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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação À Distância (IED) -Tete

Trabalho-II

Influência do crescimento da população no desemprego estrutural e desemprego conjuntural


em Moçambique.

Turma: D Sala No 8

Isaque José Sabia,708203902

Curso: de Licenciatura de Ensino de Geografia

Disciplina: Geografia da População e Povoamento

Ano de Frequência 3º /2022

Tutor: Jemusse Gale

Tete, Julho de 2022


Índice
Acrónimos............................................................................................................................ I

Resumo................................................................................................................................ 0

1.Introdução......................................................................................................................... 1

1.1. Objectivos..................................................................................................................... 2

1.1.1. Objectivo geral...........................................................................................................2

1.1.2. Objectivos específicos............................................................................................... 2

1.2.Metodologia de trabalho................................................................................................ 2

2. Influência do crescimento da população no desemprego estrutural e desemprego


conjuntural em Moçambique............................................................................................... 3

2.1.1. Desemprego em Moçambique e suas Causas............................................................ 5

2.1.4.Descrever os factores de crescimento da população na Influenciam do desemprego


estrutural e desemprego conjuntural em Moçambique........................................................ 7

2.2.3.Enunciar os impactos socioeconómicos crescimento da população na Influenciam


do desemprego estrutural e desemprego conjuntural em Moçambique...............................8

2.2.5.Características do Desemprego em Moçambique.......................................................9

3.Conclusão........................................................................................................................10

3.1.Sugestões......................................................................................................................10

4.Referências bibliográficas...............................................................................................11
Acrónimos
UCM……………………………Universidade Católica de Moçambique

IED..............................................Instituto de Educação À Distância


PEA..............................................A População Economicamente Activa

INEFP..........................................Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional

PPI...............................................Plano Prospectiva Indicativo

INEI…………………………….Instituto Nacional de Estatística


Resumo
O presente trabalho irá abordar a problemática da Influência do crescimento da população no
desemprego estrutural e desemprego conjuntural em Moçambique e Possíveis alternativas, foi
elaborado no âmbito da Cadeira de Geografia de População e Povoamento do Curso de
Licenciatura em Geografia na UCM/IED-Tete, que substitui desta forma, a avaliação
semestral dessa Cadeira. A bordagem tem como objectivo geral: analisar o desemprego em
Moçambique, destacando as suas causas, características e as alternativas para o seu estanque,
embasado pelos objectivos específicos: identificar os tipos de desemprego e a aplicabilidade
das políticas de redução do desemprego em Moçambique; analisar as causas do desemprego
em Moçambique, numa perspectiva de evolução-histórica; avaliar as características do
desemprego apresentadas em estudos e inquéritos efectuados em Moçambique e propor uma
nova medida para o estanque do desemprego em Moçambique. Nos últimos anos,
Moçambique tem registado elevadas taxas de crescimento económico, como resultado da
estabilidade política, adopção de reformas e políticas económicas favoráveis, a reintegração
nos mercados regionais e internacionais.

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1.Introdução
O presente trabalho intitulado faz-se uma breve análise dos vários tipos de desemprego e
políticas usadas para a sua redução e estabilização, com extrapolação das mesmas em
Moçambique, como forma de contextualizar o problema de desemprego num país que possui
estas mesmas características. De seguida apresentam-se as causas e características do
desemprego em Moçambique, tendo como base vários estudos, censos e inquéritos que de
uma forma directa ou indirecta abordam o desemprego e aspectos a estes relacionados.
Argumenta-se que as várias taxas de desemprego nas regiões urbanas e rurais por exemplo,
são contraditórias às taxas de pobreza para os mesmos locais, sendo as maiores taxas de
desemprego verificadas nas regiões urbanas, que por sua vez, também possuem as menores
taxas de incidência da pobreza. Tendo como base esta contradição, e uma menção insuficiente
à problemática do desemprego na estratégia de redução da pobreza no país, analisa-se a
medida de cálculo formal do desemprego.

