Você está na página 1de 17

Cadernos de Pesquisa e Extensão da UNIGAMA Seção: Artigos

CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO


DA UNIGAMA
Submetido em: fevereiro/2022

Aceito em: fevereiro/2022

Autor para correspondência: doaldofb@uol.com.br

Editor Acadêmico: Marcelo de Jesus Rodrigues da Nóbrega

TODA SUA MALDADE ESTÁ EM GUILGAL: ESTUDO


EXEGÉTICO EM OS 9,15-17
Doaldo Ferreira1, Luiz Guatura da Silva Neto2, Leonardo dos Santos Silveira3

1Doutorando e Mestre em Teologia Área Bíblica pela Pontifícia Universidade Católica do


Rio de Janeiro (2018) e Mestre em Ciências da Religião pelo Seminário Integrado
Teológico Pentecostal (2004). Professor de Teologia do Instituto Bíblico Ebenézer.
Bacharel em Teologia-Escola Preparatória de Obreiros Evangélicos, EPOE. Pesquisador
do grupo de estudos "Memória e Culto na Literatura Bíblica" da Universidade do Estado
do Rio de Janeiro; Aluno dos grupos de estudos "Análise Retórica Bíblica Semítica" e
"Tradição e Literatura Bíblica" - ambos da Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro. Tem experiência na área de Teologia, com ênfase em Antigo Testamento.

2Doutorando em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

(2019); Mestre em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(2017); Bacharel em Teologia pela Faculdade Teológica de Ciências Humanas e Sociais
Logos (1991). Especialista em Novo Testamento pela Faculdade Evangélica de
Tecnologia, Ciências e Biotecnologia da CGADB (2018). Especialização em Docência
do Ensino Superior pela Faculdade Equipe Darwin. (2011).

3Doutorando em Teologia.

RESUMO
O presente artigo objetiva analisar a menção de Guilgal na perícope de Os 9,15-17, a
qual participa de -se o Método Histórico-
Crítico, o método diacrônico que fornece uma exegese histórica e crítica aceita como

crítica textual / crítica da constituição do texto / crítica da forma / crítica do gênero


literário. Uma vez que a perícope de Os 9,15-17 está inserida na releitura histórica de
Israel e enfatiza Guilgal, o estudo prossegue com a análise da Tradição Histórica de
Guilgal, e finaliza com o comentário exegético abordando como essa tradição histórica
é articulada no texto. Assim, pode-se averiguar sua existência enquanto unidade textual
mínima, sua organização literária e intencionalidade: a identificação de Os 9,15-17

FERREIRA; SILVA NETO & SILVEIRA (2022) 21


CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DA UNIGAMA
como unidade menor autônoma gira em torno do elemento unificador do castigo
referente à descendência e à menção geográfica de Guilgal, constituindo a segunda
parte da retrospectiva histórica de 9,10-
a
análise da tradição histórica relacionada a Guilgal, percebe-se como a tradição
relacionada a Guilgal é o dado relevante na perícope, interligando as origens da
monarquia com o culto contemporâneo. Condena-se, assim, a relação promíscua entre
culto e política, e a consequente subordinação da religião aos interesses políticos, que
trazem consequências não somente às classes dominantes, mas ao próprio povo.

Palavras-chave: Culto. Guilgal. Livro do profeta Oseias. Reino do Norte.

ABSTRACT
This essay aims to analyze the mention of Guilgal in the pericope of Hosea 9,15-17, which
takes part in "a rereading of the history of Israel". The Historical-Critical Method is used,
the diachronic method that provides a historical and critical exegesis accepted as

philology and textual criticism / criticism of the constitution of the text / criticism of the
form / criticism of the literary genre. Since the pericope of Hosea 9,15-17 is inserted in

of the Guilgal Historical Tradition and concludes with the exegetical commentary
addressing how this historical tradition is articulated in the text. Thus, one can ascertain
its existence as a minimal textual unit, its literary organization and intentionality: the
identification of Hosea 9,15-17 as the autonomous minor unit revolves around the unifying
element of the punishment referring to the descent and geographical mention of
Guilgal, constituting the second part of the historical retrospective of Hosea 9,10-17,
which T. E. McComiskey calls "Captivity is the Reward for the Syncretistic Religion of Israel".
Therefore, complemented by this analysis of the historical tradition related to Guilgal, it is
perceived how the tradition related to Guilgal is the relevant data in the pericope,
interconnecting the origins of the monarchy with contemporary worship. Thus, the
promiscuous relationship between worship and politics is condemned, and the
consequent subordination of religion to political interests, which have consequences not
only for the ruling classes, but also on the people themselves.

Keywords: Worship. Gilgal. Book of the prophet Hosea. Kingdom of North.

