“têm”), para concordar com
tal sujeito.
V – Certo. O pronome “mim” está corretamente
grafado e bem empregado no texto, já que depois
de preposição não podem figurar os pronomes
“eu” e “tu”, mas, sim, em seus lugares, “mim” e
“ti”, respectivamente. Caso se trate de posição de
sujeito, os pronomes “eu” e “tu” figurarão mesmo
após preposição.
Resposta: e. Os itens I, II e V estão corretos.
10. a) Correta. O substantivo “ementa” é sinônimo de
“resumo” e é usado na correspondência oficial
e na linguagem jurídica. Como o comando da
questão pede que se assinale a opção incorreta a
respeito da correspondência oficial, este item não
serve como resposta.
b) Correta. No caso do uso de “Vossa Excelência”
ou “Vossa Senhoria”, o pronome pessoal a ser
usado, por força de concordância, é “seu” e suas
flexões. Como o comando da questão pede que
se assinale a opção incorreta a respeito da cor-
respondência oficial, este item não serve como
resposta.
c) Incorreta. A introdução sugerida neste item
apresenta incorreção gramatical, prolixidade
(excesso na escrita) e pedantismo e clichê (fór-
mula “batida”): a forma verbal “Viemos” está no
pretérito e deveria estar no presente “Vimos”;
toda a introdução pode ser substituída com
concisão, correção e elegância por “Recebemos
a petição e informamos que...”. Como o comando
da questão pede que se assinale a opção incorreta
a respeito da correspondência oficial, este é o
item-resposta.
d) Correta. Veja a definição de circular do Manual
de Redação da Câmara dos Deputados: “O termo
aplica-se aos documentos para vários destinatá-
rios, gerando ou não numeração específica, segun-
do a necessidade da unidade emitente.” Como o
comando da questão pede que se assinale a opção
incorreta a respeito da correspondência oficial,
este item não serve como resposta.
e) Correta. Ambos os fechos são adequados para
um ofício: “Respeitosamente” quando o emissor
se dirige a autoridades de hierarquia superior;
“Atenciosamente” é usado pelo emissor, quando
se dirige a autoridades de mesma hierarquia ou
hierarquia inferior. Como o comando da questão
pede que se assinale a opção incorreta a respeito
da correspondência oficial, este item não serve
como resposta.
 Prova 2
Texto I – questões de 1 a 5.
A viabilidade dos direitos humanos
A consciência universal sobre a importância dos direi-
tos humanos chegou a uma nitidez nunca antes atingida. Enten-
de-se: já comemoramos o cinquentenário da Declaração Uni-
versal dos Direitos do Homem (aprovada pela Assembleia Geral
5 das Nações Unidas, de 10 de dezembro de 1948, em Paris).
Nunca se proclamaram tão alto esses direitos, e nunca –
é obrigação reconhecê-lo – eles foram tão sistematicamente
violados como em nossos tempos. A luta para estabelecê-
-los firmemente em nossas consciências, na consciência de
10 cada ser humano, em especial na consciência dos governan-
tes, passa obrigatoriamente por uma luta constante por parte
daqueles que se reivindicam “militantes da causa dos direitos
humanos”. Essa tensão entre o crescente interesse pelos di-
reitos humanos e suas constantes violações nos chama dra
15 maticamente à ação, em contribuir permanentemente para
dar-lhes vigência. Não basta, não é suficiente que estejam for-
malmente declarados, firmados e confirmados no plano inter-
nacional, bem como, na maioria dos casos, inseridos no di-
reito positivo interno dos Estados. Na verdade uma grande
20 exigência se faz presente: agir diuturnamente para transformá-
-los em realidade bem viva. Conhecida e aceita por todos.
No próprio ventre da Revolução Francesa, de onde os
direitos humanos de primeira geração se originaram, esta-
beleceu-se a crítica; portanto, a luta não é nova. O abismo
25 existente entre a igualdade proclamada e a desigualdade real
veio a agravar-se com o advento da Revolução Industrial.
As péssimas condições de vida das massas sociais agrupadas
em torno dos centros mineiros e fabris inspiraram a busca de
uma nova ordem, que garantisse condições de vida digna.
30 Começou então a luta pelo reconhecimento dos direi- tos
humanos de segunda geração, ou seja: os direitos de igual-
dade econômica, social e cultural, que passou a ser uma nova
exigência desde as reuniões da Internacional Socialista e dos
35 congressos sindicais que ocorreram durante o século XIX. No
plano internacional, somente em 1966 os direitos humanos de
segunda geração foram reconhecidos, por meio do Pacto Inter-
nacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais,
aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
40 O referido pacto, em seus primeiros artigos, reconhe- ce o
direito ao trabalho e a uma remuneração que assegure
condições de uma existência digna, direito à sindicalização, ao
descanso e ao lazer, à segurança social, direito à proteção e
assistência à família, à mãe e às crianças, bem como o direito à
45 saúde e à educação.
Em outro artigo, é reconhecido o direito fundamental de
toda pessoa estar protegida contra a fome. Novamente nos
deparamos com a grande contradição entre o que se proclama
e o que é a realidade concreta em nossa América Latina.A mi
50 séria latinoamericana é simplesmente escandalosa; na verdade,
nos últimos tempos, temos produzido uma horda de milhões
de novos pobres, sendo que a metade desse contingente é
formada por miseráveis que não conseguem sequer satisfazer
minimamente as suas necessidades básicas.
Jair Krischke. Internet: <http://www.dhnet.com.br>.
Acesso em abril de 2003 (com adaptações).
1. Assinale a opção correta quanto à síntese dasideias
desenvolvidas nos parágrafos do texto I.
a) Os dois primeiros parágrafos apresentam o histó-
rico do problema abordado no texto: os direitos
sociais e culturais que são garantidos aos cidadãos.
b) O terceiro parágrafo aborda o interesse crescente
pelos direitos humanos, alertando que, apesar
de estarem já declarados, é necessário que eles
sejam firmados em realidade conhecida e aceita
por todos.
c) O quarto parágrafo faz um percurso cronológico
desde a Revolução Francesa, origem dos direitos
humanos, passando pela Revolução Industrial
inglesa, chamada de primeira geração, até chegar
à segunda geração, a dos direitos de igualdade
econômica, social e cultural,no século XX.
d) O quinto parágrafo refere-se explicitamente ao
Pacto deVarsóvia, após a Primeira Grande Guerra
Mundial, que reconhece o direito ao trabalho e à
remuneração que assegure uma existência digna,
ao descanso remunerado, ao lazer, bem como à
saúde e à educação gratuitas.
e) No último parágrafo, está expresso o direito
fundamental de toda a pessoa — a fome —,
principalmente na América Latina, onde há uma
população de miseráveis que não conseguem
sequer satisfazer suas necessidades básicas.
2. Assinale a opção incorreta com referência ao últi-
mo parágrafo do texto I.
a) O fragmento “toda pessoa estar protegida contra
a fome” (l.44-45) opõe-se a toda pessoa estar
faminta.
b) A “grande contradição entre o que se proclama
e o que é a realidade concreta” (l.46-47) situa-se
entre o discurso e a prática.
c) A passagem “A miséria latino-americana é sim-
plesmente escandalosa” (l.47-48) significa que as
mulheres muito pobres costumam se prostituir
para garantir uma forma de sobrevivência.
 d) O vocábulo “horda” (l.49) significa bando, quan-
tidade muito grande.
e) O termo “miseráveis” (l.51) refere-se àqueles
cidadãos que não têm como satisfazer suas“neces-
sidades básicas” (l.52), que incluem a alimentação.
3. Assinale a opção cuja paráfrase do segundo parágra-
fo do texto I, além de manter relação com as ideias
principais do texto, está com a pontuação correta.
a) Nunca esses direitos foram proclamados tão alto e
nunca é demais reconhecê-los assim: tão violados
como em nossos tempos; por isso, a luta para
estabelecê-los firmemente em nossas consciências,
passa obrigatoriamente por uma disputa constante,
por parte daqueles que se denominam“militantes
da causa dos direitos humanos”.
b) É obrigação de todos reconhecer que os direitos
humanos são sistematicamente proclamados e
violados, em nossos tempos, quando a luta para
estabelecê-los definitivamente na consciência de
cada ser humano, passa por uma briga acirrada
contra aqueles que se intitulam“militantes da causa
dos direitos humanos”.
c) A luta para estabelecer fortemente os direitos
humanos na consciência de cada ser humano, em
especial nos governantes, “militantes da causa”,
decorre do fato de que nunca se proclamaram tão
alto esses direitos e, nunca eles foram tão siste-
maticamente violados como em nossos tempos.
d) Nunca os militantes da causa dos direitos humanos
proclamaram-nos tão alto; todavia, é obrigação de-
clarar, que jamais eles foram tão sistematicamente
violados, como em nossos tempos, quando a luta
para estabelecer firmemente nossasconsciências,
a consciência de cada ser humano, especialmente
a consciência dos governantes, é constante.
e) É necessário se reconhecer isto: nunca os direitos
humanos foram proclamados tão alto,e nunca foram
tão violados como em nossos dias.Assim,a luta para
estabelecê-los, com firmeza, na consciência de cada
ser humano,especialmente na dos governantes,passa,
obrigatoriamente,por um esforço constante daque-
les que se dizem “militantes da causa dos direitos
humanos”.
4. Com referência aos processos coesivos de referên-
cia do texto I, julgue os itens subsequentes.
I. Na linha 1,“sobre” equivale a em cima.
II. Na linha 14, “suas” refere-se a “direitos huma-
nos” (l.13-14).
III. Na linha 15,“lhes” refere-se a“violações” (l.14).
IV. Na linha 20,“los” refere-se a “Estados” (l.18).
V. Na linha 22,“onde” refere-se a “Paris” (l.5).
VI. Nas linhas 30 e 31,“direitos humanos de segun-
da geração” relaciona-se a “direitos de igualda-
de econômica, social e cultural” (l.31-32).
VII. Na linha 51,“que” refere-se a “miseráveis”.
A quantidade de itens certos é igual a
a) 3. b) 4. c) 5. d) 6. e) 7.
Texto II – questões 5 e 6.
À luz dos direitos humanos, pobreza pode ser definida
como uma condição humana caracterizada pela privação dos re-
cursos, capacidades, escolhas, segurança e poderes necessários
para o gozo de um nível adequado de vida e de outros direitos
civis, culturais, econômicos, políticos e sociais, levando-se em
conta que os diferentes níveis de pobreza afetam de maneira
direta a natureza da indivisibilidade e interdependência de todos
os direitos humanos.
Em 12 de abril de 2000, a Comissão das Nações Unidas
teve a oportunidade de explorar o impacto da pobreza sobre os
direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais e,
particularmente,a desproporção desse impacto sobre mulheres,
grupos minoritários, migrantes, silvícolas e crianças.
Talvez não haja algum fenômeno social que assalte de
forma tão brusca os direitos humanos como a pobreza o faz,por
desgastar ou anular os direitos econômicos e sociais, como:
direito à alimentação, à água potável, à saúde, à educação, à
habitação, à segurança pessoal, à justiça e à dignidade. Embora
todos esses direitos sejam interligados e interdependentes,
observa-se que,para as pessoas que vivem na pobreza,talvez eles
não passem de um sonho muito distante de se tornar realidade.
Internet: <http://www.dhnet.org.br>.