Em conformidade com  Zylberstjn & Neto (2000), advoga que a Evolução Histórica do
Desemprego em Moçambique elaborado pelo Ministério do Trabalho em 2003 que avalia os
vários factores que pulsionaram o aumento do desemprego no país desde o tempo colonial; a
apresentação e análise de taxas de desemprego consoante os vários grupos (áreas urbanas e
rurais, homens e mulheres) considerando o impacto do sector informal, com base nos dados
do Censo populacional de 2017.

O trabalho alberga a seguinte estrutura nomeadamente: Introdução, fundamentação do


trabalho, uso de metodologias do trabalho, Conclusão e Sugestões.

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1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo geral

 Analisar o desemprego em Moçambique, destacando as suas causas,


características e as alternativas para o seu estanque.

1.1.2. Objectivos específicos

 Identificar os tipos de desemprego e a aplicabilidade das políticas de redução


do desemprego em Moçambique;

 Analisar as causas do desemprego em Moçambique, numa perspectiva de


evolução-histórica;

 Avaliar as características do desemprego apresentadas em estudos e inquéritos


efectuados em Moçambique;

 Verificar o efeito casual do analfabetismo e da pobreza em Moçambique em


relação ao desemprego;

 Propor uma nova medida para o estanque do desemprego em Moçambique.

1.2.Metodologia de trabalho
Metodologia refere-se não só a um simples conjunto de métodos, mas sim aos fundamentos e
pressupostos que fundamentam um estudo particular. Nessa pesquisa, a Metodologia é a
explicação detalhada e rigorosa de toda acção desenvolvida. É a explicação do tipo de
pesquisa (Quali-Quantitativa), do instrumental utilizado, do tempo previsto, dos métodos de
recolha de dados. No entanto, para a efectivação desse trabalho, recorreu-se a revisão
bibliográfica. Como fontes, de acordo com o critério de origem de dados e informações,
destacam-se: pesquisas bibliográficas em livros e artigos científicos.

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2. Influência do crescimento da população no desemprego estrutural e desemprego
conjuntural em Moçambique

2.1. Contextualização
A População Economicamente Activa (PEA) em Moçambique é de cerca de 5.9 milhões de
pessoas, constituída maioritariamente por trabalhadores por conta própria (52%) e
trabalhadores familiares não remunerados (33.7%). Apenas 11.1% são assalariados, dos quais
4.1% são absorvidos pelo Governo e Sector Público e 6.9% pelo sector privado. Estima-se que
anualmente ingressem no Mercado de Emprego cerca de 300.000 jovens, os quais exercem
uma grande pressão sobre o Mercado de Emprego, que é incapaz de gerar postos de trabalho
suficientes para os absorver (INEFP, 2004).

Uma pessoa desempregada tem menor poder de compra, menor amor próprio, e, tende, em
geral, a perder qualificações. Estes efeitos são particularmente acentuados no caso do
desemprego de longa duração, ao qual está frequentemente associado um grande sofrimento,
da pessoa desempregada e da sua família.

O censo às empresas de 20.022 revela que as pequenas e médias empresas constituem 99% do
sector privado (90% pequenas e 9% médias) em Moçambique. Este grupo absorve mais de
80% da força de trabalho do sector privado, pelo que deve merecer uma atenção redobrada,
em virtude da sua real contribuição para o crescimento económico e para o alívio do
desemprego. Nos últimos 5anos a taxa de desemprego cresceu 34,2%, deste modo, em cada 2
moçambicanos, um não tem emprego (INEFP, 2004). Antes de se avançar, é fundamental
apresentar alguns conceitos que facilitarão a compreensão da matéria em análise.

A existência de desemprego significa que os recursos produtivos da economia não são


plenamente aproveitados. Produzem-se menos bens e serviços do que aqueles que seria
possível produzir, dados os recursos e a tecnologia existentes. Isto reflecte-se no bem-estar
das gerações presentes e futuras.