1. INTRODUÇÃO
A perícope de Os 9,15-

1 Chama a
atenção a menção a Guilgal em 9,15, a qual não se sabe com clareza a

1
LIMA, M. L. C., Os 9,10-17 nella dinamica del messaggio del libro di Osea, p. 157.

FERREIRA; SILVA NETO & SILVEIRA (2022) 22


CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DA UNIGAMA
qual fato se refere; e, todavia, deve tratar-se de um elemento relevante,
2

Este elemento relevante merece, portanto, uma análise acurada de


seu contexto imediato em Os 9,15-17. Para tal, será utilizado o Método
Histórico-Crítico, o método diacrônico que fornece uma exegese
histórica e crítica aceita como legítima para entender os textos bíblicos e
sua intenção original3
com a sequência tradução e segmentação / filologia e crítica textual /
crítica da constituição do texto / crítica da forma / crítica do gênero
literário.4 Uma vez que a perícope de Os 9,15-17 está inserida na releitura
histórica de Israel e enfatiza Guilgal, o estudo prosseguirá com a análise
da Tradição Histórica de Guilgal, e finaliza com o comentário exegético
abordando como essa tradição histórica é articulada no texto.

2. ANÁLISE DE OS 9,15-17
2.1. Tradução e Segmentação
9,15a Toda sua maldade está em Guilgal,
9,15b pois ali os detestei!
9,15c Por causa da perversidade de seus
atos,
9,15d de minha casa os expulsarei;
9,15e não voltarei a amá-los;
9,15f todos seus príncipes são obstinados!
9,16a Golpeado está Efraim:
9,16b suas raízes estão secas,
9,16c fruto não darão!
9,16d Ainda que gerem filhos,
9,16e farei morrer o desejável de seus
ventres!
9,17a Que os rejeite meu Deus,
9,17b pois não o escutaram;
9,17c que sejam errantes entre os povos!

2 LIMA, M. L. C., Os 9,10-17 nella dinamica del messaggio del libro di Osea, p. 164.
3 BELEM, D. F., Da Palavra sai vida e morte, p. 15.
4 LIMA, M. L. C., Exegese Bíblica: Teoria e Prática, p. 75-76.

FERREIRA; SILVA NETO & SILVEIRA (2022) 23


CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DA UNIGAMA
2.2. Filologia e Crítica Textual
15a: Ao inserir aqui um verbo no passado a exemplo do que fazem
algumas traduções, entendendo o segmento seguinte como uma
5

Entretanto, neste segmento temos uma oração destituída de verbo,


justificando a tradução adotada no presente 6 dado reforçado pela
Vulgata e na Septuaginta, que optaram por não usar verbos.
15f: a descrição dos príncipes é efetuada pela raiz
7 8 Entretanto, a Septuaginta traduziu
por 9 enquanto a
Vulgata traduziu por recedentes
aparato crítico da Biblia Hebraica Quinta (BHQ) seria o indício de
entender como raiz
- 10 ao
invés da rebelião política o que parece confirmado pelo Targum e pela
Peshitta Siríaca, ao usar raízes semíticas que abarcam ambos os sentidos.
Mas a compreensão como raiz coaduna com Os 4,6.11
16a: o qatal inicial da raiz no hofal
resume a informação que será detalhada a seguir, justificando o uso no
presente.12
16c: o texto massorético traz
qere indica a leitura
ocorre em Is 32,10 conforme o manuscrito 1QIsa.13 O ketib é preferível por
ser a leitura mais difícil; além do mais, é o termo preferível de Oseias ao

5 WOLFF, H. W., Hosea: A Commentary on the Book of the Prophet Hosea, p. 167.
6 ANDERSEN, F. I.; FREEDMAN, D. N., Hosea: A New Translation with Introduction and Commentary, p. 545.
7 ALONSO SCH KEL, L., , Dicionário Bíblico Hebraico-Português, p. 472.
8 KOEHLER, L. et al., , The Hebrew and Aramaic Lexicon of the Old Testament, p. 770.
9 MURAOKA, T., A Greek-English Lexicon of the Septuagint, p. 66.
10 KOEHLER, L. et al., , The Hebrew and Aramaic Lexicon of the Old Testament, p. 748.
11 McCOMISKEY, T. E., The Minor Prophets: An Exegetical and Expository Commentary, p. 156.
12 DEL BARCO DEL BARCO, F. J.; VEGAS MONTANER, L., Sintaxis verbal en los Profetas Menores preexílicos, p.

170.
13 KOEHLER, L. et al., , The Hebrew and Aramaic Lexicon of the Old Testament, p. 133; cf. também
McCOMISKEY, T. E., The Minor Prophets: An Exegetical and Expository Commentary, p. 156.

