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Aurélia Joaquim Matimbe

Fontes energéticas e Tipos de Fibras Musculares

Licenciatura em Ensino em Educação Física e Desporto

4º Ano Pós-laboral

Universidade Pedagógica de Maputo

Maio de 2021
Aurélia Joaquim Matimbe

Fontes energéticas e Tipos de Fibras Musculares

Licenciatura em Ensino de Educação Física e Desporto


4º Ano Pós-laboral

Tralho de pesquisa a ser apresentado na faculdade


de Faculdade de Educação Física e Desporto, na
disciplina de TCVS como forma de exigência
parcial de avaliação: Sob orientação do Mestre
Zulfikhar Chirida

Universidade Pedagógica de Maputo


Maio de 2021
Índice
Introdução........................................................................................................................................4

Objectivos:.......................................................................................................................................4

Objectivo Geral............................................................................................................................4

Objectivos Específicos.................................................................................................................4

Metodologia.....................................................................................................................................4

1. Fontes energéticas e Tipos de Fibras Musculares....................................................................5

1.1. Sistemas Energéticos.........................................................................................................5

1.1.1. Sistema Anaeróbia Aláctica.......................................................................................5

1.1.2. Sistema Anaeróbia Láctica........................................................................................5

1.1.3. Sistema Aeróbia.........................................................................................................7

2. Contributo, Potencia e capacidade dos diferentes sistemas energéticos em função da


duração do esforço.......................................................................................................................7

2.1. Potência.........................................................................................................................7

2.2. Capacidade....................................................................................................................8

2.3. Capacidade E Potência De Cada Sistema Energético...................................................8

3. Tipos de Fibras Musculares......................................................................................................8

3.1. Caracterização das fibras musculares...............................................................................9

3.1.1. Fibras de contração rápida.........................................................................................9

3.1.2. Fibras de contração lenta...........................................................................................9

3.1.3. Fibras de encolhimento intermediário.....................................................................10

4. Analise dos sistemas energéticos com as fibras musculares..................................................11

Conclusão......................................................................................................................................12

Bibliografia....................................................................................................................................13
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Introdução

O presente trabalho tem como tema, Fontes energéticas e Tipos de Fibras Musculares. Existem
se três sistemas energéticos em nosso organismo:1) O sistema ATP-CP, ou fosfagénio; 2) A
glicólise anaeróbia, ou sistema do ácido lático; 3) O sistema de oxigênio. O sistema ATP-CP
compreende o sistema presente em atividades intensas de pouca duração, ao passo que a glicólise
anaeróbia é ativada em exercícios de duração mais longa e na ausência de oxigênio (como a
musculação). Por fim, o sistema de oxigênio é proveniente da respiração aeróbica, mais utilizada
no dia-a-dia.

Objectivos:
Objectivo Geral
 Conhecer os sistemas energéticos e tipos de fibras musculares
Objectivos Específicos

 Identificar os sistemas energéticos,


 Caraterizar os sistemas energéticos e indicar a potencia e as capacidade de cada sistema,
 Identificar e caracterizar as fibras musculares

Metodologia
Para a realização desse trabalhou usou-se o método de pesquisa bibliográfica que consiste na
confrontação de diferentes bibliografias que versam sobre o tema.
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1. Fontes energéticas e Tipos de Fibras Musculares


1.1. Sistemas Energéticos
1.1.1. Sistema Anaeróbia Aláctica
O Sistema ATP- CP também denominado de via anaeróbia aláctica ou via dos fosfagénios
constitui o sistema energético mais simples e imediato de ressíntese de ATP, realizada através da
energia fornecida pela fosfocreatina (CP) existente nos músculos estriados e que pode durar até
cerca de 13 segundos, sem se verificar qualquer produção de ácido láctico (CORTESÃO, 2005.
p.15)

Em situações de esforço máximo, a CP é a fonte de energia mais rápida para a ressíntese do ATP
muscular. Contudo, a quantidade de CP que pode ser armazenada no músculo é muito pequena,
assegurando a continuidade do processo de contracção muscular apenas durante os primeiros
momentos desde o início da actividade (Idem, p.17)

