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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA

A POLITÉCNICA
ESCOLA SUPERIOR DE ESTUDOS SUPERIORES DE NAMPULA – ESEUNA

LICENCIATURA EM PSICOLOGIA CLINICA

DESENVOLVIMENTO PSICOSOCIAL DE ERIK ERICKSON

ANA PAULA
CLARA JOSÉ
JOANA MÁRIO
LÍDIA MANHIQUE
MAUÁ SANDRINE
NÁZIA ABDUL MUSSA

Nampula
2020
ANA PAULA
CLARA JOSÉ
JOANA MÁRIO
LÍDIA MANHIQUE

MAUÁ SANDRINE
NÁZIA ABDUL MUSSA

Trabalho de caracter avaliativo a ser


apresentado em seminário na
Universidade Politécnica no curso de
Licenciatura em Psicologia clínica 2o
ano, Cadeira de Psicologia do
desenvolvimento, ministrado pelo
docente da cadeira Celiano...

Nampula
2020
Desenvolvimento sicosocial de Erik Erickson

Quem foi Erik Erickson

Erik Homburger Erikson, nascido Erik Salomonsen, nasceu em 15 de junho de 1902 e


faleceu em 12 de Maio de 1994. Foi um psicólogo do desenvolvimento americano,
nascido alemão, e psicanalista conhecido por sua teoria sobre o desenvolvimento
psicossocial dos seres humanos. Ele ficou famoso por cunhar o termo crise de
identidade. Seu filho, Kai T. Erikson, é um notável sociólogo americano.

Erikson foi professor em instituições de destaque, como Harvard e Yale. Em 2002 foi
considerado o 12º psicólogo mais citado do século pela Review of General
Psychology, revista científica da American Psychological Association.

A mãe de Erikson, Karla Abrahamsen, veio de uma proeminente família judaica em


Copenhagen, Dinamarca. Ela era casada com Valdemar Isidor Salomonsen, mas tinha
se afastado dele vários meses antes de Erik ser concebido. Pouco se sabe sobre o pai
biológico de Erik exceto que ele era um gentio dinamarquês. Ao descobrir a gravidez,
Karla fugiu para Frankfurt , Alemanha , onde Erik nasceu em 15 de junho de 1902. Em
1905 ela se casou com o pediatra de Erik, Theodor Homberger. Em 1908, o nome de
Erik Salomonsen foi mudado para Erik Homberger, e em 1911 Erik foi oficialmente
adotado por seu padrasto.

O desenvolvimento da identidade parece ter sido uma das maiores preocupações de


Erikson em sua própria vida, bem como em sua teoria. Quando adulto, ele escreveu
sobre sua adolescência e sua “confusão de identidade”. “Minha confusão de
identidade”, escreveu ele, era às vezes “a fronteira entre a neurose e a psicose
adolescente”.

Durante sua infância e início da idade adulta, ele era conhecido como Erik
Homberger, e seus pais mantiveram os detalhes de seu nascimento em segredo. Ele
era um rapaz alto, loiro, de olhos azuis, que foi criado na religião judaica.

Seus principais interesses eram arte, história e línguas, mas faltava-lhe o interesse na
escola e formou-se sem distinção acadêmica. Após a formatura, em vez de
frequentar a escola médica, como seu padrasto desejava, frequentou a escola de
arte em Munique , mas logo desistiu.

Quando Erikson tinha vinte e cinco anos, seu amigo Peter Blos convidou-o a Viena
para ser tutor da arte para crianças cujos pais ricos foram submetidos a psicanálise
da filha de Sigmund Freud, Anna Freud.

Anna notou a sensibilidade de Erikson com as crianças na escola e encorajou-o a


estudar psicanálise no Instituto Psicanalítico de Viena, onde os analistas
proeminentes August Aichhorn, Heinz Hartmann e Paul Federn estavam entre
aqueles que supervisionavam os estudos teóricos. Especializou-se em análise de
crianças e foi submetido a uma análise de treinamento com Anna Freud.

Em 1931 Erikson casou-se com Joan Mowat Serson, uma dançarina e artista
canadense. Durante seu casamento Erikson se converteu ao cristianismo.

Em 1933, com a ascensão de Hitler ao poder na Alemanha, a queima de livros de


Freud em Berlim e o potencial Nazista ameaçando a Áustria, os Eriksons deixaram
uma Vienna e partiram para os Estados Unidos, onde a cidadania não seria um
problema.

Nos EUA, Erikson se tornou o primeiro psicanalista infantil em Boston e ocupou


cargos no Massachusetts General Hospital e em Harvard, estabelecendo uma
reputação singular como clínico.