FERREIRA; SILVA NETO & SILVEIRA (2022) 24


CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DA UNIGAMA
invés do mais frequente (cf. 4,6; 7,8; 8,7).14 Oseias é o único dentre os
Profetas Menores do século VIII a.C. a usar esta negativa.15
17a: o uso do yiqtol da raiz reflete o jussivo,16 seu real significado
definido pela posição inicial;17 isto permite entender aqui uma maldição,
ao invés de uma predição.18 Segundo o aparato crítico da BHQ, ao invés
de ler , sem o possessivo. Ainda
pelo aparato, apesar do estado fragmentário, o manuscrito 4QXIIg
apontaria para a leitura da Septuaginta. Entretanto, o uso de é
apoiado pela Vulgata, Peshitta, Targum e ainda por outras passagens de
Oseias (cf. 2,25; 8,2; 9,8).

2.3. Crítica da Constituição do Texto


A perícope de Os 9,15-17 pertence a um contexto maior, que T. E.
McComiskey identifica com 9,7-
19 enquanto Ben Zvi relaciona a um
contexto mais amplo em 9,1- ica
20 Entretanto, muitos comentaristas identificam com o contexto
imediato de 9,10-17, como F. I. Andersen D. N. Freedman os quais dão o
21 para D. Stuart
22 para H. Simian Yofre é
23

24

A ruptura entre os vv. 9 e 10 do capítulo 9 é amplamente


reconhecida pelos estudiosos.25 Duas características diferenciam o

14 WOLFF, H. W., Hosea: A Commentary on the Book of the Prophet Hosea, p. 161.
15 ANDERSEN, F. I.; FREEDMAN, D. N., Hosea: A New Translation with Introduction and Commentary, p. 545.
16 WOLFF, H. W., Hosea: A Commentary on the Book of the Prophet Hosea, p. 162.
17 NICCACCI, A., The Biblical Hebrew Verbal System in Poetry, p. 247-252.
18 ANDERSEN, F. I.; FREEDMAN, D. N., Hosea: A New Translation with Introduction and Commentary, p. 546.
19 McCOMISKEY, T. E., The Minor Prophets: An Exegetical and Expository Commentary, p. 143.
20 BEN ZVI, E., Hosea, p. 184.
21 ANDERSEN, F. I.; FREEDMAN, D. N., Hosea: A New Translation with Introduction and Commentary, p. 536.
22 STUART, D., Hosea Jonah, p. 148-149.
23 SIMIAN-YOFRE, H., El desierto de los dioses, p. 127.
24 WOLFF, H. W., Hosea: A Commentary on the Book of the Prophet Hosea, p. 160-161.
25 BEN ZVI, E., Hosea, p. 189; WOLFF, H. W., Hosea: A Commentary on the Book of the Prophet Hosea, p. 161.

FERREIRA; SILVA NETO & SILVEIRA (2022) 25


CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DA UNIGAMA
conjunto de 9,10-17 do material precedente: a primeira é a ênfase nesta
retrospectiva histórica, que embora já apareça em 9,9 torna-se em 9,10-
17 mais proeminente; e a segunda é a maneira reflexiva
consideravelmente mais evidente do que em 4,1 9,9. No capítulo 10
começa uma nova perícope, a qual embora introduzida novamente por
uma retrospectiva histórica traz novos sujeitos (vinha; altar; Bet-Áven)26
27

A unidade de 9,10-17 é assegurada ainda pelas intervenções do profeta


nos vv. 14 e 17 e pelos sufixos presentes no v. 15 que, para serem
compreendidos, requerem a presença dos versículos precedentes.28
A identificação de 9,15-17 como unidade menor autônoma gira em
torno do elemento unificador do castigo referente à descendência29 e à
menção geográfica de Guilgal, constituindo a segunda parte da
retrospectiva histórica30 de 9,10-
31 A ênfase
do v. 16 encontra-se não na totalidade do pecado de Israel, mas sim na
sua localização em Guilgal.32 M. A. Sweeney confirma esta ênfase ao dar

liga com o
capítulo 10.33 Embora no Códice Leningradense haja uma setumah entre
os vv. 16 e 17, este sinal massorético apontaria mais uma mudança da
fala divina para a do profeta, uma vez que o mesmo sinal está ausente
nos códices Alepo e Cairense, de acordo com o aparato da BHQ. Como
argumentação complementar, além da temática diferenciada relatada

26 STUART, D., Hosea Jonah, p. 150.


27 WOLFF, H. W., Hosea: A Commentary on the Book of the Prophet Hosea, p. 170.
28 LIMA, M. L. C., Os 9,10-17 nella dinamica del messaggio del libro di Osea, p. 158.
29 SIMIAN-YOFRE, H., El desierto de los dioses, p. 132.
30 STUART, D., Hosea Jonah, p. 153.
31 McCOMISKEY, T. E., The Minor Prophets: An Exegetical and Expository Commentary, p. 153.
32 McCOMISKEY, T. E., The Minor Prophets: An Exegetical and Expository Commentary, p. 154.
33 SWEENEY, M. A., The Twelve Prophets, p. 101-102.

