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Série Energia – Geração, transmissão e distribuição

INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS
PREDIAIS
VOLUME 1
SÉRIE ENERGIA – GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO

INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS
PREDIAIS
VOLUME 1
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA – DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
SÉRIE ENERGIA – GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO

INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS
PREDIAIS
VOLUME 1
© 2017. SENAI – Departamento Nacional

© 2017. SENAI – Departamento Regional da Bahia

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Esta publicação foi elaborada pela Equipe de Inovação e Tecnologias Educacionais do


SENAI da Bahia, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada
por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional da Bahia


Inovação e Tecnologias Educacionais – ITED

FICHA CATALOGRÁFICA

S491i
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Instalações elétricas prediais / Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial, Departamento Nacional, Departamento Regional da Bahia. -
Brasília: SENAI/DN, 2017.
212 p.: il. - (Série Energia - Geração, Transmissão e Distribuição, v.1).

ISBN 978-855050291-5

1. Instalações elétricas. 2. Circuitos elétricos. 3. Sistemas elétricos.


4. Ferramentas e equipamentos. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. II.
Departamento Nacional. III. Departamento Regional da Bahia. IV. Instalações elé-
tricas prediais. V. Série Energia - Geração, Transmissão e Distribuição.

CDU: 621.3

SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
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Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 -  Consumidores do grupo B.........................................................................................................................21
Figura 2 -  Consumidores do grupo A.........................................................................................................................22
Figura 3 -  Sistema elétrico de potência.....................................................................................................................23
Figura 4 -  Distribuição das concessionárias no Brasil..........................................................................................27
Figura 5 -  Rede primária de distribuição elétrica...................................................................................................28
Figura 6 -  Rede secundária de distribuição elétrica..............................................................................................29
Figura 7 -  Padrão de entrada de baixa tensão........................................................................................................36
Figura 8 -  Ligação monofásica......................................................................................................................................37
Figura 9 -  Ligação bifásica..............................................................................................................................................37
Figura 10 -  Ligação trifásica...........................................................................................................................................38
Figura 11 -  Padrão de entrada de média tensão....................................................................................................39
Figura 12 -  Ferramentas como extensão das mãos..............................................................................................44
Figura 13 -  Caixa de ferramentas.................................................................................................................................45
Figura 14 -  Alicates em geral.........................................................................................................................................46
Figura 15 -  Alicate de bico redondo...........................................................................................................................46
Figura 16 -  Alicates de bico fino...................................................................................................................................47
Figura 17 -  Alicate de corte lateral..............................................................................................................................47
Figura 18 -  Alicate universal..........................................................................................................................................48
Figura 19 -  Alicate descascador de fios.....................................................................................................................48
Figura 20 -  Alicate compressor.....................................................................................................................................49
Figura 21 -  Chaves e parafuso de fenda....................................................................................................................50
Figura 22 -  Chaves e parafuso philips........................................................................................................................51
Figura 23 -  Canivetes e estiletes..................................................................................................................................51
Figura 24 -  Tarraxa para eletroduto............................................................................................................................52
Figura 25 -  Linha de bater..............................................................................................................................................52
Figura 26 -  Limas...............................................................................................................................................................53
Figura 27 -  Martelos e marretas...................................................................................................................................54
Figura 28 -  Níveis...............................................................................................................................................................54
Figura 29 -  Prumo de centro.........................................................................................................................................55
Figura 30 -  Dobrador de tubos.....................................................................................................................................55
Figura 31 -  Rebitadeira....................................................................................................................................................56
Figura 32 -  Arco de serra.................................................................................................................................................56
Figura 33 -  Soprador térmico........................................................................................................................................58
Figura 34 -  Parafusadeira................................................................................................................................................59
Figura 35 -  Furadeira manual........................................................................................................................................59
Figura 36 -  Brocas..............................................................................................................................................................60
Figura 37 -  Serra elétrica.................................................................................................................................................60
Figura 38 -  Serra tico-tico...............................................................................................................................................61
Figura 39 -  Multímetro....................................................................................................................................................63
Figura 40 -  Medição de tensão com multímetro...................................................................................................64
Figura 41 -  Medição de corrente com multímetro................................................................................................64
Figura 42 -  Medição de resistência com multímetro............................................................................................65
Figura 43 -  Alicate amperímetro..................................................................................................................................66
Figura 44 -  Medição de corrente com alicate amperímetro..............................................................................66
Figura 45 -  Teste de tensão............................................................................................................................................67
Figura 46 -  Trena................................................................................................................................................................68
Figura 47 -  Réguas............................................................................................................................................................68
Figura 48 -  Paquímetro...................................................................................................................................................69
Figura 49 -  Paquímetro e trena digitais.....................................................................................................................69
Figura 50 -  Lubrificação de ferramenta.....................................................................................................................70
Figura 51 -  Organização de materiais........................................................................................................................71
Figura 52 -  Constituição dos condutores elétricos...............................................................................................77
Figura 53 -  Cabos unipolares........................................................................................................................................78
Figura 54 -  Cabo multipolar..........................................................................................................................................79
Figura 55 -  Condutores isolados..................................................................................................................................80
Figura 56 -  Condutores nus...........................................................................................................................................81
Figura 57 -  Conexão de fio rígido em prolongamento........................................................................................82
Figura 58 -  Emenda de prolongamento entre fio rígido e cabo flexível.......................................................83
Figura 59 -  Emenda em prolongamento de cabos flexíveis..............................................................................83
Figura 60 -  Emenda de derivação entre fios rígidos.............................................................................................84
Figura 61 -  Emenda em derivação entre fio rígido e cabo flexível..................................................................84
Figura 62 -  Emenda em derivação entre cabos flexíveis.....................................................................................85
Figura 63 -  Isolação de emendas com fita isolante...............................................................................................85
Figura 64 -  Implementação de um olhal..................................................................................................................86
Figura 65 -  Conectores....................................................................................................................................................86
Figura 66 -  Condutores de diferentes seções..........................................................................................................87
Figura 67 -  Escolha da seção do condutor...............................................................................................................93
Figura 68 -  Valores de queda de tensão por circuito............................................................................................95
Figura 69 -  Escolha do condutor depois da queda de tensão..........................................................................98
Figura 70 -  Condutor fixado em parede................................................................................................................. 101
Figura 71 -  Argolas para fixação de condutor...................................................................................................... 101
Figura 72 -  Isoladores.................................................................................................................................................... 102
Figura 73 -  Condutores sobre isoladores em linhas aéreas............................................................................ 102
Figura 74 -  Condutores em eletroduto aparente................................................................................................ 103
Figura 75 -  Condutores em eletroduto embutido.............................................................................................. 104
Figura 76 -  Eletrocalha.................................................................................................................................................. 105
Figura 77 -  Condutores em eletrocalha.................................................................................................................. 105
Figura 78 -  Condutores para descarte.................................................................................................................... 106
Figura 79 -  Reciclar é preciso..................................................................................................................................... 106
Figura 80 -  Racionalização das fontes de energia.............................................................................................. 107
Figura 81 -  Eletroduto................................................................................................................................................... 113
Figura 82 -  Quadro de distribuição.......................................................................................................................... 114
Figura 83 -  Caixa de derivação.................................................................................................................................. 115
Figura 84 -  Rede de eletrodutos............................................................................................................................... 118
Figura 85 -  Eletroduto metálico rígido................................................................................................................... 120
Figura 86 -  Eletroduto de PVC rígido...................................................................................................................... 120
Figura 87 -  Eletroduto metálico flexível................................................................................................................. 121
Figura 88 -  Eletroduto de PVC flexível.................................................................................................................... 121
Figura 89 -  Instalação de eletroduto aparente.................................................................................................... 122
Figura 90 -  Instalação de eletroduto embutido.................................................................................................. 122
Figura 91 -  Barramento de fase central.................................................................................................................. 123
Figura 92 -  Barramento de fase em pente............................................................................................................. 124
Figura 93 -  Barramentos de neutro e terra............................................................................................................ 124
Figura 94 -  Canaletas.................................................................................................................................................... 125
Figura 95 -  Quadro de distribuição de circuitos.................................................................................................. 126
Figura 96 -  Organização do quadro de distribuição.......................................................................................... 126
Figura 97 -  Caixas de passagem................................................................................................................................ 127
Figura 98 -  Rede de cabeamento estruturado desorganizada...................................................................... 128
Figura 99 -  Rede de cabeamento estruturado organizada............................................................................. 128
Figura 100 -  Descarte de materiais elétricos........................................................................................................ 129
Figura 101 -  Recicle - reúse - reduza........................................................................................................................ 130
Figura 102 -  Choque elétrico..................................................................................................................................... 134
Figura 103 -  Efeito térmico......................................................................................................................................... 135
Figura 104 -  Sobrecorrentes....................................................................................................................................... 136
Figura 105 -  Tipos de dispositivos de proteção................................................................................................... 141
Figura 106 -  Fusíveis...................................................................................................................................................... 142
Figura 107 -  Fusível cartucho..................................................................................................................................... 142
Figura 108 -  Disjuntores............................................................................................................................................... 143
Figura 109 -  Dispositivo diferencial residual........................................................................................................ 146
Figura 110 -  Dispositivo de proteção contra surtos........................................................................................... 147
Figura 111 -  Interruptores........................................................................................................................................... 155
Figura 112 -  Identificação de interruptores.......................................................................................................... 156
Figura 113 -  Interruptor simples de uma seção.................................................................................................. 157
Figura 114 -  Interruptor de duas seções................................................................................................................ 157
Figura 115 -  Interruptor de três seções.................................................................................................................. 158
Figura 116 -  Interruptor bipolar................................................................................................................................ 158
Figura 117 -  Interruptor paralelo.............................................................................................................................. 159
Figura 118 -  Diagrama de ligação de interruptor paralelo.............................................................................. 159
Figura 119 -  Interruptor intermediário................................................................................................................... 160
Figura 120 -  Diagrama de ligação de interruptor intermediário.................................................................. 161
Figura 121 -  Interruptor simples com tomada.................................................................................................... 162
Figura 122 -  Dimmer..................................................................................................................................................... 162
Figura 123 -  Botões de comando............................................................................................................................. 163
Figura 124 -  Botão pulsador para campainha..................................................................................................... 164
Figura 125 -  Botão pulsador para minuteria........................................................................................................ 165
Figura 126 -  Contatores............................................................................................................................................... 165
Figura 127 -  Sensor de presença.............................................................................................................................. 166
Figura 128 -  Sensor de luminosidade..................................................................................................................... 167
Figura 129 -  Chave de boia......................................................................................................................................... 167
Figura 130 -  Relé térmico de sobrecarga............................................................................................................... 168
Figura 131 -  Relé de impulso..................................................................................................................................... 169
Figura 132 -  Programador de horário..................................................................................................................... 170
Figura 133 -  Controlador lógico programável..................................................................................................... 171
Figura 134 -  Economia de espaço com uso de CLP........................................................................................... 171
Figura 135 -  Tomada de corrente............................................................................................................................. 172
Figura 136 -  Esquema de acoplamento de tomadas de corrente................................................................ 173
Figura 137 -  Tomadas de 10A e 20A........................................................................................................................ 174
Figura 138 -  Identificação de tomadas de uso doméstico.............................................................................. 176
Figura 139 -  Tomada baixa.......................................................................................................................................... 177
Figura 140 -  Tomada média........................................................................................................................................ 177
Figura 141 -  Tomada alta para ventilador.............................................................................................................. 178
Figura 142 -  Tomada de uso específico para chuveiro...................................................................................... 179
Figura 143 -  Tomada de uso específico para ar-condicionado...................................................................... 179
Figura 144 -  Leitura de diagramas elétricos no ambiente de trabalho...................................................... 184
Figura 145 -  Importância dos diagramas elétricos para a montagem da rede........................................ 185
Figura 146 -  Planta de instalação elétrica residencial....................................................................................... 189
Figura 147 -  Esquema unifilar de instalação de interruptor simples com uma lâmpada.................... 191
Figura 148 -  Esquema unifilar de instalação de tomada simples................................................................. 192
Figura 149 -  Esquema multifilar de instalação de interruptor simples com uma lâmpada................ 193
Figura 150 -  Esquema multifilar de instalação de tomada simples............................................................. 193
Figura 151 -  Esquema funcional de instalação de interruptor simples com uma lâmpada................ 194
Figura 152 -  Esquema funcional de instalação de tomada simples............................................................. 195

Quadro 1 - Etapas do SEP................................................................................................................................................25


Quadro 2 - Simbologias de padrão de entrada.......................................................................................................32
Quadro 3 - Componentes para padrão de entrada de baixa tensão...............................................................34
Quadro 4 - Classificação das limas...............................................................................................................................53
Quadro 5 - Condutores elétricos...................................................................................................................................76
Quadro 6 - Cabos unipolares..........................................................................................................................................78
Quadro 7 - Métodos de instalação de condutores.................................................................................................90
Quadro 8 - Simbologias de tomadas de corrente................................................................................................ 100
Quadro 9 - Simbologias de infraestrutura.............................................................................................................. 117
Quadro 10 - Simbologias dos dispositivos de proteção.................................................................................... 139
Quadro 11 - Tipos de dispositivos de proteção.................................................................................................... 140
Quadro 12 - Simbologias de dispositivos de manobra..................................................................................... 154
Quadro 13 - Simbologias de tomadas de corrente............................................................................................. 175
Quadro 14 - Identificação de diagramas elétricos............................................................................................... 187

Tabela 1 - Tensões de operação da rede secundária.............................................................................................29


Tabela 2 - Faixas de tensão primária e secundária dos estados........................................................................30
Tabela 3 - Número de dentes das lâminas................................................................................................................57
Tabela 4 - Temperaturas características da isolação..............................................................................................80
Tabela 5 - Seções métricas IEC.......................................................................................................................................87
Tabela 6 - Seção mínima dos condutores por tipo de circuito..........................................................................88
Tabela 7 - Seção mínima do condutor neutro.........................................................................................................89
Tabela 8 - Número de condutores carregados a serem considerados em função do tipo de circuito.... 91
Tabela 9 - Capacidade de condução de condutores.............................................................................................92
Tabela 10 - Percentual para queda de tensão..........................................................................................................95
Tabela 11 - Seleção de condutor por queda de tensão unitária.......................................................................97
Tabela 12 - Quantidade de condutores em eletrodutos................................................................................... 113
Tabela 13 - Dimensões de eletrodutos.................................................................................................................... 119
Tabela 14 - Capacidade das caixas de derivação................................................................................................. 127
Tabela 15 - Corrente nominal dos disjuntores...................................................................................................... 144
Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................15

2 Sistemas de alimentação elétrica..............................................................................................................................19


2.1 Normas da ABNT...........................................................................................................................................20
2.1.1 Aplicações conforme a norma da ABNT NBR 5410........................................................21
2.1.2 Aplicações conforme a norma da ABNT NBR 14039.....................................................22
2.2 Características: regulamentação das concessionárias locais........................................................23
2.3 Padrão de entrada de energia.................................................................................................................31
2.3.1 Simbologia...................................................................................................................................31
2.3.2 Identificação................................................................................................................................33
2.3.3 Tipos: alimentação em baixa tensão e alimentação em média tensão..................35

3 Ferramentas e equipamentos....................................................................................................................................43
3.1 Manuseio.........................................................................................................................................................44
3.2 Ferramentas manuais.................................................................................................................................45
3.3 Ferramentas elétricas..................................................................................................................................58
3.4 Instrumentos..................................................................................................................................................62
3.4.1 Instrumentos de medidas elétricas.....................................................................................62
3.4.2 Instrumentos de medição linear..........................................................................................67
3.5 Zelo....................................................................................................................................................................70

4 Condutores elétricos.....................................................................................................................................................75
4.1 Aplicação conforme a norma da ABNT NBR 5410............................................................................76
4.2 Tipos..................................................................................................................................................................77
4.2.1 Rígidos e flexíveis, unipolares e multipolares, isolados e nus....................................77
4.2.2 Conexões: emendas e conectores.......................................................................................81
4.2.3 Características.............................................................................................................................87
4.2.4 Dimensionamento.....................................................................................................................88
4.2.5 Simbologia...................................................................................................................................99
4.3 Instalação..................................................................................................................................................... 100
4.3.1 Fixados em paredes............................................................................................................... 101
4.3.2 Sobre isoladores e em linha aérea.................................................................................... 102
4.3.3 Em eletroduto aparente ou embutido............................................................................ 103
4.3.4 Em leitos de cabos e em eletrocalhas.............................................................................. 104
4.4 Descartes adequados de resíduos...................................................................................................... 106
4.5 Reciclagem de resíduos.......................................................................................................................... 106
4.6 Racionalização do uso dos recursos naturais e fontes de energia.......................................... 107

5 Infraestrutura................................................................................................................................................................ 111
5.1 Aplicações conforme a norma da ABNT NBR 5410....................................................................... 112
5.2 Características............................................................................................................................................. 112
5.3 Dimensionamento.................................................................................................................................... 112
5.4 Simbologia................................................................................................................................................... 117
5.5 Identificação................................................................................................................................................ 118
5.6 Tipos............................................................................................................................................................... 118
5.6.1 Eletrodutos e acessórios....................................................................................................... 119
5.6.2 Barramentos e acessórios.................................................................................................... 123
5.6.3 Canaletas e acessórios........................................................................................................... 125
5.6.4 Quadro de distribuição e caixas........................................................................................ 125
5.6.5 Cabeamento estruturado..................................................................................................... 128
5.7 Descarte adequado de resíduos.......................................................................................................... 129
5.8 Reciclagem de resíduos.......................................................................................................................... 130

6 Dispositivos de proteção.......................................................................................................................................... 133


6.1 Aplicação conforme a norma da ABNT NBR 5410......................................................................... 134
6.2 Características............................................................................................................................................. 134
6.3 Dimensionamento.................................................................................................................................... 137
6.4 Simbologia................................................................................................................................................... 139
6.5 Identificação................................................................................................................................................ 140
6.6 Tipos............................................................................................................................................................... 141
6.6.1 Fusível......................................................................................................................................... 141
6.6.2 Disjuntores................................................................................................................................ 143
6.6.3 Dispositivo Diferencial Residual (DR)............................................................................... 145
6.6.4 Dispositivo de Proteção contra Surtos (DPS)................................................................ 146

7 Dispositivo de manobras e tomadas de corrente . ......................................................................................... 151


7.1 Aplicação conforme a norma da ABNT NBR 5410......................................................................... 152
7.2 Características............................................................................................................................................. 152
7.2.1 Dimensionamento.................................................................................................................. 152
7.2.2 Simbologia................................................................................................................................ 153
7.2.3 Identificação............................................................................................................................. 155
7.3 Tipos............................................................................................................................................................... 155
7.3.1 Interruptores............................................................................................................................. 155
7.3.2 Dimmer....................................................................................................................................... 162
7.3.3 Botões......................................................................................................................................... 163
7.3.4 Contatores................................................................................................................................. 165
7.3.5 Sensores..................................................................................................................................... 166
7.3.6 Relés............................................................................................................................................. 168
7.3.7 Programadores de horários................................................................................................. 169
7.3.8 Controladores programáveis.............................................................................................. 170
7.4 Tomadas de corrente................................................................................................................................ 172
7.4.1 Aplicação conforme a norma da ABNT NBR 5410....................................................... 172
7.4.2 Características.......................................................................................................................... 173
7.4.3 Dimensionamento.................................................................................................................. 174
7.4.4 Simbologia................................................................................................................................ 175
7.4.5 Identificação............................................................................................................................. 176
7.4.6 Tipos............................................................................................................................................. 176

8 Diagramas elétricos.................................................................................................................................................... 183


8.1 Aplicação conforme a norma NBR 5410 e NBR 5444.................................................................... 184
8.2 Características............................................................................................................................................. 185
8.3 Simbologia................................................................................................................................................... 186
8.4 Identificação................................................................................................................................................ 186
8.5 Tipos............................................................................................................................................................... 190
8.5.1 Diagrama unifilar.................................................................................................................... 190
8.5.2 Diagrama multifilar................................................................................................................ 192
8.5.3 Diagrama funcional................................................................................................................ 194

Referências......................................................................................................................................................................... 199

Minicurrículo do autor................................................................................................................................................... 207

Índice................................................................................................................................................................................... 209
Introdução

Prezado aluno,
É com grande satisfação que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) traz o
livro didático de Instalações Elétricas Prediais, volume 1.
Este livro tem como objetivo conduzir o aluno a desenvolver as capacidades técnicas rela-
tivas às instalações elétricas prediais, bem como as capacidades sociais, organizativas e meto-
dológicas, de acordo com a atuação do técnico no mundo do trabalho.
Neste volume você será capaz de aprender sobre instalações elétricas prediais ao observar
os sistemas de alimentação elétrica, conhecendo assim os níveis de tensão das concessionárias
de energia do país. Compreenderá também quais são as ferramentas necessárias para a reali-
zação de instalações elétricas e manutenção, aprendendo a forma correta de manuseá-las e os
cuidados que devem ser tomados.
Através deste estudo você terá a oportunidade de conhecer os componentes de uma ins-
talação elétrica, aprendendo suas características, aplicações conforme as normas técnicas e o
modo de dimensionar e identificar cada componente e equipamento corretamente; além de
estudar sobre os condutores elétricos, a infraestrutura de uma instalação elétrica, os dispositi-
vos de proteção, os dispositivos de manobra e os diagramas elétricos, que são informações de
extrema importância para que um profissional de eletrotécnica possa ler e fazer um diagrama
elétrico de maneira correta.
Para montar diagramas elétricos você vai perceber que utilizamos simbologias. As simbo-
logias referentes a cada componente de uma instalação elétrica estão presentes em cada ca-
pítulo, sendo divididas para que o entendimento fique mais claro, assim como os tipos de
diagramas e a diferença entre cada tipo.
Os conteúdos aprendidos neste volume são de extrema importância para a boa compre-
ensão do segundo volume, onde veremos outros dispositivos essenciais para uma instalação
elétrica.
Nos capítulos a seguir, encontraremos as normas e procedimentos que correspondem ao
planejamento e à execução das atividades, tão necessários ao desenvolvimento das compe-
tências específicas para formação do profissional de eletrotécnica, uma vez que, quando mal
qualificado, pode gerar impactos nocivos à segurança pública e doméstica.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
16

Por fim, esta unidade curricular servirá para despertar suas capacidades sociais, organizativas, metodo-
lógicas e técnicas. Queremos que você se preocupe com sua qualidade de vida, bem como com a quali-
dade de vida dos clientes e receptores dos seus serviços e com os impactos que a área elétrica oferece à
população.
Os estudos desta unidade curricular lhe permitirão desenvolver:

CAPACIDADES METODOLÓGICAS, ORGANIZATIVAS E SOCIAIS

a) Cumprir normas e procedimentos;


b) Identificar diferentes alternativas de solução nas situações propostas;
c) Manter-se atualizado tecnicamente;
d) Ter capacidade de análise;
e) Ter senso crítico;
f) Ter senso investigativo;
g) Ter visão sistêmica;
h) Aplicar procedimentos técnicos;
i) Demonstrar organização;
j) Estabelecer prioridades;
k) Ter responsabilidade socioambiental;
l) Comunicar-se com clareza;
m) Demonstrar atitudes éticas;
n) Ter proatividade;
o) Ter responsabilidade;
p) Trabalhar em equipe.

CAPACIDADES TÉCNICAS

a) Ajustar e parametrizar componentes dos sistemas elétricos;


b) Descartar resíduos em conformidade com as normas ambientais vigentes considerando as esfe-
ras Municipal, Estadual e Federal;
c) Identificar e aplicar métodos e técnicas de instalação;
d) Identificar e aplicar técnicas de aterramento;
e) Identificar os materiais, componentes, instrumentos, ferramentas e equipamentos;
1 INTRODUÇÃO
17

f) Identificar sequência de operação;


g) Identificar sistemas elétricos;
h) Instalar circuitos elétricos conforme projeto;
i) Interpretar e montar diagramas elétricos;
j) Interpretar ordem de serviço;
k) Ler e interpretar diagramas elétricos;
l) Montar infraestrutura elétrica, conforme projeto;
m) Reconhecer normas regulamentadoras e técnicas;
n) Reconhecer princípios de eletricidade;
o) Reconhecer princípios de qualidade, segurança, saúde e meio ambiente;
p) Utilizar novas tecnologias.

Lembre-se de que você é o principal responsável por sua formação e isso inclui ações proativas, como:
a) Consultar seu professor-tutor sempre que tiver dúvida;
b) Não deixar as dúvidas para depois;
c) Realizar práticas exemplificadas neste livro que não dependem do professor-tutor;
d) Praticar sempre as capacidades técnicas apresentadas aqui;
e) Estabelecer um cronograma de estudo que você realmente cumpra;
f) Reservar um intervalo para quando o estudo se prolongar um pouco mais.

Assim, convido você, futuro profissional de eletrotécnica, a se alimentar de conhecimentos teóricos e


práticos com a leitura dessa obra de extrema importância para sua formação técnica.
Bons estudos!
Sistemas de alimentação elétrica

Aprenderemos ao longo deste capítulo sobre os sistemas de alimentação elétrica e suas


principais características, estudando o sistema elétrico de potência do qual ele faz parte e as
etapas que o constituem, direcionando nosso foco para os sistemas de distribuição.
Para conhecer os sistemas, devemos ter conhecimento prévio sobre algumas normas que
precisam ser seguidas. Dessa maneira, vamos saber o que são normas técnicas e falaremos,
especificamente, sobre aquelas que regulamentam as instalações elétricas.
É muito importante conhecer sobre o órgão que regulamenta todo o sistema elétrico no
país, desde as unidades geradoras até a comercialização de energia. Por isso, estudaremos
sobre ele e as regras que estabelecem as principais características do sistema elétrico de po-
tência no Brasil, aprendendo sobre os níveis de tensão correspondentes de cada etapa; co-
nheceremos, também, as empresas responsáveis por fazer a distribuição de energia para os
consumidores de cada estado, os tipos de consumidores e a faixa de tensão regulamentada de
alimentação para cada um deles.
Veremos, ainda, as especificações e componentes exigidos pelas empresas de distribuição
para alimentação dos clientes, construção do padrão de entrada, identificando cada compo-
nente; estudaremos, também, sobre o padrão correto para cada tipo de cliente, bem como nos
familiarizaremos com as simbologias necessárias para se trabalhar com instalação elétrica e as
especificações dos padrões, aprendendo como dimensioná-los corretamente.
O conteúdo abordado neste capítulo é indispensável para sua formação, pois é de extrema
importância para o profissional da área conhecer sobre o sistema de alimentação elétrica, suas
normas e a forma correta de instalação exigida pelas concessionárias, podendo, então, ser ca-
paz de trabalhar com instalações elétricas de média e baixa tensão com maior segurança.
Ficou curioso? Então, vamos começar!
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
20

2.1 NORMAS DA ABNT

Você sabe o que são as normas da ABNT?


Antes de aprender sobre suas normas, vamos conhecer um pouco sobre a Associação Brasileira de Nor-
mas Técnicas (ABNT) que, como o próprio nome já diz, é a instituição que se empenha em estabelecer,
formular, aplicar e manter as normatizações para inúmeros produtos, serviços ou processos.
Portanto, as Normas da ABNT são uma série de documentos que fornecem as regras, diretrizes ou ca-
racterísticas mínimas para a execução de uma determinada atividade, preocupando-se sempre com a boa
ordenação e com a segurança.

Você sabia que as normas da ABNT assustam a muitos estudantes? Elas


são exigidas pela maioria das instituições de ensino e servem como pa-
CURIOSIDADES drão de excelência na formatação dos trabalhos acadêmicos realizados
pelos alunos.

Se vamos lidar com eletricidade, não podemos nos esquecer da segurança, não é mesmo?
O homem pode manipular bem a eletricidade, mas não consegue dominá-la totalmente, logo, para
os profissionais desta área existe uma série de recomendações. A ABNT NBR, também chamada apenas
de NBR1, é um acervo de normas que advertem os profissionais sobre as condutas básicas de instalações
elétricas para que elas não ofereçam riscos a edificações, aos seres humanos, animais, bens materiais, etc.
Essas normas existem para regulamentar, padronizar as demais instalações elétricas, melhorando, dessa
forma, a qualidade das mesmas. As NBRs são aprovadas pela ABNT, que as disponibiliza.
Portanto, para que as instalações elétricas tenham seu bom funcionamento assegurado e a conserva-
ção dos bens, é importante que as normas sejam seguidas.
Vamos conhecer, então, algumas das NBRs que serão muito utilizadas em nossa formação? A NBR 5410
e a NBR 14039 existem justamente pela preocupação com as instalações elétricas de baixa e média tensão,
visando prevenir a incidência de acidentes, recorrentes neste tipo de instalação com usuários que nem
sempre possuem um treinamento e qualificação adequados.
O bom cumprimento dessas normas é uma forma de garantir que as instalações estarão dentro do que
é considerado um funcionamento seguro.
Já está curioso para saber um pouco mais sobre elas, não é mesmo?
Então, vamos lá!

1  NBR: Norma Brasileira.


2 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA
21

2.1.1 APLICAÇÕES CONFORME A NORMA DA ABNT NBR 5410

A ABNT NBR 5410 é a norma que estipula as condições necessárias para o bom funcionamento  das
instalações elétricas de baixa tensão, fornecendo diretrizes para a maneira mais segura e adequada, visan-
do, acima de tudo, a segurança dos bens, pessoas e animais. Esta norma é aplicada, principalmente, em
instalações elétricas dos consumidores do grupo B, ou seja, consumidores cuja carga instalada é menor ou
igual a 75.000 W (75 kW), que são:
a) B1: Residencial;
b) B2: Rural;
c) B3: Comercial;
d) B4: Iluminação pública.
As instalações elétricas de baixa tensão correspondem às instalações em cliente de rede secundária, ou
seja, até 1000 V em tensão alternada e 1500 V em tensão contínua. Conheceremos mais sobre rede secun-
dária quando falarmos das características do sistema elétrico brasileiro. 

Figura 1 -  Consumidores do grupo B


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

A ABNT NBR 5410 funciona como uma orientação para o profissional da área, sempre nos ensinando
sobre o que se deve ou não fazer quando se trabalha com clientes de baixa tensão. Ela nos proporciona
uma explicação diferenciada e estipula regras para instalações elétricas em baixa tensão, sendo de extre-
ma importância para o profissional da área conhecer a norma e aplicar os conhecimentos nela contidos.
Conhecer a norma e os tópicos propostos por ela esclarece muitas das dúvidas dos profissionais da área.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
22

2.1.2 APLICAÇÕES CONFORME A NORMA DA ABNT NBR 14039

A ABNT NBR 14039 estipula as condições necessárias para o bom funcionamento em instalações elé-
tricas de média tensão, estabelecendo regras e fornecendo diretrizes adequadas e seguras para cada tipo
de instalação. Esta norma é aplicada, principalmente, em instalações elétricas de alguns consumidores
do grupo A, clientes cuja carga instalada é superior a 75.000 W (75 kW), como escolas, indústrias, grandes
comércios, hospitais, entre outros.

SUPERMECADO

ESCOLA

Figura 2 -  Consumidores do grupo A


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

As regras contidas nesta norma apresentam as exigências mínimas que as instalações elétricas devem
obedecer para que não perturbem ou prejudiquem as instalações vizinhas por conta de sua deficiência, ou
cause danos a pessoas, animais e à conservação dos bens e do meio ambiente.
A instalação elétrica deve estar disposta em locais que impeça o seu contato com materiais inflamáveis,
evitando assim o risco de incêndio por causa das temperaturas elevadas ou arcos elétricos.
As instalações elétricas de média tensão correspondem às instalações em cliente de rede primária, ou
seja, alimentação em rede acima de 1 kV (1.000 V) e abaixo de 36,2 kV (36.200 V) em tensão alternada. Co-
nheceremos mais sobre rede secundária quando falarmos sobre as redes de distribuição de energia, ainda
neste capítulo.
Esta norma se aplica a clientes alimentados pela concessionária de energia e também àqueles alimenta-
dos por fonte própria de energia em média tensão. Ela fornece um passo a passo para o projeto e execução
de instalações elétricas de média tensão.
2 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA
23

SAIBA Se quiser conhecer um pouco mais sobre as normas da ABNT, é só acessar o site e con-
MAIS ferir as atualizações e demais normas regulamentadas pela associação.