As pessoas empregadas também suportam os custos do desemprego, directa e indirectamente.


Os sistemas de segurança social transferem recursos para as pessoas desempregadas (subsídio
de desemprego). Além disso, uma maior taxa de desemprego implica uma maior taxa de
criminalidade, uma maior taxa de subsídio, e um maior nível de tensão social.
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I.Trabalho: o trabalho pode ser visto como uma actividade metódica das forças
corporais e intelectuais do homem, visando sua própria conservação e
desenvolvimento e para a transformação do mundo exterior, nesse sentido, o
trabalho gera profissões e, o indivíduo desenvolve sua profissão trabalhando.
(Lisa enciclopédia universal, 1970, p.1165).

II.Profissão: uma profissão é definida como um conjunto de tarefas económica


que concorrem para a mesma finalidade e que pressupõem conhecimentos
semelhantes adquiridas mediante uma aprendizagem, destinadas a assegurar a
manutenção da vida (INEFP, 2006).

III.Emprego: o emprego se define como sendo uma relação entre homens que


vendem a sua força de trabalho em troca de um valor ou remuneração e
homens que compram essa força de trabalho pagando salário. É uma espécie de
contrato estável, e mais ou menos duradoura no qual o possuidor dos meios de
produção paga pelo trabalho de outros (INEFP, 2004).

IV.Ocupação: ocupação de uma pessoa é a espécie de trabalho feito por ela,


independentemente do local em que esse trabalho é realizado. Considera-se
ocupação ao conjunto de expectativas que indivíduos tem, em relação ao papel
exercido por ela (Ministério do Trabalho, 2009).

V.Mercado de Emprego: o mercado de emprego esta interagindo com pessoas


que procuram emprego especializado ou não especializado (mão-de-obra) e
Empresas (pessoas jurídicas) que oferecem emprego num sistema económico
capitalista, tendo uma função de mercado, local ou cenário onde se pode
comprar ou vender produtos e serviços. A procura e a oferta destes elementos é
que fazem o mercado de trabalho dentro de um momento, suscitando um
desenvolvimento social (Ministério do Trabalho, 2009).

VI.Desemprego: conjunto de pessoas com idade activa trabalhar, mas que no


entanto, se encontram sem trabalho (OIT, S/D).

De acordo com INEFP (2004), uma parte significativa da População Economicamente Activa,


ao não conseguir inserção no sector formal, exerce uma actividade geradora de rendimento na
economia informal. Relativamente aos níveis de qualificação e educação, 57% da população
moçambicana é analfabeta e mais de 80% da mão-de-obra não possui nenhuma formação. As

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estatísticas do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional-INEFP, relativas ao
desemprego registado em 2004, indicam que a procura de emprego tem as seguintes
características:

 baixo nível académico (90% tem menos de 9ª classe e apenas 1.3% tem o nível
secundário);

 baixa qualificação profissional (62% não tem nenhuma qualificação) e pouca


ou nenhuma experiência profissional, o que aliado à reduzida oferta de
formação profissional resulta numa fraca empregabilidade.

2.1.1. Desemprego em Moçambique e suas Causas


Antes de abordar sobre as características do desemprego em Moçambique, é fundamental
debruçar acerca dos tipos de desemprego, deste modo, Segundo Zylberstjn & Neto
(2000), existem 2 tipos de desempregos, friccional e estrutural:

2.1.2.Desemprego Estrutural
O desemprego estrutural, Ue, resulta do facto de o salário real não se ajustar de forma exacta e
imediata ao valor do salário real de equilíbrio. Sendo o salário real superior ao valor de
equilíbrio (w’>w*), verifica-se um excesso de oferta de trabalho relativamente à procura, de
modo que nem todos os agentes que oferecem trabalho obtêm emprego.

