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INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS
PREDIAIS
VOLUME 1
SÉRIE ENERGIA – GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO
INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS
PREDIAIS
VOLUME 1
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente
Conselho Nacional
INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS
PREDIAIS
VOLUME 1
© 2017. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me-
cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.
FICHA CATALOGRÁFICA
S491i
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Instalações elétricas prediais / Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial, Departamento Nacional, Departamento Regional da Bahia. -
Brasília: SENAI/DN, 2017.
212 p.: il. - (Série Energia - Geração, Transmissão e Distribuição, v.1).
ISBN 978-855050291-5
CDU: 621.3
SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 - Consumidores do grupo B.........................................................................................................................21
Figura 2 - Consumidores do grupo A.........................................................................................................................22
Figura 3 - Sistema elétrico de potência.....................................................................................................................23
Figura 4 - Distribuição das concessionárias no Brasil..........................................................................................27
Figura 5 - Rede primária de distribuição elétrica...................................................................................................28
Figura 6 - Rede secundária de distribuição elétrica..............................................................................................29
Figura 7 - Padrão de entrada de baixa tensão........................................................................................................36
Figura 8 - Ligação monofásica......................................................................................................................................37
Figura 9 - Ligação bifásica..............................................................................................................................................37
Figura 10 - Ligação trifásica...........................................................................................................................................38
Figura 11 - Padrão de entrada de média tensão....................................................................................................39
Figura 12 - Ferramentas como extensão das mãos..............................................................................................44
Figura 13 - Caixa de ferramentas.................................................................................................................................45
Figura 14 - Alicates em geral.........................................................................................................................................46
Figura 15 - Alicate de bico redondo...........................................................................................................................46
Figura 16 - Alicates de bico fino...................................................................................................................................47
Figura 17 - Alicate de corte lateral..............................................................................................................................47
Figura 18 - Alicate universal..........................................................................................................................................48
Figura 19 - Alicate descascador de fios.....................................................................................................................48
Figura 20 - Alicate compressor.....................................................................................................................................49
Figura 21 - Chaves e parafuso de fenda....................................................................................................................50
Figura 22 - Chaves e parafuso philips........................................................................................................................51
Figura 23 - Canivetes e estiletes..................................................................................................................................51
Figura 24 - Tarraxa para eletroduto............................................................................................................................52
Figura 25 - Linha de bater..............................................................................................................................................52
Figura 26 - Limas...............................................................................................................................................................53
Figura 27 - Martelos e marretas...................................................................................................................................54
Figura 28 - Níveis...............................................................................................................................................................54
Figura 29 - Prumo de centro.........................................................................................................................................55
Figura 30 - Dobrador de tubos.....................................................................................................................................55
Figura 31 - Rebitadeira....................................................................................................................................................56
Figura 32 - Arco de serra.................................................................................................................................................56
Figura 33 - Soprador térmico........................................................................................................................................58
Figura 34 - Parafusadeira................................................................................................................................................59
Figura 35 - Furadeira manual........................................................................................................................................59
Figura 36 - Brocas..............................................................................................................................................................60
Figura 37 - Serra elétrica.................................................................................................................................................60
Figura 38 - Serra tico-tico...............................................................................................................................................61
Figura 39 - Multímetro....................................................................................................................................................63
Figura 40 - Medição de tensão com multímetro...................................................................................................64
Figura 41 - Medição de corrente com multímetro................................................................................................64
Figura 42 - Medição de resistência com multímetro............................................................................................65
Figura 43 - Alicate amperímetro..................................................................................................................................66
Figura 44 - Medição de corrente com alicate amperímetro..............................................................................66
Figura 45 - Teste de tensão............................................................................................................................................67
Figura 46 - Trena................................................................................................................................................................68
Figura 47 - Réguas............................................................................................................................................................68
Figura 48 - Paquímetro...................................................................................................................................................69
Figura 49 - Paquímetro e trena digitais.....................................................................................................................69
Figura 50 - Lubrificação de ferramenta.....................................................................................................................70
Figura 51 - Organização de materiais........................................................................................................................71
Figura 52 - Constituição dos condutores elétricos...............................................................................................77
Figura 53 - Cabos unipolares........................................................................................................................................78
Figura 54 - Cabo multipolar..........................................................................................................................................79
Figura 55 - Condutores isolados..................................................................................................................................80
Figura 56 - Condutores nus...........................................................................................................................................81
Figura 57 - Conexão de fio rígido em prolongamento........................................................................................82
Figura 58 - Emenda de prolongamento entre fio rígido e cabo flexível.......................................................83
Figura 59 - Emenda em prolongamento de cabos flexíveis..............................................................................83
Figura 60 - Emenda de derivação entre fios rígidos.............................................................................................84
Figura 61 - Emenda em derivação entre fio rígido e cabo flexível..................................................................84
Figura 62 - Emenda em derivação entre cabos flexíveis.....................................................................................85
Figura 63 - Isolação de emendas com fita isolante...............................................................................................85
Figura 64 - Implementação de um olhal..................................................................................................................86
Figura 65 - Conectores....................................................................................................................................................86
Figura 66 - Condutores de diferentes seções..........................................................................................................87
Figura 67 - Escolha da seção do condutor...............................................................................................................93
Figura 68 - Valores de queda de tensão por circuito............................................................................................95
Figura 69 - Escolha do condutor depois da queda de tensão..........................................................................98
Figura 70 - Condutor fixado em parede................................................................................................................. 101
Figura 71 - Argolas para fixação de condutor...................................................................................................... 101
Figura 72 - Isoladores.................................................................................................................................................... 102
Figura 73 - Condutores sobre isoladores em linhas aéreas............................................................................ 102
Figura 74 - Condutores em eletroduto aparente................................................................................................ 103
Figura 75 - Condutores em eletroduto embutido.............................................................................................. 104
Figura 76 - Eletrocalha.................................................................................................................................................. 105
Figura 77 - Condutores em eletrocalha.................................................................................................................. 105
Figura 78 - Condutores para descarte.................................................................................................................... 106
Figura 79 - Reciclar é preciso..................................................................................................................................... 106
Figura 80 - Racionalização das fontes de energia.............................................................................................. 107
Figura 81 - Eletroduto................................................................................................................................................... 113
Figura 82 - Quadro de distribuição.......................................................................................................................... 114
Figura 83 - Caixa de derivação.................................................................................................................................. 115
Figura 84 - Rede de eletrodutos............................................................................................................................... 118
Figura 85 - Eletroduto metálico rígido................................................................................................................... 120
Figura 86 - Eletroduto de PVC rígido...................................................................................................................... 120
Figura 87 - Eletroduto metálico flexível................................................................................................................. 121
Figura 88 - Eletroduto de PVC flexível.................................................................................................................... 121
Figura 89 - Instalação de eletroduto aparente.................................................................................................... 122
Figura 90 - Instalação de eletroduto embutido.................................................................................................. 122
Figura 91 - Barramento de fase central.................................................................................................................. 123
Figura 92 - Barramento de fase em pente............................................................................................................. 124
Figura 93 - Barramentos de neutro e terra............................................................................................................ 124
Figura 94 - Canaletas.................................................................................................................................................... 125
Figura 95 - Quadro de distribuição de circuitos.................................................................................................. 126
Figura 96 - Organização do quadro de distribuição.......................................................................................... 126
Figura 97 - Caixas de passagem................................................................................................................................ 127
Figura 98 - Rede de cabeamento estruturado desorganizada...................................................................... 128
Figura 99 - Rede de cabeamento estruturado organizada............................................................................. 128
Figura 100 - Descarte de materiais elétricos........................................................................................................ 129
Figura 101 - Recicle - reúse - reduza........................................................................................................................ 130
Figura 102 - Choque elétrico..................................................................................................................................... 134
Figura 103 - Efeito térmico......................................................................................................................................... 135
Figura 104 - Sobrecorrentes....................................................................................................................................... 136
Figura 105 - Tipos de dispositivos de proteção................................................................................................... 141
Figura 106 - Fusíveis...................................................................................................................................................... 142
Figura 107 - Fusível cartucho..................................................................................................................................... 142
Figura 108 - Disjuntores............................................................................................................................................... 143
Figura 109 - Dispositivo diferencial residual........................................................................................................ 146
Figura 110 - Dispositivo de proteção contra surtos........................................................................................... 147
Figura 111 - Interruptores........................................................................................................................................... 155
Figura 112 - Identificação de interruptores.......................................................................................................... 156
Figura 113 - Interruptor simples de uma seção.................................................................................................. 157
Figura 114 - Interruptor de duas seções................................................................................................................ 157
Figura 115 - Interruptor de três seções.................................................................................................................. 158
Figura 116 - Interruptor bipolar................................................................................................................................ 158
Figura 117 - Interruptor paralelo.............................................................................................................................. 159
Figura 118 - Diagrama de ligação de interruptor paralelo.............................................................................. 159
Figura 119 - Interruptor intermediário................................................................................................................... 160
Figura 120 - Diagrama de ligação de interruptor intermediário.................................................................. 161
Figura 121 - Interruptor simples com tomada.................................................................................................... 162
Figura 122 - Dimmer..................................................................................................................................................... 162
Figura 123 - Botões de comando............................................................................................................................. 163
Figura 124 - Botão pulsador para campainha..................................................................................................... 164
Figura 125 - Botão pulsador para minuteria........................................................................................................ 165
Figura 126 - Contatores............................................................................................................................................... 165
Figura 127 - Sensor de presença.............................................................................................................................. 166
Figura 128 - Sensor de luminosidade..................................................................................................................... 167
Figura 129 - Chave de boia......................................................................................................................................... 167
Figura 130 - Relé térmico de sobrecarga............................................................................................................... 168
Figura 131 - Relé de impulso..................................................................................................................................... 169
Figura 132 - Programador de horário..................................................................................................................... 170
Figura 133 - Controlador lógico programável..................................................................................................... 171
Figura 134 - Economia de espaço com uso de CLP........................................................................................... 171
Figura 135 - Tomada de corrente............................................................................................................................. 172
Figura 136 - Esquema de acoplamento de tomadas de corrente................................................................ 173
Figura 137 - Tomadas de 10A e 20A........................................................................................................................ 174
Figura 138 - Identificação de tomadas de uso doméstico.............................................................................. 176
Figura 139 - Tomada baixa.......................................................................................................................................... 177
Figura 140 - Tomada média........................................................................................................................................ 177
Figura 141 - Tomada alta para ventilador.............................................................................................................. 178
Figura 142 - Tomada de uso específico para chuveiro...................................................................................... 179
Figura 143 - Tomada de uso específico para ar-condicionado...................................................................... 179
Figura 144 - Leitura de diagramas elétricos no ambiente de trabalho...................................................... 184
Figura 145 - Importância dos diagramas elétricos para a montagem da rede........................................ 185
Figura 146 - Planta de instalação elétrica residencial....................................................................................... 189
Figura 147 - Esquema unifilar de instalação de interruptor simples com uma lâmpada.................... 191
Figura 148 - Esquema unifilar de instalação de tomada simples................................................................. 192
Figura 149 - Esquema multifilar de instalação de interruptor simples com uma lâmpada................ 193
Figura 150 - Esquema multifilar de instalação de tomada simples............................................................. 193
Figura 151 - Esquema funcional de instalação de interruptor simples com uma lâmpada................ 194
Figura 152 - Esquema funcional de instalação de tomada simples............................................................. 195
3 Ferramentas e equipamentos....................................................................................................................................43
3.1 Manuseio.........................................................................................................................................................44
3.2 Ferramentas manuais.................................................................................................................................45
3.3 Ferramentas elétricas..................................................................................................................................58
3.4 Instrumentos..................................................................................................................................................62
3.4.1 Instrumentos de medidas elétricas.....................................................................................62
3.4.2 Instrumentos de medição linear..........................................................................................67
3.5 Zelo....................................................................................................................................................................70
4 Condutores elétricos.....................................................................................................................................................75
4.1 Aplicação conforme a norma da ABNT NBR 5410............................................................................76
4.2 Tipos..................................................................................................................................................................77
4.2.1 Rígidos e flexíveis, unipolares e multipolares, isolados e nus....................................77
4.2.2 Conexões: emendas e conectores.......................................................................................81
4.2.3 Características.............................................................................................................................87
4.2.4 Dimensionamento.....................................................................................................................88
4.2.5 Simbologia...................................................................................................................................99
4.3 Instalação..................................................................................................................................................... 100
4.3.1 Fixados em paredes............................................................................................................... 101
4.3.2 Sobre isoladores e em linha aérea.................................................................................... 102
4.3.3 Em eletroduto aparente ou embutido............................................................................ 103
4.3.4 Em leitos de cabos e em eletrocalhas.............................................................................. 104
4.4 Descartes adequados de resíduos...................................................................................................... 106
4.5 Reciclagem de resíduos.......................................................................................................................... 106
4.6 Racionalização do uso dos recursos naturais e fontes de energia.......................................... 107
5 Infraestrutura................................................................................................................................................................ 111
5.1 Aplicações conforme a norma da ABNT NBR 5410....................................................................... 112
5.2 Características............................................................................................................................................. 112
5.3 Dimensionamento.................................................................................................................................... 112
5.4 Simbologia................................................................................................................................................... 117
5.5 Identificação................................................................................................................................................ 118
5.6 Tipos............................................................................................................................................................... 118
5.6.1 Eletrodutos e acessórios....................................................................................................... 119
5.6.2 Barramentos e acessórios.................................................................................................... 123
5.6.3 Canaletas e acessórios........................................................................................................... 125
5.6.4 Quadro de distribuição e caixas........................................................................................ 125
5.6.5 Cabeamento estruturado..................................................................................................... 128
5.7 Descarte adequado de resíduos.......................................................................................................... 129
5.8 Reciclagem de resíduos.......................................................................................................................... 130
Referências......................................................................................................................................................................... 199
Índice................................................................................................................................................................................... 209
Introdução
Prezado aluno,
É com grande satisfação que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) traz o
livro didático de Instalações Elétricas Prediais, volume 1.
Este livro tem como objetivo conduzir o aluno a desenvolver as capacidades técnicas rela-
tivas às instalações elétricas prediais, bem como as capacidades sociais, organizativas e meto-
dológicas, de acordo com a atuação do técnico no mundo do trabalho.
Neste volume você será capaz de aprender sobre instalações elétricas prediais ao observar
os sistemas de alimentação elétrica, conhecendo assim os níveis de tensão das concessionárias
de energia do país. Compreenderá também quais são as ferramentas necessárias para a reali-
zação de instalações elétricas e manutenção, aprendendo a forma correta de manuseá-las e os
cuidados que devem ser tomados.
Através deste estudo você terá a oportunidade de conhecer os componentes de uma ins-
talação elétrica, aprendendo suas características, aplicações conforme as normas técnicas e o
modo de dimensionar e identificar cada componente e equipamento corretamente; além de
estudar sobre os condutores elétricos, a infraestrutura de uma instalação elétrica, os dispositi-
vos de proteção, os dispositivos de manobra e os diagramas elétricos, que são informações de
extrema importância para que um profissional de eletrotécnica possa ler e fazer um diagrama
elétrico de maneira correta.
Para montar diagramas elétricos você vai perceber que utilizamos simbologias. As simbo-
logias referentes a cada componente de uma instalação elétrica estão presentes em cada ca-
pítulo, sendo divididas para que o entendimento fique mais claro, assim como os tipos de
diagramas e a diferença entre cada tipo.
Os conteúdos aprendidos neste volume são de extrema importância para a boa compre-
ensão do segundo volume, onde veremos outros dispositivos essenciais para uma instalação
elétrica.
Nos capítulos a seguir, encontraremos as normas e procedimentos que correspondem ao
planejamento e à execução das atividades, tão necessários ao desenvolvimento das compe-
tências específicas para formação do profissional de eletrotécnica, uma vez que, quando mal
qualificado, pode gerar impactos nocivos à segurança pública e doméstica.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
16
Por fim, esta unidade curricular servirá para despertar suas capacidades sociais, organizativas, metodo-
lógicas e técnicas. Queremos que você se preocupe com sua qualidade de vida, bem como com a quali-
dade de vida dos clientes e receptores dos seus serviços e com os impactos que a área elétrica oferece à
população.
Os estudos desta unidade curricular lhe permitirão desenvolver:
CAPACIDADES TÉCNICAS
Lembre-se de que você é o principal responsável por sua formação e isso inclui ações proativas, como:
a) Consultar seu professor-tutor sempre que tiver dúvida;
b) Não deixar as dúvidas para depois;
c) Realizar práticas exemplificadas neste livro que não dependem do professor-tutor;
d) Praticar sempre as capacidades técnicas apresentadas aqui;
e) Estabelecer um cronograma de estudo que você realmente cumpra;
f) Reservar um intervalo para quando o estudo se prolongar um pouco mais.
Se vamos lidar com eletricidade, não podemos nos esquecer da segurança, não é mesmo?
O homem pode manipular bem a eletricidade, mas não consegue dominá-la totalmente, logo, para
os profissionais desta área existe uma série de recomendações. A ABNT NBR, também chamada apenas
de NBR1, é um acervo de normas que advertem os profissionais sobre as condutas básicas de instalações
elétricas para que elas não ofereçam riscos a edificações, aos seres humanos, animais, bens materiais, etc.
Essas normas existem para regulamentar, padronizar as demais instalações elétricas, melhorando, dessa
forma, a qualidade das mesmas. As NBRs são aprovadas pela ABNT, que as disponibiliza.
Portanto, para que as instalações elétricas tenham seu bom funcionamento assegurado e a conserva-
ção dos bens, é importante que as normas sejam seguidas.
Vamos conhecer, então, algumas das NBRs que serão muito utilizadas em nossa formação? A NBR 5410
e a NBR 14039 existem justamente pela preocupação com as instalações elétricas de baixa e média tensão,
visando prevenir a incidência de acidentes, recorrentes neste tipo de instalação com usuários que nem
sempre possuem um treinamento e qualificação adequados.
O bom cumprimento dessas normas é uma forma de garantir que as instalações estarão dentro do que
é considerado um funcionamento seguro.
Já está curioso para saber um pouco mais sobre elas, não é mesmo?
Então, vamos lá!
A ABNT NBR 5410 é a norma que estipula as condições necessárias para o bom funcionamento das
instalações elétricas de baixa tensão, fornecendo diretrizes para a maneira mais segura e adequada, visan-
do, acima de tudo, a segurança dos bens, pessoas e animais. Esta norma é aplicada, principalmente, em
instalações elétricas dos consumidores do grupo B, ou seja, consumidores cuja carga instalada é menor ou
igual a 75.000 W (75 kW), que são:
a) B1: Residencial;
b) B2: Rural;
c) B3: Comercial;
d) B4: Iluminação pública.
As instalações elétricas de baixa tensão correspondem às instalações em cliente de rede secundária, ou
seja, até 1000 V em tensão alternada e 1500 V em tensão contínua. Conheceremos mais sobre rede secun-
dária quando falarmos das características do sistema elétrico brasileiro.
A ABNT NBR 5410 funciona como uma orientação para o profissional da área, sempre nos ensinando
sobre o que se deve ou não fazer quando se trabalha com clientes de baixa tensão. Ela nos proporciona
uma explicação diferenciada e estipula regras para instalações elétricas em baixa tensão, sendo de extre-
ma importância para o profissional da área conhecer a norma e aplicar os conhecimentos nela contidos.
Conhecer a norma e os tópicos propostos por ela esclarece muitas das dúvidas dos profissionais da área.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
22
A ABNT NBR 14039 estipula as condições necessárias para o bom funcionamento em instalações elé-
tricas de média tensão, estabelecendo regras e fornecendo diretrizes adequadas e seguras para cada tipo
de instalação. Esta norma é aplicada, principalmente, em instalações elétricas de alguns consumidores
do grupo A, clientes cuja carga instalada é superior a 75.000 W (75 kW), como escolas, indústrias, grandes
comércios, hospitais, entre outros.
SUPERMECADO
ESCOLA
As regras contidas nesta norma apresentam as exigências mínimas que as instalações elétricas devem
obedecer para que não perturbem ou prejudiquem as instalações vizinhas por conta de sua deficiência, ou
cause danos a pessoas, animais e à conservação dos bens e do meio ambiente.
A instalação elétrica deve estar disposta em locais que impeça o seu contato com materiais inflamáveis,
evitando assim o risco de incêndio por causa das temperaturas elevadas ou arcos elétricos.
As instalações elétricas de média tensão correspondem às instalações em cliente de rede primária, ou
seja, alimentação em rede acima de 1 kV (1.000 V) e abaixo de 36,2 kV (36.200 V) em tensão alternada. Co-
nheceremos mais sobre rede secundária quando falarmos sobre as redes de distribuição de energia, ainda
neste capítulo.
Esta norma se aplica a clientes alimentados pela concessionária de energia e também àqueles alimenta-
dos por fonte própria de energia em média tensão. Ela fornece um passo a passo para o projeto e execução
de instalações elétricas de média tensão.
2 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA
23
SAIBA Se quiser conhecer um pouco mais sobre as normas da ABNT, é só acessar o site e con-
MAIS ferir as atualizações e demais normas regulamentadas pela associação.
Agora que já conhecemos as normas técnicas necessárias para as instalações em média tensão (MT) e
baixa tensão (BT), vamos entender o cenário do setor elétrico no Brasil.
Devemos ter conhecimento que a prestação de serviço do setor de energia elétrica no Brasil segue as
regulamentações da Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Mas, o que é a ANEEL?
ANEEL é o órgão que fiscaliza e cria as regras para que todo o sistema elétrico funcione corretamente,
desde a geração, transmissão, distribuição, até a comercialização da energia elétrica. Ela recebe as reclama-
ções de consumidores e agentes, mantendo o equilíbrio entre as partes, sendo responsável por mediar os
conflitos de interesse entre os agentes do setor elétrico e os consumidores.
A ANEEL tem como missão proporcionar condições favoráveis para que o mercado de energia elétrica
se desenvolva com equilíbrio entre os agentes e em benefício da sociedade.
Você sabe o que é o Sistema Elétrico de Potência? Veja a figura a seguir.
Geração
2,2 kV a 22 kV
Tranformador
Linhas de transmissão eleva a tensão
750, 500, 230, 138 kV
Distribuição primária Distribuição secundária
2,2 a 36 kV 127, 220 ou 380 V
Transformador
abaixador
Tranformador
baixa a tensão Consumidor primário Consumidor secundário
2,2 a 36 kV 127, 220 ou 380 V
Sistema Elétrico de Potência (SEP2) é o conjunto de todas as instalações e equipamentos que consti-
tuem as três etapas do sistema elétrico, são elas: geração, transmissão e distribuição de energia. Vamos
conhecer um pouco mais sobre cada uma dessas etapas.
a) Geração: é a unidade responsável pela produção de energia elétrica por meio de usinas como
hidrelétricas, termelétricas, eólicas, entre outras. Tem seus níveis de tensão entre 2,2 kV e 22 kV;
b) Transmissão: é o sistema que faz a ligação da geradora de energia elétrica com a rede de distri-
buição. As linhas de transmissão são constituídas por grandes estruturas que podem ser vistas das
estradas, como nos exemplos mostrados no quadro a seguir. Têm seus níveis de tensão estabele-
cidos pela ANEEL entre 220 kV e 765 kV;
c) Distribuição: é a rede elétrica que faz a ligação das linhas de transmissão aos consumidores
em alta tensão (AT), média tensão (MT) e baixa tensão (BT). As redes de distribuição são as mais
presentes em nosso cotidiano e suas características já se enquadraram no padrão das cidades,
estando presentes nos postes das concessionárias nas ruas, avenidas e estradas do país. Como
vimos, elas são divididas em:
-- AT - Alta tensão: possui valores de tensão entre fases iguais ou superiores a 36,2 kV;
-- MT - Média tensão: possui valores de tensão entre fases superiores a 1 kV e inferiores a
36,2 kV;
-- BT - Baixa tensão: possui valores de tensão entre fases iguais ou inferiores a 1 kV.