Agora que já conhecemos as normas técnicas necessárias para as instalações em média tensão (MT) e
baixa tensão (BT), vamos entender o cenário do setor elétrico no Brasil.

2.2 CARACTERÍSTICAS: REGULAMENTAÇÃO DAS CONCESSIONÁRIAS LOCAIS

Devemos ter conhecimento que a prestação de serviço do setor de energia elétrica no Brasil segue as
regulamentações da Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Mas, o que é a ANEEL?
ANEEL é o órgão que fiscaliza e cria as regras para que todo o sistema elétrico funcione corretamente,
desde a geração, transmissão, distribuição, até a comercialização da energia elétrica. Ela recebe as reclama-
ções de consumidores e agentes, mantendo o equilíbrio entre as partes, sendo responsável por mediar os
conflitos de interesse entre os agentes do setor elétrico e os consumidores.
A ANEEL tem como missão proporcionar condições favoráveis para que o mercado de energia elétrica
se desenvolva com equilíbrio entre os agentes e em benefício da sociedade.
Você sabe o que é o Sistema Elétrico de Potência? Veja a figura a seguir.

Geração
2,2 kV a 22 kV

Tranformador
Linhas de transmissão eleva a tensão
750, 500, 230, 138 kV
Distribuição primária Distribuição secundária
2,2 a 36 kV 127, 220 ou 380 V

Transformador
abaixador

Tranformador
baixa a tensão Consumidor primário Consumidor secundário
2,2 a 36 kV 127, 220 ou 380 V

Figura 3 -  Sistema elétrico de potência


Fonte: SHUTTERSTOCK, (Adaptdo), 2017.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
24

Sistema Elétrico de Potência (SEP2) é o conjunto de todas as instalações e equipamentos que consti-
tuem as três etapas do sistema elétrico, são elas: geração, transmissão e distribuição de energia. Vamos
conhecer um pouco mais sobre cada uma dessas etapas.
a) Geração: é a unidade responsável pela produção de energia elétrica por meio de usinas como
hidrelétricas, termelétricas, eólicas, entre outras. Tem seus níveis de tensão entre 2,2 kV e 22 kV;
b) Transmissão: é o sistema que faz a ligação da geradora de energia elétrica com a rede de distri-
buição. As linhas de transmissão são constituídas por grandes estruturas que podem ser vistas das
estradas, como nos exemplos mostrados no quadro a seguir. Têm seus níveis de tensão estabele-
cidos pela ANEEL entre 220 kV e 765 kV;
c) Distribuição: é a rede elétrica que faz a ligação das linhas de transmissão aos consumidores
em alta tensão (AT), média tensão (MT) e baixa tensão (BT). As redes de distribuição são as mais
presentes em nosso cotidiano e suas características já se enquadraram no padrão das cidades,
estando presentes nos postes das concessionárias nas ruas, avenidas e estradas do país. Como
vimos, elas são divididas em:
-- AT - Alta tensão: possui valores de tensão entre fases iguais ou superiores a 36,2 kV;
-- MT - Média tensão: possui valores de tensão entre fases superiores a 1 kV e inferiores a
36,2 kV;
-- BT - Baixa tensão: possui valores de tensão entre fases iguais ou inferiores a 1 kV.

2  SEP: Sistema Elétrico de Potência.


2 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA
25

ETAPA EXEMPLOS

Hidrelétrica Eólica
Geração

Fotovoltaica Nuclear

Transmissão

Distribuição

Quadro 1 - Etapas do SEP


Fonte: SENAI DR BA, 2017.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
26

A energia produzida pelas usinas de geração, normalmente, encontra-se na faixa de 2,2 kV a 22 kV,
precisando, então, passar por uma subestação elevadora, onde os níveis de tensão são elevados e só então
pode ser conduzida até os centros urbanos por meio das linhas de transmissão que operam com valores
de tensão entre 220 kV e 765 kV, segundo determinação da ANEEL.
As subestações são instalações que contêm equipamentos responsáveis por controlar, principalmente,
a transmissão e a distribuição de energia elétrica, a qual tem o transformador como equipamento prin-
cipal, responsável por fazer as transformações necessárias para que o sistema elétrico se mantenha em
equilíbrio. As subestações elevadoras contêm transformadores responsáveis por aumentar o nível de ten-
são. Mas, por que há a necessidade de se elevar a tensão? A tensão que sai da geradora precisa ser elevada
para que haja a diminuição das perdas de energia no sistema de transmissão, que são geradas devido as
grandes distâncias percorridas pela energia até chegar ao seu destino.
Porém, estes altos níveis de tensão não são adequados para o uso dos consumidores, fazendo-se ne-
cessária, então, a passagem por uma subestação abaixadora de tensão, responsável por reduzir os níveis
de tensão para se adequar ao consumo. Após passar pela subestação abaixadora, a energia poderá ser
utilizada pelos consumidores primários, que são alimentados com tensões entre 1 kV e 69 kV, ou passar
por outro transformador, para só então ser consumida pelos consumidores secundários, dentre os quais se
enquadram os residenciais.
As redes de distribuição primária e secundária são de responsabilidade da concessionária local de dis-
tribuição, assunto que estudaremos mais à frente. Mas, você já sabe o que é uma concessionária de distri-
buição elétrica?
Concessionária de distribuição elétrica é a empresa que tem ligação direta entre o setor elétrico e a
sociedade. As concessionárias de distribuição recebem das companhias de transmissão a maior parte do
suprimento de energia elétrica com a finalidade de abastecer o país. Em cada estado existem as concessio-
nárias responsáveis pela distribuição de energia e atendimento ao consumidor da região, podendo atuar
mais de uma empresa por estado.
O sistema de distribuição de energia elétrica do Brasil é operado por diversas empresas distribuídas em
todo território nacional, conforme a figura seguinte, onde podemos identificar as empresas responsáveis
pela distribuição de energia elétrica em cada região do país.
2 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA
27

Cea Cemar ENEL


RR
Boa Vista Energia AP Cosern
Cepisa
Celpa Energisa
Erte AM RN
PA MA CE
PB Celpe
PI PE Chesf
Ceam
Manaus Energia AC RO AL
TO SE
MT BA Eletrobras AL
Celtins
DF
Sulgipe
Eletronorte GO
Energisa
MG
MS ES
Eletronorte Coelba
SP
RJ
Celmat PR
Cemig
CFLCL
Ceb SC DMEPC
Eletronorte RS
ELFSM
Celg
Chesp Enel Bandeirante
CDSA Bragantina
CFLO Furnas Caiuá
Cocel Light CLFM
Copel CLFSC
Forcel CMEE
Itaipu CPEE
CEEE CPFL
CGTEE
Norte
Celesc CSPE
Eletrosul
Demel Nordeste EEVP
Eletrocar Elektro
Eflul
Midropan
Centro-Oeste
Ienergia Eletropaulo
Tractebel
Muxenergia Sudeste Jaguari
RGE Piratininga
Uhenpal
Sul
COOPERATIVA

Figura 4 -  Distribuição das concessionárias no Brasil


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Conseguiu identificar a concessionária responsável pela distribuição em seu estado?

Apesar da grande quantidade de concessionárias de distribuição elétrica


em algumas regiões, o valor da tarifa de energia elétrica não é afetado
CURIOSIDADES pela concorrência, pois é determinado pela ANEEL, que leva em conta os
custos de transporte às unidades consumidoras, os custos de geração e
os encargos setoriais.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
28

Agora que já conhecemos as empresas responsáveis pela distribuição em cada região, vamos estudar
sobre as redes de distribuição de energia elétrica, que é de responsabilidade da concessionária local.

REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA

Rede de distribuição de energia é a rede responsável por fazer a ligação do sistema de transmissão ao
consumidor final. É subdividida em duas, rede primária e rede secundária, podendo alimentar o consumi-
dor de média tensão (MT) ou baixa tensão (BT). Vamos conhecer as principais características de cada uma
delas?
a) Rede primária: é a linha de distribuição de energia elétrica pertencente à concessionária local
que opera em média tensão (MT). A rede primária de distribuição é responsável por ligar as linhas
de transmissão aos consumidores primários e à rede secundária.

Figura 5 -  Rede primária de distribuição elétrica


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

A rede primária encontra-se na região mais alta do poste e tem seus condutores sempre de alumínio ali-
nhados na horizontal. Trabalha com valores de tensão normalmente de 13,8 kV, 23 kV ou 34,5 kV, podendo
variar de acordo com a concessionária local.
b) Rede secundária: é a linha de distribuição de energia elétrica da concessionária local, que opera
em baixa tensão (BT), ou seja, depois do transformador abaixador, que alimenta os consumidores
secundários.
2 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA
29

Figura 6 -  Rede secundária de distribuição elétrica


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

A rede secundária encontra-se abaixo da rede primária e costuma ter seus condutores alinhados na ver-
tical. As tensões recomendadas pela ANEEL para as redes secundárias são representadas conforme tabela
a seguir.

MONOFÁSICO TRIFÁSICO

FASE-FASE FASE-NEUTRO FASE-FASE FASE-NEUTRO

440 V 220 V 220 V 127 V

254 V 127 V 380 V 220 V

Tabela 1 - Tensões de operação da rede secundária


Fonte: ANEEL, [20--].
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
30

Na próxima tabela podemos identificar alguns valores de tensão utilizados pelas concessionárias res-
ponsáveis pela distribuição de cada estado.

ESTADO MÉDIA TENSÃO (MT) EM kV BAIXA TENSÃO (BT) EM V

Acre 13,8 || 34,5 220/127


Alagoas 13,8 || 34,5 380/220
Amapá 13,8 || 34,5 220/127
Amazonas 13,8 || 34,5 220/127
Bahia 11,95 || 13,8 || 34,5 220/127 || 380/220
Ceará 13,8 380/220
Distrito Federal 13,8 380/220

220/127 || 380/220 ||
Espírito Santo 11,4 || 13,8
254/220/127

Goiás 13,8 380/220


Maranhão 13,8 || 34,5 380/220
Mato Grosso 13,8 || 34,5 220/127 || 380/220
Mato Grosso do Sul 13,8 || 22,0 || 34,5 220/127
Minas Gerais 13,8 || 23,1 || 34,5 220/127 || 240/220/127/120
Pará 13,8 || 34,5 220/127 || 230/115
Paraíba 13,8 380/220
Paraná 13,8 || 34,5 220/127
Pernambuco 11,4 || 13,8 || 34,5 380/220
Piauí 13,8 || 34,5 380/220

6,3 || 11,95 || 13,8 || 6,3 ||


Rio de Janeiro 220/127 || 380/220/127
11,95 || 13,8 || 34,5

380/220 || 220/127 ||
Rio Grande do Norte 11,4 || 13,8 || 34,5
380/220/127

Rio Grande do Sul 13,8 || 34,5 380/220


Rondônia 13,8 220/127
Roraima 13,8 220/127
Santa Catarina 13,8 || 23,1 380/220

220/127 || 220 || 230/115 ||


São Paulo 11,4 || 13,8 || 23,0 || 34,5
380/220/127 || 230/220/127/115

Sergipe 13,8 || 34,5 380/220 || 380/220/127


Tocantins 13,8 || 34,5 380/220 || 120

Tabela 2 - Faixas de tensão primária e secundária dos estados


Fonte: ANEEL, [20--].
2 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA
31

Podemos perceber a grande variedade dos níveis de tensão adotados pelas concessionárias de energia
de cada região, portanto, é de extrema importância saber qual a concessionária de energia de sua região e
quais os níveis de tensão fornecidos por ela.

FIQUE Os níveis de tensão da rede elétrica de distribuição podem variar de acordo com a
concessionária local ou com a região. Portanto, consulte a concessionária local e se
ALERTA mantenha informado.

Agora que entendemos como funciona o sistema elétrico e os processos pelos quais a energia passa até
que esteja favorável para o consumo, devemos aprender os requisitos necessários para que a concessioná-
ria local possa fazer a alimentação, seja ela em baixa tensão ou média tensão.

2.3 PADRÃO DE ENTRADA DE ENERGIA

Para que a distribuidora de energia elétrica possa realizar a alimentação dos clientes é necessário pre-
encher os requisitos de padrão de entrada de cada concessionária. Mas, o que é padrão de entrada de
energia?
Padrão de entrada é o conjunto de componentes e instalações necessárias para que a concessionária de
sua região possa realizar a ligação da unidade consumidora. A montagem do padrão deve seguir as regras
e especificações da concessionária local.
O modelo de padrão de entrada depende do tipo de consumidor, primário ou secundário, devendo
seguir as especificações das normas ABNT NBR 5410 e NBR 14039 para a estipulação do melhor padrão de
entrada, de modo que atenda às necessidades e às regras necessárias a serem seguidas para o seu projeto
e montagem.
A montagem do padrão de entrada depende do projeto e das regras estabelecidas pela concessionária.
Portanto, é de extrema importância conhecer as simbologias necessárias na hora da elaboração e leitura
do projeto de um padrão de entrada, sabendo identificar cada componente para executar a instalação da
maneira correta.
Vamos conhecer, então, as simbologias mais importantes para um projeto de padrão de entrada?

2.3.1 SIMBOLOGIA

O que são simbologias e para que servem?


Você já deve ter notado ao seu redor algumas placas de sinalização de trânsito nas vias da sua cidade.
Imagine se fosse necessário escrever cada detalhe nessas placas! Já pensou se os significados delas mudas-
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
32

sem de uma região para outra? Por isso, criou-se, a partir de padrões, placas contendo alguns símbolos que
podem ser entendidos por condutores e pedestres de qualquer região do país.
Pois é, as simbologias servem para isso. Simbologias são padrões a ser seguidos para que haja o enten-
dimento do maior número de pessoas. São criadas por normas, que especificam a utilidade de cada símbo-
lo e estes símbolos, na nossa área, existem para simplificar a comunicação entre o projetista e o profissional
responsável por fazer a instalação elétrica.
Fazer o uso e leitura correta das simbologias facilita a vida de qualquer técnico, quer seja na hora de
elaborar o projeto ou na hora da sua execução.
A seguir estão algumas simbologias importantes para projetos de padrão de entrada.

SIMBOLOGIA SIGNIFICADO OBSERVAÇÕES

ø 25 Eletroduto no teto ou parede


Indicar as seções
ø 25 Eletroduto no chão

Condutor fase no interior de


eletroduto
Cada traço representa
Condutor neutro no interior um condutor
de eletroduto
Condutor terra no interior de
eletroduto
Caixa para medidor Indicar as cargas de
luz e força
Fusível
Indicar tensões,
Chave seccionadora correntes nominais

Transformador de potência

Transformador de corrente
com 1 núcleo
Transformador de corrente
com 2 núcleos

Transformador de potencial

Para - raios

Quadro 2 - Simbologias de padrão de entrada


Fonte: ABNT NBR 5444, 1989.

Conhecer e entender as simbologias é muito importante, pois precisaremos elaborar e seguir projetos
elétricos durante toda a vida profissional. Então, vamos conhecer alguns componentes importantes na
hora da definição do padrão de entrada.
2 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA
33

2.3.2 IDENTIFICAÇÃO

Para executar a instalação correta do padrão de entrada é preciso saber identificar alguns componentes
e suas funções. Dividiremos em baixa tensão e média tensão para facilitar o entendimento.

COMPONENTES PARA BAIXA TENSÃO

O padrão de entrada para consumidores de baixa tensão é o conjunto de instalações composto pela
caixa de medição, sistema de aterramento, condutores, eletrodutos e outros acessórios indispensáveis
para que a concessionária de energia elétrica da sua cidade possa fazer a ligação na rede secundária.
Na hora de determinar o padrão de entrada a ser utilizado, é preciso saber que ele deve ser instalado no
limite de sua propriedade com a via pública. Para isso, você deverá ter o conhecimento dos componentes
necessários para sua instalação, conforme o quadro a seguir.

COMPONENTES ESPECIFICAÇÃO

A caixa de medição é responsavel por proteger


o medidor de energia e o disjuntor de proteção,
devendo ser mantida sempre vedada.

Caixa de medição

Conhecido popularmente como “relógio de luz”,


possui duas ramificações:
a) Medidores monofásicos: são utilizados para
contabilizar a corrente ativa, ou seja, aquela que
realiza trabalho, tal como acender lâmpadas,
ligar geladeira, etc.;
b) Medidores polifásicos: são utilizados para afe-
rir a energia reativa. Esta ocorre quando existe
um fluxo magnético nas bobinas de motores,
transformadores ou outros equipamentos in-
dustriais. Estão presentes quase que na totalida-
Medidor de energia de das residências e é através dessa contagem
que se determina o valor pago mensalmente
pelo consumo de energia elétrica.

O disjuntor é um dispositivo de proteção contra


sobrecargas elétricas e curto-circuitos. Deve ser
dimensionado o disjuntor de proteção geral que fica
junto ao medidor.

Disjuntores
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
34

Sistema de segurança para proteger os equipamen-


tos e os seres humanos contra correntes de sobre-
carga, evitando que os equipamentos pifem ou que
os seres humanos levem choques.

Sistema de aterramento

Elementos responsáveis por conduzir a energia


elétrica até o seu destino. Devem seguir especifica-
ções conforme a demanda da instalação.

Condutores

Elementos responsáveis por proteger os condutores.


Devem seguir as especificações segundo a norma e
a demanda da instalação.

Eletrodutos

Quadro 3 - Componentes para padrão de entrada de baixa tensão


Fonte: SENAI DR BA; SHUTTERSTOCK, 2017.

COMPONENTES PARA MÉDIA TENSÃO

O padrão de entrada para média tensão é a instalação incluindo o ramal de entrada, poste particular,
caixas, dispositivos de proteção, aterramento, entre outros componentes de responsabilidade dos con-
sumidores. O padrão de entrada para média tensão deve ser preparado de forma a permitir a ligação das
unidades consumidoras à rede primária da concessionária.
Vamos, então, conhecer alguns destes componentes:
a) Ramal de entrada: é o conjunto de condutores e acessórios instalados pelos consumidores en-
tre o ponto de entrega e a proteção geral de média tensão ou medição de baixa tensão. A instala-
ção do ramal de entrada é feita pelo consumidor, porém, a ligação no ponto de entrega será feita
pela concessionária;
b) Poste: os postes particulares a serem utilizados na entrada da unidade consumidora devem
atender às especificações da concessionária;
2 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA
35

c) Caixas: as caixas são subdivididas em caixa para medidor, caixa para dispositivos de proteção e
caixa para inspeção de aterramento:
-- Caixa para medidor: é a caixa destinada à instalação do medidor eletrônico e chave de
aferição. É o dispositivo que possibilita a retirada do medidor do circuito;
-- Caixa para dispositivos de proteção: é a caixa destinada à instalação do disjuntor de
baixa tensão e transformadores de corrente;
-- Caixa de inspeção de aterramento: caixa de alvenaria ou PVC, com tampa de concreto ou
aço, destinada a proteger a conexão entre o condutor de aterramento e o eletrodo de ater-
ramento, e a permitir a realização de medições e inspeções periódicas.
d) Dispositivos de proteção: são indispensáveis em instalações elétricas e devem ser dimensiona-
dos conforme as prescrições das normas técnicas:
-- Disjuntores de média tensão: devem atender às prescrições da ABNT NBR 14039 e das
concessionárias, e devem ser instalados em cubículo próprio, fixados a suportes rígidos.
O disjuntor tripolar deve atender às características mínimas estabelecidas pela conces-
sionária;
-- Disjuntores de baixa tensão: disjuntor em caixa moldada, com capacidade de interrup-
ção simétrica mínima de 30 kA;
-- Para-raios: proteção contra descargas atmosféricas que deve seguir as especificações de
acordo com a tensão de alimentação, bem como a especificação da concessionária;
e) Aterramento: a malha de aterramento da subestação deve ser executada pelo consumidor con-
siderando o número mínimo de eletrodos, que depende da capacidade de transformação da su-
bestação e devem ser separados a uma distância menor ou igual ao tamanho da haste:
-- Capacidade de transformação da subestação menor ou igual a 150 kVA serão necessários
4 (quatro) eletrodos;
-- Capacidade de transformação da subestação maior que 150 kVA e menor que 500 kVA
serão necessários 8 (oito) eletrodos;
-- Capacidade de transformação da subestação maior ou igual a 500 kVA serão necessários 12
(doze) eletrodos.
f) Isoladores: devem ser utilizados isoladores que atendam às especificações da norma da ABNT e
prescrições da concessionária.
Agora que já conhecemos as simbologias e os componentes necessários para realização da obra civil do
padrão de entrada, veremos os tipos de ligação possíveis para cada consumidor.

2.3.3 TIPOS: ALIMENTAÇÃO EM BAIXA TENSÃO E ALIMENTAÇÃO EM MÉDIA TENSÃO

Para realizar o pedido de ligação da unidade consumidora, primeiro, devemos analisar o projeto elétri-
co, fazendo o cálculo de cargas elétricas para saber o valor da carga instalada e, assim, determinar o tipo
de consumidor e se este vai ser alimentado em média tensão ou baixa tensão. Vamos conhecer, então,
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
36

algumas especificações para cada tipo de consumidor e sua alimentação e a maneira correta de instalar o
padrão de entrada de cada um.

ALIMENTAÇÃO EM BAIXA TENSÃO

Após ser feito o cálculo de cargas e determinar a carga necessária para o consumidor, podemos, então,
escolher o padrão correto. Para valores de carga instalada abaixo de 75 kW deve ser feita a alimentação em
baixa tensão (BT). Neste tipo de instalação devemos seguir, principalmente, as especificações da ABNT NBR
5410. Consumidores que possuam a carga instalada acima de 75 kW devem realizar o pedido de ligação
em média tensão.

Ramal de
ligação

Quadro de
distribuição
Circuitos terminais

Medidor

Circuito de distribuição

Eletrodo de aterramento

Figura 7 -  Padrão de entrada de baixa tensão


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

O padrão de entrada mais indicado para sua instalação vai depender do tipo de ligação, que pode ser
monofásica, bifásica ou trifásica, e do local onde vai ser feita a ligação, podendo ser em poste, muro, pare-
de ou pontalete3. Os tipos de ligação dependem dos níveis de tensão da concessionária local, conforme a
carga instalada, e da necessidade do consumidor.
O que significam esses tipos de ligação? Vamos aprender um pouco sobre eles.
a) Ligação monofásica: tipo de rede instalado somente em clientes que possuam a carga instalada
menor que 12 kW. A rede monofásica é alimentada a dois fios (um fase e um neutro) e tem tensão,
na maioria das localidades, de 127V;

3  Pontalete: tubo de PVC, aço ou madeira utilizado para fixação do eletroduto do padrão de entrada.
2 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA
37

Figura 8 -  Ligação monofásica


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

b) Ligação bifásica: tipo de rede instalado em clientes que possuam a carga instalada entre 12 kW
e 25 kW ou em área rural. A rede bifásica é alimentada por três fios (dois fase e um neutro) e per-
mite trabalhar em níveis de tensão de 220 V (fase-fase) ou 127 V (fase-neutro);

Figura 9 -  Ligação bifásica


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

c) Ligação trifásica: tipo de rede instalado em clientes que possuam a carga instalada entre 25 kW
e 75 kW. A rede trifásica é alimentada por quatro fios (três fase e um neutro) e permite trabalhar
com níveis de tensão de 220 V (fase-fase) ou 127 V (fase-neutro). A ligação trifásica permite um
maior equilíbrio da rede elétrica, podendo fazer o balanceamento de carga entre as fases.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
38

Figura 10 -  Ligação trifásica


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Lembrando que os níveis de tensão dos tipos de ligação dependem da tensão de alimentação secundá-
ria da concessionária local, portanto, fique atento!

ALIMENTAÇÃO EM MÉDIA TENSÃO

Os consumidores que tiverem uma carga instalada entre 75 kW e 2.500 kW serão alimentados em mé-
dia tensão. Nesse caso, deve ser enviado o projeto do padrão e das instalações para a concessionária com
o pedido de alimentação. Para que os projetos elétricos sejam analisados pela concessionária, devem ser
apresentados conforme as especificações da concessionária, levando em consideração as normas ABNT.
Para os consumidores de média tensão, a construção do padrão de entrada só deverá ser feita após o
técnico responsável pela instalação, ou o consumidor entrar em contato com a concessionária e tomar co-
nhecimento dos detalhes técnicos do padrão a ser aplicado ao seu caso e das condições para sua ligação. O
padrão de entrada para este tipo de consumidor deve conter o dimensionamento correto do transforma-
dor abaixador, bem como do elo fusível, da malha de aterramento, do para-raios do transformador, entre
outros. Para este tipo de instalação devem ser seguidas, principalmente, as especificações da ABNT NBR
14039 e da ABNT NBR 5410.
2 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA
39

Alimentação em MT

Condutor do ramal de ligação

Chave
fusível Ponto de entrega

Para-raios
Subestação do
consumidor

Poste de
derivação

Limite da
propriedade
Medidor

Distância máxima

Figura 11 -  Padrão de entrada de média tensão


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

A construção do padrão de entrada e instalação dos materiais e equipamentos que o constituem, bem
como as obras civis necessárias para sua construção, devem ser realizadas pelos consumidores. O padrão
de entrada de cada consumidor deve ser construído dentro da propriedade particular com uma distância
máxima de 5 metros da divisa com a via pública.
A instalação do ramal de entrada é feita pelo consumidor, no entanto, sua ligação ao ponto de entrega
deve ser realizada pela concessionária e deve atender algumas prescrições, como os condutores serem
contínuos e sem emendas, e devem apresentar as mesmas características dos condutores do ramal de li-
gação. Devem ser observadas eventuais condições específicas nos casos de travessia de rodovias, ferrovias
e vias públicas em geral. O ramal de entrada pode ainda ser aéreo ou subterrâneo.

FIQUE Para sua própria segurança, na hora de se trabalhar com eletricidade, certifique-se de
ALERTA que a instalação se encontra desligada.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
40

As subestações podem ser desprotegidas do tempo, chamadas de subestações desabrigadas; protegi-


das do tempo, chamadas de subestações abrigadas; ou até mesmo constituídas somente por um transfor-
mador instalado no topo do poste. Toda manutenção nos equipamentos da subestação deve ser feita por
pessoa capacitada, que deverá se certificar se o mesmo está desligado.

CASOS E RELATOS

Perigos da rede viva


Todos os dias acontecem vários casos de acidentes mortais por imprudência da equipe técnica. Veja
o seguinte caso:
“Dois funcionários de uma empresa, que trabalhavam na manutenção de uma subestação, sofreram
uma grande descarga elétrica. Um funcionário morreu e outro ficou ferido, após serem eletrocuta-
dos por uma linha de alimentação de 13,8 kV.
Segundo os bombeiros, os funcionários sofreram a descarga elétrica porque não teriam desligado a
estação para fazer os reparos necessários.
Após a descarga elétrica, a vítima fatal, de 39 anos, chegou a ser socorrida, mas não resistiu. O outro
funcionário, de 46 anos, foi levado para o Hospital Regional depois de sofrer uma parada cardiorres-
piratória.”
Como vimos, o acidente por descargas elétricas pode causar sérios danos ao coração, como arritmia
cardíaca, e até mesmo levar à morte, por isso a importância de seguir a NR10 de segurança em ele-
tricidade.
O padrão de entrada para média tensão destinado ao consumidor primário deve ser feito conforme
as especificações da concessionária local, contendo os componentes exigidos para este tipo de ins-
talação.
Tenha atenção com sua vida, seja prudente!

(Fonte: G1, 2015).

Agora que você já sabe as especificações de cada tipo de ligação, poderá dimensionar o padrão de
entrada correto para cada consumidor. Dimensionando o seu padrão de entrada corretamente, você eco-
nomizará tempo, dinheiro, além de evitar possíveis danos futuros aos eletrodomésticos e agilizar a sua
ligação.
2 SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA
41

RECAPITULANDO

Aprendemos neste capítulo que as redes de distribuição elétrica têm sua potência e tensão variadas
de acordo com a necessidade de consumo do cliente e ofertas das concessionárias locais. Vimos que
essas distribuições são regulamentadas a partir de um conjunto de normas vigentes regidas pela
ABNT e sua importância para o trabalho de um eletrotécnico.
Conhecemos as normas que regulamentam as instalações elétricas de baixa e média tensão e suas
aplicações, aprendendo sobre as suas prescrições referentes a cada tipo de consumidor.
Vimos também as características do sistema elétrico de potência, suas etapas e os níveis de tensão
relacionados a cada uma. Conhecemos as concessionárias responsáveis pela distribuição de energia
de cada estado e os valores de tensão que fornecem, seja na rede primária ou secundária.
Conhecemos os tipos de consumidores e as regras dos padrões de entrada exigidas pelas conces-
sionárias para que possa ser realizada a ligação de uma unidade consumidora; aprendemos sobre
as simbologias importantes para leitura e implementação de projetos elétricos e os equipamentos
que precisam ser identificados para que seja realizada a montagem dos padrões de forma correta.
Ferramentas e equipamentos

Neste capítulo vamos estudar sobre as ferramentas fundamentais para um eletricista. Em


todos os setores da área técnica o uso das ferramentas é fundamental para que o trabalho seja
desenvolvido com o máximo de rendimento. É de extrema importância que saibamos a forma
correta de manuseá-las e qual a ferramenta correta para cada tipo de serviço.
Vamos ver aqui as principais ferramentas e instrumentos utilizados nas instalações elétri-
cas e qual o papel dessas duas de uma maneira técnica. Veremos, ainda, a importância das
ferramentas elétricas que auxiliam os profissionais da área técnica a realizarem serviços que
demandariam muito mais tempo e força sem o seu uso.
Lembrando dos cuidados que os profissionais devem tomar no manuseio de ferramentas e
equipamentos, conheceremos as principais diferenças entre eles, o momento correto de utili-
zar cada um, bem como os instrumentos mais utilizados pelos eletrotécnicos em seu dia a dia,
abordando a forma correta de manusear cada um.
É importante saber que um bom técnico é cuidadoso, organizado e responsável com suas
ferramentas, tem conhecimento da forma correta de aplicação e manuseio e se preocupa com
seus materiais, mantendo-os sempre em ordem e prontos para utilização, por isso, aprendere-
mos os cuidados que um técnico deve ter para manter seus equipamentos sempre em perfeito
estado.
Curioso para aprender mais sobre o assunto? Então vamos começar!
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
44

3.1 MANUSEIO

Você já sabe o que é uma ferramenta e para que serve?

Figura 12 -  Ferramentas como extensão das mãos


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Ferramenta é todo equipamento que permite ao homem uma maior facilidade em realizar determina-
das tarefas. Algumas ferramentas são indispensáveis e não seria possível realizar determinados trabalhos
sem o seu uso. É de extrema importância que saibamos a forma correta de manusear cada ferramenta, pois
grande parte dos acidentes envolvendo os técnicos se dá por conta da realização do procedimento de
forma errada ou pelo uso de ferramenta inadequada àquele trabalho. Devemos lembrar também que para
muitas ferramentas é necessário fazer uso de EPI4 para seu manuseio.
Devemos considerar alguns cuidados importantes com as ferramentas, como a escolha da ferramenta
adequada para cada tipo de serviço, não sendo recomendado que se improvise, pois cada tipo de serviço
requer um instrumento específico para sua realização.
Cada ferramenta requer um cuidado especial e atenção no seu manuseio. As ferramentas são um pro-
longamento das mãos e, estatisticamente, os acidentes com as mãos representam a maior parte dos aci-
dentes ocorridos nas empresas ou na realização de serviços.