Acesso em 3/4/2003 (com adaptações).
5. Relacionando o texto I ao texto II quanto às ideias
e à tipologia textual, assinale a opção correta.
a) Pela temática desenvolvida, o texto II pode ser
considerado uma perífrase ampliada do texto I.
b) Opõem-se os textos I e II quanto à tipologia tex-
tual: aquele é predominantemente narrativo; este
é essencialmente descritivo.
c) Enquanto o texto I discorre essencialmente a
respeito da fome, o texto II desenvolve o tema
da pobreza perante a Declaração dos Direitos
Humanos.
d) Os dois textos fazem um alerta à sociedade quanto
às diferenças sociais, no que tange aos direitos à ali-
mentação,à saúde, à educação,em prol da dignidade
humana.
e) Abordar o necessário comprometimento dos indi-
víduos e das nações frente aos direitos humanos é
um dos pontos tratados com destaque nos textos
I e II.
6. Considerando a transformação ocorrida em passa-
gens do texto II, assinale a opção correta quanto à
grafia e à pontuação.
a) A pobreza pode ser entendida como a privação
de recursos, capacidades, escolhas e poderes ne-
cessários ao gozo de um nível adequado de vida.
b) É necessário o comprimento dos direitos civis,
culturais, econômicos, políticos e sociais, por que
os diferentes níveis de pobreza afetam a natureza
de todos os humanos.
c) Em 12/4/2000,a Comissão da ONU obteve a opor-
tunidade de explorar o impato da pobreza sobre
os direitos civis: políticos, econômicos, sociais e
culturais.
d) As mulheres,os grupos minoritários, os imigrantes,
os selvícolas e as crianças, são as principais vítimas
da pobreza.
e) Os direitos econômicos e sociais (a comida, a água
potável, a habitação, a segurança pessoal, a justiça
— mesmo que sejam interligados e interdepen-
dentes), não passam de um sonho, muito distante
aos miseráveis.
7. Quanto ao emprego do sinal indicativo de crase, jul-
gue os fragmentos apresentados nos itens a seguir.
I. direito a trabalho e a remuneração que assegu-
re condições de uma existência digna
II. direito à unir-se em sindicatos
III. direito a descanso e à lazer
IV. direito à uma segurança social
V. direito à proteção à família
VI. assistência para a mãe e às crianças
VII. direito à boa saúde e à educação de qualidade
Estão certos apenas os itens
a) I, II e III. d) IV,V e VII.
b) II,V e VI. e) V,VI e VII.
c) III, IV e VI.
Mais perigosa que a força bruta é aquela que brota
da indiferença da sociedade ante as violações dos direi-
tos da pessoa humana.
Martin Luther King.
8. No texto acima,
a) “Mais perigosa que” equivale, sintaticamente, a
perigosíssima.
b) “força bruta” é o mesmo que força brutal.
c) o trecho “aquela que brota da indiferença da so-
ciedade” equivale, semanticamente,à construção:
a proveniente da indiferença social.
d) seria correto substituir o trecho “ante as viola-
ções” por perante à violações.
e) os “direitos da pessoa humana” são antônimos dos
deveres pessoais e intransferíveis dos seres
vivos.
Brasília, 1º de junho de 2003.
Para a Coordenação de Concursos do CESPE/UnB,
Requerimento:
JOSÉ DA SILVA DOS SANTOS REIS, devidamente ins-
crito no concurso para TÉCNICO JUDICIÁRIO do Tribunal
de Justiça do Distrito Federal, com a inscrição n.º 197.542/03,
VENHO, POR DIREITO E MUI RESPEITOSAMENTE, solicitar
a Vocês a emissão de uma certidão de comparecimento nesta
prova realizada nesta data supracitada, uma vez que hoje estou
trabalhando em turnos e preciso comprovar meu afastamento
do serviço no período da tarde, para realizar o referido exame.
Nesses termos, peço aceitação do meu pedido e AGUAR-
DO DEFERIMENTO.
Atenciosamente,
José da Silva dos Santos Reis.
9. Com respeito ao texto acima, assinale a opção cor-
reta.
a) O lugar correto para a colocação da data é à
esquerda, e não à direita, como se encontra no
documento.
b) O tipo de documento adequado para tal finalidade
não é o requerimento e, sim, o ofício.
c) Em vez do pronome de tratamento “Vocês”, o
redator deveria ter empregado Vossas Exce-
lências.
d) O candidato deveria ter solicitado uma declara-
ção, e não uma certidão.
e) O fechamento “Atenciosamente” deveria constar
antes do pedido de deferimento.
ATA DA SALA 25
1 Realizou-se, na sala vinte e cinco, do
prédio das Relações Humanas, da
Escola Martin Luther King, em Brasília,
4 Distrito Federal, dia primeiro de junho de
dois mil e três, das quinze horas às
dezoito horas e trinta minutos, portanto,
7 com três horas e meia de duração, esta
prova (anexa) de Conhecimentos Gerais
e Específicos para o Cargo de Técnico
10 Judiciário, do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e dos Territórios
(TJDFT), conforme diz o Edital um de
 13 dois mil e três, tendo comparecido todos
os candidatos inscritos e, portanto, o
índice de abstensão foi de zero
16 candidatos. Nada mais havendo a
constar, eu, MARIA DAS GRAÇAS LUZ
FLORES, chefe de sala, lavrei esta ata
19 que será assinada por mim, exprimindo
a verdade dos fatos, sob o testemunho
da fiscal de sala. Brasília, 1.º/6/2003,
22 Maria das Graças Luz Flores e Thomásia
Aparecida Silva. xxxxxxxxxxxxxxxxxx
10. Assinale a opção incorreta a respeito do texto.
a) A redatora da ata respeitou os requisitos formais
para a redação do documento, conforme os pre-
ceitos dessa tipologia de correspondência oficial.
b) A redatora, ao escrever por extenso os números
da sala, das horas, da duração da prova e do edital
cometeu erros de grafia e de adequação ao tipo
de documento.
c) A grafia do vocábulo “abstensão” (l.15) está in-
correta, pois deveria ter sido escrito abstenção.
d) A passagem “exprimindo a verdade dos fatos”
(l.19-20) pode ser suprimida do texto, uma vez
que essa informação deve estar pressuposta em
toda correspondência oficial.
e) O preenchimento do restante da linha após a
última assinatura visa evitar que outras pessoas
possam adulterar o final do texto.
 Gabarito Comentado – Prof. Ernani Pimentel
1. a) Incorreta. Primeiramente, nos dois primeiros pa-
rágrafos do texto, não se fala em direitos culturais;
só há menção a esse tipo de direito no quinto pará-
grafo, quando se faz alusão ao Pacto Internacional
de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Em
segundo lugar, a tônica desses parágrafos não é o
histórico de nenhum tipo de direito, mas o fato de
a consciência acerca dos direitos humanos estar
mais nítida do que nunca e o de que tais direitos
nunca foram tão desrespeitados.
b) Correta. Nas linhas 13 a 15, é dito que “o cres-
cente interesse pelos direitos humanos nos chama
drasticamente à ação”. Nas linhas 15 a 21, é dito que
não basta que esses direitos estejam formalmente
declarados, é preciso agir para transformá-los em
realidade bem viva e conhecida e aceita portodos.
c) Incorreta. O quarto parágrafo ressalta a distância
entre direitos proclamados e realidades vividas,
agravada com a Revolução Inglesa, e não um
“percurso cronológico”. Além disso, “primeira
geração” e “segunda geração” são referências a
conjuntos de direitos, oriundos das revoluções;
a oração “chamada de primeira geração” (l. 3-4
deste item) dá a entender que “Revolução
Inglesa” é que recebe a qualificação de “primeira
geração”, quando, na verdade, origina a“segunda
geração”, pois a “primeira” nasce com a Revolu-
ção Francesa. Tal designação (“segunda geração”)
refere-se aos direitos estabelecidos pela Declara-
ção Universal dos Direitos do Homem.
d) Incorreta. O quinto parágrafo refere-se explici-
tamente ao Pacto Internacional de Direitos Eco-
nômicos, Sociais e Culturais, que está, inclusive,
em negrito, e não ao Pacto de Varsóvia.
e) Incorreta. A fome não é um direito. O que o
texto chama de direito fundamental é toda pessoa
estar protegida contra a fome.
2. a) Correta. “estar protegido contra a fome” significa
não estar acometido pela fome, não estar com
fome. “faminto”, por sua vez, quer dizer estar com
muita fome, esfomeado. Trata-se, pois, de uma
oposição. Como o comando da questão pede que
se assinale a opção incorreta em relação ao último
parágrafo, este item não serve como resposta.
b) Correta. “proclamação” está na esfera do discur-
so (“proclamar” quer dizer ‘declarar’, ‘anunciar’.
Por outro lado, “realidade” está no âmbito da
prática, da concretização. Portanto, “a grande
contradição entre o que se proclama e o que é
a realidade concreta” é uma contradição entre o
discurso e a prática. Como o comando da questão
pede que se assinale a opção incorreta em relação
ao último parágrafo, este item não serve como
resposta.
c) Incorreta. O escândalo da miséria latino-america-
na nada tem a ver com as mulheres dessa região.
Trata-se de uma miséria escandalosa porque muito
acentuada, de proporções demasiado grandes.
Como o comando da questão pede que se assinale
a opção incorreta em relação ao último parágrafo,
este é o item-resposta.
d) Correta. Por meio da expressão “de milhões de
novos pobres” (grifo nosso) referindo-se a “hor-
das”, pode-se deduzir que essa palavra significa
‘bando’, ‘quantidade muito grande’. Como o co-
mando da questão pede que se assinale a opção
incorreta em relação ao último parágrafo, este
item não serve como resposta.
e) Correta. A oração “que não conseguem sequer
satisfazer minimamente as suas necessidades
básicas” restringe o significado de um termo
seu antecedente, no caso, “miseráveis”, ou seja,
deixa claro que se está falando não de quaisquer
miseráveis, mas especificamente daqueles que não
conseguem satisfazer suas necessidades básicas.
Trata-se de uma oração adjetiva restritiva. E, de
fato, necessidades básicas incluem, sim, a alimen-
tação, conforme se depreende do início do pará-
grafo: “Em outro artigo, é reconhecido o direito
fundamental de toda pessoa estar protegida contra
a fome.” (grifos nossos).
3. a) Incorreta. Há erro de pontuação nesta paráfrase,
pois separaram-se com vírgula sujeito e predicado
em “a luta para estabelecê-los firmemente em
nossos dias, passa obrigatoriamente por uma
disputa...” (grifo nosso). A vírgula entre os termos
grifados não deve existir. Há também problema de
coerência com as ideias do texto, pois nele se fala
 em “luta” por parte dos que se consideram “mili-
tantes da causa dos direitos humanos”, enquanto
que nesta opção fala-se em “disputa”. Como está
nesta opção (“disputa”), entende-se que os que
se consideram militantes dos direitos humanos
lutam entre si.
b) Incorreta. Neste item, há o mesmo erro de
pontuação do item anterior: separaram-se su-
jeito e predicado com vírgula em “... a luta para
estabelecê-los definitivamente na consciência de
cada ser humano, passa por uma briga acirrada...”
