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Número 131
BOLETIM DA REPÚBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P. todas as convenções e declarações que promovam os direitos
de todos os cidadãos, incluindo aqueles com deficiência e/ou
AVISO com necessidades educativas especiais, razão pela qual o nosso
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve ser país tem políticas e leis que defendem o direito à educação
remetida em cópia devidamente autenticada, uma por cada a todos os cidadãos.
assunto, donde conste, além das indicações necessárias para O censo populacional de 2017 revelou que existem 39.770
esse efeito, o averbamento seguinte, assinado e autenticado: Crianças com Deficiência (CcD) com idade compreendida entre
Para publicação no «Boletim da República». 0 e 4 anos e 215.710 Pessoas com Deficiência (PcD) com idades
entre 5 e 24 anos (INE, 2019), das quais 76.843, cerca de 35,6%,
estão abrangidas pelo sistema educativo moçambicano (DIPLAC,
2019).
SUMÁRIO A presente Estratégia da Educação Inclusiva e Desenvolvimento
da Criança com Deficiência (EEIDCD) 2020-2029 foi concebida
Conselho de Ministros:
para elevar o acesso e a retenção de alunos com deficiência e/
Resolução n.º 40/2020: /ou com Necessidades Educativas Especiais (NEE), no sistema
educativo moçambicano, servir de instrumento orientador para o
Aprova a Estratégia da Educação Inclusiva e Desenvolvimento
sector da Educação e Desenvolvimento Humano, tendo em vista
da Criança com Deficiência 2020-2029. assegurar o sucesso da inclusão escolar de todas as pessoas com
deficiência e/ou com NEE, em cumprimento do plasmado na
Constituição da República de Moçambique e na Agenda 2030
CONSELHO DE MINISTROS para o Desenvolvimento Sustentável (objectivo n.º 4), “assegurar
a educação inclusiva e equitativa de qualidade e promover
Resolução n.º 40/2020 oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”.
Esta estratégia resulta da observação das barreiras ao acesso
de 10 de Julho
à educação e aos serviços sociais essenciais e das condições em
Havendo necessidade de assegurar a coordenação que as crianças, jovens e adultos com deficiência e/ou com NEE
da intervenção intersectorial para o desenvolvimento integral se enquadram no Processo de Ensino-Aprendizagem (PEA).
de crianças e jovens com necessidades educativas especiais, Assim, tendo em conta as necessidades da provisão de serviços
em geral e com deficiência em especial, com vista à promoção especializados multidisciplinares articulados, perspectiva-se uma
do desenvolvimento humano inclusivo preconizado nos acção multissectorial que permita o diagnóstico, a intervenção
Objectivos do Desenvolvimento Sustentável, em conformidade e a orientação precoces de crianças com deficiência e/ou em
com a Lei n.º 18/2018, de 28 de Dezembro, Lei do Sistema situações de risco grave, a fim de rectificar ou minimizar os
Nacional de Educação, ao abrigo do disposto na alínea f) efeitos negativos decorrentes das suas diferenças acentuadas
do n.º 1 do artigo 203 da Constituição da República, o Conselho de desenvolvimento, atempadamente, para a promoção da sua
de Ministros determina: inclusão social efectiva desde o seu nascimento e ao longo da vida.
Artigo 1. É aprovada a Estratégia da Educação Inclusiva Para o efeito, várias referências fornecem informações
e Desenvolvimento da Criança com Deficiência 2020-2029, relevantes sobre instrumentos orientadores para a materialização
em anexo, que é parte integrante da presente Resolução. da implementação da presente estratégia, privilegiando-se
Art. 2. A presente Resolução entra em vigor na data da sua diversas parcerias, inclusive com a Sociedade Civil através
publicação. de acções coordenadas.
Aprovada pelo Conselho de Ministros, aos 2 de Junho O presente instrumento fornece directrizes para implementar
de 2020. uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade para todos,
respeitando a especificidade de cada um, rumo ao alcance
Publique-se. do desenvolvimento, do bem-estar e da plena inclusão social.
O Primeiro Ministro, Carlos Agostinho do Rosário.
1. Introdução
Estratégia da Educação Inclusiva e Desenvolvimento A Estratégia da Educação Inclusiva e Desenvolvimento
da Criança Com Deficiência 2020-2029 da Criança com Deficiência (EEIDCD) 2020-2029 é um
instrumento que visa orientar e desenvolver a implementação
Sumário Executivo
de educação inclusiva em Moçambique, tomando em consideração
A Constituição da República de Moçambique, desde 1975, a realidade e a contínua participação dos diferentes serviços
tem indicado orientação pertinente para a conjugação de sociais no processo inclusão. Ela assenta nas evidências sobre
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a realidade actual da educação das pessoas com deficiência e/ou Neste contexto, em 1999, através da Resolução n.º 20/99,
com Necessidades Educativas Especiais (NEE) em Moçambique, de 23 de Junho, foi aprovada a Política sobre a Pessoa Portadora
baseada nos diferentes contextos e perspectivas. de Deficiência, que atribuiu ao Ministério da Educação
Este instrumento de trabalho revela-se pertinente visto a responsabilidade de garantir o acesso e a integração da criança
que irá definir as principais áreas estratégicas e as respectivas e jovem com deficiência e/ou com NEE na escola em condições
acções em que o sector que superintende a área da educação irá apropriadas e adequadas. A implementação desta Política garantiu
operar, incluindo as acções cuja implementação é coordenada uma integração de 74.338 de pessoas com deficiência e/ou NEE
com os sectores afins, nomeadamente saúde, acção social, ensino no sistema educativo (MINED-DEE, 2012).