Em 1936, Erikson deixou Harvard e juntou-se a equipe da Universidade de Yale, onde


trabalhou no Instituto de Relações Humanas e lecionou na Faculdade de Medicina.
Enquanto em Yale, ele se tornou um cidadão naturalizado dos Estados Unidos e
mudou o sobrenome de sua família de “Homburger” para “Erikson.”

Erikson continuou a aprofundar o seu interesse em áreas além da psicanálise e a


explorar as ligações entre a psicologia e antropologia. Ele fez importantes contatos
com antropólogos como Margaret Mead, Gregory Bateson e Ruth Benedict, e esses
contatos, por sua vez, levaram-o a uma excursão em 1938, que iria se provar
significativa no desenvolvimento de seu pensamento; ele foi convidado para
observar a educação das crianças dos nativos Sioux na reserva indígena de Pine
Ridge, em Dakota do Sul.

Em 1939 ele deixou Yale, e os Eriksons se mudaram para a Califórnia. Em San


Francisco, abriu uma clínica privada de psicanálise infantil.

Em 1950, após a publicação do livro Infância e Sociedade, pelo qual ele é mais
conhecido, Erikson deixou a Universidade da Califórnia. De 1951 a 1960 ele trabalhou
e ensinou na Austen Riggs Center, uma instalação de tratamento psiquiátrico de
destaque em Massachusetts, onde trabalhou com jovens emocionalmente
perturbados. Durante este tempo ele também atuou como professor na
Universidade de Pittsburgh, onde trabalhou com Benjamin Spock e Fred Rogers.

Ele voltou a Harvard em 1960 como professor de desenvolvimento humano e lá


permaneceu até sua aposentadoria em 19

Desenvolvimento humano

Desenvolvimento humano processo de ampliação das escolhas das pessoas para


que elas tenham capacidades e oportunidades para serem aquilo que desejam ser.

Desenvolvimento psicossocial

O desenvolvimento psicossocial acontece porque o ser humano é um sistema


aberto, está em constante interacção dinâmica com o meio ambiente. Actualmente
considera-se errada a oposição estanque entre o biológico e o social pois a dinâmica
entre o organismo e o meio é uma realidade.

O DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL DE ERIK ERICKSON

A teoria do desenvolvimento psicossocial de Erik Erikson prediz que o crescimento


psicológico ocorre através de estágios e fases, não ocorre ao acaso e depende da
interação da pessoa com o meio que a rodeia. Cada estágio é atravessado por uma
crise psicossocial entre uma vertente positiva e uma vertente negativa.
As duas vertentes são necessárias, mas é essencial que se sobreponha a positiva. A
forma como cada crise é ultrapassada ao longo de todos os estágios influenciará a
capacidade para se resolverem conflitos inerentes à vida.

Erik Erikson desenvolveu, na segunda metade do século XX, uma das teorias mais
populares e influentes do desenvolvimento: o desenvolvimento psicossocial.

Erikson, assim como Sigmund Freud, acreditava que a personalidade se desenvolvia


em uma série de etapas. A diferença fundamental é que Freud baseou sua teoria do
desenvolvimento de uma série de etapas psicossexuais. Por sua vez, Erikson se
concentrou no desenvolvimento psicossocial. Erikson estava interessado em como a
interação e as relações sociais desempenhavam um papel no desenvolvimento e
crescimento dos seres humanos. “Os conflitos de um homem representam o que ele
‘realmente’ é”.-Erik Erikson –

Erikson propôs que as pessoas vivenciam, em cada etapa, um conflito que serve como
ponto de inflexão no desenvolvimento, como um estímulo para a evolução. Esses
conflitos se concentram em desenvolver uma qualidade psicológica ou não
desenvolver essa qualidade. Durante a etapa, o potencial de crescimento pessoal é
alto, mas o potencial de fracasso também.

Assim, se as pessoas enfrentarem com sucesso o conflito, superam esse estágio com
forças psicológicas que lhes servirão para o resto de suas vidas. Mas se, pelo contrário,
não conseguirem superar esses conflitos de forma eficaz, podem não desenvolver as

habilidades essenciais necessárias para enfrentar com sucesso os desafios das etapas
seguintes.

Erikson também afirmou que um senso de competência motiva comportamentos e


ações. Dessa forma, cada etapa da teoria do desenvolvimento psicossocial de Erikson
refere-se a se tornar competente em uma área da vida. Portanto, se a etapa for bem
administrada, a pessoa terá um senso de domínio, mas se a etapa for mal
administrada, a pessoa ficará com uma sensação de insuficiência nesse aspecto do
desenvolvimento.
As etapas do desenvolvimento psicossocial de Erikson

Etapa 1. Confiança vs Desconfiança (0 a 18 meses)

Na primeira das etapas dos estágios de desenvolvimento psicossocial de Erikson, as


crianças aprendem a confiar -ou não confiar- nos outros. A confiança tem muito a ver
com o apego, o gerenciamento dos relacionamentos e a medida em que a criança
espera que os outros atendam às suas necessidades. Como o bebê é totalmente
dependente, o desenvolvimento da confiança se baseia na confiabilidade e qualidade
dos cuidadores da criança, especialmente da mãe.