(grifo nosso). A vírgula entre os termos grifados não
deve existir. Há, também, problema de incoerência
com as ideias do texto: o que é dito no texto é que
a luta para estabelecer os direitos humanos passa
por uma luta constante por parte dos que se con-
sideram militantes desses direitos; nesta opção, é
dito que para estabelecer tais direitos, passa-se por
uma luta contra esses militantes.
c) Incorreta. Esta opção apresenta problema de
incoerência com o texto original: a expressão
“militantes da causa”, intercalada por vírgulas,
está referindo-se a governantes; assim, entende-se
que os governantes são os militantes da causa
dos direitos humanos, enquanto que no texto
há distinção entre esses dois. Há, também, erro
de pontuação. Em “... nunca se proclamaram tão
alto esses direitos e, nunca eles foram tão siste-
maticamente violados como em nossos tempos.”
(grifo nosso), a vírgula entre os termos grifados não
deve existir, pois esse sinal de pontuação após
a conjunção “e” só figura se acompanhado de
outro, intercalando um termo ou expressão, ou
se separar orações de sujeitos diferentes, o que
não é o caso.
d) Incorreta. Problema de coerência com o texto
original: esta opção diz que são os militantes da
causa que proclamam alto os direitos humanos,
enquanto que no texto o sujeito dessa procla-
mação é indeterminado. Há, também, erro de
pontuação. Em “... é obrigação declarar, que jamais
eles foram tão sistematicamente violados...” (grifo
nosso), a vírgula entre os termos grifados não deve
existir, pois não se separam verbo e complemento,
como no caso.
e) Correta. Paráfrase coerente com o texto e com
a pontuação correta. Cabe ressaltar que a vírgula
antes da conjunção “e”, após “alto”, justifica-se
para enfatizar a oração seguinte.
4. I – Errado. “sobre”, na linha 1, tem sentido de “com
relação a”, “a respeito de”, “acerca de”, ou seja,
refere-se a um assunto, matéria, questão.
II – Certo. O pronome “suas”, na linha 14, refere-se
a “direitos humanos”. “suas constantes violações”
quer dizer “constantes violações dos direitos hu-
manos.
III – Errado. O pronome “lhes”, na linha 15, refe-
re-se a “direitos humanos”. “dar-lhes vigência” quer
dizer “dar vigência aos direitos humanos”.
IV – Errado. O pronome “los”, na linha 20, refere-se
a “direitos humanos”. “transformá-los em realidade
bem viva” quer dizer “transformar os direitos huma-
nos em realidade bem viva”.
V – Errado. O pronome relativo (ou advérbio
relativo) “onde” refere-se a “ventre da Revolução
Francesa”, seu antecedente. “de onde os direitos
de primeira geração se originaram” quer dizer “os
direitos de primeira geração se originaram do ventre
da Revolução Francesa”.
VI – Certo. A locução “ou seja”, de caráter explica-
tivo, explicita a relação entre “direitos humanos de
segunda geração” e “direitosde igualdade econômica,
social, e cultural”. Em outras palavras, a referida
expressão explica que este segmento corresponde
àquele outro.
VII – Certo. O pronome relativo “que”, na linha
51, retoma seu antecedente, “miseráveis”.
Resposta: a. Os itens II, VI e VII estão corretos.
5. a) Incorreta. O texto II não é uma perífrase do
texto I porque: 1°) a ideia principal dos textos é
diferente (veja o comentário do item b), e a perí-
frase encerra a mesma ideia principal do texto de
origem; 2°) perífrase é a expressão ampliada de
algo que poderia ser dito de maneira reduzida (é
um circunlóquio, um rodeio de palavras); como
o texto II é menor, mais reduzido que o texto I,
não pode ser uma perífrase deste.
b) Incorreta. Os textos I e II não se opõem quanto à
tipologia textual, pois ambos são dissertativos, ou
seja, tanto um quanto outro defendem uma tese
por meio de argumentos. No texto I, argumenta-se
que há grande abismo entre o que se proclama
sobre os direitos humanos e o que realmente se
verifica acerca desses direitos. No caso do texto II,
a tese é a de que a pobreza é o elemento que mais
implica desrespeito aos direitos humanos.
 c) Incorreta. De fato, o texto II desenvolve o tema
da pobreza perante a Declaração dos Direitos
Humanos. Entretanto, o discorrimento essencial
do texto I não é a fome. A fome só é aludida no
último parágrafo, como um dos elementos que
embasam a argumentação do texto, a saber: o
abismo entre o que se proclama sobre direitos
humanos e o que realmente se verifica acerca de
tais direitos.
d) Correta. Ambos os textos alertam para as
diferenças sociais que implicam desrespeito aos
direitos humanos: o texto I, a partir do quinto
parágrafo, quando expõe sobre os direitos de
segunda geração – reconhecidos pelo Pacto
Internacional de Direitos Econômicos, Sociais
e Culturais (grifo nosso) – e fala de “existência
digna” (l. 41), “direito à saúde e à educação” (l.
43) e “estar protegida contra a fome” (l. 45); o
texto II, em todo o seu conteúdo, pois gira em
torno do fenômeno da pobreza – essencialmente
social – e dos problemas que dela advêm, ao falar
de “direito à alimentação, (...) à saúde, à educação,
(...) e à dignidade” (último parágrafo).
e) Incorreta. “Abordar o necessário comprome-
timento dos indivíduos e das nações frente aos
direitos humanos” (grifo nosso) não é ponto tra-
tado em nenhum dos textos; em outras palavras:
abordar não é ponto tratado. O que é ponto
tratado, no texto I, é a necessidade de comprome-
timento dos indivíduos e das nações com relação
aos direitos humanos. O texto II, por sua vez,
sequer menciona essa necessidade.
6. a) Correta. Opção correta quanto à grafia e à pon-
tuação.
b) Incorreta. Erros de grafia: o ato ou efeito de
cumprir, de executar algo, é escrito assim: “cum-
primento”, com “u”. Correção: “É necessário
o cumprimento dos direitos civis...”; quando
figura em uma explicação, “porque” é escrito
dessa forma, junto e sem acento. Correção: “...
porque os diferentes níveis de pobrezaafetam...”
c) Incorreta. Erro de grafia: a grafia correta para a
palavra é “impacto”, com “c”, e não “impato”, sem
“c”. Correção: “...explorar o impacto dapobreza
sobre os direitos civis...”. Os dois pontos, nesta
alternativa, depois de civis, dizem que “políticos,
econômicos, sociais e culturais” são incluídos nos
direitos civis. Isso contraria a linha 11 do texto, que
coordena pela vírgula “civis” aos outros adjetivos.
Convém explicar que os dois-pontos estão bem
empregados, pois introduzem a enumeração de
“direitos civis”.
d) Incorreta. Erro de pontuação e grafia: não se se-
para com vírgula o sujeito do predicado. Correção:
“...os silvícolas e as crianças são as principais ví-
timas da pobreza.”. “silvícolas” é a grafia correta
ao invés de selvícolas.
e) Incorreta. Erro de pontuação, de concordância
e de regência nominais: neste item, semelhante-
mente ao que ocorreu no item d, separou-se o
sujeito do predicado por vírgula, o que é indevido.
Correção: “Os direitos econômicos e sociais (...)
não passam de um sonho...”.
O particípio ‘interligados’ deve concordar com
os elementos a que se refere: no caso, dentro da
estrutura isolada pelos parênteses, este particípio
refere-se a elementos de gênero feminino (“comi-
da”, “água”, “habitação”, “segurança”, “justiça”) e
deve ficar na forma do feminino plural – “interli-
gadas”. O correto seria: Os direitos econômicos
e sociais (a comida, a água potável, a habitação, a
segurança pessoal, a justiça – mesmo que sejam
interligadas e interdependentes) não passam de
um sonho, muito distante aos miseráveis.
O adjetivo “distante” liga-se a seu complemento
por meio da preposição “de”, e não mediante a
“a”, como neste item. Correção: “... muito distante
dos miseráveis.”.
Outra redação correta seria: “Os direitos econô-
micos e sociais (a comida, a água potável, a habi-
tação, a segurança pessoal, a justiça), mesmo que
sejam interligados e interdependentes, nãopassam
de um sonho muito distante, dos miseráveis.”
7. a) Errado.
b) Errado.
c) Errado.
d) Errado.
e) Gabarito oficial: Certo. Nossa resposta: Errado,
conforme comentários abaixo.
I – Certo. O emprego de artigo diante de substan-
tivos pode ocorrer ou não, a depender da intenção
de quem escreve de atribuir a esse substantivo um
significado mais geral (caso em que não se emprega o
artigo) ou mais específico (situação em que o artigo
é utilizado).
Uma das preposições que o substantivo “direito”
pode exigir antes de seu complemento é a “a”.
Sendo assim, em “direito a trabalho e a remuneração
que assegura condições de uma existência digna”
(grifos nossos), os elementos grifados são apenas pre-
posições, pois o autor desse trecho não empregou
artigo diante dos substantivos “trabalho” e “remu-
neração”, para atribuir-lhes uma significação mais
geral. Caso diante desse substantivo figurasse artigo
definido, ter-se-ia “direito ao trabalho” e “direito à
remuneração”.
A bem da verdade, no caso específico de “remune-
ração”, ocorreu particularização desse substantivo,
mas por meio da oração adjetiva “que assegure
condições de uma existência digna”. Nesse caso, o
emprego de artigo é facultativo. Com a substituição
de “remuneração” por “proventos”, por exemplo,
fica mais claro como o artigo diante do complemento
do substantivo “direito” é facultativo, independen-
temente da oração adjetiva referente a ele. Veja:
“direito a trabalho e a proventos que assegurem
condições de uma existência digna”. Portanto, a au-
sência de sinal indicativo de crase nesta opção está
correta.
II – Errado. Sinal indicativo de crase empregado
incorretamente, pois diante de verbos não hácrase.
III – Errado. Sinal indicativo de crase empregado
incorretamente, pois o substantivo “lazer” é mas-
culino, e diante de palavra masculina só há crase se
se subentende a locução prepositiva “à moda (de)”,
o que não é o caso. Um exemplo de crase diante de
palavra masculina é: “frango à passarinho” = “frango
à moda passarinho”.
IV – Errado. Sinal indicativo de crase empregado
incorretamente, pois diante de artigo indefinido (um,
uma) não há crase.
V – Certo. Sinais indicativos de crase empregados
corretamente. A preposição “a”, que liga “direito”
ao seu complemento “proteção”, fundiu-se com o
artigo definido feminino “a” diante desse complemen-
to, resultando em “à”. O mesmo aconteceu entre
“proteção” e “crianças”, ou seja, a preposição “a”,
que liga “proteção” ao seu complemento “crianças”,
fundiu-se com o artigo definido feminino “as” diante
desse complemento, resultando em “às”.
VI – Certo. Este é um caso um tanto raro na língua
portuguesa padrão: um único substantivo (“assis-
tência”) está regendo dois complementos (“mãe”
e “crianças”) mediante duas preposições diferentes
(“para” e “a”, respectivamente).
O sinal indicativo de crase em “às crianças” está bem
empregado, pois houve a fusão da preposição “a”,
que liga “assistência” ao complemento “crianças”,
com o artigo definido feminino “as” diante desse
complemento.
VII – Certo. Sinais indicativos de crase empregados
corretamente, pois a preposição “a”, que liga “direi-
to” a seus complementos, fundiu-se com os artigos
femininos definidos (“a”) diante de “boa saúde” e de
“educação”.
