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ANGOLA
LUANDA
2019
GERSON NEVES DAMIÃO DINIZ
LUANDA
2020
GERSON NEVES DAMIÃO DINIZ
Considerações___________________________________________________________
______________________________________________________________________
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______________________________________________________________________
____________________________________
DEDICATÓRIA
Aos meus colegas e amigos, que sempre estiveram ao lado, nas controvérsias
que enfrentamos ao longo da formação. Ao Edgar Kiala a quem devo muito respeito e
consideração por estar sempre do meu lado nos períodos menos felizes da minha
formação. Ao Eliandro Cambanze, Ciríaco Dala, José Manança, Gilson Ambrósio, Jesus
Freitas a quem também, tenho muito respeito e consideração, pelos períodos de batalha
que temos passado para alcançar as nossas metas e discussões saudáveis que temos tido
sobre a situação económica de Angola e do Mundo no Centro de Estudo e Investigação
Científica, e a todos aqueles que não foram mencionados, mas que também partilharam
momentos imemoráveis comigo.
EPÍGRAFE
Robert Frost
RESUMO
Gráfico 1…………………………………………………………………………Pag.19
Gráfico 2…………………………………………………………………………Pag.21
Gráfico 3…………………………………………………………………………Pag.24
Gráfico 4………………………………………………………………………….Pag.25
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
5. BIBLIOGRAFIA………………….………………………….………………38
1. INTRODUÇÃO
1
steady-state é uma situação em economia na qual o investimento iguala a depreciação
12
1.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA
A alteração da estrutura demográfica de um determinado país não é somente
observada pelas modificações das taxas de mortalidade e taxas de natalidade dos seus
habitantes, mas também pode ser analisada pelos movimentos de entrada e de saída
intraterritorial, ou seja, as migrações que ocorrem em seu respectivo território, ou até
mesmo das migrações entre os Estados. Neste caso, sendo um processo que envolve o
Estado e cidadãos, a migração pode gerar efeitos diversificados, provocando impactos
diferenciados na economia de uma sociedade, processo este que tem sido estudado por
várias abordagens da teoria económica: a teoria Marxista, teoria Keynesiana, centrado
nos pressupostos Kaldoriano, a teoria clássica e os neoclássicos, a qual se destaca os
pressupostos de Solow-Swan incorporando a Migração, sendo este último o foco do
nosso trabalho.
Assim sendo, os movimentos migratórios podem ser definidos pelos contrastes
da distribuição geográfica da população, impactando nos serviços sociais básicos e na
protecção social dos indivíduos de um determinado território, no aumento de
participação dos migrantes em actividades informais, no aumento de oportunidades de
exploração, e no aumento da precariedade e da pobreza, por exemplo. No caso de
Angola, a migração pode provocar externalidades que podem ser negativas ou positivas,
pois a economia Angolana tem sido caracterizada por altos níveis de desemprego com
uma taxa de 29% da população (INE, 2019), salários baixos, fraca qualificação
profissional, uma tendência crescente de trabalho no sector informal (OIT, 2018). Por
este facto, e por serem poucos os estudos que relacionam os factos migratórios e sua
implicação na economia angolana, este trabalho se propõe a estudá-lo, partindo da
seguinte questão inicial: de que forma a Migração tem impactado a economia
Angolana?
13
1.2 OBJECTIVO GERAL
14
1.6 METODOLÓGIA
15
2. REVISÃO DA LITERATURA
2
Karl Marx - O Capital Vol. I
16
Por analogia, também existem outros pensadores importantes e tradicionais
no estudo do fenómeno migratório, como Ravenstein (1980) e Todaro (1980), que
adoptam o enfoque neoclássico. Esses estudiosos apresentam novidades teóricas com
base no exame de dados sobre a migração. Eles trazem referenciais de uma mobilidade
de trabalhadores que tomam decisões individuais, mas essas decisões apresentam
rebatimentos no fluxo migratório.
ϬF ϬF Ϭ2 𝐹 Ϭ2 𝐹
Y = F (k;L), Ϭ K > 0 ˄ ϬL> 0; Ϭ2 𝐾 <0 ˄ Ϭ2 𝐿 <0 (1)
3
Ver silveira Jaylson em Macro dinâmicas de Crescimento em uma Economia Solow-Swan com
Migração: Uma Abordagem de Jogos Evolucionários, Junho de 2007,baseiando-se nos artigos de Sala-i-
Martin
4
Ver Guttiere, Manuel em Os modelos macroeconómicos de crescimento e o crescimento demográfico,
Maio de 1975.