FERREIRA; SILVA NETO & SILVEIRA (2022) 26


CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DA UNIGAMA
supra do capítulo 10, o sufixo em conecta o v. 17a com o v. 16, e
não ao capítulo seguinte.34

2.4. Crítica da Forma


Em 15a-b há uma oração nominal simples,35 que normalmente
qatal
explicando as circunstâncias da primeira oração a oração nominal
confere uma informação no presente, enquanto o x-qatal confere uma
informação no passado.36
Em 15c-f há um yiqtol
posição na oração assim sua contrapartida na sequência com N-yiqtol,
a qual consequentemente não deve ser compreendida com caráter
jussivo nem imperativo.37 O uso final de oração nominal simples indica
não somente simultaneidade com a oração precedente, como também
em contraste com o yiqtol
anterior que coloca 15c-d em primeiro plano.38
Em 16a há um qatal do qatal
39 É
uma informação resumida e uma explicação detalhada e, portanto, a
informação fundamental do segmento textual.40 A transição de qatal
para yiqtol é característica ainda do discurso.41 Há duas transições: na
primeira, em 16b-c, o x-qatal indica uma ação anterior, enquanto que o

34 WOLFF, H. W., Hosea: A Commentary on the Book of the Prophet Hosea, p. 162.
35 Segue-se a classificação proposta por Niccacci: uma proposição verbal é aquela que começa com um
verbo, enquanto a nominal começa com substantivo. Se a este se segue uma forma verbal conjugada, tem-
se uma nominal complexa (NICCACCI, A., Sintaxis del Hebreo Bíblico, p. 27).
36 NICCACCI, A., Sintaxis del Hebreo Bíblico, p. 155. Segue-

o substantivo como o elemento ocupando a primeira posição dentro de uma oração; 0 indica que não há
substantivo iniciando essa oração. As siglas N, w e p indicam que a oração inicia respectivamente ou pela
partícula negativa , ou pelo que não pertence à conjugação do verbo, ou por uma preposição qualquer
(NICCACCI., A., Sintaxis del Hebreo Biblico, p. 29-31).
37 NICCACCI, A., Sintaxis del Hebreo Bíblico, p. 73-74.
38 NICCACCI, A., Sintaxis del Hebreo Bíblico, p. 71.
39 NICCACCI, A., Sintaxis del Hebreo Bíblico, p. 46.
40 DEL BARCO DEL BARCO, F. J.; VEGAS MONTANER, L., Sintaxis verbal en los Profetas Menores preexílicos, p.

170.
41 NICCACCI, A., Sintaxis del Hebreo Bíblico, p. 36.

FERREIRA; SILVA NETO & SILVEIRA (2022) 27


CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DA UNIGAMA
segmento seguinte em x-yiqtol aponta para o primeiro plano.42 Já na
segunda, em 16d-e, existe uma relação de prótase-apódase.43 Em 17a-c
inicia-se com yiqtol jussivo seguido de p-N-qatal
44 o weqatal fecha a
argumentação, servindo de conclusão.45
A perícope estrutura-
seu Deus, sem fórmulas tradicionais de introdução e conclusão:46
primeiramente Deus fala nos vv. 15 e 16, para então o profeta se
manifestar no v. 17. Pode-se também identificar a ênfase em dois tipos
de castigo: a privação de filhos (v. 16; 17a-b) e o exílio (15c-e; 17c).47
Coloca-se a fala divina num paralelismo sinonímico, enquanto a fala final
do profeta encontra-se num paralelismo sintético.48 O castigo sobre a
privação dos filhos no v. 16 gira em torno da ligação entre a referência à
raiz e o jogo de palavras entre -
comum 49 explorado o campo semântico agrícola.
Identifica-se uma estrutura bipartida entre a fala divina e humana e
uma estrutura quiástica envolvendo os dois tipos de castigo apontados
acima, com Deus iniciando sua fala em 15a-b através do indiciamento
relacionado a Guilgal:

I Deus fala (vv. 15-16)


A) Indiciamento Divino (v. 15a-b)
B) Primeiro Castigo: Exílio (v. 15c-f)
C) Segundo Castigo: Privação de Filhos (v. 16)
II O Profeta fala (v. 17)

42 NICCACCI, A., Sintaxis del Hebreo Bíblico, p. 108.


43 DEL BARCO DEL BARCO, F. J.; VEGAS MONTANER, L., Sintaxis verbal en los Profetas Menores preexílicos, p.
129.
44 NICCACCI, A., Sintaxis del Hebreo Bíblico, p. 71.
45 NICCACCI, A., Sintaxis del Hebreo Bíblico, p. 165.
46 WOLFF, H. W., Hosea: A Commentary on the Book of the Prophet Hosea, p. 168.
47 STUART, D., Hosea Jonah, p. 155.
48 WOLFF, H. W., Hosea: A Commentary on the Book of the Prophet Hosea, p. 163.
49 BEN ZVI, E., Hosea, p. 190.