Você acha que só os seres humanos são capazes de criar e utilizar ferra-
mentas? Está totalmente enganado. Existem animais que também fazem
CURIOSIDADES uso de suas próprias ferramentas, como alguns chimpanzés, que utili-
zam pedras como martelos para quebrar cocos, entre outras utilidades.

4  EPI: Equipamento de Proteção Individual.


3 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
45

Agora, conheceremos as ferramentas utilizadas em nosso dia a dia como eletrotécnico.

3.2 FERRAMENTAS MANUAIS

Ferramenta manual é todo equipamento que exige um esforço físico do homem para seu funciona-
mento. Podemos considerar as ferramentas manuais como um prolongamento das mãos do trabalhador,
oferecendo mais facilidade e melhor forma de operação na realização de trabalhos mecânicos, proporcio-
nando maior força e precisão.

Figura 13 -  Caixa de ferramentas


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Ainda que a tecnologia continue a se desenvolver e que novas ferramentas elétricas sejam criadas, o
uso das ferramentas manuais permanece indispensável na maioria das tarefas a serem realizadas, desde as
mais simples até as mais sofisticadas.
Vamos, então, conhecer as ferramentas manuais indispensáveis em nosso cotidiano.

ALICATE

Esta ferramenta é uma das mais antigas e também mais usadas pelo homem desde os tempos antigos.
Os alicates servem para multiplicar a força exercida pelo usuário através de uma alavanca. Ao exercer a
força em um lado da alavanca, ela é multiplicada na cabeça do alicate, permitindo, assim, realizar serviços
com o emprego de uma menor quantidade de força, por exemplo, cortar e dobrar materiais duros.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
46

Figura 14 -  Alicates em geral


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Com o passar dos tempos, o alicate foi ganhando novas formas e funções, mas seu princípio continua o
mesmo. Veremos aqui alguns modelos de alicate de extrema importância para um profissional de eletro-
técnica e suas utilidades.
a) Alicate de bico redondo

Figura 15 -  Alicate de bico redondo


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

A utilização desse alicate é bastante restrita. Ele é eficiente no trabalho com fios rígidos. Por conta de
seu bico cônico5 é possível fazer olhais de vários diâmetros com mais rapidez e um excelente acabamento.
O alicate de bico redondo pode ter seus cabos isolados ou oxidados6.

5  Cônico: que tem forma de cone.


6  Oxidado: material que passa por processo para aumentar a resistência à corrosão.
3 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
47

b) Alicate de bico fino ou meia-cana

Figura 16 -  Alicates de bico fino


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Esse tipo de alicate é utilizado para segurar e guiar peças, muito usado por quem trabalha com ele-
trônica, quando é necessário pegar componentes muito pequenos para fazer a soldagem, por exemplo.
Eles possuem um bico mais alongado e servem para segurar as peças, torcer ou endireitar terminais, fazer
trabalhos mais delicados e podem até ser usados para desempenhar o papel do alicate de bico redondo,
devido a sua face externa ser arredondada. Esse tipo de alicate pode possuir uma lâmina para corte lateral
e é encontrado com cabos isolados ou oxidados.
c) Alicate de corte diagonal ou corte lateral

Figura 17 -  Alicate de corte lateral


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

O alicate de corte é muito utilizado em instalações elétricas, principalmente para os cortes de conduto-
res de metal e de pequenas peças plásticas. Com a prática no manuseio dessa ferramenta você aprenderá
a remover a capa plástica isolante dos condutores (desencapar). Ele é também um grande aliado na execu-
ção dos projetos de eletrônica, podendo auxiliar, quando for necessário, a cortar os pinos de componentes
e sobras de fio após a soldagem.
Para utilizar esse alicate para desencapar condutores, você deverá seguir os seguintes passos:
-- Comprima o condutor no local onde deseja desencapar de modo a mordê-lo sem aplicar muita força
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
48

para não cortar também o condutor;


-- Puxe o alicate de modo a retirar somente a capa do condutor (quando necessário rode o fio para que
possa morder a seção por completo).
d) Alicate universal

Figura 18 -  Alicate universal


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

O mais conhecido de todos os modelos de alicates. Ele é muito utilizado para segurar peças com sua
ponta chata e mordida estriada e cortar condutores de cobre, pois possui uma lâmina de corte. Lembran-
do que para serviços elétricos você deve manter os cabos isolados. Não é recomendado que use o alicate
universal para fazer movimento de giro, pois pode danificar o equipamento ou a peça.
e) Alicate descascador de fios

Figura 19 -  Alicate descascador de fios


Fonte: SENAI DR BA, 2017.
3 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
49

Esse alicate tem a funcionalidade exclusiva de remover a capa isolante dos condutores devido às suas
características, pode descascar os fios com rapidez e sem danificar o condutor. Alguns modelos vêm com
regulagem ou diferentes sulcos7 para desencapar fios de diferentes seções, outros requerem uma maior
precisão do profissional.
f) Alicate de compressão

Figura 20 -  Alicate compressor


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Também conhecido como alicate crimpador, serve para comprimir terminais, luvas de emendas, conec-
tores paralelos, entre outros.

FIQUE Existem vários tipos de alicates, portanto, deve-se tomar cuidado na hora de adquirir
esse tipo de material. É importante que tenha certeza do modelo que melhor atende
ALERTA suas necessidades.

Existem dezenas de modelos de alicate compressor para diferentes tipos de conectores, desde alicate
crimpador para conector de rede RJ45, até alicate crimpador para terminal elétrico. Você deve ter muita
atenção na hora de adquirir esse tipo de alicate para não comprar o modelo errado.

7  Sulcos: aberturas para receber os condutores.


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
50

CHAVE DE FENDA

Figura 21 -  Chaves e parafuso de fenda


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Essa é uma ferramenta bastante comum, utilizada para apertar e desapertar parafusos de fenda. A ex-
tremidade do cabo é fixada por um sistema de alta pressão, que dá maior segurança e firmeza à chave.
Existem várias medidas de chaves de fenda para cada tamanho de parafuso, é importante analisar a fenda
correta a ser utilizada para não danificar a chave ou a cabeça do parafuso. Para garantir um trabalho de boa
qualidade, o profissional deve seguir as orientações seguintes:
a) Verifique as condições da chave de fenda. Só é possível realizar um bom trabalho com ferramen-
tas de boa qualidade e em perfeito estado. Procure não utilizar fendas que apresentem algum
tipo de defeito, como lâmina arredondada. Utilizar a ferramenta nessas condições pode dificultar,
ou até mesmo impossibilitar, o aperto e desaperto do parafuso ou danificá-lo;
b) Procure sempre checar se a fenda está em perfeitas condições e se encaixa corretamente no
parafuso, observando se a largura da ponta se adéqua corretamente. A má utilização desta ferra-
menta pode danificar a peça e interferir no bom funcionamento do serviço;
c) Não use fendas menores que o parafuso, isso pode danificar a sua ferramenta. Fendas menores
não dão o apoio necessário para apertar ou desapertar parafusos maiores com maior firmeza;
d) A chave deve ser mantida alinhada ao parafuso. Nunca use a chave de fenda inclinada, pois pode
escorregar, danificando a fenda e provocando acidentes.
É importante reconhecer o tipo de parafuso que se está trabalhando. Alguns dispositivos elétricos,
como disjuntores, tomadas e aparelhos eletrodomésticos possuem algumas partes presas com parafusos
Philips. Para trabalhar com esse tipo de parafuso você deve utilizar a ferramenta apropriada para não da-
nificar a chave ou o material.
3 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
51

Figura 22 -  Chaves e parafuso philips


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

A chave Philips é bem parecida com a chave de fenda. A diferença está na sua ponta que é mais apro-
priada para parafusos Philips. Um bom profissional deve ter sempre uma destas chaves a sua disposição.

CANIVETE PARA ELETRICISTA

Figura 23 -  Canivetes e estiletes


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Os canivetes ou estiletes são bastante utilizados por quem trabalha na área da eletrônica, principal-
mente para auxiliar a desencapar ou retirar o verniz de isolação dos fios, que, na maioria das vezes, são
bem finos. Esse procedimento, se for feito com um alicate por exemplo, pode cortar o fio condutor com
facilidade.

FIQUE Na hora de fazer uso de canivetes e estiletes o cuidado deve ser redobrado, portanto,
tome o máximo de cuidado para não se cortar. O índice de acidentes por negligência
ALERTA durante o uso dessas ferramentas é muito alto.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
52

O canivete pode ser usado também em instalações elétricas em geral, na falta de um alicate descasca-
dor, para auxiliar na hora de remover a capa isolante ou quando for necessário fazer a raspagem de alguns
materiais oxidados, como terminais, condutores, entre outros.

TARRAXA PARA ELETRODUTO

Figura 24 -  Tarraxa para eletroduto


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

A tarraxa para eletroduto é uma ferramenta bastante usada em instalações prediais. Sua finalidade é
fazer roscas em eletrodutos de PVC e metálicos para a instalação de luvas, possibilitando, assim, unir vários
eletrodutos, formando uma rede. A tarraxa também é utilizada para conectar os eletrodutos às caixas de
passagem com bucha. Algumas tarraxas são próprias para eletrodutos apenas de PVC e não podem ser uti-
lizadas para eletrodutos metálicos, portanto, você deve ter atenção com o material que está trabalhando
para utilizar a ferramenta adequada.

LINHA DE BATER

Figura 25 -  Linha de bater


Fonte: SENAI DR BA, 2017.
3 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
53

Essa ferramenta é bastante usada por pedreiros e gesseiros, mas também auxilia o eletrotécnico em
muitas situações. A linha de bater, ou linha de nível, consiste em um rolo de linha banhada com giz, deixan-
do, assim, sua marca onde for necessário. É bastante usada na instalação de luminárias no teto para marcar
de forma alinhada onde serão posicionadas as luminárias.

LIMAS

Figura 26 -  Limas
Fonte: SENAI DR BA, 2017.

As limas são ferramentas de aço-carbono usadas para fazer o acabamento nas extremidades das peças
que normalmente são forjadas por serrotes ou talhadeiras. As limas são compostas por um cabo, que pode
ser madeira ou plástico; e pelo picado, que é onde se encontram os dentes responsáveis por fazer a raspa-
gem do material e tirar as rebarbas8. Existem limas para diferentes utilizações e elas podem se classificar
quando à sua forma, picado, número de dentes por centímetro ou tamanho, como mostrado no quadro a
seguir.

FORMA PICADO NO DE DENTES/cm TAMANHO

Planas Simples: materiais Bastardas 100 mm


metálicos não ferrosos
Quadradas Bastardinhas 150 mm
(alumínio, chumbo,
Meia-cana dentre outros)
Murças 200 mm
Triangulares
Duplo: materiais
Facas 250 mm
metálicos ferrosos Grossas
Redondas 300 mm

Quadro 4 - Classificação das limas


Fonte: CAVALIN; CERVELIN, 2013.

8  Rebarba: resto de material não desejado, saliência.


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
54

Para manter a qualidade da lima você deve tomar os devidos cuidados, mantendo-as sempre limpas e
utilizando a lima adequada para o acabamento que deseja fazer.

MARTELO

Figura 27 -  Martelos e marretas


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

O martelo é uma ferramenta que merece uma atenção especial por ter várias funcionalidades, mesmo
que a maioria das pessoas não saiba. As funcionalidades dos martelos e marretas podem variar, sendo utili-
zados para delicados acabamentos ou até mesmo para desmanche de alvenaria, no caso das marretas mais
pesadas, entre outras utilidades. Existem vários modelos desse equipamento e a escolha vai depender da
necessidade de quem vai utilizá-lo. Podem ser feitos totalmente de madeira ou com cabo de madeira e
cabeça em borracha ou aço.
O martelo mais conhecido é o chamado martelo unha, que tem como principal utilidade fixar e remover
pregos. Ele é também o mais utilizado pelos profissionais em geral.

NÍVEIS

Figura 28 -  Níveis
Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Está em dúvida se a instalação de um motor realmente encontra-se alinhada? Essa é a ferramenta certa.
As ferramentas de níveis servem para auxiliar o profissional na hora de fazer alguma instalação e não ser
3 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
55

enganado pelo olho, pois elas auxiliam na checagem do alinhamento, evitando que a instalação do equi-
pamento fique desnivelada.

PRUMO DE CENTRO

Figura 29 -  Prumo de centro


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

O prumo é uma ferramenta bastante usada pelos pedreiros na construção civil, sendo usado para defi-
nir, verificar ou encontrar um ponto no sentido vertical de uma parede, por exemplo. O prumo de centro
tem a função semelhante ao prumo convencional, oferecendo uma melhor precisão no alinhamento, pois
sua ponta na parte inferior pode se fixar no local desejado, garantindo maior facilidade ao se deslocar para
outros planos horizontais. Essa ferramenta é bastante utilizada para fazer instalações de luminárias quando
é necessário encontrar o ponto correto do centro onde será realizado o furo.

DOBRADORES DE TUBOS

Figura 30 -  Dobrador de tubos


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
56

Essa ferramenta é fundamental para fazer pequenas curvas em eletrodutos metálicos. Na maioria dos
casos haverá a necessidade de realizar esse procedimento com o objetivo de contornar vigas, pilares ou
até mesmo para interligar o eletroduto a outros no teto ou em caixas de parede. Utilizando os dobradores
de tubo você poderá realizar curvas perfeitas sem deformações.

REBITADEIRA

Figura 31 -  Rebitadeira
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

A rebitadeira, ou rebitadora, é uma ferramenta utilizada para unir diferentes tipos de materiais, como
chapas, através de rebites9 de aço ou alumínio. Para a melhor utilização, o profissional deve ter noção
prévia das medidas dos materiais que serão unidos, devendo, então, fazer um furo onde os rebites serão
introduzidos. O uso de rebites é bastante prático e proporciona uma boa fixação, tendo a sua remoção
como ponto negativo, pois, para remover os rebites, será preciso utilizar uma furadeira.

ARCO DE SERRA

Arco Cabo

Ajuste Lâmina

Figura 32 -  Arco de serra


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

9  Rebites: pequenos cilindros de metal que unem peças ou chapas metálicas.


3 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
57

O arco de serra é uma ferramenta muito utilizada em instalações elétricas prediais, principalmente na
hora de cortar tubos ou eletrodutos de PVC ou metálicos. As serras mais indicadas para tubos de PVC são
as de aço flexível e as mais indicadas para tubos metálicos são as serras de aço rígido. O arco de serra é
ideal para trabalhos de bancada, onde o material deve ser fixado para proporcionar um melhor apoio na
hora do corte.
O arco de serra é composto por um cabo que pode ser de plástico ou madeira, sendo que a lâmina e o
arco podem ser ajustados.
O arco é ajustado de acordo com o comprimento da lâmina, podendo ser de 200, 250 e 300 mm ou 8,
10 e 12 polegadas. As lâminas são caracterizadas também pelo número de dentes, que vai depender do
material a ser cortado. Na tabela seguinte veremos a lâmina ideal para cada tipo de material.

NÚMERO DE DENTES
MATERIAL A SER CORTADO
POR POLEGADA

Metais não ferrosos e ferro doce de grandes dimensões 14

Madeira mole, tubos de ferro, aço de seção pequena, serviços em geral 18

Madeira dura, madeira maciça, aço alto carbono, chapas metálicas de es-
24
pessura média, tubos, conduítes rígidos e flexíveis, latão, alumínio, cobre

Chapas finas, tubo de parede fina 32

Tabela 3 - Número de dentes das lâminas


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

A escolha da lâmina correta pode economizar tempo na hora do corte, além da conservação da própria
lâmina e um melhor acabamento do corte.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
58

3.3 FERRAMENTAS ELÉTRICAS

As ferramentas elétricas estão cada vez mais presentes em nosso cotidiano. Você já deve ter se de-
parado muitas vezes com a necessidade de fazer uso desse tipo de equipamento. Quem nunca precisou
colocar um parafuso na parede para pendurar um quadro? As ferramentas elétricas nos dão a capacidade
de realizar as tarefas com mais agilidade, perfeição e menos esforço físico.
Imagine como era a realidade dos profissionais de antigamente, que não tinham a ajuda deste tipo de
equipamento. Todo o trabalho que hoje é realizado pelas ferramentas elétricas era feito de forma mecânica,
manual e bastante exaustivo. Pelo fato dessas ferramentas terem se tornado comuns, muitas pessoas não
veem o seu real valor. As ferramentas elétricas representam um enorme avanço em termos de eficiência e
produtividade, e a criação de equipamentos menores e mais eficientes tem sido cada vez mais frequente.
É importante verificar a tensão de funcionamento de cada equipamento elétrico se for alimentado dire-
tamente na rede elétrica para evitar danos.
Vamos conhecer alguns desses equipamentos e, assim, poderemos tirar algumas conclusões quanto à
sua utilidade. Então, vamos lá!

SOPRADOR TÉRMICO

Figura 33 -  Soprador térmico


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Essa ferramenta é usada em vários segmentos e a temperatura de operação dependerá de sua aplica-
ção. O soprador térmico é bastante utilizado na eletrônica para realizar soldagem e remoção de equipa-
mentos com estanho. Também pode ser usado em instalações prediais para realizar solda de peças de PVC,
secagem de tintas, isolação com isolantes termocontráteis e para aquecimento de parafusos (facilitando
sua remoção), entre outras utilidades.
3 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
59

PARAFUSADEIRA

Figura 34 -  Parafusadeira
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

A parafusadeira é bastante usada na marcenaria, mas também auxilia nas instalações elétricas. Sua uti-
lização é específica para apertar e desapertar parafusos, podendo ser usada para diversos modelos de
parafusos, devido a fácil substituição da ponta da parafusadeira. Esse equipamento pode ser encontrado
com alimentação direta em rede elétrica para tensões 115 V, 127 V ou 220 V ou alimentado por bateria, o
que permite trabalhar em locais que não dispõem de energia elétrica.

FURADEIRA MANUAL

Figura 35 -  Furadeira manual


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Ferramenta de extrema importância, a furadeira manual é usada por muitas pessoas em suas residên-
cias, sendo a ferramenta elétrica mais conhecida e popularizada. Ela executa furos em madeira, metal e
alvenaria. Esse equipamento é utilizado para preparar os furos seja para a passagem, seja para a instalação
de bucha para parafuso. Também é utilizada para fazer rebaixamento ou alargar buracos. As furadeiras
utilizam brocas para realizar os furos. No momento da utilização você deve prestar atenção em relação à
espessura do furo desejado.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
60

Certo, mas o que são brocas?

Figura 36 -  Brocas
Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Brocas são ferramentas utilizadas nas furadeiras para abrir furos e seu formato facilita na hora de reali-
zar esse procedimento. Existem vários tipos de broca, para diversas finalidades, por isso é importante ficar
atento quanto à sua utilidade. Elas podem variar de acordo com o material a ser furado (madeira, metal,
alvenaria) ou sua espessura, que é dada em milímetros ou polegadas.
Existem ainda equipamentos que desempenham o papel da furadeira e da parafusadeira, podendo ser
utilizados tanto para furar materiais como para parafusar, aumentando a sua utilidade.

SERRAS ELÉTRICAS

Figura 37 -  Serra elétrica


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

As serras elétricas são utilizadas em diversos setores e têm muitas utilidades. Sua função principal é
realizar cortes em materiais de madeira, plástico ou metais. Elas são constituídas por uma folha de aço com
uma série de recortes e, ao serem ligadas, produzem um movimento contínuo ou alternado sobre o ma-
terial, resultando, assim, em seu corte. Existem vários modelos de serra com finalidades específicas, sendo
que as mais usadas em instalações prediais são as serras tico-tico, que são ideais para realizar cortes em
curvas, necessários na hora de cortar os eletrodutos do tamanho correto, quando necessário.
3 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
61

SERRA TICO-TICO

Figura 38 -  Serra tico-tico


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Dentre os modelos de serras, vale destacar a serra tico-tico, a mais utilizada em instalações elétricas. Ela
é uma ferramenta elétrica muito eficaz, capaz de realizar cortes de várias formas, como os retos e curvos,
rasgos, chanfros, entre outros modelos de cortes. É usada para cortar diferentes tipos de materiais, entre
eles: materiais de madeira, cerâmica e até mesmo metais.
Você reconhece o valor das ferramentas elétricas?
A funcionalidade de cada equipamento elétrico é indispensável para determinados tipos de trabalho.
Este tipo de equipamento requer maior cuidado e treinamento específico para conhecer as técnicas
utilizadas no seu manuseio e as normas de segurança para o profissional. Essa necessidade se deve ao fato
de que os acidentes envolvendo este tipo de equipamento pode até mesmo invalidar o trabalhador.
Quando falamos de segurança envolvendo ferramentas elétricas, não podemos nos esquecer dos EPIs,
indispensáveis para o trabalho com esse tipo de equipamento. Vamos listá-los:
a) Protetor auditivo: são equipamentos bastante funcionais que oferecem uma proteção eficiente
contra a exposição de ruídos;
b) Óculos de proteção: equipamentos essenciais para manuseio de ferramentas elétricas. Propor-
cionam proteção contra fragmentos (que são lançados pelas ferramentas) que possam atingir os
olhos;
c) Respirador descartável: equipamento que oferece a proteção adequada para que não sejam
inaladas partículas que causem danos à saúde humana, como poeiras, névoas tóxicas, entre ou-
tras.
Por isso, é importante que você procure treinamento específico para o equipamento que vai utilizar e
que busque sempre se manter atualizado sobre as ferramentas elétricas.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
62

O EPI tem a finalidade de proteger o profissional contra quaisquer danos causados no


SAIBA ambiente de trabalho. Você pode ter acesso à lista dos EPIs necessários para cada ati-
MAIS vidade acessando na internet o Portal do “Fundo de Amparo ao Trabalhador” e procure
por “NR 6: Equipamentos de Proteção Individual”.

Vamos agora conhecer alguns equipamentos que vão nos auxiliar muito em nosso dia a dia na checa-
gem dos materiais quanto a suas grandezas, sejam elas lineares10 ou elétricas.

3.4 INSTRUMENTOS

Antes de falarmos sobre os instrumentos, devemos saber a diferença entre instrumento e ferramenta.
Ferramenta é um utensílio sem o qual nós não conseguiríamos, ou se tornaria mais difícil, realizar de-
terminada atividade. Já um instrumento é um meio de checar se está tudo conforme o esperado. Ou seja,
usamos as ferramentas para realizar os trabalhos e os instrumentos para medir se está dentro do esperado.
Para um profissional de eletrotécnica, é indispensável saber a maneira correta de manusear cada instru-
mento, uma vez que estes equipamentos terão presença constante no seu cotidiano profissional.
Podemos, assim, dividir os instrumentos que são de maior importância para um eletrotécnico em dois
tipos: instrumentos de medidas elétricas e instrumentos de medição linear. Vamos então conhecer cada
um!

3.4.1 INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS

Instrumento de medidas elétricas é todo equipamento que tem como função realizar medição de gran-
dezas elétricas. Esses equipamentos existem em diversos modelos e para as mais diversas utilidades, va-
riando de acordo com sua funcionalidade. É de extrema importância para um profissional de eletrotécnica
saber a forma correta de manusear os instrumentos de medidas elétricas da forma correta.

10  Lineares: grandezas relacionadas ao comprimento.


3 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
63

MULTÍMETRO

Figura 39 -  Multímetro
Fonte: SENAI DR BA, 2017.

O multímetro é uma ferramenta bastante eficaz para o profissional que trabalha com eletricidade. Este
equipamento é muito útil, tanto na eletrônica quanto em instalações elétricas prediais. O multímetro exis-
te na versão digital e analógica, que tem seu funcionamento baseado nos galvanômetros11, porém, não
tem a mesma precisão e pode apresentar erros de leitura.
O multímetro é um equipamento multiuso, como o próprio nome já diz. Ele pode ser usado de 3 formas
diferentes, que são: Voltímetro12, Amperímetro13 ou Ohmímetro14. Vamos, então, conhecer cada uma das
suas funcionalidades.
a) Voltímetro: colocando o multímetro na escala de voltímetro você poderá realizar a medição da
tensão dos equipamentos elétricos. Lembrando que existem duas escalas para voltímetro, que
são divididas em tensão para corrente alternada e tensão para corrente contínua.
Para realizar a medição de tensão, o circuito precisa estar energizado e o multímetro deve ser colocado
em paralelo ao circuito, ou seja, deve ser ligado uma ponta na fase ou positivo e a outra ponta no neutro
ou negativo do dispositivo em questão, como mostrado na figura seguinte.

11  Galvanômetro: dispositivo eletromecânico que produz um torque em um ponteiro como resultado do campo
eletromagnético que se cria pela passagem da corrente elétrica.
12  Voltímetro: instrumento usado para medir tensões elétricas.
13  Amperímetro: instrumento usado para medir correntes elétricas.
14  Ohmímetro: instrumento usado para medir resistência elétrica.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
64

Figura 40 -  Medição de tensão com multímetro


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

-- Tensão alternada: colocando o multímetro na escala de tensão para corrente alternada você
poderá checar as condições da rede elétrica de baixa tensão, como mostrado na figura ante-
rior. É importante observar a escala para não queimar o equipamento;
-- Tensão contínua: essa opção é muito utilizada na eletrônica para medir os níveis de tensão dos
equipamentos que se encontram sempre em corrente contínua. Na figura anterior podemos
ver uma medição da tensão de uma bateria de corrente contínua.
b) Amperímetro: usando o aparelho nessa escala você poderá medir a corrente que está passando
no circuito de forma precisa e em tempo real. Realizar as medições de corrente requer certa prá-
tica do profissional, pois o multímetro deve ser colocado em série no circuito, ou seja, deve ser
removido um dos lados do circuito e ligado a uma ponta do multímetro e a outra ponta do mul-
tímetro ligada à rede, tornando-se parte do circuito, como mostrado na figura seguinte. A função
de amperímetro só deve ser usada para corrente contínua.

Multímetro

Lâmpada

Bateria

Figura 41 -  Medição de corrente com multímetro


Fonte: SENAI DR BA; SHUTTERSTOCK, 2017.
3 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
65

c) Ohmímetro: o multímetro é bastante usado com essa função por quem trabalha com eletrônica
e precisa realizar medições frequentes da resistência dos materiais. Pode ser usado também em
instalações prediais para medir a resistência de chuveiros. Essa função é simples, só sendo ne-
cessário colocar uma ponta do multímetro em um lado e a outra ponta na outra extremidade do
equipamento a ser medido.

Figura 42 -  Medição de resistência com multímetro


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Existem versões de multímetro que possuem outras utilidades além dessas, como medir temperaturas,
frequência de sinais alternados, capacitância de equipamentos capacitivos, etc.

CASOS E RELATOS

Atenção ao manusear o equipamento


Uma apresentadora de TV, que em seu programa tentava incentivar as suas telespectadoras a faze-
rem serviços elétricos em casa, resolveu mostrar a facilidade em fazer uso dos equipamentos vistos
neste capítulo.
Ela decidiu demonstrar como usar um multímetro para medir as tensões das tomadas, mas, ao colo-
car as pontas de teste no orifício da tomada, verificou que o equipamento apresentava variações e
não mostrava o valor correto.
Para tentar resolver o problema do equipamento, a apresentadora decidiu mudar a escala que es-
tava posicionada em tensão alternada, alterando para medição de corrente. No mesmo instante
em que ela realizou esse procedimento, o equipamento apresentou um curto-circuito interno, que
resultou em uma pequena queimadura nas mãos da apresentadora.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
66

Na hora de realizar as medições com o seu multímetro, certifique-se de que o equipamento se en-
contra na escala correta a ser medida, a fim de evitar danos ao instrumento e até mesmo a você.
Ele possui componentes internos que ao serem empregados da maneira errada podem explodir e
causar sérios danos a quem está manuseando.

Agora vamos ver a utilização do Alicate Amperímetro.

ALICATE AMPERÍMETRO



IT
EX

M
CO

VΩ

Figura 43 -  Alicate amperímetro


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

O alicate amperímetro é um equipamento seguro, prático e de confiabilidade na precisão de suas medi-


das. Esse instrumento tem a finalidade de medir corrente elétrica com mais rapidez e é conhecido por ser
um equipamento não invasivo, ou seja, sem a necessidade de ser introduzido no circuito, como no caso do
multímetro, o que pode dar agilidade e segurança nos serviços. Para utilizar o alicate amperímetro basta
abrir suas garras e envolver o condutor que deseja realizar a medição, como mostrado na figura seguinte.

A Ω

Ω A

Figura 44 -  Medição de corrente com alicate amperímetro


Fonte: SENAI DR BA, 2017.
3 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
67

Seu funcionamento consiste em fazer a relação da corrente elétrica do condutor com o campo eletro-
magnético que se cria por meio de indução.

DETECTOR DE TENSÃO

E DE
TEST ÃO
S
TEN

Figura 45 -  Teste de tensão


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

É um pequeno instrumento de extrema utilidade para as instalações elétricas. Seu papel é verificar a
existência de tensão em um determinado ponto da instalação. Ele é constituído por duas pontas de prova,
que são conectadas ao ponto onde se quer fazer o teste, e por uma lâmpada que se acenderá se houver
tensão. Existem também modelos próprios para teste de tomadas, como mostrado na figura anterior. Al-
guns modelos podem ser usados tanto para corrente contínua quanto para corrente alternada. A fim de
evitar acidentes, é importante verificar a sua utilidade e ter em mãos o instrumento correto.

3.4.2 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO LINEAR

Os instrumentos de medição linear são importantes em todas as áreas. São equipamentos que auxiliam
na medição das dimensões de um objeto ou ambiente. É de extrema importância para o técnico saber ma-
nusear de forma correta os instrumentos de medição linear assim como escolher o equipamento correto,
de acordo com a utilidade de cada um.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
68

TRENA

Figura 46 -  Trena
Fonte: SENAI DR BA, 2017.

As trenas são instrumentos usados para definir ou verificar medidas de altura, largura, profundidade
ou extensão de algum objeto. Existem diferentes tipos de trena, como as trenas manuais, que são as mais
conhecidas, usadas para realizar medições regulares; e as trenas longas, utilizadas em ambientes com
grandes extensões, pois podem atingir distâncias maiores. Sua escala é dividida em metros, centímetros,
milímetros e polegadas. Dependendo do seu tipo, pode apresentar pés e polegadas.

RÉGUAS

Figura 47 -  Réguas
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Instrumento retilíneo que apresenta medidas lineares, sendo utilizado para traçar linhas retas ou efe-
tuar medidas de determinado objetos. Seu tamanho varia de acordo com a utilidade: desde pequenas ré-
guas, para efetuar pequenas medidas; a grandes réguas dobráveis, para realizar medidas, principalmente,
de altura. Sua escala pode ser métrica ou imperial, dependendo do modelo.
3 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
69

PAQUÍMETRO

Faces para medição interna

Faces para medição de ressaltos


Vareta de
Parafuso de fixação
Orelhas profundidade
Nônio ou Vernier

Impulsor Régua principal (escala)


Cursor
Bico Faces para medição
Bico móvel
fixo de profundidade
Faces para
medição externa

Figura 48 -  Paquímetro
Fonte: SENAI DR BA, 2017.

O paquímetro é um instrumento de precisão utilizado, normalmente, para medir as dimensões de pe-


quenas peças, tais como parafusos e tubulações. Com ele você poderá averiguar profundidade, largura, al-
tura e comprimento. Existem variações nos modelos de um paquímetro, que se diferem apenas na maneira
como é realizada a leitura dos seus resultados. Para entender as funcionalidades do paquímetro, vamos
observar a figura anterior.
Para melhor precisão das medições no paquímetro em peças onde uma pequena fração de milímetros
pode significar muito, a análise de seus dados exige paciência e um bom olho, pois, além da escala princi-
pal, dada em milímetros, ainda existe uma segunda régua, denominada Nônio ou Vernier, responsável por
fazer as aproximações de forma precisa.
Hoje, temos também a ajuda de instrumentos que nos dão uma maior facilidade em seu manuseio e
mais clareza na exibição das informações, como o caso dos paquímetros digitais e das trenas a laser, con-
forme exemplificado na figura seguinte.