Se os pais expõem a criança a um relacionamento de afeto no qual a confiança


prevalece, é provável que a criança também adote essa posição diante do mundo. Se
os pais não fornecem

um ambiente seguro e não atendem às necessidades básicas da criança,


provavelmente aprenderão a não esperar nada dos outros. O desenvolvimento da
desconfiança pode levar a sentimentos de frustração, suspeita ou insensibilidade pelo
que acontece em um ambiente do qual esperam pouco ou nada.

Etapa 2. Autonomia vs Vergonha (18 meses-3 anos)

Na segunda das etapas do desenvolvimento psicossocial de Erikson, as crianças


adquirem um certo grau de controle sobre o corpo, o que, por sua vez, faz com que
sua autonomia cresça. Ao conseguirem concluir com êxito as tarefas por conta própria,
adquirem um senso de independência e autonomia. Assim, ao permitir que as crianças
tomem decisões e ganhem controle, os pais e cuidadores podem ajudá-las a
desenvolver um senso de autonomia.

As crianças que completam com sucesso esta fase geralmente têm uma autoestima
saudável e forte, enquanto aquelas que não o fazem geralmente têm a sensação de
andar sobre um solo muito instável: elas mesmas (seu próprio apoio). Erikson
acreditava que alcançar um equilíbrio entre autonomia, vergonha e dúvida levaria à
vontade, que é a crença de que as crianças podem agir com intenção, dentro da razão
e dos limites.
Etapa 3. Iniciativa vs Culpa (3-5 anos)

Na terceira etapa proposta por Erikson, as crianças começam a fortalecer seu poder e
controle sobre o mundo através do brincar, um marco de valor incalculável para as
interações sociais. Quando alcançam um equilíbrio ideal de iniciativa individual e
vontade de trabalhar com os outros, surge a qualidade do ego conhecida como
propósito.

As crianças que são bem-sucedidas nessa etapa se sentem capazes e confiantes em


guiar os outros. Aqueles que não conseguem adquirir essas habilidades provavelmente
ficam com um sentimento de culpa, dúvidas e falta de iniciativa.

A culpa é boa no sentido em que demonstra a capacidade das crianças de reconhecer


quando fizeram algo errado. No entanto, a culpa excessiva e imerecida pode fazer com
que a criança descarte os desafios por não se sentir capaz de enfrentá-los: o
sentimento de culpa não deixa de ser um dos nutrientes mais ricos do medo.

Etapa 4. Perseverança vs Inferioridade (5-13 anos)

As crianças começam a realizar tarefas mais complicadas; seu cérebro atinge um alto
grau de maturidade, o que lhes permite começar a lidar com abstrações. Também
podem reconhecer suas habilidades, bem como as habilidades de seus companheiros.
De fato, as crianças muitas vezes insistem que lhes sejam dadas tarefas mais
desafiadoras e exigentes. Quando atingem essas tarefas, esperam obter um
reconhecimento associado.

O sucesso na busca por um equilíbrio neste estágio do desenvolvimento psicossocial


nos leva a falar sobre competência: as crianças desenvolvem uma confiança em suas
habilidades para lidar com as tarefas que lhes são apresentadas. Outra conquista
importante é que começam a calibrar de forma mais realista os desafios que estão
preparados para enfrentar e os que não estão.

Se algumas crianças não podem ter um desempenho tão bom quanto desejam, muitas
vezes a sensação de inferioridade aparece. Se esse eco de inferioridade não for tratado
adequadamente e a criança não receber ajuda para o gerenciamento emocional de
seus fracassos, pode optar por descartar qualquer tarefa que seja difícil por medo de
reviver esse sentimento. Por isso, é tão importante considerar o esforço da criança ao
avaliar uma tarefa, separando-a do resultado objetivo.

Etapa 5. Identidade vs Disseminação de Identidade (13 a 21 anos)

Nesta fase das etapas de Erikson, as crianças se tornam adolescentes. Encontram sua
identidade sexual e começam a projetar uma imagem daquela pessoa futura com
quem querem se parecer. À medida que crescem, tentam encontrar seus propósitos e
papéis na sociedade, além de solidificar sua identidade única.