FERREIRA; SILVA NETO & SILVEIRA (2022) 28


CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DA UNIGAMA
A) Imprecação sobre a privação de filhos (v. 17a-b)
B) Imprecação sobre o exílio (v. 17c)

2.5. CRÍTICA DO GÊNERO LITERÁRIO


Muitos estudiosos têm se esmerado em identificar o(s) gênero(s)
literário(s) que podem ser encontrados em Os 9. Em 9,15-17 pode-se
entender como um oráculo profético.50 H. W. Wolff vê os vv. 15-17 como

51 Como
elemento unificador Ben Zvi classifica todo o conjunto que se encontra
em 9,1-
desenvolvem estruturas diferentes mas complementares no livro.52

anúncio do castigo, ainda que destituído do convite a ouvir a palavra e


da fórmula do mensageiro.53
O debate acerca do Sitz im Leben relaciona-se à crítica
redacional:54 muitas das ideias e vocabulário presentes nesta perícope
são típicos de Oseias;55 a ênfase nas misérias de um cerco parecem
refletidas em Os 9,12-14, o que colocaria muito próximo ou durante a
queda do Reino do Norte, entre 725 e 722 a.C.56 Entretanto, segundo H.
W. Wolff, esses versículos não teriam sido escritos pelo próprio profeta, mas
por tradicionistas que relatariam a rejeição sofrida pelo profeta por volta
do ano 733 a.C. a ponto de não poder mais falar publicamente para

a Deus, e sim ao próprio Oseias! Desta forma, as palavras do profeta


seriam direcionadas a um círculo íntimo de oposição, devotado às

50 STOVELL, B. M.,

in the Book of the Twelve, p. 55.


51 WOLFF, H. W., Hosea: A Commentary on the Book of the Prophet Hosea, p. 162.
52 BEN ZVI, E., Hosea, p. 195.
53 LIMA, M. L. C., Mensageiros de Deus. Profetas e profecias no antigo Israel, p. 99-100.
54 BEN ZVI, E., Hosea, p. 196.
55 ANDERSEN, F. I.; FREEDMAN, D. N., Hosea: A New Translation with Introduction and Commentary, p. 537.
56 STUART, D., Hosea Jonah, p. 150.

FERREIRA; SILVA NETO & SILVEIRA (2022) 29


CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DA UNIGAMA
tradições pré-monárquicas e dos antigos profetas do Reino do Norte.57
Talvez a uma pequena parcela ilustrada da população58, podendo ser
até mesmo uma comunidade pós-monárquica em Judá da época
persa.59 Portanto, o Sitz im Leben dessa passagem aborda a

sua situação diante de YHWH, e as terríveis consequências de se manter


em desobediência contra YHWH.

3. ESTUDO DA TRADIÇÃO HISTÓRICA DE GUILGAL


O nome Guilgal, no hebraico , é um nome corriqueiro de lugares
no Antigo Testamento. A não ser em dois casos (cf. Js 5,9; 12,23) vem
prefixado pelo artigo definido.60 Parece estar relacionada a uma raiz I ,
61 Aparece
pela

dos montes Ebal e Garizim, ou seja, perto de Siquém (cf. Gn 12,6).


Entretanto, devido ao contexto geral de referência ao processo de
conquista engendrado por Josué segundo as tradições bíblicas ,
muitos estudiosos preferem identificar com Guilgal perto de Jericó. Ainda
são identificados mais dois lugares com o nome Guilgal: um na fronteira
norte do lote tribal destinado à tribo de Benjamin (cf. Js 15,7), e outro a
uma possível cidade cananeia (cf. Js 12.23). 62 Haveria ainda uma outra
localização, na região montanha sul de Samaria, de onde Elias e Eliseu
ão
deuteronomista a Betel, o descer em 2 Rs 2,2 envolveria mais uma
questão teológica que serve à polemica anti-Betel presente na

57 WOLFF, H. W., Hosea: A Commentary on the Book of the Prophet Hosea, p. 163.
58 BEN ZVI, E., Hosea, p. 196.
59 BEN ZVI, E., Hosea, p. 198.
60 KOTTER, W. R., Gilgal (Place), p. 1022.
61 KOEHLER, L. et al., II , The Hebrew and Aramaic Lexicon of the Old Testament, p. 191.
62 KOTTER, W. R., Gilgal (Place), p. 1023-1024.