Figura 49 -  Paquímetro e trena digitais


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
70

Com o uso desses recursos modernos da eletrônica é possível obter uma leitura precisa das dimensões
de um objeto ou ambiente, pois eles fornecem o resultado em um mostrador digital (ver figura anterior);
sem contar que também existe a vantagem dos dados serem apresentados em um tamanho relativamente
grande, se comparado à escala dos instrumentos convencionais, não deixando margem às dúvidas, possi-
bilitando também um maior conforto visual, sobretudo, para aqueles que têm problemas de visão.

3.5 ZELO

Para manter as ferramentas sempre em boas condições, é preciso tomar os cuidados elementares du-
rante o manuseio, a fim de fazer o melhor uso de suas funcionalidades. Não podemos nos esquecer tam-
bém dos cuidados que devemos ter para aumentar a vida útil dos equipamentos.

Figura 50 -  Lubrificação de ferramenta


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

A lubrificação é uma etapa muito importante para conservação do ferramental. É recomendado que a
lubrificação seja feita sempre após o seu uso e, logo após a lubrificação, deve-se fazer a limpeza para poder
guardar os equipamentos, deixando-os prontos para o próximo serviço. Procure sempre proteger as ferra-
mentas da oxidação, pó, umidade, vibração e quedas.
As ferramentas devem ser guardadas de forma que facilite a sua utilização e acesso, devem ser dispos-
tas de modo que cada ferramenta tenha seu lugar próprio, possibilitando o controle e acessibilidade aos
equipamentos.
3 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
71

Figura 51 -  Organização de materiais


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

A organização dos seus equipamentos também é um quesito muito importante. Saber onde estão suas
ferramentas e não deixar tudo espalhado pelo local de trabalho é fundamental para o seu sucesso profis-
sional. Seja um profissional organizado e que está sempre pronto para resolver as eventualidades, sabendo
onde está a ferramenta correta para a realização do serviço.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
72

RECAPITULANDO

Neste capítulo pudemos aprender o que são ferramentas, quais as mais adequadas e sua utilidade,
tal como a forma correta de manusear cada uma. Pudemos ver aqui os diferentes tipos de ferramen-
tas que estão a nossa disposição para nos auxiliar nas nossas necessidades diárias.
Vimos também os cuidados essenciais que um profissional deve tomar quando está operando al-
guns tipos de ferramenta e a necessidade e importância do uso dos equipamentos de proteção.
Pudemos conhecer algumas ferramentas elétricas essenciais para auxiliar em trabalhos que deman-
dam um emprego maior de força física e vimos os EPIs indispensáveis quando se está manuseando
esse tipo de equipamento.
Por fim, conhecemos os instrumentos de medição, que são equipamentos usados para realizar as
medições, aprendendo sobre a diferença entre as ferramentas e estudamos as suas utilidades para o
profissional em instalações elétricas.
Com os equipamentos adequados podemos ganhar tempo e executar o trabalho com mais qualida-
de e menor esforço.
3 FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
73
Condutores elétricos

A eletricidade encanta o homem por suas possibilidades desde o seu descobrimento. É atra-
vés da eletricidade que hoje podemos receber informações sem sair de casa e nos comunicar
com outras pessoas com mais rapidez, dentre outras inúmeras coisas que ela nos proporciona.
Porém, toda a eletricidade de que necessitamos é gerada, normalmente, a uma distância
muito grande de nós e precisa ser transportada para sua utilização. Esse transporte de eletrici-
dade se dá através dos condutores elétricos, que são insubstituíveis na função de transportar
a energia elétrica necessária. Neste capítulo, estudaremos sobre os condutores elétricos e suas
características e as recomendações conforme a norma que regulamenta as instalações de bai-
xa tensão para sua boa utilização.
Veremos também os tipos de condutores e as aplicações mais adequadas para cada finalida-
de, conhecendo as principais características destes. Veremos, ainda, a maneira correta de fazer
emendas interligando dois ou mais condutores e como fazer o seu correto dimensionamento.
A forma como os condutores são instalados nas residências interfere também no dimensiona-
mento, por isso, veremos como escolher o diâmetro mais adequada para sua utilização.
Por fim, veremos a maneira correta de fazer o descarte de resíduos e a importância da reci-
clagem. Existe um grande interesse na racionalização do uso dos recursos naturais e de ener-
gia, portanto, devemos sempre estar cientes dos riscos e tomar os devidos cuidados.
Conhecer bem sobre os condutores elétricos é de extrema importância para o profissional
de eletrotécnica, portanto, o conteúdo apresentado aqui é indispensável para a boa formação
de qualquer profissional da área.
Está curioso para conhecer sobre os condutores, não é mesmo? Então, vamos lá!
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
76

4.1 APLICAÇÃO CONFORME A NORMA DA ABNT NBR 5410

Para estudar sobre os condutores precisamos conhecer as recomendações da ABNT NBR 5410 – Insta-
lações Elétricas de Baixa Tensão, que estabelece as regras e recomendações para esse tipo de instalação.
A norma ABNT NBR 5410 nos fornece as medidas necessárias para evitar a ocorrência de sobrecarga15,
curtos-circuitos, choques elétricos, entre outros acidentes que podem ocorrer por conta do mau uso da
energia elétrica. Essa norma estabelece os valores mínimos no dimensionamento dos condutores na insta-
lação elétrica predial de acordo com a sua utilização nos diferentes tipos de circuitos.
A ABNT NBR 5410 estabelece ainda as cores dos condutores terra e neutro, deixando o condutor fase
de acordo com o instalador, possibilitando a criação de um padrão na utilização das cores dos condutores,
que podem variar em alguns locais.
Mas, o que são condutores “fase”, “neutro” e “terra”?
São os condutores elétricos que fazem parte de nossos circuitos elétricos. Vamos, então, conhecer suas
principais características.

Fase
A NBR 5410 não faz referência à cor do
condutor fase, no entanto, sabemos que
não pode ter a cor definida pela norma
para os condutores terra e neutro, que
veremos a seguir. O condutor fase é o
condutor que faz a diferença de poten-
cial entre o condutor terra e o condutor
neutro com tensões de 127 V ou 220 V.

Neutro

Normalmente é indicado por fio na cor


azul, conforme a NBR 5410. É o fio
condutor que não possui tensão elétrica
(não está carregado).

Terra
Normalmente indicado por fio de cor
verde ou verde com amarelo, conforme a
NBR 5410. É o fio condutor de proteção
que tem a função de proteger os equipa-
mentos contra sobrecargas elétricas e os
usuários contra choques elétricos.

Quadro 5 - Condutores elétricos


Fonte: SENAI DR BA; SHUTTERSTOCK, 2017.

15  Sobrecarga: carga acima da capacidade do condutor.


4 CONDUTORES ELÉTRICOS
77

Vamos agora conhecer os tipos de condutores indicados para determinadas instalações e suas caracte-
rísticas principais.

4.2 TIPOS

Existem diversos tipos de condutores para diferentes utilizações, eles se diferem quanto ao material de
que são compostos, se rígidos ou flexíveis, quanto à polaridade ou se são condutores sem capa de isolação,
chamados de condutores nus ou condutores isolados.

Isolação
Alma condutora

Cobertura

Figura 52 -  Constituição dos condutores elétricos


Fonte: SENAI DR BA; SHUTTERSTOCK, 2017.

Os condutores são constituídos conforme a figura anterior.


Dentre os materiais condutores que fornecem uma elevada condutividade e possuem maior diversi-
dade de utilização na área elétrica, são utilizados: chumbo, cobre, bronze, alumínio, platina, latão, prata e
mercúrio. Porém, vamos focar nos condutores constituídos pelos materiais mais utilizados em instalações
elétricas, que são os de cobre e os de alumínio.
Vamos, agora, conhecer cada tipo.

4.2.1 RÍGIDOS E FLEXÍVEIS, UNIPOLARES E MULTIPOLARES, ISOLADOS E NUS

Existem diversos tipos de condutores que podem ser usados nas instalações elétricas prediais. Vamos
conhecer as formas e características físicas dos condutores utilizados nesse tipo de instalação.
Os condutores podem ser diferenciados em cabos ou fios.
a) Fio: é formado por um único condutor de metal sólido, maciço, de seção circular, com ou sem
isolamento;
b) Cabo: é um condutor constituído por vários fios encordoados que podem ser isolados um dos
outros ou não. É mais flexível que um fio com mesma capacidade de condução.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
78

No quadro seguinte podemos ver os tipos de condutores.

FIO RÍGIDO OU É constituído por um único elemento


SÓLIDO condutor e com isolação de PVC (70°C)

É constituído, geralmente, por um pacote


CABO RÍGIDO agrupado de sete fios condutores e com
isolação de PVC (70°C)

É constituído, geralmente, por um pacote


CABO FLEXÍVEL agrupado de mais de sete fios condutores
e com isolação de PVC (70°C)

Quadro 6 - Cabos unipolares


Quadro 1 - Tipos de condutores
Fonte:
Fonte:SENAI
SENAI DR
DR BA, 2017.
BA, 2017

Os fios condutores têm uma maior dificuldade de maleabilidade na hora da instalação e na implemen-
tação de emendas, portanto, são menos utilizados em instalações elétricas prediais.
Os cabos podem ser divididos em dois tipos: cabos unipolares e cabos multipolares. Vamos, então,
conhecer as suas características.

CABO UNIPOLAR

O cabo unipolar é composto por um agrupamento de fios sem isolação entre si e providos de uma co-
bertura para sua isolação, geralmente de PVC.

Figura 53 -  Cabos unipolares


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.
4 CONDUTORES ELÉTRICOS
79

Ele é bastante utilizado nas instalações elétricas prediais por proporcionar uma boa maleabilidade e
facilidade na hora de realizar conexões com esse tipo de condutor.

CABO MULTIPOLAR

O cabo multipolar é composto por uma junção de cabos internos isolados entre si, como mostrado na
figura a seguir. Esse tipo de cabo é mais utilizado em ramais de ligação direta, onde não é necessário rea-
lizar conexões ao longo do percurso. É ideal também para áreas externas por conter a capa de isolação de
cada cabo e ainda a capa protetora que envolve todos eles.

Figura 54 -  Cabo multipolar


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Os condutores podem ser diferenciados também quanto à sua isolação. Vamos conhecer os tipos de
condutores isolados e nus e as recomendações para sua utilização.

CONDUTORES ISOLADOS

É todo condutor, fio ou cabo, que possui camada de materiais isolantes com a finalidade de isolá-lo
eletricamente do ambiente, sendo que a isolação de PVC suporta temperaturas de até 70°C de utilização
contínua. Os condutores isolados são os condutores permitidos em instalações elétricas prediais por pro-
porcionar maior segurança das instalações.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
80

Figura 55 -  Condutores isolados


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Os condutores isolados também podem ter uma cobertura protetora de PVC além do isolamento ideal,
principalmente para as instalações direto no solo ou aérea onde fiquem suscetíveis16 à ação do tempo. O
material que constitui a isolação e a cobertura deve ser empregado de acordo com a utilização do circui-
to, que pode superaquecer17 o condutor. A tabela seguinte mostra a capacidade de temperatura de cada
material isolante.

TEMPERATURA DE
OPERAÇÃO EM TEMPERATURA DE TEMPERATURA DE
TIPO DE MATERIAL
REGIME PERMANENTE SOBRECARGA (°C) CURTO-CIRCUITO (°C)
(°C)

PVC até 300mm² 70 100 160

PVC maior que 300mm² 70 100 140

Borracha - etileno -
90 130 250
propileno (EPR)

Polietileno reticulado
90 130 250
(XLPE)

Regime permamemte Operação normal do condutor.


Quando a capacidade máxima de corrente do
Sobrecarga condutor é excedida. Um cabo em regime de
sobrecarga não suporta muito tempo.
Quando o circuito é submetido a um curto-circuito
que permite a passagem de uma corrente muito
Curto-circuito alta, provocando o superaquecimento do condutor.
Nessas temperaturas a duração máxima de um
curto-circuito deve ser de 5 segundos.
Tabela 4 - Temperaturas características da isolação
Fonte: ABNT NBR 5410:2004.

16  Suscetível: que sofre variação.


17  Superaquecer: aquecimento acima do normal.
4 CONDUTORES ELÉTRICOS
81

CONDUTOR NU

O condutor nu é aquele que não possui qualquer tipo de camada de isolamento. Esse tipo de condutor
é bastante usado em linhas aéreas e postes de transformação.

Figura 56 -  Condutores nus


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Existem vários tipos de condutores nus, como barra, vareta, tubo ou outros perfis, de acordo com a
utilização. Os condutores nus são utilizados em linhas aéreas para transmissão e distribuição de energia
elétrica e sistemas de aterramento. Não devem ser utilizados em instalações elétricas residenciais como
condutores vivos.
É importante saber os tipos de condutores utilizados nas instalações elétricas, suas características e
como fazer a utilização de cada um. Vamos, então, conhecer a maneira correta de ligar um condutor ao
outro, aprendendo como fazer emendas e conexões da forma correta para cada tipo de condutor.

4.2.2 CONEXÕES: EMENDAS E CONECTORES

Como forma de interligar componentes de um mesmo circuito ou fazer alguma derivação, precisamos
fazer emendas para unir os condutores. Uma conexão entre dois condutores feita da forma correta pode
gerar uma perda de 20% da força de tração do condutor. Uma emenda feita da maneira errada pode gerar
perdas significativas na capacidade de condução do condutor, sobreaquecimento e mau contato na ins-
talação.

Em instalações elétricas as conexões são, na maioria das vezes, inevitáveis, portanto,


FIQUE é importante saber a maneira correta de realizar, quando necessário, as emendas
corretas. Tenha cuidado na hora de remover a capa isolante do condutor para não se
ALERTA machucar, principalmente se estiver usando o canivete. A atenção deve ser redobra-
da com o uso dessa ferramenta.

Veremos aqui algumas das emendas mais importantes no nosso dia a dia.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
82

CONEXÕES DE CONDUTORES ENTRE SI EM PROLONGAMENTO

Esse tipo de emenda é usado quando se precisa unir condutores para prolongar linhas. Sua utilização
é recomendada para instalações de linha aberta ou em caixas de derivação ou de passagem, levando-se
em conta que, se ocorrerem problemas com a conexão, o instalador terá acesso com facilidade à emenda.
Esse tipo de conexão pode ser feito por diferentes tipos de condutores. Vamos demonstrar aqui alguns
dos casos mais frequentes.
a) Conexão entre fios rígidos (procedimento):
-- Remova a capa isolante usando um canivete ou alicate descascador;
-- Cruze as pontas dos fios, formando um ângulo de 90° entre eles;
-- Segurando os condutores, inicie as primeiras voltas de um lado dos fios envolvendo o outro
condutor;
-- Use o alicate para ajustar;
-- Inicie a segunda parte fazendo o mesmo procedimento;
-- De o aperto final com ajuda de alicates.

1 2 3 4

5
Figura 57 -  Conexão de fio rígido em prolongamento
Fonte: SENAI DR BA, 2017.

b) Conexão entre condutor rígido e flexível (procedimento):


-- Remova a capa isolante usando um canivete ou alicate descascador;
-- Cruze as pontas dos fios, formando um ângulo de 90° entre eles;
-- Segurando os condutores, inicie as primeiras voltas do cabo flexível sobre o fio rígido;
-- Comece a fazer espirais sobre o cabo flexível com o fio rígido com a ajuda de um alicate;
-- Finalize a emenda ajustando bem com o alicate como mostrado na figura seguinte.
4 CONDUTORES ELÉTRICOS
83

20d

1 2 3

4 5
Figura 58 -  Emenda de prolongamento entre fio rígido e cabo flexível
Fonte: SENAI DR BA, 2017.

c) Conexão entre condutores flexíveis (procedimento):


-- Retire a capa isolante dos condutores com auxílio de um alicate ou canivete;
-- Divida a quantidade de fios de cada cabo em dois;
-- Entrelace as 4 pontas de maneira a um condutor abraçar o outro;
-- Envolva cada condutor com a sobra do outro como mostrado na figura seguinte.

Figura 59 -  Emenda em prolongamento de cabos flexíveis


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Esse tipo de emenda entre condutores flexíveis é o mais recomendado, considerando que oferece uma
boa tração e confiança da conexão.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
84

CONEXÃO DE CONDUTORES EM DERIVAÇÃO

Esse tipo de emenda é necessário quando se precisa interligar o extremo de um condutor a uma rede
em região intermediária. Para fazer esse tipo de emenda é necessário desencapar com cuidado o condutor
do ramal a ser ligado para não cortar o condutor, mantendo uma distância de 12 vezes o seu diâmetro.
Vamos demonstrar alguns dos casos em que esse tipo de conexão é necessário.
a) Conexão entre condutores rígidos em derivação:
-- Retire a capa isolante dos condutores com auxílio de um alicate ou canivete;
-- Enrole a extremidade do condutor a ser ligado formando expirais sobre o condutor do ramal,
como mostrado na figura seguinte.

1 2

Figura 60 -  Emenda de derivação entre fios rígidos


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

b) Conexão entre condutor rígido com flexível em derivação:


-- Retire a capa isolante dos condutores com auxílio de um alicate ou canivete;
-- Enrole a extremidade do cabo flexível a ser ligado formando expirais sobre o condutor rígido
do ramal, como mostrado na figura seguinte.

12d 1

50d

Figura 61 -  Emenda em derivação entre fio rígido e cabo flexível


Fonte: SENAI DR BA, 2017.
4 CONDUTORES ELÉTRICOS
85

c) Conexão entre condutores flexíveis em derivação:


-- Retire a capa isolante dos condutores com auxílio de um alicate ou canivete;
-- Divida os fios do cabo do ramal no meio, formando uma abertura;
-- Insira o cabo a ser interligado no orifício formado pelo cabo do ramal;
-- Enrole a extremidade do condutor a ser ligado, formando expirais sobre o condutor do ramal,
como mostrado na figura seguinte.

Figura 62 -  Emenda em derivação entre cabos flexíveis


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Após fazer as emendas é importante finalizar com a isolação usando fita isolante. A fita deve envolver a
emenda formando três camadas acima do condutor como mostrado na figura seguinte.

Figura 63 -  Isolação de emendas com fita isolante


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Para realizar conexões de fios rígidos diretamente em bornes18 de dispositivos, como os receptáculos,
disjuntores, entre outros, deve-se fazer essa operação por meio de olhal19.

18  Borne: orifício destinado à conexão de condutores.


19  Olhal: arco feito com o condutor para facilitar a fixação deste nos bornes ou equipamentos por meio de parafuso.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
86

FIQUE Uma emenda ou conexão mal feita pode causar sérios danos à rede e até mesmo às
pessoas, podendo resultar em mau funcionamento dos equipamentos e até mesmo
ALERTA em incêndio.

A seguir veremos o procedimento correto para fazer um olhal de qualidade.


-- Desencape o condutor com a ajuda de um alicate ou canivete;
-- Com o auxílio de um alicate de bico cônico ou de bico meia-cana, faça o olhal como mostrado
na figura a seguir.

Alicate de bico
cônico ou de
bico meia-cana

Figura 64 -  Implementação de um olhal


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Para realizar esse tipo de conexão com condutores flexíveis não é permitida a implementação de olhais.
A forma correta para realizar esse tipo de conexão é por meio de conectores, utilizando ferramentas de
compressão, como mostrado na figura seguinte.

Figura 65 -  Conectores
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.
4 CONDUTORES ELÉTRICOS
87

Também é importante que você tenha conhecimento sobre as características dos condutores, assunto
que veremos no tópico seguinte.

4.2.3 CARACTERÍSTICAS

Todos os condutores são caracterizados pela sua seção nominal. Mas a seção nominal é igual à seção
transversal?

Figura 66 -  Condutores de diferentes seções


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Não, elas não são a mesma coisa. A seção nominal não corresponde a um valor unicamente geométrico,
e sim a um valor determinado por uma medida de resistência, denominada “Seção Elétrica Efetiva”.
As seções nominais são dadas em milímetros quadrados (mm²) e seguem as medidas do padrão IEC20,
que é internacionalmente aceita. Podemos ver na tabela seguinte os valores das seções nominais divididos
em duas faixas.

FAIXA SEÇÕES NOMINAIS EM mm2

0 - 50 0,5 0,75 1 1,5 2,5 4 6 10 16 25 35 50

50 - 1000 70 95 120 150 185 240 300 400 500 630 800 1000

Tabela 5 - Seções métricas IEC


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Essas são as seções de condutores que podem ser encontrados no mercado. As seções utilizadas no cir-
cuito devem seguir as recomendações de capacidade de condução que cada seção suporta, considerando
o tipo de instalação que vai ser feita.

20  IEC: International Electrotechnical Comission ou Comissão Eletrotécnica Internacional.


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
88

Para escolher a seção correta deve ser feito o dimensionamento. A seguir você aprenderá como fazer o
dimensionamento da maneira correta.

4.2.4 DIMENSIONAMENTO

O dimensionamento dos condutores é uma etapa muito importante das instalações elétricas prediais.
O dimensionamento correto deve seguir as orientações do projeto elétrico e as recomendações da norma
ABNT NBR 5410, conforme veremos aqui.
A ABNT NBR 5410:2004 estabelece uma seção mínima de condutores para determinadas instalações. A
seção mínima para condutores de cobre utilizados em instalações elétricas residenciais deve ser de 1,5mm²
para circuitos de iluminação e de 2,5mm² para circuitos de tomada de corrente, mesmo que a carga do pro-
jeto seja abaixo da capacidade do condutor.
A tabela a seguir estabelece a seção mínima dos condutores fase, de acordo com a norma ABNT NBR
5410:2004.

SEÇÃO MÍNIMA DOS CONDUTORES


SEÇÃO MÍNIMA
UTILIZAÇÃO DO
TIPO DE LINHA DOS CONDUTORES
CIRCUITO
mm2/MATERIAL

Circuito de 1,5/Cu22
iluminação 16/Al23

Condutores e 2,5/Cu
Circuito de força
cabos isolados 16/Al

Circuito de
0,5/Cu
Instalações fixas sinalização e controle
em geral

Circuito de força 10/Cu


16/Al
Condutores nus
Circuito de
4/Cu
sinalização e controle

Para um equipamento Como especificado na


específico norma do equipamento

Para qualquer outra


Linhas flexíveis com cabos isolados 0,75/Cu
aplicação

Circuito à extrabaixa tensão


0,75/Cu
para aplicações especiais

1 - Seções mínimas ditadas por razões mecânicas.


2 - Os circuitos de tomadas de corrente são considerados circuitos de força.
3 - Em circuitos de sinalização e controle destinados a equipamentos
eletrônicos é admitida uma seção mínima 0,1mm².
4 - Em cabos multipolares flexíveis contendo sete ou mais veias é admitida uma seção mínima 0,1mm².

Tabela 6 - Seção mínima dos condutores por tipo de circuito


Fonte: ABNT NBR 5410, 2004.
4 CONDUTORES ELÉTRICOS
89

Para instalações que a corrente do circuito seja maior do que a capacidade de condução dos conduto-
res mínimos estabelecidos pela norma, devem-se utilizar condutores com capacidade de condução maior
que a do projeto.

Apesar do condutor de alumínio ter seção transversal maior que a do


CURIOSIDADES cobre, seu peso equivale à metade do peso do cobre.

Devemos ter também o conhecimento de que o condutor neutro, em um sistema elétrico de baixa ten-
são, tem a finalidade de promover o equilíbrio e a proteção desse sistema. A norma ABNT NBR 5410:2004
determina algumas regras no dimensionamento desse condutor. São elas:
a) O condutor neutro não pode ser comum a mais de um circuito;
b) O condutor neutro de um circuito monofásico deve ter a mesma seção do condutor fase;
c) O condutor neutro de um circuito trifásico, caso os condutores fase sejam superiores a 25mm²,
podem ter seção inferior a dos condutores fase, seguindo recomendações da norma, conforme a
tabela seguinte.

SEÇÃO DOS CONDUTORES FASE (mm²) SEÇÃO REDUZIDA DO CONDUTOR NEUTRO (mm²)

S ≤ 25 S
35 25
50 25
70 35
95 50
120 70
150 70
185 95
240 120
300 150
400 185

Os valores são aplicáveis quando os condutores fase e o condutor neutro forem do mesmo material.

Tabela 7 - Seção mínima do condutor neutro


Fonte: ABNT NBR 5410, 2004.

21  Cu: cobre.


22  Al: alumínio.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
90

Existem outros aspectos que vão influenciar na hora de escolher a seção necessária para o circuito,
como o tipo de instalação (em eletroduto embutido na parede, sobre isoladores, entre outros) e a quanti-
dade de condutores carregados. Vamos entender como selecionar corretamente.

MÉTODO DE INSTALAÇÃO

Para fazer a instalação correta de cada tipo e seção de condutor, devemos conhecer os métodos de
instalação utilizados em instalações elétricas prediais.
Veremos no quadro seguinte os métodos de referência para os tipos de instalação, conforme a norma
ABNT NBR 5410:2004.

MÉTODO DE
REFERÊNCIA A
UTILIZAR PARA A
DESCRIÇÃO
CAPACIDADE DE
CONDUÇÃO DE
CORRENTE

• Condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto de seção


circular embutido em parede termicamente isolante;
A1 • Condutores isolados ou cabos unipolares em moldura;
• Condutores isolados em eletroduto, cabos unipolares ou cabo
multipolar embutidos em caixilho de porta.

• Cabo multipolar em eletoduto de seção circular embutido em


A2
parede termicamente isolante.

• Condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto aparente de


seção circular sobre parede ou espaçado desta menos de 0,3 vezes o
diâmetro do eletroduto;
• Condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto de seção
circular embutido em alvenaria;
• Condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto aparente de
seção circular sobre parede;
• Condutores isolados ou cabos unipolares em eletrocalha sobre
B1 parede em percurso horizontal ou vertical;
• Condutores isolados ou cabos unipolares em canaleta fechada
encaixada no piso;
• Condutores isolados ou cabos unipolares em eletrocalha ou
perfilado suspenso;
• Condutores isolados em eletroduto de seção circular contido em
canaleta ventilada encaixada no piso;
• Cabos unipolares, ou cabo multipolar, em canaleta ventilada
encaixada no piso.

• Cabo multipolar em eletroduto aparente de seção circular sobre


parede ou espaçado desta menos de 0,3 vezes o diâmetro;
• Cabo multipolar em eletroduto aparente de seção não circular sobre
parede;
• Cabo multipolar em eletroduto de seção circular embutido em
alvenaria;
• Cabos unipolares ou cabo multipolar em eletroduto de seção
circular em espaço de construção.
B2
• Cabos unipolares ou cabo multipolar em eletroduto de seção não
circular em espaço de construção;
• Cabos unipolares ou cabo multipolar em eletroduto de seção não
circular embutido em alvenaria;
• Cabo multipolar em eletrocalha sobre parede em percurso
horizontal ou vertical;
• Cabo multipolar em canaleta fechada encaixada no piso;
• Cabo multipolar em eletrocalha ou perfilado suspenso.

Quadro 7 - Métodos de instalação de condutores


Fonte: ABNT NBR 5410, 2004.
4 CONDUTORES ELÉTRICOS
91

Conhecer os métodos de instalação utilizados em cada tipo de residência, auxilia o técnico a economi-
zar tempo na hora de escolher o tipo e seção de condutor de acordo com a necessidade do cliente.

SAIBA Para conhecer mais sobre instalações, leia o livro: NISKIER, Julio; MACINTYRE, A. J. Ins-
talações elétricas. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013. Nesta publicação você poderá co-
MAIS nhecer mais sobre os assuntos que tratamos aqui.

Após determinar o método de instalação, devemos saber quantos condutores carregados o circuito
possui, o que veremos a seguir.

NÚMERO DE CONDUTORES CARREGADOS

Condutor carregado é aquele que flui corrente elétrica, sendo assim, os condutores fase e condutor
neutro são considerados condutores carregados em um circuito. Veremos o número de condutores carre-
gados em um circuito na tabela seguinte.

NÚMERO DE CONDUTORES
TIPO DE CIRCUITO EXEMPLO DE APLICAÇÃO
CARREGADOS

Circuitos de distribuição de
Monofásico a dois condutores 2
iluminação ou tomadas

Circuitos alimentados de
transformadores monofásicos
Monofásico a três condutores 2
com derivação central
no secundário

Circuitos de distribuição de
ar-condicionados, chuveiros
Duas fases sem neutro 2
elétricos ligados em
220 V fase-fase

Circuitos alimentadores gerais


Duas fases com neutro 3
de quadros bifásicos

Circuitos de distribuição para


Trifásico sem neutro 3
motores trifásicos

Alimentadores gerais de
Trifásico com neutro 3 ou 4
quadros trifásicos

Tabela 8 - Número de condutores carregados a serem considerados em função do tipo de circuito


Fonte: ABNT NBR 5410, 2004.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
92

Podemos encontrar a corrente do condutor analisando o método de instalação e sabendo a quantidade


de condutores carregados daquele circuito. Para isso, você deverá basear-se na seguinte tabela para con-
dutores de cobre.

CAPACIDADE DE CONDUÇÃO DE CORRENTE DOS CONDUTORES

MÉTODOS DE INSTALAÇÃO
SEÇÃO NOMINAL A1 A2 B1 B2
DO CONDUTOR
(mm2) NÚMERO DE CONDUTORES CARREGADOS

2 3 2 3 2 3 2 3

(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9)

COBRE

0,5 7 7 7 7 9 8 9 8

0,75 9 9 9 9 11 10 11 10

1 11 10 11 10 14 12 13 12

1,5 14,5 13,5 14 13 17,5 15,5 16,5 15

2,5 19,5 18 18,5 17,5 24 21 23 20

4 26 24 25 23 32 28 30 27

6 34 31 32 29 41 36 38 34

10,0 46 42 43 39 57 50 52 46

16,0 61 56 57 52 76 68 69 62

25,0 80 73 75 68 101 89 90 80

Tabela 9 - Capacidade de condução de condutores


Fonte: ABNT NBR 5410, 2004.

Vamos aprender como fazer os cálculos corretamente?

EXEMPLO 1

Precisamos descobrir qual condutor devemos usar para um circuito de tomadas gerais, cuja carga total
encontrada no projeto elétrico foi de 2.100 W. O circuito é monofásico 127 V e o método de instalação
utilizado será em eletroduto embutido em alvenaria, com condutores de cobre.
Devemos, então, considerar algumas informações antes de determinarmos a seção necessária do con-
dutor:
a) Para circuitos de tomadas a seção mínima do condutor é de 2,5 mm²;
4 CONDUTORES ELÉTRICOS
93

b) Levando em conta a potência e a tensão de alimentação do circuito é possível descobrir a corren-


te desse ramal. Então, podemos utilizar a fórmula a seguir:

Pn 2.100
Ip = = = 16,54 A
v 127

Em que:
Ip = Corrente de projeto;
Pn = Potência nominal;
V = Tensão de alimentação.
c) Conforme a informação, sabemos que o método de instalação é B1;
d) Como é um circuito monofásico de distribuição, sabemos que tem dois condutores carregados.
Após descobrir a corrente necessária e o método de instalação, devemos procurá-los na tabela de ca-
pacidade de condução para saber qual a seção do condutor indicada. Se for menor do que a seção mínima
exigida pela norma, devemos desconsiderá-la e adotar a seção mínima exigida. Lembrando que se deve
utilizar sempre a seção com capacidade acima da corrente encontrada no projeto.