O desemprego estrutural ocorre quando há um desequilíbrio entre a oferta e a procura de


trabalhadores. O desemprego aqui é involuntário.

Da descrição acima, pode-se ver que Moçambique ainda está longe de atingir o pleno
emprego dos seus recursos, resultando em taxas de desemprego elevados. Então, de um modo
geral, o tipo de desemprego predominante não será causado pelas fricções no mercado, mas
sim um desemprego resultante da própria estrutura da economia, com uma produtividade
abaixo do seu potencial, donde se conclui que o tipo de desemprego prevalecente é o
desemprego estrutural.

2.1.3.Desemprego Friccional
Este tipo é consequência do tempo que leva para combinar trabalhadores e empregadores
devido a diferentes preferências e capacidade dos empregadores ao exigirem diferentes

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atributos: o fluxo de informação imperfeito sobre candidatos e postos de trabalho; a
mobilidade geográfica dos trabalhadores que não é instantânea. Os desempregados friccionais
são também considerados voluntaries.

O desemprego friccional resulta do dinamismo inerente ao normal funcionamento da


economia e do mercado de trabalho em particular. Em cada momento são criados novos
postos de trabalho, desaparecendo outros, e há novos trabalhadores que entram no mercado,
saindo outros. Existe desemprego friccional porque é necessário tempo para que se encontrem
um trabalhador (que procura um emprego) e uma empresa (que pretende preencher um posto
de trabalho) com características compatíveis. Relativamente ao mercado de trabalho, um
indivíduo pode estar numa de três situações: empregado, desempregado ou inactivo.

O desemprego friccional está relacionado com as velocidades de transição entre estes três
estados, (Vide a Figura 1:que mostra o fluxos entre emprego e desemprego):

Fonte:Adaptada pelo Autor (2022)

A taxa de separação (s) define-se como a fracção de trabalhadores empregados (E) que se
tornam desempregados, num determinado período de tempo. Pode também ser interpretada
como a probabilidade de um trabalhador deixar de estar empregado. Tem uma componente
cíclica, sendo evidentemente superior nas fases de recessão económica, altura em que há uma
maior destruição de postos de trabalho.
O desemprego friccional também é determinado pelo ambiente social e institucional e pelas
restrições legais. A taxa de separação é maior em países com menos restrições legais ao
despedimento. A taxa de contratação é maior quanto melhor for a disseminação da informação
relativa às ofertas de emprego, e quanto maior for o esforço dos desempregados no sentido de
encontrar emprego.

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2.1.4.Descrever os factores de crescimento da população na Influenciam do desemprego
estrutural e desemprego conjuntural em Moçambique

2.1.5.Causas do Desemprego numa Perspectiva de Evolução Histórica e Económica


A análise será dividida em 3 períodos: fase colonial, fase da independência até 1986 e de 1987
até 2007, sendo esta divisão baseado em regime político e ideológico vigente no país
(colonialismo, socialismo e economia do mercado).

2.2. Período colonial


O emprego estava orientado para os interesses coloniais subordinados às directrizes do
nacionalismo económico de Salazar1 iniciado em 1930. Para tal, o estado colonial organizou o
mercado de trabalho e o recrutamento da força de trabalho, procedendo ao recrutamento
forçado (xibalo), trabalho sem salários nos portos, caminhos de ferro, indústrias, etc.
Procedendo o recrutamento. Foram organizados as reservas da força de trabalho (como a
situada a sul do paralelo 22 (sul do rio Save) que era reservada para o recrutamento para as
minas da África do Sul e a situada ao norte do paralelo, para as plantações.