FERREIRA; SILVA NETO & SILVEIRA (2022) 30


CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DA UNIGAMA
passagem, o que permite muitos estudiosos associarem aqui com a
Guigal perto de Jericó.63
Em Guilgal nas proximidades de Jericó os israelitas estabeleceram
seu primeiro acampamento após a travessia do rio Jordão e construíram
um memorial composto por doze pedras (cf. Js 4,19-20). Ali também
ocorreu a circuncisão da geração nascida no deserto (cf. Js 5,2-9), e
onde se celebrou a primeira Páscoa após o ingresso na terra (cf. Js 5,10-
11), quando o maná cessou (cf. Js 5,12). Ainda em Guilgal Josué
estabeleceu a base de seus exércitos, de onde partiram e para lá
retornaram as expedições militares (cf. Js 10,6-9.15-43); lá Josué
concedeu Hebron a Caleb como recompensa pelos resultados
conseguidos durante a expedição de reconhecimento no país (cf. Js
14,6); e em Guilgal Israel negociou a primeira aliança com um povo
estrangeiro, os Gabaonitas (cf. Js 9,6-15).64
Guilgal parece ter sofrido um declínio na sua significância (cf. Jz 2,1-
5), possivelmente em decorrência da captura pelos moabitas (cf. Jz 3,19);
entretanto, conheceu um reflorescimento nos tempos de Samuel,
tornando-
importante centro cultual.65 Ali Saul é entronizado (cf. 1Sm 11,12-15); e é
lá que, após haver abusado de seu poder e haver oferecido um sacrifício
a YHWH (cf. 1Sm 14,8-15), ele foi rejeitado por Samuel (cf. 1Sm 13,7-15).
Finalmente, neste mesmo lugar Saul é rejeitado por YHWH, por não haver
obedecido à sua ordem de votar ao extermínio os Amalecitas (cf. 1Sm
15,10-31). É notória, pois, a ligação de Guilgal tanto com o
estabelecimento da terra quanto com a monarquia66 ainda que a
Guilgal mencionada no livro de Samuel possa não ser a próxima a Jericó,

63 BELEM, D. F., Da Palavra sai vida e morte, p. 71-72 (sobre a polêmica anti-Betel, consultar ainda p. 80-81 e

121); KOTTER, W. R., Gilgal (Place), p. 1022.


64 LIMA, M. L. C., Os 9,10-17 nella dinamica del messaggio del libro di Osea, p. 164-165.
65 KOTTER, W. R., Gilgal (Place), p. 1022.
66 LIMA, M. L. C., Os 9,10-17 nella dinamica del messaggio del libro di Osea, p. 165.

FERREIRA; SILVA NETO & SILVEIRA (2022) 31


CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DA UNIGAMA
e sim a relacionada com a tribo de Benjamin, uma vez que esta tribo
possui laços com o Reino do Norte.67
Finalmente Guilgal cai na obscuridade no século VIII a.C., quando
no pensamento e nas palavras dos profetas Amós e Oseias torna-se
símbolo de apostasia. No livro de Amós aparece em paralelo com Betel
como símbolo da transgressão e do sacrifício ilegítimo (cf. 4,4); e o povo
é encorajado a buscar YHWH ao invés de Betel e Guilgal (cf. 5,5). No livro
de Oseias os filhos de Efraim são advertidos a não entrarem em Guilgal
(cf. 4,15), narra-se a rejeição decorrente do mal encontrado ali (cf. 9,15)
e a inutilidade dos sacrifícios oferecidos neste local (cf. 12,11). Somente
Miqueias parece apresentar um quadro positivo do lugar (cf. Mq 6,5).68

4. COMENTÁRIO EXEGÉTICO: TRADIÇÃO HISTÓRICA NO TEXTO DE OS 9,15-


17
Como compreender a alusão a Guilgal em Os 9,15-17?
Primeiramente, há pontos de contato entre este texto e a rejeição de
Saul: o uso do verbo (cf. Os 9,17 e 1Sm 15,23.26; 16,1); e o motivo da
rejeição
referindo- 9, com o uso do verbo
(cf. Os 9,17). Destes dados, seria possível ver na referência a Guilgal,
em Os 9,15, a crítica da monarquia desde sua origem. De outra parte, em

texto se compreende melhor, em Os 9, o valor da sequência Baal-Peor -


Guilgal, como etapas sucessivas do itinerário.69
De Sitim os israelitas partiram, entraram em contato com os Moabitas
e cometeram pecado de idolatria dedicando-se aos cultos de fertilidade

67 Cf. apoio a essa última opinião em TSUMURA, D. The First Book of Samuel, p. 240.
68 KOTTER, W. R., Gilgal (Place), p. 1023.
69 LIMA, M. L. C., Os 9,10-17 nella dinamica del messaggio del libro di Osea, p. 165.