superior, desporto, justiça, trabalho, infraestruturas, defesa Em 2008, foi aprovado, através do Decreto n.º 53/2008,
e segurança. de 30 de Dezembro, o Regulamento de Construção e Manutenção
A elaboração desta estratégia resultou da observação directa dos Dispositivos Técnicos de Acessibilidade, Circulação
e indirecta das condições em que se desenvolve, actualmente, e Utilização dos Sistemas de Serviços e Lugares Públicos à Pessoa
o processo educativo dos alunos com deficiência e/ou com NEE Portadora de Deficiência Física ou de Mobilidade Condicionada,
numa abordagem participativa, que envolveu várias instituições tendo em vista tornar as instituições públicas e privadas acessíveis
(Ministério do Género, Criança e Acção Social, Ministério a todos os cidadãos.
da Saúde, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior Ainda, em 2012, Moçambique aprovou o Plano Nacional
e Técnico Profissional, Ministério do Trabalho e Segurança para Área da Deficiência (PNAD II, 2012-2019) para “…
Social, Ministério da Justiça e Assuntos Constitucionais promover a plena participação, igualdade e empoderamento
e Religiosos, Ministério da Economia e Finanças, Instituições da pessoa com deficiência e assegurar o princípio de igualdade
do Ensino Superior, Ministério do Interior, Secretaria de Estado de direitos e de oportunidades a este grupo social.”
de Desportos, Secretaria de Estado da Juventude e Emprego, Para além destes dispositivos de âmbito nacional, ao nível
Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, internacional, Moçambique ratificou, em 2010, a Convenção
associações de pessoas com deficiência, parceiros de cooperação e Internacional sobre Direitos da Pessoa com Deficiência, através
sociedade civil, a escola e a família) com o objectivo de melhorar da Resolução n.º 29/2010, de 31 de Dezembro.
o atendimento a pessoas com deficiência e/ou com NEE, nas várias 2.2. Contexto Educativo
vertentes da vida social. A preocupação de educar pessoas com deficiência começa
Para implementar a presente estratégia com sucesso, na década 60, com a criação de escolas especiais, ao abrigo do
deve ser observada a relação existente entre as várias instituições Diploma Legislativo n.º 2.288/62, de 25 de Setembro. Estas
que actuam em prol da inclusão e desenvolvimento de pessoas escolas visavam "recuperar crianças em que se verificassem
com deficiência /ou com NEE, em especial na Educação Básica atrasos de educação". Cerca de 303 crianças frequentavam estas
no que tange à redução do número de crianças, jovens e adultos escolas até 1975, ano da Independência Nacional.
com deficiência e/ou com NEE fora da escola, em todo o país. Em 1983, com cerca de 114 alunos com deficiência sensorial,
Ela visa orientar a implementação da educação inclusiva com mental e múltipla no ensino especial, Moçambique aprovou
maior abrangência e robustez, proporcionando um incremento a Lei n.º 4/83, de 23 de Março, a Lei do Sistema Nacional
no acesso, retenção e desenvolvimento do atendimento integrado. de Educação (SNE). Esta lei dava primazia a realização da
A estratégia está organizada em duas partes: a I parte, teórica, Educação Especial em escolas especiais, por isso, ao abrigo
em que se apresenta a contextualização; o enquadramento desta, os alunos graduavam-se no 1º grau do Ensino Primário
legal da educação inclusiva a nível nacional e internacional; nas escolas especiais, depois eram integrados em escolas
Análise de Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças para regulares. Entretanto, de 1985 a 1999, foram constituídas turmas
a implementação da inclusão escolar de pessoas com deficiência diagnósticas nas escolas do Ensino Regular, com vista a apoiar os
e/ou com NEE; Visão, Missão e Valores; Pressupostos, Princípios alunos com dificuldades de aprendizagem decorrentes de vários
e Objectivos Prioritários; a II parte, operacional, constituída pelos factores de ordem psicossocial.
Pilares Estratégicos, Implementação, Monitoria e Avaliação, Em 1992, com a aprovação da Lei n.º 6/92, de 6 de Maio,
Finaciamento e Impacto Orçamental e em anexo as matrizes. a Lei do SNE, Moçambique apresentou uma nova visão no
que concerne à educação da pessoa com deficiência e/ou NEE.
2. Contextualização Esta lei determina a inclusão da pessoa com deficiência e/ou
De acordo com os censos populacionais moçambicanos NEE nas escolas regulares, deixando para as escolas especiais,
de 2007 e 2017, o número de pessoas com deficiência com idades apenas, aluno com deficiência acentuada. Neste contexto, em
entre 05 e 24 anos tende a crescer de 140.798 (INE, 2010) para 1998, implementou-se o Projecto Piloto "Escolas Inclusivas",
215.710 (INE, 2017), respectivamente. Outrossim, o acesso aos que enquadrou as crianças com deficiência sensorial e mental
serviços educativos elevou-se de 41.872 pessoas com deficiência em 11 escolas regulares de 5 províncias (Maputo Província,
(MINED-DEE: 2012) para 76.843 pessoas com deficiência Maputo Cidade, Sofala, Zambézia e Nampula), tornando-as
(MINEDH-DIPLAC, 2019), ou seja de 29,7% para 35,6%. Assim, inclusivas. A idade dos alunos abrangidos pelo projecto oscilava
constitui uma grande preocupação e desafio para o Governo de entre 5 e 18 anos (MEC- DINEB, 1999). Posteriormente,
Moçambique, aumentar o acesso e a retenção de alunos com o projecto foi transformado em Programa Nacional de Educação
deficiência e/ou NEE que estão dentro e fora do sistema educativo, Inclusiva. Nessa altura, Moçambique tinha 12.588 alunos com
cuja operacionalização requer uma intervenção multissectorial deficiência e/ou NEE, dos quais 5.900 eram raparigas, assistidos
articulada de todos os actores que intervêm na inclusão educativa por professores com formação em exercício na área da educação
e desenvolvimento da pessoa com deficiência. especial.
