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Pedagogia de Freinet

Todos os dias, Freinet anotava o que ouvia dos alunos,


registrava as observações, os comportamentos,
dificuldades e sucessos. Foi descobrindo então, o
universo das individualidades.

Começou a questionar a eficiência das normas rígidas:


filas, horários, programas oficiais. Ficou claro que o
interesse das crianças estava fora da sala de aula.

Como não havia nada que interessasse as crianças na


sala de aula, Freinet aplicou o método da aula-passeio,
que seria passear com as crianças. Mas isso foi
tomando outra forma e acontecendo duas coisas:

1. A descoberta das crianças (Aula das descobertas)


2. O professor tornava amigo das crianças (mudança
da relação professor-aluno).
Na volta dos passeios, cada um queria contar o que viu,
o que trouxe nos bolsos e lembrar o fato ocorrido. Freinet
criticava os livros exigidos pelo currículo escolar, pois as
frases escritas nos livros não tinham ligação com a vida
das crianças, a partir daí, Freinet sentiu que tinha que
buscar uma nova técnica aprendizagem de leitura.
A impressora trazida por Freinet na sala de aula
(imprensa escolar), durante a década de 20, mostrou
que as crianças poderiam acompanhar a criações
tecnológicas que existem. Então, começando a
trabalhar com a impressora, as crianças se
interessaram muito, e perceberam que, elas que
tinham feito uma frase, essa frase foi escolhida,
trabalhada, bem feita. E essa frase foi trabalhada com
os tipos, umas caixinhas que o Freinet inventou,
caixinhas pequenas, onde eram colocados os tipos pra
formar a frase, e depois, imprimir.

Freinet pensava em como as coisas escritas pelas


crianças poderiam sair e ir a algum lugar. Então,
trazendo a impressora, e as crianças começando a
trabalhar com a impressora, começando a produzir
folhas com textos, poemas curtos, com isso, Freinet
ficou entusiasmado, ele pensou o que poderiam ser
feitos com esses textos. A partir daí, ele pensou que os
textos produzidos pelas crianças poderiam ser
mandados para os pais verem, e os pais começaram a
ver. Mas, ao invés de irem textos soltos, Freinet já veio
com a ideia de juntar os textos por semana, ou por
mês, e fizesse tudo junto como um jornal, e em
seguida, mandar esse jornal para a família.
A partir daí, as crianças começaram a preparar o
jornal para a família ler com todo entusiasmo. E daí,
Freinet começou a pensar se seria suficiente mandar
somente para a família ou cidade, foi aí que ele teve a
ideia de mandar o jornal para as outras pessoas.

Quando Freinet começou a usar a imprensa na classe,


ele escreveu artigos de revistas de educação sobre a
imprensa na classe. Com a divulgação desses artigos,
os professores leram e ficaram entusiasmados com a
técnica, de tal maneira que, alguns meses depois,
tiveram o congresso de professores que usavam a
imprensa na classe. Todos os professores do Congresso
conversavam sobre o estilo de Freinet e este escutava
sobre a sua prática, para um ajudarem o outro. Esse
primeiro encontro sobre a imprensa na classe foi muito
importante e os professores começaram a implantar
cada um a sua maneira.

Um professor do norte da França teve a ideia de mandar


um texto bonito escrito pelas próprias crianças, então
esse professor pensou o que poderia ser feito com esse
texto, logo em seguida, teve ideia de mandar esse texto
com o envelope para o professor que teve a ideia da
imprensa na classe, no caso, Freinet.
Quando Freinet abriu este envelope, ele leu para as
crianças o texto produzido pelos alunos da França, e
uma das crianças leu o texto sobre as papoulas. Quando
acabou a leitura desse texto, os alunos olharam e
acharam lindo. Então, Freinet pensou o que poderia ser
feito, a partir daí, as crianças pensaram em fazer um
texto e mandar para o professor do norte da França
(correspondência escolar).

Quando Freinet voltava dos passeios com as crianças,


escreviam juntos frases do que tinham acontecido. As
crianças liam, comentavam, acrescentavam
observações, corrigiam juntos e copiavam os textos em
seus cadernos. A leitura e a escrita eram feitas com
entusiasmo, o assunto interessava e apaixonava as
crianças.

Segundo Freinet, a criança precisa escrever o que ela


quer, como ela quer, do modo que ela quiser: seja
fazendo poesia, desenho, do jeito que a criança quiser,
mas precisa ser livre. O texto livre consiste no texto
produzido pelas próprias crianças, onde elas podem se
expressarem livremente por meio de palavras e
desenhos.
Freinet pensava em como juntar os textos escritos pelas
crianças com os manuais escritos e vendidos para as
escolas, só que essa junção era impossível de ser
realizada. Então, as crianças começaram a fazer suas
próprias cartilhas, com as frases que eles gostavam,
sobre o que conheciam na vida. Eram frases que iam
montando as cartilhas.

Como aconteciam muitas coisas e tinham coisas


importantes que não podiam se perder, então, apareceu
a ideia de escrever o que aconteceu durante o dia (livro
da vida). No final do dia, as crianças, antes de irem
embora, tem 15 minutos para escreverem o livro da
vida. Elas tinham que registrar o acontecimento
importante do dia.

Freinet acreditava que a inteligência, a acuidade


científica e muitas outras qualidades não podem ser
cultivados apenas através das ideias, mas também
pela criação livre.

Freinet criou o sentido de instrumentos e técnicas para


que as crianças aprendessem (educação do trabalho),
porque é indissociável ter a teoria e a prática. O
principal, para Freinet, era como fazer com que o
conhecimento das aulas expositivas se torne em algo
concreto.

Freinet criticava também o tempo de estudo da criança


que era maior. Então, Freinet cria o tempo livre, pois ele
acredita que a criança tem que ter o tempo de brincar e
de ser criança.

Freinet entendeu que não eram suficientes dar


conselhos técnicos para outras pessoas. Então, ele
decidiu criar um conjunto de princípios (invariantes
pedagógicas) que não variam onde serem aplicados,
seja na França, no Japão, no Brasil etc.

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