Os sistemas ATP e PC podem proporcionar uma potência muscular máxima por um período
aproximado de 8 a 10 segundos O ATP necessário para a contração dos músculos nessas
atividades estará tão prontamente disponível porque esse processo de produção de energia requer
poucas reações químicas, e não requer, teoricamente, a presença de moléculas de oxigênio (O2),
estando o ATP e a PCr armazenados e disponíveis nos músculos para tal finalidade.
A molécula de CP é semelhante à molécula de ATP pelo facto de uma grande quantidade de
energia livre ser liberada quando é desfeita a ligação entre as moléculas de creatina e de fosfato.
Levando-se em conta que a CP produz mais energia livre durante a hidrólise do que o ATP, a
hidrólise de CP aciona a fosforilação do ADP. Se existir energia suficiente, a creatina (C) e o
fosfato (P) podem ser unidos para formar novamente CP. O mesmo acontece para o ATP
(CORTESÃO, 2005, p. 24)

1.1.2. Sistema Anaeróbia Láctica


A segunda via metabólica capaz de produzir rapidamente ATP, na ausência do oxigénio, é
designada de via glicolítica. Neste processo, o glicogénio armazenado no músculo é desdobrado
em glicose, que será então utilizada sob a forma de energia (Faustino, apud Cortesão, 2005). A
glicose (C6H12O6) provém da digestão dos hidratos de carbono e do glicogénio armazenado no
fígado e representa cerca de 99% do total de açúcares presentes no sangue.
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O processo de glicólise anaeróbia envolve a degradação incompleta de uma das substâncias


alimentares mais presentes nesse processo, que são os carboidratos, com a sua transformação em
compostos de açúcares simples – monossacarídeos, nesse caso, a glicose –, capazes de atuar na
ressíntese de ATP, produzindo energia livre para a realização da contração muscular e,
consequentemente, os movimentos. A glicose representa aproximadamente 99% de todos os
açúcares circulantes no sangue, sendo originária da digestão e da síntese dos carboidratos, que
também podem ser convertidos na forma de moléculas de glicogênio e armazenados no fígado e
nos músculos.
O glicogénio é sintetizado a partir da glicose, através de um processo designado de glicogénese.
Seguidamente, é armazenado no fígado ou nos músculos até que seja novamente necessário.
Sempre que necessário, este glicogénio pode funcionar como fonte de glicose para a obtenção de
energia a partir de um processo designado por glicogenólise (Cortesão, 2005, p.30)
A glicólise é um processo que envolve a desintegração rápida de uma molécula de glicose ou de
glicogénio, ao longo de 10 etapas (fermentação) em duas moléculas de ácido pirúvico. Porque
estas reacções ocorrem na ausência do oxigénio, são denominadas de anaeróbias. A este conjunto
de reacções químicas dá-se o nome de glicólise (McArdle et al., 1998).
O ácido pirúvico resultante da glicólise, pode ter dois destinos, consoante a presença ou não de
oxigénio. Na ausência de oxigénio, o NAD+ é continuamente libertado, à medida que os pares de
hidrogénio excessivos se combinam com o piruvato, numa reacção reversível catalisada pela
enzima Desidrogenase Láctica (LDH), formando-se assim o ácido láctico.

Segundo Guyton et al citado por Cortesão (1997), a formação de ácido láctico durante a glicólise
anaeróbia, permite a libertação de energia anaeróbia adicional. De facto, após a formação de
ácido láctico, este difunde-se rapidamente no sangue, permitindo que a glicólise prossiga por
mais tempo do que seria possível se o ácido pirúvico e o hidrogénio não fossem removidos do
meio da reacção. Assim, na ausência de oxigénio, a glicólise pode fornecer ao organismo
quantidades consideráveis de ATP.
Quando a pessoa começa novamente a respirar oxigénio, os átomos de H+ ligados e que se
acumulam são captados pelo NAD+ e acabam por ser oxidados resultando numa diminuição das
suas concentrações. Em consequência, a reacção química para a formação do ácido láctico sofre
reversão imediata e o ácido láctico é transformado em ácido pirúvico. Este, por sua vez, é
oxidado para fornecer mais energia às células.
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1.1.3. Sistema Aeróbia