Esta é uma questão anulável, por não haver
resposta adequada.
8. a) Incorreta. Em “Mais perigosa que”, o adjetivo
“perigosa” está no grau comparativo de superiori-
dade, ou seja, encontra-se em uma expressão que
estabelece a comparação entre a periculosidade da
“força bruta” e “aquela [força] que brota da indife-
rença da sociedade ante as violações dos direitos
da pessoa humana”, atribuindo superioridade a
esta última. “perigosíssima”, por sua vez, é um
adjetivo no grau superlativo, isto é, em seu grau
mais elevado, extremo, absoluto.
b) Incorreta. A expressão “força bruta” já está cris-
talizada em nosso idioma com o sentido de ‘força
física’. A expressão “força brutal” não encerra esse
sentido específico. Por isso, “força bruta” não é o
mesmo que “força brutal”.
Cabe ressaltar que a substituição de um termo
de uma expressão por um sinônimo seu não
garante que essa expressão permaneça a mesma.
As palavras sinônimas não são iguais; “sinônimo”
quer dizer ‘de sentido aproximado’, ‘semelhante’.
c) Correta. As expressões “aquela que brota de” e
“a proveniente de” são sinônimas (ambas remetem
à noção de origem), portanto equivalentes quanto
ao sentido.
d) Incorreta. A substituição proposta está correta
semanticamente, entretanto o emprego do sinal
indicativo de crase na expressão substituta está
errado, porque depois da preposição “perante”
não há a preposição “a” para fazer crase com o
artigo diante do substantivo “violações”. Além
disso, o artigo singular diante de “violações” está
empregado incorretamente, pois, referindo-se a
um substantivo no plural, deve também estar no
plural: “...perante as violações...”
e) Incorreta. A expressão “direitos da pessoa
humana” não é antônima da expressão “deveres
pessoais e intransferíveis dos seres vivos”, pois
“antônimo” quer dizer ‘contrário’, ‘oposto’.
 Essas expressões não são contrárias, opostas,
pois significados dos termos de uma oração não
são contrários aos da outra.
9. a) Incorreta. O requerimento é um tipo de do-
cumento que não segue um modelo rígido; sua
conformação, pois, varia. Desde que ele contenha
o nome e os dados que identifiquem o requerente
e aquilo que está sendo requerido, está garantida a
natureza de requerimento desse documento. Ob-
viamente deve haver a data e o local de produção
do requerimento e seu destinatário. Entretanto,
não há uma posição certa para a colocação desses
elementos (inclusive a data) nesses documentos.
b) Incorreta. A comunicação aqui tratada parte de
um particular para um órgão de uma fundação
(o Cespe é um órgão da Fundação Universidade
de Brasília), por isso não pode ser redigido nos
moldes de um ofício, pois este é o documento
utilizado para a comunicação oficial entre órgãos
da administração pública ou de autoridades para
particulares. O requerimento é o documento cer-
to a ser utilizado, pois é o instrumento por meio
10. a) Correta. O modo como a ata desta questão foi
do qual um particular que julga que um direito lhe
cabe requer a uma autoridade administrativa esse
direito.
c) Incorreta. O pronome “Vossa Excelência” deve
ser usado apenas para as seguintes autoridades:
a) do Poder Executivo:
Presidente da República;
Vice-Presidente da República;
Ministros de Estado;
Governadores e Vice-Governadores de Estado e
do Distrito Federal;
Oficiais-Generais das Forças Armadas;
Embaixadores;
Secretários-Executivos de Ministérios e demais
ocupantes de cargos de natureza especial;
Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Prefeitos Municipais;
b) do Poder Legislativo:
Deputados Federais e Senadores;
Ministro do Tribunal de Contas da União;
Deputados Estaduais e Distritais;
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais;
c) do Poder Judiciário:
Ministros dos Tribunais Superiores;
Membros de Tribunais;
Juízes;
Auditores da Justiça Militar.
O pronome empregado para as demais autoridades
e para particulares é “Vossa Senhoria”. Sendo assim,
em vez do pronome de tratamento “Vocês”, o
redator deveria ter usado “Vossas Senhorias.
d) Correta. A certidão é um instrumento jurídico
emitido por tabelião ou escrivão ou por funcioná-
rio portador de fé pública na qual se reproduzem
peças processuais ou se certifica algo. Declaração,
por sua vez, é o documento em que se informa,
sob responsabilidade, algo sobre pessoa ou acon-
tecimento.
Como o requerente solicita um documento que
informe algo sobre sua pessoa, o instrumento
certo é, sim, a declaração.
e) Incorreta. Conforme dito no comentário do item
a, o requerimento não tem uma estrutura rígida,
variando conforme o seu produtor. No modelo de
requerimento que consta do Manual de Redação
da Câmara dos Deputados, sequer há fechamento.
Portanto, não há posição certa para fechamento
em requerimento.
redigida é como deve ser composto esse tipo de
documento: título e texto. No texto, incluem-se:
preâmbulo, em que se registra a situação temporal
e espacial do fato; registro dos assuntos abordados
pelo documento; fecho. Os requisitos para a reda-
ção de atas foram, portanto, respeitados. Como o
comando da questão pede que se assinale a opção
incorreta a respeito do texto, este item-não serve
como resposta.
b) Incorreta. Os números da sala, das horas, da
duração da prova e do edital não apresentam erro
de grafia. E escrever números por extenso em atas
não é inadequado. Escrever números por extenso
em textos, inclusive, é o modo mais adequado,
pois os algarismos (1, 2,...I, II...) são caracteres
do âmbito da Matemática. Como o comando da
questão pede que se assinale a opção incorreta a
respeito do texto, este é o item-resposta.
c) Correta. De fato, a grafia correta é “abstenção”.
d) Correta. Com base no princípio da moralidade,
um dos princípios da administração pública brasi-
leira, pelo qual o agente administrativo deve agir,
dentre outras, de maneira honesta, pressupõe-se
que os documentos oficiais veiculam informações
verdadeiras.
e) Correta. Realmente o preenchimento do restan-
te da linha após a última assinatura visa a impedir
a adulteração do final do documento.
 Prova 3
1. Cometer erros não é bom, mas pior é não aprender
com eles. Os erros fazem parte de todo processo
de crescimento. E, quanto mais aprendermos com
eles, mais saudável será esse crescimento e, conse-
quentemente, mais raros serão os erros. Sabe-se
que, durante a vida, não paramos de crescer. Mas
não são todos que aceitam que também não para-
mos de aprender. Durante a vida toda.
Adaptado de Istoé, Editorial,19/10/2005
Depreende-se do texto que
a) o crescimento evita erros.
b) sem aprendizado não há erros.
c) nem todos aceitam os próprios erros.
d) o amadurecimento significa uma vida isenta de
erros.
e) aprender com os erros significa crescer saudavel-
mente.
Leia o seguinte texto para responder às questões 2 e 3.
De fato, os jovens têm motivos para se sentirem
inseguros. Começam a vida profissional assombrados
pelos altos índices de desemprego. Quase a metade
dos desempregados nos grandes centros no Brasil é
5 jovem. Além da falta de experiência, há o despreparo
mesmo. Grande parte tem baixa escolaridade. O
mercado de trabalho ajuda a perpetuar a desigualdade.
3. Assinale a opção incorreta a respeito do emprego
Muitos jovens deixam de estudar para trabalhar.
Mas a disputa é acirrada também entre os mais
10 bem-preparados. A grande oferta de mão de obra
resulta em um processo cruel de avaliação, com testes
de conhecimentos e de raciocínio lógico, redação,
dinâmicas de grupo, entrevistas. E não é só. O jovem
deve demonstrar habilidades que muitas vezes
15 nem teve tempo de saber se possui ou de descobrir
como adquiri-las. Como o conhecimento hoje fica
obsoleto muito rápido, a qualificação e o potencial
comportamental é que definem um bom candidato, e
não só o preparo técnico.
Adaptado de Istoé, 5/10/2005.
2. Avalie, como verdadeiros (V) ou falsos (F), os moti-
vos compatíveis com aquilo que o texto considera
fatores de insegurança para os jovens.
( ) A necessidade de trocar o trabalho pelos es-
tudos faz com que muitos dos jovens que in-
gressam no mercado de trabalho sejam des-
preparados, tenham pouca experiência e baixa
escolaridade.
( ) O preparo técnico – que nem todos possuem
– perpetua a desigualdade social porque facilita
a disputa apenas para os mais bem-preparados,
tanto nos conhecimentos quanto no potencial
comportamental.
( ) Os conhecimentos, o raciocínio lógico e as ha-
bilidades de redigir, avaliados nos testes e as en-
trevistas compõem processos de seleção que
chegam a ser cruéis por causa da grande oferta
de mão de obra.
( ) Muitas vezes, para ingressar no mercado de
trabalho, o jovem candidato a um emprego não
pode demonstrar certas habilidades, ou por não
ter tido tempo de descobrir que as possui ou
por não saber como adquiri-las.
( ) Para o conhecimento tornar-se obsoleto, as en-
trevistas e as dinâmicas de grupo constituem as
técnicas mais reveladoras do potencial de com-
portamento que vai definir um bom candidato
ao atual mercado de trabalho.
A sequência correta é:
a) V, F, V, V, F.
b) V, V, F, F, F.
c) V, F, F, V, V.
d) F, F, V, V, F.
e) F, V, V, F, V.
das estruturas linguísticas do texto.
a) A relação de sentidos entre os dois primeiros pe-
ríodos sintáticos do texto permite subentender
uma ideia explicativa, expressa pela conjunção
Pois, antes de “Começam” (l.2).
b) Como a expressão “a metade” (l.3) pode ser
considerada um sinônimo textual para 50%, a
substituição daquela por esta preservaria a coe-
rência textual e a correção gramatical.
c) A regência do verbo resultar permite a troca da
preposição “em”(l.11) pela preposição de; mas,
nesse caso, a relação semântica entre “oferta”
(l.10) e “processo”(l.11) se inverte.
d) A função textual da oração “E não é só” (l.13) é
a de fazer o leitor antecipar que, além das ideias
expostas nos dois períodos sintáticos anteriores,
mais problemas serão enumerados nos períodos
seguintes.
e) A forma de singular em “é” (l.18) deve-se ao em-
prego do vocábulo “que” (l.18); pois o verbo que
se flexiona de acordo com o sujeito da oração é
“definem” (l.18).
As questões 4 e 5 tomam por base o seguinte trecho
adaptado de uma entrevista publicada em Época, de 6 de
fevereiro, 2006.
Época – Qual é o grande problema brasileiro?
Ricardo Neves – Assim como a inflação foi nosso
dragão tempos atrás, a informalidade é nosso câncer
que está entrando em metástase. A informalidade tem
5 trêseixos.Oprimeirosãoosdireitosdepropriedade.Os
barracos das favelas não podem ser comercializados,
não podem ser usados para conseguir crédito. O
segundo é o trabalho. Estima-se que entre 55% e
60% dos trabalhadores estão na informalidade. São
10 pessoas que não contribuem, não pagam INSS. A
carga tributária fica concentrada nos 40% restantes
da população. O terceiro é a informalidade na cadeia
produtiva. São empresas que estão fora da lei, seja
porque os tributos são altos, seja porque a burocracia
15 é complicada.