À luz do Diploma Ministerial n.º 191/2011, de 25
2.1. Contexto Sócio-Político de Julho, em 2011, foram criados 3 Centros de Recursos
Moçambique, à luz da defesa dos direitos constitucionais de Educação Inclusiva (CREI), de nível regional, como estratégia
da pessoa com deficiência e/ou com NEE, tem vindo a ratificar, de investigação, formação de professores em exercício, produção
conceber e implementar instrumentos normativos que regulam de materiais específicos e compensatórios para a implementação
e orientam a promoção e implementação da educação inclusiva efectiva da educação inclusiva, com vista a potenciar a inclusão
e desenvolvimento integral da pessoa com deficiência e/ou NEE. da pessoa com deficiência e/ou com NEE no sistema educativo.
10 DE JULHO DE 2020 877
A Lei n.º 18/2018, de 28 de Dezembro, a Lei do SNE, fornece v. acrescenta na alínea d) do n.º 4.5, que se deve “incentivar
directrizes para a projecção da promoção e desenvolvimento a criação de modalidades de alter-nativas de emprego
da educação inclusiva em harmonia com os programas e áreas para pessoas com deficiência, bem como fiscalizar
de desenvolvimento do sistema educativo. as medidas adoptadas";
3. Enquadramento legal vi. e nas alíneas a), b) e c) do n.º 4.9, “a criação de condições
A presente Estratégia fundamenta-se em instrumentos para a participação activa e integral da pessoa
normativos nacionais e internacionais, que põem em prática com deficiência nos sectores da cultura, desporto
os imperativos constitucionais, aos diferentes níveis conforme e recreação”;
se descreve seguidamente. vii. nas alíneas a), b), c), d) e e) do n.º 4.10, através
3.1. Instrumentos Normativos Nacionais do sector da comunicação social, “a promoção
A Constituição da República de Moçambique (2018), de acções inerentes à mudança de valores e atitudes
no n.º 3 do artigo 47, estabelece que “Todos os actos relativos para com as pessoas com deficiência e informação
às crianças, quer praticados por entidades públicas, quer por na íntegra, tendo em conta a especificidade de cada
instituições privadas, têm principalmente em conta o interesse deficiência”.
superior da Criança”. Enquanto o n.º 2 do Artigo 125 preconiza que A Política de Acção Social e Estratégia de Implementação,
o “Estado promove a criação de condições para a aprendizagem aprovada pelo Conselho de Ministros, através da Resolução
e desenvolvimento da língua de sinais” e na alínea c) do n.º 4 do n.º 46/2017, de 2 de Novembro, responsabiliza o Ministério
mesmo artigo reafirma o comprometimento do Estado para criar que superintende a área da Educação para:
conforto e atendimento adequado às pessoas com deficiência tanto
no sector público como no privado. i) “… dar assistência escolar aos cidadãos, com destaque
A Política Nacional da Educação, aprovada, através para pessoas e grupos vulneráveis, onde se salienta
da Resolução n.º 8/95, de 22 de Agosto, faz menção à Educação a Acção Social Escolar;
Especial e considera que a criação de oportunidades para ii) “Promover a educação inclusiva e o ensino especial,
as crianças com necessidades educativas especiais constitui dotando a escola de quadros qualificados e meios
o principal mecanismo da inclusão. Este documento acrescenta necessários para a sua gradual expansão e aumento
que o ambiente das escolas existentes deverá tornar-se mais de cobertura”;
acessível para as crianças com necssidades especiais. O mesmo iii) “Assegurar a coordenação, supervisão e avaliação dos
instrumento apresenta como medidas estratégicas a promoção do processos de planificação e implementação das acções
princípio da integração através da sensibilização e mobilização da área da educação, desenvolvidas por outros sectores
de escolas regulares e comunidades para o programa de educação e actores governamentais, não-governamentais,
especial integrado, assim como a formação de professores autárquicos, empresariais, comunitários, dentre outros,
de apoio itinerantes, fornecimento de materiais de ensino
de acordo com a política e legislação específica”.
e equipamento e concepção de planos de estudos flexíveis para
as crianças com necessidades educativas especiais. A Lei n.º 18/2018, de 28 de Dezembro, a Lei do SNE,
A Política para a Pessoa Portadora de Deficiência, aprovada estabelece os princípios e a filosofia da educação em Moçambique
pelo Conselho de Ministros, através da Resolução n.º 20/99, de e no n.º 2 do artigo 18 enuncia que “É objectivo da educação
23 de Junho, a qual determina que o Governo se responsabiliza especial proporcionar à criança, jovem e adulto uma formação
e colabora para a realização de acções e programas tendentes em todos os subsistemas de educação e capacitação vocacional
a garantir a concretização dos direitos básicos de pessoas com que permita a sua integração na sociedade, na vida laboral e na
deficiência, através de articulação multissectorial e multi- continuação de estudos.” E, ainda:
disciplinar, envolvendo as suas instituições e entidades privadas, i) o n.º 3 do artigo 18 estabelece que “O ensino da criança,
Organizações Não-Governamentais e pessoas singulares,
jovem e adulto com NEE realiza-se em escolas
estabelece:
regulares e em escolas de educação especial.”
i. no n.º 4.2, para o sector da educação “...garantir à pessoa ii) o n.º 4 do artigo 10 indica que “a criança, jovem e adulto
portadora de deficiência, em geral, e às pessoas com
com NEE múltiplas ou atraso mental profundo deve
necessidades educativas especiais, em particular, o
receber educação adaptada às suas capacidades em
acesso e integração em estabelecimentos de ensino
escolas apropriadas.”