Nesta etapa, os jovens também devem tentar discernir quais atividades são
apropriadas para sua idade e quais são consideradas ‘infantis’. Precisam encontrar um
compromisso entre o que esperam de si mesmos e o que o seu ambiente espera deles.
Para Erikson, concluir esta etapa com sucesso significa concluir a construção de uma
base sólida e saudável para a vida adulta.

Etapa 6. Intimidade vs Isolamento (21-39 anos)

Nesta etapa do desenvolvimento psicossocial de Erikson, os adolescentes se tornam


adultos jovens. No começo, a confusão entre identidade e papel está chegando ao fim.
Em adultos jovens, ainda é uma prioridade importante responder aos desejos do
ambiente e, dessa forma, se “encaixar”. No entanto, é também uma etapa em que
começam a ser traçadas determinadas linhas vermelhas de forma autônoma: aspectos
que a pessoa não estará disposta a sacrificar para agradar a alguém.

Uma vez que as pessoas tenham estabelecido suas identidades, estão prontas para
assumir compromissos de longo prazo com os outros. Tornam-se capazes de formar
relacionamentos íntimos e recíprocos, e de boa vontade fazem os sacrifícios e
compromissos que tais relacionamentos requerem. Se as pessoas não conseguem
formar esses relacionamentos íntimos, uma sensação de isolamento indesejado pode
aparecer, despertando sentimentos de escuridão e angústia.
Se durante esta fase as pessoas não encontrarem um parceiro, podem se sentir
isoladas ou sozinhas. O isolamento pode criar inseguranças e um sentimento de
inferioridade, já que as pessoas podem pensar que há algo de errado com elas. Podem
acreditar que não são bons o suficiente para outras pessoas, e isso pode levar a
tendências autodestrutivas.

Etapa 7. Generatividade vs Estagnação (40-65 anos)

Durante a vida adulta, continuamos a construir nossas vidas com foco em nossa
carreira e nossa família. Generatividade significa cuidar de pessoas além de seus entes
queridos diretos. À medida que as pessoas entram na era da “meia-idade” de suas
vidas, o escopo de sua visão se estende de seu ambiente direto, que inclui a si mesmo
e sua família, para uma imagem mais ampla e completa que engloba a sociedade e seu
legado.

Nessa etapa, as pessoas reconhecem que a vida não é apenas sobre si mesmas.
Através de suas ações, esperam fazer contribuições que se tornem um legado. Quando
alguém alcança esse objetivo, recebe uma sensação de conquista. No entanto, se não
acha que contribuiu para o panorama geral, pode pensar que não fez ou não está
capacitado para fazer algo significativo.

A generatividade não é necessária para os adultos viverem. No entanto, a falta dela


pode privar uma pessoa de um maior senso de realização.

Estágio 8. Integridade do ego vs Desespero (65 anos ou mais)

Na última etapa dos estágios propostos por Erikson, as pessoas podem escolher
desespero ou integridade. Vamos pensar que o envelhecimento é, em grande parte,
um acúmulo de perdas que exigem compensação. Por outro lado, há um sentimento
de que ficou mais tempo para trás do que está por vir.

Deste olhar para o passado pode nascer o desespero e a nostalgia em forma de neblina
ou, pelo contrário, a sensação de que as pegadas deixadas, o compartilhado e o
alcançado valeram a pena. Um olhar ou outro marcará de alguma forma o que a
pessoa espera do futuro e do presente.

As pessoas que alcançam uma visão integral de suas vidas não têm problemas quando
se trata de se reconciliar com aquela pessoa do passado com quem talvez, em algum
momento, não soubessem como conviver. Reafirmam o valor de sua existência e
reconhecem sua importância, não só para si mesmos, mas também para os outros.

Importância da teoria psicosocial

Um dos pontos fortes da teoria psicossocial é que ela fornece uma estrutura ampla a
partir da qual se pode ver o desenvolvimento ao longo de toda a vida. Também nos
permite enfatizar a natureza social dos seres humanos e a importante influência que as
relações sociais têm no desenvolvimento.
BIBLIOGRAFIA:

• ERIKSON, E. H. Identidade, Juventude e Crise. Rio de Janeiro: Zahar editores,

1976.

• ERIKSON, E. H. Infância e Sociedade. 2ª ed. Rio de Janeiro: Zahar editores, 1987.

• ERIKSON, E. H. e ERIKSON, J. O ciclo da vida completo. Porto Alegre: Artes

Médicas, 1998.

• HALL, C. et. Alli. Teorias da Personalidade. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

• RABELLO, E. T. Personalidade: estrutura, dinâmica e formação – um recorte

eriksoniano. Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Fundação Oswaldo

Cruz, Rio de Janeiro 2001. (monografia)

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