ETAPA EXEMPLOS
Hidrelétrica Eólica
Geração
Fotovoltaica Nuclear
Transmissão
Distribuição
A energia produzida pelas usinas de geração, normalmente, encontra-se na faixa de 2,2 kV a 22 kV,
precisando, então, passar por uma subestação elevadora, onde os níveis de tensão são elevados e só então
pode ser conduzida até os centros urbanos por meio das linhas de transmissão que operam com valores
de tensão entre 220 kV e 765 kV, segundo determinação da ANEEL.
As subestações são instalações que contêm equipamentos responsáveis por controlar, principalmente,
a transmissão e a distribuição de energia elétrica, a qual tem o transformador como equipamento prin-
cipal, responsável por fazer as transformações necessárias para que o sistema elétrico se mantenha em
equilíbrio. As subestações elevadoras contêm transformadores responsáveis por aumentar o nível de ten-
são. Mas, por que há a necessidade de se elevar a tensão? A tensão que sai da geradora precisa ser elevada
para que haja a diminuição das perdas de energia no sistema de transmissão, que são geradas devido as
grandes distâncias percorridas pela energia até chegar ao seu destino.
Porém, estes altos níveis de tensão não são adequados para o uso dos consumidores, fazendo-se ne-
cessária, então, a passagem por uma subestação abaixadora de tensão, responsável por reduzir os níveis
de tensão para se adequar ao consumo. Após passar pela subestação abaixadora, a energia poderá ser
utilizada pelos consumidores primários, que são alimentados com tensões entre 1 kV e 69 kV, ou passar
por outro transformador, para só então ser consumida pelos consumidores secundários, dentre os quais se
enquadram os residenciais.
As redes de distribuição primária e secundária são de responsabilidade da concessionária local de dis-
tribuição, assunto que estudaremos mais à frente. Mas, você já sabe o que é uma concessionária de distri-
buição elétrica?
Concessionária de distribuição elétrica é a empresa que tem ligação direta entre o setor elétrico e a
sociedade. As concessionárias de distribuição recebem das companhias de transmissão a maior parte do
suprimento de energia elétrica com a finalidade de abastecer o país. Em cada estado existem as concessio-
nárias responsáveis pela distribuição de energia e atendimento ao consumidor da região, podendo atuar
mais de uma empresa por estado.
O sistema de distribuição de energia elétrica do Brasil é operado por diversas empresas distribuídas em
todo território nacional, conforme a figura seguinte, onde podemos identificar as empresas responsáveis
pela distribuição de energia elétrica em cada região do país.
2 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA
27
Agora que já conhecemos as empresas responsáveis pela distribuição em cada região, vamos estudar
sobre as redes de distribuição de energia elétrica, que é de responsabilidade da concessionária local.
Rede de distribuição de energia é a rede responsável por fazer a ligação do sistema de transmissão ao
consumidor final. É subdividida em duas, rede primária e rede secundária, podendo alimentar o consumi-
dor de média tensão (MT) ou baixa tensão (BT). Vamos conhecer as principais características de cada uma
delas?
a) Rede primária: é a linha de distribuição de energia elétrica pertencente à concessionária local
que opera em média tensão (MT). A rede primária de distribuição é responsável por ligar as linhas
de transmissão aos consumidores primários e à rede secundária.
A rede primária encontra-se na região mais alta do poste e tem seus condutores sempre de alumínio ali-
nhados na horizontal. Trabalha com valores de tensão normalmente de 13,8 kV, 23 kV ou 34,5 kV, podendo
variar de acordo com a concessionária local.
b) Rede secundária: é a linha de distribuição de energia elétrica da concessionária local, que opera
em baixa tensão (BT), ou seja, depois do transformador abaixador, que alimenta os consumidores
secundários.
2 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA
29
A rede secundária encontra-se abaixo da rede primária e costuma ter seus condutores alinhados na ver-
tical. As tensões recomendadas pela ANEEL para as redes secundárias são representadas conforme tabela
a seguir.
MONOFÁSICO TRIFÁSICO
Na próxima tabela podemos identificar alguns valores de tensão utilizados pelas concessionárias res-
ponsáveis pela distribuição de cada estado.
220/127 || 380/220 ||
Espírito Santo 11,4 || 13,8
254/220/127
380/220 || 220/127 ||
Rio Grande do Norte 11,4 || 13,8 || 34,5
380/220/127
Podemos perceber a grande variedade dos níveis de tensão adotados pelas concessionárias de energia
de cada região, portanto, é de extrema importância saber qual a concessionária de energia de sua região e
quais os níveis de tensão fornecidos por ela.
FIQUE Os níveis de tensão da rede elétrica de distribuição podem variar de acordo com a
concessionária local ou com a região. Portanto, consulte a concessionária local e se
ALERTA mantenha informado.
Agora que entendemos como funciona o sistema elétrico e os processos pelos quais a energia passa até
que esteja favorável para o consumo, devemos aprender os requisitos necessários para que a concessioná-
ria local possa fazer a alimentação, seja ela em baixa tensão ou média tensão.
Para que a distribuidora de energia elétrica possa realizar a alimentação dos clientes é necessário pre-
encher os requisitos de padrão de entrada de cada concessionária. Mas, o que é padrão de entrada de
energia?
Padrão de entrada é o conjunto de componentes e instalações necessárias para que a concessionária de
sua região possa realizar a ligação da unidade consumidora. A montagem do padrão deve seguir as regras
e especificações da concessionária local.
O modelo de padrão de entrada depende do tipo de consumidor, primário ou secundário, devendo
seguir as especificações das normas ABNT NBR 5410 e NBR 14039 para a estipulação do melhor padrão de
entrada, de modo que atenda às necessidades e às regras necessárias a serem seguidas para o seu projeto
e montagem.
A montagem do padrão de entrada depende do projeto e das regras estabelecidas pela concessionária.
Portanto, é de extrema importância conhecer as simbologias necessárias na hora da elaboração e leitura
do projeto de um padrão de entrada, sabendo identificar cada componente para executar a instalação da
maneira correta.
Vamos conhecer, então, as simbologias mais importantes para um projeto de padrão de entrada?
2.3.1 SIMBOLOGIA
sem de uma região para outra? Por isso, criou-se, a partir de padrões, placas contendo alguns símbolos que
podem ser entendidos por condutores e pedestres de qualquer região do país.
Pois é, as simbologias servem para isso. Simbologias são padrões a ser seguidos para que haja o enten-
dimento do maior número de pessoas. São criadas por normas, que especificam a utilidade de cada símbo-
lo e estes símbolos, na nossa área, existem para simplificar a comunicação entre o projetista e o profissional
responsável por fazer a instalação elétrica.
Fazer o uso e leitura correta das simbologias facilita a vida de qualquer técnico, quer seja na hora de
elaborar o projeto ou na hora da sua execução.
A seguir estão algumas simbologias importantes para projetos de padrão de entrada.
Transformador de potência
Transformador de corrente
com 1 núcleo
Transformador de corrente
com 2 núcleos
Transformador de potencial
Para - raios
Conhecer e entender as simbologias é muito importante, pois precisaremos elaborar e seguir projetos
elétricos durante toda a vida profissional. Então, vamos conhecer alguns componentes importantes na
hora da definição do padrão de entrada.
2 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA
33
2.3.2 IDENTIFICAÇÃO
Para executar a instalação correta do padrão de entrada é preciso saber identificar alguns componentes
e suas funções. Dividiremos em baixa tensão e média tensão para facilitar o entendimento.
O padrão de entrada para consumidores de baixa tensão é o conjunto de instalações composto pela
caixa de medição, sistema de aterramento, condutores, eletrodutos e outros acessórios indispensáveis
para que a concessionária de energia elétrica da sua cidade possa fazer a ligação na rede secundária.
Na hora de determinar o padrão de entrada a ser utilizado, é preciso saber que ele deve ser instalado no
limite de sua propriedade com a via pública. Para isso, você deverá ter o conhecimento dos componentes
necessários para sua instalação, conforme o quadro a seguir.
COMPONENTES ESPECIFICAÇÃO
Caixa de medição
Disjuntores
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
34
Sistema de aterramento
Condutores
Eletrodutos
O padrão de entrada para média tensão é a instalação incluindo o ramal de entrada, poste particular,
caixas, dispositivos de proteção, aterramento, entre outros componentes de responsabilidade dos con-
sumidores. O padrão de entrada para média tensão deve ser preparado de forma a permitir a ligação das
unidades consumidoras à rede primária da concessionária.
Vamos, então, conhecer alguns destes componentes:
a) Ramal de entrada: é o conjunto de condutores e acessórios instalados pelos consumidores en-
tre o ponto de entrega e a proteção geral de média tensão ou medição de baixa tensão. A instala-
ção do ramal de entrada é feita pelo consumidor, porém, a ligação no ponto de entrega será feita
pela concessionária;
b) Poste: os postes particulares a serem utilizados na entrada da unidade consumidora devem
atender às especificações da concessionária;
2 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA
35
c) Caixas: as caixas são subdivididas em caixa para medidor, caixa para dispositivos de proteção e
caixa para inspeção de aterramento:
-- Caixa para medidor: é a caixa destinada à instalação do medidor eletrônico e chave de
aferição. É o dispositivo que possibilita a retirada do medidor do circuito;
-- Caixa para dispositivos de proteção: é a caixa destinada à instalação do disjuntor de
baixa tensão e transformadores de corrente;
-- Caixa de inspeção de aterramento: caixa de alvenaria ou PVC, com tampa de concreto ou
aço, destinada a proteger a conexão entre o condutor de aterramento e o eletrodo de ater-
ramento, e a permitir a realização de medições e inspeções periódicas.
d) Dispositivos de proteção: são indispensáveis em instalações elétricas e devem ser dimensiona-
dos conforme as prescrições das normas técnicas:
-- Disjuntores de média tensão: devem atender às prescrições da ABNT NBR 14039 e das
concessionárias, e devem ser instalados em cubículo próprio, fixados a suportes rígidos.
O disjuntor tripolar deve atender às características mínimas estabelecidas pela conces-
sionária;
-- Disjuntores de baixa tensão: disjuntor em caixa moldada, com capacidade de interrup-
ção simétrica mínima de 30 kA;
-- Para-raios: proteção contra descargas atmosféricas que deve seguir as especificações de
acordo com a tensão de alimentação, bem como a especificação da concessionária;
e) Aterramento: a malha de aterramento da subestação deve ser executada pelo consumidor con-
siderando o número mínimo de eletrodos, que depende da capacidade de transformação da su-
bestação e devem ser separados a uma distância menor ou igual ao tamanho da haste:
-- Capacidade de transformação da subestação menor ou igual a 150 kVA serão necessários
4 (quatro) eletrodos;
-- Capacidade de transformação da subestação maior que 150 kVA e menor que 500 kVA
serão necessários 8 (oito) eletrodos;
-- Capacidade de transformação da subestação maior ou igual a 500 kVA serão necessários 12
(doze) eletrodos.
f) Isoladores: devem ser utilizados isoladores que atendam às especificações da norma da ABNT e
prescrições da concessionária.
Agora que já conhecemos as simbologias e os componentes necessários para realização da obra civil do
padrão de entrada, veremos os tipos de ligação possíveis para cada consumidor.
Para realizar o pedido de ligação da unidade consumidora, primeiro, devemos analisar o projeto elétri-
co, fazendo o cálculo de cargas elétricas para saber o valor da carga instalada e, assim, determinar o tipo
de consumidor e se este vai ser alimentado em média tensão ou baixa tensão. Vamos conhecer, então,
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
36
algumas especificações para cada tipo de consumidor e sua alimentação e a maneira correta de instalar o
padrão de entrada de cada um.
Após ser feito o cálculo de cargas e determinar a carga necessária para o consumidor, podemos, então,
escolher o padrão correto. Para valores de carga instalada abaixo de 75 kW deve ser feita a alimentação em
baixa tensão (BT). Neste tipo de instalação devemos seguir, principalmente, as especificações da ABNT NBR
5410. Consumidores que possuam a carga instalada acima de 75 kW devem realizar o pedido de ligação
em média tensão.
Ramal de
ligação
Quadro de
distribuição
Circuitos terminais
Medidor
Circuito de distribuição
Eletrodo de aterramento
O padrão de entrada mais indicado para sua instalação vai depender do tipo de ligação, que pode ser
monofásica, bifásica ou trifásica, e do local onde vai ser feita a ligação, podendo ser em poste, muro, pare-
de ou pontalete3. Os tipos de ligação dependem dos níveis de tensão da concessionária local, conforme a
carga instalada, e da necessidade do consumidor.
O que significam esses tipos de ligação? Vamos aprender um pouco sobre eles.
a) Ligação monofásica: tipo de rede instalado somente em clientes que possuam a carga instalada
menor que 12 kW. A rede monofásica é alimentada a dois fios (um fase e um neutro) e tem tensão,
na maioria das localidades, de 127V;
3 Pontalete: tubo de PVC, aço ou madeira utilizado para fixação do eletroduto do padrão de entrada.
2 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA
37
b) Ligação bifásica: tipo de rede instalado em clientes que possuam a carga instalada entre 12 kW
e 25 kW ou em área rural. A rede bifásica é alimentada por três fios (dois fase e um neutro) e per-
mite trabalhar em níveis de tensão de 220 V (fase-fase) ou 127 V (fase-neutro);
c) Ligação trifásica: tipo de rede instalado em clientes que possuam a carga instalada entre 25 kW
e 75 kW. A rede trifásica é alimentada por quatro fios (três fase e um neutro) e permite trabalhar
com níveis de tensão de 220 V (fase-fase) ou 127 V (fase-neutro). A ligação trifásica permite um
maior equilíbrio da rede elétrica, podendo fazer o balanceamento de carga entre as fases.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
38
Lembrando que os níveis de tensão dos tipos de ligação dependem da tensão de alimentação secundá-
ria da concessionária local, portanto, fique atento!
Os consumidores que tiverem uma carga instalada entre 75 kW e 2.500 kW serão alimentados em mé-
dia tensão. Nesse caso, deve ser enviado o projeto do padrão e das instalações para a concessionária com
o pedido de alimentação. Para que os projetos elétricos sejam analisados pela concessionária, devem ser
apresentados conforme as especificações da concessionária, levando em consideração as normas ABNT.
Para os consumidores de média tensão, a construção do padrão de entrada só deverá ser feita após o
técnico responsável pela instalação, ou o consumidor entrar em contato com a concessionária e tomar co-
nhecimento dos detalhes técnicos do padrão a ser aplicado ao seu caso e das condições para sua ligação. O
padrão de entrada para este tipo de consumidor deve conter o dimensionamento correto do transforma-
dor abaixador, bem como do elo fusível, da malha de aterramento, do para-raios do transformador, entre
outros. Para este tipo de instalação devem ser seguidas, principalmente, as especificações da ABNT NBR
14039 e da ABNT NBR 5410.
2 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA
39
Alimentação em MT
Chave
fusível Ponto de entrega
Para-raios
Subestação do
consumidor
Poste de
derivação
Limite da
propriedade
Medidor
Distância máxima
A construção do padrão de entrada e instalação dos materiais e equipamentos que o constituem, bem
como as obras civis necessárias para sua construção, devem ser realizadas pelos consumidores. O padrão
de entrada de cada consumidor deve ser construído dentro da propriedade particular com uma distância
máxima de 5 metros da divisa com a via pública.
A instalação do ramal de entrada é feita pelo consumidor, no entanto, sua ligação ao ponto de entrega
deve ser realizada pela concessionária e deve atender algumas prescrições, como os condutores serem
contínuos e sem emendas, e devem apresentar as mesmas características dos condutores do ramal de li-
gação. Devem ser observadas eventuais condições específicas nos casos de travessia de rodovias, ferrovias
e vias públicas em geral. O ramal de entrada pode ainda ser aéreo ou subterrâneo.
FIQUE Para sua própria segurança, na hora de se trabalhar com eletricidade, certifique-se de
ALERTA que a instalação se encontra desligada.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
40
CASOS E RELATOS
Agora que você já sabe as especificações de cada tipo de ligação, poderá dimensionar o padrão de
entrada correto para cada consumidor. Dimensionando o seu padrão de entrada corretamente, você eco-
nomizará tempo, dinheiro, além de evitar possíveis danos futuros aos eletrodomésticos e agilizar a sua
ligação.
2 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA
41
RECAPITULANDO
Aprendemos neste capítulo que as redes de distribuição elétrica têm sua potência e tensão variadas
de acordo com a necessidade de consumo do cliente e ofertas das concessionárias locais. Vimos que
essas distribuições são regulamentadas a partir de um conjunto de normas vigentes regidas pela
ABNT e sua importância para o trabalho de um eletrotécnico.
Conhecemos as normas que regulamentam as instalações elétricas de baixa e média tensão e suas
aplicações, aprendendo sobre as suas prescrições referentes a cada tipo de consumidor.
Vimos também as características do sistema elétrico de potência, suas etapas e os níveis de tensão
relacionados a cada uma. Conhecemos as concessionárias responsáveis pela distribuição de energia
de cada estado e os valores de tensão que fornecem, seja na rede primária ou secundária.
Conhecemos os tipos de consumidores e as regras dos padrões de entrada exigidas pelas conces-
sionárias para que possa ser realizada a ligação de uma unidade consumidora; aprendemos sobre
as simbologias importantes para leitura e implementação de projetos elétricos e os equipamentos
que precisam ser identificados para que seja realizada a montagem dos padrões de forma correta.
Ferramentas e equipamentos
3.1 MANUSEIO
Ferramenta é todo equipamento que permite ao homem uma maior facilidade em realizar determina-
das tarefas. Algumas ferramentas são indispensáveis e não seria possível realizar determinados trabalhos
sem o seu uso. É de extrema importância que saibamos a forma correta de manusear cada ferramenta, pois
grande parte dos acidentes envolvendo os técnicos se dá por conta da realização do procedimento de
forma errada ou pelo uso de ferramenta inadequada àquele trabalho. Devemos lembrar também que para
muitas ferramentas é necessário fazer uso de EPI4 para seu manuseio.
Devemos considerar alguns cuidados importantes com as ferramentas, como a escolha da ferramenta
adequada para cada tipo de serviço, não sendo recomendado que se improvise, pois cada tipo de serviço
requer um instrumento específico para sua realização.
Cada ferramenta requer um cuidado especial e atenção no seu manuseio. As ferramentas são um pro-
longamento das mãos e, estatisticamente, os acidentes com as mãos representam a maior parte dos aci-
dentes ocorridos nas empresas ou na realização de serviços.
Você acha que só os seres humanos são capazes de criar e utilizar ferra-
mentas? Está totalmente enganado. Existem animais que também fazem
CURIOSIDADES uso de suas próprias ferramentas, como alguns chimpanzés, que utili-
zam pedras como martelos para quebrar cocos, entre outras utilidades.
Ferramenta manual é todo equipamento que exige um esforço físico do homem para seu funciona-
mento. Podemos considerar as ferramentas manuais como um prolongamento das mãos do trabalhador,
oferecendo mais facilidade e melhor forma de operação na realização de trabalhos mecânicos, proporcio-
nando maior força e precisão.
Ainda que a tecnologia continue a se desenvolver e que novas ferramentas elétricas sejam criadas, o
uso das ferramentas manuais permanece indispensável na maioria das tarefas a serem realizadas, desde as
mais simples até as mais sofisticadas.
Vamos, então, conhecer as ferramentas manuais indispensáveis em nosso cotidiano.
ALICATE
Esta ferramenta é uma das mais antigas e também mais usadas pelo homem desde os tempos antigos.
Os alicates servem para multiplicar a força exercida pelo usuário através de uma alavanca. Ao exercer a
força em um lado da alavanca, ela é multiplicada na cabeça do alicate, permitindo, assim, realizar serviços
com o emprego de uma menor quantidade de força, por exemplo, cortar e dobrar materiais duros.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
46
Com o passar dos tempos, o alicate foi ganhando novas formas e funções, mas seu princípio continua o
mesmo. Veremos aqui alguns modelos de alicate de extrema importância para um profissional de eletro-
técnica e suas utilidades.
a) Alicate de bico redondo
A utilização desse alicate é bastante restrita. Ele é eficiente no trabalho com fios rígidos. Por conta de
seu bico cônico5 é possível fazer olhais de vários diâmetros com mais rapidez e um excelente acabamento.
O alicate de bico redondo pode ter seus cabos isolados ou oxidados6.
Esse tipo de alicate é utilizado para segurar e guiar peças, muito usado por quem trabalha com ele-
trônica, quando é necessário pegar componentes muito pequenos para fazer a soldagem, por exemplo.
Eles possuem um bico mais alongado e servem para segurar as peças, torcer ou endireitar terminais, fazer
trabalhos mais delicados e podem até ser usados para desempenhar o papel do alicate de bico redondo,
devido a sua face externa ser arredondada. Esse tipo de alicate pode possuir uma lâmina para corte lateral
e é encontrado com cabos isolados ou oxidados.
c) Alicate de corte diagonal ou corte lateral
O alicate de corte é muito utilizado em instalações elétricas, principalmente para os cortes de conduto-
res de metal e de pequenas peças plásticas. Com a prática no manuseio dessa ferramenta você aprenderá
a remover a capa plástica isolante dos condutores (desencapar). Ele é também um grande aliado na execu-
ção dos projetos de eletrônica, podendo auxiliar, quando for necessário, a cortar os pinos de componentes
e sobras de fio após a soldagem.
Para utilizar esse alicate para desencapar condutores, você deverá seguir os seguintes passos:
-- Comprima o condutor no local onde deseja desencapar de modo a mordê-lo sem aplicar muita força
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
48
O mais conhecido de todos os modelos de alicates. Ele é muito utilizado para segurar peças com sua
ponta chata e mordida estriada e cortar condutores de cobre, pois possui uma lâmina de corte. Lembran-
do que para serviços elétricos você deve manter os cabos isolados. Não é recomendado que use o alicate
universal para fazer movimento de giro, pois pode danificar o equipamento ou a peça.
e) Alicate descascador de fios
Esse alicate tem a funcionalidade exclusiva de remover a capa isolante dos condutores devido às suas
características, pode descascar os fios com rapidez e sem danificar o condutor. Alguns modelos vêm com
regulagem ou diferentes sulcos7 para desencapar fios de diferentes seções, outros requerem uma maior
precisão do profissional.
f) Alicate de compressão
Também conhecido como alicate crimpador, serve para comprimir terminais, luvas de emendas, conec-
tores paralelos, entre outros.
FIQUE Existem vários tipos de alicates, portanto, deve-se tomar cuidado na hora de adquirir
esse tipo de material. É importante que tenha certeza do modelo que melhor atende
ALERTA suas necessidades.
Existem dezenas de modelos de alicate compressor para diferentes tipos de conectores, desde alicate
crimpador para conector de rede RJ45, até alicate crimpador para terminal elétrico. Você deve ter muita
atenção na hora de adquirir esse tipo de alicate para não comprar o modelo errado.
CHAVE DE FENDA
Essa é uma ferramenta bastante comum, utilizada para apertar e desapertar parafusos de fenda. A ex-
tremidade do cabo é fixada por um sistema de alta pressão, que dá maior segurança e firmeza à chave.