17
Ϭ𝐅 Ϭ𝐅
Onde Y é o produto, é a derivada de primeira ordem da função do capital (K), éa
Ϭ𝐊 Ϭ𝐋
Ϭ𝟐 𝐅 Ϭ𝟐 𝐅
derivada de primeira ordem da função de trabalho(L) e e são as derivadas de
Ϭ𝟐 𝐊 Ϭ𝟐 𝐋
segunda ordem das funções de Capital (K) e Trabalho (L), respectivamente. Nesse
sentido, a derivada da primeira ordem explica a variação dos factores de produção em
uma unidade, tendo impacto positivo na variação do produto. Já as derivadas da
segunda ordem, explicam as variações dos factores de produção na economia ao longo
do tempo, que vai decrescendo tendo em conta a depreciação dos factores.
5
Ver Bresser-Pereira 1975
18
Onde v é o coeficiente de aceleração ou o 𝛥𝐾/𝛥𝑌 que é o coeficiente do capital
técnico. Nesta condição de equilíbrio entre a poupança e o investimento, o produto
nacional cresce com uma percentagem constante ou exponencial.
𝑓(𝐾)
6
Citado Bresser-Pereira, O modelo HARROD-DOMAR e a substituibilidade de factores em Setembro
1975
19
o trabalho morto pelos trabalhos vivos, fazendo com que os equilíbrios e o pleno
emprego sejam mantidos.
𝑆 = 𝐼 = ∆𝐾 (5)
∆𝑌 = ∆ 𝐾 = 𝐼 (6)
𝑠𝐿𝐹(𝐾) 𝛿𝐾
𝐾 = − – 𝑛𝑘 = 𝑠𝐹(𝑘) – (𝑛 − 𝛿)𝐾 (7)
𝐿 𝐿
𝐾 = 𝑠𝑓 (𝐾) – δ𝐾 (8)
𝐾 = 𝑠𝑓 (𝐾) – δ𝐾 + 𝑚𝑖 (8.a)8
7
Ver Bresser-Pereira, O modelo HARROD-DOMAR e a substituibilidade de factores em Setembro 1975 e
Ver silveira Jaylson, Macro dinâmicas de Crescimento em uma Economia Solow-Swan com Migração:
Uma Abordagem de Jogos Evolucionários, Junho de 2007,baseiando-se nos artigos de Sala-i-Martin,
também ver Blanchard, Macroeconomia 4ª edição e Froyen, Macroeconomia editora Saraiva
8
Adaptado pelo autor, inspirado em Barro e Sala-i-Martin 2001, citado por Silveira,2007
20
Onde mi é o fluxo migratório expresso por unidade de tempo. Seja mi> 0, a taxa
de variação da força de trabalho doméstica supera a do resto do mundo, ou seja, a
economia doméstica é uma receptora de mão-de-obra. E se mi <0, neste caso entende –
se que a economia domestica torna-se uma fornecedora de mão-de-obra.9
f(K)
(δ𝐾 + 𝐾𝑚𝑖)
𝑠𝑓 (𝐾)
9
Ver silveira Jaylson , Macro dinâmicas de Crescimento em uma Economia Solow-Swan com Migração
10
Citado por Silveira,2007.
21
Fonte: Adaptada pelo autor, baseado em Barro e Sala-i-Martin 2001, citado
por Silveira,2007.
11
Ver Ribeiro, Transbordamentos de Tecnologia e Capacidade de Absorção, 2009
22
da população, oriundos do investimento em educação, elevam a produtividade dos
trabalhadores e os rendimentos das famílias, influenciando a economia como um todo.12
3. CONTEXTUALIZANDO ANGOLA
Neste capítulo, o objectivo é fazer uma abordagem sobre a teoria do crescimento
económico de Solow-Swan incorporando a migração contextualizando a Angola para
nos ajudar a atingir o objectivo deste estudo.
Desde o estabelecimento da paz em 2002, as dinâmicas migratórias em Angola
são essencialmente caracterizadas por fluxos mistos: que incluem o afluxo massivo dos
refugiados angolanos nos países vizinhos e a subsequente mobilidade interna, os
trabalhadores migrantes, os requerentes de asilo, os migrantes irregulares. Os fluxos
migratórios, tanto internacionais como internos, constituíram, nos últimos 20 anos, uma
das mais importantes características da sociedade angolana. Está forte dinâmica
migratória processou-se de forma não planeada e a sua gestão assumiu um carácter
pontual e residual no âmbito da intervenção governativa. Foco da agenda política do
Estado Angolano, emerge como indispensável, nomeadamente numa fase em que o
crescimento da economia angolana se constitui como crescente pólo de atracção para os
migrantes. (LOPES,2015)
12
Citado por lima Jandir, The human capital theory and the economic growth, 2010
23
exigências que o país necessitava na época. Isto aconteceu e ainda acontece pelo fato de
serem contratados por funcionário sénior governamentais sem níveis superior, o que
diminui a qualidade nas contratações.