CAPACIDADE DE CONDUÇÃO DE CORRENTE DOS CONDUTORES

Métodos de instalação
Seção
nominal do A1 A2 B1 B2
condutor Número de condutores carregados
(mm2)
2 3 2 3 2 3 2 3
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9)
Cobre
0,5 7 7 7 7 9 8 9 8
0,75 9 9 9 9 11 10 11 10
1,0 11 10 11 10 14 12 13 12
1,5 14,5 13,5 14 13 17,5 15,5 16,5 15
2,5 mm 2 19,5 18 18,5 17,5 24 21 23 20
4,0 mm 2 26 24 25 23 32 28 30 27
6,0 mm2 34 31 32 29 41 36 38 34
10,0 mm 2 46 42 43 39 57 50 52 46
16,0 mm2 61 56 57 52 76 68 69 62
25,0 mm 2 80 73 75 68 101 89 90 80

Figura 67 -  Escolha da seção do condutor


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Conforme pudemos analisar na tabela anterior, a seção do condutor indicada para a corrente de pro-
jeto é de 1,5 mm², mas a seção mínima indicada pela ABNT NBR 5410:2004 para circuitos de tomadas é de
2,5mm².
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
94

Nesse caso, será utilizado um condutor de cobre com seção de 2,5mm².

CASOS E RELATOS

A importância do dimensionamento
João foi contratado para fazer a instalação elétrica de uma residência e aconselhado pelo cliente a
economizar o máximo possível de material. Por conta do pedido do patrão, João decidiu interligar
circuitos de iluminação com os circuitos de tomada, economizando muito na quantidade de compo-
nentes elétricos, como condutores, disjuntores, entre outros.
João, então, resolveu utilizar cabo flexível de 2,5mm², como especifica a norma para seção mínima
de condutor para circuito de tomadas. Passaram-se alguns dias após a instalação, quando ocorreu
um estouro que parou toda a rede da residência.
Quando o cliente chamou João para averiguar o que havia acontecido, não foi surpresa notar o
condutor que ele havia dimensionado estava queimado, sem a capa de isolação, o que acabou cau-
sando um curto-circuito na saída do disjuntor.
João havia utilizado uma carga muito maior do que o condutor podia suportar, o que acabou aque-
cendo o cabo e causado sérios danos à rede.

O acidente causado por João poderia ter sido muito maior. Quando fizer o dimensionamento de uma
rede elétrica, utilize sempre os parâmetros necessários para evitar contratempos. Lembre-se sempre de
que o projetista e o instalador são os responsáveis legais por quaisquer danos que venham ocorrer na
instalação.

DIMENSIONAMENTO POR QUEDA DE TENSÃO

Por conta das longas distâncias percorridas desde o ponto de entrega até os circuitos terminais de uma
instalação, acontece uma diminuição da tensão de entrada, que é chamada de queda de tensão, provoca-
da pela passagem da corrente por todos os equipamentos até o ponto final. A norma ABNT NBR 5410:2004
estabelece valores máximos para essa queda de tensão, que não devem ser ultrapassados para que os
equipamentos conectados à rede não sejam prejudicados.
Os valores da queda de tensão até o ponto mais afastado de uma instalação não devem ser maiores que
os valores apresentados na tabela seguinte.
4 CONDUTORES ELÉTRICOS
95

DENOMINAÇÃO PERCENTUAL (%)

A partir dos terminais secundários do transformador MT/BT, no caso de


7
transformador de propriedade da unidade consumidora

A partir dos terminais secundários do transformador MT/BT da empresa


7
distribuidora de eletricidade, quando o ponto de entrega for localizado

A partir do ponto de entrega, para casos com ponto de entrega com


5
fornecimento em tensão secundária de distribuição

A partir dos terminais de saída do gerador, no caso de


7
grupo gerador próprio

Queda de tensão nos circuitos terminais 4

Tabela 10 - Percentual para queda de tensão


Fonte: ABNT NBR 5410, 2004.

A queda de tensão nos circuitos terminais de uma instalação elétrica gera efeitos que podem causar a
diminuição da vida útil dos equipamentos ou até mesmo a sua queima. A queda de tensão gerada faz com
que os equipamentos dos circuitos terminais recebam uma tensão bem abaixo da sua tensão de funciona-
mento, o que prejudica o desempenho dos equipamentos.
Na imagem a seguir podemos ver detalhes de como fazer a queda de tensão corretamente.

4% 4%

Quadro Quadro
terminal (QL) terminal (QF)
Iluminação Motores
e tomada

1%

QG (BT) e
Medidores
7%

1%

Caixa
SEC.

1%

SE
AT

Figura 68 -  Valores de queda de tensão por circuito


Fonte: SENAI DR BA, 2017.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
96

Para fazer o dimensionamento utilizando o método de queda de tensão é importante:


a) Identificar o tipo de isolação do condutor;
b) Identificar o método de instalação utilizado;
c) Identificar qual o tipo de circuito, se monofásico ou trifásico; material do eletroduto (magnético
ou não magnético);
d) Identificar o nível de tensão de alimentação do circuito (v ou V);
e) Ter conhecimento da corrente de projeto (Ip);
f) Saber o tipo de material do eletroduto (magnético ou não magnético);
g) Saber o fator de potência utilizado, FP ou cosφ;
h) Ter conhecimento do comprimento total do circuito em km (l);
i) Saber a queda de tensão a ser utilizada e(%);
j) Fazer o cálculo da queda de tensão unitária ΔVunit. A queda de tensão unitária é encontrada em
(V/A.km) e utilizada a seguinte fórmula:
e(%).V
ΔVunit =
Ip . l

k) E, por fim, escolher o condutor usando a queda de tensão unitária (conforme a tabela seguinte).
Depois de encontrado o valor da queda de tensão unitária (ΔVunit) usando a equação anterior, utilizamos
a tabela seguinte para encontrar a seção indicada para a queda de tensão dos condutores. Utilizamos o
valor cuja queda de tensão esteja igual ou imediatamente inferior à calculada, obtendo assim a seção do
condutor correspondente.
4 CONDUTORES ELÉTRICOS
97

QUEDA DE TENSÃO PARA FP=0,8 (V/A.km)


SEÇÃO NOMINAL DO CALHA OU
CALHA OU ELETRODUTO NÃO MAGNÉTICO
CONDUTOR (mm²) ELETRODUTO
CIRCUITO MONOFÁSICO CIRCUITO TRIFÁSICO MAGNÉTICO
1,5 23,3 20,2 23

2,5 14,3 12,4 14

4 8,96 7,79 9

6 6,03 5,25 5,87

10 3,63 3,17 3,54

16 2,32 2,03 2,27

25 1,51 1,33 1,5

35 1,12 0,98 1,12

50 0,85 0,76 0,86

70 0,62 0,55 0,64

95 0,48 0,43 0,5

120 0,4 0,36 0,42

150 0,35 0,31 0,37

185 0,3 0,27 0,32

240 0,26 0,23 0,29

Tabela 11 - Seleção de condutor por queda de tensão unitária


Fonte: ABNT NBR 5410, 2004.

EXEMPLO 2

Usando os dados do EXEMPLO 1 e considerando que um circuito terminal se encontra a 50 metros do


ramal de entrada e está sendo utilizado um eletroduto de PVC, calcule o condutor necessário usando o
dimensionamento por queda de tensão, sabendo que:
a) A tensão é V = 127 V;
b) A corrente de projeto calculada foi de Ip = 16,54 A;
c) O circuito encontra-se a 50 metros, ou seja, l = 0,05 km;
d) O circuito está relacionado ao ramal de entrada, devendo, então, ser admitida a queda de tensão
de 7%, ou seja, e(%) = 0,07.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
98

Fazendo então os cálculos:


e(%).V
ΔVunit =
Ip . l

0,07 . 127
ΔVunit =
16,54 . 0,05

ΔVunit = 10,75

Observando a tabela e pegando o valor imediatamente menor do que o encontrado pelos cálculos,
encontramos a seguinte seção do condutor:

QUEDA DE TENSÃO PARA FP = 0,8 (V/A.km)


Seção Nominal do Calha ou eletroudo não magnético Calha ou eletroduto
Condutor (mm2) magnético
Circuito monofásico Circuito trifásico
1,5 23,3 20,2 23
2,5 14,3 12,4 14
4 8,96 7,79 9
6 6,03 5,25 5,87
10 3,63 3,17 3,54
16 2,32 2,03 2,27
25 1,51 1,33 1,5
35 1,12 0,98 1,12
50 0,85 0,76 0,86
70 0,62 0,55 0,64
95 0,48 0,43 0,5
120 0,4 0,36 0,42
150 0,35 0,31 0,37
185 0,3 0,27 0,32
240 0,26 0,23 0,29

Figura 69 -  Escolha do condutor depois da queda de tensão


Fonte: ABNT NBR 5410, 2004.

Concluímos que, após a realização dos cálculos por queda de tensão, o condutor para essa instalação
deve ser de 4,0 mm², pois, concluiu-se que é o maior condutor dentre os calculados.
Agora vamos conhecer as simbologias importantes para dimensionamento e instalações de conduto-
res elétricos.
4 CONDUTORES ELÉTRICOS
99

4.2.5 SIMBOLOGIA

As simbologias são muito importantes em todas as áreas e existem algumas que o profissional de ele-
trotécnica deve ter conhecimento quando se trata de condutores elétricos. A especificação dos condu-
tores tem alguns dados que devem ser interpretados de maneira correta e que são determinados pela
simbologia própria, como vemos a seguir.
a) R: resistência ôhmica do condutor, em Ohm (Ω);
b) r: resistividade do material condutor (Ω.mm²/m);
c) S: seção do condutor, em milímetros quadrados (mm²);
d) Ø: diâmetro do condutor, em milímetros (mm);
e) y: densidade ou peso específico, em (kg/cm³);
f) M: massa (kg);
g) Ip: corrente do projeto do circuito, em Ampères (A);
h) Pn: potência elétrica nominal do circuito, em watts (W);
i) v: tensão elétrica entre fase e neutro, em volts (V);
j) V: tensão elétrica entre fases, em volts (V);
k) Ƞ: rendimento;
l) cosҨ: fator de potência (cosseno do ângulo de defasagem entre a tensão e a corrente).
Para fazer a leitura de projetos elétricos residenciais é importante conhecer algumas simbologias quan-
do se trata de condutores. As simbologias adotadas estão de acordo com a norma ABNT NBR 5444:1989,
que, apesar de estar em processo de cancelamento, é muito utilizada nos projetos elétricos prediais. Veja
as simbologias para condutores elétricos no quadro seguinte.

SIMBOLOGIA SIGNIFICADO OBSERVAÇÕES

Circuito que sobe

Circuito que desce

Circuito que passa


subindo

Circuito que passa


descendo
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
100

SIMBOLOGIA SIGNIFICADO OBSERVAÇÕES

Condutor fase no interior


do eletroduto Cada traço representa
um condutor.
Deve ser indicado
o circuito a que o
Condutor neutro no
condutor pertence.
interior do eletroduto
Deve ser indicada
a bitola (seção) do
condutor, a menos que

Condutor de retorno no seja de 1,5mm².


interior do eletroduto

Condutor de proteção
Simbologia conforme a
(terra) no interior do
NBR 5410
eletroduto

Condutor combinando as
Simbologia conforme a
funções de neutro e de
NBR 5410
condutor de proteção

Quadro 8 - Simbologias de tomadas de corrente


Fonte: ABNT NBR 5444, 1989; ABNT NBR 5410, 2004.

4.3 INSTALAÇÃO

Em uma instalação elétrica é importante determinar a maneira como os condutores serão instalados, se
em eletrocalhas, bandejas, eletroduto embutido em alvenaria, entre outros modos de instalação.
A maneira como uma instalação elétrica é feita exerce influência direta na capacidade de condução dos
condutores elétricos e na capacidade térmica entre os condutores.
A seguir conheceremos os modos de instalação mais frequentes para instalações elétricas residenciais
e a forma correta de realizar cada uma delas.
4 CONDUTORES ELÉTRICOS
101

4.3.1 FIXADOS EM PAREDES

Os cabos fixados em paredes são bastante utilizados nos casos em que se precisa fazer uma derivação,
normalmente a partir de calhas e canaletas em fábricas. O ideal é que se use cabo multipolar para esse tipo
de instalação.

Cabo multipolar

Abraçadeira para
cabo multipolar

Prensa cabo

Figura 70 -  Condutor fixado em parede


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Para conexões externas os condutores devem ser fixados em paredes ou no teto através de argolas ou
outros meios de fixação, como mostrado na figura seguinte.

Figura 71 -  Argolas para fixação de condutor


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Este tipo de instalação de condutores é bastante utilizado em locais onde não se pode quebrar para
embutir os condutores na parede e se deseja fazer uma instalação mais rápida. Uma desvantagem é a po-
luição visual do ambiente, deixando os cabos à mostra e sem proteção.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
102

Veremos agora a instalação dos condutores sobre isoladores em linhas aéreas, muito utilizada pelas
concessionárias de energia elétrica em suas redes de distribuição de energia.

4.3.2 SOBRE ISOLADORES E EM LINHA AÉREA

Nesse tipo de instalação podem ser utilizados condutores nus ou isolados, que podem ser em feixe ou
barra, e os condutores são colocados sobre isoladores. Mas, o que são isoladores?

Figura 72 -  Isoladores
Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Isoladores são os equipamentos responsáveis por manter os condutores isolados da terra, evitando
fugas de corrente. São também responsáveis pelo esforço mecânico de sustentação dos condutores elé-
tricos.
A montagem sobre isoladores é muito utilizada pelas concessionárias de energia elétrica ou por consu-
midores primários, que são alimentados em MT. Podem ser utilizados condutores nus ou com cobertura
isolante. Veja na figura seguinte um exemplo desse tipo de instalação.

Figura 73 -  Condutores sobre isoladores em linhas aéreas


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.
4 CONDUTORES ELÉTRICOS
103

Na imagem anterior pudemos ver uma rede de distribuição de energia elétrica de média tensão com
seus condutores acima dos isoladores. Esse tipo de montagem possui algumas restrições, que são:
a) Não deve ser utilizada em locais de habitação;
b) Deve ser considerado o esforço do cabo para que não ocorra o rompimento do mesmo ou do
isolador;
c) Devem ser instalados fora do alcance das pessoas;
d) Devem seguir algumas restrições de distância mínima na sua instalação:
-- Onde houver tráfego de veículos pesados: 5,50 m;
-- Onde houver tráfego de veículos leves: 4,50 m;
-- Onde houver passagem de pedestres: 3,50 m;
-- Devem estar, no mínimo, a 3,5 m acima de sacadas, terraços e varandas;
-- Os condutores devem estar a uma distância mínima de 1,20 m de janelas, sacadas e saídas de
incêndio;
-- Devem estar acima do nível superior das janelas.
Este tipo de instalação de condutores é utilizado somente em ambientes externos. Em instalações elé-
tricas internas devem ser utilizados outros modos de instalação de condutores, que serão apresentados a
seguir.
Veremos agora a instalação de condutores em eletrodutos aparentes ou embutidos em parede. Este
tipo de instalação é bastante importante, pois é o mais utilizado em instalações elétricas residenciais.

4.3.3 EM ELETRODUTO APARENTE OU EMBUTIDO

Para instalações elétricas residenciais, o melhor método de instalação é no interior de eletrodutos apa-
rentes ou embutidos em paredes ou tetos.

Figura 74 -  Condutores em eletroduto aparente


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
104

A instalação de condutores em eletrodutos aparentes é ideal em locais onde não é possível quebrar
para embuti-los. Eles podem ser instalados em paredes ou tetos, como mostrado na figura anterior. No
entanto, o método de instalação mais utilizado é com os eletrodutos embutidos pelo fato de não afetar o
ambiente visual e proporcionar mais segurança à rede elétrica.

Figura 75 -  Condutores em eletroduto embutido


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Na figura anterior pudemos ver um exemplo de instalação de eletrodutos embutidos na parede, pro-
porcionando melhor acabamento e conservação do ambiente. Muitos locais, principalmente indústrias,
preferem fazer as instalações de seus condutores em leitos de cabos ou eletrocalhas, como vamos apren-
der a seguir, o que pode proporcionar maior maleabilidade e espaço para maiores quantidades de condu-
tores e manutenção.
Veremos a seguir a instalação dos condutores em leitos de cabos e em eletrocalhas, tipo de instalação
bastante utilizado em indústrias.

4.3.4 EM LEITOS DE CABOS E EM ELETROCALHAS

Os condutores instalados em eletrocalhas e em leitos de cabos são muito utilizados em instalações


industriais e comerciais por permitirem uma maior quantidade de cabos e maleabilidade das instalações.
O que são eletrocalhas?
4 CONDUTORES ELÉTRICOS
105

Figura 76 -  Eletrocalha
Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Eletrocalhas e leitos de cabos são muito parecidos e têm mesma função: dar suporte à passagem de fios,
sejam de força, telefonia, telecomunicação ou informática. São dutos metálicos feitos de chapas de aço.

Figura 77 -  Condutores em eletrocalha


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Os condutores elétricos instalados em eletrocalha facilitam na hora de fazer manutenção na rede ou


limpeza pelo fácil acesso que ela dá aos condutores.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
106

4.4 DESCARTES ADEQUADOS DE RESÍDUOS

Quando os condutores são retirados e ainda se percebe uma boa condição de utilização, o mais reco-
mendado é reutilizar os materiais.

Figura 78 -  Condutores para descarte


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Quando se trata de condutores com grande desgaste, a forma mais correta de fazer o descarte dos resí-
duos é direcionar para reciclagem em cooperativas.

4.5 RECICLAGEM DE RESÍDUOS

A reciclagem dos resíduos é uma etapa muito importante, levando em conta que a maioria dos con-
dutores é feito de cobre, alumínio e plástico, materiais de grande valor energético e que têm um nível de
desgaste muito pequeno se descartados no meio ambiente. A forma correta de descartar esse tipo de
material é encaminhando-o a uma cooperativa que poderá realizar a reciclagem dos condutores elétricos.

Figura 79 -  Reciclar é preciso


Fonte: SENAI DR BA, 2017.
4 CONDUTORES ELÉTRICOS
107

Atualmente, no mercado brasileiro existem poucas instituições que fazem a separação desses materiais
e a reciclagem correta do cobre para poder ser reutilizado.

Existem algumas empresas que fazem o processo de reciclagem de


modo incorreto, realizando a queima dos condutores para eliminar o
plástico e aproveitar apenas o metal. Essa prática é incorreta pois é per-
CURIOSIDADES dida grande quantidade de alumínio, cobre e polímeros no processo da
queima, que são materiais indispensáveis para o processo de fabricação
de condutores elétricos.

Portanto, a comunidade deve dar maior importância para essa questão e buscar fazer sempre a sua par-
te para que o problema seja minimizado, procurando as maneiras corretas de fazer o descarte desse tipo
de material, preservando, assim, o meio ambiente.
Veremos agora como fazer a racionalização do uso dos recursos naturais e fontes de energia.

4.6 RACIONALIZAÇÃO DO USO DOS RECURSOS NATURAIS E FONTES DE ENERGIA

Com os padrões de consumo e produtividade dos dias atuais, é cada vez mais constante a prática do
desperdício, que ultrapassa padrões de classes sociais, estando presente em todas as camadas da popula-
ção.
A economia nacional apresenta índices elevados de desperdício de recursos naturais e de potencial
energético. Precisamos repensar esse modelo e enxergar no cuidado com o meio ambiente uma promis-
sora alternativa de contenção de custos ou mesmo de negócios. Tomando como exemplo o processo de
reciclagem e conservação de água e energia, é possível reduzir despesas nos processos de produção.

Figura 80 -  Racionalização das fontes de energia


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
108

Nos dias de hoje, a proteção ambiental tornou-se algo imprescindível e os atuais recursos tecnológicos
tendem a contribuir para a sua utilização de forma favorável ao meio ambiente, como a busca cada vez
mais constante por fontes de energias renováveis que ajudem a preservar o meio ambiente utilizando a
energia solar, eólica, entre outras. Com o passar do tempo, tudo aquilo que não era percebido como po-
tencial recurso poderá vir a ser.
4 CONDUTORES ELÉTRICOS
109

RECAPITULANDO

Neste capítulo conhecemos os tipos de condutores para instalações elétricas prediais, a diferença
entre cada um e suas funcionalidades.
Vimos também que em toda instalação é indispensável o uso de emendas e aprendemos a forma
correta de realizar a emenda em cada situação.
Conhecemos a norma que regulamenta as instalações em redes de BT e os parâmetros que ela es-
tipula para fazer o dimensionamento correto dos condutores para instalação predial. Vimos cada
passo para se fazer o dimensionamento, em que a escolha correta do condutor é muito importante.
Estudamos, ainda, as simbologias necessárias na hora de fazer o dimensionamento de condutores e
as simbologias destes para leitura de projetos.
Vimos os tipos de instalação, a maneira correta de realizar cada uma e como isso pode interferir na
escolha do condutor correto.
Por fim, aprendemos como reutilizar os condutores que ainda não estão desgastados e a maneira
correta de descartar os condutores que não servem mais para utilização.
Infraestrutura

Todas as instalações elétricas precisam ter um sistema bem pensado e adequado ao seu
respectivo trabalho. Para isso, é necessário fazer a montagem da infraestrutura elétrica, que,
como o próprio nome já diz, corresponde ao interior da estrutura elétrica. Os equipamentos
que compõem a infraestrutura são indispensáveis na montagem de uma rede elétrica e devem
seguir algumas normas e padrões.
Para realizar a montagem de uma infraestrutura ideal é preciso analisar todas as necessida-
des e construir a estrutura adequada à demanda de cada cliente, pensando em todos os cabos,
painéis, tomadas, eletrodutos, caixas, entre outros itens. A principal vantagem de um projeto e
montagem de infraestrutura é a facilidade em se trabalhar com a rede elétrica posteriormente.
Neste capítulo, estudaremos os principais componentes para montagem de uma infraestru-
tura e como fazer o dimensionamento correto desses componentes para a aplicação desejada.
Para isso, é importante que todo o sistema elétrico esteja em ordem, posicionado de maneira
correta, sendo assim, não haverá problemas com a localização de componentes, como toma-
das, deixando a rede com uma fácil maleabilidade23. Veremos ainda as simbologias necessárias
para a elaboração de um projeto e montagem de infraestrutura elétrica residencial.
Os equipamentos elétricos são feitos, em grande parte, de materiais renováveis, portanto, é
de extrema importância saber a forma correta de fazer o descarte dos resíduos e como fazer a
reciclagem dos materiais que ainda são favoráveis ao uso.
O assunto abordado neste capítulo é de extrema importância para você, futuro eletrotéc-
nico, levando em conta que irá se deparar com redes elétricas em toda sua carreira e é impres-
cindível que saiba fazer o projeto, fazer a leitura e identificar todos os itens que compõem uma
rede elétrica, principalmente sua infraestrutura.

23  Maleabilidade: capacidade de mudar os componentes de lugar quando houver necessidade.


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
112

5.1 APLICAÇÕES CONFORME A NORMA DA ABNT NBR 5410

Para se realizar o projeto e a montagem de uma infraestrutura elétrica, devemos seguir algumas regras
estabelecidas pela norma regulamentadora ABNT NBR 5410 para baixa tensão. A norma estabelece regras
para o perfeito funcionamento da rede, delimitando as características mínimas para a segurança da rede e
o funcionamento normal para cada condição de utilização.
Ao longo do capítulo veremos algumas das prescrições da ABNT NBR 5410 para instalação de infraestru-
tura das instalações elétricas, aprendendo como fazer a montagem correta dos equipamentos.

5.2 CARACTERÍSTICAS

Quando falamos de equipamentos elétricos devemos ficar atento às suas características principais,
como: temperatura suportada, nível de oxidação, rigidez dielétrica e resistividade elétrica.
Os eletrodutos e quadros de distribuição são elementos principais de uma rede de infraestrutura elé-
trica, são equipamentos de grande resistividade elétrica e com grande resistência às altas temperaturas
também. Mas, assim como todo equipamento, devem seguir algumas recomendações, que vamos estudar
quando falarmos do seu dimensionamento.
Quando falamos de eletrodutos, devemos ficar atentos a algumas características do material. Deve-se
verificar sua curvatura. Após uma sequência de dobramentos, deve ser verificado se o eletroduto sofreu
grandes deformações ou se foram mantidas as características.
Eletrodutos que têm facilidade em deformar, diminuindo o diâmetro interno, podem dificultar a pas-
sagem dos condutores quando inseridos na instalação. O eletroduto deve ter taxa de deformidade ins-
tantânea inferior a 25%, ou seja, ao implementar curvas e emendas tem-se que tomar cuidado para não
deformar demais o diâmetro interno do eletroduto.

5.3 DIMENSIONAMENTO

Todos os componentes de uma rede elétrica precisam ser bem dimensionados, se pensarmos em sua
utilidade e em possíveis mudanças futuras. Alguns equipamentos devem ter uma atenção maior, por con-
ta de sua difícil mudança, como é o caso de eletrodutos, quadros de distribuições e caixas de passagem.
Vamos entender como é feito o dimensionamento desses intens.

ELETRODUTO

Os eletrodutos são componentes chave da infraestrutura de uma rede elétrica, portanto, para fazer seu
dimensionamento é preciso seguir uma série de regras.
5 INFRAESTRUTURA
113

Figura 81 -  Eletroduto
Fonte: DREAMSTIME, 2017.

A quantidade de condutores que irão ocupar um eletroduto é importante na hora de fazer seu dimen-
sionamento, por isso, é preciso ter conhecimento de quantos circuitos vão passar em cada eletroduto para
poder escolher a seção correta para a situação. As dimensões internas de um eletroduto e suas conexões
devem permitir que os condutores sejam inseridos e retirados com facilidade após a montagem.
A taxa de ocupação de um eletroduto deve ser igual ou menor às indicadas a seguir:
a) 53% no caso de um condutor;
b) 31% no caso de dois condutores;
c) 40% no caso de três ou mais condutores.
Na tabela seguinte podemos ver a quantidade de condutores que podem ser inseridos para cada seção
de eletroduto. Seguindo essa tabela, os eletrodutos serão bem dimensionados e permitirão maior conforto
na hora de inserir ou retirar condutores, oferecendo mais segurança à rede.

SEÇÃO NÚMERO DE CONDUTOR NO ELETRODUTO


DO
2 3 4 5 6 7 8 9 10
CONDUTOR
(mm2) DIÂMETRO NOMINAL DO ELETRODUTO (mm)

1,5 16 16 16 16 16 16 20 20 20

2,5 16 16 16 20 20 20 20 25 25

4 16 16 20 20 20 25 25 25 25

6 16 20 20 25 25 25 25 32 32

10 20 20 25 25 32 32 32 40 40

16 20 25 25 32 32 40 40 40 40

25 25 32 32 40 40 40 50 50 50

35 25 32 40 40 50 50 50 50 60

50 32 40 40 50 50 60 60 60 75

70 40 40 50 50 60 60 75 75 75

Tabela 12 - Quantidade de condutores em eletrodutos


Fonte: ABNT NBR 5410, 2004.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
114

Os eletrodutos devem ser instalados em trechos contínuos de, no máximo, 15 metros de comprimento,
acima disso devem ser instaladas caixas de derivação. A distância de um eletroduto deve ser diminuída 3
metros para cada curva de 90° que precisar ser instalada e só podem ser instaladas, no máximo, 3 curvas de
90° em um ramal24 ou um total de 270°.

FIQUE Não ocupe todo eletroduto superlotando o componente de condutores. Isto pode
resultar em sérios danos à rede elétrica e causar até mesmo um incêndio por conta
ALERTA do aquecimento dos condutores.

De forma alguma deve ser instalada curva com ângulo de flexão superior a 90°. As curvas feitas direta-
mente nos eletrodutos não devem reduzir o seu diâmetro interno.

QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO

O quadro de distribuição também precisa ser dimensionado corretamente, analisando as necessidades


atuais e prevendo futuras mudanças que possam ocorrer no local, como a instalação de um novo ar-con-
dicionado, por exemplo.

Figura 82 -  Quadro de distribuição


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

O dimensionamento do quadro de distribuição deve seguir o projeto, que indica quantos circuitos ele
tem, indicando, também, a quantidade de disjuntores necessários no quadro.

24  Ramal: rede de instalação ou circuito.


5 INFRAESTRUTURA
115

CAIXAS DE PASSAGEM OU DERIVAÇÃO

As caixas de passagem devem ser dimensionadas de acordo com a sua funcionalidade. Deve ser anali-
sada a quantidade de tomadas ou de interruptores necessários em cada caixa para, assim, poder dimensio-
nar a caixa do tamanho correto, evitando, futuramente, procedimentos de mudanças.

Figura 83 -  Caixa de derivação


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

As caixas de derivação também servem para seccionar25 eletrodutos que não podem exceder o tama-
nho prescrito pela norma. As emendas necessárias em um ramal devem ser feitas dentro das caixas de
derivação, sendo que condutores emendados não devem, em hipótese alguma, ser colocados no interior
de eletrodutos.

CASOS E RELATOS

A importância do dimensionamento da infraestrutura


Ronaldo é um eletrotécnico autônomo que atua na área de instalações elétricas prediais. Certo dia,
foi acionado por um cliente para realizar algumas mudanças na instalação da sua residência. O clien-
te desejava mudar o padrão de 127 V para 220 V para poder instalar alguns equipamentos a mais.
Chegando lá, Ronaldo percebeu que a infraestrutura da rede local não apresentava boas condições
para realizar a mudança. O quadro de distribuição que estava instalado, com capacidade para 6

25  Seccionar: dividir o circuito em partes.


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
116

disjuntores, já se encontrava com 5 disjuntores, os eletrodutos que faziam a ligação até o quadro
haviam sido mal dimensionados e estavam superlotados, o que dificultou muito o serviço.
Para atender à necessidade do cliente, seria preciso um quadro de distribuição com espaço para 10
disjuntores e também seria necessário instalar mais eletrodutos, pois não era possível a enfiação de
novos condutores pelo eletroduto que estava sendo usado.
Esse serviço gerou grandes custos extras, pois foi necessário quebrar o local que já estava revestido
para trocar o quadro por um maior, com capacidade para 12 disjuntores, e instalar novos eletrodu-
tos.

Quando precisar fazer um projeto e instalação de infraestrutura de instalação elétrica, fique atento para
seu dimensionamento correto e pense sempre em possíveis extensões futuras da rede.
As caixas devem ser colocadas em lugares acessíveis e devem conter tampa. Quando tiver interruptores
e tomadas, devem ser fechados pela tampa que compõe esses equipamentos.
5 INFRAESTRUTURA
117

5.4 SIMBOLOGIA

Conhecer e entender as simbologias é de extrema importância para o eletrotécnico. Veremos aqui algu-
mas simbologias utilizadas para elaboração e leitura de projetos de infraestrutura que simbolizam alguns
dos componentes da rede elétrica.

SIMBOLOGIA SIGNIFICADO OBSERVAÇÕES


Eletroduto embutido
25
no piso com diâmetro Devem ser indicadas
de 25mm as bitolas dos
eletrodutos com
Eletroduto embutido
diâmetros diferentes
no teto ou parede com
25 de 15 mm
diâmetro de 25mm

Circuito que sobe

Circuito que desce

Circuito que passa


subindo

Circuito que passa


descendo

Quadro parcial de
luz e força aparente

Quadro parcial de
luz e força embutido
Indicar as cargas de luz
Quadro geral de e força em W ou kW
luz e força aparente

Quadro geral de
luz e força embutido

Quadro 9 - Simbologias de infraestrutura


Fonte: ABNT NBR 5444, 1989.

As simbologias representadas seguem a norma ABNT NBR 5444, que, apesar de estar em processo de
cancelamento, ainda é muito utilizada por projetistas.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
118

5.5 IDENTIFICAÇÃO

Um técnico deve saber identificar os elementos que compõem uma rede de instalação elétrica. Deve
conhecer cada componente, saber dimensioná-lo e conhecer sua utilidade para cada circuito.
Uma rede elétrica bem instalada deve conter, além do projeto no papel, seus componentes bem identi-
ficados para facilitar o entendimento de qualquer técnico que venha fazer a manutenção na rede.
Os circuitos também devem ser identificados no quadro de distribuição e os componentes de cada
circuito (fase, neutro e terra) devem sempre seguir o caminho por um único eletroduto.