Existem várias medidas de chaves de fenda para cada tamanho de parafuso, é importante analisar a fenda
correta a ser utilizada para não danificar a chave ou a cabeça do parafuso. Para garantir um trabalho de boa
qualidade, o profissional deve seguir as orientações seguintes:
a) Verifique as condições da chave de fenda. Só é possível realizar um bom trabalho com ferramen-
tas de boa qualidade e em perfeito estado. Procure não utilizar fendas que apresentem algum
tipo de defeito, como lâmina arredondada. Utilizar a ferramenta nessas condições pode dificultar,
ou até mesmo impossibilitar, o aperto e desaperto do parafuso ou danificá-lo;
b) Procure sempre checar se a fenda está em perfeitas condições e se encaixa corretamente no
parafuso, observando se a largura da ponta se adéqua corretamente. A má utilização desta ferra-
menta pode danificar a peça e interferir no bom funcionamento do serviço;
c) Não use fendas menores que o parafuso, isso pode danificar a sua ferramenta. Fendas menores
não dão o apoio necessário para apertar ou desapertar parafusos maiores com maior firmeza;
d) A chave deve ser mantida alinhada ao parafuso. Nunca use a chave de fenda inclinada, pois pode
escorregar, danificando a fenda e provocando acidentes.
É importante reconhecer o tipo de parafuso que se está trabalhando. Alguns dispositivos elétricos,
como disjuntores, tomadas e aparelhos eletrodomésticos possuem algumas partes presas com parafusos
Philips. Para trabalhar com esse tipo de parafuso você deve utilizar a ferramenta apropriada para não da-
nificar a chave ou o material.
3 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
51
A chave Philips é bem parecida com a chave de fenda. A diferença está na sua ponta que é mais apro-
priada para parafusos Philips. Um bom profissional deve ter sempre uma destas chaves a sua disposição.
Os canivetes ou estiletes são bastante utilizados por quem trabalha na área da eletrônica, principal-
mente para auxiliar a desencapar ou retirar o verniz de isolação dos fios, que, na maioria das vezes, são
bem finos. Esse procedimento, se for feito com um alicate por exemplo, pode cortar o fio condutor com
facilidade.
FIQUE Na hora de fazer uso de canivetes e estiletes o cuidado deve ser redobrado, portanto,
tome o máximo de cuidado para não se cortar. O índice de acidentes por negligência
ALERTA durante o uso dessas ferramentas é muito alto.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
52
O canivete pode ser usado também em instalações elétricas em geral, na falta de um alicate descasca-
dor, para auxiliar na hora de remover a capa isolante ou quando for necessário fazer a raspagem de alguns
materiais oxidados, como terminais, condutores, entre outros.
A tarraxa para eletroduto é uma ferramenta bastante usada em instalações prediais. Sua finalidade é
fazer roscas em eletrodutos de PVC e metálicos para a instalação de luvas, possibilitando, assim, unir vários
eletrodutos, formando uma rede. A tarraxa também é utilizada para conectar os eletrodutos às caixas de
passagem com bucha. Algumas tarraxas são próprias para eletrodutos apenas de PVC e não podem ser uti-
lizadas para eletrodutos metálicos, portanto, você deve ter atenção com o material que está trabalhando
para utilizar a ferramenta adequada.
LINHA DE BATER
Essa ferramenta é bastante usada por pedreiros e gesseiros, mas também auxilia o eletrotécnico em
muitas situações. A linha de bater, ou linha de nível, consiste em um rolo de linha banhada com giz, deixan-
do, assim, sua marca onde for necessário. É bastante usada na instalação de luminárias no teto para marcar
de forma alinhada onde serão posicionadas as luminárias.
LIMAS
Figura 26 - Limas
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
As limas são ferramentas de aço-carbono usadas para fazer o acabamento nas extremidades das peças
que normalmente são forjadas por serrotes ou talhadeiras. As limas são compostas por um cabo, que pode
ser madeira ou plástico; e pelo picado, que é onde se encontram os dentes responsáveis por fazer a raspa-
gem do material e tirar as rebarbas8. Existem limas para diferentes utilizações e elas podem se classificar
quando à sua forma, picado, número de dentes por centímetro ou tamanho, como mostrado no quadro a
seguir.
Para manter a qualidade da lima você deve tomar os devidos cuidados, mantendo-as sempre limpas e
utilizando a lima adequada para o acabamento que deseja fazer.
MARTELO
O martelo é uma ferramenta que merece uma atenção especial por ter várias funcionalidades, mesmo
que a maioria das pessoas não saiba. As funcionalidades dos martelos e marretas podem variar, sendo utili-
zados para delicados acabamentos ou até mesmo para desmanche de alvenaria, no caso das marretas mais
pesadas, entre outras utilidades. Existem vários modelos desse equipamento e a escolha vai depender da
necessidade de quem vai utilizá-lo. Podem ser feitos totalmente de madeira ou com cabo de madeira e
cabeça em borracha ou aço.
O martelo mais conhecido é o chamado martelo unha, que tem como principal utilidade fixar e remover
pregos. Ele é também o mais utilizado pelos profissionais em geral.
NÍVEIS
Figura 28 - Níveis
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
Está em dúvida se a instalação de um motor realmente encontra-se alinhada? Essa é a ferramenta certa.
As ferramentas de níveis servem para auxiliar o profissional na hora de fazer alguma instalação e não ser
3 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
55
enganado pelo olho, pois elas auxiliam na checagem do alinhamento, evitando que a instalação do equi-
pamento fique desnivelada.
PRUMO DE CENTRO
O prumo é uma ferramenta bastante usada pelos pedreiros na construção civil, sendo usado para defi-
nir, verificar ou encontrar um ponto no sentido vertical de uma parede, por exemplo. O prumo de centro
tem a função semelhante ao prumo convencional, oferecendo uma melhor precisão no alinhamento, pois
sua ponta na parte inferior pode se fixar no local desejado, garantindo maior facilidade ao se deslocar para
outros planos horizontais. Essa ferramenta é bastante utilizada para fazer instalações de luminárias quando
é necessário encontrar o ponto correto do centro onde será realizado o furo.
DOBRADORES DE TUBOS
Essa ferramenta é fundamental para fazer pequenas curvas em eletrodutos metálicos. Na maioria dos
casos haverá a necessidade de realizar esse procedimento com o objetivo de contornar vigas, pilares ou
até mesmo para interligar o eletroduto a outros no teto ou em caixas de parede. Utilizando os dobradores
de tubo você poderá realizar curvas perfeitas sem deformações.
REBITADEIRA
Figura 31 - Rebitadeira
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.
A rebitadeira, ou rebitadora, é uma ferramenta utilizada para unir diferentes tipos de materiais, como
chapas, através de rebites9 de aço ou alumínio. Para a melhor utilização, o profissional deve ter noção
prévia das medidas dos materiais que serão unidos, devendo, então, fazer um furo onde os rebites serão
introduzidos. O uso de rebites é bastante prático e proporciona uma boa fixação, tendo a sua remoção
como ponto negativo, pois, para remover os rebites, será preciso utilizar uma furadeira.
ARCO DE SERRA
Arco Cabo
Ajuste Lâmina
O arco de serra é uma ferramenta muito utilizada em instalações elétricas prediais, principalmente na
hora de cortar tubos ou eletrodutos de PVC ou metálicos. As serras mais indicadas para tubos de PVC são
as de aço flexível e as mais indicadas para tubos metálicos são as serras de aço rígido. O arco de serra é
ideal para trabalhos de bancada, onde o material deve ser fixado para proporcionar um melhor apoio na
hora do corte.
O arco de serra é composto por um cabo que pode ser de plástico ou madeira, sendo que a lâmina e o
arco podem ser ajustados.
O arco é ajustado de acordo com o comprimento da lâmina, podendo ser de 200, 250 e 300 mm ou 8,
10 e 12 polegadas. As lâminas são caracterizadas também pelo número de dentes, que vai depender do
material a ser cortado. Na tabela seguinte veremos a lâmina ideal para cada tipo de material.
NÚMERO DE DENTES
MATERIAL A SER CORTADO
POR POLEGADA
Madeira dura, madeira maciça, aço alto carbono, chapas metálicas de es-
24
pessura média, tubos, conduítes rígidos e flexíveis, latão, alumínio, cobre
A escolha da lâmina correta pode economizar tempo na hora do corte, além da conservação da própria
lâmina e um melhor acabamento do corte.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
58
As ferramentas elétricas estão cada vez mais presentes em nosso cotidiano. Você já deve ter se de-
parado muitas vezes com a necessidade de fazer uso desse tipo de equipamento. Quem nunca precisou
colocar um parafuso na parede para pendurar um quadro? As ferramentas elétricas nos dão a capacidade
de realizar as tarefas com mais agilidade, perfeição e menos esforço físico.
Imagine como era a realidade dos profissionais de antigamente, que não tinham a ajuda deste tipo de
equipamento. Todo o trabalho que hoje é realizado pelas ferramentas elétricas era feito de forma mecânica,
manual e bastante exaustivo. Pelo fato dessas ferramentas terem se tornado comuns, muitas pessoas não
veem o seu real valor. As ferramentas elétricas representam um enorme avanço em termos de eficiência e
produtividade, e a criação de equipamentos menores e mais eficientes tem sido cada vez mais frequente.
É importante verificar a tensão de funcionamento de cada equipamento elétrico se for alimentado dire-
tamente na rede elétrica para evitar danos.
Vamos conhecer alguns desses equipamentos e, assim, poderemos tirar algumas conclusões quanto à
sua utilidade. Então, vamos lá!
SOPRADOR TÉRMICO
Essa ferramenta é usada em vários segmentos e a temperatura de operação dependerá de sua aplica-
ção. O soprador térmico é bastante utilizado na eletrônica para realizar soldagem e remoção de equipa-
mentos com estanho. Também pode ser usado em instalações prediais para realizar solda de peças de PVC,
secagem de tintas, isolação com isolantes termocontráteis e para aquecimento de parafusos (facilitando
sua remoção), entre outras utilidades.
3 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
59
PARAFUSADEIRA
Figura 34 - Parafusadeira
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.
A parafusadeira é bastante usada na marcenaria, mas também auxilia nas instalações elétricas. Sua uti-
lização é específica para apertar e desapertar parafusos, podendo ser usada para diversos modelos de
parafusos, devido a fácil substituição da ponta da parafusadeira. Esse equipamento pode ser encontrado
com alimentação direta em rede elétrica para tensões 115 V, 127 V ou 220 V ou alimentado por bateria, o
que permite trabalhar em locais que não dispõem de energia elétrica.
FURADEIRA MANUAL
Ferramenta de extrema importância, a furadeira manual é usada por muitas pessoas em suas residên-
cias, sendo a ferramenta elétrica mais conhecida e popularizada. Ela executa furos em madeira, metal e
alvenaria. Esse equipamento é utilizado para preparar os furos seja para a passagem, seja para a instalação
de bucha para parafuso. Também é utilizada para fazer rebaixamento ou alargar buracos. As furadeiras
utilizam brocas para realizar os furos. No momento da utilização você deve prestar atenção em relação à
espessura do furo desejado.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
60
Figura 36 - Brocas
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
Brocas são ferramentas utilizadas nas furadeiras para abrir furos e seu formato facilita na hora de reali-
zar esse procedimento. Existem vários tipos de broca, para diversas finalidades, por isso é importante ficar
atento quanto à sua utilidade. Elas podem variar de acordo com o material a ser furado (madeira, metal,
alvenaria) ou sua espessura, que é dada em milímetros ou polegadas.
Existem ainda equipamentos que desempenham o papel da furadeira e da parafusadeira, podendo ser
utilizados tanto para furar materiais como para parafusar, aumentando a sua utilidade.
SERRAS ELÉTRICAS
As serras elétricas são utilizadas em diversos setores e têm muitas utilidades. Sua função principal é
realizar cortes em materiais de madeira, plástico ou metais. Elas são constituídas por uma folha de aço com
uma série de recortes e, ao serem ligadas, produzem um movimento contínuo ou alternado sobre o ma-
terial, resultando, assim, em seu corte. Existem vários modelos de serra com finalidades específicas, sendo
que as mais usadas em instalações prediais são as serras tico-tico, que são ideais para realizar cortes em
curvas, necessários na hora de cortar os eletrodutos do tamanho correto, quando necessário.
3 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
61
SERRA TICO-TICO
Dentre os modelos de serras, vale destacar a serra tico-tico, a mais utilizada em instalações elétricas. Ela
é uma ferramenta elétrica muito eficaz, capaz de realizar cortes de várias formas, como os retos e curvos,
rasgos, chanfros, entre outros modelos de cortes. É usada para cortar diferentes tipos de materiais, entre
eles: materiais de madeira, cerâmica e até mesmo metais.
Você reconhece o valor das ferramentas elétricas?
A funcionalidade de cada equipamento elétrico é indispensável para determinados tipos de trabalho.
Este tipo de equipamento requer maior cuidado e treinamento específico para conhecer as técnicas
utilizadas no seu manuseio e as normas de segurança para o profissional. Essa necessidade se deve ao fato
de que os acidentes envolvendo este tipo de equipamento pode até mesmo invalidar o trabalhador.
Quando falamos de segurança envolvendo ferramentas elétricas, não podemos nos esquecer dos EPIs,
indispensáveis para o trabalho com esse tipo de equipamento. Vamos listá-los:
a) Protetor auditivo: são equipamentos bastante funcionais que oferecem uma proteção eficiente
contra a exposição de ruídos;
b) Óculos de proteção: equipamentos essenciais para manuseio de ferramentas elétricas. Propor-
cionam proteção contra fragmentos (que são lançados pelas ferramentas) que possam atingir os
olhos;
c) Respirador descartável: equipamento que oferece a proteção adequada para que não sejam
inaladas partículas que causem danos à saúde humana, como poeiras, névoas tóxicas, entre ou-
tras.
Por isso, é importante que você procure treinamento específico para o equipamento que vai utilizar e
que busque sempre se manter atualizado sobre as ferramentas elétricas.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
62
Vamos agora conhecer alguns equipamentos que vão nos auxiliar muito em nosso dia a dia na checa-
gem dos materiais quanto a suas grandezas, sejam elas lineares10 ou elétricas.
3.4 INSTRUMENTOS
Antes de falarmos sobre os instrumentos, devemos saber a diferença entre instrumento e ferramenta.
Ferramenta é um utensílio sem o qual nós não conseguiríamos, ou se tornaria mais difícil, realizar de-
terminada atividade. Já um instrumento é um meio de checar se está tudo conforme o esperado. Ou seja,
usamos as ferramentas para realizar os trabalhos e os instrumentos para medir se está dentro do esperado.
Para um profissional de eletrotécnica, é indispensável saber a maneira correta de manusear cada instru-
mento, uma vez que estes equipamentos terão presença constante no seu cotidiano profissional.
Podemos, assim, dividir os instrumentos que são de maior importância para um eletrotécnico em dois
tipos: instrumentos de medidas elétricas e instrumentos de medição linear. Vamos então conhecer cada
um!
Instrumento de medidas elétricas é todo equipamento que tem como função realizar medição de gran-
dezas elétricas. Esses equipamentos existem em diversos modelos e para as mais diversas utilidades, va-
riando de acordo com sua funcionalidade. É de extrema importância para um profissional de eletrotécnica
saber a forma correta de manusear os instrumentos de medidas elétricas da forma correta.
MULTÍMETRO
Figura 39 - Multímetro
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
O multímetro é uma ferramenta bastante eficaz para o profissional que trabalha com eletricidade. Este
equipamento é muito útil, tanto na eletrônica quanto em instalações elétricas prediais. O multímetro exis-
te na versão digital e analógica, que tem seu funcionamento baseado nos galvanômetros11, porém, não
tem a mesma precisão e pode apresentar erros de leitura.
O multímetro é um equipamento multiuso, como o próprio nome já diz. Ele pode ser usado de 3 formas
diferentes, que são: Voltímetro12, Amperímetro13 ou Ohmímetro14. Vamos, então, conhecer cada uma das
suas funcionalidades.
a) Voltímetro: colocando o multímetro na escala de voltímetro você poderá realizar a medição da
tensão dos equipamentos elétricos. Lembrando que existem duas escalas para voltímetro, que
são divididas em tensão para corrente alternada e tensão para corrente contínua.
Para realizar a medição de tensão, o circuito precisa estar energizado e o multímetro deve ser colocado
em paralelo ao circuito, ou seja, deve ser ligado uma ponta na fase ou positivo e a outra ponta no neutro
ou negativo do dispositivo em questão, como mostrado na figura seguinte.
11 Galvanômetro: dispositivo eletromecânico que produz um torque em um ponteiro como resultado do campo
eletromagnético que se cria pela passagem da corrente elétrica.
12 Voltímetro: instrumento usado para medir tensões elétricas.
13 Amperímetro: instrumento usado para medir correntes elétricas.
14 Ohmímetro: instrumento usado para medir resistência elétrica.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
64
-- Tensão alternada: colocando o multímetro na escala de tensão para corrente alternada você
poderá checar as condições da rede elétrica de baixa tensão, como mostrado na figura ante-
rior. É importante observar a escala para não queimar o equipamento;
-- Tensão contínua: essa opção é muito utilizada na eletrônica para medir os níveis de tensão dos
equipamentos que se encontram sempre em corrente contínua. Na figura anterior podemos
ver uma medição da tensão de uma bateria de corrente contínua.
b) Amperímetro: usando o aparelho nessa escala você poderá medir a corrente que está passando
no circuito de forma precisa e em tempo real. Realizar as medições de corrente requer certa prá-
tica do profissional, pois o multímetro deve ser colocado em série no circuito, ou seja, deve ser
removido um dos lados do circuito e ligado a uma ponta do multímetro e a outra ponta do mul-
tímetro ligada à rede, tornando-se parte do circuito, como mostrado na figura seguinte. A função
de amperímetro só deve ser usada para corrente contínua.
Multímetro
Lâmpada
Bateria
c) Ohmímetro: o multímetro é bastante usado com essa função por quem trabalha com eletrônica
e precisa realizar medições frequentes da resistência dos materiais. Pode ser usado também em
instalações prediais para medir a resistência de chuveiros. Essa função é simples, só sendo ne-
cessário colocar uma ponta do multímetro em um lado e a outra ponta na outra extremidade do
equipamento a ser medido.
Existem versões de multímetro que possuem outras utilidades além dessas, como medir temperaturas,
frequência de sinais alternados, capacitância de equipamentos capacitivos, etc.
CASOS E RELATOS
Na hora de realizar as medições com o seu multímetro, certifique-se de que o equipamento se en-
contra na escala correta a ser medida, a fim de evitar danos ao instrumento e até mesmo a você.
Ele possui componentes internos que ao serem empregados da maneira errada podem explodir e
causar sérios danos a quem está manuseando.
ALICATE AMPERÍMETRO
Ω
Ω
Ω
Ω
IT
EX
M
CO
VΩ
A Ω
Ω A
Seu funcionamento consiste em fazer a relação da corrente elétrica do condutor com o campo eletro-
magnético que se cria por meio de indução.
DETECTOR DE TENSÃO
E DE
TEST ÃO
S
TEN
É um pequeno instrumento de extrema utilidade para as instalações elétricas. Seu papel é verificar a
existência de tensão em um determinado ponto da instalação. Ele é constituído por duas pontas de prova,
que são conectadas ao ponto onde se quer fazer o teste, e por uma lâmpada que se acenderá se houver
tensão. Existem também modelos próprios para teste de tomadas, como mostrado na figura anterior. Al-
guns modelos podem ser usados tanto para corrente contínua quanto para corrente alternada. A fim de
evitar acidentes, é importante verificar a sua utilidade e ter em mãos o instrumento correto.
Os instrumentos de medição linear são importantes em todas as áreas. São equipamentos que auxiliam
na medição das dimensões de um objeto ou ambiente. É de extrema importância para o técnico saber ma-
nusear de forma correta os instrumentos de medição linear assim como escolher o equipamento correto,
de acordo com a utilidade de cada um.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
68
TRENA
Figura 46 - Trena
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
As trenas são instrumentos usados para definir ou verificar medidas de altura, largura, profundidade
ou extensão de algum objeto. Existem diferentes tipos de trena, como as trenas manuais, que são as mais
conhecidas, usadas para realizar medições regulares; e as trenas longas, utilizadas em ambientes com
grandes extensões, pois podem atingir distâncias maiores. Sua escala é dividida em metros, centímetros,
milímetros e polegadas. Dependendo do seu tipo, pode apresentar pés e polegadas.
RÉGUAS
Figura 47 - Réguas
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.
Instrumento retilíneo que apresenta medidas lineares, sendo utilizado para traçar linhas retas ou efe-
tuar medidas de determinado objetos. Seu tamanho varia de acordo com a utilidade: desde pequenas ré-
guas, para efetuar pequenas medidas; a grandes réguas dobráveis, para realizar medidas, principalmente,
de altura. Sua escala pode ser métrica ou imperial, dependendo do modelo.
3 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
69
PAQUÍMETRO
Figura 48 - Paquímetro
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
Com o uso desses recursos modernos da eletrônica é possível obter uma leitura precisa das dimensões
de um objeto ou ambiente, pois eles fornecem o resultado em um mostrador digital (ver figura anterior);
sem contar que também existe a vantagem dos dados serem apresentados em um tamanho relativamente
grande, se comparado à escala dos instrumentos convencionais, não deixando margem às dúvidas, possi-
bilitando também um maior conforto visual, sobretudo, para aqueles que têm problemas de visão.
3.5 ZELO
Para manter as ferramentas sempre em boas condições, é preciso tomar os cuidados elementares du-
rante o manuseio, a fim de fazer o melhor uso de suas funcionalidades. Não podemos nos esquecer tam-
bém dos cuidados que devemos ter para aumentar a vida útil dos equipamentos.
A lubrificação é uma etapa muito importante para conservação do ferramental. É recomendado que a
lubrificação seja feita sempre após o seu uso e, logo após a lubrificação, deve-se fazer a limpeza para poder
guardar os equipamentos, deixando-os prontos para o próximo serviço. Procure sempre proteger as ferra-
mentas da oxidação, pó, umidade, vibração e quedas.
As ferramentas devem ser guardadas de forma que facilite a sua utilização e acesso, devem ser dispos-
tas de modo que cada ferramenta tenha seu lugar próprio, possibilitando o controle e acessibilidade aos
equipamentos.
3 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
71
A organização dos seus equipamentos também é um quesito muito importante. Saber onde estão suas
ferramentas e não deixar tudo espalhado pelo local de trabalho é fundamental para o seu sucesso profis-
sional. Seja um profissional organizado e que está sempre pronto para resolver as eventualidades, sabendo
onde está a ferramenta correta para a realização do serviço.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
72
RECAPITULANDO
Neste capítulo pudemos aprender o que são ferramentas, quais as mais adequadas e sua utilidade,
tal como a forma correta de manusear cada uma. Pudemos ver aqui os diferentes tipos de ferramen-
tas que estão a nossa disposição para nos auxiliar nas nossas necessidades diárias.
Vimos também os cuidados essenciais que um profissional deve tomar quando está operando al-
guns tipos de ferramenta e a necessidade e importância do uso dos equipamentos de proteção.
Pudemos conhecer algumas ferramentas elétricas essenciais para auxiliar em trabalhos que deman-
dam um emprego maior de força física e vimos os EPIs indispensáveis quando se está manuseando
esse tipo de equipamento.
Por fim, conhecemos os instrumentos de medição, que são equipamentos usados para realizar as
medições, aprendendo sobre a diferença entre as ferramentas e estudamos as suas utilidades para o
profissional em instalações elétricas.