Nesta equação, fluxo migratório terá uma relação negativa, com o diferencial da
estrutura de mercado ineficiente e a incapacidade de absorção de mão-de-obra, entre a
economia doméstica (Angola) e o resto do mundo. Com base nisso, segue a seguinte
função de migração: mi = Kmi, onde Kmi´ <0 e 𝐾𝑚𝑖 > 0, K <0 ceteris paribus.
f(K)
𝑠𝑓(𝐾)
- (δ𝐾 + 𝐾𝑚𝑖 )
0 K
24
Fonte: Adaptada Pelo autor deste estudo, baseado em Barro e Sala-i-Martin
2001, citado por Silveira,2007.
13
Ver silveira Jaylson em Macro dinâmicas de Crescimento em uma Economia Solow-Swan com
Migração: Uma Abordagem de Jogos Evolucionários, Junho de 2007,baseiando-se nos artigos de Sala-i-
Martin
14
A equação 9.1 é adaptada a equação 9 original da condição de inada, para explicar as insuficiências
relatada na contextualização de Angola incorporando a migração:
25
I, δ𝐾
([𝑠𝑓(𝑘)/𝐾]𝐾𝑚𝑖)𝑡+1 < 0
([𝑠𝑓(𝑘)/𝐾]𝐾𝑚𝑖)𝑡 > 0
0 K
26
suas diversas concepções, e enfocando os direitos de propriedade, que estimulam os
investimentos produtivos, reduzem a incerteza futura, garantem os rendimentos dos
inovadores e, assim, estimulam o aumento no estoque de capital físico e humano, o
avanço do conhecimento, a produtividade e finalmente o desenvolvimento económico15
15
Visitar HERTON em instituições e crescimento económico: os modelos teóricos de Thorstein veblen e
douglass north,2013
16
Visitar LOPES, Em instituições e crescimento econômico: os modelos teóricos de Thorstein Veblen e
Douglas North,2013
27
internacional. E eles acabam tendo efeitos negativo na dinâmica de crescimento
económico, levando a uma depreciação muito acelerado da variável capital efectivo (k)
ao longo do tempo. Por tanto, a equação da depreciação do capital efectivo será:
Neste capítulo, o objectivo é fazer uma análise do impacto variação da variável (L)
no modelo de solow-Swan, e a determinação da substituibilidade dos factores em
função da sua remuneração.
𝑌 = 𝐴𝐾 𝑎 𝐿1−𝑎 (11)
28
Onde A é o nível de tecnologia, e α é o peso relativo dos factores de produção
na formação de rendimento.
𝐾
Y/L = 𝐴𝐾 𝑎 𝐿1−𝑎 /𝐿 = 𝐴𝐾 𝑎 𝐿1−𝑎−1 = 𝐴𝐾 𝑎 𝐿−𝑎 = (𝐴 𝐿 )𝑎 = A𝐾 𝑎 (12)17
𝐾
Sendo, 𝑘 = O capital per capita, e 𝑳 = (𝑳𝒅 + 𝑳𝒓) > 0 o crescimento
𝐿
demográfico explicado pela migração (𝐾𝑚𝑖), que segundo Solow, quanto maior for a
taxa de crescimento populacional, o produto per capita será menor correspondente ao
ponto de estacionariedade ou o equilíbrio dinâmico I= δ 𝐾 , quando rácio
capital/trabalhador no t supera a sua variação no período t+1, como apresentado:
([𝑠𝑓(𝑘)/𝐾]𝐾𝑚𝑖)𝑡 > ([𝑠𝑓(𝑘)/𝐾]𝐾𝑚𝑖)𝑡+1 . Desta forma, seria desejável adoptar uma
política de redução da população.
17
Ver Sousa em modelo neo-clássico de crescimento de Solow ao Modelo de Vantagens Competitivas
Dinâmicas
29
incentiva o trabalhador a contestar a organização científica. O trabalho intelectual nasce
numa esfera comum, que se desenvolve na totalidade do campo social e se reproduz de
forma endógena no tempo social de valorização, consumindo bens públicos, de ordem
universal.18
18
Visitar BOUZID IZERROUGENE em a relação capital‑trabalho na economia do conhecimento
19
Bens intermédios são todas matérias-primas processadas para a produção de outros bens
30
𝐿 = 𝑥 + 𝑛 + 𝐾𝑚𝑖 (14)20
∆𝑌 = ∆ 𝐾 = 𝐼 = ∆𝐺𝐸 = 𝐴𝑋 𝑎 (17)
𝑌 = 𝐺𝐸 (18)
20
Adaptada a equação original apresentada por RESENDE E CUNHA, 2006.