5.6 TIPOS

Existem vários tipos de materiais e equipamentos inseridos na infraestrutura de uma instalação elétrica.
É muito importante que você conheça e saiba fazer uso correto dos equipamentos que compõem uma
rede de eletrodutos.

Figura 84 -  Rede de eletrodutos


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Dentre os tipos de equipamentos que compõem a infraestrutura de uma instalação, podemos destacar
os eletrodutos, barramentos, quadros de distribuição e caixas de derivação. A seguir veremos cada um
deles.
5 INFRAESTRUTURA
119

5.6.1 ELETRODUTOS E ACESSÓRIOS

Eletrodutos são tubos de metal ou PVC, responsáveis por alojar e proteger os condutores elétricos con-
tra ações mecânicas, corrosão e agentes químicos, além de proteger o meio contra os perigos de incêndio
que podem ser causados pelo superaquecimento dos condutores.
Os eletrodutos podem ser encontrados em vários modelos, tamanhos e espessuras. Eles são caracteri-
zados, principalmente, por sua seção transversal. A partir da seção, é possível saber quantos condutores
podem ser inseridos no eletroduto.
Podemos ver na tabela seguinte as seções transversais de eletrodutos encontradas no mercado.

DIMENSÕES DOS ELETRODUTOS

DIÂMETRO NOMINAL (POLEGADA) DIÂMETRO REAL (MILÍMETRO)

1/2 15

3/4 20

1 25

1.1/4 32

1.1/2 40

2 50

2.1/2 65

3 80

3.1/2 90

4 100

5 125

6 150

Tabela 13 - Dimensões de eletrodutos


Fonte: ABNT NBR 5444, 1989.

Os eletrodutos podem ser separados em metálicos rígidos, PVC rígidos, metálicos flexíveis e PVC flexí-
veis. Vamos conhecer um pouco sobre cada tipo.
a) Metálicos rígidos
Eletrodutos metálicos são tubos de aço que podem ser pintados internamente e externamente com
esmalte preto ou podem ser galvanizados. Estes tubos são encontrados com diferentes diâmetros de es-
pessura da parede. Existem os eletrodutos chamados de “eletrodutos pesados”, que são compostos por
parede grossa, e os “eletrodutos leves”, compostos por parede fina.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
120

Figura 85 -  Eletroduto metálico rígido


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Os eletrodutos são encontrados em barras de três metros de comprimento, que podem ter suas extre-
midades rosqueadas para instalação de luvas. Esse tipo de eletroduto pode ser encontrado com bitolas26
que variam de ½” até 6” (meia polegada até 6 polegadas).

b) PVC rígidos
Os eletrodutos de PVC rígidos são isolantes elétricos, não sofrem corrosão e não são atacados pelos
ácidos. São os eletrodutos mais utilizados para instalação de ramal geral para quadro de distribuição.

Figura 86 -  Eletroduto de PVC rígido


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Esse tipo de eletroduto também é vendido em barras de 3 metros, alguns com roscas nas extremidades
para instalação de luvas para emendas.

26  Bitola: diâmetro.


5 INFRAESTRUTURA
121

c) Metálicos flexíveis
Esse tipo de eletroduto é formado por uma grande cinta de aço galvanizado, enrolado em espirais so-
brepostas e encaixadas de forma a proporcionar uma boa resistência e grande flexibilidade no conjunto.

Figura 87 -  Eletroduto metálico flexível


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Alguns eletrodutos metálicos flexíveis contêm revestimento de PVC para proporcionar maior resistên-
cia e durabilidade. Podem ser adquiridos em metros ou rolos de até 100 metros, sendo necessário especi-
ficar o diâmetro nominal que se deseja adquirir.
Esse tipo de eletroduto é utilizado em instalações elétricas expostas e na instalação de máquinas elétri-
cas e motores, por conta de sua vibração. São eletrodutos com um bom acabamento.

d) PVC flexíveis
Esse tipo de eletroduto é fabricado com PVC autoextinguível27, o que proporciona uma boa flexibilida-
de. Mesmo com suas características de flexibilidade, são eletrodutos com alta resistência a amassamento
que podem ser utilizados até mesmo para instalação em lajes de concreto.

Figura 88 -  Eletroduto de PVC flexível


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

27  PVC autoextinguível: caso a rede pegue fogo, o PVC extinguirá o fogo sem uso de extintor.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
122

Os eletrodutos flexíveis de PVC são os mais utilizados em instalações elétricas em geral, podendo ser
utilizados em instalações residenciais, comerciais e industriais.
Existem eletrodutos flexíveis com taxa de esforço que podem variar de esforço mecânico leve de até
320N/5cm, utilizados para instalações em paredes em geral, até eletrodutos de esforço mecânico médio de
até 750N/5cm, que podem ser utilizados nas instalações em lajes e piso. Esse tipo de eletroduto pode ser
adquirido por metro ou o rolo com 100 metros.
Os eletrodutos podem ser instalados ainda de forma aparente ou embutida. Vejamos cada uma delas:
a) Eletroduto aparente
Os eletrodutos são fixados na parede de forma aparente. Esse tipo de instalação é utilizado em casos
onde não é possível inserir o eletroduto na parede ou quando a parede é de madeira ou gesso.

Figura 89 -  Instalação de eletroduto aparente


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

b) Eletroduto embutido
Os eletrodutos são embutidos28 em paredes de tijolo, cal ou lajes. Esse tipo de instalação é o mais uti-
lizado em redes residenciais por manter as características do ambiente, deixando a infraestrutura da rede
oculta.

Figura 90 -  Instalação de eletroduto embutido


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

28  Embutir: inserir, introduzir no meio.


5 INFRAESTRUTURA
123

Para montagem de uma rede de eletrodutos são necessários alguns acessórios, entre eles:
a) Luvas: acessórios cilíndricos com rosca interna, utilizados para unir eletrodutos ou unir um ele-
troduto a uma curva;
b) Curvas: acessórios necessários para realizar mudanças de direção em uma rede de eletrodutos.
São encontradas com ângulos de 90°, 135° e 180°, com rosca ou ponta de bolsa;
c) Buchas: são peças utilizadas para dar o acabamento das pontas de eletrodutos que foram corta-
dos, a fim de impedir que os condutores sejam danificados no momento em que forem puxados;
d) Braçadeiras: são acessórios responsáveis pela fixação dos eletrodutos em paredes, tetos ou ou-
tros elementos estruturais.
Todos os itens são importantes e não podem ser negligenciados, pois irão proteger os fios.

SAIBA Para saber mais sobre eletrodutos, recomendamos o livro: NEGRISOLI, Manoel Eduardo
Miranda. Instalações elétricas: projetos prediais em baixa tensão. 3. ed. São Paulo:
MAIS Blucher, 1987.

Os barramentos são bastante utilizados em instalações elétricas como componentes dos quadros de
distribuição. Agora veremos sobre o assunto.

5.6.2 BARRAMENTOS E ACESSÓRIOS

Um barramento é uma tira grossa de alumínio ou cobre que tem a finalidade de conduzir eletricidade.
Existem alguns tipos de barramento que se diferenciam pelo circuito no qual vão ser inseridos e pela sua
utilização. Vamos estudar alguns tipos de barramentos.
a) Barramento de fase central
Este barramento tem a finalidade de distribuir as fases entre os disjuntores de cada circuito, servindo
também para manter o equilíbrio das fases quando os disjuntores são posicionados seguindo o projeto
elétrico.

Figura 91 -  Barramento de fase central


Fonte: SENAI DR BA, 2017.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
124

Esse tipo de barramento é bastante utilizado em quadros de distribuição de indústrias por proporcionar
uma grande quantidade de circuitos a serem inseridos.

b) Barramento pente de fase


O barramento em pente tem a mesma finalidade do barramento central, sua diferença é a fácil insta-
lação em qualquer quadro de distribuição. Este tipo de barramento pode ser encontrado em diferentes
tamanhos e funcionalidades, podendo ser utilizados em circuitos monofásicos, bifásico ou trifásicos.

Figura 92 -  Barramento de fase em pente


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

O barramento bifásico e trifásico já vem com as fases alternadas, proporcionando um equilíbrio entre
elas, desde que distribuídos corretamente entre os disjuntores.

c) Barramento de neutro e barramento terra


São barras de aço ou alumínio furadas para permitir que sejam introduzidos os condutores terra e neu-
tro que serão distribuídos por toda a instalação. Os barramentos de neutro e terra, em geral, costumam ser
iguais, no entanto, eles têm funcionalidades diferentes.

Figura 93 -  Barramentos de neutro e terra


Fonte: SENAI DR BA; SHUTTERSTOCK, 2017.
5 INFRAESTRUTURA
125

O barramento de neutro tem a função de conduzir a tensão e corrente para alimentar os circuitos fase-
-neutro de um sistema. O barramento terra tem a função de interligar os circuitos de proteção. Todos os
circuitos são ligados no barramento de terra, protegendo, assim, toda a instalação.
As canaletas são bastante utilizadas também como parte da infraestrutura de uma instalação elétrica.
Veremos agora mais sobre o assunto.

5.6.3 CANALETAS E ACESSÓRIOS

A canaleta tem o objetivo principal parecido com o dos eletrodutos. As canaletas ou perfis de PVC são
bastante utilizados em residências, escritórios, lojas comerciais, laboratórios, entre outros locais, principal-
mente, por sua maneira segura e prática de instalar.

Figura 94 -  Canaletas
Fonte: SENAI DR BA, 2017.

A canaleta é usada quando se deseja instalar ou ampliar a rede aparente em pontos que não haviam
sido previstos. Usando esse tipo de material, evita-se quebrar paredes, além de manter a rede segura, sem
deixar os fios expostos.

5.6.4 QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO E CAIXAS

Os quadros de distribuição são caixas que servem para alojar e fixar os disjuntores DR (Dispositivo Dire-
ferencial Residual) e DPS (Dispositivo de Proteção Contra Surtos), que são equipamentos de proteção que
serão estudados no capítulo seguinte; e os barramentos de instalação elétrica. São costituídos de PVC ou
chapa metálica e devem conter os barramentos de neutro e terra separados.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
126

Figura 95 -  Quadro de distribuição de circuitos


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

O quadro de distribuição deve ser montado de forma que os condutores de cada circuito sejam de fácil
identificação e que permitam realizar as medições dos circuitos com facilidade.

QUADRO DESORGANIZADO QUADRO ORGANIZADO

Figura 96 -  Organização do quadro de distribuição


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Os quadros de distribuição são vendidos em diferentes tamanhos, o que vai depender da quantidade
de disjuntores a serem fixados. É possível encontrar quadro de distribuição para 3, 6, 12, 24 ou mais disjun-
tores.
As caixas de derivação ou de passagem são constituídas por chapa metálica ou de PVC e têm o objetivo
principal de fixar tomadas e interruptores.
5 INFRAESTRUTURA
127

Caixa 2x4” Caixa 4x4” Caixa octagonal

Figura 97 -  Caixas de passagem


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Podemos diferenciar os tipos de caixa em função da sua aplicação, dimensões e da quantidade de con-
dutores que cada uma suporta, conforme a tabela seguinte.

TIPOS DE DIMENSÕES NÚMERO MÁXIMO DE CONDUTORES


FINALIDADE
CAIXA (cm) 1,5 mm2 2,5 mm2 4 mm2 6 mm2

Retangular 10 x 5 x 5 9 6 4 -

Quadrada 10 x 10 x 5 Fixação de interruptores, 11 9 7 5


tomadas, passagem
Quadrada 10 x 10 x 10 e ligações 11 9 7 5

Quadrada 15 x 15 x 10 20 16 12 10

Octogonal 10 x 10 x 5 Ponto de luz no teto, 11 11 9 5

Octogonal 10 x 10 x 10 ligações 11 11 9 5

Sextavada 7,5 x 7,5 x 5 Arandelas, ligações 6 6 4 3

Tabela 14 - Capacidade das caixas de derivação


Fonte: CAVALIN; CERVELIN, 2013.

As caixas de derivação ou de passagem são indispensáveis para a execução de instalações elétricas e


podem ter diversas aplicações, como vimos aqui.

Quando usar as caixas de derivação para ponto de emenda, certifique-se de que


FIQUE a parte emendada não vai ser introduzida para dentro do eletroduto. As emendas
devem ficar sempre à mostra dentro das caixas, facilitando assim a manutenção e
ALERTA evitando que a emenda seja desfeita e cause um curto-circuito no interior do eletro-
duto.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
128

Veremos, agora, cabeamento estruturado.

5.6.5 CABEAMENTO ESTRUTURADO

Cabeamento estruturado é um sistema de infraestrutura totalmente desenvolvido para gerar conforto


e segurança às redes. É um sistema flexível e de fácil modificação que gera redução de custos.

Figura 98 -  Rede de cabeamento estruturado desorganizada


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Um sistema de cabeamento estruturado deve ser implementado de forma organizada, de modo que os
circuitos aos quais se destinam sejam de fácil entendimento. Um sistema desorganizado é prejudicial por
conta da demora que se leva para identificar cada saída. Portanto, deve-se manter a estrutura totalmente
organizada e de maneira que permita um fácil entendimento.

Figura 99 -  Rede de cabeamento estruturado organizada


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.
5 INFRAESTRUTURA
129

Os técnicos de instalações devem estar em constante processo de formação a fim de garantir o bom
dimensionamento e a boa montagem de uma rede de cabeamento e de todas as estruturas que serão
suportadas pelo cabeamento.

5.7 DESCARTE ADEQUADO DE RESÍDUOS

Apesar de os materiais utilizados na infraestrutura serem recicláveis, o descarte de materiais recicláveis


ainda é feito sem a consciência ambiental e econômica. O plástico e o PVC que constituem grande parte
dos materiais utilizados na infraestrutura de uma rede elétrica são materiais com grande valor energético
e que têm um nível de degradação muito demorado.

Figura 100 -  Descarte de materiais elétricos


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Esses materiais devem ser reutilizados quando possível e, ao notar neles um nível de desgaste elevado,
devem ser encaminhados para cooperativas de reciclagem para que o processo seja feito corretamente.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
130

5.8 RECICLAGEM DE RESÍDUOS

Os componentes de infraestrutura têm grande parte reciclável, principalmente os materiais de PVC e os


materiais metálicos.

Figura 101 -  Recicle - reúse - reduza


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017. (Adaptado).

Os compostos de PVC são 100% recicláveis, podendo ser reciclados por meios físicos, químicos (para
composição de novos materiais) ou até mesmo reciclagem energética, na qual esses materiais são utiliza-
dos como combustíveis eficientes para a produção de outros componentes.

Você sabia que o processo de reciclagem requer até 85% menos energia
que a produção primária? Isso significa para o mundo uma economia
CURIOSIDADES anual de 100 milhões de MWh de energia elétrica e 40 milhões de tone-
ladas de CO2, segundo a Cooper Alliance30 .
(Fonte: BIBLIOTECA VIRTUAL, 2017).

O Brasil ainda tem grande déficit30 em número de cooperativas que realizam a reciclagem desses mate-
riais. Existe também a possibilidade de adquirir as máquinas necessárias para realizar a reciclagem desses
materiais, o que pode gerar um lucro por parte de quem desejar investir nesse segmento.

29  Cooper Alliance: Instituição que representa uma rede de centros regionais de cobre e seus membros líderes do setor,
mundial.
30  Déficit: saldo negativo.
5 INFRAESTRUTURA
131

RECAPITULANDO

Neste capítulo estudamos sobre infraestrutura de uma instalação elétrica predial. Vimos os princi-
pais itens que compõem a infraestrutura, aprendendo a diferenciar os tipos para cada utilização.
Aprendemos, também, como fazer o dimensionamento correto dos principais componentes de uma
rede elétrica predial.
É de grande interesse para qualquer técnico saber identificar cada componente de um projeto, por-
tanto, estudamos sobre as simbologias mais utilizadas em um projeto de infraestrutura.
A etapa da instalação da infraestrutura de uma rede elétrica requer atenção especial pelo fato de ter
vários componentes com utilidades diferentes. Aprendemos, então, sobre os tipos de cada compo-
nente, entendendo a maneira mais correta de utilização de cada um.
O descarte dos materiais também é de grande importância, por isso, devemos dar atenção especial
para os materiais utilizados na montagem da infraestrutura, como vimos aqui, que são materiais
produzidos em grande parte por componentes renováveis, que podem ser reciclados. Aprendemos,
assim, a forma correta de encaminhar esses materiais para a reciclagem, deixando de poluir o meio
ambiente com materiais de difícil corrosão.
Agora, estudaremos sobre componentes muito importantes em uma instalação elétrica, os dispositi-
vos de proteção. Aprenderemos no próximo capítulo sobre esses dispositivos e suas funcionalidades
e a forma correta de dimensioná-los.
Dispositivos de proteção

Em qualquer instalação elétrica, seja ela residencial, comercial ou industrial, garantir a segu-
rança no funcionamento da rede e dos dispositivos nela inseridos é de extrema importância.
Os dispositivos de proteção servem para garantir a segurança dos equipamentos e da rede elé-
trica contra acidentes que possam ser provocados por alteração da corrente, efeitos térmicos
e tensões fora da faixa.
Neste capítulo, estudaremos sobre esses dispositivos de extrema importância nas instala-
ções elétricas e suas principais funcionalidades. Veremos a forma correta de instalação dos
dispositivos de proteção, conforme a norma ABNT NBR 5410:2004, e como as normas servem
para proteger a instalação elétrica, os equipamentos e as pessoas.
O dimensionamento é quesito importante quando falamos de qualquer equipamento elé-
trico, por isso, veremos como dimensionar esses dispositivos corretamente para que suas fun-
cionalidades sejam asseguradas.
Saber como identificar os dispositivos é indispensável para qualquer técnico, aqui, conhe-
ceremos as principais características dos dispositivos de proteção e como identificar e diferen-
ciar cada um.
Por fim, veremos os tipos de dispositivos de proteção mais utilizados em instalações elétri-
cas prediais.
O conteúdo apresentado neste capítulo é de extrema importância para a sua formação,
pois conhecer sobre os dispositivos de proteção e suas funcionalidades é indispensável para
qualquer eletrotécnico. Portanto, procure absorver os conhecimentos que serão aprendidos
aqui para que você possa aplicá-los na prática.
Curioso para saber mais sobre esses dispositivos? Vamos lá!
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
134

6.1 APLICAÇÃO CONFORME A NORMA DA ABNT NBR 5410

Os dispositivos de proteção desempenham papel de extrema importância no quesito mais importante


da norma ABNT NBR 5410:2004, que é a segurança das pessoas, animais domésticos e bens contra os peri-
gos e danos que possam ser causados pela utilização das instalações elétricas.
De acordo com a norma, o uso dos dispositivos de proteção é indispensável, devendo ser dimensiona-
dos e utilizados seguindo uma série de regras para que se garanta o bom funcionamento das instalações.
Esses dispositivos devem seguir de forma rigorosa as prescrições da norma, conforme veremos ao lon-
go do capítulo.

6.2 CARACTERÍSTICAS

Os dispositivos de proteção são caracterizados por sua funcionalidade ou pelo papel de proteção para
o qual foram projetados para desempenhar. Vamos conhecer suas utilidades mais importantes?
A funcionalidade desses dispositivos pode variar entre as listadas a seguir e pode ocorrer de um dispo-
sitivo desempenhar duas ou mais funções de proteção. Vamos conhecê-las.

PROTEÇÃO CONTRA CHOQUES ELÉTRICOS

É essencial a existência de proteção contra os choques elétricos que possam trazer perigo ao ser hu-
mano e animais. Os dispositivos de proteção contra choques elétricos são indispensáveis em instalações
elétricas e devem ser inseridos de maneira correta, conforme a norma ABNT NBR 5410:2004.

Figura 102 -  Choque elétrico


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

O seu uso nos dispositivos elétricos é indispensável, devendo ser dimensionados e utilizados conforme
cada situação.
6 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
135

O efeito do choque no corpo humano depende da intensidade da cor-


rente elétrica e do tipo de corrente do circuito, se contínua ou alternada,
CURIOSIDADES podendo os danos variar desde efeitos fisiológicos não danosos até efei-
tos graves, chegando a causar fibrilação cardíaca e parada respiratória.

Vamos ver agora a proteção contra os efeitos térmicos.

PROTEÇÃO CONTRA EFEITOS TÉRMICOS

Os equipamentos elétricos sofrem grande variação de temperatura, podendo aquecer a ponto de cau-
sar incêndios, proporcionando grandes riscos ao ser humano. Alguns dispositivos são protegidos contra os
efeitos térmicos, eles detectam o aumento de temperatura e atuam desligando o circuito, evitando que a
temperatura continue a subir, protegendo, assim, toda a instalação.
Podemos ver na imagem a seguir exemplos de instalações elétricas que não possuem proteção contra
efeitos térmicos ou que a proteção não funciona corretamente. À esquerda podemos ver que o condutor
aqueceu ao ponto de pegar fogo em toda sua isolação, à direita vemos como ficou a tomada em que esta
carga estava inserida.

Figura 103 -  Efeito térmico


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

A proteção contra efeitos térmicos atua nos equipamentos das seguintes formas:
a) Proteção contra queimaduras: a proteção contra efeitos térmicos deve atuar antes que ocorra
risco de queimadura para os seres humanos;
b) Proteção contra combustão31 ou degradação dos materiais: a proteção contra efeitos térmi-
cos deve atuar antes que possa ocorrer a combustão dos equipamentos ou materiais envolvidos;
c) Segurança do funcionamento dos componentes da instalação: a proteção contra efeitos tér-
micos deve atuar antes que se prejudique o funcionamento dos equipamentos.

31  Combustão: queima do material de forma física.


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
136

PROTEÇÃO CONTRA SOBRECORRENTES

A proteção contra sobrecorrentes é a funcionalidade mais ativa nos dispositivos de proteção. Consiste
em desativar o circuito se forem detectadas correntes acima da corrente nominal32 do dispositivo.

Figura 104 -  Sobrecorrentes


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Esse tipo de proteção serve para proteger a instalação com seus componentes, especificamente os
condutores, prevenindo contra incêndios causados por correntes acima da capacidade dos condutores. Os
tipos de dispositivos de proteção contra sobrecorrentes variam entre os que protegem contra correntes
de sobrecargas, contra correntes de curto-circuito, ou ainda os que protegem os condutores fase e neutro,
sendo de extrema importância identificar e conduzir a proteção de acordo com a necessidade de cada um.
A proteção contra sobrecorrentes age da seguinte forma:
a) Proteção contra correntes de sobrecargas: age protegendo o circuito de eventuais cargas utili-
zadas acima do esperado pelo projeto. Exemplo: cargas adicionadas ao circuito após a finalização
do projeto;
b) Proteção contra correntes de curto-circuito: age protegendo o circuito de eventuais picos de
correntes muito altos, que poderiam danificar os equipamentos presentes na rede ou causar aci-
dentes. Exemplo: equipamentos com fios desencapados;
a) Proteção dos condutores de neutro e fase: age protegendo os condutores com uma corrente
inferior à corrente nominal do condutor, estando sempre ativa. Exemplo: se a corrente nominal
de proteção for maior que a corrente a ser protegida, corre-se o risco de pegar fogo, causando o
inverso do esperado.

32  Corrente nominal: corrente máxima de funcionamento do circuito de acordo com a carga instalada.
6 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
137

PROTEÇÃO CONTRA SOBRETENSÕES

Sabemos que o funcionamento correto dos equipamentos elétricos depende de uma faixa de tensão
segura e que um pico de tensão pode vir a causar danos aos equipamentos e até mesmo a toda rede elétri-
ca. Para evitar que isso aconteça, alguns dispositivos têm a funcionalidade extra de proteger a rede contra
sobretensões temporárias ou permanentes, causadas por manobras na rede ou descargas atmosféricas.
Os dispositivos de proteção contra sobretensões atuam da seguinte forma:
a) Proteção contra sobretensões temporárias;
b) Proteção contra sobretensões transitórias.

Os dispositivos de proteção são de suma importância para identificação de problemas,


SAIBA localização e correção desses. No site da ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica -
MAIS você encontra dados referentes à utilização de dispositivos de proteção, como podem
ser utilizados e detalhes minuciosos sobre sua importância em um sistema elétrico.

Os dispositivos de proteção contra sobretensões não são de uso obrigatório nas instalações elétricas,
mas um bom técnico, conhecendo sua funcionalidade, não pode deixar de dimensioná-los proporcionan-
do maior segurança aos equipamentos.

6.3 DIMENSIONAMENTO

O dimensionamento dos dispositivos de proteção é simples e deve seguir as prescrições da norma NBR
5410, para que possa manter a coordenação entre os condutores do circuito e os dispositivos responsáveis
pela sua proteção.
Conforme a ABNT NBR 5410:2004, “os dispositivos de proteção devem ser previstos para que possam
interromper toda corrente de sobrecarga nos condutores dos circuitos antes que ela possa provocar um
aquecimento prejudicial à isolação, aos terminais ou às vizinhanças das linhas”.
Para que essa coordenação seja satisfeita, devemos adotar as seguintes condições na hora de dimen-
sionar esses dispositivos:

Ib ≤ In ≤ Iz
I2 ≤ 1,45xIz
Sendo que:
Ib – corrente do circuito, em Ampère (A);
In – corrente nominal do dispositivo de proteção, que pode ser ainda Ind – corrente do disjuntor ou
Inf – Corrente do fusível, em Ampère (A);
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
138

Iz – capacidade de condução de corrente dos condutores elétricos do circuito nas condições previstas
para sua instalação, em Ampère (A);
I2 – corrente que assegura efetivamente a atuação do dispositivo de proteção. A corrente I2 é conside-
rada a corrente convencional de atuação dos disjuntores.

Para que os dispositivos de proteção funcionem corretamente, devem seguir algumas condições que
veremos a seguir.
a) A corrente nominal do dispositivo de proteção deve ser superior à corrente do circuito, garantin-
do, assim, a não atuação do dispositivo em situações normais de funcionamento;
b) A corrente nominal do dispositivo de proteção deve ser inferior à capacidade de condução de
corrente dos condutores do circuito, garantindo, dessa forma, a proteção dos condutores contra
sobreaquecimento;
c) A corrente de projeto também não pode ser superior à capacidade máxima de condução de cor-
rente dos condutores do circuito;
d) Os dispositivos de proteção devem atuar quando a corrente se encontra com 45% de sobrecarga,
ou seja, 1,45 vezes a capacidade de condução da corrente dos condutores.
Vamos conhecer agora as simbologias utilizadas para esse tipo de dispositivo.
6 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
139

6.4 SIMBOLOGIA

Como já foi visto anteriormente, é de extrema importância conhecer as simbologias utilizadas nos pro-
jetos e diagramas dos dispositivos elétricos usados em redes de baixa e média tensão. No intuito de garan-
tir a boa funcionalidade e segurança do projeto, vamos conhecer aqui as simbologias mais utilizadas no
nosso dia a dia, envolvendo os dispositivos de proteção.

SÍMBOLO
TIPO OBSERVAÇÕES
Unifilar Multifilar

Fusíveis A simbologia multifilar vai


depender do circuito no
qual está inserida,
colocando assim a
quantidade de símbolos de
fusíveis de acordo com a
quantidade de fases.

Disjuntor monopolar

Disjuntor bipolar

Devem ser indicadas as


correntes nominais desses
dispositivos.

Disjuntor tripolar

Dispositivo DR

Deve ser idicada a corrente


de falta do dispositivo.

Dispositivo de Proteção
contra Surto (DPS)

Quadro 10 - Simbologias dos dispositivos de proteção


Fonte: ABNT NBR 5444, 1989; SHUTTERSTOCK, 2017.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
140

Agora que já conhecemos quais são as simbologias dos dispositivos mais utilizados, vamos aprender
como identificá-los, garantindo assim que não serão confundidos ou substituídos no projeto.

6.5 IDENTIFICAÇÃO

Os dispositivos de proteção são identificados por sua corrente nominal, que pode variar de acordo com
a inserção no circuito, e seu modelo podendo variar entre monopolar, bipolar e tripolar. A seguir, vamos
conhecer os tipos que podem ser encontrados com mais facilidade.

TIPO DESCRIÇÃO
DISPOSITIVO MONOPOLAR
Os dispositivos monopolares são
responsáveis por fazer a proteção do
condutor fase do circuito de redes
elétricas monofásicas. Podem ser
encontrados diversos dispositivos de
proteção monopolares, como disjun-
tores, DPS, fusíveis, entre outros.

DISPOSITIVO BIPOLAR

Os dispositivos bipolares são


responsáveis por fazer a proteção dos
condutores fase do circuito de redes
elétricas bifásicas. Podem ser encontra-
dos disjuntores, DRs, DPS e outros
dispositivos de proteção bipolares.

DISPOSITIVO TRIPOLAR

Os dispositivos tripolares são


responsáveis por fazer a proteção dos
condutores fase do circuito de redes
elétricas trifásicas.

DISPOSITIVO TETRAPOLAR

Os dispositivos tetrapolares são


responsáveis por fazer a proteção contra
choques elétricos e surtos de redes
trifásicas. Podem ser encontrados DRs e
DPSs do tipo tetrapolar.

Quadro 11 - Tipos de dispositivos de proteção


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.
6 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
141

Ja aprendemos a identificar os dispositivos de proteção, como são e sua funcionalidade. Agora, vere-
mos quais os tipos utilizados em instalações elétricas prediais.

6.6 TIPOS

Os tipos de dispositivos de proteção variam de acordo com a sua funcionalidade dentro do sistema em
que será inserido. Esses dispositivos variam entre as redes monofásicas, bifásicas ou trifásica e se diferen-
ciam para atender a necessidade do perfil do circuito que será incorporado, podendo ser apenas resistivo
ou possuir motores interligados ao sistema, necessitando assim de uma proteção diferente.

Figura 105 -  Tipos de dispositivos de proteção


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Vamos conhecer aqui os dispositivos mais utilizados em instalações elétricas residenciais.

6.6.1 FUSÍVEL

O fusível é o dispositivo de proteção de mais simples entendimento e aplicação. Sua inserção no cir-
cuito é simples e seu funcionamento é bem limitado. É bastante utilizado em circuitos onde se tem uma
precisão da corrente que vai circular. Os fusíveis, na maioria das vezes, acabam por queimar33 quando sub-
metidos a grandes picos de correntes, já que são elementos mais fracos.

33  Queimar: termo usado para indicar que o fusível rompeu (evitando danos à rede elétrica).
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
142

Figura 106 -  Fusíveis


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Os fusíveis devem ser inseridos nos circuitos intercalados para que a passagem da corrente seja inter-
rompida sob condições anormais, como correntes de operação acima da corrente do fusível. Em geral, há
alguns limites antes que um fusível venha a queimar. São eles:
a) A corrente nominal que o fusível suporta em operação contínua: a corrente direcionada para
a carga deve ser menor que a corrente nominal suportada pelo fusível; se essa corrente for maior
ocorrerá a queima do fusível;
b) A corrente de curto-circuito: é a máxima corrente que o fusível suporta circulando no circuito
para que não cause danos à instalação. Em caso de um curto-circuito, o fusível queimará, prote-
gendo a instalação;
c) A tensão nominal que é importante para garantir a atuação segura: se o fusível for inserido
em rede com tensão maior que a especificação do mesmo, pode ocasionar a queima do elo e do
arco elétrico ou até mesmo a explosão do fusível.

FIQUE A queima de um fusível pode indicar o bom funcionamento da proteção, mas, deve-
-se tomar cuidado se acontece mais de uma vez no mesmo circuito, pois a rede, pro-
ALERTA vavelmente, está com algum problema que precisa de atenção maior.