Com os equipamentos adequados podemos ganhar tempo e executar o trabalho com mais qualida-
de e menor esforço.
3 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
73
Condutores elétricos
A eletricidade encanta o homem por suas possibilidades desde o seu descobrimento. É atra-
vés da eletricidade que hoje podemos receber informações sem sair de casa e nos comunicar
com outras pessoas com mais rapidez, dentre outras inúmeras coisas que ela nos proporciona.
Porém, toda a eletricidade de que necessitamos é gerada, normalmente, a uma distância
muito grande de nós e precisa ser transportada para sua utilização. Esse transporte de eletrici-
dade se dá através dos condutores elétricos, que são insubstituíveis na função de transportar
a energia elétrica necessária. Neste capítulo, estudaremos sobre os condutores elétricos e suas
características e as recomendações conforme a norma que regulamenta as instalações de bai-
xa tensão para sua boa utilização.
Veremos também os tipos de condutores e as aplicações mais adequadas para cada finalida-
de, conhecendo as principais características destes. Veremos, ainda, a maneira correta de fazer
emendas interligando dois ou mais condutores e como fazer o seu correto dimensionamento.
A forma como os condutores são instalados nas residências interfere também no dimensiona-
mento, por isso, veremos como escolher o diâmetro mais adequada para sua utilização.
Por fim, veremos a maneira correta de fazer o descarte de resíduos e a importância da reci-
clagem. Existe um grande interesse na racionalização do uso dos recursos naturais e de ener-
gia, portanto, devemos sempre estar cientes dos riscos e tomar os devidos cuidados.
Conhecer bem sobre os condutores elétricos é de extrema importância para o profissional
de eletrotécnica, portanto, o conteúdo apresentado aqui é indispensável para a boa formação
de qualquer profissional da área.
Está curioso para conhecer sobre os condutores, não é mesmo? Então, vamos lá!
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
76
Para estudar sobre os condutores precisamos conhecer as recomendações da ABNT NBR 5410 – Insta-
lações Elétricas de Baixa Tensão, que estabelece as regras e recomendações para esse tipo de instalação.
A norma ABNT NBR 5410 nos fornece as medidas necessárias para evitar a ocorrência de sobrecarga15,
curtos-circuitos, choques elétricos, entre outros acidentes que podem ocorrer por conta do mau uso da
energia elétrica. Essa norma estabelece os valores mínimos no dimensionamento dos condutores na insta-
lação elétrica predial de acordo com a sua utilização nos diferentes tipos de circuitos.
A ABNT NBR 5410 estabelece ainda as cores dos condutores terra e neutro, deixando o condutor fase
de acordo com o instalador, possibilitando a criação de um padrão na utilização das cores dos condutores,
que podem variar em alguns locais.
Mas, o que são condutores “fase”, “neutro” e “terra”?
São os condutores elétricos que fazem parte de nossos circuitos elétricos. Vamos, então, conhecer suas
principais características.
Fase
A NBR 5410 não faz referência à cor do
condutor fase, no entanto, sabemos que
não pode ter a cor definida pela norma
para os condutores terra e neutro, que
veremos a seguir. O condutor fase é o
condutor que faz a diferença de poten-
cial entre o condutor terra e o condutor
neutro com tensões de 127 V ou 220 V.
Neutro
Terra
Normalmente indicado por fio de cor
verde ou verde com amarelo, conforme a
NBR 5410. É o fio condutor de proteção
que tem a função de proteger os equipa-
mentos contra sobrecargas elétricas e os
usuários contra choques elétricos.
Vamos agora conhecer os tipos de condutores indicados para determinadas instalações e suas caracte-
rísticas principais.
4.2 TIPOS
Existem diversos tipos de condutores para diferentes utilizações, eles se diferem quanto ao material de
que são compostos, se rígidos ou flexíveis, quanto à polaridade ou se são condutores sem capa de isolação,
chamados de condutores nus ou condutores isolados.
Isolação
Alma condutora
Cobertura
Existem diversos tipos de condutores que podem ser usados nas instalações elétricas prediais. Vamos
conhecer as formas e características físicas dos condutores utilizados nesse tipo de instalação.
Os condutores podem ser diferenciados em cabos ou fios.
a) Fio: é formado por um único condutor de metal sólido, maciço, de seção circular, com ou sem
isolamento;
b) Cabo: é um condutor constituído por vários fios encordoados que podem ser isolados um dos
outros ou não. É mais flexível que um fio com mesma capacidade de condução.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
78
Os fios condutores têm uma maior dificuldade de maleabilidade na hora da instalação e na implemen-
tação de emendas, portanto, são menos utilizados em instalações elétricas prediais.
Os cabos podem ser divididos em dois tipos: cabos unipolares e cabos multipolares. Vamos, então,
conhecer as suas características.
CABO UNIPOLAR
O cabo unipolar é composto por um agrupamento de fios sem isolação entre si e providos de uma co-
bertura para sua isolação, geralmente de PVC.
Ele é bastante utilizado nas instalações elétricas prediais por proporcionar uma boa maleabilidade e
facilidade na hora de realizar conexões com esse tipo de condutor.
CABO MULTIPOLAR
O cabo multipolar é composto por uma junção de cabos internos isolados entre si, como mostrado na
figura a seguir. Esse tipo de cabo é mais utilizado em ramais de ligação direta, onde não é necessário rea-
lizar conexões ao longo do percurso. É ideal também para áreas externas por conter a capa de isolação de
cada cabo e ainda a capa protetora que envolve todos eles.
Os condutores podem ser diferenciados também quanto à sua isolação. Vamos conhecer os tipos de
condutores isolados e nus e as recomendações para sua utilização.
CONDUTORES ISOLADOS
É todo condutor, fio ou cabo, que possui camada de materiais isolantes com a finalidade de isolá-lo
eletricamente do ambiente, sendo que a isolação de PVC suporta temperaturas de até 70°C de utilização
contínua. Os condutores isolados são os condutores permitidos em instalações elétricas prediais por pro-
porcionar maior segurança das instalações.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
80
Os condutores isolados também podem ter uma cobertura protetora de PVC além do isolamento ideal,
principalmente para as instalações direto no solo ou aérea onde fiquem suscetíveis16 à ação do tempo. O
material que constitui a isolação e a cobertura deve ser empregado de acordo com a utilização do circui-
to, que pode superaquecer17 o condutor. A tabela seguinte mostra a capacidade de temperatura de cada
material isolante.
TEMPERATURA DE
OPERAÇÃO EM TEMPERATURA DE TEMPERATURA DE
TIPO DE MATERIAL
REGIME PERMANENTE SOBRECARGA (°C) CURTO-CIRCUITO (°C)
(°C)
Borracha - etileno -
90 130 250
propileno (EPR)
Polietileno reticulado
90 130 250
(XLPE)
CONDUTOR NU
O condutor nu é aquele que não possui qualquer tipo de camada de isolamento. Esse tipo de condutor
é bastante usado em linhas aéreas e postes de transformação.
Existem vários tipos de condutores nus, como barra, vareta, tubo ou outros perfis, de acordo com a
utilização. Os condutores nus são utilizados em linhas aéreas para transmissão e distribuição de energia
elétrica e sistemas de aterramento. Não devem ser utilizados em instalações elétricas residenciais como
condutores vivos.
É importante saber os tipos de condutores utilizados nas instalações elétricas, suas características e
como fazer a utilização de cada um. Vamos, então, conhecer a maneira correta de ligar um condutor ao
outro, aprendendo como fazer emendas e conexões da forma correta para cada tipo de condutor.
Como forma de interligar componentes de um mesmo circuito ou fazer alguma derivação, precisamos
fazer emendas para unir os condutores. Uma conexão entre dois condutores feita da forma correta pode
gerar uma perda de 20% da força de tração do condutor. Uma emenda feita da maneira errada pode gerar
perdas significativas na capacidade de condução do condutor, sobreaquecimento e mau contato na ins-
talação.
Veremos aqui algumas das emendas mais importantes no nosso dia a dia.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
82
Esse tipo de emenda é usado quando se precisa unir condutores para prolongar linhas. Sua utilização
é recomendada para instalações de linha aberta ou em caixas de derivação ou de passagem, levando-se
em conta que, se ocorrerem problemas com a conexão, o instalador terá acesso com facilidade à emenda.
Esse tipo de conexão pode ser feito por diferentes tipos de condutores. Vamos demonstrar aqui alguns
dos casos mais frequentes.
a) Conexão entre fios rígidos (procedimento):
-- Remova a capa isolante usando um canivete ou alicate descascador;
-- Cruze as pontas dos fios, formando um ângulo de 90° entre eles;
-- Segurando os condutores, inicie as primeiras voltas de um lado dos fios envolvendo o outro
condutor;
-- Use o alicate para ajustar;
-- Inicie a segunda parte fazendo o mesmo procedimento;
-- De o aperto final com ajuda de alicates.
1 2 3 4
5
Figura 57 - Conexão de fio rígido em prolongamento
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
20d
1 2 3
4 5
Figura 58 - Emenda de prolongamento entre fio rígido e cabo flexível
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
Esse tipo de emenda entre condutores flexíveis é o mais recomendado, considerando que oferece uma
boa tração e confiança da conexão.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
84
Esse tipo de emenda é necessário quando se precisa interligar o extremo de um condutor a uma rede
em região intermediária. Para fazer esse tipo de emenda é necessário desencapar com cuidado o condutor
do ramal a ser ligado para não cortar o condutor, mantendo uma distância de 12 vezes o seu diâmetro.
Vamos demonstrar alguns dos casos em que esse tipo de conexão é necessário.
a) Conexão entre condutores rígidos em derivação:
-- Retire a capa isolante dos condutores com auxílio de um alicate ou canivete;
-- Enrole a extremidade do condutor a ser ligado formando expirais sobre o condutor do ramal,
como mostrado na figura seguinte.
1 2
12d 1
50d
Após fazer as emendas é importante finalizar com a isolação usando fita isolante. A fita deve envolver a
emenda formando três camadas acima do condutor como mostrado na figura seguinte.
Para realizar conexões de fios rígidos diretamente em bornes18 de dispositivos, como os receptáculos,
disjuntores, entre outros, deve-se fazer essa operação por meio de olhal19.
FIQUE Uma emenda ou conexão mal feita pode causar sérios danos à rede e até mesmo às
pessoas, podendo resultar em mau funcionamento dos equipamentos e até mesmo
ALERTA em incêndio.
Alicate de bico
cônico ou de
bico meia-cana
Para realizar esse tipo de conexão com condutores flexíveis não é permitida a implementação de olhais.
A forma correta para realizar esse tipo de conexão é por meio de conectores, utilizando ferramentas de
compressão, como mostrado na figura seguinte.
Figura 65 - Conectores
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.
4 CONDUTORES ELÉTRICOS
87
Também é importante que você tenha conhecimento sobre as características dos condutores, assunto
que veremos no tópico seguinte.
4.2.3 CARACTERÍSTICAS
Todos os condutores são caracterizados pela sua seção nominal. Mas a seção nominal é igual à seção
transversal?
Não, elas não são a mesma coisa. A seção nominal não corresponde a um valor unicamente geométrico,
e sim a um valor determinado por uma medida de resistência, denominada “Seção Elétrica Efetiva”.
As seções nominais são dadas em milímetros quadrados (mm²) e seguem as medidas do padrão IEC20,
que é internacionalmente aceita. Podemos ver na tabela seguinte os valores das seções nominais divididos
em duas faixas.
50 - 1000 70 95 120 150 185 240 300 400 500 630 800 1000
Essas são as seções de condutores que podem ser encontrados no mercado. As seções utilizadas no cir-
cuito devem seguir as recomendações de capacidade de condução que cada seção suporta, considerando
o tipo de instalação que vai ser feita.
Para escolher a seção correta deve ser feito o dimensionamento. A seguir você aprenderá como fazer o
dimensionamento da maneira correta.
4.2.4 DIMENSIONAMENTO
O dimensionamento dos condutores é uma etapa muito importante das instalações elétricas prediais.
O dimensionamento correto deve seguir as orientações do projeto elétrico e as recomendações da norma
ABNT NBR 5410, conforme veremos aqui.
A ABNT NBR 5410:2004 estabelece uma seção mínima de condutores para determinadas instalações. A
seção mínima para condutores de cobre utilizados em instalações elétricas residenciais deve ser de 1,5mm²
para circuitos de iluminação e de 2,5mm² para circuitos de tomada de corrente, mesmo que a carga do pro-
jeto seja abaixo da capacidade do condutor.
A tabela a seguir estabelece a seção mínima dos condutores fase, de acordo com a norma ABNT NBR
5410:2004.
Circuito de 1,5/Cu22
iluminação 16/Al23
Condutores e 2,5/Cu
Circuito de força
cabos isolados 16/Al
Circuito de
0,5/Cu
Instalações fixas sinalização e controle
em geral
Para instalações que a corrente do circuito seja maior do que a capacidade de condução dos conduto-
res mínimos estabelecidos pela norma, devem-se utilizar condutores com capacidade de condução maior
que a do projeto.
Devemos ter também o conhecimento de que o condutor neutro, em um sistema elétrico de baixa ten-
são, tem a finalidade de promover o equilíbrio e a proteção desse sistema. A norma ABNT NBR 5410:2004
determina algumas regras no dimensionamento desse condutor. São elas:
a) O condutor neutro não pode ser comum a mais de um circuito;
b) O condutor neutro de um circuito monofásico deve ter a mesma seção do condutor fase;
c) O condutor neutro de um circuito trifásico, caso os condutores fase sejam superiores a 25mm²,
podem ter seção inferior a dos condutores fase, seguindo recomendações da norma, conforme a
tabela seguinte.
SEÇÃO DOS CONDUTORES FASE (mm²) SEÇÃO REDUZIDA DO CONDUTOR NEUTRO (mm²)
S ≤ 25 S
35 25
50 25
70 35
95 50
120 70
150 70
185 95
240 120
300 150
400 185
Os valores são aplicáveis quando os condutores fase e o condutor neutro forem do mesmo material.
Existem outros aspectos que vão influenciar na hora de escolher a seção necessária para o circuito,
como o tipo de instalação (em eletroduto embutido na parede, sobre isoladores, entre outros) e a quanti-
dade de condutores carregados. Vamos entender como selecionar corretamente.
MÉTODO DE INSTALAÇÃO
Para fazer a instalação correta de cada tipo e seção de condutor, devemos conhecer os métodos de
instalação utilizados em instalações elétricas prediais.
Veremos no quadro seguinte os métodos de referência para os tipos de instalação, conforme a norma
ABNT NBR 5410:2004.
MÉTODO DE
REFERÊNCIA A
UTILIZAR PARA A
DESCRIÇÃO
CAPACIDADE DE
CONDUÇÃO DE
CORRENTE
Conhecer os métodos de instalação utilizados em cada tipo de residência, auxilia o técnico a economi-
zar tempo na hora de escolher o tipo e seção de condutor de acordo com a necessidade do cliente.
SAIBA Para conhecer mais sobre instalações, leia o livro: NISKIER, Julio; MACINTYRE, A. J. Ins-
talações elétricas. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013. Nesta publicação você poderá co-
MAIS nhecer mais sobre os assuntos que tratamos aqui.
Após determinar o método de instalação, devemos saber quantos condutores carregados o circuito
possui, o que veremos a seguir.
Condutor carregado é aquele que flui corrente elétrica, sendo assim, os condutores fase e condutor
neutro são considerados condutores carregados em um circuito. Veremos o número de condutores carre-
gados em um circuito na tabela seguinte.
NÚMERO DE CONDUTORES
TIPO DE CIRCUITO EXEMPLO DE APLICAÇÃO
CARREGADOS
Circuitos de distribuição de
Monofásico a dois condutores 2
iluminação ou tomadas
Circuitos alimentados de
transformadores monofásicos
Monofásico a três condutores 2
com derivação central
no secundário
Circuitos de distribuição de
ar-condicionados, chuveiros
Duas fases sem neutro 2
elétricos ligados em
220 V fase-fase
Alimentadores gerais de
Trifásico com neutro 3 ou 4
quadros trifásicos
MÉTODOS DE INSTALAÇÃO
SEÇÃO NOMINAL A1 A2 B1 B2
DO CONDUTOR
(mm2) NÚMERO DE CONDUTORES CARREGADOS
2 3 2 3 2 3 2 3
COBRE
0,5 7 7 7 7 9 8 9 8
0,75 9 9 9 9 11 10 11 10
1 11 10 11 10 14 12 13 12
4 26 24 25 23 32 28 30 27
6 34 31 32 29 41 36 38 34
10,0 46 42 43 39 57 50 52 46
16,0 61 56 57 52 76 68 69 62
25,0 80 73 75 68 101 89 90 80
EXEMPLO 1
Precisamos descobrir qual condutor devemos usar para um circuito de tomadas gerais, cuja carga total
encontrada no projeto elétrico foi de 2.100 W. O circuito é monofásico 127 V e o método de instalação
utilizado será em eletroduto embutido em alvenaria, com condutores de cobre.
Devemos, então, considerar algumas informações antes de determinarmos a seção necessária do con-
dutor:
a) Para circuitos de tomadas a seção mínima do condutor é de 2,5 mm²;
4 CONDUTORES ELÉTRICOS
93
Pn 2.100
Ip = = = 16,54 A
v 127
Em que:
Ip = Corrente de projeto;
Pn = Potência nominal;
V = Tensão de alimentação.
c) Conforme a informação, sabemos que o método de instalação é B1;
d) Como é um circuito monofásico de distribuição, sabemos que tem dois condutores carregados.
Após descobrir a corrente necessária e o método de instalação, devemos procurá-los na tabela de ca-
pacidade de condução para saber qual a seção do condutor indicada. Se for menor do que a seção mínima
exigida pela norma, devemos desconsiderá-la e adotar a seção mínima exigida. Lembrando que se deve
utilizar sempre a seção com capacidade acima da corrente encontrada no projeto.
Métodos de instalação
Seção
nominal do A1 A2 B1 B2
condutor Número de condutores carregados
(mm2)
2 3 2 3 2 3 2 3
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9)
Cobre
0,5 7 7 7 7 9 8 9 8
0,75 9 9 9 9 11 10 11 10
1,0 11 10 11 10 14 12 13 12
1,5 14,5 13,5 14 13 17,5 15,5 16,5 15
2,5 mm 2 19,5 18 18,5 17,5 24 21 23 20
4,0 mm 2 26 24 25 23 32 28 30 27
6,0 mm2 34 31 32 29 41 36 38 34
10,0 mm 2 46 42 43 39 57 50 52 46
16,0 mm2 61 56 57 52 76 68 69 62
25,0 mm 2 80 73 75 68 101 89 90 80
Conforme pudemos analisar na tabela anterior, a seção do condutor indicada para a corrente de pro-
jeto é de 1,5 mm², mas a seção mínima indicada pela ABNT NBR 5410:2004 para circuitos de tomadas é de
2,5mm².
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
94
CASOS E RELATOS
A importância do dimensionamento
João foi contratado para fazer a instalação elétrica de uma residência e aconselhado pelo cliente a
economizar o máximo possível de material. Por conta do pedido do patrão, João decidiu interligar
circuitos de iluminação com os circuitos de tomada, economizando muito na quantidade de compo-
nentes elétricos, como condutores, disjuntores, entre outros.
João, então, resolveu utilizar cabo flexível de 2,5mm², como especifica a norma para seção mínima
de condutor para circuito de tomadas. Passaram-se alguns dias após a instalação, quando ocorreu
um estouro que parou toda a rede da residência.
Quando o cliente chamou João para averiguar o que havia acontecido, não foi surpresa notar o
condutor que ele havia dimensionado estava queimado, sem a capa de isolação, o que acabou cau-
sando um curto-circuito na saída do disjuntor.
João havia utilizado uma carga muito maior do que o condutor podia suportar, o que acabou aque-
cendo o cabo e causado sérios danos à rede.
O acidente causado por João poderia ter sido muito maior. Quando fizer o dimensionamento de uma
rede elétrica, utilize sempre os parâmetros necessários para evitar contratempos. Lembre-se sempre de
que o projetista e o instalador são os responsáveis legais por quaisquer danos que venham ocorrer na
instalação.
Por conta das longas distâncias percorridas desde o ponto de entrega até os circuitos terminais de uma
instalação, acontece uma diminuição da tensão de entrada, que é chamada de queda de tensão, provoca-
da pela passagem da corrente por todos os equipamentos até o ponto final. A norma ABNT NBR 5410:2004
estabelece valores máximos para essa queda de tensão, que não devem ser ultrapassados para que os
equipamentos conectados à rede não sejam prejudicados.
Os valores da queda de tensão até o ponto mais afastado de uma instalação não devem ser maiores que
os valores apresentados na tabela seguinte.
4 CONDUTORES ELÉTRICOS
95
A queda de tensão nos circuitos terminais de uma instalação elétrica gera efeitos que podem causar a
diminuição da vida útil dos equipamentos ou até mesmo a sua queima. A queda de tensão gerada faz com
que os equipamentos dos circuitos terminais recebam uma tensão bem abaixo da sua tensão de funciona-
mento, o que prejudica o desempenho dos equipamentos.
Na imagem a seguir podemos ver detalhes de como fazer a queda de tensão corretamente.
4% 4%
Quadro Quadro
terminal (QL) terminal (QF)
Iluminação Motores
e tomada
1%
QG (BT) e
Medidores
7%
1%
Caixa
SEC.
1%
SE
AT
k) E, por fim, escolher o condutor usando a queda de tensão unitária (conforme a tabela seguinte).
Depois de encontrado o valor da queda de tensão unitária (ΔVunit) usando a equação anterior, utilizamos
a tabela seguinte para encontrar a seção indicada para a queda de tensão dos condutores. Utilizamos o
valor cuja queda de tensão esteja igual ou imediatamente inferior à calculada, obtendo assim a seção do
condutor correspondente.
4 CONDUTORES ELÉTRICOS
97
4 8,96 7,79 9
EXEMPLO 2
0,07 . 127
ΔVunit =
16,54 . 0,05
ΔVunit = 10,75
Observando a tabela e pegando o valor imediatamente menor do que o encontrado pelos cálculos,
encontramos a seguinte seção do condutor:
Concluímos que, após a realização dos cálculos por queda de tensão, o condutor para essa instalação
deve ser de 4,0 mm², pois, concluiu-se que é o maior condutor dentre os calculados.
Agora vamos conhecer as simbologias importantes para dimensionamento e instalações de conduto-
res elétricos.
4 CONDUTORES ELÉTRICOS
99
4.2.5 SIMBOLOGIA
As simbologias são muito importantes em todas as áreas e existem algumas que o profissional de ele-
trotécnica deve ter conhecimento quando se trata de condutores elétricos. A especificação dos condu-
tores tem alguns dados que devem ser interpretados de maneira correta e que são determinados pela
simbologia própria, como vemos a seguir.
a) R: resistência ôhmica do condutor, em Ohm (Ω);
b) r: resistividade do material condutor (Ω.mm²/m);
c) S: seção do condutor, em milímetros quadrados (mm²);
d) Ø: diâmetro do condutor, em milímetros (mm);
e) y: densidade ou peso específico, em (kg/cm³);
f) M: massa (kg);
g) Ip: corrente do projeto do circuito, em Ampères (A);
h) Pn: potência elétrica nominal do circuito, em watts (W);
i) v: tensão elétrica entre fase e neutro, em volts (V);
j) V: tensão elétrica entre fases, em volts (V);
k) Ƞ: rendimento;
l) cosҨ: fator de potência (cosseno do ângulo de defasagem entre a tensão e a corrente).