ou escolas especializadas, em condições pedagógicas,
técnicas e humanas apropriadas.”; Plano Estratégico da Educação (2020-2029)
ii. na alínea a) do n.º 4.3, que o sector da saúde deve “... A Estratégia de Educação Inclusiva e Desenvolvimento
assegurar a educação para a saúde, a prevenção de da Criança com Deficiência 2020-2029, alinhada com o Plano
doenças e a deficiência, o despiste e o diagnóstico
Estratégico da Educação (2020-2029), assenta no seguinte:
precoce, o tratamento e a reabilitação médico-
funcional”; i) “ Principais Acções Prioritárias do Plano Estratégico
iii. na alínea d) do n.º 4.4, que cabe ao sector da acção social da Educação: “Implementar medidas para a inclusão
“proporcionar a autonomia pessoal”; e equidade, com foco na participação e retenção
iv. na alínea a) do n.º 4.5, que cabe ao sector de emprego das raparigas, crianças com NEE e redução de desi-
e segurança social “a promoção do desenvolvimento gualdades no EP, ES e EA;
de formação específicas em condições pedagógicas, ii) “ Objectivo Estratégico do Plano Estratégico
técnicas e humanas apropriadas para a pessoa com da Educação: “Garantir a inclusão e a equidade
deficiência”; no acesso, participação e retenção.”
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Programa Quinquenal do Governo 2020-2024 e das capacidades mentais e físicas da criança, até ao máximo
A Estratégia de Educação Inclusiva e Desenvolvimento das suas potencialidades”.
da Criança com Deficiência está em consonância com o Programa Declaração de Salamanca (1994)
Quinquenal do Governo (2020-2024) no que tange:
A Declaração de Salamanca, sobre Princípios e Práticas
a) à Acção Prioritária I “Desenvolver o Capital Humano nas Áreas das Necessidades Especiais, chama atenção a todos
e a Justiça Social” e no n.º 19, recomenda “… há os países para o compromisso de, dentro do sistema regular,
necessidade de melhorar os padrões da educação, prover educação a todas as pessoas com deficiência, assumindo,
formação, da saúde e protecção social… da cultura de acordo com o 4.º bulet do seu n.º 2 , que “toda a criança tem
e desporto”; o direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade
b) ao Objectivo Estratégico ii da Acção Prioritária de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem”;
I“Promover um Sistema educativo inclusivo, e defende que “todos os sistemas educativos devem conceber
eficiente, eficaz que responda às necessidades programas educacionais que tenham em conta a vasta diversidade
do desenvolvimento humano.” e necessidade da população em idade escolar, defendendo uma
c) ao Objectivo Estratégico iv “Promover a igualdade abordagem pedagógica centrada no aluno, para a satisfação
e equidade de género, inclusão social e protecção das suas necessidades”.
dos mais vulneráveis da população.”;
d) às Acções Prioritárias, que constam das alíneas a), b), Declaração de Dakar “Educação Para Todos” (2000)
d), e), f) e g), que criam condições para a melho- A Declaração de Dakar “Educação Para Todos” (2000)
ria do contexto educativo dos alunos com NEE preconiza, na alínea a) do n.º 7, a necessidade de “expandir
resultantes ou não de deficiência e/ou transtornos e melhorar o cuidado e a educação da criança pequena,
de desenvolvimento. especialmente para as crianças vulneráveis e em maior
desvantagem.” e na alínea c) acrescenta que se deve “assegurar
Plano Nacional para Área da Deficiência II - PNAD II
que as necessidades de aprendizagem de jovens e adultos sejam
(2012-2019)
atendidas pelo acesso equitativo à aprendizagem apropriada,
A Estratégia de Educação Inclusiva e Desenvolvimento a habilidades para avida e a programas de formação para
da Criança com Deficiência (EEIDCD) alicerça-se nas seguintes a cidadania.”
áreas de intervenção do Plano Nacional para Área da Deficiên-
cia II: Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência
a) Àrea 1, onde se preconiza que na orientação vocacional
e formação profissional haja diferenciação na formação Em 2010, Moçambique ratifica, através da Resolução
vocacional e na construção de projectos de vida, n.º 29/2010, de 31 de Dezembro, a Convenção das Nações Unidas
focalizando a busca de autonomia e qualidade de vida sobre os Direitos das Pessoas com Deficiencia, que tem como
para as Pessoas com Deficiência (PcD); objectivos proteger e assegurar o exercício pleno dos direitos
b) Àrea 2, referente à Educação básica e alfabetização humanos das pessoas com deficiência e assegurar que gozem
de jovens e adultos, estabelece que se deve “Expandir de plena igualdade perante a Lei. A Convenção reafirma os
a nível das províncias, distritos e localidades um princípios universais como a dignidade, integridade, igualdade
sistema de educação básica inclusiva e alfabetização e não à discriminação. Sobre os Direitos das Pessoas com
de jovens e adultos com deficiência”; Deficiência, o mesmo instrumento realça que os Governos têm
c) Àrea 6, atinente aos serviços de reabilitação médica a obrigação de integrar nas suas políticas as várias dimensões
e apoio familiar, que elucida sobre diferentes serviços da deficiência, bem como a obrigação, no que concerne
sociais básicos a disponibilizar às PcD e reconhece à sensibilização da sociedade, de combater os estereótipos
a importância da articulação na prevenção e no desen- e promover a valorização da PcD.