FERREIRA; SILVA NETO & SILVEIRA (2022) 32


CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DA UNIGAMA
(cf. Nm 25). Da ligação entre Sitim e Guilgal, se pode pensar que em Os
9,15 a referência à maldade de Guilgal, além da crítica antimonárquica,
contém ainda uma advertência ao pecado no âmbito cultual, que teve
início em Baal-Peor e é continuado após o ingresso na terra, nos
santuários do Norte.70 Portanto, embora T. E. McComiskey não entenda
aqui uma crítica à monarquia, acertadamente vê Guilgal como símbolo
da religião sincretista.71
Porque em Guilgal o maná cessou (cf. Js 5,12), este tornou-se o lugar
que marca o fim da fase do deserto e o início do estabelecimento na
terra. Isto significa que a maldade citada em 9,15 relaciona-se com tudo
que, desde o início, é ligado particularmente à terra e que não existia no
tempo do deserto, isto é, o culto cananeu, os santuários, a aliança
política (e a ação das classes dominantes) o que ajuda a compreender

elementos rejeitados pela pregação do profeta.72 Não é algo restrito ao


passado, mas também no presente.73 -se ainda uma
sinédoque para Israel como um todo: suas ações são descritas como
más, e em decorrência disto YHWH declara que irá expulsá-los (
), assim como Faraó expulsou ( ) Israel do Egito (cf. Êx
11,1) e YHWH havia expulsado ( ) os cananeus (Êx 34,11; Js 24,12.18).74
A raiz ainda é utilizada como termo técnico para o divórcio (cf. Lv
21.7), tema predominante no início do livro de Oseias.75
Ainda no v. 15 a raiz
como seu oposto

entendido também em sentido pactual.76 O verbo exprime ainda em

70 LIMA, M. L. C., Os 9,10-17 nella dinamica del messaggio del libro di Osea, p. 166.
71 McCOMISKEY, T. E., The Minor Prophets: An Exegetical and Expository Commentary, p. 154.
72 LIMA, M. L. C., Os 9,10-17 nella dinamica del messaggio del libro di Osea, p. 167.
73 WOLFF, H. W., Hosea: A Commentary on the Book of the Prophet Hosea, p. 167.
74 STUART, D., Hosea Jonah, p. 154.
75 McCOMISKEY, T. E., The Minor Prophets: An Exegetical and Expository Commentary, p. 155.
76 STUART, D., Hosea Jonah, p. 153.

FERREIRA; SILVA NETO & SILVEIRA (2022) 33


CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DA UNIGAMA
Oseias a solicitude de YHWH pelo povo, a sua ação protetiva e salvífica
(cf. 11,1.4; 14,5), que teve como única razão de ser a sua própria iniciativa
(cf. 3,1). Sendo assim, é grave a afirmação acerca da cessação futura
do amor de Deus, pois implica que este não será mais expresso no seu
agir em favor do povo.77 YHWH não mudou, nem perdeu sua
longanimidade: Israel simplesmente está colhendo o que a muito
merecia, mas foi postergado justamente pela paciência divina.78
em 15f há
uma associação inequívoca entre a elite política e o culto inadequado,79
dando prosseguimento a esta sinédoque. Isto é intensificado pelo
estranho uso do sufixo masculino à palavra em 16e, sufixo este que se
refere à população como um todo, homens e mulheres indistintamente
e não somente a mulheres, como poderia parecer à primeira vista.80 O
jogo de palavras entre -

frutificar
Norte não foi suficiente para garantir as promessas divinas!81 O jogo de
palavras ainda intensifica a ideia da punição, a qual também é expressa
com o verbo hiphil, onde Deus é o agente explícito do extermínio dos
filhos e, uma vez que os vv. 15.17 consideram o exílio, é provável que a
morte seja causada aqui, a nível histórico, por uma potência inimiga,
neste caso, pela Assíria.82
O texto chega ao clímax com a fala do profeta, retomando o tema

aponta para além do exílio: a perda total da estabilidade, não somente


na Terra Prometida, mas em qualquer outra terra. Se são numerosos os

77 LIMA, M. L. C., Os 9,10-17 nella dinamica del messaggio del libro di Osea, p. 167.
78 STUART, D., Hosea Jonah, p. 155.
79 BEN ZVI, E., Hosea, p. 202.
80 ANDERSEN, F. I.; FREEDMAN, D. N., Hosea: A New Translation with Introduction and Commentary, p. 546.
81 BEN ZVI, E., Hosea, p. 190.
82 LIMA, M. L. C., Os 9,10-17 nella dinamica del messaggio del libro di Osea, p. 170.

FERREIRA; SILVA NETO & SILVEIRA (2022) 34


CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DA UNIGAMA
pontos de contato com Dt 28,83 o uso da raiz remete ainda à punição
84

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao aplicar o Método Histórico-Crítico à perícope de Os 9,15-17,
evidenciou-se ser uma unidade menor, bem delimitada, em torno da
menção geográfica de Guilgal e estruturada com o indiciamento divino
seguido do anúncio do castigo tanto da parte de YHWH quanto do
próprio profeta. Como gênero literário identificou-

constantemente em todas as épocas sua situação diante de YHWH, e as


terríveis consequências de se manter em desobediência contra YHWH.
Sem dúvida a tradição relacionada a Guilgal é o dado relevante na
perícope: mostrou-se o quanto ela é rica, e conclui-se como objetivo
relacionar as origens da monarquia com o culto contemporâneo.
Condena-se, assim, a relação promíscua entre culto e política, e a
consequente subordinação da religião aos interesses políticos, com
resultados trágicos não somente às classes dominantes, mas ao próprio
povo. Deste modo, há uma negação da tradição sagrada em torno de
Guilgal, mudando de sua positividade em direção a uma negatividade.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDERSEN, F. I.; FREEDMAN, D. N. Hosea: A New Translation with
Introduction and Commentary. New Haven; London: Yale University Press,
2008.