4. Assinale a opção que dá continuidade, gramatical-
mente correta e coerente com a argumentação, ao
seguinte início de resumo para o texto:
O grande problema brasileiro é a informalidade,
a) porque os barracos, construídos irregularmente e
não podendo serem comercializados impedem o
crédito dos trabalhadores que ao não contribui-
rem para o INSS estão fora da lei, tanto quanto
as empresas que também não o fazem quando
atuem fora do sistema formal.
b) pois, sem crédito, os proprietários de barracos,
por exemplo, não podem contribuir para a carga
de tributos necessária na estabilidade e legaliza-
ção das empresas que deveriam ser formais mas
não regularizam suas situações contábeis.
c) que se apoia em três aspectos: a não inexistência
dos direitos à propriedade de construções reali-
zadas na informalidade, que prejudica as possibili-
dades de crédito para esses proprietários; o não
recolhimento dos tributos dos trabalhadores na
informalidade; e a não formalização de empresas
na cadeia produtiva.
d) que apresenta três facetas ligadas a contribuição
de tributos, sonegados estes pelas empresas in-
formais na cadeia produtiva – que não adimplem
seus tributos convenientemente – e ao fato de
aqueles proprietários não consigam crédito por
não serem titulares formais de seus imóveis cons-
truídos irregularmente.
e) porque concentrando a carga tributária apenas em
cerca de 60% dos trabalhadores que conseguem
se inserirem no mercado formal, prejudicando o
crédito dos que não são legalmente proprietários
de seus barracos têm-se na burocracia complica-
da e inacessível pela grande massa da população
um rompimento na cadeia produtiva.
5. Avalie a correção dos seguintes itens a respeito da
organização das ideias no texto.
I. As expressões usadas para os sentidos fi gu-
rados de “inflação”(l.2) e “informalidade”(l.3)
ressaltam seus aspectos negativos, amedronta-
dores; razões por que deve ser combatida.
II. O desenvolvimento da textualidade permite de-
preender que a figura de linguagem “entrando
em metástase” (l.4) sugere que o problema da
informalidade está se alastrando, se espalhando
na sociedade.
III. Nas linhas 7 a 9, pela contribuição de significados
que os dois períodos sintáticos trazem para o
texto, a substituição do sinal de ponto que sepa-
ra “trabalho” de “Estima-se” pelo sinal de dois-
pontos preserva a coerência da argumentação
e a correção gramatical.
IV. Pelas marcas de alternação, “seja ...seja” (l.13 e 14),
que ligam as orações indicadoras das razões da
informalidade na cadeia produtiva, depreende-se
que tais razões excluem-se mutuamente: ou exis-
te uma ou existeoutra.
Estão corretos apenas os itens
a) I e II.
b) I, II e III.
c) II e III.
d) II, III e IV.
e) III e IV.
Leia o seguinte texto para responder às questões 6 e 7.
A classe média está mudando. Essa classe média é
herdeira da porção Bélgica da Belíndia (mistura de
Bélgica e Índia, expressão usada na década de 70
para explicar a desigualdade no Brasil). Ela antes
5 tinha acesso ao sistema financeiro habitacional, a
universidades públicas, à expansão de empresas
estatais cheias de ofertas de trabalho e à indexação,
que reajustava o dinheiro nos bancos. Na década de 90,
essas facilidades acabaram e a classe média passou a
10 ter mais gastos. É como se ela tivesse viajado sempre
de executiva e agora tivesse de andar de econômica.
Em compensação, existe uma população que era de
baixa renda e ascendeu.
Adaptado de Ricardo Neves. Correio Braziliense,
22 de fevereiro de 2006.
6. Assinale a opção incorreta a respeito das estruturas 5 herança de Vargas e elevar a autoestima do povo
sintáticas do texto. brasileiro, realizou-se em condições democráticas, com
liberdade de imprensa e tolerância política. A taxa de
a) O trecho entre parênteses corresponde a uma
inflação, que em 1956 foi de 12,5%, no final do governo
explicação de como deve ser interpretado o ter-
JK, elevou-se para o patamar de 30,5%. A Nação, por
mo “Belíndia”(l.2); por isso, a retirada dos sinais
10 sua vez, obteve um crescimento econômico médio de
de parênteses e a inserção de vírgula seguida do
8,1% ao ano.Apesar das pressões do Fundo Monetário
termo que é a antes de “mistura”(l.2) preserva
Internacional (FMI), que já advogava o “equilíbrio
a correção gramatical e a coerência do texto.
fiscal” e o Estado mínimo para o Brasil, e de setores
b) As estruturas linguísticas mostram que “acesso”
conservadores da vida brasileira, JK conseguiu elevar
(l.5) é complementado, sintática e semantica-
15 o PIB nacional em cerca de 143%. E tudo isto ocorreu
mente, pelas quatro expressões centradas, res-
em um contexto marcado por um déficit de transações
pectivamente, em “sistema”(l.5), “universidades”
correntes que atingiu 20% das exportações em 1957
(l.6),“expansão”(l.6) e“indexação”(l.7).
e 37% em 1960, o que ampliava a fragilidade externa
c) As duas orações coordenadas que seguem a
e fazia declinar a condição de solvência da economia
expressão “Na década de 90” (l.8), expressam,
20 brasileira. No entanto, foi graças ao controle do câmbio
semanticamente, uma relação que também pode
e ao regime de incentivos criados que as importações
ser escrita em apenas uma oração: com o fim
de bens de consumo duráveis foram contidas.
dessas facilidades, a classe média passou a
ter mais gastos. Rodrigo L. Medeiros, com adaptações.
d) A conjunção “e”(l.11) coordena duas orações
a) Em “manifestam-se”(l.2) o “se” é índice de inde-
que, semanticamente, expressam um contraste;
terminação do sujeito.
por isso equivale a mas.
b) As vírgulas após “JK” (l.4) e após “brasileiro”(l.6)
e) O conectivo “Em compensação” (l.12) está em-
isolam oração de natureza restritiva.
pregado com valor adversativo, pois introduz um
c) Por se tratar de verbo expletivo,“foi” (l.20) pode
período sintático que, semanticamente, contradiz
ser retirado da oração sem prejuízo do sentido
o que afirma a primeira oração do texto.
e da sintaxe.
d) A substituição de “Apesar das”(l.11) por Por-
7. Assinale a única opção que identifica trecho do tex-
quanto as mantém a correção gramatical e as
to que, ao ser retirado, não prejudica a correção
informações originais do período.
gramatical nem a coerência entre os argumentos.
e) A substituição de “No entanto”(l.20) por Con-
a) A classe média está mudando. tudo mantém a correção gramatical e as infor-
b) Essa classe média é herdeira da porção Bélgica mações originais do período.
da Belíndia (mistura de Bélgica e Índia, expressão
usada na década de 70 para explicar a desigual- 9. Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a
dade no Brasil). opção gramaticalmente incorreta.
c) Ela antes tinha acesso ao sistema financeiro habi-
a) A desigualdade na repartição da renda, riqueza e
tacional, a universidades públicas, à expansão de
poder é uma marca inalienável do Brasil.
empresas estatais cheias de ofertas de trabalho e à
b) De acordo com o “Atlas de exclusão social —
indexação, que reajustava o dinheiro nos bancos.
Os ricos no Brasil” (Cortez, 2004), somente 5 mil
d) Na década de 90, essas facilidades acabaram e a
famílias chegam a se apropriar de mais de 40% de
classe média passou a ter mais gastos.
toda a riqueza nacional, embora o país registre
e) É como se ela tivesse viajado sempre de executiva
mais de 51 milhões de famílias.
e agora tivesse de andar de econômica. Em com-
c) Se considerarmos somente a parcela da popu-
pensação, existe uma população que era de baixa
lação que se concentram no décimo mais rico,
renda e ascendeu.
verificam-se que 75% de toda a riqueza contabili-
zada termina sendo por ela absorvida.
8. Em relação ao texto, assinale a opçãocorreta.
d) Em outras palavras, restam 25% da riqueza na-
Apesar das dificuldades, o Programa de Metas foi cional a ser apropriada por 90% da população
executado e seus resultados manifestam-se na brasileira. Esse descalabro em relação à concen-
transformação da estrutura produtiva nacional. O tração sem limites da riqueza no País não é algo
governo JK, que soube mobilizar com maestria a recente.
 e) Pelo contrário, isso parece ser algo consolidado
desde sempre no País, embora desde 1980, com o
abandono do projeto de industrialização nacional,
tenha avançado no país o ciclo da financeirização
da riqueza, com retorno ao modelo primário-ex-
portador de matérias-primas e produtos agrope-
cuários.
Marcio Pochmann
10. Assinale a opção que corresponde a erro gramati-
cal.
Há pelo menos duas compreensões a cerca do(1)
Estado e sua natureza: ou ele seria um produto da
razão pura ou ética do homem em busca de(2)
construir na Terra um regime de ordem, de paz e
de justiça assegurado pelo Direito positivo erigido,
ou, ao contrário, seria uma criação socioeconômica
de base política e militar organizada juridicamente
conforme o(3) interesse material dos grupos ou
classes sociais que(4) dominam efetivamente as
relações econômicas de produção da riqueza de
um país determinado. Para o pensamento moder-
no oficial, o Estado é uma entidade socioeconômica
e política criada racional e conscientemente pelo
homem, situando-se(5) acima dos interesses das
classes, que busca a ordem e a paz social e, ainda,
cria o direito positivo e realiza a justiça legal.
Oscar d’Alva e Souza Filho
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
12. Assinale a opção que, ao preencher as lacunas com
e) 5
11. Assinale a opção que reescreve o seguinte fragmen-
to de texto em dois períodos sintáticos, coerentes
e gramaticalmente corretos.
Se, em outro tempo, poderia se dizer que a con-
dição humana do labor é a própria vida, ou seja, o
processo biológico do corpo cujo desenvolvimento
e declínio dependem da satisfação das atividades bá-
sicas atendidas pela atividade laborativa, hoje, este
processo elementar já tem uma dependência íntima
com o conhecimento tecnológico.
Adaptado de José Liberato Ferreira Caboclo. Ética e tecnologia.
a) Em outro tempo, poderia se dizer que a condi-
ção humana do labor é a própria vida, ou seja,
o processo biológico do corpo cujo desenvol-
vimento e declínio dependem da satisfação das
atividades básicas atendidas pela atividade labo-
rativa. Hoje, no entanto, este processo elemen-
tar já tem dependência íntima com o conheci-
mento tecnológico.
b) Se em outro tempo poderia-se dizer que a condi-
ção humana do labor é o processo biológico do
corpo, isto é, a própria vida, cujo desenvolvimento
e declínio dependem da satisfação das atividades
básicas atendidas pela atividade laborativa; este
processo elementar, hoje, já tem uma dependên-
cia íntima com o conhecimento tecnológico.
c) Antigamente, poderíamos dizer que a condição
humana do labor é a própria vida. Explicando: o
processo biológico do corpo em que o desen-
volvimento e declínio dependem do atendimento
as atividades básicas pela atividade laborativa. O
conhecimento tecnológico, hoje, já está intima-
mente ligado a este processo elementar.
d) Poder-se-ia dizer, em outro tempo que a condição
humana do labor é a própria vida: é o processo
biológico do corpo em que o desenvolvimento
e declínio dependem da satisfação das atividades
básicas atendidas pela atividade laborativa: este
processo elementar, no entanto, hoje tem uma
dependência íntima com o conhecimento tecno-
lógico.
e) Caso se pudesse dizer, em outro tempo, que a
condição humana do labor é a própria vida – que
o desenvolvimento e declínio desse processo
biológico depende da satisfação das atividades
básicas atendidas pela atividade laborativa – hoje,
o conhecimento tecnológico mantem este pro-
cesso elementar em íntima dependência.
vocábulos, expressões e sinais de pontuação, man-
tém o texto coerente, coeso e gramaticalmente
correto.