volvimento das PcD ao nível precoce. Estratégia para a Educação Inclusiva de Alunos com
3.2. Instrumentos Normativos Regionais e Internacionais Deficiência da África Austral (SAIES – 2017/2021)
A Estratégia de Educação Inclusiva e Desenvolvimento A EEIDCD 2020-2029 compatibiliza-se com a Estratégia para
de Crianças com Deficiência (EEIDCD) 2020-2029 está alinhada a Educação Inclusiva de Alunos com Deficiência da África Austral
com vários instrumentos normativos regionais e internacionais, (SAIES – 2017/2021), que nos seus princípios orientadores
destacando-se os seguintes: defende que “… a pessoa com deficiência deve desfrutar dos
Convenção sobre os Direitos da Criança (1989) direitos humanos, justiça social e equidade”; e que se deve
A Convenção sobre os Direitos da Criança, adoptada “assegurar uma educação de qualidade, tomando em consideração
pela Assembleia Geral da ONU em 20 de Novembro de 1989, os aspectos inerentes à acessibilidade, integração holística,
ratificada por Moçambique, através da Resolução n.º 19/90, sensibilidade às questões de género, cultura organizacional
de 23 de Outubro, no seu artigo 28 estabelece que “os Estados e espírito que promovam a inclusão e sustentabilidade
Partes reconhecem o direito da criança à educação e, com das acções”.
vista a assegurar o exercício progressivo desse direito em Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável
condições de igualdade de oportunidades, deverão em especial:
A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, no seu
tornar disponíveis e acessíveis a todas as crianças; fomentar
objectivo n.º 4, realça a necessidade de “assegurar a educação
o desenvolvimento do ensino primário e secundário nas mais
inclusiva e equitativa de qualidade e promover oportunidades
diversas formas, incluindo o ensino geral e profissional de modo
de aprendizagem ao longo da vida para todos” e apresenta
a torná-los acessíveis a todas as crianças e tomar as medidas
as recomendações atinentes às prioridades, como:
apropriadas como seja o estabelecimento da gratuitidade
de ensino…” e no artigo 29 acrescenta que “a educação da criança a) “garantir que todas as meninas e meninos completem
deve visar ao desenvolvimento da personalidade, das aptidões o ensino primário e secundário livre e equitativo
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ou com NEE e a educação inclusiva, os quais fornecem bases • Adequar infra-estruturas educativas existentes
para as seguintes opções estratégicas: no que concerne à acessibilidade;
Principio Estratégico 1. Perspectiva longitudinal • Formar e capacitar professores e outros profissionais
de desenvol-vimento ao longo da vida: a inclusão para a mudança nas suas práticas e atitudes;
coloca desafios em todas as fases do desenvolvimento • Garantir que os alunos com deficiência e/ou com NEE
do indivíduo. Assim a inclusão (familiar, educativa sejam assistidos por professores com competência
e social) tem de começar no início da vida, sob pena para o efeito;
de as medidas a serem tomadas, ao chegar à idade • Promover o respeito pelos ritmos de aprendizagem
escolar sejam tardias. Os primeiros anos de vida das crianças, jovens e adultos com deficiência e/ou
de maior plasticidade neurodesenvolvimental são com NEE;
decisivos para bom aproveitamento dos recursos e, • Promover a participação de pais e encarregados
consequentemente, melhor inclusão; de educação na definição dos objectivos de apren-
Principio Estratégico 2. Perspectiva centrada dizagem e nas actividades lúdicas, envolvendo alunos
na criança e sua família: o processo de desenvolvimento com deficiência e/ou com NEE;
da criança com deficiência e/ou com transtornos de • Assegurar uma boa articulação entre os diferentes serviços,
desenvolvimento exige que as respostas a fornecer sectores e entidades implicados no apoio à crianças,
atendam às suas necessidades e não priorizem outros jovens e adultos com deficiência e/ou com NEE.
interesses organizacionais ou profissionais. Do mesmo
7. Pilares Estratégicos
modo, considerando que o desenvolvimento se faz
sempre, e em primeiro lugar, no contexto familiar, Dos princípios estratégicos referidos no número 6.2.
a abordagem das necessidades especiais da criança da presente estratégia, resulta a eleição de 5 pilares estratégicos
nos primeiros anos da vida deve ser feita de forma nomeadamente:
centrada na família, para que esta possa ser a principal • Inclusão e Desenvolvimento integral Precoces de Crianças
promotora de desenvolvimento e inclusão; com Deficiência;
Principio Estratégico 3. Abordagem baseada • Mudança de Valores e Atitudes;
na comunidade (cultura e recursos): esta abordagem • Formação e Capacitação de Professores e outros
favorece o aproveitamento e mobilização dos recursos Profissionais;
da comunidade para promover o desenvolvimento. • Acesso e retenção de alunos com deficiência e/ou com
Antes de exigir respostas tecnicamente complexas NEE;
e diferenciadas, ela promove o bom aproveitamento • Respostas Especializadas em rede.
dos recursos ao dispôr da criança e da sua família,
entendendo que não há inclusão fora desta plena Em cada um dos pilares estão definidos os objectivos
inserção da criança no seu contexto familiar e social; e as acções prioritárias de curto (menos de 3 anos), médio
Principio Estratégico 4. Conceito de qualidade (de 3 – 6 anos) e longo prazo (até 10 anos), conforme as matrizes
de vida: mais do que qualquer aprendizagem números 1, 2, 3, 4 e 5 (em anexo), tendo em vista a materialização
académica específica, o que um sistema inclusivo da inclusão de crianças, jovens e adultos com deficiência e/ou
pretende é que as PcD e/ou com NEE tenham acesso com NEE no sistema educativo.