Para fazer a leitura de projetos elétricos residenciais é importante conhecer algumas simbologias quan-
do se trata de condutores. As simbologias adotadas estão de acordo com a norma ABNT NBR 5444:1989,
que, apesar de estar em processo de cancelamento, é muito utilizada nos projetos elétricos prediais. Veja
as simbologias para condutores elétricos no quadro seguinte.
Condutor de proteção
Simbologia conforme a
(terra) no interior do
NBR 5410
eletroduto
Condutor combinando as
Simbologia conforme a
funções de neutro e de
NBR 5410
condutor de proteção
4.3 INSTALAÇÃO
Em uma instalação elétrica é importante determinar a maneira como os condutores serão instalados, se
em eletrocalhas, bandejas, eletroduto embutido em alvenaria, entre outros modos de instalação.
A maneira como uma instalação elétrica é feita exerce influência direta na capacidade de condução dos
condutores elétricos e na capacidade térmica entre os condutores.
A seguir conheceremos os modos de instalação mais frequentes para instalações elétricas residenciais
e a forma correta de realizar cada uma delas.
4 CONDUTORES ELÉTRICOS
101
Os cabos fixados em paredes são bastante utilizados nos casos em que se precisa fazer uma derivação,
normalmente a partir de calhas e canaletas em fábricas. O ideal é que se use cabo multipolar para esse tipo
de instalação.
Cabo multipolar
Abraçadeira para
cabo multipolar
Prensa cabo
Para conexões externas os condutores devem ser fixados em paredes ou no teto através de argolas ou
outros meios de fixação, como mostrado na figura seguinte.
Este tipo de instalação de condutores é bastante utilizado em locais onde não se pode quebrar para
embutir os condutores na parede e se deseja fazer uma instalação mais rápida. Uma desvantagem é a po-
luição visual do ambiente, deixando os cabos à mostra e sem proteção.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
102
Veremos agora a instalação dos condutores sobre isoladores em linhas aéreas, muito utilizada pelas
concessionárias de energia elétrica em suas redes de distribuição de energia.
Nesse tipo de instalação podem ser utilizados condutores nus ou isolados, que podem ser em feixe ou
barra, e os condutores são colocados sobre isoladores. Mas, o que são isoladores?
Figura 72 - Isoladores
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
Isoladores são os equipamentos responsáveis por manter os condutores isolados da terra, evitando
fugas de corrente. São também responsáveis pelo esforço mecânico de sustentação dos condutores elé-
tricos.
A montagem sobre isoladores é muito utilizada pelas concessionárias de energia elétrica ou por consu-
midores primários, que são alimentados em MT. Podem ser utilizados condutores nus ou com cobertura
isolante. Veja na figura seguinte um exemplo desse tipo de instalação.
Na imagem anterior pudemos ver uma rede de distribuição de energia elétrica de média tensão com
seus condutores acima dos isoladores. Esse tipo de montagem possui algumas restrições, que são:
a) Não deve ser utilizada em locais de habitação;
b) Deve ser considerado o esforço do cabo para que não ocorra o rompimento do mesmo ou do
isolador;
c) Devem ser instalados fora do alcance das pessoas;
d) Devem seguir algumas restrições de distância mínima na sua instalação:
-- Onde houver tráfego de veículos pesados: 5,50 m;
-- Onde houver tráfego de veículos leves: 4,50 m;
-- Onde houver passagem de pedestres: 3,50 m;
-- Devem estar, no mínimo, a 3,5 m acima de sacadas, terraços e varandas;
-- Os condutores devem estar a uma distância mínima de 1,20 m de janelas, sacadas e saídas de
incêndio;
-- Devem estar acima do nível superior das janelas.
Este tipo de instalação de condutores é utilizado somente em ambientes externos. Em instalações elé-
tricas internas devem ser utilizados outros modos de instalação de condutores, que serão apresentados a
seguir.
Veremos agora a instalação de condutores em eletrodutos aparentes ou embutidos em parede. Este
tipo de instalação é bastante importante, pois é o mais utilizado em instalações elétricas residenciais.
Para instalações elétricas residenciais, o melhor método de instalação é no interior de eletrodutos apa-
rentes ou embutidos em paredes ou tetos.
A instalação de condutores em eletrodutos aparentes é ideal em locais onde não é possível quebrar
para embuti-los. Eles podem ser instalados em paredes ou tetos, como mostrado na figura anterior. No
entanto, o método de instalação mais utilizado é com os eletrodutos embutidos pelo fato de não afetar o
ambiente visual e proporcionar mais segurança à rede elétrica.
Na figura anterior pudemos ver um exemplo de instalação de eletrodutos embutidos na parede, pro-
porcionando melhor acabamento e conservação do ambiente. Muitos locais, principalmente indústrias,
preferem fazer as instalações de seus condutores em leitos de cabos ou eletrocalhas, como vamos apren-
der a seguir, o que pode proporcionar maior maleabilidade e espaço para maiores quantidades de condu-
tores e manutenção.
Veremos a seguir a instalação dos condutores em leitos de cabos e em eletrocalhas, tipo de instalação
bastante utilizado em indústrias.
Figura 76 - Eletrocalha
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
Eletrocalhas e leitos de cabos são muito parecidos e têm mesma função: dar suporte à passagem de fios,
sejam de força, telefonia, telecomunicação ou informática. São dutos metálicos feitos de chapas de aço.
Quando os condutores são retirados e ainda se percebe uma boa condição de utilização, o mais reco-
mendado é reutilizar os materiais.
Quando se trata de condutores com grande desgaste, a forma mais correta de fazer o descarte dos resí-
duos é direcionar para reciclagem em cooperativas.
A reciclagem dos resíduos é uma etapa muito importante, levando em conta que a maioria dos con-
dutores é feito de cobre, alumínio e plástico, materiais de grande valor energético e que têm um nível de
desgaste muito pequeno se descartados no meio ambiente. A forma correta de descartar esse tipo de
material é encaminhando-o a uma cooperativa que poderá realizar a reciclagem dos condutores elétricos.
Atualmente, no mercado brasileiro existem poucas instituições que fazem a separação desses materiais
e a reciclagem correta do cobre para poder ser reutilizado.
Portanto, a comunidade deve dar maior importância para essa questão e buscar fazer sempre a sua par-
te para que o problema seja minimizado, procurando as maneiras corretas de fazer o descarte desse tipo
de material, preservando, assim, o meio ambiente.
Veremos agora como fazer a racionalização do uso dos recursos naturais e fontes de energia.
Com os padrões de consumo e produtividade dos dias atuais, é cada vez mais constante a prática do
desperdício, que ultrapassa padrões de classes sociais, estando presente em todas as camadas da popula-
ção.
A economia nacional apresenta índices elevados de desperdício de recursos naturais e de potencial
energético. Precisamos repensar esse modelo e enxergar no cuidado com o meio ambiente uma promis-
sora alternativa de contenção de custos ou mesmo de negócios. Tomando como exemplo o processo de
reciclagem e conservação de água e energia, é possível reduzir despesas nos processos de produção.
Nos dias de hoje, a proteção ambiental tornou-se algo imprescindível e os atuais recursos tecnológicos
tendem a contribuir para a sua utilização de forma favorável ao meio ambiente, como a busca cada vez
mais constante por fontes de energias renováveis que ajudem a preservar o meio ambiente utilizando a
energia solar, eólica, entre outras. Com o passar do tempo, tudo aquilo que não era percebido como po-
tencial recurso poderá vir a ser.
4 CONDUTORES ELÉTRICOS
109
RECAPITULANDO
Neste capítulo conhecemos os tipos de condutores para instalações elétricas prediais, a diferença
entre cada um e suas funcionalidades.
Vimos também que em toda instalação é indispensável o uso de emendas e aprendemos a forma
correta de realizar a emenda em cada situação.
Conhecemos a norma que regulamenta as instalações em redes de BT e os parâmetros que ela es-
tipula para fazer o dimensionamento correto dos condutores para instalação predial. Vimos cada
passo para se fazer o dimensionamento, em que a escolha correta do condutor é muito importante.
Estudamos, ainda, as simbologias necessárias na hora de fazer o dimensionamento de condutores e
as simbologias destes para leitura de projetos.
Vimos os tipos de instalação, a maneira correta de realizar cada uma e como isso pode interferir na
escolha do condutor correto.
Por fim, aprendemos como reutilizar os condutores que ainda não estão desgastados e a maneira
correta de descartar os condutores que não servem mais para utilização.
Infraestrutura
Todas as instalações elétricas precisam ter um sistema bem pensado e adequado ao seu
respectivo trabalho. Para isso, é necessário fazer a montagem da infraestrutura elétrica, que,
como o próprio nome já diz, corresponde ao interior da estrutura elétrica. Os equipamentos
que compõem a infraestrutura são indispensáveis na montagem de uma rede elétrica e devem
seguir algumas normas e padrões.
Para realizar a montagem de uma infraestrutura ideal é preciso analisar todas as necessida-
des e construir a estrutura adequada à demanda de cada cliente, pensando em todos os cabos,
painéis, tomadas, eletrodutos, caixas, entre outros itens. A principal vantagem de um projeto e
montagem de infraestrutura é a facilidade em se trabalhar com a rede elétrica posteriormente.
Neste capítulo, estudaremos os principais componentes para montagem de uma infraestru-
tura e como fazer o dimensionamento correto desses componentes para a aplicação desejada.
Para isso, é importante que todo o sistema elétrico esteja em ordem, posicionado de maneira
correta, sendo assim, não haverá problemas com a localização de componentes, como toma-
das, deixando a rede com uma fácil maleabilidade23. Veremos ainda as simbologias necessárias
para a elaboração de um projeto e montagem de infraestrutura elétrica residencial.
Os equipamentos elétricos são feitos, em grande parte, de materiais renováveis, portanto, é
de extrema importância saber a forma correta de fazer o descarte dos resíduos e como fazer a
reciclagem dos materiais que ainda são favoráveis ao uso.
O assunto abordado neste capítulo é de extrema importância para você, futuro eletrotéc-
nico, levando em conta que irá se deparar com redes elétricas em toda sua carreira e é impres-
cindível que saiba fazer o projeto, fazer a leitura e identificar todos os itens que compõem uma
rede elétrica, principalmente sua infraestrutura.
Para se realizar o projeto e a montagem de uma infraestrutura elétrica, devemos seguir algumas regras
estabelecidas pela norma regulamentadora ABNT NBR 5410 para baixa tensão. A norma estabelece regras
para o perfeito funcionamento da rede, delimitando as características mínimas para a segurança da rede e
o funcionamento normal para cada condição de utilização.
Ao longo do capítulo veremos algumas das prescrições da ABNT NBR 5410 para instalação de infraestru-
tura das instalações elétricas, aprendendo como fazer a montagem correta dos equipamentos.
5.2 CARACTERÍSTICAS
Quando falamos de equipamentos elétricos devemos ficar atento às suas características principais,
como: temperatura suportada, nível de oxidação, rigidez dielétrica e resistividade elétrica.
Os eletrodutos e quadros de distribuição são elementos principais de uma rede de infraestrutura elé-
trica, são equipamentos de grande resistividade elétrica e com grande resistência às altas temperaturas
também. Mas, assim como todo equipamento, devem seguir algumas recomendações, que vamos estudar
quando falarmos do seu dimensionamento.
Quando falamos de eletrodutos, devemos ficar atentos a algumas características do material. Deve-se
verificar sua curvatura. Após uma sequência de dobramentos, deve ser verificado se o eletroduto sofreu
grandes deformações ou se foram mantidas as características.
Eletrodutos que têm facilidade em deformar, diminuindo o diâmetro interno, podem dificultar a pas-
sagem dos condutores quando inseridos na instalação. O eletroduto deve ter taxa de deformidade ins-
tantânea inferior a 25%, ou seja, ao implementar curvas e emendas tem-se que tomar cuidado para não
deformar demais o diâmetro interno do eletroduto.
5.3 DIMENSIONAMENTO
Todos os componentes de uma rede elétrica precisam ser bem dimensionados, se pensarmos em sua
utilidade e em possíveis mudanças futuras. Alguns equipamentos devem ter uma atenção maior, por con-
ta de sua difícil mudança, como é o caso de eletrodutos, quadros de distribuições e caixas de passagem.
Vamos entender como é feito o dimensionamento desses intens.
ELETRODUTO
Os eletrodutos são componentes chave da infraestrutura de uma rede elétrica, portanto, para fazer seu
dimensionamento é preciso seguir uma série de regras.
5 INFRAESTRUTURA
113
Figura 81 - Eletroduto
Fonte: DREAMSTIME, 2017.
A quantidade de condutores que irão ocupar um eletroduto é importante na hora de fazer seu dimen-
sionamento, por isso, é preciso ter conhecimento de quantos circuitos vão passar em cada eletroduto para
poder escolher a seção correta para a situação. As dimensões internas de um eletroduto e suas conexões
devem permitir que os condutores sejam inseridos e retirados com facilidade após a montagem.
A taxa de ocupação de um eletroduto deve ser igual ou menor às indicadas a seguir:
a) 53% no caso de um condutor;
b) 31% no caso de dois condutores;
c) 40% no caso de três ou mais condutores.
Na tabela seguinte podemos ver a quantidade de condutores que podem ser inseridos para cada seção
de eletroduto. Seguindo essa tabela, os eletrodutos serão bem dimensionados e permitirão maior conforto
na hora de inserir ou retirar condutores, oferecendo mais segurança à rede.
1,5 16 16 16 16 16 16 20 20 20
2,5 16 16 16 20 20 20 20 25 25
4 16 16 20 20 20 25 25 25 25
6 16 20 20 25 25 25 25 32 32
10 20 20 25 25 32 32 32 40 40
16 20 25 25 32 32 40 40 40 40
25 25 32 32 40 40 40 50 50 50
35 25 32 40 40 50 50 50 50 60
50 32 40 40 50 50 60 60 60 75
70 40 40 50 50 60 60 75 75 75
Os eletrodutos devem ser instalados em trechos contínuos de, no máximo, 15 metros de comprimento,
acima disso devem ser instaladas caixas de derivação. A distância de um eletroduto deve ser diminuída 3
metros para cada curva de 90° que precisar ser instalada e só podem ser instaladas, no máximo, 3 curvas de
90° em um ramal24 ou um total de 270°.
FIQUE Não ocupe todo eletroduto superlotando o componente de condutores. Isto pode
resultar em sérios danos à rede elétrica e causar até mesmo um incêndio por conta
ALERTA do aquecimento dos condutores.
De forma alguma deve ser instalada curva com ângulo de flexão superior a 90°. As curvas feitas direta-
mente nos eletrodutos não devem reduzir o seu diâmetro interno.
QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO
O dimensionamento do quadro de distribuição deve seguir o projeto, que indica quantos circuitos ele
tem, indicando, também, a quantidade de disjuntores necessários no quadro.
As caixas de passagem devem ser dimensionadas de acordo com a sua funcionalidade. Deve ser anali-
sada a quantidade de tomadas ou de interruptores necessários em cada caixa para, assim, poder dimensio-
nar a caixa do tamanho correto, evitando, futuramente, procedimentos de mudanças.
As caixas de derivação também servem para seccionar25 eletrodutos que não podem exceder o tama-
nho prescrito pela norma. As emendas necessárias em um ramal devem ser feitas dentro das caixas de
derivação, sendo que condutores emendados não devem, em hipótese alguma, ser colocados no interior
de eletrodutos.
CASOS E RELATOS
disjuntores, já se encontrava com 5 disjuntores, os eletrodutos que faziam a ligação até o quadro
haviam sido mal dimensionados e estavam superlotados, o que dificultou muito o serviço.
Para atender à necessidade do cliente, seria preciso um quadro de distribuição com espaço para 10
disjuntores e também seria necessário instalar mais eletrodutos, pois não era possível a enfiação de
novos condutores pelo eletroduto que estava sendo usado.
Esse serviço gerou grandes custos extras, pois foi necessário quebrar o local que já estava revestido
para trocar o quadro por um maior, com capacidade para 12 disjuntores, e instalar novos eletrodu-
tos.
Quando precisar fazer um projeto e instalação de infraestrutura de instalação elétrica, fique atento para
seu dimensionamento correto e pense sempre em possíveis extensões futuras da rede.
As caixas devem ser colocadas em lugares acessíveis e devem conter tampa. Quando tiver interruptores
e tomadas, devem ser fechados pela tampa que compõe esses equipamentos.
5 INFRAESTRUTURA
117
5.4 SIMBOLOGIA
Conhecer e entender as simbologias é de extrema importância para o eletrotécnico. Veremos aqui algu-
mas simbologias utilizadas para elaboração e leitura de projetos de infraestrutura que simbolizam alguns
dos componentes da rede elétrica.
Quadro parcial de
luz e força aparente
Quadro parcial de
luz e força embutido
Indicar as cargas de luz
Quadro geral de e força em W ou kW
luz e força aparente
Quadro geral de
luz e força embutido
As simbologias representadas seguem a norma ABNT NBR 5444, que, apesar de estar em processo de
cancelamento, ainda é muito utilizada por projetistas.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
118
5.5 IDENTIFICAÇÃO
Um técnico deve saber identificar os elementos que compõem uma rede de instalação elétrica. Deve
conhecer cada componente, saber dimensioná-lo e conhecer sua utilidade para cada circuito.
Uma rede elétrica bem instalada deve conter, além do projeto no papel, seus componentes bem identi-
ficados para facilitar o entendimento de qualquer técnico que venha fazer a manutenção na rede.
Os circuitos também devem ser identificados no quadro de distribuição e os componentes de cada
circuito (fase, neutro e terra) devem sempre seguir o caminho por um único eletroduto.
5.6 TIPOS
Existem vários tipos de materiais e equipamentos inseridos na infraestrutura de uma instalação elétrica.
É muito importante que você conheça e saiba fazer uso correto dos equipamentos que compõem uma
rede de eletrodutos.
Dentre os tipos de equipamentos que compõem a infraestrutura de uma instalação, podemos destacar
os eletrodutos, barramentos, quadros de distribuição e caixas de derivação. A seguir veremos cada um
deles.
5 INFRAESTRUTURA
119
Eletrodutos são tubos de metal ou PVC, responsáveis por alojar e proteger os condutores elétricos con-
tra ações mecânicas, corrosão e agentes químicos, além de proteger o meio contra os perigos de incêndio
que podem ser causados pelo superaquecimento dos condutores.
Os eletrodutos podem ser encontrados em vários modelos, tamanhos e espessuras. Eles são caracteri-
zados, principalmente, por sua seção transversal. A partir da seção, é possível saber quantos condutores
podem ser inseridos no eletroduto.
Podemos ver na tabela seguinte as seções transversais de eletrodutos encontradas no mercado.
1/2 15
3/4 20
1 25
1.1/4 32
1.1/2 40
2 50
2.1/2 65
3 80
3.1/2 90
4 100
5 125
6 150
Os eletrodutos podem ser separados em metálicos rígidos, PVC rígidos, metálicos flexíveis e PVC flexí-
veis. Vamos conhecer um pouco sobre cada tipo.
a) Metálicos rígidos
Eletrodutos metálicos são tubos de aço que podem ser pintados internamente e externamente com
esmalte preto ou podem ser galvanizados. Estes tubos são encontrados com diferentes diâmetros de es-
pessura da parede. Existem os eletrodutos chamados de “eletrodutos pesados”, que são compostos por
parede grossa, e os “eletrodutos leves”, compostos por parede fina.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
120
Os eletrodutos são encontrados em barras de três metros de comprimento, que podem ter suas extre-
midades rosqueadas para instalação de luvas. Esse tipo de eletroduto pode ser encontrado com bitolas26
que variam de ½” até 6” (meia polegada até 6 polegadas).
b) PVC rígidos
Os eletrodutos de PVC rígidos são isolantes elétricos, não sofrem corrosão e não são atacados pelos
ácidos. São os eletrodutos mais utilizados para instalação de ramal geral para quadro de distribuição.
Esse tipo de eletroduto também é vendido em barras de 3 metros, alguns com roscas nas extremidades
para instalação de luvas para emendas.
c) Metálicos flexíveis
Esse tipo de eletroduto é formado por uma grande cinta de aço galvanizado, enrolado em espirais so-
brepostas e encaixadas de forma a proporcionar uma boa resistência e grande flexibilidade no conjunto.
Alguns eletrodutos metálicos flexíveis contêm revestimento de PVC para proporcionar maior resistên-
cia e durabilidade. Podem ser adquiridos em metros ou rolos de até 100 metros, sendo necessário especi-
ficar o diâmetro nominal que se deseja adquirir.
Esse tipo de eletroduto é utilizado em instalações elétricas expostas e na instalação de máquinas elétri-
cas e motores, por conta de sua vibração. São eletrodutos com um bom acabamento.
d) PVC flexíveis
Esse tipo de eletroduto é fabricado com PVC autoextinguível27, o que proporciona uma boa flexibilida-
de. Mesmo com suas características de flexibilidade, são eletrodutos com alta resistência a amassamento
que podem ser utilizados até mesmo para instalação em lajes de concreto.
27 PVC autoextinguível: caso a rede pegue fogo, o PVC extinguirá o fogo sem uso de extintor.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
122
Os eletrodutos flexíveis de PVC são os mais utilizados em instalações elétricas em geral, podendo ser
utilizados em instalações residenciais, comerciais e industriais.
Existem eletrodutos flexíveis com taxa de esforço que podem variar de esforço mecânico leve de até
320N/5cm, utilizados para instalações em paredes em geral, até eletrodutos de esforço mecânico médio de
até 750N/5cm, que podem ser utilizados nas instalações em lajes e piso. Esse tipo de eletroduto pode ser
adquirido por metro ou o rolo com 100 metros.
Os eletrodutos podem ser instalados ainda de forma aparente ou embutida. Vejamos cada uma delas:
a) Eletroduto aparente
Os eletrodutos são fixados na parede de forma aparente. Esse tipo de instalação é utilizado em casos
onde não é possível inserir o eletroduto na parede ou quando a parede é de madeira ou gesso.
b) Eletroduto embutido
Os eletrodutos são embutidos28 em paredes de tijolo, cal ou lajes. Esse tipo de instalação é o mais uti-
lizado em redes residenciais por manter as características do ambiente, deixando a infraestrutura da rede
oculta.
Para montagem de uma rede de eletrodutos são necessários alguns acessórios, entre eles:
a) Luvas: acessórios cilíndricos com rosca interna, utilizados para unir eletrodutos ou unir um ele-
troduto a uma curva;
b) Curvas: acessórios necessários para realizar mudanças de direção em uma rede de eletrodutos.
São encontradas com ângulos de 90°, 135° e 180°, com rosca ou ponta de bolsa;
c) Buchas: são peças utilizadas para dar o acabamento das pontas de eletrodutos que foram corta-
dos, a fim de impedir que os condutores sejam danificados no momento em que forem puxados;
d) Braçadeiras: são acessórios responsáveis pela fixação dos eletrodutos em paredes, tetos ou ou-
tros elementos estruturais.
Todos os itens são importantes e não podem ser negligenciados, pois irão proteger os fios.
SAIBA Para saber mais sobre eletrodutos, recomendamos o livro: NEGRISOLI, Manoel Eduardo
Miranda. Instalações elétricas: projetos prediais em baixa tensão. 3. ed. São Paulo:
MAIS Blucher, 1987.
Os barramentos são bastante utilizados em instalações elétricas como componentes dos quadros de
distribuição. Agora veremos sobre o assunto.
Um barramento é uma tira grossa de alumínio ou cobre que tem a finalidade de conduzir eletricidade.