2.2.1 .Período da independência até 1986


O país herdou uma economia capitalista virada para satisfazer as necessidades externas, uma
força de trabalho indiferenciada e pouco qualificada. No processo de nacionalização das
empresas foi um dos objectivos de manutenção do emprego, o Estado passou a controlar todos
os meios de produção, adoptando uma atitude proteccionista ao emprego através de atribuição
de subsídios às empresas como suporte de salários. A mecanização aumentou a dependência
do sector estatal do recrutamento sazonal para as colheitas, enquanto as oportunidades de
trabalho permanente reduziram, aumentando o desemprego. Muitos mineiros moçambicanos
perderam emprego na África de Sul, aumentado o número de desempregados na região sul do
país. Implementou-se o Plano Prospectiva Indicativo (PPI) que pretendia eliminar o
desemprego nas zonas urbanas e a criação de novos postos de trabalho, bem como a igualdade
de emprego entre as zonas ruarais e urbanas.

2.2.2.Período de 1987 à 2007


A criação de políticas do Banco Mundial de e do Fundo Monetário Internacional, marcando a
transição entre o socialismo e a economia do mercado, com intuito de recuperar na indústria

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transformadora, os níveis de produção e exportação privatizando algumas empresas. Nesse
processo, uma das análises mais controversas quando às origens e causas do desemprego em
Moçambique são as consequências do programa de privatização; guerra; problemas de gestão
de bens públicos e a reestruturação das empresas antes da sua privatização em associação com
a desmobilização de cerca de 108.000 militares; o regresso dos refugiados nos países vizinhos,
o retorno de cerca de 16.000 trabalhadores moçambicanos da extinta República Democrática
Alemã aquando do fim da Guerra de desestabilização, bem como a falência de muitas
empresas (MITRAB, 2003).

Indicar as principais áreas de actividades económica que são afectadas no desemprego


estrutural e desemprego conjuntural pelo crescimento da população em Moçambique.

2.2.3.Enunciar os impactos socioeconómicos crescimento da população na Influenciam


do desemprego estrutural e desemprego conjuntural em Moçambique
As causas do desemprego são muitas e, muitas vezes, o que é causa para uma determinada
linha de pensamento, pode ser solução para outra Dentre as causas mais citadas, pode-se
enunciar: o desenvolvimento tecnológico, a globalização, a terceirização, a
desindustrialização, o excesso de concentração da renda, os modernos métodos de gestão, de
um modo geral.

As consequências, por sua vez, podem ser devastadoras, tanto do ponto de vista da pessoa do
desempregado e de sua família quanto do ponto de vista social e político.

2.2.4.Causas Gerais do Desemprego numa Perspectiva Actual


IFTRAB (2004/05), mostra que da População Economicamente Activa (PEA) de 91,8%,
18,7% se encontra desempregada. O desemprego em Moçambique, de natureza estrutural, tem
as seguintes causas:

 incapacidade da economia em gerar postos de trabalhos em números


suficientes para absorver os desempregados incluindo os jovens que
anualmente ingressam no mercado de trabalho;

 os elevados índices de pobreza absoluta. O ultimo inquérito aos agregados


familiar (IAF) 2002-02, apresenta um índice de incidência da pobreza absoluta

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de 54,1%. De acordo com a Estratégia do Emprego e Formação Profissional
em Moçambique 2006-2015 (2006) factores tais como:

 elevadas taxas de analfabetismo;

 baixos índices de produtividade no sector agrícola familiar, de onde provém os


rendimentos de mais de 80% da população;

 fraca disponibilidade de infra-estrutura básicas nas zonas rurais (estradas,


energia, água, telecomunicações, etc.).

 a baixa oferta de educação no geral, de formação profissionalizante no


particular, e do abandona escolar, principalmente nos jovens;

2.2.5.Características do Desemprego em Moçambique


Uma avaliação das características do desemprego em Moçambique tem que tomar em conta a
qualidade e a fraca abrangência dos dados existente sobre o mercado de trabalho:

2.3.Comparação das estatísticas globais


Analisando os resultados do I Recenseamento Geral d a População 1980 e o II em 1997, pode-
se afirmar que a taxa do desemprego é mais elevada dentre os jovens na faixa etária de 18 à 19
anos e para os homens. Para as mulheres, a maior taxa regista-se na faixa etária dos 12 à 14
anos. Comparados os dois Censos, conclui-se que houve um aumento das taxas de
desemprego no geral, e com maior notabilidade nas mulheres, onde a taxa girava em volta dos
1,53% no Censo de 1980 e para 1997 a taxa de desemprego girar em torno dos 21%. Esse
estudo mostrou que a taxa nacional de desemprego é maior para mulheres (27%) contra 14%
para homens. Desses dados pode-se afirmar que o desemprego é alto nas zonas urbanas do
que nas zonas rurais, pelo facto de que a maioria pessoas do campo tem ocupação na
agricultura independente do rendimento que auferem.

Foi provado através do último Censo que as mulheres são na sua maioria desempregadas
comparadamente com os homens, isso deve-se a factores socioculturais que inibem a própria
mulher integrar no mercado de emprego, dentre eles o índice de analfabetismo é mais alto nas
mulheres rondando nos 74,1% contra 44,6% para os homens.

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3.Conclusão
Pelo exposto permite concluir que a influência do crescimento da população no desemprego
estrutural e desemprego conjuntural em Moçambique, envolve uma avaliação do conceito
teórico e da validade das políticas para a redução do desemprego. As causas do desemprego
no país, podem ser vistas de duas facetas: numa perspectiva de evolução histórica e
económica do país e numa perspectiva actual, evidenciando as causas gerais.

Uma das características importante de Moçambique é que uma larga parte da força do
trabalho encontra-se no sector informal, que se caracteriza por providenciar rendimentos
baixos aos seus trabalhadores e muitas vezes instáveis.

3.1.Sugestões
Para responder os objectivo específicos deste trabalho ficamos claro que o desemprego natural
é um nível de desemprego de equilíbrio, associado ao produto natural e, portanto, à ausência
de pressões no sentido de aumento ou diminuição da inflação. Tem uma componente
estrutural e uma componente friccional, a primeira de natureza estática, e a segunda de
natureza dinâmica. A componente estrutural do desemprego resulta da diferença entre o
salário real estacionário e aquele para o qual são iguais a oferta e a procura de trabalho.

A maioria da população em Moçambique obtém os seus rendimentos a partir do mercado


informal, caminho rumo ao pleno emprego está ligado à transformação estrutural desta parte
da economia. Esse estudo visa conceber subsídios sólidos por forma a maximizar a variável
emprego em todos os programas e projectos de desenvolvimento em Moçambique tornando-a
o principal parâmetro de avaliação de mérito na luta contra o desemprego, bem como tentar
compreender programas especiais para absorção da força de trabalho em áreas com alto
potencial de criação de emprego e auto emprego tais como agricultura, turismo, comércio,
industria, obras públicas, mineração e pesca.

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4.Referências bibliográficas
1. Abreu, W. C. (2001). Identidade, Formação e Trabalho: das culturas Locais às
Estratégias Identitárias dos Enfermeiros. Lisboa: Formação e Educa; 

2. Alarcão, I. (1997). Prefácio. In Sá-Chaves (org.) Percursos de Formação e


Desenvolvimento Profissional. Porto Editora;

3. Dubar, C. (1997). A socialização, Construção de Identidades Sociais


e Profissionais. Porto: Porto Editora, (edição francesa, 1991);

4. Perrenoud, P. (1999). Construir as competências desde a escola. Porto Alegre:


Artes Médicas; 

5. NE (1980). Recenseamento Geral de População 1980, Maputo;

6. INE (1997). Recenseamento Geral de População 1997, Maputo;

7. INEFP (2004), Resultado do primeiro Inquérito do sector Informal, INFOR


2004, Maputo;

8. INEFP (2006), Resultado do Inquérito Integrado à força do trabalho, (IFTRAB


2004/05, Maputo.

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