a uma vida de qualidade, com o máximo de autonomia 7.1. Pilar Estratégico 1: Inclusão e Desenvolvimento
e de participação na vida social, fornecendo, a escola, Integral Precoces da Criançaa com Deficiência
as aprendizagens e habilidades necessárias para que A inclusão começa antes da idade escolar, por isso é imperioso
tal possa acontecer; que o contexto em que a criança se desenvolve seja o mais rico
Principio Estratégico 5. Ênfase na formação de pro- possível, pois tudo aquilo que acontece desde o nascimento
fissionais: a formação e a capacitação de professores, da Criança com Deficiência (CcD) ou com transtornos
agentes e mediadores de inclusão, profissionais de desenvolvimento é fundamental para que ela tenha um
da saúde e acção social são elementos fundamentais percurso de vida inclusivo. Assim, começar a cuidar da inclusão
da mudança para um sistema educativo inclusivo. Não e do desenvolvimento na idade escolar seria irremediavelmente
esperando deles a cura ou a solução para os problemas tardio e, por isso, uma tarefa condenada ao maior insucesso.
de desenvolvimento integral, mas que possam trabalhar
em equipa e de forma articulada, para responder Objectivo geral
às necessidades da PcD e/ou com NEE. Promover o desenvolvimento de crianças com deficiência e/ou
6.3. Objectivo Geral da Estratégia: com alterações do desenvolvimento ou em sério risco de as virem
a apresentar, desde o nascimento até à idade escolar, promovendo
Garantir a igualdade no acesso à educação a todos os cidadãos a sua inclusão familiar, educativa e social.
independentemente da sua condição intelectual, física, sensorial,
transtorno global do desenvolvimento e altas habilidades, com Objectivos específicos
vista à sua participação plena no desenvolvimento social, • Identificar, diagnosticar, intervir e referenciar situações
económico e político. de deficiência ou de transtornos de desenvolvimento
na primeira infância no sistema da saúde e na comu-
Objectivos específicos: nidade;
• Garantir o acesso à educação a alunos com deficiência e/ • Apoiar as famílias de crianças com deficiência ou com
/ou com NEE; transtornos de desenvolvimento;
• Promover a matrícula de crianças, jovens e adultos • Criar uma rede nacional de serviços de intervenção
com deficiência e/ou com NEE junto às comunidades; precoce, multidisciplinar com programas de prevenção;
• Assegurar a aprendizagem e o desenvolvimento • Promover uma educação pré-escolar inclusiva;
de competências essenciais para a vida aos alunos • Harmonizar a coordenação intersectorial e respectivos
com deficiência e/ou com NEE; programas de prevenção e apoio;
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• Identificar e intervir em situações de deficiência e/ou com • Incluir orientação básica inclusiva nos currículos
NEE nas instituições de educação pré-escolar. de Formação de Professores no que concerne
7.2. Pilar Estratégico 2: Mudança de Valores e Atitudes às componentes psicopedagógica, recursos de
aprendizagem, avaliação, ambiente de aprendizagem
Havendo, ainda hoje, 64,4% de criança e jovens dos 5 aos 24 (acessibilidade, incluindo a utilização de sistemas
anos com deficiência fora da escola é notória a necessidade de um alternativos e aumentativos de comunicação).
programa de sensibilização e de incentivo para o acesso que vise
acompanhar a melhoria da qualidade de atendimento de crianças, 7.4. Objectivos do Pilar Estratégico 4: Acesso e retenção
jovens e adultos com deficiência e/ou com NEE. Por isso, os de alunos com deficiência e/ou com NEE
objectivos específicos referenciados neste Pilar Estratégico devem Considerando a qualidade e as condições das escolas,
suceder-se no tempo, em diferentes níveis: é importante garantir uma série de incentivos e estímulos
Nível 1 - Programa coordenado de combate ao estigma, inerentes aos aspectos físico, material e de funcionamento, para
às atribuições discriminatórias, às atitudes a motivação, acesso e retenção de alunos com deficiência e/ou
de perseguição e exclusão e de promoção de atitudes com NEE no sistema educativo até a conclusão dos respectivos
positivas face à deficiência e aos transtornos de níveis, através de uma intervenção integrada com os sectores
desenvolvimento com envolvimento de líderes sociais, intervenientes.
religiosos e comunitários, etc.; Objectivo geral
Nível 2 - Programa de sensibilização da comunidade
para o direito à educação, utilizando histórias Assegurar o acesso e a retenção de alunos com deficiência e/
de vida exemplificativas do valor da educação com /ou com necessidades educativas especiais nas escolas do ensino
apresentação de exemplos de sucesso de pessoas com regular inclusivas.
deficiência e as com transtornos de desenvolvimento. Objectivos específicos
Estes programas devem criar igualmente atitudes • Tornar as escolas acessíveis a alunos com deficiência e/
positivas por parte da comunidade educativa em geral; /ou com NEE;
Nível 3 - Paralelamente, deve-se promover um programa • Prover recursos didácticos específicos e compensatórios
de incentivo ao acesso das Crianças com Deficiências para alunos com deficiência e/ou com NEE.
(CcD) e/ou com Transtornos de desenvolvimento
na escola, visando o aumento de retenção. 7.5. Objectivos do Pilar Estratégico 5: Respostas
especializadas em Rede
Objectivo geral
O desenvolvimento e a inclusão educativa de crianças,
Combater o estigma e as atitudes de perseguição e exclusão, jovens e adultos com deficiência e/ou com NEE, é uma tarefa
promovendo atitudes facilitadoras do seu desenvolvimento, colectiva, sendo, por isso, um desafio para a sociedade. Desta
do acesso à educação e da inclusão escolar. forma, é necessária uma coordenação efectiva para fornecer
Objectivos específicos respostas especializadas em rede às crianças, jovens e adultos
• Sensibilizar toda a comunidade sobre os direitos com deficiência e/ou com NEE, com vista a que possam aprender
das pessoas com deficiência; e desenvolver-se juntos com os outros.