21
A análise desta função também foi baseada nas argumentações de RESENDE E CUNHA, 2006
31
negócios (Investidores do sector privados). Teoricamente, pela versão clássica, um
aumento da população seria capaz de elevar a produção da economia - essa teoria é
contestada por Schumpeter que considera a função de produção relativamente rígida e
dependente da tecnologia, algo que só pode ser gerado se a quantidade de trabalho
existente uma parte dela for destinada a produção científica22.
22 22
Visitar ALBUQUERQUE, em O Ciclo económico Em KALECKI, SCHUMPETER E SEUS INTÉRPRETES:
POSSAS E MINSKY,2015
23
Visitar ALBUQUERQUE, em O Ciclo económico Em KALECKI, SCHUMPETER E SEUS INTÉRPRETES:
POSSAS E MINSKY,2015
24
Visitar Samuelson e Nordhaus, Economia 19 edição, enfatiza a sua abordagem sobre o
desenvolvimento económico usando O EUA e o Japão como exemplo.
32
E ao adoptar as tecnologias produtivas estrangeiras, o Japão guindou para a posição da
segunda maior economia do mundo. 25
Desta forma, Schumpeter defende a tese, de que as inovações surgem por meio
de empresários, pessoas com qualidades especiais ou qualificadas, e que estes são
seguidos por outros que agregam determinadas qualidades à inovação inicial e
possibilitam a formação de determinado nicho de mercado a fim de serem transbordadas
para toda a economia.
Ϭ𝒀
𝑌 = 𝐺𝐸 = >0 (18.a)
Ϭ 𝐺𝐸
Ϭ𝒀
Onde é a derivada de primeira ordem da produto em função do
Ϭ 𝐺𝐸
Investimento convertido em gastos em educação, ou seja, o aumento do produto tendo
em conta a variação em uma unidade do gasto em educação.
Diante disso, podemos afirmar que os salários devem ser ajustados em função do
nível de produtividade de cada trabalhador. Portanto, a variação da função de produção
ao longo do tempo será:
25
Também visitar samuelson e Nordhaus, Economia 19 edição
33
(Ӫ𝑡 )´𝐴𝑡 −(𝐴𝑡 )´ Ӫ𝑡
𝑌𝑡 = Ӫ𝑡 /𝐴𝑡 𝑋 𝑎 = 𝑌𝑡+1 = [ Ӫ𝑡 /𝐴𝑡 𝑋 𝑎 ]´ = [ ] 𝑋 𝑎 + (𝑋 𝑎 )´ Ӫ𝑡 /𝐴𝑡 =
𝐴𝑡 2
𝐴𝑡 − Ӫ𝑡 Ӫ 1 𝛼𝑋 𝛼 Ӫ𝑡 𝛼𝑋 𝛼 1
( 2 ) 𝑋 𝑎 + 𝑎 𝑋 𝑎−1 ( 𝐴 𝑡) = [ Ӫ𝑡 + − 1] = 𝐴𝑡 −1 [ Ӫ𝑡 ( + ) − 1];
𝐴𝑡 𝑡 𝐴𝑡 𝑋 𝐴𝑡 𝑋 𝐴𝑡
Ӫ𝑡 𝐾𝑚𝑖,
𝑌𝑡+1 = 𝐴𝑡 −1 [ Ӫ𝑡 (𝑎 𝑋 𝑎−1 + 𝐴𝑡 −1 ) − 1] + (17.a)
𝐴𝑡𝐾𝑚𝑖
Nesta equação, é feita uma análise explícita com base nos pressupostos de
substituição directa dos factores de produção, que é derivado das hipóteses anteriores
apresentados no capitulo 2 deste estudo, sobre a exogeneidade dos factores e a
existência de uma multiplicidade de métodos de produção disponíveis, todos eles
caracterizados por retornos constantes a escala, isto é, para os quais o produto
aumentaria proporcionalmente se fossem expandidas simultaneamente, a quantidade
empregada de todos os factores. Os retornos decrescentes asseguram o aumento de cada
factor mantendo algum outro fixo: ceteris paribus. Sobre o mesmo ponto de vista, não é
uma hipótese sobre a tecnologia, mas sim do resultado da combinação e do uso de uma
tecnologia de retornos constantes de escala com a dotação exógena de factores
assegurando a expansão paralela da quantidade dos outros factores.26
26
sraffia faz Uma abordagem mas abrangente sobre as leis de rendimento marginais decrescente nas
teorias neoclássicas do crescimento.