A pólvora dos tempos modernos (1) o presi-
dente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),
Reginaldo de Castro, descreve a Internet, a rede
mundial de computadores (2) advento fez sur-
gir um novo ponto em comum entre as mais varia-
das profissões: a busca de conhecimento e agilidade
na atualização. Hoje em dia, não (3) profissional
ter apenas os conhecimentos específicos da área
em que atua. É preciso enfrentar os desafios que
levam (4) informações e recursos disponíveis
na chamada grande rede. Isso vale também, é claro,
(5) ainda não se profissionalizou e em especial
para o estudante.A pesquisa ganhou dimensões pla-
netárias (6) chegada da internet.
Adaptado da Revista do Provão, n. 5, p. 35.
 (1) (2) (3) (4) (5) (6)
a) .Assim quando o basta o A a quem desde a
b) .Assim , cujo basta ao Às para quem com a
c) é assim cujo é suficiente Às aos que na
d) : assim em que o cabe ao Aos a quem, pela
e) ; é como , em que o é bastante o A àquele que desde à
13. Para cada lacuna abaixo são propostas duas formas
de preenchimento.Assinale a opção em que as duas
propostas complementam de maneira coerente e
gramaticalmente correta o texto.
O Brasil está assumindo papel (a) liderança
no fornecimento de energia de fonte renovável,
(b) o álcool. Chamou, por isso, (c) atenção
do mundo desenvolvido e há países negociando a
compra do produto nacional. Problemas como o
do preço interno devem ser administrados com
responsabilidade para não corrermos o risco de
perder a oportunidade, rara, (d) fixar papel
preponderante (e) setor essencial como o
energético.
Adaptado de Correio Braziliense, 22 de fevereiro de 2006.
a) na/de
b) como/para
c) a/à
d) de/para
e) em/pelo
14. Verifique quantas alterações propostas para o texto
preservam sua coerência e correção gramatical.
Não é a violência nem as turbulências da economia
e muito menos a saúde. A maior preocupação do
brasileiro é o trabalho. A conclusão é resultado de
uma consulta realizada com 23,5 mil pessoas de 42
5 países. Num suposto ranking mundial de pessimismo
em relação às oportunidades de trabalho, o brasileiro
apareceria nas primeiras posições.
Na média global, o emprego seguro é citado por 21%
dos entrevistados, ficando em segundo lugar entre as
10 preocupações de curto prazo, depois da economia.
Adaptado da Folha de São Paulo, 19 de fevereiro de 2006.
I. Retirar os artigos antes de “violência”, “turbu-
lências” e “saúde”,nas linhas 1 e 2.
II. Substituir o sinal de ponto pelo de dois-pontos
depois de “saúde”(l.2), grafando a palavra se-
guinte com letra inicial minúscula.
III. Inserir a preposição com antes de “resultado”
(l.3).
IV. Substituir “Num”(l.4) por Em um.
V. Retirar o artigo definido antes de “oportunida-
des” (l.6), escrevendo apenas à.
VI. Substituir a preposição “entre”(l.9) pela prepo-
sição em, o que resulta na contração nas.
A quantidade de itens corretos é
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
15. Os fragmentos abaixo foram adaptados do texto
Crescer, mas com equidade, de Luciano Cou-
tinho, publicado na Folha de S. Paulo, de 19 de feve-
reiro de 2006. Ordene-os para que componham um
texto coerente e coeso.
( ) A possibilidade de retomar crescimento acele-
rado, com juros muito mais baixos e com firme
elevação da taxa de investimento, pode abrir
novas perspectivas para tal crescimento.
( ) Não há no mundo sistema socioeconômico tão
desigual, com nível de renda per capita seme-
lhante ao nosso: o crescimento pífio produziu
mobilidade social descendente, queda do em-
prego formal e explosão da informalidade.
( ) Mas se um crescimento rápido viabiliza a expan-
são da renda e do emprego formal, como é sabido
pela nossa experiência nos anos 70, ele não garan-
te a distribuição mais abrangente de benefícios.
( ) Isso, combinado com a sustentação de juros re-
ais elevadíssimos no circuito da dívida pública,
agravou ainda mais a concentração de renda
(tornando efêmeros os ganhos distributivos da
estabilidade monetária).
A ordem obtida foi
a) (1) (3) (4) (2)
b) (1) (4) (3) (2)
c) (2) (1) (4) (3)
d) (2) (1) (3) (4)
e) (3) (1) (4) (2)
 Gabarito Comentado – Prof. Ernani Pimentel
1. a) Incorreta.Segundo o texto “Os erros fazem parte
de todo processo de crescimento”.
b) Incorreta. Não se aprende para errar, mas, ao
contrário, erra-se para aprender, segundo o texto.
c) Incorreta.Não se pode depreender isso do texto.
d) Incorreta. Se o texto diz que erro faz parte
do crescimento e que durante a vida não
paramos de crescer, não pode existir uma vida
isenta de erros.
e) Correta. O que diz esta assertiva pode-se dedu-
zir de “quanto mais aprendemos com eles, mais
saudável será esse crescimento”.
2. (F) O texto diz, na linha 8, “Muitos jovens deixam
de estudar para trabalhar”. Este item inverte a ideia,
pois fala da “necessidade de trocar o trabalho pelos
estudos”.
(F) O texto fala na desigualdade social em função
do “despreparo” (l. 5) e não por causa do preparo
técnico, como aqui é dito.
(V) Está de acordo com o que se diz nas linhas de
número 11 em diante.
(V) De acordo com as linhas 13 a 16 do texto.
(F) As entrevistas e as dinâmicas de grupo não ser-
vem “para o conhecimento tornar-se obsoleto”.
Portanto,
d) Correta. É a alternativa que indica a sequência
correta F, F,V,V, F.
O gabarito oficial deu como correta a alternativa
a) V, F,V,V, F, que absurdamente está dizendo que
trocar o trabalho pelo estudo = deixar de
estudar para trabalhar. Milhares de candidatos
foram, com isso, prejudicados.
3. a) Correta. De fato, os jovens têm motivos para
se sentirem inseguros, pois começam a vida
profissional assombrados pelos altos índices de
desemprego.
b) Incorreta. Embora as expressões sejam sinôni-
mas, o numeral “metade”, quando sujeito, leva o
verbo para o singular, o que não acontece com
“50%” que leva o verbo para o plural. Como o
comando pede a opção incorreta, esta é a resposta
certa.
c) Correta. Resultar em significa ocasionar; re-
sultar de significa proceder de.
d) Correta. De acordo com o uso notexto.
e) Correta. A expressão “é que” é invariável e
serve para dar ênfase ao que se diz, podendo ser
retirada da frase sem alterar dela o significado
base. Chama-se, por isso, locução de realce, ou
locução expletiva. Com ou sem essa expressão,
o verbo concorda normalmente com seu sujeito:
... a qualificação e o potencial... definem...
4. a) Incorreta. Entre sujeito e verbo não pode haver
uma só vírgula: “barracos, ... impedem...”.
“não podendo serem comercializa- dos”, flexão
indevida de infinitivo.
b) Incorreta.“contribuir para a carga de tributos
necessária” = expressão inadequada no texto.
Talvez seja melhor “contribuir com os tributos
necessários”. “necessária na...” = uso incorreto
da regência no texto. A regência correta é
“necessária à...”.
c) Correta. Sem necessidade decorreção.
d) Incorreta.“estes” = está sobrando no texto; mes-
mo que se quisesse usar o demonstrativo, seria o
caso de se usar“esses”, por referir-se ao que já foi
dito. “ao fato de”
= está sem conexão com qualquer termo anterior.
“fato de aqueles proprietários não consigam” =
uso indevido dos modos verbais. Ficaria correto
assim: ... fato de aqueles proprietários não
conseguirem... ou ... fato de que aqueles
proprietários não conseguem...
e) Incorreta. “60%” = Incorreta, porque o texto
fala em 40%. “conseguem se inserirem” = flexão
verbal inadequada. O correto é conseguem se
inserir... e daí em diante o texto está mal pontu-
ado e confuso.
5. I – Errado. O gabarito oficial considerou este item
correto, mas não o é, porque a expressão “deve ser
combatida” não se refere a coisa alguma. O que deve
 ser combatida? A falta de possibilidade de resposta
mostra a falta de coesão e a incorreção do trecho.
II – Certo. Sem o que corrigir.
III – Certo. Sem o que corrigir.
IV – Errado. As conjunções alternativas “seja ...
seja”, no texto, dão ideia também de inclusão, pois
as empresas estão fora da lei por qualquer dos dois
motivos e até por ambos (tributos altos ou buro-
cracia complicada)
c) Correta. Aponta como corretos apenas os itens
II e III.
O gabarito oficial elegeu a resposta da alternativa b,
que aponta como corretos os itens I, II e III, pre-
judicando milhares de candidatos, pois o item I,
como já demonstramos, está errado.
6. a) Correta. Essa classe média é herdeira da porção
Bélgica da Belíndia, que é a mistura de Bélgica
e Índia, expressão usada na década de 70 para
explicar a desigualdade no Brasil.
b) Correta. Em outras palavras, está-se dizendo
que os termos cujos núcleos são “sistema”
(l. 5), “universidades” (l. 6), “expansão”(l. 6) e
“indexação”(l. 7) funcionam como complementos
nominais de “acesso” (l. 5).
c) Correta. Substituição sintaticamente correta e
semanticamente adequada ao texto original.
d) Correta. É como se ela tivesse viajado sempre
de executiva, mas agora tivesse de andar de eco-
nômica. (ASV – Oração coordenada adversativa)
A banca perdeu a oportunidade de observar a falta
da vírgula antes do “e” adversativo.
e) Incorreta. “Em compensação” não é um
conec- tivo, mas uma locução conectiva, uma
expressão conectiva, por ter mais de uma
palavra com uma mesma função.Tem valor
adversativo, sim, porque introduz um período
sintático que, semantica- mente, contradiz o que
afirma o período ime- diatamente anterior,
e não a primeira oração do texto. Como o
comando pede a opção incorreta, esta é a resposta
certa.
7. b) Correta.O conteúdo deste item é uma explicação
do significado de classe média, se retirado do texto
não altera a coerência dos argumentos.
a), c), d), e) Incorretas,porque não podem,como a
b, ser retiradas sem afetar a coerência argumentativa.
Observe-se que c é argumento de a; d é continuação
de c; e é explicação de d.
Essa questão é um bom exemplo de como se cobra
conhecimento de coerência e coesão textuais.
8. a) Incorreta. O “se” aí é partícula apassivadora e o
sujeito da voz passiva é “seus resultados”.
b) Incorreta. As vírgulas citadas isolam a oração
explicativa.
c) Incorreta. Expletivo = que pode ser retirado sem
prejudicar a sintaxe ou o sentido base.