• Sensibilizar os decisores, comunidade, escola e famílias Objectivo geral
sobre o direito à educação;
Promover a intervenção multissectorial integrada, criando
• Criar condições para o acesso à educação na idade
redes de suporte à inclusão e desenvolvimento das crianças, jovens
adequada;
• Incrementar a retenção escolar de crianças, jovens e adultos com deficiência e/ou com NEE.
e adultos com deficiência e/ou com NEE. Objectivos específicos
7.3. Pilar Estratégico 3: Formação e capacitação • Reunir as competências das escolas especiais existentes
de Professores e outros profissionais para apoiar a inclusão de crianças, jovens e adultos
A qualidade da aprendizagem de alunos com deficiência e/ou com deficiência em escolas regulares, incluíndo na
NEE é um dos principais focos da educação inclusiva, para que preparação da transição deste grupo alvo do ensino
todo o cidadão possa beneficiar-se do acesso ao conhecimento primário para o ensino secundário;
e desenvolver de forma plena as habilidades para a vida. • Priorizar o acesso nas escolas especiais a crianças, cuja
A inclusão exige do professor novas práticas educativas, por inclusão se revele, actualmente, deveras complicada
isso, o incremento de professores preparados para dar resposta dadas as suas limitações ou da escola;
às necessidades das CcD e/ou com NEE é factor decisivo para • Desenvolver, no sistema educativo, competências
o sucesso da implementação de uma prática inclusiva e do bom adequadas para o atendimento de crianças com
aproveitamento escolar. deficiência acentuada.
Tabela 2: Resumo do Custo Total por Pilar Estratégico e por Classificador Económico
Unidade: 10^3 Meticais
Resumo do Custo Total por Pilar Estratégico e por Classificador Económico Total
Resumo de Custo por Pilar Estratégico 698,700.00
Pilar 1 Inclusão e Desenvolvimento Integral e Precoce de Crianças com Deficiência 44,800.00
Pilar 2 Mudança de Valores e Atitudes 193,000.00
Pilar 3 Formação e Capacitação de Professores e Outros Profissionais 47,000.00
Pilar 4 Acesso e Retenção de alunos com deficiência e/ou com NEE 348,000.00
Pilar 5 Respostas Especializadas em rede 65,900.00
Resumo de Custo por Classificador Económico 698,700.00
112000 Ajudas de Custo 285,831.82
120000 Bens e Serviços 190,554.55
200000 Equipamentos, Maquinaria e Construções 222,313.64
Bibliografia Conselho de Ministros (2012). Estratégia do Desenvolvimento
Integral da Criança em Idade Pré-Escolar (DICIPE) 2012/2021;
Assembleia da República (1992). Lei n.º 6/92, de 6 de Maio, Conselho de Ministros (2012). Plano Nacional de Acção na
Lei do Sistema Nacional de Educação. Maputo: Imprensa Área da Deficiência - PNAD II (2012-2019). Maputo
Nacional. Conselho de Ministros (2013). Plano Nacional de Acção para
Assembleia da República (2004). Constituição da República a Criança - PNAC II (2013-2019). Maputo.
de Moçambique. Maputo: Imprensa Nacional. Cúpula Mundial da Educação (2020). Declaração de Dakar.
Assembleia da República (2018). Lei n.º 18/2018, de 28 de Educação Para Todos – 2000.
Dezembro, Lei do Sistema Nacional de Educação. Maputo: Direcção dos Serviços de Instrução (1962). Diploma
Imprensa Nacional. Legislativo n.º 2.288/62 de 25 de Setembro. Lourenço Marques.
Conselho de Ministros (1999). Política para a Pessoa Portadora Governo de Moçambique (2020). Programa Quinquenal do
de Deficiência. Maputo: Imprensa Nacional. Governo 2020-2024. Fevereiro de 2020. Maputo: Imprensa
Conselho de Ministros (2006). Plano Nacional de Acção na Nacional.
Área da Deficiência - PNAD I (2006-2010). Maputo. Instituto Nacional de Estatística/Ministério da Saúde (1997).
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e Manutenção dos Dispositivos Técnicos de Acessibilidade, Instituto Nacional de Estatística/Ministério da Saúde (2003).
Circulação e Utilização dos Sistemas de Serviços e Lugares Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS). Maputo.
Públicos a Pessoa Portadora de Deficiência Física ou de Instituto Nacional de Estatística/Ministério da Saúde (2010).
Mobilidade Condicionada. Maputo: Imprensa Nacional. Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS). Maputo.
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Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS). Maputo. das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
Instituto Nacional de Estatística (INE) (2019). III Organização das Nações Unidas (ONU) (2015). AGENDA
Recenseamento Geral da População e Habitação de 2017. Maputo. 2030.
Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (2011). Southern African Development Community (SADC)
Diploma Ministerial n.º 191/2011, que cria Centros de Recursos (2017). Estratégica para a Educação Inclusiva para Alunos com
de Educação Inclusiva – CREI. Maputo: Imprensa Nacional.
Deficiência na África Austral (SAIES) 2017-2021.
Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (2020).
Plano Estratégico de Educação 2020-2029. Maputo. UNESCO (1994). Declaração de Salamanca.
Organização das Nações Unidas (ONU) (1948). Declaração UNICEF/Moçambique (2008). Inquérito de Indicadores
Universal dos Direitos Humanos. Múltiplos (MICS). Maputo.