A via oxidativa é descrita como sendo um processo mais complexo, mais lento e de maior
capacidade de formação de ATP das três vias energéticas, envolvendo o oxigénio nas suas
reacções metabólicas (Cortesão, 2005). Porque o oxigénio é usado, este é um processo aeróbio.
As reacções aeróbias proporcionam um importante estágio final para a transferência de energia,
particularmente se a duração do exercício vigoroso for superior a alguns minutos (McArdle et
al., 1998).
Em actividades com uma duração superior a dois minutos (na modalidade do Atletismo, em
provas com distâncias superiores a 800 metros), a via aeróbia é o sistema predominante no
fornecimento de energia (ibdem).
A produção oxidativa de ATP recorre à oxidação de nutrientes nas mitocôndrias para fornecer
energia, pelo que, substâncias derivadas dos hidratos de carbono, lípidos e proteínas, terminam
por se combinar com o oxigénio para libertar grandes quantidades de energia, utilizada na
produção de ATP
Tal como acontece com as gorduras, também as proteínas são capazes de fornecer energia para a
ressíntese de ATP durante a realização de actividade física (Brooks, 1987). No entanto, à
semelhança do que se verifica com o metabolismo das gorduras, a libertação da energia a partir
das proteínas é também muito lenta. Aliás, os metabolismos das proteínas são o mais lento e
menos económico de todos os métodos de ressíntese do ATP.

2. Contributo, Potencia e capacidade dos diferentes sistemas energéticos em função da


duração do esforço.
Cada tipo de resistência tem como suporte um determinado sistema energético, assim como cada
sistema energético tem uma determinada capacidade relativa para produzir energia e também
uma capacidade máxima, ou seja, a potência máxima para produzir energia. Baseados na
utilização relativa e absoluta (máxima) dos sistemas energéticos, poderemos subdividir a
resistência aeróbia e anaeróbia em potência e capacidade desses mesmos sistemas.
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2.1. Potência
A Potência representa a máxima quantidade de energia que um determinado sistema energético
consegue produzir na unidade de tempo. Logo está dependente do fator qualitativo do sistema
energético (intensidade).
2.2. Capacidade
“A capacidade é determinada pelo tempo durante o qual o sistema energético em questão
consegue funcionar” (Andrivet/Chignon/Leclerq, 1995). Portanto, está dependente da capacidade
quantitativa que o sistema energético tem para produzir energia.
Façamos de conta que podemos alojar a nossa capacidade para produzir energia dentro de um
reservatório (ver imagem). Se formos utilizando essa disponibilidade para produzir energia de
forma controlada (lentamente), então essa energia vai ter uma grande durabilidade. Desta forma,
falamos da CAPACIDADE que o Sistema Energético tem para produzir energia. Mas, se por
outro lado, quisermos utilizar essa energia de forma mais rápida, solicitando o sistema para
produzir a máxima energia na unidade de tempo, então falamos da POTÊNCIA que um Sistema
Energético tem para produzir energia.
2.3. Capacidade E Potência De Cada Sistema Energético
Sistema Anaeróbio Alético
Potência Alética: esforços máximos até 6/7s (saltos, lançamentos e cerca de 60m);
Capacidade Alética: esforços máximos superiores a 6/7s até cerca 20s (150/200m)
Sistema Anaeróbio Lático
Potência Lática: esforços máximos entre 20/25s até cerca de 45/60s (200/250m para jovens e 300
e 400m para adultos);
Capacidade Lática: esforços máximos superiores a 60s até 3/4’ (800 e 1500m);
Sistema Aeróbio
Potência Aeróbia: esforços máximos superiores 4/5’ até cerca de 8/10’ (exemplos, 1500m
jovens, 2.000 a 3.000m adultos).
Capacidade Aeróbia: esforços máximos com duração superior 10/13’