Os fusíveis de cartucho são os mais utilizados nas instalações elétricas de baixa tensão.

Figura 107 -  Fusível cartucho


Fonte: SENAI DR BA, 2017.
6 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
143

Eles são inseridos em um tubo protegido por material isolante e com contatos nas extremidades, como
mostrado na figura anterior.

Você sabia que existem tipos diferentes de fusíveis? Existem modelos de


fusíveis diferentes tanto em relação ao circuito em que serão inseridos,
CURIOSIDADES se em corrente contínua ou alternada; quanto em relação ao modelo,
podendo ser de cartucho, rolha, cilíndrico, entre outros. Por isso, você
deve ter atenção na hora de adquirir estes equipamentos.

Veremos agora os tipos de disjuntores utilizados em instalações prediais.

6.6.2 DISJUNTORES

Disjuntores são dispositivos que garantem a manobra34 e a proteção contra correntes de sobrecarga e
contra correntes de curto-circuito.
Quando o circuito elétrico fica submetido a cargas acima da qual foi dimensionada, gera um aqueci-
mento na rede, principalmente nos condutores, que pode ainda atingir condutores próximos, gerando um
grande aquecimento no interior dos eletrodutos. São os disjuntores termomagnéticos os responsáveis por
interromper a rede quando se nota sinais de sobreaquecimento. Mas, como funciona essa interrupção?
O interior dos disjuntores contém um atuador bimetálico com duas placas de materiais diferentes, ferro
e latão, por exemplo, que ao aquecer acima do recomendado, abre o circuito, protegendo, assim, a rede
contra incêndios.

Figura 108 -  Disjuntores


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

34  Manobra: seccionamento do circuito.


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
144

Os disjuntores têm ainda a funcionalidade de proteção contra curtos-circuitos que podem gerar o rá-
pido aquecimento da rede. Esse tipo de proteção se deve a um atuador no interior dos disjuntores, que
detecta a variação brusca da corrente, desativando o circuito.

CASOS E RELATOS

Cuidado ao realizar medições


Em uma empresa agropecuária de Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná, um eletricista
sofreu queimaduras de primeiro, segundo e terceiro grau ao fazer a medição em um dos disjuntores
da ala de segurança do local.
O acidente aconteceu quando o funcionário fazia diversos trabalhos elétricos sem os devidos equi-
pamentos de proteção e, ao inserir o instrumento de medição de tensão no equipamento, acabou
recebendo uma descarga elétrica, que provocou as queimaduras. O disjuntor, segundo o próprio
ferido, estava preso a uma placa metálica, sendo essa a principal responsável pelo agravamento do
acidente.
Os disjuntores são equipamentos de proteção indispensáveis em instalações elétricas e devem
ser instalados de maneira confiável, de acordo com as recomendações de segurança da ABNT NBR
5410:2004.
Portanto, quando for fazer reparos em redes elétricas ou realizar medições, certifique-se de que o cir-
cuito encontra-se desenergizado e esteja sempre usando os equipamentos de proteção individual.

Os disjuntores podem ser encontrados com correntes nominais, conforme a tabela seguinte, podendo
variar, em alguns casos, de acordo com o fabricante.

CORRENTE NOMINAL (A)

6 10 13 16 20 25 32 40 50 63 80 100 125

Tabela 15 - Corrente nominal dos disjuntores


Fonte: IEC 60898, 2004.

Os disjuntores possuem especificações das curvas de atuação diferenciadas em B, C e D, que definem


qual será a corrente máxima suportada em cada tipo para que o disjuntor possa atuar. Veja a seguir as
6 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
145

especificações das curvas de atuação e em quais circuitos devem ser inseridos, conforme a norma IEC35
60898:1998.
a) Curve B: de 3 In a 5 In: devem ser utilizadas em circuitos resistivos sem picos eventuais de cor-
rente;
b) Curva C: de 5 In a 10 In: devem ser utilizadas em circuitos indutivos com eventuais picos de
correntes;
c) Curva D: de 10 In a 20 In: este tipo de curva de disjuntor é utilizado para a proteção geral da
instalação.
Ainda não entendeu como funciona? O exemplo a seguir ajudará você a escolher corretamente o
disjuntor.
Um disjuntor de curva B 25 A deverá atuar instantaneamente se houver uma corrente 5 vezes maior do
que sua corrente nominal, ou seja, 5 vezes 25 é igual a 125 A, então, este dispositivo só vai atuar quando
houver 125 A circulando pelo seu mecanismo.
Da mesma forma, os disjuntores curva C 25 A deverão atuar quando houver 250 A (25 A x 10) e o disjun-
tor curva D 25 A só vai atuar quando houver 500 A (25 A x 20).
Cada disjuntor deve ser dimensionado para atender a sua função específica, dessa forma, a total efici-
ência do dispositivo será mantida.

6.6.3 DISPOSITIVO DIFERENCIAL RESIDUAL (DR)

O Dispositivo Diferencial Residual ou apenas dispositivo DR, como é conhecido popularmente, é o mais
utilizado contra choques elétricos. Ele é indispensável nas instalações elétricas, conforme a ABNT NBR
5410:2004, e deve ser instalado corretamente para que sua funcionalidade seja desempenhada de manei-
ra eficaz.
Os dispositivos diferenciais desempenham múltiplas funções, pois, além de proteger as pessoas contra
choques elétricos, também oferecem proteção aos condutores contra sobrecorrentes e protegem o local
contra incêndios.

35  IEC: Comissão Eletrotécnica Internacional.


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
146

Figura 109 -  Dispositivo diferencial residual


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

A proteção contra choques elétricos consiste em analisar as fugas de corrente ou, como também são
chamadas, correntes de falta.

FIQUE O dispositivo DR analisa faltas na corrente que deveria passar pelo circuito, cortando
a corrente quando for detectada. Em emendas malfeitas e mal-isoladas pode ocorrer
ALERTA falta de corrente e ocasionar o acionamento repentino do dispositivo diferencial.

O dispositivo compara a corrente que entra com a corrente que sai, sabendo, assim, se houve fuga de
corrente por outro caminho, cortando a corrente de entrada quando a fuga for detectada.

6.6.4 DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS (DPS)

Sabemos da importância das tensões bem determinadas quando ocorrem fortes chuvas, uma vez que
as redes correm perigo de descargas atmosféricas, que, por sua vez, geram picos de tensão muito altos,
ocasionando a queima de muitos aparelhos e até mesmo acidentes.
Os surtos de tensão também podem ser ocasionados por manobras feitas na rede de distribuição para
manutenção. Essas manobras são seccionamentos da rede elétrica para realização de manutenção em
determinada área (ao religar o circuito são inseridas altas correntes e tensões na rede elétrica gerando os
surtos de tensão).
Para evitar esse risco e prevenir a queima de equipamentos, existem os dispositivos de proteção contra
surtos, também chamados apenas de DPS.
6 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
147

Figura 110 -  Dispositivo de proteção contra surtos


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

A proteção do DPS consiste em identificar tensões transitórias presentes na rede e encaminhá-las para o
sistema de aterramento antes que as sobretensões possam causar danos nos equipamentos da instalação.
Existem três classes de DPS, são elas:
a) Classe I: os DPS de classe I são dispositivos com capacidade de proteger contra surtos maiores,
capazes de drenar correntes parciais de raios provenientes de descargas atmosféricas. Este tipo
de dispositivo é utilizado em localidades expostas a descargas atmosféricas diretas, sendo insta-
lado, normalmente, em quadros de distribuição primários;
b) Classe II: os DPS de classe II são dispositivos capazes de proteger contra surtos menores, ou seja,
correntes induzidas indiretamente (ocasionadas por descargas atmosféricas) que penetram nas
edificações. Este tipo de dispositivo é instalado em áreas urbanas nos quadros de distribuição
secundários;
c) Classe III: os DPS classe III são dispositivos destinados a uma proteção mais dedicada, ou seja,
eles se destinam à proteção de equipamentos específicos conectados à rede elétrica, como gela-
deira, fogão, freezer, TV, entre outros tipos de equipamentos. São instalados próximos aos equipa-
mentos a que se destina a proteção.
Estudaremos agora sobre os dispositivos de manobra e tomadas de corrente, descobrindo a importân-
cia desses dispositivos para o funcionamento da rede elétrica.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
148

RECAPITULANDO

Neste capítulo estudamos sobre os dispositivos de proteção e conhecemos suas principais funciona-
lidades e a importância desse tipo de equipamento em uma rede elétrica.
Vimos a forma correta de dimensionamento dos dispositivos de proteção, conforme a norma ABNT
NBR 5410:2004, para que seja garantido o funcionamento normal das instalações elétricas de baixa
tensão.
Vimos também as simbologias utilizadas para esse tipo de dispositivo e quais as principais caracte-
rísticas desses equipamentos.
Descobrimos como identificar os dispositivos de proteção e conhecemos os tipos de dispositivo
mais utilizados em instalações elétricas, aprendendo sobre a função de cada um deles.
6 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
149
Dispositivo de manobras e tomadas de corrente

Para se fazer manutenção em redes elétricas, ou até mesmo desativar um ramal por alguns
instantes, é necessário fazer o uso de dispositivos de manobra. Mas, o que são os dispositivos
de manobra?
Dispositivo de manobra é todo dispositivo que permite interromper ou diminuir a passa-
gem de corrente elétrica no circuito. No capítulo anterior estudamos sobre os disjuntores, que
são dispositivos de manobra bastante conhecidos, utilizados em instalações elétricas prediais.
Ao longo deste capítulo conheceremos mais a fundo sobre esses dispositivos que tanto nos
auxiliam em nosso dia a dia.
Estudaremos também a aplicação correta destes dispositivos, conforme a norma ABNT NBR
5410:2004, para que sejam mantidas as características da rede elétrica. Veremos, ainda, as prin-
cipais características destes dispositivos, aprendendo como dimensioná-los e como identificar
cada um. As simbologias de todo dispositivo elétrico são de extrema importância, por isso,
veremos como identificar estes dispositivos em um projeto elétrico ou diagrama e conhecere-
mos os tipos mais utilizados em nosso cotidiano.
Em nosso cotidiano, geralmente, não percebemos que a todo instante estamos lidando
com a passagem e a troca de energia ativamente, como quando carregamos o celular, ligamos
o computador ou o micro-ondas. Neste capítulo estudaremos sobre as tomadas de corren-
te, que são os dispositivos responsáveis por fornecer a energia da rede elétrica para todos os
equipamentos eletrodomésticos. Veremos a forma correta de utilização destes dispositivos,
conforme a norma ABNT NBR 5410:2004, para que seja mantida a segurança da rede e o bom
funcionamento dos dispositivos.
Veremos, ainda, as principais características dos dispositivos de tomada de corrente, apren-
dendo como identificá-los e a forma correta de dimensioná-los. As simbologias utilizadas em
projetos elétricos e diagramas são de extrema importância, então, veremos os principais sím-
bolos com os quais devemos nos habituar para seu uso no dia a dia. Por fim, estudaremos
sobre os tipos de tomadas que podemos encontrar e seu uso correto.
O conteúdo estudado neste capítulo é de extrema importância para a formação de um bom
eletrotécnico. Um bom técnico deve conhecer o material apresentado aqui e saber a forma
correta de aplicar e fazer a manutenção quando necessário.
Já está curioso para aprender mais, não é mesmo? Vamos começar!
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
152

7.1 APLICAÇÃO CONFORME A NORMA DA ABNT NBR 5410

Os dispositivos de manobra são aqueles que estão em contato direto com as pessoas, portanto, devem
seguir parâmetros para que seja garantida a segurança de seus usuários.
A norma da ABNT NBR 5410:2004 estabelece diretrizes para garantir o bom funcionamento das insta-
lações elétricas de baixa tensão. Ela fornece também a localização ideal para a instalação de dispositivos
como interruptores, por exemplo, indicando seu uso nos cômodos de modo que o seu acionamento seja
o mais simples possível.
Veremos agora as principais características dos dispositivos de manobras e como fazer o seu correto
dimensionamento.

7.2 CARACTERÍSTICAS

As características dos dispositivos de manobra variam de acordo com sua funcionalidade e com o tipo
de dispositivo em questão, como os interruptores que podem ser unitários, duplos, triplos, entre outros,
e são acionados de forma direta; ou os controladores programados, que vão se comportar de acordo com
uma programação prévia. Os dispositivos usados em instalações elétricas funcionam em corrente alterna-
da monofásica ou bifásica e normalmente trabalham com níveis de tensão de até 250 V, que é o limite de
isolamento para equipamentos elétricos de baixa tensão.
Aqui, nesta seção, veremos as simbologias dos dispositivos de manobra e como identificá-los.

7.2.1 DIMENSIONAMENTO

O dimensionamento dos dispositivos de manobra é simples, devem-se seguir as orientações do projeto


elétrico residencial, que deve ser feito anteriormente. Os interruptores, sensores, botões, entre outros dis-
positivos de manobra, devem ser dimensionados de acordo com a necessidade de cada cômodo em que
vão ser instalados.
Os interruptores, por exemplo, contam com uma variedade de configurações e devem ser dimensiona-
dos considerando a quantidade de lâmpadas necessárias a um cômodo e o pedido do cliente; podendo
inclusive ser instalado um interruptor triplo para controlar 3 lâmpadas ou mais, em casos de cômodos
muito extensos.
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
153

7.2.2 SIMBOLOGIA

Conhecer as simbologias dos dispositivos de manobra é imprescindível para um eletrotécnico, seja para
fazer um projeto elétrico ou para fazer a instalação seguindo um projeto. Um bom técnico conhece as sim-
bologias e interpreta cada símbolo da maneira correta.
Os símbolos apresentados aqui são utilizados nos diagramas elétricos do tipo unifilar e multifilar.

SIMBOLOGIA
TIPO
UNIFILAR MULTIFILAR

a
Interruptor simples de uma seção

a b

Interruptor simples de duas seções

a b
c
Interruptor simples de três seções

a
Interruptor paralelo

a
Interruptor intermediário

Interruptor simples de uma seção


com tomada

Dimmer

M
M
a
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
154
Interruptor simples de uma seção
com tomada

SIMBOLOGIA
TIPO
Dimmer UNIFILAR MULTIFILAR

M
Ma
Minuteria
Interruptor simples de uma seção

a b
Pulsador para campanha
Interruptor simples de duas seções

a b

Contador c
Interruptor simples de três seções

a
Relé de impulso
Interruptor paralelo
95 97

a
2 4 6 96 98
Relé térmico
Interruptor intermediário

Programador
Interruptor de uma
simples de horário
seção
com tomada

Sensor de presença
Dimmer

M
M
Relé fotoelétrico
Minuteria

B
Chave boia elétrica
Pulsador para campanha
Quadro 12 - Simbologias de dispositivos de manobra
Fonte: SENAI DR BA; SHUTTERSTOCK, 2017.
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
155

Veremos agora como identificar os dispositivos de manobra para que não ocorram erros na hora da
instalação.

7.2.3 IDENTIFICAÇÃO

Os dispositivos de manobra utilizados em instalações elétricas prediais são aqueles de fácil identifi-
cação e manuseio. São dispositivos que, normalmente, vêm com indicações de suas funcionalidades em
forma de desenho ou com explicações sobre para que serve o dispositivo.
Para que os dispositivos sejam instalados corretamente, evitando curtos-circuitos, é importante que se
observe a forma correta de alimentar seus contatos. Cada dispositivo é alimentado de uma forma, por isso
deve-se tomar cuidado com essa etapa.
A forma correta de identificar os contatos dos dispositivos será mostrada a seguir, quando falarmos dos
tipos de dispositivos de manobra, e será explicado como fazer a instalação de cada dispositivo.

7.3 TIPOS

Um bom técnico deve conhecer bem os dispositivos de manobra, suas funcionalidades e a maneira
correta de instalar cada um. Estes dispositivos têm contato direto com as pessoas e, por isso, necessitam
de atenção especial.
Contamos, hoje, com uma variedade de dispositivos de manobras para diversas funções. Vamos co-
nhecer, aqui, os tipos mais utilizados para instalações prediais, aqueles de extrema importância para um
eletrotécnico.

7.3.1 INTERRUPTORES

Interruptores são dispositivos de manobras responsáveis por fazer a interrupção da corrente de um


determinado circuito. Eles são usados em instalações prediais para comandar a iluminação através das
lâmpadas e, portanto, devem seguir algumas recomendações.

Figura 111 -  Interruptores


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
156

a) Os interruptores devem ter capacidade suficiente para suportar, por tempo indeterminado, as
correntes que passam por eles;
b) Nos cômodos, devem ser posicionados perto das luminárias que são responsáveis por acionar;
c) Em residências, devem ser posicionados perto das portas, a uma distância de 10 a 15 cm da guar-
nição.
Os interruptores contêm contatos nos quais devem ser inseridos os condutores fase e retorno, e sua
instalação deve ocorrer conforme a imagem seguinte.

Fase

Retorno
Figura 112 -  Identificação de interruptores
Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Existem diversos modelos de interruptores, que variam de acordo com a necessidade de cada cômodo.
Conheceremos as variações de interruptores mais usados em instalações prediais.

INTERRUPTOR SIMPLES DE UMA SEÇÃO

É o dispositivo de manobra composto de um contato (liga/desliga) acionado por uma tecla. O interrup-
tor de uma seção tem como principal função o comando de um ou mais pontos de iluminação, acionando-
-os simultaneamente. Quando houver a necessidade de comandar mais de uma lâmpada, estas devem ser
ligadas em paralelo, mantendo os condutores nas duas lâmpadas em comum acionando os dois contatos
ao mesmo tempo.
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
157

Figura 113 -  Interruptor simples de uma seção


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Esse tipo de interruptor é o mais comum, bastante utilizado em instalações prediais para comandar a
iluminação de quartos e banheiros, principalmente, onde só costuma existir um ponto de iluminação.

INTERRUPTOR DE DUAS SEÇÕES

Esse tipo de interruptor é composto por dois contatos (liga/desliga) com acionamento independente
um do outro. O interruptor de duas seções tem como função principal controlar dois pontos de iluminação
independentes a partir de um mesmo local.

Figura 114 -  Interruptor de duas seções


Fonte: SENAI DR BA, 2017. (Adaptado).

Esse tipo de interruptor é bastante utilizado nos cômodos em que existe a necessidade de se comandar
dois pontos de iluminação, como salas, varandas ou garagens.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
158

INTERRUPTOR DE TRÊS SEÇÕES

O interruptor de três seções é um dispositivo de manobra composto de três contatos (liga/desliga) com
acionamento independente um do outro. O interruptor de três seções tem como principal função coman-
dar três pontos de iluminação de um mesmo local, independentes simultaneamente.

Figura 115 -  Interruptor de três seções


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Esse tipo de interruptor é bastante utilizado em cômodos em que há a necessidade de se comandar três
pontos de iluminação, como grandes salas, varandas ou garagens.

INTERRUPTOR BIPOLAR

O interruptor bipolar é o dispositivo de manobra composto por uma tecla com dois contatos (liga/des-
liga). Esse tipo de interruptor é utilizado em instalações elétricas bifásicas, onde a iluminação é alimentada
por duas fases.

Figura 116 -  Interruptor bipolar


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Esse tipo de interruptor é recomendado para instalações bifásicas pela segurança que oferece quando
se faz necessário realizar a manutenção na instalação ou trocar uma lâmpada, garantindo, assim, a inexis-
tência de corrente por seccionar as duas fases.
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
159

INTERRUPTOR PARALELO OU THREE WAY

O interruptor Three Way, ou interruptor paralelo, como é conhecido, é um dispositivo de manobra com-
posto por um contato reversor36. A principal função desse tipo de interruptor é o comando de uma ou
mais lâmpadas por dois pontos diferentes, proporcionando mais comodidade ao usuário por economizar
caminhadas desnecessárias.

Figura 117 -  Interruptor paralelo


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Os interruptores paralelos devem ser instalados em dupla e de acordo com a figura seguinte. No exem-
plo a seguir, podemos ver dois interruptores paralelos fazendo o acionamento de uma única lâmpada,
podendo ser posicionados em pontos diferentes. Apenas o interruptor da esquerda é alimentado com o
condutor fase, interligando para o segundo interruptor através dos dois condutores de retorno, permitin-
do assim que a lâmpada seja acionada por qualquer um dos interruptores.

CONDUTOR FASE
CONDUTOR NEUTRO

Figura 118 -  Diagrama de ligação de interruptor paralelo


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

36  Contato reversor: contato normal aberto e fechado com ponto comum.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
160

Sua visão frontal tem a aparência de um interruptor simples. Para diferenciá-los é necessário olhar seus
contatos, onde o simples apresenta apenas dois contatos e os paralelos três. Os interruptores paralelos
são bastante utilizados em escadarias, posicionados no início e no final para comandar as lâmpadas, em
quartos, posicionados na entrada do quarto e na cabeceira da cama, ou em cômodos grandes onde há a
necessidade de comandar a iluminação por mais de um ponto.

INTERRUPTOR INTERMEDIÁRIO OU FOUR WAY

O interruptor intermediário, ou Four Way, como é também conhecido, é o dispositivo de manobra com-
posto de um conjunto de dois interruptores paralelos, com ligação interna entre eles e com apenas uma
tecla de acionamento. A principal função desse tipo de interruptor é comandar a iluminação de uma ou
mais lâmpadas em mais de dois locais. O comando das lâmpadas é feito através dos dois interruptores
paralelos e um ou mais interruptores intermediários, permitindo assim que essas lâmpadas possam ser
acionadas de diferentes pontos.

Figura 119 -  Interruptor intermediário


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Os interruptores intermediários geralmente são utilizados em grandes corredores ou grandes escada-


rias, onde se faz necessário ter o comando da iluminação em um ou mais pontos médios. Para isso, utiliza-
-se a mesma alimentação de fase, que é ramificada, permitindo que instalação funcione como o esperado.
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
161

Veja o diagrama a seguir, mostrando como fazer a ligação deste dispositivo.

FASE
NEUTRO

Figura 120 -  Diagrama de ligação de interruptor intermediário


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

No diagrama mostrado anteriormente, pudemos ver a instalação de uma lâmpada com dois interrupto-
res paralelos e um intermediário.

A utilização do interruptor intermediário requer sempre o uso de dois


paralelos, assim, estaríamos comandando uma lâmpada em três locais
CURIOSIDADES diferentes. Para aumentar o número de pontos de comando da lâmpada,
devemos aumentar o número de interruptores intermediários, manten-
do os dois paralelos.

Observando a figura anterior, notamos que o fase só é ligado ao primeiro interruptor paralelo, que se
encarrega de distribuir a alimentação para os demais componentes do sistema, permitindo assim que esta
lâmpada possa ser acionada de qualquer um dos pontos.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
162

INTERRUPTOR SIMPLES COM TOMADA

O interruptor simples com tomada é o dispositivo de manobra composto por um interruptor simples e
uma tomada de corrente. Sua principal função é o comando de uma ou mais lâmpadas e ponto de tomada
de um mesmo local.

Figura 121 -  Interruptor simples com tomada


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

O interruptor com tomada é bastante utilizado em locais onde é necessário utilização de eletrodomésti-
cos perto do interruptor, como em banheiros, por exemplo. Podem ser encontrados também interruptores
duplos com tomada.

7.3.2 DIMMER

O dimmer é o dispositivo de manobra utilizado em instalações prediais que permite a variação da ten-
são para comandar a luminosidade de uma lâmpada.

Figura 122 -  Dimmer


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Os dimmers são usados para controlar a luminosidade de lâmpadas incandescentes e não devem ser
utilizados para lâmpadas fluorescentes ou eletrônicas.
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
163

Os dimmers também são usados como forma de economizar energia, mas deve-se
ficar atento ao tipo que está sendo adquirido. Os dimmers mais antigos têm o fun-
FIQUE cionamento relacionado a um potenciômetro, que é uma carga resistiva, e para con-
ALERTA trolar a luminosidade a energia é desviada para esse potenciômetro, consumindo,
assim, a mesma quantidade de energia que consumiria com a lâmpada totalmente
acesa.

Esses dispositivos possuem um circuito eletrônico inversor, que transforma a tensão, e, ao variar a ten-
são com o dimmer, as lâmpadas acabam se apagando totalmente.

7.3.3 BOTÕES

Os botões são dispositivos de manobra bastante utilizados em instalações prediais, principalmente


para automação. Existem botões de todos os tipos, com as mais variadas funções. Conheceremos aqui
alguns dos tipos de botões.

BOTÕES DE COMANDO

Existem alguns modelos de botões utilizados para quadros de comandos elétricos, principalmente para
controle de motores. Esses botões são dispositivos de manobra com diversas características, dentre elas os
botões pulsadores37, botões seletores, botões com retenção38, botões de contato normal aberto, botões de
contato normal fechado, entre outros.

Figura 123 -  Botões de comando


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

37  Pulsador: que transmite um pulso de tensão apenas quando é pressionado.


38  Retenção: que tem um sistema para manter o botão pressionado.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
164

a) Botão pulsador: usado para emitir um pulso de tensão em determinado equipamento. Exemplo:
circuitos de comando que são necessários apenas um pulso;
b) Botão seletor: usado para selecionar o circuito que deve ser alimentado ou desligado, contando
com retenção. Exemplo: circuitos que necessitam apenas de um comando para serem acionados;
c) Botão com retenção: este tipo de botão é bastante utilizado em sistemas de emergência e sele-
tores. Ao acionar um botão com retenção ele permanece no estado acionado até que o operador
retorne para a posição inicial;
d) Botão normal aberto: é utilizado para energizar determinados circuitos. Ao ser acionado, permi-
te a passagem de corrente. O botão normal aberto pode ser com ou sem retenção;
e) Botão normal fechado: é utilizado para desligar determinado circuito. Este botão permite a pas-
sagem de corrente em seu estado inicial, desenergizando o circuito ao ser acionado. O botão
normal fechado pode ser com ou sem retenção.
Veremos agora os tipos de botões utilizados em instalações prediais.

BOTÕES PARA INSTALAÇÕES PREDIAIS

Dentre os botões utilizados nas instalações prediais, destacam-se os botões pulsadores para campainha
e para minuteria, por serem os mais utilizados neste tipo de instalação. Vamos conhecer sobre esses dois:
a) Botão pulsador para campainha: é um dispositivo de manobra composto por um contato nor-
mal aberto comandado por uma tecla. O fechamento do contato só acontece quando a tecla é
pressionada, retornando à sua posição normal quando é solta, ou seja, sem retenção. Este tipo de
botão é utilizado em acionamento de campainhas em residências.

Figura 124 -  Botão pulsador para campainha


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

A representação desse tipo de botão é feita por um símbolo de campainha em sua tecla.
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
165

b) Botão pulsador para minuteria: a minuteria é um dispositivo de manobra utilizado para co-
mando temporizado de lâmpadas. O botão pulsador de minuteria tem o funcionamento parecido
com o do botão para campainhas, sendo composto por um contato normal aberto e uma tecla
com o desenho de uma lâmpada. Pressionado o botão, a minuteria transmite um pulso de tensão
que aciona a iluminação do local por um tempo ajustado.

Figura 125 -  Botão pulsador para minuteria


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Esse tipo de dispositivo é utilizado em locais onde não é preciso ter iluminação contínua, por não haver
fluxo constante de pessoas, como corredores, escadarias, entre outros.
O botão de minuteria é representado por uma lâmpada em sua tecla.

7.3.4 CONTATORES

O contator é um dispositivo eletromecânico com acionamento eletromagnético por meio de uma bo-
bina. Este dispositivo é constituído por contatos normais abertos e normais fechados, uma bobina e um
núcleo. Podemos ver na figura a seguir exemplos de contatores utilizados em comandos elétricos.
O conjunto bobina e núcleo estabelece uma força de atração magnética que comanda os contatos
quando o dispositivo é alimentado. Os contatos normais abertos se fecham e os normais fechados se
abrem quando o contator está acionado, retornando ao seu estado inicial quando o mesmo é desativado
do sistema.

Figura 126 -  Contatores


Fonte: SENAI DR BA, 2017.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
166

Os contatores são utilizados para acionamentos elétricos de motores e na automação industrial.

7.3.5 SENSORES

Na instalação predial, os sensores apresentam-se como dispositivos de automação que acionam uma
determinada carga sem a intervenção do homem. Veremos a seguir exemplos de como os sensores podem
fazer as manobras de corrente sem que alguém esteja acionando-os. Observe a seguir os sensores utiliza-
dos na instalação predial.

SENSOR DE PRESENÇA

O sensor de presença é sensível ao movimento, muito utilizado na instalação predial para acionar auto-
maticamente cargas como lâmpadas, portões elétricos e outros. A função do sensor de presença é detectar
o movimento de massa (que emite calor), a exemplo de pessoas, animais, carros, entre outros, e fazer o
acionamento da iluminação, por exemplo.

Figura 127 -  Sensor de presença


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Esse tipo de sensor é bastante utilizado em ambientes que possuem tráfego constante de pessoas, mas
se deseja obter uma economia considerável de energia. Desse modo, evita-se deixar a luz acesa o tempo
todo.
Esse sensor encontra-se presente também em portas automáticas de supermercados e shoppings, que
têm o papel de abrir automaticamente quando detectada a presença de pessoas.
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
167

SENSOR DE LUMINOSIDADE

O sensor de luminosidade é o dispositivo de manobra que permite controlar lâmpadas através da lu-
minosidade do local. Este dispositivo é composto por um relé fotoelétrico, que capta em tempo real a
luminosidade do ambiente. Assim, é possível ligar e desligar uma carga.

Figura 128 -  Sensor de luminosidade


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

O sensor de luminosidade é muito utilizado na iluminação pública, ligando as lâmpadas dos postes no
início da noite, quando o sol se põe, e desligando pela manhã, quando o sol começa a aparecer.

SENSOR DE NÍVEL

Existem alguns sensores de nível utilizados para automação do abastecimento de água de tanques e
reservatórios. Vamos conhecer aqui um dos sensores mais utilizados em instalações elétricas, que é a cha-
ve de boia.
A chave de boia elétrica é um sensor automático que faz a detecção do nível de água, atuando confor-
me a sua fixação no reservatório. A chave de boia pode sinalizar ou alarmar o nível de água, sinalizando se
está no nível desejado e alarmando quando o nível estiver acima do máximo ou abaixo do nível mínimo. A
chave de boia é também responsável por acionar ou desativar uma motobomba.

Figura 129 -  Chave de boia


Fonte: SENAI DR BA, 2017.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
168

Chaves de boias são dispositivos muito utilizados também para acionar alarmes de nível, que são utili-
zados para serem acionados quando o nível estiver fora da faixa desejada. Quando o nível está acima do
máximo ou abaixo do mínimo, os alarmes de nível devem ser acionados pela chave de boia, alertando
assim o responsável de que algo está errado.

7.3.6 RELÉS

Em instalações elétricas contamos com o auxílio desses dispositivos eletromecânicos que nos auxiliam
no acionamento e proteção de cargas do ambiente residencial e industrial. Vamos conhecer alguns dos
relés mais utilizados para proteção e manobra em nosso cotidiano.

RELÉ TÉRMICO DE SOBRECARGA

O relé térmico de sobrecarga é um dispositivo de proteção eletromecânico utilizado para proteção de


motores contra sobrecarga, evitando o aquecimento das bobinas dos motores, que pode danificá-los.
Quando uma corrente de sobrecarga no motor é detectada, as lâminas do relé, compostas por materiais
diferentes, dilatam-se com coeficientes diferentes, o que causa um efeito de curva e aciona o relé, que des-
liga o dispositivo responsável por alimentar o motor. Com isso, o motor é desligado.

Figura 130 -  Relé térmico de sobrecarga


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2017.

Este tipo de relé é bastante utilizado em quadros de acionamentos de motores em indústrias e em


motobomba de fornecimento de água em reservatórios de prédios de apartamento, escola, hospitais, etc.
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
169

RELÉ DE IMPULSO

Os relés de impulso são dispositivos eletromecânicos constituídos de bobina, núcleos, contatos NA39
e NF40 e um sistema mecânico para alternar seus contatos quando o relé é acionado. O funcionamento
destes dispositivos consiste na aplicação de um pulso de tensão na bobina, que altera o estado de seus
contatos. O contato NA passa a ser NF e o contato NF passa a ser NA.