ALONSO SCH KEL, L. Dicionário Bíblico Hebraico-Português. São Paulo:


Paulus, 1997.

BELEM, D. F. Da Palavra sai vida e morte: Estudo exegético de 2 Rs 2,19-


25, 2018. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2021.

83 LIMA, M. L. C., Os 9,10-17 nella dinamica del messaggio del libro di Osea, p. 173.
84 WOLFF, H. W., Hosea: A Commentary on the Book of the Prophet Hosea, p. 168.

FERREIRA; SILVA NETO & SILVEIRA (2022) 35


CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DA UNIGAMA
BEN ZVI, E. Hosea. Grand Rapids: William B. Eerdmans Publishing Company,
2005.

DEL BARCO DEL BARCO, F. J.; VEGAS MONTANER, L. Sintaxis verbal en los
Profetas Menores preexílicos, 2001. 381 f. Tese (Doutorado em Teologia) -
Universidade Complutense de Madrid, Madri.

KOEHLER, L. et al. The Hebrew and Aramaic Lexicon of the Old Testament.
Leiden; New York: E.J. Brill, 1999.

KOTTER, W. R. Gilgal (Place). In: FREEDMAN, D. N. (Org.). The Anchor Yale


Bible Dictionary. New York: Doubleday, 1992, p. 1022-1024. v. 2.

LIMA, M. L. C. Exegese Bíblica: Teoria e Prática. São Paulo: Paulinas, 2014.

LIMA, M. L. C. Mensageiros de Deus. Profetas e profecias no antigo Israel.


Rio de Janeiro - São Paulo, PUC-Rio-Reflexão, 2012.

LIMA, M. L. C. Os 9,10-17 nella dinamica del messaggio del libro di Osea.


In: OBARA, M.E.; SUCCU, G.P.D. (Org.). Uomini e profeti. Roma: G&B Press,
2013, p. 157-193.

McCOMISKEY, T. E. The Minor Prophets: An Exegetical and Expository


Commentary. Grand Rapids, Mich.: Baker Books House, 1992. v. 1.

MURAOKA, T. A Greek-English Lexicon of the Septuagint. Louvain; Paris;


Walpole: Peeters, 2009.

NICCACCI, A. Sintaxis del Hebreo Bíblico. 2. ed. Navarra: Editorial Verbo


Divino, 2002.

NICCACCI, A. The Biblical Hebrew Verbal System in Poetry. In: FASSBERG,


S. E.; HURVITZ, A. (Orgs.). Biblical Hebrew in Its Northwest Semitic Setting:
Typological and Historical Perspectives. Jerusalem; Winona Lake: The
Hebrew University Magnes Press; Eisenbrauns, 2006, p. 247 268.

RAHLFS, A.; HANHART, R. (Orgs.). Septuaginta: SESB Edition. Stuttgart:


Deutsche Bibelgesellschaft, 2006. Base de dados em Software Bíblico
Logos, Versão 8.

SCHENKER, A. et al. Biblia Hebraica Quinta. Stuttgart: Deutsche


Bibelgesellschaft., [s.d.]. Base de dados em Software Bíblico Logos, Versão
8.

FERREIRA; SILVA NETO & SILVEIRA (2022) 36


CADERNOS DE PESQUISA E EXTENSÃO DA UNIGAMA
SIMIAN-YOFRE, H. El desierto de los dioses. Teologia y Historia en el libro de
Oseas. Cordoba: El Almendro, 1993.

Feminine and Agricultural Metaphors in the Book of the Twelve. In: BODA,
M. J. et al. The Book of the Twelve and the New Form Criticism. Atlanta: SBL
Press, 2015, p. 37-61.

STUART, D. Hosea Jonah. Dallas: Word, Incorporated, 2002.

SWEENEY, M. A. The Twelve Prophets. Collegeville, MN: The Liturgical Press,


2000. v. 1.

TSUMURA, D. The First Book of Samuel. Grand Rapids, MI: Wm. B. Eerdmans
Publishing Co., 2007.

WOLFF, H. W. Hosea: A Commentary on the Book of the Prophet Hosea.


Philadelphia: Fortress Press, 1974.

FERREIRA; SILVA NETO & SILVEIRA (2022) 37

Você também pode gostar