3. Tipos de Fibras Musculares


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Uma fibra muscular é a célula do tecido muscular. Os músculos são formados pela união dessas
células que constituem unidades contráteis cuja função é fornecer-lhes a capacidade de se mover.
As fibras musculares são divididas em 3 tipos: lentas ou vermelhas, intermediárias e rápidas ou
brancas. Eles também são chamados de tipo I, tipo IIA e tipo IIB, respectivamente.
Os músculos são constituídos por uma variedade de tipos de fibras em sua composição. Mas em
proporção à utilidade do músculo. Por exemplo, os músculos posturais têm mais fibras de
contração lenta, enquanto os músculos de força e velocidade têm mais fibras de contração rápida.
Existem diversos fatores que determinam a quantidade dessas fibras, um deles é a genética.
Porém, não devemos nos esquecer de fatores como a capacidade do indivíduo de se adaptar ao
treinamento.
Um tipo de fibra não pode ser convertido em outro, só podemos adaptar essas fibras a um
determinado treinamento.
3.1. Caracterização das fibras musculares
3.1.1. Fibras de contração rápida
As fibras de contração rápida também são chamadas de tipo IIB ou brancas. Esses tipos de fibras
são ativados quando realizamos exercícios anaeróbios, ou seja, de alta intensidade e curta
duração.
 Elas são capazes de gerar muita energia em um curto período de tempo.
 Elas têm cada vez menos mitocôndrias no citoplasma.
 Elas têm um número maior de miofibrilas de diâmetro, portanto, geram maior força.
 Elas são pouco vascularizados, pois não precisam de oxigênio para obter energia.
 Elas se cansam rapidamente, pois o sistema de energia anaeróbica se esgota
imediatamente.
 Sua principal fonte de energia é glicolítica.

3.1.2. Fibras de contração lenta


As fibras de contração lenta também são chamadas de tipo I ou vermelhas. Esses tipos de fibras
são ativados quando realizamos exercícios aeróbicos, ou seja, de média intensidade e longa
duração.
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A atividade enzimática da miosina não é tão elevada, já que usa oxigênio e outros tipos de
nutrientes como rota de energia.
 Possuem maior número e quantidade de mitocôndrias no citoplasma.
 Sua vascularidade é alta, devido à necessidade de oxigênio.
 Você fica menos cansado, pois suas fontes de energia não se esgotam facilmente:
glicose e gordura.
 A contração é lenta e não tem tanta força quanto a contração rápida.
 Sua cor vermelha se deve à quantidade de mioglobina e capilares sanguíneos que
possui.
3.1.3. Fibras de encolhimento intermediário
As fibras de contração intermediária, também chamadas de tipo IIA, possuem qualidades
intermediárias entre as rápidas e as lentas
 O diâmetro é intermediário.
 Eles também têm uma tonalidade vermelha.
 Eles são capazes de se contrair em um ritmo rápido.
 Eles têm uma resistência moderadamente alta à fadiga.
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Sistemas Energéticos

Sistemas Intensidade Duração Capacidade Substratos Vias Densidade Frequência Fibra


Energéticos física Energéticos Metabólica Muscular
s

Anaeróbico 90-100% 1-3 Seg. Velocidade Fosfagénio Proteínas 4-5 Minutos 72 Horas Tipo IIB
Aléctico
4-9 Seg. Creatina (Brancas)

10-20seg Proteína

Anaeróbico 80-90% 20-90 Seg. Velocidade Glicógeno Genolises 2-4 Minutos 48 Horas Tipo II A
Láctico
90-120 (Branco
Seg. Intermedio)

2-4
Minutos

Aeróbico 60-80% 5-20 Resistência Glucose Lipolises 30-120 24 Horas Tipo I


Minutos Segundos
Grassas Vermelhos
20-60
Minutos

+ 60
Minutos
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4. Analise dos sistemas energéticos com as fibras musculares


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Conclusão

No sistema Anaeróbico Aláctico ou ATP-CP a produção de energia dá-se a partir da utilização


dos estoques de um composto armazenado dentro das células musculares, a creatina-fosfato ou
CP, que aumenta na proporção direta do aumento da massa muscular, e sustenta principalmente
as atividades de alta intensidade e curta duração.

No sistema Anaeróbico Láctico a produção de energia decorrente da transformação da glicose


até ácido láctico, sem utilização do oxigênio, na dependência da atividade de enzimas que são
ativadas também pela solicitação de exercícios mais intensos, porém com competência para
prolongar um pouco mais a duração da atividade. No sistema Aeróbico:  Produção de energia
pela queima dos substratos energéticos com oxigênio, finalizando o processo pela formação de
gás carbônico (CO2) e água, com grande produção de energia
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Bibliografia

CORTESÃO, Mónica Isabel Pessoa. Importância Da Recuperação Em Esforços De


Características Lácticas, Coimbra, 2005
Fisiologia do exercício. – Brasília: Fundação Vale, UNESCO, 2013.
Araújo, C. G. Teste de Esforço e Prescrição do Exercício. Manual do ACSM para Teste de
Esforço e Prescrição do Exercício (5ª Ed). Rio de Janeiro. 2000

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