Existem alguns tipos de barramento que se diferenciam pelo circuito no qual vão ser inseridos e pela sua
utilização. Vamos estudar alguns tipos de barramentos.
a) Barramento de fase central
Este barramento tem a finalidade de distribuir as fases entre os disjuntores de cada circuito, servindo
também para manter o equilíbrio das fases quando os disjuntores são posicionados seguindo o projeto
elétrico.
Esse tipo de barramento é bastante utilizado em quadros de distribuição de indústrias por proporcionar
uma grande quantidade de circuitos a serem inseridos.
O barramento bifásico e trifásico já vem com as fases alternadas, proporcionando um equilíbrio entre
elas, desde que distribuídos corretamente entre os disjuntores.
O barramento de neutro tem a função de conduzir a tensão e corrente para alimentar os circuitos fase-
-neutro de um sistema. O barramento terra tem a função de interligar os circuitos de proteção. Todos os
circuitos são ligados no barramento de terra, protegendo, assim, toda a instalação.
As canaletas são bastante utilizadas também como parte da infraestrutura de uma instalação elétrica.
Veremos agora mais sobre o assunto.
A canaleta tem o objetivo principal parecido com o dos eletrodutos. As canaletas ou perfis de PVC são
bastante utilizados em residências, escritórios, lojas comerciais, laboratórios, entre outros locais, principal-
mente, por sua maneira segura e prática de instalar.
Figura 94 - Canaletas
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
A canaleta é usada quando se deseja instalar ou ampliar a rede aparente em pontos que não haviam
sido previstos. Usando esse tipo de material, evita-se quebrar paredes, além de manter a rede segura, sem
deixar os fios expostos.
Os quadros de distribuição são caixas que servem para alojar e fixar os disjuntores DR (Dispositivo Dire-
ferencial Residual) e DPS (Dispositivo de Proteção Contra Surtos), que são equipamentos de proteção que
serão estudados no capítulo seguinte; e os barramentos de instalação elétrica. São costituídos de PVC ou
chapa metálica e devem conter os barramentos de neutro e terra separados.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
126
O quadro de distribuição deve ser montado de forma que os condutores de cada circuito sejam de fácil
identificação e que permitam realizar as medições dos circuitos com facilidade.
Os quadros de distribuição são vendidos em diferentes tamanhos, o que vai depender da quantidade
de disjuntores a serem fixados. É possível encontrar quadro de distribuição para 3, 6, 12, 24 ou mais disjun-
tores.
As caixas de derivação ou de passagem são constituídas por chapa metálica ou de PVC e têm o objetivo
principal de fixar tomadas e interruptores.
5 INFRAESTRUTURA
127
Podemos diferenciar os tipos de caixa em função da sua aplicação, dimensões e da quantidade de con-
dutores que cada uma suporta, conforme a tabela seguinte.
Retangular 10 x 5 x 5 9 6 4 -
Quadrada 15 x 15 x 10 20 16 12 10
Octogonal 10 x 10 x 10 ligações 11 11 9 5
Um sistema de cabeamento estruturado deve ser implementado de forma organizada, de modo que os
circuitos aos quais se destinam sejam de fácil entendimento. Um sistema desorganizado é prejudicial por
conta da demora que se leva para identificar cada saída. Portanto, deve-se manter a estrutura totalmente
organizada e de maneira que permita um fácil entendimento.
Os técnicos de instalações devem estar em constante processo de formação a fim de garantir o bom
dimensionamento e a boa montagem de uma rede de cabeamento e de todas as estruturas que serão
suportadas pelo cabeamento.
Esses materiais devem ser reutilizados quando possível e, ao notar neles um nível de desgaste elevado,
devem ser encaminhados para cooperativas de reciclagem para que o processo seja feito corretamente.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
130
Os compostos de PVC são 100% recicláveis, podendo ser reciclados por meios físicos, químicos (para
composição de novos materiais) ou até mesmo reciclagem energética, na qual esses materiais são utiliza-
dos como combustíveis eficientes para a produção de outros componentes.
Você sabia que o processo de reciclagem requer até 85% menos energia
que a produção primária? Isso significa para o mundo uma economia
CURIOSIDADES anual de 100 milhões de MWh de energia elétrica e 40 milhões de tone-
ladas de CO2, segundo a Cooper Alliance30 .
(Fonte: BIBLIOTECA VIRTUAL, 2017).
O Brasil ainda tem grande déficit30 em número de cooperativas que realizam a reciclagem desses mate-
riais. Existe também a possibilidade de adquirir as máquinas necessárias para realizar a reciclagem desses
materiais, o que pode gerar um lucro por parte de quem desejar investir nesse segmento.
29 Cooper Alliance: Instituição que representa uma rede de centros regionais de cobre e seus membros líderes do setor,
mundial.
30 Déficit: saldo negativo.
5 INFRAESTRUTURA
131
RECAPITULANDO
Neste capítulo estudamos sobre infraestrutura de uma instalação elétrica predial. Vimos os princi-
pais itens que compõem a infraestrutura, aprendendo a diferenciar os tipos para cada utilização.
Aprendemos, também, como fazer o dimensionamento correto dos principais componentes de uma
rede elétrica predial.
É de grande interesse para qualquer técnico saber identificar cada componente de um projeto, por-
tanto, estudamos sobre as simbologias mais utilizadas em um projeto de infraestrutura.
A etapa da instalação da infraestrutura de uma rede elétrica requer atenção especial pelo fato de ter
vários componentes com utilidades diferentes. Aprendemos, então, sobre os tipos de cada compo-
nente, entendendo a maneira mais correta de utilização de cada um.
O descarte dos materiais também é de grande importância, por isso, devemos dar atenção especial
para os materiais utilizados na montagem da infraestrutura, como vimos aqui, que são materiais
produzidos em grande parte por componentes renováveis, que podem ser reciclados. Aprendemos,
assim, a forma correta de encaminhar esses materiais para a reciclagem, deixando de poluir o meio
ambiente com materiais de difícil corrosão.
Agora, estudaremos sobre componentes muito importantes em uma instalação elétrica, os dispositi-
vos de proteção. Aprenderemos no próximo capítulo sobre esses dispositivos e suas funcionalidades
e a forma correta de dimensioná-los.
Dispositivos de proteção
Em qualquer instalação elétrica, seja ela residencial, comercial ou industrial, garantir a segu-
rança no funcionamento da rede e dos dispositivos nela inseridos é de extrema importância.
Os dispositivos de proteção servem para garantir a segurança dos equipamentos e da rede elé-
trica contra acidentes que possam ser provocados por alteração da corrente, efeitos térmicos
e tensões fora da faixa.
Neste capítulo, estudaremos sobre esses dispositivos de extrema importância nas instala-
ções elétricas e suas principais funcionalidades. Veremos a forma correta de instalação dos
dispositivos de proteção, conforme a norma ABNT NBR 5410:2004, e como as normas servem
para proteger a instalação elétrica, os equipamentos e as pessoas.
O dimensionamento é quesito importante quando falamos de qualquer equipamento elé-
trico, por isso, veremos como dimensionar esses dispositivos corretamente para que suas fun-
cionalidades sejam asseguradas.
Saber como identificar os dispositivos é indispensável para qualquer técnico, aqui, conhe-
ceremos as principais características dos dispositivos de proteção e como identificar e diferen-
ciar cada um.
Por fim, veremos os tipos de dispositivos de proteção mais utilizados em instalações elétri-
cas prediais.
O conteúdo apresentado neste capítulo é de extrema importância para a sua formação,
pois conhecer sobre os dispositivos de proteção e suas funcionalidades é indispensável para
qualquer eletrotécnico. Portanto, procure absorver os conhecimentos que serão aprendidos
aqui para que você possa aplicá-los na prática.
Curioso para saber mais sobre esses dispositivos? Vamos lá!
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
134
6.2 CARACTERÍSTICAS
Os dispositivos de proteção são caracterizados por sua funcionalidade ou pelo papel de proteção para
o qual foram projetados para desempenhar. Vamos conhecer suas utilidades mais importantes?
A funcionalidade desses dispositivos pode variar entre as listadas a seguir e pode ocorrer de um dispo-
sitivo desempenhar duas ou mais funções de proteção. Vamos conhecê-las.
É essencial a existência de proteção contra os choques elétricos que possam trazer perigo ao ser hu-
mano e animais. Os dispositivos de proteção contra choques elétricos são indispensáveis em instalações
elétricas e devem ser inseridos de maneira correta, conforme a norma ABNT NBR 5410:2004.
O seu uso nos dispositivos elétricos é indispensável, devendo ser dimensionados e utilizados conforme
cada situação.
6 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
135
Os equipamentos elétricos sofrem grande variação de temperatura, podendo aquecer a ponto de cau-
sar incêndios, proporcionando grandes riscos ao ser humano. Alguns dispositivos são protegidos contra os
efeitos térmicos, eles detectam o aumento de temperatura e atuam desligando o circuito, evitando que a
temperatura continue a subir, protegendo, assim, toda a instalação.
Podemos ver na imagem a seguir exemplos de instalações elétricas que não possuem proteção contra
efeitos térmicos ou que a proteção não funciona corretamente. À esquerda podemos ver que o condutor
aqueceu ao ponto de pegar fogo em toda sua isolação, à direita vemos como ficou a tomada em que esta
carga estava inserida.
A proteção contra efeitos térmicos atua nos equipamentos das seguintes formas:
a) Proteção contra queimaduras: a proteção contra efeitos térmicos deve atuar antes que ocorra
risco de queimadura para os seres humanos;
b) Proteção contra combustão31 ou degradação dos materiais: a proteção contra efeitos térmi-
cos deve atuar antes que possa ocorrer a combustão dos equipamentos ou materiais envolvidos;
c) Segurança do funcionamento dos componentes da instalação: a proteção contra efeitos tér-
micos deve atuar antes que se prejudique o funcionamento dos equipamentos.
A proteção contra sobrecorrentes é a funcionalidade mais ativa nos dispositivos de proteção. Consiste
em desativar o circuito se forem detectadas correntes acima da corrente nominal32 do dispositivo.
Esse tipo de proteção serve para proteger a instalação com seus componentes, especificamente os
condutores, prevenindo contra incêndios causados por correntes acima da capacidade dos condutores. Os
tipos de dispositivos de proteção contra sobrecorrentes variam entre os que protegem contra correntes
de sobrecargas, contra correntes de curto-circuito, ou ainda os que protegem os condutores fase e neutro,
sendo de extrema importância identificar e conduzir a proteção de acordo com a necessidade de cada um.
A proteção contra sobrecorrentes age da seguinte forma:
a) Proteção contra correntes de sobrecargas: age protegendo o circuito de eventuais cargas utili-
zadas acima do esperado pelo projeto. Exemplo: cargas adicionadas ao circuito após a finalização
do projeto;
b) Proteção contra correntes de curto-circuito: age protegendo o circuito de eventuais picos de
correntes muito altos, que poderiam danificar os equipamentos presentes na rede ou causar aci-
dentes. Exemplo: equipamentos com fios desencapados;
a) Proteção dos condutores de neutro e fase: age protegendo os condutores com uma corrente
inferior à corrente nominal do condutor, estando sempre ativa. Exemplo: se a corrente nominal
de proteção for maior que a corrente a ser protegida, corre-se o risco de pegar fogo, causando o
inverso do esperado.
32 Corrente nominal: corrente máxima de funcionamento do circuito de acordo com a carga instalada.
6 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
137
Sabemos que o funcionamento correto dos equipamentos elétricos depende de uma faixa de tensão
segura e que um pico de tensão pode vir a causar danos aos equipamentos e até mesmo a toda rede elétri-
ca. Para evitar que isso aconteça, alguns dispositivos têm a funcionalidade extra de proteger a rede contra
sobretensões temporárias ou permanentes, causadas por manobras na rede ou descargas atmosféricas.
Os dispositivos de proteção contra sobretensões atuam da seguinte forma:
a) Proteção contra sobretensões temporárias;
b) Proteção contra sobretensões transitórias.
Os dispositivos de proteção contra sobretensões não são de uso obrigatório nas instalações elétricas,
mas um bom técnico, conhecendo sua funcionalidade, não pode deixar de dimensioná-los proporcionan-
do maior segurança aos equipamentos.
6.3 DIMENSIONAMENTO
O dimensionamento dos dispositivos de proteção é simples e deve seguir as prescrições da norma NBR
5410, para que possa manter a coordenação entre os condutores do circuito e os dispositivos responsáveis
pela sua proteção.
Conforme a ABNT NBR 5410:2004, “os dispositivos de proteção devem ser previstos para que possam
interromper toda corrente de sobrecarga nos condutores dos circuitos antes que ela possa provocar um
aquecimento prejudicial à isolação, aos terminais ou às vizinhanças das linhas”.
Para que essa coordenação seja satisfeita, devemos adotar as seguintes condições na hora de dimen-
sionar esses dispositivos:
Ib ≤ In ≤ Iz
I2 ≤ 1,45xIz
Sendo que:
Ib – corrente do circuito, em Ampère (A);
In – corrente nominal do dispositivo de proteção, que pode ser ainda Ind – corrente do disjuntor ou
Inf – Corrente do fusível, em Ampère (A);
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
138
Iz – capacidade de condução de corrente dos condutores elétricos do circuito nas condições previstas
para sua instalação, em Ampère (A);
I2 – corrente que assegura efetivamente a atuação do dispositivo de proteção. A corrente I2 é conside-
rada a corrente convencional de atuação dos disjuntores.
Para que os dispositivos de proteção funcionem corretamente, devem seguir algumas condições que
veremos a seguir.
a) A corrente nominal do dispositivo de proteção deve ser superior à corrente do circuito, garantin-
do, assim, a não atuação do dispositivo em situações normais de funcionamento;
b) A corrente nominal do dispositivo de proteção deve ser inferior à capacidade de condução de
corrente dos condutores do circuito, garantindo, dessa forma, a proteção dos condutores contra
sobreaquecimento;
c) A corrente de projeto também não pode ser superior à capacidade máxima de condução de cor-
rente dos condutores do circuito;
d) Os dispositivos de proteção devem atuar quando a corrente se encontra com 45% de sobrecarga,
ou seja, 1,45 vezes a capacidade de condução da corrente dos condutores.
Vamos conhecer agora as simbologias utilizadas para esse tipo de dispositivo.
6 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
139
6.4 SIMBOLOGIA
Como já foi visto anteriormente, é de extrema importância conhecer as simbologias utilizadas nos pro-
jetos e diagramas dos dispositivos elétricos usados em redes de baixa e média tensão. No intuito de garan-
tir a boa funcionalidade e segurança do projeto, vamos conhecer aqui as simbologias mais utilizadas no
nosso dia a dia, envolvendo os dispositivos de proteção.
SÍMBOLO
TIPO OBSERVAÇÕES
Unifilar Multifilar
Disjuntor monopolar
Disjuntor bipolar
Disjuntor tripolar
Dispositivo DR
Dispositivo de Proteção
contra Surto (DPS)
Agora que já conhecemos quais são as simbologias dos dispositivos mais utilizados, vamos aprender
como identificá-los, garantindo assim que não serão confundidos ou substituídos no projeto.
6.5 IDENTIFICAÇÃO
Os dispositivos de proteção são identificados por sua corrente nominal, que pode variar de acordo com
a inserção no circuito, e seu modelo podendo variar entre monopolar, bipolar e tripolar. A seguir, vamos
conhecer os tipos que podem ser encontrados com mais facilidade.
TIPO DESCRIÇÃO
DISPOSITIVO MONOPOLAR
Os dispositivos monopolares são
responsáveis por fazer a proteção do
condutor fase do circuito de redes
elétricas monofásicas. Podem ser
encontrados diversos dispositivos de
proteção monopolares, como disjun-
tores, DPS, fusíveis, entre outros.
DISPOSITIVO BIPOLAR
DISPOSITIVO TRIPOLAR
DISPOSITIVO TETRAPOLAR
Ja aprendemos a identificar os dispositivos de proteção, como são e sua funcionalidade. Agora, vere-
mos quais os tipos utilizados em instalações elétricas prediais.
6.6 TIPOS
Os tipos de dispositivos de proteção variam de acordo com a sua funcionalidade dentro do sistema em
que será inserido. Esses dispositivos variam entre as redes monofásicas, bifásicas ou trifásica e se diferen-
ciam para atender a necessidade do perfil do circuito que será incorporado, podendo ser apenas resistivo
ou possuir motores interligados ao sistema, necessitando assim de uma proteção diferente.
6.6.1 FUSÍVEL
O fusível é o dispositivo de proteção de mais simples entendimento e aplicação. Sua inserção no cir-
cuito é simples e seu funcionamento é bem limitado. É bastante utilizado em circuitos onde se tem uma
precisão da corrente que vai circular. Os fusíveis, na maioria das vezes, acabam por queimar33 quando sub-
metidos a grandes picos de correntes, já que são elementos mais fracos.
33 Queimar: termo usado para indicar que o fusível rompeu (evitando danos à rede elétrica).
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
142
Os fusíveis devem ser inseridos nos circuitos intercalados para que a passagem da corrente seja inter-
rompida sob condições anormais, como correntes de operação acima da corrente do fusível. Em geral, há
alguns limites antes que um fusível venha a queimar. São eles:
a) A corrente nominal que o fusível suporta em operação contínua: a corrente direcionada para
a carga deve ser menor que a corrente nominal suportada pelo fusível; se essa corrente for maior
ocorrerá a queima do fusível;
b) A corrente de curto-circuito: é a máxima corrente que o fusível suporta circulando no circuito
para que não cause danos à instalação. Em caso de um curto-circuito, o fusível queimará, prote-
gendo a instalação;
c) A tensão nominal que é importante para garantir a atuação segura: se o fusível for inserido
em rede com tensão maior que a especificação do mesmo, pode ocasionar a queima do elo e do
arco elétrico ou até mesmo a explosão do fusível.
FIQUE A queima de um fusível pode indicar o bom funcionamento da proteção, mas, deve-
-se tomar cuidado se acontece mais de uma vez no mesmo circuito, pois a rede, pro-
ALERTA vavelmente, está com algum problema que precisa de atenção maior.
Os fusíveis de cartucho são os mais utilizados nas instalações elétricas de baixa tensão.
Eles são inseridos em um tubo protegido por material isolante e com contatos nas extremidades, como
mostrado na figura anterior.
6.6.2 DISJUNTORES
Disjuntores são dispositivos que garantem a manobra34 e a proteção contra correntes de sobrecarga e
contra correntes de curto-circuito.
Quando o circuito elétrico fica submetido a cargas acima da qual foi dimensionada, gera um aqueci-
mento na rede, principalmente nos condutores, que pode ainda atingir condutores próximos, gerando um
grande aquecimento no interior dos eletrodutos. São os disjuntores termomagnéticos os responsáveis por
interromper a rede quando se nota sinais de sobreaquecimento. Mas, como funciona essa interrupção?
O interior dos disjuntores contém um atuador bimetálico com duas placas de materiais diferentes, ferro
e latão, por exemplo, que ao aquecer acima do recomendado, abre o circuito, protegendo, assim, a rede
contra incêndios.
Os disjuntores têm ainda a funcionalidade de proteção contra curtos-circuitos que podem gerar o rá-
pido aquecimento da rede. Esse tipo de proteção se deve a um atuador no interior dos disjuntores, que
detecta a variação brusca da corrente, desativando o circuito.
CASOS E RELATOS
Os disjuntores podem ser encontrados com correntes nominais, conforme a tabela seguinte, podendo
variar, em alguns casos, de acordo com o fabricante.
6 10 13 16 20 25 32 40 50 63 80 100 125
especificações das curvas de atuação e em quais circuitos devem ser inseridos, conforme a norma IEC35
60898:1998.
a) Curve B: de 3 In a 5 In: devem ser utilizadas em circuitos resistivos sem picos eventuais de cor-
rente;
b) Curva C: de 5 In a 10 In: devem ser utilizadas em circuitos indutivos com eventuais picos de
correntes;
c) Curva D: de 10 In a 20 In: este tipo de curva de disjuntor é utilizado para a proteção geral da
instalação.
Ainda não entendeu como funciona? O exemplo a seguir ajudará você a escolher corretamente o
disjuntor.
Um disjuntor de curva B 25 A deverá atuar instantaneamente se houver uma corrente 5 vezes maior do
que sua corrente nominal, ou seja, 5 vezes 25 é igual a 125 A, então, este dispositivo só vai atuar quando
houver 125 A circulando pelo seu mecanismo.
Da mesma forma, os disjuntores curva C 25 A deverão atuar quando houver 250 A (25 A x 10) e o disjun-
tor curva D 25 A só vai atuar quando houver 500 A (25 A x 20).
Cada disjuntor deve ser dimensionado para atender a sua função específica, dessa forma, a total efici-
ência do dispositivo será mantida.
O Dispositivo Diferencial Residual ou apenas dispositivo DR, como é conhecido popularmente, é o mais
utilizado contra choques elétricos. Ele é indispensável nas instalações elétricas, conforme a ABNT NBR
5410:2004, e deve ser instalado corretamente para que sua funcionalidade seja desempenhada de manei-
ra eficaz.
Os dispositivos diferenciais desempenham múltiplas funções, pois, além de proteger as pessoas contra
choques elétricos, também oferecem proteção aos condutores contra sobrecorrentes e protegem o local
contra incêndios.
A proteção contra choques elétricos consiste em analisar as fugas de corrente ou, como também são
chamadas, correntes de falta.
FIQUE O dispositivo DR analisa faltas na corrente que deveria passar pelo circuito, cortando
a corrente quando for detectada. Em emendas malfeitas e mal-isoladas pode ocorrer
ALERTA falta de corrente e ocasionar o acionamento repentino do dispositivo diferencial.
O dispositivo compara a corrente que entra com a corrente que sai, sabendo, assim, se houve fuga de
corrente por outro caminho, cortando a corrente de entrada quando a fuga for detectada.
Sabemos da importância das tensões bem determinadas quando ocorrem fortes chuvas, uma vez que
as redes correm perigo de descargas atmosféricas, que, por sua vez, geram picos de tensão muito altos,
ocasionando a queima de muitos aparelhos e até mesmo acidentes.
Os surtos de tensão também podem ser ocasionados por manobras feitas na rede de distribuição para
manutenção. Essas manobras são seccionamentos da rede elétrica para realização de manutenção em
determinada área (ao religar o circuito são inseridas altas correntes e tensões na rede elétrica gerando os
surtos de tensão).
Para evitar esse risco e prevenir a queima de equipamentos, existem os dispositivos de proteção contra
surtos, também chamados apenas de DPS.
6 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
147
A proteção do DPS consiste em identificar tensões transitórias presentes na rede e encaminhá-las para o
sistema de aterramento antes que as sobretensões possam causar danos nos equipamentos da instalação.
Existem três classes de DPS, são elas:
a) Classe I: os DPS de classe I são dispositivos com capacidade de proteger contra surtos maiores,
capazes de drenar correntes parciais de raios provenientes de descargas atmosféricas. Este tipo
de dispositivo é utilizado em localidades expostas a descargas atmosféricas diretas, sendo insta-
lado, normalmente, em quadros de distribuição primários;
b) Classe II: os DPS de classe II são dispositivos capazes de proteger contra surtos menores, ou seja,
correntes induzidas indiretamente (ocasionadas por descargas atmosféricas) que penetram nas
edificações. Este tipo de dispositivo é instalado em áreas urbanas nos quadros de distribuição
secundários;
c) Classe III: os DPS classe III são dispositivos destinados a uma proteção mais dedicada, ou seja,
eles se destinam à proteção de equipamentos específicos conectados à rede elétrica, como gela-
deira, fogão, freezer, TV, entre outros tipos de equipamentos. São instalados próximos aos equipa-
mentos a que se destina a proteção.