O que é expletivo no texto é o conjunto “foi...
que” (l. 20/21), e não apenas o “foi”.
d) Incorreta. “Apesar de” tem sentido concessivo;
“Porquanto”, explicativo.
e) Correta. “No entanto” e “Contudo” são,
ambos, elementos de conexão adversativos.
9. c) Incorreta ....a parcela da população que se con-
centra... = o verbo concentrar, que tem como
sujeito o pronome relativo que, deve concordar
com parcela, antecedente do pronome relativo.
... verifica-se que 75% de toda a riqueza
contabilizada terminam sendo por ela
absorvidos = “verifica-se” deve ficar no singular
porque seu sujeito é toda a oração seguinte.
“Terminam sendo absorvidos” é uma locução
verbal que deve concordar com o núcleo do seu
sujeito: 75% de toda a riqueza contabilizada
terminam sendo por ela absorvidos. Uma vez
que o comando pede a opção incorreta, esta é a
resposta certa.
a, b, d, e. Corretas.
10. a) Incorreta.“acerca do” em vez de a cerca do (GpP
– Preposição, Locução prepositiva). Uma vez que o
comando pede a opção incorreta, esta é a resposta
certa.
b, c, d, e. Sem erro gramatical, portanto, não respon-
dem ao comando da questão.
11. a) Correta. Reescritura do texto em dois períodos
sintáticos, coerentes e gramaticalmente corretos.
b) Incorreta. Só tem um período, o comando pede
dois.
c) Incorreta. Tem três períodos, o comando pede
dois.
d) Incorreta. Só tem um período, o comando pede
dois.
e) Incorreta. Só tem um período, o comando pede
dois.
Para resolver esta questão, bastava ao candidato
saber o que é período.
12. Anulada. A resposta correta seria a alternativa b,
porém a coluna (4) apresenta todas as iniciais maiús-
culas não condizendo com o espaço (4) do texto, que
as requer minúsculas.
15. O primeiro fragmento, na expressão “para tal cresci-
13. a) Incorreta. A primeira opção não preenche
adequadamente a lacuna: ... assumindo papel na
liderança no fornecimento de energia... (Uso
inadequado da preposição)
b) Incorreta. A segunda opção não dá sentido
ao texto: ... fornecimento de energia de fonte
renovável, para o álcool. (Uso inadequado da
preposição)
c) Incorreta. A segunda opção é incorreta gra-
maticalmente, porque “a atenção do mundo
desenvolvido” não deve ter o sinal indicativo de
crase por tratar-se de objeto direto de “chamou”.
d) Correta. Ambas as opções preenchem adequada-
mente a lacuna, em função da regência de “oportu-
nidade”: ... a oportunidade... de fixar... / ... a opor-
tunidade... para fixar...
e) Incorreta A segunda opção não preenche ade-
quadamente a lacuna: ... fixar papel preponderante
pelo setor essencial como o energético. (Uso
inadequado da preposição)
14. I – Certo. Altera um pouco o sentido, mas não
compromete a coerência e a correção gramatical.
II – Certo. Altera um pouco o sentido, mas não
compromete a coerência e a correção gramatical.
(GpP – Pontuação)
III – Errado. “resultado” é predicativo do sujeito e
não cabe aí a preposição “com”.
IV – Certo. em o > no; em a > na; em um > num; em
uma > numa (combinação de preposição e artigos).
V – Errado. A retirada do artigo definido antes de
“oportunidades” deixaria ali apenas a preposição “a”,
portanto sem sinal indicativo de crase: ... em relação
a oportunidades...
d) Correta. É a única alternativa que fala em 4 itens
corretos.
a, b, c, e Incorretas.
mento”, mostra referir-se a algo dito anteriormente
e, por isso, não pode ser o primeiro parágrafo.
O terceiro fragmento, por começar com Mas, tam-
bém mostra referir-se a algo dito anteriormente e,
por isso,não pode ser o primeiro parágrafo.
O quarto fragmento, começando com Isso, igualmen-
te mostra referir-se a algo dito anteriormente e, por
isso,não pode ser o primeiro parágrafo.
Portanto, apenas o segundo fragmento pode ser o
primeiro parágrafo do texto, devendo receber o
número 1 nos parênteses que o antecedem.
Olhando as alternativas, percebe-se que só c, d e
e apresentam o número 1 nos parênteses corres-
pondentes ao segundo fragmento, o que elimina as
letras a e b.
O próximo passo é observar c, d e e e definir se o
segundo parágrafo vai ser o primeiro ou o último
fragmento. No primeiro fragmento, “a possibilidade
de retomar crescimento acelerado” relaciona-se se-
manticamente com “Mas se um crescimento
rápido” do terceiro fragmento, que, por começar
pelo“Mas”, deve aparecer depois do primeiro
fragmento. Essa observação já aponta para a única
alternativa em que o terceiro fragmento vira um
parágrafo depois do primeiro fragmento: a
alternativa d:
d) (2) (1) (3) Agora podem-se ler estes três parágra-
fos na sequência apresentada e, por fim, o (4) para
se constatar o aCorreta da opção.
Portanto,
d) Correta.
a, b, c, e Incorretas.
 Prova 4
Atenção: As questões de números 1 a 15 referem-se
ao texto seguinte.
A propósito de uma aranha
Fiqueiobservandoaaranhaqueconstruíasuateia,com
os fios que saemdelacomoum fruto que brotae se alongade
suacasca.Aaranhaquerviver, etrabalhanessaarmadilhaca-
prichosaeartísticaque surpreenderá os insetose os enredará
paramorrer. Tuamorte,minhavida− dizumafraseantiga,
resumindoaleiprimeiradanatureza.Afrasepodesoaramarga
em nossos ouvidos delicados, enquanto comemos nosso
franguinho. Sua morte, vida nossa.
Os vegetarianosnãofiquemaliviados, achandoque,
alémdeteremhábitosmaissaudáveis,nãodependemdamorte
alheiaparaviver.Éverdadequea alface,acenoura,abatata,o
arroz,oespinafre,abanana,alaranjanãocostumamgritar
quandoarrancados da terra, decepados do caule, cortadose
processados na cozinha. Mas por que não imaginar que
estavam muitobememsuasraízes, esedeleitavam como
calor do sol, coma águarefrescante da chuva, com os sopros
do vento? Sua morte, vida nossa.
Masvoltemosàaranha.Elanãoaprendeuarquiteturaou
geometria, nada sabe sobre paralelas e losangos; vive da
ciênciaaplicadaelaboriosadosfiosquaseinvisíveis que não
perdoam o incauto. Uma vez preso na teia, o inseto que há
pouco voava debate-se inutilmente, enquanto a aranha caminha
comlevezaem suadireção,percorrendoresolutaolabirintode
malhasfamiliares.Sealguémsalvaresseinseto,numgestode
misericórdia, e se dispuserasalvartodosos outrosquecaírem
naarmadilha,aaranhamorrerádefome.Emoutraspalavras:a
boa alma tomará partido entre duas mortes.
A cada pequena cena, a natureza nos fala de sua
primeira lei: a lei da necessidade. O engenho da aranha, a
eficácia da teia, o vôo do insetodesprevenidocompõemuma
tramadevidae morte,daqualigualmenteparticipamostodos
nós,osbichospensantes.Quenecessidadetemalguémdeser
cronista? −podemvocês me perguntar. O que levaalguéma
escreversobreteiasearanhas?Minharespostaécruacomoa
natureza: os cronistas também comem. E como não sabem
fazer teias, tecem palavras, e acabam atendendo a necessidade
dequemgostadeler. Apequenaaranha, comsuapequena
teia, leva a gentea pensarna vida, no trabalho, na morte. A
naturezaestáatodomomentoexplicandosuasverdadespara
nós. Se eu soubessea origeme o fim dessasverdadestodas,
acredite, leitor, esta crônica teria um melhor arremate.
(Virgílio Covarim)
1. A observação de uma aranha e sua teia levam o cro-
nista a tratar
(A) da crueldade e da irracionalidade das leis natu-
rais.
(B) do universo extravagante em que vivem os in-
setos.
(C) do princípio da necessidade, pelo qual se regula
a natureza.
(D) da dificuldade de se relacionar a vida coma morte.
(E) das leis da natureza, que só o homem consegue
desafiar.
2. Atente para as seguintes afirmações:
I – A frase tua morte, minha vida sintetiza uma lei
que se aplica sobretudo a determinadas espé-
cies do reino animal.
II – A lei da necessidade, tal como a enuncia o tex-
to, expressa o nosso desejo de sobrepujar a
força dos instintos naturais.
III – A teia da aranha e o texto do cronista são tra-
tados como trabalhos movidos pela força de
uma necessidade.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma
em
(A) I, IIe III.
(B) I e II, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) II, apenas.
(E) III, apenas.
3. Considerando-se o contexto, traduz-se correta-
mente o sentido de frase ou expressão do texto
em:
(A) armadilha caprichosa e artística (1º parágrafo) =
cilada cruel eatraente.
(B) não perdoam o incauto (3º parágrafo) = não
consideram o medroso.
(C) percorrendo resoluta (3º parágrafo) = dirigindo-
-se orgulhosa.
(D) compõem uma trama (4º parágrafo) = articulam
uma relação.
(E) um melhor arremate (4º parágrafo) = uma con-
clusão hipotética.
4. Estabelece-se, no primeiro parágrafo, uma compa-
ração direta entre estes dois elementos:
(A) um fruto e sua casca.
 (B) os fios da teia e um fruto.
(C) a aranha e o franguinho.
(D) os fios da teia e a aranha.
(E) a aranha e umfruto.
5. A concordância verbal está plenamente respeitada
na frase:
(A) Nem a banana, nem a laranja, nem a batata,
nenhum desses vegetais escolheria morrer, se
lhes fosse dada uma escolha.
(B) Não devem aliviar os vegetarianos a presunção
de que eles não matam nada para comer.
(C) Os fios de uma laboriosa e artística teia de ara-
nha costuma enredar fatalmente um inseto des-
prevenido.
(D) Atribuem-se às aranhas um comportamento
cruel, como se elas pudessem escolher qual-
quer outro.
(E) Entre as leis que regulam a vida natural, com-
petemnos obedecer, em primeiro lugar, à da
própria sobrevivência.
6. A frase que NÃO admite transposição para a voz
passiva é:
(A) Fiquei observando a construção caprichosa da
teiada aranha.
(B) Os vegetarianos não fiquem aliviados.
(C) Tudo isso compõe uma trama de vida e morte.
(D) Eu teria reservado um melhor arremate para
esta crônica.
(E) A natureza vai explicitando suas verdades o
tempo todo.
7. Está clara, coerente e correta a redação da seguinte
frase:
(A) Assim como um fruto parece sair de sua casca,
à medida que a aranha tece sua teia, que em
suas malhas acabam aprisionando o inseto des-
prevenido.
(B) Sempre houveram os que não se lembram que
a morte se verifica tão somente no reino ani-
mal, ao passo que os vegetais não.
(C) Não adianta de nada salvar-se um inseto, con-
quanto algum outro virá a cair igualmente em
cuja armadilha o primeiro foi salvo.
(D) Não imagine o homem que, por ser um animal
racional, esteja imune às mais cruas leis da na-
tureza.
(E) Todo escritor almeja de que compor um texto
tão belo e eficaz assim como uma teia da aranha,
é uma tarefa de cuja tem muita necessidade.