Matriz 1: Pilar Estratégico 1 - Inclusão e Desenvolvimento Integral Precoces de Crianças com Deficiência
884
Linha de Base Meta intermédia Indicador de
Pilar Estratégico Acções Prioritárias Meta final (2029) Responsável Intervenientes
(2019) (2024) Resultado
Inclusão e Desen- 1. Diagnosticar si- 0 20% de crianças 60% de crianças % de crianças com Acção Social, Saúde Órgãos provinciais
volvimento Integral tuações de deficiência com deficiência com deficiência deficiência ou em e Educação. e distritais da
Precoces de Crianças ou de risco grave ou em situações ou em situações situações de risco Educação, Género,
com Deficiência. em crianças das de risco grave nas de risco grave nas grave. Criança e Acção
instituições de edu- instituições de instituições de Social, Conselhos
cação pré- escolar, de educação pré- escolar educação pré- escolar de Escola, pais e/
0 a 5 anos. diagnosticadas. diagnosticadas. ou encarregados
2. Identificar si- 0 20% de crianças 60% de crianças % de crianças com de educação,
tuações de deficiência com deficiência ou com deficiência ou deficiência e/ou em comunidade e outras
ou de risco grave em em situações de risco em situações de risco situações de risco instituições que
crianças na comu- grave na comunidade grave na comunidade grave. trabalham com PcD.
nidade, de 0 a 5 anos. identificadas. identificadas.
3. Conceber um 0 Estudo conceptual Sistema Nacional C o n c e b i d o u m Saúde e Acção Social.
Sistema Nacional do Sistema Nacional de Referenciação Sistema Nacional
de Referenciação de Referenciação concebido. de Referenciação
multissectorial realizado. multissectorial
4. Referenciar 0 20% de crianças 60% de crianças % de crianças com Acção Social, Saúde
crianças com com deficiência ou com deficiência ou deficiência e/ou em e Educação.
deficiência ou em em situações de risco em situações de risco situações de risco
situações de risco grave nas instituições grave nas instituições grave.
grave, de 0 a 5 anos. de educação pré- de educação pré-
escolar referenciadas. escolar referenciadas.
5. Assistir, na fase 0 20% de crianças 60% de crianças % de crianças com Acção Social, Saúde
precoce, crianças com deficiência ou com deficiência ou deficiência e/ou em e Educação.
com deficiência ou em situações de risco em situações de risco situações de risco
em situações de risco grave, vulneráveis, grave, vulneráveis, grave, vulneráveis,
grave de 0 a 5 anos. das instituições das instituições das instituições de
de educação pré de educação pré educação pré escolar
escolar e destas escolar e destas e % das respectivas
50% das respectivas 50% das respectivas comunidade
comunidade, comunidade, assistidas, anual-
assistidas. assistidas. mente.
6. Garantir serviços 0 20% de famílias 60% de famílias % d e f a m í l i a s Acção Social, Saúde Saúde, Cultura e Edu-
de assistência às de crianças com de crianças com d e c r i a n ç a s c o m e Educação. cação.
famílias. deficiência ou em deficiência ou em deficiência e/ou em
situação de risco situação de risco situação de risco
grave, vulneráveis, grave, vulneráveis, grave, vulneráveis,
a s s i s t i d a s , a s s i s t i d a s , assistidas.
psicossocialmente. psicossocialmente.
I SÉRIE — NÚMERO 131
Linha de Base Meta intermédia Indicador de
Pilar Estratégico Acções Prioritárias Meta final (2029) Responsável Intervenientes
(2019) (2024) Resultado
0 6% de crianças com 20% de crianças % de crianças com Acção Social, Saúde Saúde e instituições
deficiência ou em com deficiência ou deficiência ou em e Educação. que trabalham em
situação de risco em situação de risco situação de risco prol de Pessoas com
10 DE JULHO DE 2020
deficiência e/ou com e adultos com do Sistema Nacional do Sistema Nacional Ensino Primário. instituições que
NEE. deficiência e/ou com de Educação de Educação matri- trabalham em prol
NEE no SNE. matriculadas. culadas. das PcD.
Educação.
11.497 alunos com 3 0 % d e a l u n o s 70% de alunos % de alunos com
deficiência no Ensino com deficiência e/ com deficiência e/ deficiência e/ou com
Secundário. ou NEE graduados ou NEE graduados NEE matriculados no
do Ensino Primário do Ensino Primário Ensino Secundário.
matriculados no matriculados no
Ensino Secundário. Ensino Secundário.
0 25% de jovens 50% de jovens % de jovens e adultos Órgãos provinciais e Órgãos provinciais e
e adultos com e adultos com com deficiência e/ distritais da Educação distritais da Educação,
deficiência e/ou com deficiência e/ou com ou com NEE . Escolas, ONP, líderes
NEE matriculados. NEE matriculados. matriculados. comunitários e reli-
giosos e instituições
que trabalham em prol
das PcD.
2. Assistir a pessoas 0 20% de alunos com 50% de alunos com % de alunos com Todos os sectores
com deficiência e/ou deficiência e/ou com deficiência e/ou com deficiência e/ou com e instituições que
com NEE incluídos NEE vulneráveis NEE vulneráveis NEE vulneráveis trabalham em prol
no SNE. do Ensino Pri- d o E n s i n o do Ensino Primário, de PcD.
mário assistidas, Primário assistidas, psicossocialmente,
psicossocialmente. psicossocialmente. Assistidos.
0 20% de alunos com 50% de alunos com % de alunos com
deficiência e/ou com deficiência e/ou com deficiência e/ou com
NEE vulneráveis NEE vulneráveis NEE vulneráveis do Educação.
a s s i s t i d a s , a s s i s t i d a s , Ensino Secundário
psicossocialmente do psicossocialmente do psicossocialmente
Ensino Secundário. Ensino Secundário. assistidos.
0 20% de alfabetizandos 50% de alfabetizandos % de alfabetizandos Educação, Economia
com deficiência e/ou com deficiência e/ou com deficiência e/ou e Finanças, asso-
com NEE vulneráveis com NEE vulneráveis com NEE vulneráveis, ciações de PcD,
assistidas, psicosso- assistidas, psicosso- psicossocialmente parceiros e outras
cialmente. cialmente. assistidos, instituições afins.
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