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A primeira coisa que o Prof. Disse sobre o caso prático é que pretendia que lhe respondêssemos
segundo uma determinada lógica/sequência:
1º - Identificar que tipo de problema/ilicitude nos apresenta o caso falando nos seus
pressupostos
O primeiro artigo que podemos tocar poderá ser o Art. 8 que regula o comportamento de um
grupo sobre a direção ou controlo de um Estado e que deve ser articulado com o critério do
controlo efetivo que resultou da jurisprudência do caso Nicarágua.
Neste caso o enunciado remete-nos de imediato para isso ao afirmar que há um movimento de
insurreição a decorrer no Estado A que é apoiado pelo Estado B.
3 – Imputação – Ao Estado B
2º Ponto - Pode, portanto, concluir-se que os pressupostos estão todos verificados e que, de
facto, estamos perante uma conduta internacionalmente ilícita por parte do Estado B, justificada
pelo Art. 8.
3º Ponto – Neste caso não parece existir nenhum pressuposto de afastamento de ilicitude uma
vez que a situação não se enquadra nem nos pressupostos do consentimento (Art. 20), nem da
legitima defesa (Art. 21), nem da adoção de contramedidas (Art. 22), nem da existência de força
maior (Art. 23), perigo extremo (Art. 24) ou estado de necessidade (Art. 25).
Sendo assim conclui-se que o Estado B incorre, de facto em responsabilidade por facto
internacionalmente ilícito, sem qualquer motivo que o justifique ou o possa afastar.
Não se aplica a restituição (Art. 35) porque seria impossível reestabelecer a situação que existia
antes do facto internacionalmente ilícito ter sido cometido, já que falamos aqui da morte de 200
pessoas.
A indemnização seria a possibilidade mais lógica uma vez que cobre todo o dano suscetível de
avaliação financeira, inclusive o dano emergente e o lucro cessante, apesar de no caso de
privação de vidas humanas isso ser bastante difícil de calcular.
Já agora nunca poderia tratar-se de uma reparação por satisfação, porque esta se refere a danos
morais e não materiais. No entanto, e na medida que o Estado B podia reconhecer a violação e
até fazer um pedido de desculpas formais ou emanar uma expressão de arrependimento, a
satisfação viria complementar a indemnização (já que uma forma de reparação nunca exclui as
outras).
Todas as outras considerações que foram surgindo durante a discussão do caso prático foram o
avançar de hipóteses e possibilidades, que têm relevância académica, mas que creio que só
confundiriam a resolução do caso e por isso não as vou referir.