Estudaremos agora sobre os dispositivos de manobra e tomadas de corrente, descobrindo a importân-
cia desses dispositivos para o funcionamento da rede elétrica.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
148
RECAPITULANDO
Neste capítulo estudamos sobre os dispositivos de proteção e conhecemos suas principais funciona-
lidades e a importância desse tipo de equipamento em uma rede elétrica.
Vimos a forma correta de dimensionamento dos dispositivos de proteção, conforme a norma ABNT
NBR 5410:2004, para que seja garantido o funcionamento normal das instalações elétricas de baixa
tensão.
Vimos também as simbologias utilizadas para esse tipo de dispositivo e quais as principais caracte-
rísticas desses equipamentos.
Descobrimos como identificar os dispositivos de proteção e conhecemos os tipos de dispositivo
mais utilizados em instalações elétricas, aprendendo sobre a função de cada um deles.
6 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
149
Dispositivo de manobras e tomadas de corrente
Para se fazer manutenção em redes elétricas, ou até mesmo desativar um ramal por alguns
instantes, é necessário fazer o uso de dispositivos de manobra. Mas, o que são os dispositivos
de manobra?
Dispositivo de manobra é todo dispositivo que permite interromper ou diminuir a passa-
gem de corrente elétrica no circuito. No capítulo anterior estudamos sobre os disjuntores, que
são dispositivos de manobra bastante conhecidos, utilizados em instalações elétricas prediais.
Ao longo deste capítulo conheceremos mais a fundo sobre esses dispositivos que tanto nos
auxiliam em nosso dia a dia.
Estudaremos também a aplicação correta destes dispositivos, conforme a norma ABNT NBR
5410:2004, para que sejam mantidas as características da rede elétrica. Veremos, ainda, as prin-
cipais características destes dispositivos, aprendendo como dimensioná-los e como identificar
cada um. As simbologias de todo dispositivo elétrico são de extrema importância, por isso,
veremos como identificar estes dispositivos em um projeto elétrico ou diagrama e conhecere-
mos os tipos mais utilizados em nosso cotidiano.
Em nosso cotidiano, geralmente, não percebemos que a todo instante estamos lidando
com a passagem e a troca de energia ativamente, como quando carregamos o celular, ligamos
o computador ou o micro-ondas. Neste capítulo estudaremos sobre as tomadas de corren-
te, que são os dispositivos responsáveis por fornecer a energia da rede elétrica para todos os
equipamentos eletrodomésticos. Veremos a forma correta de utilização destes dispositivos,
conforme a norma ABNT NBR 5410:2004, para que seja mantida a segurança da rede e o bom
funcionamento dos dispositivos.
Veremos, ainda, as principais características dos dispositivos de tomada de corrente, apren-
dendo como identificá-los e a forma correta de dimensioná-los. As simbologias utilizadas em
projetos elétricos e diagramas são de extrema importância, então, veremos os principais sím-
bolos com os quais devemos nos habituar para seu uso no dia a dia. Por fim, estudaremos
sobre os tipos de tomadas que podemos encontrar e seu uso correto.
O conteúdo estudado neste capítulo é de extrema importância para a formação de um bom
eletrotécnico. Um bom técnico deve conhecer o material apresentado aqui e saber a forma
correta de aplicar e fazer a manutenção quando necessário.
Já está curioso para aprender mais, não é mesmo? Vamos começar!
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
152
Os dispositivos de manobra são aqueles que estão em contato direto com as pessoas, portanto, devem
seguir parâmetros para que seja garantida a segurança de seus usuários.
A norma da ABNT NBR 5410:2004 estabelece diretrizes para garantir o bom funcionamento das insta-
lações elétricas de baixa tensão. Ela fornece também a localização ideal para a instalação de dispositivos
como interruptores, por exemplo, indicando seu uso nos cômodos de modo que o seu acionamento seja
o mais simples possível.
Veremos agora as principais características dos dispositivos de manobras e como fazer o seu correto
dimensionamento.
7.2 CARACTERÍSTICAS
As características dos dispositivos de manobra variam de acordo com sua funcionalidade e com o tipo
de dispositivo em questão, como os interruptores que podem ser unitários, duplos, triplos, entre outros,
e são acionados de forma direta; ou os controladores programados, que vão se comportar de acordo com
uma programação prévia. Os dispositivos usados em instalações elétricas funcionam em corrente alterna-
da monofásica ou bifásica e normalmente trabalham com níveis de tensão de até 250 V, que é o limite de
isolamento para equipamentos elétricos de baixa tensão.
Aqui, nesta seção, veremos as simbologias dos dispositivos de manobra e como identificá-los.
7.2.1 DIMENSIONAMENTO
7.2.2 SIMBOLOGIA
Conhecer as simbologias dos dispositivos de manobra é imprescindível para um eletrotécnico, seja para
fazer um projeto elétrico ou para fazer a instalação seguindo um projeto. Um bom técnico conhece as sim-
bologias e interpreta cada símbolo da maneira correta.
Os símbolos apresentados aqui são utilizados nos diagramas elétricos do tipo unifilar e multifilar.
SIMBOLOGIA
TIPO
UNIFILAR MULTIFILAR
a
Interruptor simples de uma seção
a b
a b
c
Interruptor simples de três seções
a
Interruptor paralelo
a
Interruptor intermediário
Dimmer
M
M
a
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
154
Interruptor simples de uma seção
com tomada
SIMBOLOGIA
TIPO
Dimmer UNIFILAR MULTIFILAR
M
Ma
Minuteria
Interruptor simples de uma seção
a b
Pulsador para campanha
Interruptor simples de duas seções
a b
Contador c
Interruptor simples de três seções
a
Relé de impulso
Interruptor paralelo
95 97
a
2 4 6 96 98
Relé térmico
Interruptor intermediário
Programador
Interruptor de uma
simples de horário
seção
com tomada
Sensor de presença
Dimmer
M
M
Relé fotoelétrico
Minuteria
B
Chave boia elétrica
Pulsador para campanha
Quadro 12 - Simbologias de dispositivos de manobra
Fonte: SENAI DR BA; SHUTTERSTOCK, 2017.
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
155
Veremos agora como identificar os dispositivos de manobra para que não ocorram erros na hora da
instalação.
7.2.3 IDENTIFICAÇÃO
Os dispositivos de manobra utilizados em instalações elétricas prediais são aqueles de fácil identifi-
cação e manuseio. São dispositivos que, normalmente, vêm com indicações de suas funcionalidades em
forma de desenho ou com explicações sobre para que serve o dispositivo.
Para que os dispositivos sejam instalados corretamente, evitando curtos-circuitos, é importante que se
observe a forma correta de alimentar seus contatos. Cada dispositivo é alimentado de uma forma, por isso
deve-se tomar cuidado com essa etapa.
A forma correta de identificar os contatos dos dispositivos será mostrada a seguir, quando falarmos dos
tipos de dispositivos de manobra, e será explicado como fazer a instalação de cada dispositivo.
7.3 TIPOS
Um bom técnico deve conhecer bem os dispositivos de manobra, suas funcionalidades e a maneira
correta de instalar cada um. Estes dispositivos têm contato direto com as pessoas e, por isso, necessitam
de atenção especial.
Contamos, hoje, com uma variedade de dispositivos de manobras para diversas funções. Vamos co-
nhecer, aqui, os tipos mais utilizados para instalações prediais, aqueles de extrema importância para um
eletrotécnico.
7.3.1 INTERRUPTORES
a) Os interruptores devem ter capacidade suficiente para suportar, por tempo indeterminado, as
correntes que passam por eles;
b) Nos cômodos, devem ser posicionados perto das luminárias que são responsáveis por acionar;
c) Em residências, devem ser posicionados perto das portas, a uma distância de 10 a 15 cm da guar-
nição.
Os interruptores contêm contatos nos quais devem ser inseridos os condutores fase e retorno, e sua
instalação deve ocorrer conforme a imagem seguinte.
Fase
Retorno
Figura 112 - Identificação de interruptores
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
Existem diversos modelos de interruptores, que variam de acordo com a necessidade de cada cômodo.
Conheceremos as variações de interruptores mais usados em instalações prediais.
É o dispositivo de manobra composto de um contato (liga/desliga) acionado por uma tecla. O interrup-
tor de uma seção tem como principal função o comando de um ou mais pontos de iluminação, acionando-
-os simultaneamente. Quando houver a necessidade de comandar mais de uma lâmpada, estas devem ser
ligadas em paralelo, mantendo os condutores nas duas lâmpadas em comum acionando os dois contatos
ao mesmo tempo.
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
157
Esse tipo de interruptor é o mais comum, bastante utilizado em instalações prediais para comandar a
iluminação de quartos e banheiros, principalmente, onde só costuma existir um ponto de iluminação.
Esse tipo de interruptor é composto por dois contatos (liga/desliga) com acionamento independente
um do outro. O interruptor de duas seções tem como função principal controlar dois pontos de iluminação
independentes a partir de um mesmo local.
Esse tipo de interruptor é bastante utilizado nos cômodos em que existe a necessidade de se comandar
dois pontos de iluminação, como salas, varandas ou garagens.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
158
O interruptor de três seções é um dispositivo de manobra composto de três contatos (liga/desliga) com
acionamento independente um do outro. O interruptor de três seções tem como principal função coman-
dar três pontos de iluminação de um mesmo local, independentes simultaneamente.
Esse tipo de interruptor é bastante utilizado em cômodos em que há a necessidade de se comandar três
pontos de iluminação, como grandes salas, varandas ou garagens.
INTERRUPTOR BIPOLAR
O interruptor bipolar é o dispositivo de manobra composto por uma tecla com dois contatos (liga/des-
liga). Esse tipo de interruptor é utilizado em instalações elétricas bifásicas, onde a iluminação é alimentada
por duas fases.
Esse tipo de interruptor é recomendado para instalações bifásicas pela segurança que oferece quando
se faz necessário realizar a manutenção na instalação ou trocar uma lâmpada, garantindo, assim, a inexis-
tência de corrente por seccionar as duas fases.
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
159
O interruptor Three Way, ou interruptor paralelo, como é conhecido, é um dispositivo de manobra com-
posto por um contato reversor36. A principal função desse tipo de interruptor é o comando de uma ou
mais lâmpadas por dois pontos diferentes, proporcionando mais comodidade ao usuário por economizar
caminhadas desnecessárias.
Os interruptores paralelos devem ser instalados em dupla e de acordo com a figura seguinte. No exem-
plo a seguir, podemos ver dois interruptores paralelos fazendo o acionamento de uma única lâmpada,
podendo ser posicionados em pontos diferentes. Apenas o interruptor da esquerda é alimentado com o
condutor fase, interligando para o segundo interruptor através dos dois condutores de retorno, permitin-
do assim que a lâmpada seja acionada por qualquer um dos interruptores.
CONDUTOR FASE
CONDUTOR NEUTRO
36 Contato reversor: contato normal aberto e fechado com ponto comum.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
160
Sua visão frontal tem a aparência de um interruptor simples. Para diferenciá-los é necessário olhar seus
contatos, onde o simples apresenta apenas dois contatos e os paralelos três. Os interruptores paralelos
são bastante utilizados em escadarias, posicionados no início e no final para comandar as lâmpadas, em
quartos, posicionados na entrada do quarto e na cabeceira da cama, ou em cômodos grandes onde há a
necessidade de comandar a iluminação por mais de um ponto.
O interruptor intermediário, ou Four Way, como é também conhecido, é o dispositivo de manobra com-
posto de um conjunto de dois interruptores paralelos, com ligação interna entre eles e com apenas uma
tecla de acionamento. A principal função desse tipo de interruptor é comandar a iluminação de uma ou
mais lâmpadas em mais de dois locais. O comando das lâmpadas é feito através dos dois interruptores
paralelos e um ou mais interruptores intermediários, permitindo assim que essas lâmpadas possam ser
acionadas de diferentes pontos.
FASE
NEUTRO
No diagrama mostrado anteriormente, pudemos ver a instalação de uma lâmpada com dois interrupto-
res paralelos e um intermediário.
Observando a figura anterior, notamos que o fase só é ligado ao primeiro interruptor paralelo, que se
encarrega de distribuir a alimentação para os demais componentes do sistema, permitindo assim que esta
lâmpada possa ser acionada de qualquer um dos pontos.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
162
O interruptor simples com tomada é o dispositivo de manobra composto por um interruptor simples e
uma tomada de corrente. Sua principal função é o comando de uma ou mais lâmpadas e ponto de tomada
de um mesmo local.
O interruptor com tomada é bastante utilizado em locais onde é necessário utilização de eletrodomésti-
cos perto do interruptor, como em banheiros, por exemplo. Podem ser encontrados também interruptores
duplos com tomada.
7.3.2 DIMMER
O dimmer é o dispositivo de manobra utilizado em instalações prediais que permite a variação da ten-
são para comandar a luminosidade de uma lâmpada.
Os dimmers são usados para controlar a luminosidade de lâmpadas incandescentes e não devem ser
utilizados para lâmpadas fluorescentes ou eletrônicas.
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
163
Os dimmers também são usados como forma de economizar energia, mas deve-se
ficar atento ao tipo que está sendo adquirido. Os dimmers mais antigos têm o fun-
FIQUE cionamento relacionado a um potenciômetro, que é uma carga resistiva, e para con-
ALERTA trolar a luminosidade a energia é desviada para esse potenciômetro, consumindo,
assim, a mesma quantidade de energia que consumiria com a lâmpada totalmente
acesa.
Esses dispositivos possuem um circuito eletrônico inversor, que transforma a tensão, e, ao variar a ten-
são com o dimmer, as lâmpadas acabam se apagando totalmente.
7.3.3 BOTÕES
BOTÕES DE COMANDO
Existem alguns modelos de botões utilizados para quadros de comandos elétricos, principalmente para
controle de motores. Esses botões são dispositivos de manobra com diversas características, dentre elas os
botões pulsadores37, botões seletores, botões com retenção38, botões de contato normal aberto, botões de
contato normal fechado, entre outros.
a) Botão pulsador: usado para emitir um pulso de tensão em determinado equipamento. Exemplo:
circuitos de comando que são necessários apenas um pulso;
b) Botão seletor: usado para selecionar o circuito que deve ser alimentado ou desligado, contando
com retenção. Exemplo: circuitos que necessitam apenas de um comando para serem acionados;
c) Botão com retenção: este tipo de botão é bastante utilizado em sistemas de emergência e sele-
tores. Ao acionar um botão com retenção ele permanece no estado acionado até que o operador
retorne para a posição inicial;
d) Botão normal aberto: é utilizado para energizar determinados circuitos. Ao ser acionado, permi-
te a passagem de corrente. O botão normal aberto pode ser com ou sem retenção;
e) Botão normal fechado: é utilizado para desligar determinado circuito. Este botão permite a pas-
sagem de corrente em seu estado inicial, desenergizando o circuito ao ser acionado. O botão
normal fechado pode ser com ou sem retenção.
Veremos agora os tipos de botões utilizados em instalações prediais.
Dentre os botões utilizados nas instalações prediais, destacam-se os botões pulsadores para campainha
e para minuteria, por serem os mais utilizados neste tipo de instalação. Vamos conhecer sobre esses dois:
a) Botão pulsador para campainha: é um dispositivo de manobra composto por um contato nor-
mal aberto comandado por uma tecla. O fechamento do contato só acontece quando a tecla é
pressionada, retornando à sua posição normal quando é solta, ou seja, sem retenção. Este tipo de
botão é utilizado em acionamento de campainhas em residências.
A representação desse tipo de botão é feita por um símbolo de campainha em sua tecla.
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
165
b) Botão pulsador para minuteria: a minuteria é um dispositivo de manobra utilizado para co-
mando temporizado de lâmpadas. O botão pulsador de minuteria tem o funcionamento parecido
com o do botão para campainhas, sendo composto por um contato normal aberto e uma tecla
com o desenho de uma lâmpada. Pressionado o botão, a minuteria transmite um pulso de tensão
que aciona a iluminação do local por um tempo ajustado.
Esse tipo de dispositivo é utilizado em locais onde não é preciso ter iluminação contínua, por não haver
fluxo constante de pessoas, como corredores, escadarias, entre outros.
O botão de minuteria é representado por uma lâmpada em sua tecla.
7.3.4 CONTATORES
O contator é um dispositivo eletromecânico com acionamento eletromagnético por meio de uma bo-
bina. Este dispositivo é constituído por contatos normais abertos e normais fechados, uma bobina e um
núcleo. Podemos ver na figura a seguir exemplos de contatores utilizados em comandos elétricos.
O conjunto bobina e núcleo estabelece uma força de atração magnética que comanda os contatos
quando o dispositivo é alimentado. Os contatos normais abertos se fecham e os normais fechados se
abrem quando o contator está acionado, retornando ao seu estado inicial quando o mesmo é desativado
do sistema.
7.3.5 SENSORES
Na instalação predial, os sensores apresentam-se como dispositivos de automação que acionam uma
determinada carga sem a intervenção do homem. Veremos a seguir exemplos de como os sensores podem
fazer as manobras de corrente sem que alguém esteja acionando-os. Observe a seguir os sensores utiliza-
dos na instalação predial.
SENSOR DE PRESENÇA
O sensor de presença é sensível ao movimento, muito utilizado na instalação predial para acionar auto-
maticamente cargas como lâmpadas, portões elétricos e outros. A função do sensor de presença é detectar
o movimento de massa (que emite calor), a exemplo de pessoas, animais, carros, entre outros, e fazer o
acionamento da iluminação, por exemplo.
Esse tipo de sensor é bastante utilizado em ambientes que possuem tráfego constante de pessoas, mas
se deseja obter uma economia considerável de energia. Desse modo, evita-se deixar a luz acesa o tempo
todo.
Esse sensor encontra-se presente também em portas automáticas de supermercados e shoppings, que
têm o papel de abrir automaticamente quando detectada a presença de pessoas.
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
167
SENSOR DE LUMINOSIDADE
O sensor de luminosidade é o dispositivo de manobra que permite controlar lâmpadas através da lu-
minosidade do local. Este dispositivo é composto por um relé fotoelétrico, que capta em tempo real a
luminosidade do ambiente. Assim, é possível ligar e desligar uma carga.
O sensor de luminosidade é muito utilizado na iluminação pública, ligando as lâmpadas dos postes no
início da noite, quando o sol se põe, e desligando pela manhã, quando o sol começa a aparecer.
SENSOR DE NÍVEL
Existem alguns sensores de nível utilizados para automação do abastecimento de água de tanques e
reservatórios. Vamos conhecer aqui um dos sensores mais utilizados em instalações elétricas, que é a cha-
ve de boia.
A chave de boia elétrica é um sensor automático que faz a detecção do nível de água, atuando confor-
me a sua fixação no reservatório. A chave de boia pode sinalizar ou alarmar o nível de água, sinalizando se
está no nível desejado e alarmando quando o nível estiver acima do máximo ou abaixo do nível mínimo. A
chave de boia é também responsável por acionar ou desativar uma motobomba.
Chaves de boias são dispositivos muito utilizados também para acionar alarmes de nível, que são utili-
zados para serem acionados quando o nível estiver fora da faixa desejada. Quando o nível está acima do
máximo ou abaixo do mínimo, os alarmes de nível devem ser acionados pela chave de boia, alertando
assim o responsável de que algo está errado.
7.3.6 RELÉS
Em instalações elétricas contamos com o auxílio desses dispositivos eletromecânicos que nos auxiliam
no acionamento e proteção de cargas do ambiente residencial e industrial. Vamos conhecer alguns dos
relés mais utilizados para proteção e manobra em nosso cotidiano.
RELÉ DE IMPULSO
Os relés de impulso são dispositivos eletromecânicos constituídos de bobina, núcleos, contatos NA39
e NF40 e um sistema mecânico para alternar seus contatos quando o relé é acionado. O funcionamento
destes dispositivos consiste na aplicação de um pulso de tensão na bobina, que altera o estado de seus
contatos. O contato NA passa a ser NF e o contato NF passa a ser NA.
Os relés de impulso são muito utilizados em instalações prediais, principalmente, para substituir inter-
ruptores paralelos e intermediários. Eles são usados para acionar lâmpadas através de botões pulsadores.
Usando o acionamento de lâmpadas por relé, podemos utilizar diversos botões pulsadores em diferen-
tes pontos, para fazer o acionamento do relé fechando os contatos abertos permitindo assim que a lâmpa-
da seja ligada. Com a utilização dos relés, economiza-se material e, pela facilidade na instalação, também
há uma economia de tempo.
Quando falamos de automação não podemos nos esquecer do controlador lógico programável, ou
CLP, como é conhecido. Esse dispositivo é um computador, programado pelo técnico, que desempenha
funções específicas e funciona como um cérebro que controla sistemas mecânicos e elétricos, principal-
mente em indústrias. Veja a seguir a estrutura física ou hardware de um CLP:
a) Entradas: parte do CLP que recebe sinais de interruptores, botões, sensores, etc.;
b) CPU: parte interna do CLP onde são processados os sinais da entrada, conforme programação
elaborada;
c) Saída: local onde é descarregado o resultado do processamento do programa elaborado para
ligação de dispositivos externos de carga, como lâmpadas, relés, contatores, etc.
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
171
Embora seu uso seja mais intenso em indústrias, o CLP vem ganhando mais espaço na automação resi-
dencial em função da grande busca por conforto e comodidade no lar. O CLP executa funções específicas,
através de um programa, e tem a função de executar processos de forma automatizada.
Uma característica muito importante do CLP é a otimização do espaço, como mostrado na figura an-
terior. Os controladores são utilizados para substituir grandes quadros de comando, na maioria das vezes
acionados por contatores e que ocupam muito espaço. Um CLP tem a possibilidade de desempenhar mui-
to mais funções com uma economia de espaço muito grande.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
172
Agora que já conhecemos os dispositivos de manobra e suas funcionalidades, vamos aprender sobre as
tomadas de corrente ou apenas tomadas, como são mais conhecidas.
Tomada é um ponto terminal da instalação elétrica para conexão dos plugues macho das extensões
elétricas. Ela fornece potência com níveis de tensão apropriados para ligação dos equipamentos elétricos.
No Brasil foi padronizado o modelo de tomadas conforme a norma ABNT NBR 14136 - Plugues e To-
madas de Uso Doméstico, estabelecendo, assim, um modelo para todo o território nacional, baseado na
norma internacional IEC41 60906-1. Com a padronização, os modelos de tomadas brasileiras passaram a ter
3 pinos, sendo eles F42-N43-T44 ou F-F-T, que podem ser utilizados tanto em circuitos monofásicos quanto
em circuitos bifásicos.
Veremos a seguir as recomendações da norma ABNT NBR 5410:2004, que dita as regras para as insta-
lações elétricas de baixa tensão. Ao longo da seção veremos a forma correta de dimensionamento, como
identificar e os tipos de tomadas de corrente que estão presentes em nosso dia a dia.
A norma ABNT NBR 5410:2004 estabelece as condições para garantir o bom funcionamento das to-
madas de corrente e, assim, manter a segurança das instalações. Entre as prescrições da norma, estão as
recomendações de cores que devem conter espelhos na cor bege-palha ou branca. Estes espelhos são as
proteções que ficam na parte externa dos pontos de energia utilizados para interruptores, tomadas, etc.
Eles funcionam como uma espécie de tampa ao redor do interruptor/tomada, escondendo fios e a parte
posterior desses itens.