34
Por outro lado, BAPTISTA (2007), argumenta que os angolanos que emigraram
para o Brasil nas últimas décadas, justificavam a sua vinda devido à instabilidade
política e sócio-económica do seu país. E trouxeram consigo seus modos de vida, sua
cultura e identidade. E enfrentavam muitas dificuldades, tendo como principal barreira a
questão do emprego. Nenhum dos angolanos pesquisados que pleiteia refúgio havia
conseguido emprego formal ou informal. Em sua maioria, têm baixa escolaridade, não
estudaram além do ensino fundamental, o que também dificulta a busca e a aquisição de
um bom emprego, e muitos que trabalham vivem no limiar da sobrevivência.
Diante disto, é possível fazer uma análise dos impactos negativo da mão-de-obra
não qualificada na economia do resto do mundo, sendo ela é uma receptora líquida de
mão-de-obra que não gera valor agregado, e que somente contribui para o aumento de
externalidades negativas. A função de produção será:
𝑟Ӫ𝑡 𝐾𝑚𝑖,
𝑟𝑌𝑡+1 = 𝐴𝑟𝑡 −1 [𝑟 Ӫ𝑡 (𝑎𝑟 𝑋 𝑎−1 + 𝐴𝑟𝑡 −1 ) − 1] - (20.b)
𝑟𝐴𝑡𝐾𝑚𝑖
mundo.
2º) Quando 𝐾𝑚𝑖 < 0, isto é Angola é receptora líquida de mão-de-obra, que pressupõe
que a mão-de-obra proveniente do resto do mundo é qualificada, e deve gerar um
processo inovativos que favorece a actividade económica de Angola, gerando cada vez
mais bens intermédios a fim de estimular a concorrência, e desta forma, aumentar o
Produto Interno Bruto do país com altos de níveis de produtividade. Mas em contra
posição, o impacto positivo do processo de importação de mão-de-obra é posta em
causa, como é apresentado no capítulo 3 deste estudo com base nas argumentações de
MARCOLINO (2014) e WANDA (2018). Assim sendo, a função de produção de
Angola será:
−1 −1 Ặ Ӫ𝑡 𝐾𝑚𝑖,
Ặ𝑌𝑡+1 = Ặ𝐴𝑡 [ ẶӪ𝑡 (𝑎 Ặ𝑋 𝑎−1 + Ặ𝐴𝑡 ) − 1] - (20.c)
Ặ𝐴𝑡𝐾𝑚𝑖
35
Onde, Ặ𝑌𝑡+1 é a função de produção de Angola, Ặ𝐴𝑡 é o parâmetro tecnologia de
Angola, ẶӪ𝑡 é o salario de Angola, Ặ𝑋 é um bem intermédio produzido em
Ặ Ӫ𝑡 𝐾𝑚𝑖,
Angola, é o é rácio salario-produtividade do migrante em Angola.
Ặ𝐴𝑡𝐾𝑚𝑖
4 CONCLUSÃO
36
Neste estudo, inicialmente demonstramos como a migração tornou-se um problema
económico, apresentando discussões teóricas, como: a de Thomas Malthus que via a
migração como uma consequência inevitável da superpopulação, e a de Marx que
discordava de Malthus, pois apontava para a inevitabilidade e naturalização da pobreza.
Marx colocava a culpa do quadro de pobreza nos empreendedores capitalistas que
deliberadamente abaixavam os salários para maximizar seus ganhos. Relevando também
os pressupostos base dos teóricos neoclássicos que centram-se na racionalidade
individual e no modo como os indivíduos avaliam os custos e benefícios relativos à
decisão de migrar maximizando o seu bem-estar e utilidade individual.
5 BIBLIOGRAFIA
37
ALBUQUERQUE, DIOGO,O Ciclo económico Em KALECKI, SCHUMPETER E SEUS
INTÉRPRETES: POSSAS E MINSKY,2015
ALMEIDA, Alexandre, O Modelo de Solow,2009
ASSIS Gláucia, Teorias Das Migrações Internacionais,2000
BAPTISTA Dulce, Migração na metrópole: o caso dos angolanos em São Paulo, 2007.
BRESSER-PEREIRA, (1986) Lucro, Acumulação e Crise. 1986.
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