8. Está adequada a correlação entre os tempos e os
modos verbais nafrase:
(A) Nenhum inseto acabaria aprisionado numa teia,
caso esta não tivesse sido tecida com tanto en-
genho e arte.
(B) Os vegetarianos não deveriam alegar que não
matassem nada, apenas porque não viessem a
comer a carne dos animais.
(C) Se um inseto cair na teia, a aranha terá caminha-
do para ele com a segurança de quem soubesse
o que fazer.
(D) Não costuma ocorrer aos que se insurgissem
contra a morte de animais que também os ve-
getais morreriam.
(E) O autor da crônica lamentara que não tenha
um melhor arremate para seu texto, uma vez
que desconheça as razões e os fins da natureza.
9. A expressão com que preenche corretamente a
lacunadaseguintefrase:
(A) Os fios ...... se vale a aranha para tecer sua teia
são praticamenteinvisíveis.
(B) As mais duras leis da natureza, ...... é impossível
para nós combater, são ditadas pela necessida-
de de viver e de morrer.
(C) Pergunto-me ...... armas pode contar essa ara-
nha, afora os fios da magnífica teia que sabe
tecer.
(D) A necessidade de escrever, ...... o autor nos
confessa ao fim do texto, é compreendida
como uma lei também natural.
(E) A comparação ...... o cronista estabelece entre
uma teia de aranha e um texto não deixa de ser
justificável.
10. Está inteiramente correta a pontuação do período:
(A) Sejam animais, sejam vegetais, tudo o que se ali-
menta e é alimento está sujeito, não há dúvida,
à lei da necessidade desobreviver.
(B) Sejam animais sejam vegetais, tudo o que se ali-
menta, e é alimento está sujeito, não há dúvida,
à lei, da necessidade de sobreviver.
(C) Sejam animais, sejam vegetais, tudo, o que se
alimenta, e é alimento, está sujeito − não há dú-
vida à lei da necessidade de sobreviver.
(D) Sejam animais; sejam vegetais: tudo o que se ali-
menta e é alimento, está sujeito, não há dúvida,
à lei da necessidade desobreviver.
(E) Sejam animais; sejam vegetais, tudo o que se ali-
menta e é alimento, está sujeito não há dúvida:
à lei da necessidade desobreviver.
11. Quando a aranha tece sua teia, ela faz sua teia com
fios muito finos, de modo que os insetos não vêem
esses fios, e não conseguem desvencilhar-se desses
fios.
Evitam-se as viciosas repetições da frase acima subs-
tituindo- se os elementos sublinhados, respectiva-
mente, por
(A) faz-lhe − lhes vêem − deles
(B) a faz − vêem eles − dos mesmos
(C) faz ela − os vêem − deles
(D) lhe faz − vêem-lhes − daqueles
(E) a faz − os vêem − deles
14. Justifica-se o uso do sinal de crase apenas em:
12. O verbo indicado entre parênteses deverá flexio-
nar-se numa forma do plural para preencher cor-
retamente a lacuna da frase:
(A) Não ...... (dever) espantar-nos o fato de que
mesmo os grandes insetos não consigam esca-
par dos fios de uma teia.
(B) Os desenhos formados pelos fios de uma teia
...... (assemelhar-se) à trama dos fios de uma
rede de pescar.
(C) ...... (queixar-se) dosincômodosde umateiaquem
precisa demovê-la do alto de uma cumeeira.
15. Todas as formas verbais estão corretamente flexio-
(D) Tal como as aranhas fazem com seus fios, ......
(fazer) com as palavras todo aquele que se dis-
põe a articular um texto com precisão.
(E) Não nos ...... (caber) atribuir adjetivos como
cruéis ou maldosos aos atos praticados pelos ani-
mais.
13. É preciso corrigir a redação da seguintefrase:
(A) Qualquer assunto − inclusive uma aranha e sua
teia − pode despertar o interesse de um cronis-
ta que está em busca de um tema.
(B) Nas disputas entre os insetos, o vencedor pode
ser o mais habilidoso e não, necessariamente, o
mais forte.
(C) É possível que, para muitos leitores, proceda a
comparação que o autor faz entre o trabalho de
uma aranha e o de um escritor.
(D) Muita gente acredita de que as aranhas são per-
niciosas quando suas teias são elaboradas, ten-
do preso os insetos.
(E) Não deixa de ser um espetáculo, para um ob-
servador atento, a segura caminhada que faz a
aranha em direção à sua presa.
(A) As aranhas tecem à toda hora, seja para cons-
truir, seja para reforçar a teia.
(B) Os vegetais também ficam à desfrutar o sol, a
chuva, o vento.
(C) A aranha assiste pacientemente à luta do inseto
para livrar-se dateia.
(D) A conclusão à que aspira o cronista seria a ex-
plicação da vida e da morte.
(E) Os vegetarianos levam à sério a ideia de que
não matam nada para comer.
nadas nafrase:
(A) O cronista dá a entender que jamais interveio
para libertar um inseto.
(B) Se não convisse matar para comer, a natureza
não o determinaria.
(C) Nunca me aprouveu matar para comer; aguar-
do que matem por mim.
(D) Se a natureza revesse sua principal lei, que tipo
de vida haveria?
(E) Se a vida não se compor com a morte, romper-
-se-á todo o equilíbrio.
 Gabarito Comentado – Prof. Ernani Pimentel
1. a) Incorreta. 1. Em “Minha resposta é crua como
a natureza” (ls. 34, 35), o adjetivo cru, que tem
o mesmo radical de cruel, autoriza a falar-se em
crueldade. 2. Porém, em “A natureza está a todo
momento explicando suas verdades para nós”
(ls. 38 a 40), aexpressão em negrito, principalmen-
te pelo uso do verbo explicar, traz uma conota-
ção de racionalidade e não, irracionalidade. 3.
Por sua vez, a alternativa fala “das leis naturais” e
o texto se limita a uma, a lei da necessidade.
b) Incorreta. Nesse universo da Tua morte mi-
nha vida vivem não só os insetos, mas também
os humanos. Extravagante significa fora do
habitual e não pode ser aplicado a esse univer-
so em que habitualmente vivemos...
c) Correta.
d) Incorreta. A vida e a morte estão sempre in-
timamente relacionadas: Tua morte minha vida.
e) Incorreta. O cronista trata de uma lei da natu-
reza à qual o homem também se submete.
2. I – Errada. Essa lei se aplica a todas as espécies
da natureza, não a determinadas espécies...
(IIT – Informações Indispensáveis: Intelecção)
II – Errada. Essa lei expressa uma imposição ine-
xorável, da qual não podemos escapar.
III – Certa. De acordo com o último parágrafo do
texto, principalmente na frase “E como não sa-
bem tecer teias, tecem palavras...” (ls. 35, 36).
Resposta correta: e
3. a) Incorreta. “cruel” não é sinônimo de “capricho-
sa”. (Significação de Palavras)
b) Incorreta. “considerar” não é sinônimo de
“perdoar”, nem “medroso” o é de “incauto”
(sem cautela). (Significação de Palavras)
c) Incorreta. “orgulhosa” não é sinônimo de “re-
soluta”. (Significação de Palavras)
d) Correta. (Significação de Palavras)
e) Incorreta. “arremate” pode significar “conclu-
são”, mas “hipotética” não é “melhor”. (Significa-
ção de Palavras)
4. b) Correta. Conforme linhas 2 e 3.
a), c), d), e) Todas erradas.
5. a) Correta.
b) Incorreta. A presunção... não deve aliviar os
vegetarianos.
c) Incorreta. Os fios... costumam enredar...
d) Incorreta. Atribui-se às aranhas um compor-
tamento cruel...
e) Incorreta. ...compete-nos obedecer...
6. a) Incorreta. Voz passiva: A construção capri-
chosa da teia da aranha ficou sendo observa-
da por mim.
b) Correta. Esta frase não tem voz passiva porque
o verbo é de ligação. Só pode ter voz passiva o
verbo que, na ativa, tem objeto direto.
c) Incorreta. Voz passiva: Uma trama de vida
e morte é composta por isso tudo.
d) Incorreta. Voz passiva: Um melhor arremate
para esta crônica teria sido reservado por mim.
e) Incorreta. Voz passiva: Suas verdades vão sen-
do explicitadas, o tempo todo, pela natureza.
7. a) Incorreta. Redação obscura, incoerente e in-
correta, porque não tem oração principal.
b) Incorreta. Corrigindo: Sempre houve os que
não se lembram de que a morte se verifica tão so-
mente no reino animal, ao passo que nos vegetais
não.

c) Incorreta. Corrigindo: Não adianta nada salvar-
-se um inseto porquanto algum outro virá a cair
igualmente na mesma armadilha de que o ante-
rior foi salvo.
d) Correta.
e) Incorreta. Período confuso e truncado.
8. a) Correta.
b) Incorreta. Corrigindo: Os vegetarianos não de-
veriam alegar que não matam nada, apenas por-
que não comem a carne dosanimais.
c) Incorreta. Corrigindo: Se um inseto cair na teia,
a aranha caminhará para ele com a segurança de
quem sabe o quefazer.
d) Incorreta. Não costuma ocorrer aos que se in-
surgem contra a morte de animais que também
os vegetais morrem.
e) Incorreta. O autor da crônica lamentara que
não tivera um melhor arremate para seu texto,
uma vez que desconhecia as razões e os fins da
natureza.
9. a) Incorreta. Os fios de que se vale a aranha... são
praticamente invisíveis.
b) Incorreta. As mais duras leis da natureza, que é
impossível para nós combater, são ditadas...
c) Correta. Pergunto-me com que armas pode
contar essa aranha, afora os fios...
d) Incorreta. A necessidade de escrever que o au-
tor nos confessa ao fim do texto, é...
e) Incorreta. A comparação que o cronista esta-
belece entre uma teia de aranha e um texto...
10. a) Correta.
b), c), d), e) Todas incorretas.
11. e) Correta. “a faz”, porque “sua teia” é objeto di-
reto; “os vêem”, porque “esses fios” é objeto
direto; “deles”, porque “desvencilhar-se” rege a
preposição “de” para seu objeto.
a), b), c), d) Todas incorretas.
12. a) Incorreta. Não deve espantar-nos o fato...
b) Correta. Os desenhos... assemelham-se à
trama...
c) Incorreta. ...queixa-se dos incômodos de uma
teia quem precisa...
d) Incorreta. Tal como as aranhas fazem com seus
fios, faz com as palavras todo aquele que...
e) Incorreta. Não nos cabe atribuir adjetivos...
13. d) Com erro. Corrigindo: Muita gente acredita
que as aranhas são perniciosas porque suas teias
são elaboradas para prender os insetos.
a), b), c), e) Todas sem erro.
14. a) Incorreta. Não há crase antes de pronome in-
definido.
b) Incorreta. Não há crase antes de verbo.
c) Correta.
d) Incorreta. Só pode haver crase antes do prono-
me relativo “que”, quando antecedido do prono-
me demonstrativo “a” ou “as”.
e) Incorreta. Não há crase em locução adverbial
com palavra masculina.
15. a) Correta.
b) Incorreta. Correção: conviesse.
c) Incorreta. Correção: aprouve.
d) Incorreta. Correção: revisse.
e) Incorreta. Correção: compuser.