A norma exige ainda que todos os plugues de tomadas sejam de três pinos, sendo eles F-N-T e que pos-
suam isolamento de 250 V, constituído de material termoplástico autoextinguível. A norma também esta-
belece corrente máxima de 20 A para tomadas de corrente, possuindo assim tomadas responsáveis pela
alimentação de dispositivos com correntes de até 10 A e outras tomadas responsáveis pela alimentação de
dispositivos com correntes até 20 A.
7.4.2 CARACTERÍSTICAS
Após a padronização das tomadas brasileiras conforme ABNT NBR 14136:2012, as tomadas de corrente
tornaram-se mais seguras e eficientes, passando a ter três plugues ligados aos condutores F-N-T, como
será mostrado mais adiante.
Com o novo padrão de tomadas, o risco de choques elétricos diminuiu bastante, graças ao recuo nos
contatos internos, evitando que o dedo toque a parte condutiva. Além disso, elas também possuem um
rebaixo no encaixe do plugue, que evita que os dedos toquem no pino da tomada ao inseri-las ou retirá-las.
Veja na figura seguinte.
Os pinos dos condutores vivos encontram-se alinhados e não há diferenciação quanto ao tipo de liga-
ção, se monofásica ou bifásica. O pino do condutor de proteção terra apresenta um recuo em relação aos
condutores vivos.
A eletricidade, se mal utilizada, pode ser fatal. Pesquisa feita aponta que nos últimos
SAIBA anos, em média 600 pessoas morrem por acidentes envolvendo energia elétrica. Fique
por dentro de como prevenir esse tipo de acidente e conheça todas as taxas de aci-
MAIS dentes com eletricidade no site da Abracopel: Associação Brasileira de Conscientização
para os Perigos da Eletricidade.
As tomadas de 10 A e de 20 A diferem-se pela espessura dos pinos que podem comportar. Como mos-
trado na figura seguinte, as tomadas de 20 A possuem suporte com furos para pinos mais grossos do que
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
174
10 A
20 A
Vamos agora aprender como fazer o dimensionamento correto das tomadas de corrente.
7.4.3 DIMENSIONAMENTO
O dimensionamento das tomadas de corrente deve ser feito a partir de um projeto elétrico da residên-
cia em questão. Nos casos em que não há projeto elétrico ou o projeto não está em conformidade com a
ABNT NBR 5410:2004, as tomadas devem ser dimensionadas pelo técnico responsável pela instalação.
A ABNT NBR 5410:2004 estabelece a quantidade mínima de tomadas de corrente das edificações, que
devem ser dimensionadas a partir do perímetro e área de cada cômodo, da seguinte forma:
a) Salas e dormitórios: devem conter 1 ponto de tomada para cada 5 m do perímetro. A quanti-
dade de tomadas necessárias para a sala de estar deve levar em conta os eletrodomésticos que
serão instalados;
b) Cozinha, copa e área de serviço: nestes cômodos deve ser previsto 1 ponto de tomada para
cada 3,5 m de perímetro. Na bancada da pia devem ser instaladas duas tomadas de corrente;
c) Banheiros: deve conter, pelo menos, uma tomada próxima ao lavatório;
d) Demais cômodos: em cômodos com área de até 6 m² deve ser instalado 1 ponto de tomada. Para
cômodos maiores que 6 m² deve ser instalado um ponto de tomada para cada 5 m de perímetro.
Os condutores utilizados para alimentação das tomadas de corrente são especificados pela norma NBR
5410 e devem ser usados com seções mínimas de 2,5 mm². Os condutores podem ser: FASE, que é aquele
que possui uma tensão ou diferença de potencial, ou seja, possui carga; NEUTRO, que é responsável por
alimentar as tomadas de corrente, permitindo que os equipamentos sejam ligados; e TERRA, que é respon-
sável por promover a proteção dos dispositivos ligados a estas tomadas.
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
175
7.4.4 SIMBOLOGIA
Conhecer as simbologias é sempre importante quando falamos de instalações elétricas prediais. Vere-
mos aqui as principais simbologias para tomadas de corrente.
SIMBOLOGIA
TIPO
UNIFILAR MULTIFILAR
O uso e conhecimento acerca das simbologias é indispensável para a segurança e melhor execução dos
projetos elétricos, garantindo que, independentemente de quem realizou o projeto, o profissional que o
executará saberá o que precisa ser feito. Veremos agora o que precisamos identificar e como fazer as iden-
tificações das tomadas.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
176
7.4.5 IDENTIFICAÇÃO
Se verificarmos a parte frontal da tomada, veremos dois pontos alinhados e um no centro, abaixo dos
outros dois. Os pontos alinhados são onde devem ser inseridos os plugues dos condutores vivos, ou seja,
onde há corrente, no ponto mais centralizado deve ser inserido o plugue do condutor de proteção.
Fase
Terra
Neutro
O condutor terra deve ser inserido na tomada de corrente para fornecer a proteção necessária para
alguns aparelhos, sabendo que nem todos os aparelhos contêm o plugue de proteção, ou seja, alguns apa-
relhos continuam apresentando plugues com apenas dois pinos, a exemplo da maioria dos carregadores
de celular. A única diferença entre os plugues com dois pinos e os plugues com três pinos é que o primeiro
não possui condutor de proteção, mais conhecido como fio terra; já o segundo, possui.
Quando a rede elétrica for bifásica, no lugar onde está ilustrado para ser inserido o
FIQUE condutor neutro, deve ser inserido o outro condutor fase. Qualquer outro condutor
ALERTA que seja inserido vai interferir no funcionamento da tomada e pode até mesmo cau-
sar acidentes.
Portanto, a partir disso podemos entender a importância do terceiro pino e seu significado em um plu-
gue. Agora vamos conhecer os tipos de tomadas, suas diferenças, características e funcionalidades.
7.4.6 TIPOS
As configurações de instalação das tomadas nas residências podem ser divididas em: TUG (Tomada de
Uso Geral), que é subdividida em tomada média ou tomada baixa; e a TUE (Tomada de Uso Específico).
Vamos aprender um pouco sobre cada uma delas:
a) TUG: as tomadas de uso geral são aquelas de corrente que estão distribuídas pela residên-
cia e que não têm um aparelho específico para alimentar, contendo corrente máxima de 10 A;
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
177
Para que essas tomadas de uso geral sejam instaladas a uma altura padrão, a ABNT NBR 5410:2004
estabelece algumas distâncias de montagem em relação ao piso, são elas:
-- Tomada baixa: as tomadas baixas devem ser instaladas a 30 cm do piso.
As tomadas baixas são instaladas em toda a residência, principalmente em quartos e salas. Elas não
devem ser instaladas em ambientes externos ou que têm contato com água por conta do risco de choque
elétrico.
-- Tomada média: as tomadas médias devem ser instaladas a distâncias de 1,30 m a 1,50 m do chão.
Tomadas altas são muito utilizadas para aparelhos específicos, como ventiladores, monitor para câme-
ra, modem de internet, entre outros.
CASOS E RELATOS
As tomadas de uso geral são muito importantes e servem para alimentar diversos equipamentos elétri-
cos em toda a residência.
b) TUE: as tomadas de uso específico são destinadas a equipamentos que, normalmente, possuem
correntes superiores a 10 A.
Elas são dimensionadas no projeto elétrico da residência e possuem circuito específico separado das
tomadas de uso geral e com carga prevista e específica ao uso do equipamento em questão.
As tomadas de uso específico podem ser instaladas conforme a posição do aparelho que irão alimentar,
devendo ser instaladas a, no máximo, 1,50 m do mesmo.
Esse tipo de tomada é muito utilizado nas residências para instalação de ar-condicionado, forno elétri-
co, chuveiro elétrico, motor de portão automático, entre outros. Veja na figura seguinte uma tomada de
uso específico para alimentação de ar-condicionado.
No capítulo seguinte aprenderemos a implementar e a fazer a leitura dos diagramas elétricos, conhe-
cendo os tipos mais utilizados em instalações elétricas prediais. Veremos, então, a forma correta de utilizar
as simbologias aprendidas neste capítulo.
RECAPITULANDO
Neste capítulo aprendemos sobre os dispositivos de manobra de corrente e suas principais funcio-
nalidades. Vimos aqui as recomendações de acordo com as normas técnicas e a aplicação correta de
cada dispositivo. Aprendemos a identificar cada componente, conhecendo suas principais caracte-
rísticas.
Conhecemos os principais dispositivos de manobra utilizados em instalações prediais, suas princi-
pais características e aplicação, e também estudamos sobre os controladores lógicos programáveis,
tão utilizados em redes industriais.
Estudamos, ainda, sobre as tomadas de corrente, conhecendo as recomendações da norma ABNT
NBR 5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão, aprendendo a forma correta de dimensionar esses
dispositivos. Vimos como identificar as tomadas e suas principais características. Aprendemos, en-
tão, os principais tipos de instalações destes dispositivos, conhecendo o modo recomendado pelas
normas técnicas.
Por fim, vimos todas as simbologias referentes aos dispositivos de manobra e tomadas de corrente,
conhecendo as simbologias para representação unifilar e multifilar de cada componente.
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
181
Diagramas elétricos
Ao longo do livro aprendemos sobre os componentes de uma rede elétrica predial e suas
funcionalidades, vimos também as simbologias referentes a cada dispositivo. Mas, para que
servem todas as simbologias que aprendemos anteriormente?
As simbologias servem para serem utilizadas nos diagramas elétricos, representando, assim,
as instalações elétricas e todos os seus componentes através de símbolos gráficos para facilitar
a leitura. Os diagramas elétricos são também chamados de esquemas elétricos e servem como
guia para orientar a execução, análise, orçamento e manutenção de uma instalação.
Um diagrama elétrico nada mais é do que a representação de uma instalação elétrica por
meio de símbolos gráficos. Com a utilização de um diagrama é possível entender as conexões
dos condutores e de todos os componentes da rede que são representados com seus símbo-
los, o que torna o entendimento sobre o funcionamento dos circuitos e sobre a função de cada
equipamento presente na rede mais fácil.
Neste capítulo aprenderemos sobre os diagramas elétricos a partir das prescrições aponta-
das pela ABNT NBR 5410:2004, assim como da ABNT NBR 5444:1989, que possui as simbologias
para projetos elétricos mais utilizadas. Veremos as principais características de um diagrama,
o que é necessário identificar quando se fala de diagrama e a forma correta de se fazer isso.
Por fim, veremos os tipos de diagramas utilizados nas instalações elétricas prediais, como
elaborar cada tipo e como fazer a leitura correta. Conheceremos, ainda, as funcionalidades de
cada tipo de diagrama, concluindo qual o melhor para cada situação.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
184
O assunto abordado neste capítulo é de extrema importância para sua formação. Um bom eletrotécni-
co conhece as simbologias necessárias para a elaboração e leitura de um diagrama elétrico e sabe aplicar
corretamente as regras que dizem respeito aos diagramas. Portanto, o assunto tratado aqui deve ser estu-
dado e aprendido para que possa auxiliar no seu dia a dia.
Já está curioso para aprender sobre os diagramas elétricos, não é mesmo? Então, vamos lá!
Toda e qualquer instalação elétrica de baixa tensão deve estar de acordo com a norma ABNT NBR 5410 –
Instalações Elétricas de Baixa Tensão, por isso, é importante que a elaboração dos diagramas elétricos siga
suas recomendações para que seja assegurado o bom funcionamento da instalação elétrica.
Outra norma importante é a ABNT NBR 5444 – Símbolos Gráficos para Instalações Elétricas Prediais.
Ela regulamenta as simbologias padronizadas para os componentes utilizados nas instalações elétricas. A
ABNT NBR 5444:1989 divide as simbologias desses componentes nas seguintes categorias:
a) Dutos e distribuição: simbologias dos dutos, conduítes e componentes responsáveis por alojar
os condutores para distribuir a eletricidade pela instalação;
b) Quadros de distribuição: essa categoria contém os quadros de distribuição geral, parcial e até
mesmo a representação da caixa de medidor de energia;
c) Interruptores: contêm as simbologias referentes aos dispositivos de manobra e seccionamento;
d) Luminárias, refletores e lâmpadas: esta categoria contém as simbologias dos dispositivos de
iluminação em geral;
e) Tomadas: nesta categoria estão contidas as simbologias para tomadas de corrente e dispositivos
fixos que fazem parte de uma instalação elétrica;
8 DIAGRAMAS ELÉTRICOS
185
f) Motores e transformadores: nesta categoria podem ser encontrados símbolos que representam
motores, transformadores, geradores, entre outros dispositivos.
Os símbolos contidos na ABNT NBR 5444 vêm sendo mostrados em cada capítulo no decorrer do livro,
divididos por categorias.
A seguir conheceremos as características dos diagramas elétricos.
8.2 CARACTERÍSTICAS
8.3 SIMBOLOGIA
As simbologias utilizadas nas instalações elétricas prediais dizem respeito a todos os símbolos que pos-
sam representar os componentes elétricos de uma instalação. Eles são representados por símbolos con-
tidos nas normas ABNT NBR 5410 e ABNT NBR 5444, mas podem também conter símbolos criados, neste
caso, com a necessidade de legendas.
As simbologias usadas em instalações prediais foram divididas nas simbologias referentes a cada com-
ponente nesta unidade curricular, portanto, conhecemos neste volume as simbologias utilizadas em ins-
talações prediais para padrões de entrada, condutores elétricos, infraestrutura, dispositivos de proteção
e dispositivos de manobra e tomadas de corrente. No volume seguinte, conheceremos mais simbologias
utilizadas em instalações prediais de baixa tensão.
FIQUE Com a evolução tecnológica, muitos componentes novos ainda não possuem simbo-
logia padrão. Então, cabe ao projetista criar a própria simbologia do componente e
ALERTA atribuir-lhe legenda para que a simbologia possa ser entendida por todos.
A ABNT NBR 5444:1989 está em processo de cancelamento, mas a maioria dos símbolos utilizados em
projetos elétricos prediais está de acordo com ela, com exceção dos símbolos de equipamentos novos, não
contidos na norma.
8.4 IDENTIFICAÇÃO
Na criação de diagramas elétricos é preciso tomar cuidado para que os componentes sejam bem iden-
tificados, evitando problemas na leitura e montagem na instalação elétrica. Existem quesitos importantes
que necessitam de identificação e que devem ser seguidos conforme o quadro a seguir.
Os desenhos e esquemas devem transmitir o objetivo, funcionamento e realidade física de uma insta-
lação elétrica.
CASOS E RELATOS
Na figura seguinte podemos ver a representação de uma planta elétrica residencial, montada com dia-
grama unifilar, com as simbologias adequadas.
2 2 4
600W
600W
4
2 2
2
4
2 2.5
QD1
Cozinha 5
2.5
6 600W
7.24 m²
4 5
1 1 2 1 4 5 6
1a 1a 1a 1b 2.5
100 a 60 a 60 a 100
2.5 2.5
1 5
a 1
1 4 5 6
1 a bg 4 5
4 5 6
a 2.5 2.5
1 2.5
2.5
2
2
Sala estar/ jantar
a
a g
g
18,25 m² QD1
a
5
2 2 2
2 3 7
2.5 2.5 2.5
2.5 6
1 2
2
2
6
2 1c
2.5
Dormit. 01 100
1 2.5
10,50 m² 2.5 1
c 1 3 Dormit. 02
3
6
2.5
3
e 3
3 6
3
2.5
5
2.
1e
100 3
1d
60 7 2.5
2
6
4500W
2.5
2
2
3
7
Sanit.
3,18 m² CHG
8 DIAGRAMAS ELÉTRICOS
2.5
189
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
190
Pudemos ver na figura anterior os componentes bem identificados e representados com simbologias,
conforme a norma ABNT NBR 5444:1989 para instalações elétricas prediais. Uma instalação bem identifica-
da economiza tempo e trabalho na hora da montagem.
Vamos conhecer agora os tipos de diagramas usados no dia a dia.
8.5 TIPOS
Existem alguns tipos de diagramas que facilitam a compreensão das instalações elétricas. Em um pro-
jeto elétrico, devemos representar as instalações elétricas de forma clara. A seguir, veremos os tipos mais
utilizados de diagramas elétricos e qual o mais indicado para cada utilização.
Em projetos elétricos podemos utilizar alguns tipos de diagramas que facilitam a comunicação entre o
projetista e o instalador, como os diagramas unifilares, multifilares e funcionais, que são bastante utilizados
no nosso dia a dia. Veremos a seguir as particularidades de cada um.
-1-
a
-1- 20W
a Condutor retorno
Condutor fase
Condutor neutro
Eletroduto
Figura 147 - Esquema unifilar de instalação de interruptor simples com uma lâmpada
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
Os diagramas unifilares, geralmente, representam a posição física dos componentes em uma instalação
elétrica, mas sua organização não reproduz com clareza o funcionamento e a sequência funcional do cir-
cuito. O técnico responsável pela instalação deve sempre observar as necessidades do cliente e inserir os
componentes de uma maneira que atenda melhor essas necessidades. Um exemplo disso é a instalação de
pontos de tomadas de corrente em quartos. Se o técnico observar a necessidade de maior concentração
desses pontos em determinada região de acordo com a necessidade do cliente, eles devem ser inseridos.
Veremos outro exemplo de esquema unifilar. A figura a seguir mostra a representação unifilar de uma
instalação de tomada simples. Podemos ver no exemplo seguinte um eletroduto contendo os condutores
referentes a uma instalação de tomada baixa simples, pertencente a um circuito de número 2 do projeto.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
192
-2-
-2-
2,5 mm2 Retorno
Condutor terra
Condutor fase
Condutor neutro
Eletroduto
O diagrama unifilar é o tipo mais utilizado nas instalações elétricas prediais, principalmente nos pro-
jetos elétricos, pois gera uma economia de espaço muito grande no diagrama. Cada traço, no diagrama
unifilar, representa um eletroduto e nele pode conter diversos condutores indicados de acordo com a
simbologia de cada tipo e com a especificação do circuito referente, sempre em conformidade com a ABNT
NBR 5410:2008, podendo representar assim vários circuitos com poucos traços.
O diagrama multifilar ou esquema multifilar, como também é conhecido, representa em detalhes uma
instalação elétrica, mostrando todos os condutores e contatos dos componentes contidos na instalação.
Cada componente presente em um diagrama multifilar é indicado na forma de símbolos e cada traço re-
presenta um fio a ser utilizado na ligação dos componentes.
A imagem seguinte mostra a ligação de um esquema multifilar para um interruptor simples e uma lâm-
pada, mesmo exemplo mostrado anteriormente com esquema unifilar. Na imagem podemos identificar a
representação das duas linhas indicando os condutores fase e neutro que são conectados aos componen-
tes S1 e H1, que são um interruptor e uma lâmpada, respectivamente. Os componentes utilizados neste
tipo de diagrama utilizam a simbologia multifilar, como mostrado no exemplo a seguir.
8 DIAGRAMAS ELÉTRICOS
193
FASE
NEUTRO
S1 H1
Figura 149 - Esquema multifilar de instalação de interruptor simples com uma lâmpada
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
FASE
NEUTRO
TERRA
Na imagem anterior pudemos identificar a representação das três linhas indicando os condutores fase,
neutro e terra que são conectados à tomada, mostrando a ordem correta de alimentação deste compo-
nente. A representação dos componentes em esquemas multifilares devem ser sempre com simbologia
multifilar.
O esquema multifilar é utilizado para representar pequenos circuitos de modo que fiquem mais claros
no projeto, porém, circuitos elétricos muito extensos acabam ficando muito confusos por conta da quan-
tidade de linhas que devem ser inseridas para a sua representação. Em um projeto elétrico residencial, se
fôssemos representar de forma multifilar, cada condutor deveria ser representado com um traço, o que
seria impossível em alguns casos pela quantidade de circuitos que contém.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
194
FASE
NEUTRO
Figura 151 - Esquema funcional de instalação de interruptor simples com uma lâmpada
Fonte: SENAI DR BA, 2017.
No exemplo anterior pudemos notar a grande semelhança entre o esquema funcional e multifilar. Pu-
demos ver a representação dos condutores fase e neutro, cada um representado por uma linha, assim
como mostrado no multifilar, sendo conectados aos componentes.
As imagens e desenhos dos componentes mostrados no diagrama funcional representam os equipa-
mentos exatamente como eles são encontrados à venda no mercado.
Veremos na figura a seguir mais uma representação em esquema funcional, dessa vez da instalação de
tomada simples, mesmo exemplo mostrado anteriormente com esquema unifilar e multifilar.
FASE
NEUTRO
TERRA
No exemplo mostrado anteriormente pudemos ver a representação dos condutores fase, neutro e terra,
cada um representado por uma linha independente ligada diretamente ao componente. Os componentes,
neste tipo de diagrama, são ilustrados como explicado anteriormente, em forma de desenho ou imagem
real do componente.
Este tipo de esquema é utilizado apenas para ilustrar, eventualmente, algum circuito de forma que
fique mais fácil o entendimento da instalação.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
196
RECAPITULANDO
Neste capítulo aprendemos sobre os diagramas elétricos e a importância deles para as instalações
elétricas. Saber montar um diagrama elétrico e saber fazer a leitura e interpretação são de extrema
importância para um eletrotécnico.
Vimos aqui as prescrições da norma ABNT NBR 5410 para o uso de diagramas elétricos nas instala-
ções de baixa tensão e também vimos as categorias de símbolos presentes nas normas ABNT NBR
5444 e ABNT NBR 5410. Os símbolos referentes a cada componente de instalações elétricas prediais
já foram estudados nos capítulos anteriores. Pudemos aprender neste capítulo como inserir esses
símbolos nos projetos de diagramas unifilares, multifilares e também nos diagramas funcionais.
Aprendemos, ainda, o que é preciso identificar na hora da elaboração e leitura de um diagrama elé-
trico e quais as características mais importantes dos diagramas.
Por fim, conhecemos os tipos de diagramas elétricos utilizados para nos auxiliar na montagem das
instalações elétricas, que são: diagrama unifilar, multifilar e funcional, aprendendo as particularida-
des de cada tipo.
Chegamos ao fim deste volume e pudemos concluir que os conhecimentos adquiridos são de suma
importância para a formação de um bom profissional eletrotécnico.
Aprenderemos no volume seguinte sobre as características, simbologias e como fazer a identificação
e dimensionamento de outros dispositivos presentes em instalação elétricas prediais, como os dis-
positivos de comunicação e segurança patrimonial e os dispositivos de iluminação.
Bons estudos.
8 DIAGRAMAS ELÉTRICOS
197
REFERÊNCIAS
A
Al 89
Amperímetro 63, 64, 66
B
Bitolas 120
Bornes 85
C
Combustão 135
Cônico 46
Contato reversor 159
Cooper Alliance 130
Corrente nominal 136, 137, 138, 140, 142, 145
Cu 88
D
Déficit 130
E
Embutidos 122
EPI 44
F
F 172, 173
G
Galvanômetros 63
I
IEC 87, 145, 172
L
Lineares 62, 68
M
Maleabilidade 111
Manobra 143, 147
N
N 172, 173
NA 169
NBR 20, 21, 22, 31, 35, 36, 38
NF 169
Normatizados 185
O
Ohmímetro 63, 65
Olhal 85, 86
Oxidados 46, 47, 52
P
Pontalete 36
Pulsadores 163, 164, 169
PVC autoextinguível 121
Q
Queimar 141, 142
R
Ramal 114, 115, 120
Rebarba 53
Rebites 56
Retenção 163, 164
S
Seccionar 115
SEP 24
Sobrecarga 76
Sulcos 49
Superaquecer 80
Suscetíveis 80
T
T 172, 173
V
Voltímetro 63
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP
Marcelle Minho
Coordenação Educacional
i-Comunicação
Projeto Gráfico