Figura 131 -  Relé de impulso


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Os relés de impulso são muito utilizados em instalações prediais, principalmente, para substituir inter-
ruptores paralelos e intermediários. Eles são usados para acionar lâmpadas através de botões pulsadores.
Usando o acionamento de lâmpadas por relé, podemos utilizar diversos botões pulsadores em diferen-
tes pontos, para fazer o acionamento do relé fechando os contatos abertos permitindo assim que a lâmpa-
da seja ligada. Com a utilização dos relés, economiza-se material e, pela facilidade na instalação, também
há uma economia de tempo.

7.3.7 PROGRAMADORES DE HORÁRIOS

Os programadores de horário, relé de horário ou interruptor de horário, são dispositivos de comando


que possibilitam programar, ligar e desligar circuitos elétricos a partir de um tempo preestabelecido. Estes
dispositivos são compostos por um relógio de 24 horas e contatos NA e NF, que possibilitam determinar o
ligamento ou desligamento de cargas, conforme a programação.

39  NA: normal aberto.


40  NF: normal fechado.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
170

Figura 132 -  Programador de horário


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Os programadores de horário são dispositivos eficientes, que auxiliam no gerenciamento do consumo


de energia, podendo ser instalados em edifícios, indústrias, comércios ou residências.
A programação do interruptor de horário é bastante simples e rápida e permite selecionar, entre a fun-
ção liga ou desliga, se será acionado todos os dias ou em dias da semana específicos ou outras situações,
conforme a necessidade. São, geralmente, projetados para mais de uma programação no alcance de mi-
nutos, horas, dias e semanas.

7.3.8 CONTROLADORES PROGRAMÁVEIS

Quando falamos de automação não podemos nos esquecer do controlador lógico programável, ou
CLP, como é conhecido. Esse dispositivo é um computador, programado pelo técnico, que desempenha
funções específicas e funciona como um cérebro que controla sistemas mecânicos e elétricos, principal-
mente em indústrias. Veja a seguir a estrutura física ou hardware de um CLP:
a) Entradas: parte do CLP que recebe sinais de interruptores, botões, sensores, etc.;
b) CPU: parte interna do CLP onde são processados os sinais da entrada, conforme programação
elaborada;
c) Saída: local onde é descarregado o resultado do processamento do programa elaborado para
ligação de dispositivos externos de carga, como lâmpadas, relés, contatores, etc.
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
171

Figura 133 -  Controlador lógico programável


Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2007.

Embora seu uso seja mais intenso em indústrias, o CLP vem ganhando mais espaço na automação resi-
dencial em função da grande busca por conforto e comodidade no lar. O CLP executa funções específicas,
através de um programa, e tem a função de executar processos de forma automatizada.

CPL QUADRO DE CONTATORES


Figura 134 -  Economia de espaço com uso de CLP
Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2007. SENAI DR BA, 2017.

Uma característica muito importante do CLP é a otimização do espaço, como mostrado na figura an-
terior. Os controladores são utilizados para substituir grandes quadros de comando, na maioria das vezes
acionados por contatores e que ocupam muito espaço. Um CLP tem a possibilidade de desempenhar mui-
to mais funções com uma economia de espaço muito grande.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
172

7.4 TOMADAS DE CORRENTE

Agora que já conhecemos os dispositivos de manobra e suas funcionalidades, vamos aprender sobre as
tomadas de corrente ou apenas tomadas, como são mais conhecidas.
Tomada é um ponto terminal da instalação elétrica para conexão dos plugues macho das extensões
elétricas. Ela fornece potência com níveis de tensão apropriados para ligação dos equipamentos elétricos.

Figura 135 -  Tomada de corrente


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

No Brasil foi padronizado o modelo de tomadas conforme a norma ABNT NBR 14136 - Plugues e To-
madas de Uso Doméstico, estabelecendo, assim, um modelo para todo o território nacional, baseado na
norma internacional IEC41 60906-1. Com a padronização, os modelos de tomadas brasileiras passaram a ter
3 pinos, sendo eles F42-N43-T44 ou F-F-T, que podem ser utilizados tanto em circuitos monofásicos quanto
em circuitos bifásicos.
Veremos a seguir as recomendações da norma ABNT NBR 5410:2004, que dita as regras para as insta-
lações elétricas de baixa tensão. Ao longo da seção veremos a forma correta de dimensionamento, como
identificar e os tipos de tomadas de corrente que estão presentes em nosso dia a dia.

7.4.1 APLICAÇÃO CONFORME A NORMA DA ABNT NBR 5410

A norma ABNT NBR 5410:2004 estabelece as condições para garantir o bom funcionamento das to-
madas de corrente e, assim, manter a segurança das instalações. Entre as prescrições da norma, estão as
recomendações de cores que devem conter espelhos na cor bege-palha ou branca. Estes espelhos são as
proteções que ficam na parte externa dos pontos de energia utilizados para interruptores, tomadas, etc.
Eles funcionam como uma espécie de tampa ao redor do interruptor/tomada, escondendo fios e a parte
posterior desses itens.

41  IEC: Comissão Eletrotécnica Internacional.


42  F: fase.
43  N: neutro.
44  T: terra.
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
173

A norma exige ainda que todos os plugues de tomadas sejam de três pinos, sendo eles F-N-T e que pos-
suam isolamento de 250 V, constituído de material termoplástico autoextinguível. A norma também esta-
belece corrente máxima de 20 A para tomadas de corrente, possuindo assim tomadas responsáveis pela
alimentação de dispositivos com correntes de até 10 A e outras tomadas responsáveis pela alimentação de
dispositivos com correntes até 20 A.

7.4.2 CARACTERÍSTICAS

Após a padronização das tomadas brasileiras conforme ABNT NBR 14136:2012, as tomadas de corrente
tornaram-se mais seguras e eficientes, passando a ter três plugues ligados aos condutores F-N-T, como
será mostrado mais adiante.
Com o novo padrão de tomadas, o risco de choques elétricos diminuiu bastante, graças ao recuo nos
contatos internos, evitando que o dedo toque a parte condutiva. Além disso, elas também possuem um
rebaixo no encaixe do plugue, que evita que os dedos toquem no pino da tomada ao inseri-las ou retirá-las.
Veja na figura seguinte.

Figura 136 -  Esquema de acoplamento de tomadas de corrente


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Os pinos dos condutores vivos encontram-se alinhados e não há diferenciação quanto ao tipo de liga-
ção, se monofásica ou bifásica. O pino do condutor de proteção terra apresenta um recuo em relação aos
condutores vivos.

A eletricidade, se mal utilizada, pode ser fatal. Pesquisa feita aponta que nos últimos
SAIBA anos, em média 600 pessoas morrem por acidentes envolvendo energia elétrica. Fique
por dentro de como prevenir esse tipo de acidente e conheça todas as taxas de aci-
MAIS dentes com eletricidade no site da Abracopel: Associação Brasileira de Conscientização
para os Perigos da Eletricidade.

As tomadas de 10 A e de 20 A diferem-se pela espessura dos pinos que podem comportar. Como mos-
trado na figura seguinte, as tomadas de 20 A possuem suporte com furos para pinos mais grossos do que
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
174

as tomadas de 10 A, que possuem furos com espessura de 4 mm de diâmetro; já as tomadas de 20 A têm


furos com 4,8 mm de diâmetro.

10 A

20 A

Figura 137 -  Tomadas de 10A e 20A


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Vamos agora aprender como fazer o dimensionamento correto das tomadas de corrente.

7.4.3 DIMENSIONAMENTO

O dimensionamento das tomadas de corrente deve ser feito a partir de um projeto elétrico da residên-
cia em questão. Nos casos em que não há projeto elétrico ou o projeto não está em conformidade com a
ABNT NBR 5410:2004, as tomadas devem ser dimensionadas pelo técnico responsável pela instalação.
A ABNT NBR 5410:2004 estabelece a quantidade mínima de tomadas de corrente das edificações, que
devem ser dimensionadas a partir do perímetro e área de cada cômodo, da seguinte forma:
a) Salas e dormitórios: devem conter 1 ponto de tomada para cada 5 m do perímetro. A quanti-
dade de tomadas necessárias para a sala de estar deve levar em conta os eletrodomésticos que
serão instalados;
b) Cozinha, copa e área de serviço: nestes cômodos deve ser previsto 1 ponto de tomada para
cada 3,5 m de perímetro. Na bancada da pia devem ser instaladas duas tomadas de corrente;
c) Banheiros: deve conter, pelo menos, uma tomada próxima ao lavatório;
d) Demais cômodos: em cômodos com área de até 6 m² deve ser instalado 1 ponto de tomada. Para
cômodos maiores que 6 m² deve ser instalado um ponto de tomada para cada 5 m de perímetro.
Os condutores utilizados para alimentação das tomadas de corrente são especificados pela norma NBR
5410 e devem ser usados com seções mínimas de 2,5 mm². Os condutores podem ser: FASE, que é aquele
que possui uma tensão ou diferença de potencial, ou seja, possui carga; NEUTRO, que é responsável por
alimentar as tomadas de corrente, permitindo que os equipamentos sejam ligados; e TERRA, que é respon-
sável por promover a proteção dos dispositivos ligados a estas tomadas.
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
175

7.4.4 SIMBOLOGIA

Conhecer as simbologias é sempre importante quando falamos de instalações elétricas prediais. Vere-
mos aqui as principais simbologias para tomadas de corrente.

SIMBOLOGIA
TIPO
UNIFILAR MULTIFILAR

Tomada baixa simples

Tomada média simples

Tomada alta simples

Tomada baixa dupla

Tomada média dupla

Tomada alta dupla

Quadro 13 - Simbologias de tomadas de corrente


Fonte: ABNT NBR 5444, 1989; SENAI DR BA, 2017.

O uso e conhecimento acerca das simbologias é indispensável para a segurança e melhor execução dos
projetos elétricos, garantindo que, independentemente de quem realizou o projeto, o profissional que o
executará saberá o que precisa ser feito. Veremos agora o que precisamos identificar e como fazer as iden-
tificações das tomadas.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
176

7.4.5 IDENTIFICAÇÃO

Se verificarmos a parte frontal da tomada, veremos dois pontos alinhados e um no centro, abaixo dos
outros dois. Os pontos alinhados são onde devem ser inseridos os plugues dos condutores vivos, ou seja,
onde há corrente, no ponto mais centralizado deve ser inserido o plugue do condutor de proteção.

Fase
Terra
Neutro

Figura 138 -  Identificação de tomadas de uso doméstico


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

O condutor terra deve ser inserido na tomada de corrente para fornecer a proteção necessária para
alguns aparelhos, sabendo que nem todos os aparelhos contêm o plugue de proteção, ou seja, alguns apa-
relhos continuam apresentando plugues com apenas dois pinos, a exemplo da maioria dos carregadores
de celular. A única diferença entre os plugues com dois pinos e os plugues com três pinos é que o primeiro
não possui condutor de proteção, mais conhecido como fio terra; já o segundo, possui.

Quando a rede elétrica for bifásica, no lugar onde está ilustrado para ser inserido o
FIQUE condutor neutro, deve ser inserido o outro condutor fase. Qualquer outro condutor
ALERTA que seja inserido vai interferir no funcionamento da tomada e pode até mesmo cau-
sar acidentes.

Portanto, a partir disso podemos entender a importância do terceiro pino e seu significado em um plu-
gue. Agora vamos conhecer os tipos de tomadas, suas diferenças, características e funcionalidades.

7.4.6 TIPOS

As configurações de instalação das tomadas nas residências podem ser divididas em: TUG (Tomada de
Uso Geral), que é subdividida em tomada média ou tomada baixa; e a TUE (Tomada de Uso Específico).
Vamos aprender um pouco sobre cada uma delas:
a) TUG: as tomadas de uso geral são aquelas de corrente que estão distribuídas pela residên-
cia e que não têm um aparelho específico para alimentar, contendo corrente máxima de 10 A;
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
177

Para que essas tomadas de uso geral sejam instaladas a uma altura padrão, a ABNT NBR 5410:2004
estabelece algumas distâncias de montagem em relação ao piso, são elas:
-- Tomada baixa: as tomadas baixas devem ser instaladas a 30 cm do piso.

Figura 139 -  Tomada baixa


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

As tomadas baixas são instaladas em toda a residência, principalmente em quartos e salas. Elas não
devem ser instaladas em ambientes externos ou que têm contato com água por conta do risco de choque
elétrico.
-- Tomada média: as tomadas médias devem ser instaladas a distâncias de 1,30 m a 1,50 m do chão.

Figura 140 -  Tomada média


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

As tomadas médias são bastante utilizadas em banheiros, cozinhas e ambientes externos.


-- Tomada alta: as tomadas altas devem ser instaladas a distâncias 2 m a 2,3 m do chão. Geralmente, a
definição de altura vem indicada no projeto.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
178

Figura 141 -  Tomada alta para ventilador


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Tomadas altas são muito utilizadas para aparelhos específicos, como ventiladores, monitor para câme-
ra, modem de internet, entre outros.

CASOS E RELATOS

A importância dos padrões de altura


Por conta dos acidentes quem vinham acontecendo com os alunos, uma escola no interior paulista
precisou reposicionar todos os seus dispositivos de acionamentos elétricos, ou seja, seus interrup-
tores. As crianças se acidentavam ao tentarem ter acesso aos interruptores e tomadas para ligar as
lâmpadas e “brincar” com as tomadas.
Técnicos foram convocados para analisar o ambiente e encontrar a melhor solução, já que na altura
em que estavam instalados não seguiam as recomendações das normas e facilitava o acesso das
crianças. Como medida imediata orientada pelos técnicos, a direção resolveu adequar a instituição
nos padrões estabelecidos pela ABNT NBR 5410:2004.
Após a implantação da medida e adequação aos padrões, os casos relatados dentre a comunidade
escolar foram reduzidos a zero. É importante seguir o projeto e adequar os ambientes comerciais e
domésticos às normas e leis, garantindo que a vida e a integridade física estejam em segurança.
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
179

As tomadas de uso geral são muito importantes e servem para alimentar diversos equipamentos elétri-
cos em toda a residência.
b) TUE: as tomadas de uso específico são destinadas a equipamentos que, normalmente, possuem
correntes superiores a 10 A.
Elas são dimensionadas no projeto elétrico da residência e possuem circuito específico separado das
tomadas de uso geral e com carga prevista e específica ao uso do equipamento em questão.

Figura 142 -  Tomada de uso específico para chuveiro


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

As tomadas de uso específico podem ser instaladas conforme a posição do aparelho que irão alimentar,
devendo ser instaladas a, no máximo, 1,50 m do mesmo.

Você sabia que ao redor do mundo existem 15 modelos de tomadas?


Desde o ano 1906 a IEC vem estudando a adaptação para um padrão
único de tomadas para todo o mundo. O modelo atual não foi bem acei-
CURIOSIDADES to pela comunidade mundial, entrando em vigor apenas na África do Sul
e no Brasil.
(Fonte: QUANTOS..., 2016).

Esse tipo de tomada é muito utilizado nas residências para instalação de ar-condicionado, forno elétri-
co, chuveiro elétrico, motor de portão automático, entre outros. Veja na figura seguinte uma tomada de
uso específico para alimentação de ar-condicionado.

Figura 143 -  Tomada de uso específico para ar-condicionado


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
180

No capítulo seguinte aprenderemos a implementar e a fazer a leitura dos diagramas elétricos, conhe-
cendo os tipos mais utilizados em instalações elétricas prediais. Veremos, então, a forma correta de utilizar
as simbologias aprendidas neste capítulo.

RECAPITULANDO

Neste capítulo aprendemos sobre os dispositivos de manobra de corrente e suas principais funcio-
nalidades. Vimos aqui as recomendações de acordo com as normas técnicas e a aplicação correta de
cada dispositivo. Aprendemos a identificar cada componente, conhecendo suas principais caracte-
rísticas.
Conhecemos os principais dispositivos de manobra utilizados em instalações prediais, suas princi-
pais características e aplicação, e também estudamos sobre os controladores lógicos programáveis,
tão utilizados em redes industriais.
Estudamos, ainda, sobre as tomadas de corrente, conhecendo as recomendações da norma ABNT
NBR 5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão, aprendendo a forma correta de dimensionar esses
dispositivos. Vimos como identificar as tomadas e suas principais características. Aprendemos, en-
tão, os principais tipos de instalações destes dispositivos, conhecendo o modo recomendado pelas
normas técnicas.
Por fim, vimos todas as simbologias referentes aos dispositivos de manobra e tomadas de corrente,
conhecendo as simbologias para representação unifilar e multifilar de cada componente.
7 DISPOSITIVO DE MANOBRAS E TOMADAS DE CORRENTE
181
Diagramas elétricos

Ao longo do livro aprendemos sobre os componentes de uma rede elétrica predial e suas
funcionalidades, vimos também as simbologias referentes a cada dispositivo. Mas, para que
servem todas as simbologias que aprendemos anteriormente?
As simbologias servem para serem utilizadas nos diagramas elétricos, representando, assim,
as instalações elétricas e todos os seus componentes através de símbolos gráficos para facilitar
a leitura. Os diagramas elétricos são também chamados de esquemas elétricos e servem como
guia para orientar a execução, análise, orçamento e manutenção de uma instalação.
Um diagrama elétrico nada mais é do que a representação de uma instalação elétrica por
meio de símbolos gráficos. Com a utilização de um diagrama é possível entender as conexões
dos condutores e de todos os componentes da rede que são representados com seus símbo-
los, o que torna o entendimento sobre o funcionamento dos circuitos e sobre a função de cada
equipamento presente na rede mais fácil.
Neste capítulo aprenderemos sobre os diagramas elétricos a partir das prescrições aponta-
das pela ABNT NBR 5410:2004, assim como da ABNT NBR 5444:1989, que possui as simbologias
para projetos elétricos mais utilizadas. Veremos as principais características de um diagrama,
o que é necessário identificar quando se fala de diagrama e a forma correta de se fazer isso.
Por fim, veremos os tipos de diagramas utilizados nas instalações elétricas prediais, como
elaborar cada tipo e como fazer a leitura correta. Conheceremos, ainda, as funcionalidades de
cada tipo de diagrama, concluindo qual o melhor para cada situação.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
184

Figura 144 -  Leitura de diagramas elétricos no ambiente de trabalho


Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2009.

O assunto abordado neste capítulo é de extrema importância para sua formação. Um bom eletrotécni-
co conhece as simbologias necessárias para a elaboração e leitura de um diagrama elétrico e sabe aplicar
corretamente as regras que dizem respeito aos diagramas. Portanto, o assunto tratado aqui deve ser estu-
dado e aprendido para que possa auxiliar no seu dia a dia.
Já está curioso para aprender sobre os diagramas elétricos, não é mesmo? Então, vamos lá!

8.1 APLICAÇÃO CONFORME A NORMA NBR 5410 E NBR 5444

Toda e qualquer instalação elétrica de baixa tensão deve estar de acordo com a norma ABNT NBR 5410 –
Instalações Elétricas de Baixa Tensão, por isso, é importante que a elaboração dos diagramas elétricos siga
suas recomendações para que seja assegurado o bom funcionamento da instalação elétrica.
Outra norma importante é a ABNT NBR 5444 – Símbolos Gráficos para Instalações Elétricas Prediais.
Ela regulamenta as simbologias padronizadas para os componentes utilizados nas instalações elétricas. A
ABNT NBR 5444:1989 divide as simbologias desses componentes nas seguintes categorias:
a) Dutos e distribuição: simbologias dos dutos, conduítes e componentes responsáveis por alojar
os condutores para distribuir a eletricidade pela instalação;
b) Quadros de distribuição: essa categoria contém os quadros de distribuição geral, parcial e até
mesmo a representação da caixa de medidor de energia;
c) Interruptores: contêm as simbologias referentes aos dispositivos de manobra e seccionamento;
d) Luminárias, refletores e lâmpadas: esta categoria contém as simbologias dos dispositivos de
iluminação em geral;
e) Tomadas: nesta categoria estão contidas as simbologias para tomadas de corrente e dispositivos
fixos que fazem parte de uma instalação elétrica;
8 DIAGRAMAS ELÉTRICOS
185

f) Motores e transformadores: nesta categoria podem ser encontrados símbolos que representam
motores, transformadores, geradores, entre outros dispositivos.
Os símbolos contidos na ABNT NBR 5444 vêm sendo mostrados em cada capítulo no decorrer do livro,
divididos por categorias.
A seguir conheceremos as características dos diagramas elétricos.

8.2 CARACTERÍSTICAS

Os diagramas elétricos representam em forma de desenho as instalações elétricas e seus componentes,


através de símbolos normatizados45 ou símbolos criados e legendados, para facilitar o entendimento dos
profissionais da área elétrica.

Figura 145 -  Importância dos diagramas elétricos para a montagem da rede


Fonte: PIXNIO, 2017.

Conhecer bem as simbologias e as principais características de um diagrama elétrico proporciona se-


gurança na hora de fazer a montagem de uma instalação elétrica. Seguir o projeto e conhecer a norma
garante que toda a instalação funcione perfeitamente, como deve ser.
Aprenderemos mais a fundo sobre as características dos diagramas elétricos quando estudarmos os
tipos de diagramas utilizados em instalações elétricas prediais ainda neste capítulo, aprendendo assim as
características de cada tipo de diagrama.
Vamos conhecer agora as simbologias utilizadas na criação de diagramas elétricos e o que fazer quando
não existe nas normas um símbolo para determinado equipamento.

45  Normatizados: contidos nas normas.


INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
186

8.3 SIMBOLOGIA

As simbologias utilizadas nas instalações elétricas prediais dizem respeito a todos os símbolos que pos-
sam representar os componentes elétricos de uma instalação. Eles são representados por símbolos con-
tidos nas normas ABNT NBR 5410 e ABNT NBR 5444, mas podem também conter símbolos criados, neste
caso, com a necessidade de legendas.
As simbologias usadas em instalações prediais foram divididas nas simbologias referentes a cada com-
ponente nesta unidade curricular, portanto, conhecemos neste volume as simbologias utilizadas em ins-
talações prediais para padrões de entrada, condutores elétricos, infraestrutura, dispositivos de proteção
e dispositivos de manobra e tomadas de corrente. No volume seguinte, conheceremos mais simbologias
utilizadas em instalações prediais de baixa tensão.

FIQUE Com a evolução tecnológica, muitos componentes novos ainda não possuem simbo-
logia padrão. Então, cabe ao projetista criar a própria simbologia do componente e
ALERTA atribuir-lhe legenda para que a simbologia possa ser entendida por todos.

A ABNT NBR 5444:1989 está em processo de cancelamento, mas a maioria dos símbolos utilizados em
projetos elétricos prediais está de acordo com ela, com exceção dos símbolos de equipamentos novos, não
contidos na norma.

8.4 IDENTIFICAÇÃO

Na criação de diagramas elétricos é preciso tomar cuidado para que os componentes sejam bem iden-
tificados, evitando problemas na leitura e montagem na instalação elétrica. Existem quesitos importantes
que necessitam de identificação e que devem ser seguidos conforme o quadro a seguir.

IDENTIFICAR OBSERVAÇÕES EXEMPLO

Principalmente quando se trabalha com


diagramas unifilares, a identificação do
NÚMERO DO número do circuito referente a cada
CIRCUITO condutor é de extrema importância
para que não haja confusão na hora da
montagem.
8 DIAGRAMAS ELÉTRICOS
187

IDENTIFICAR OBSERVAÇÕES EXEMPLO

É de extrema importância identificar


SEÇÃO
a seção nominal dos condutores e
NOMINAL DOS
eletrodutos presentes nos diagramas para
COMPONENTES
que sejam evitadas montagens erradas.

É importante deixar bem identificada a


simbologia dos condutores pertencentes
SIMBOLOGIA DOS a cada circuito. No caso de diagramas
CONDUTORES unifilares, devem ser identificados os
condutores presentes no interior do
eletroduto.
As simbologias utilizadas nos diagramas
devem estar de acordo com as normas ou ˆ
SIMBOLOGIA DOS
devem conter legenda para que possam
COMPONENTES
ser entendidas por qualquer técnico que
saiba fazer leitura de diagramas elétricos.
Alguns componentes possuem
simbologias que se diferenciam de
acordo com a montagem física do
equipamento, como as tomadas, por
SIMBOLOGIA DE exemplo. Neste caso, os equipamentos
ACORDO COM A devem ser identificados de acordo com
MONTAGEM a altura e a posição de montagem. Esta
necessidade se dá, principalmente, em
diagramas unifilares, que são os utilizados
em projetos elétricos, pois exigem mais
precisão das informações.
Devem ser identificados nos esquemas
as potências dos pontos de luz e também
POTÊNCIA DE de tomadas de corrente que possuam
PONTOS DE LUZ potência acima de 100 VA. As potências
E TOMADAS DE em esquema unifilar devem ser indicadas
CORRENTE em VA, já em esquemas multilifares e
funcionais devem ser indicados em W,
como são popularmente comercializados.

Quadro 14 - Identificação de diagramas elétricos


Fonte: SENAI DR BA, 2017.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
188

Os desenhos e esquemas devem transmitir o objetivo, funcionamento e realidade física de uma insta-
lação elétrica.

CASOS E RELATOS

A importância da identificação nos diagramas


Cláudio Barreto e João Lima são dois eletrotécnicos que têm uma empresa de instalações prediais
na cidade de São Luís, no Maranhão. João é o encarregado de fazer os projetos elétricos e Cláudio de
fazer a montagem da instalação, juntamente com os eletricistas auxiliares.
Certo dia, João estava fazendo o projeto de uma residência e não se atentou para o posicionamento
dos componentes e para a identificação das seções dos condutores e do eletroduto na elaboração
do diagrama unifilar.
O projeto foi encaminhado para que Cláudio, que executou a instalação com as dimensões mínimas
(já que não havia nele a indicação das seções), sendo 1,5 mm² para condutores e eletrodutos de 16
mm de diâmetro. Ao fazer a introdução dos condutores nos eletrodutos aconteceu de muitos eletro-
dutos ficarem superlotados, não suportando a quantidade de condutores presentes.
Diante disso, Cláudio resolveu entrar em contato com João para esclarecer o que estava no projeto.
João foi imediatamente ao encontro de Cláudio para consertar os erros e evitar maiores complica-
ções, como a ligação de componentes potentes com condutores de 1,5 mm², que poderiam causar
um acidente.
Quando for fazer um projeto elétrico ou montagem de um diagrama em uma instalação predial,
lembre-se de tomar cuidado com as prescrições das normas e dos itens que precisam ser identifica-
dos corretamente para que não haja complicações.

Na figura seguinte podemos ver a representação de uma planta elétrica residencial, montada com dia-
grama unifilar, com as simbologias adequadas.
2 2 4

2.5 2.5 2.5

600W
600W
4
2 2

2
4

2 2.5
QD1
Cozinha 5
2.5
6 600W
7.24 m²
4 5
1 1 2 1 4 5 6
1a 1a 1a 1b 2.5
100 a 60 a 60 a 100
2.5 2.5

1 5
a 1
1 4 5 6
1 a bg 4 5
4 5 6
a 2.5 2.5
1 2.5
2.5

2
2
Sala estar/ jantar

a
a g

g
18,25 m² QD1
a
5
2 2 2
2 3 7
2.5 2.5 2.5
2.5 6
1 2

2
2
6
2 1c
2.5
Dormit. 01 100
1 2.5
10,50 m² 2.5 1
c 1 3 Dormit. 02

Fonte: SENAI DR BA, 2017.


c
1d d
100 f 8,75 m² 1g 600W
f 2.5 100
d

3
6

2.5
3
e 3
3 6

Figura 146 -  Planta de instalação elétrica residencial


1 3 7 2.5
1 Área Serviço 600W 2.5
2.5 6 1 1f 3.24 m²
100 6
1 2 e 600W 1 3
d 3
2.5

3
2.5

5
2.
1e
100 3
1d
60 7 2.5
2
6
4500W
2.5

2
2
3

7
Sanit.
3,18 m² CHG
8 DIAGRAMAS ELÉTRICOS

2.5
189
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
190

Pudemos ver na figura anterior os componentes bem identificados e representados com simbologias,
conforme a norma ABNT NBR 5444:1989 para instalações elétricas prediais. Uma instalação bem identifica-
da economiza tempo e trabalho na hora da montagem.
Vamos conhecer agora os tipos de diagramas usados no dia a dia.

8.5 TIPOS

Existem alguns tipos de diagramas que facilitam a compreensão das instalações elétricas. Em um pro-
jeto elétrico, devemos representar as instalações elétricas de forma clara. A seguir, veremos os tipos mais
utilizados de diagramas elétricos e qual o mais indicado para cada utilização.

Você sabia que os diagramas são universais? Se você souber construir


e fazer a leitura de um diagrama aqui no Brasil, será capaz de fazer da
CURIOSIDADES mesma forma em qualquer país, tendo apenas que se adaptar às simbo-
logias de cada país.

Em projetos elétricos podemos utilizar alguns tipos de diagramas que facilitam a comunicação entre o
projetista e o instalador, como os diagramas unifilares, multifilares e funcionais, que são bastante utilizados
no nosso dia a dia. Veremos a seguir as particularidades de cada um.

8.5.1 DIAGRAMA UNIFILAR

O diagrama unifilar ou esquema unifilar, como também é conhecido, é a representação simplificada, em


forma de desenho, de uma instalação elétrica. Na construção de um diagrama unifilar é necessário deixar
claro algumas informações. Veremos a seguir quais são as mais importantes:
-- Linhas representando os eletrodutos;
-- Condutores indicados com simbologia unifilar;
-- Indicação da seção nominal dos condutores acima de 1,5 mm²;
-- Diâmetro dos eletrodutos;
-- Número do circuito a que pertencem os condutores;
-- Potência dos componentes inseridos no diagrama. Exemplo: tomadas de corrente, pontos de ilumi-
nação, entre outros.
A seguir temos a representação de um esquema unifilar contendo um interruptor e uma lâmpada, na
qual podemos ver as indicações dos condutores presentes no interior do eletroduto responsáveis por ali-
mentar o circuito e ligar a lâmpada.
8 DIAGRAMAS ELÉTRICOS
191

-1-
a
-1- 20W

a Condutor retorno
Condutor fase
Condutor neutro

Eletroduto

Figura 147 -  Esquema unifilar de instalação de interruptor simples com uma lâmpada
Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Os diagramas unifilares, geralmente, representam a posição física dos componentes em uma instalação
elétrica, mas sua organização não reproduz com clareza o funcionamento e a sequência funcional do cir-
cuito. O técnico responsável pela instalação deve sempre observar as necessidades do cliente e inserir os
componentes de uma maneira que atenda melhor essas necessidades. Um exemplo disso é a instalação de
pontos de tomadas de corrente em quartos. Se o técnico observar a necessidade de maior concentração
desses pontos em determinada região de acordo com a necessidade do cliente, eles devem ser inseridos.

Os esquemas unifilares são bastante utilizados em projetos elétricos prediais. Leia o


SAIBA livro: LIMA FILHO, Domingos Leite. Projetos elétricos prediais. 12. Ed. São Paulo: Sa-
MAIS raiva, 2014. Neste livro você pode aprender mais afundo sobre a construção deste tipo
de esquema.

Veremos outro exemplo de esquema unifilar. A figura a seguir mostra a representação unifilar de uma
instalação de tomada simples. Podemos ver no exemplo seguinte um eletroduto contendo os condutores
referentes a uma instalação de tomada baixa simples, pertencente a um circuito de número 2 do projeto.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
192

-2-

-2-
2,5 mm2 Retorno
Condutor terra
Condutor fase
Condutor neutro
Eletroduto

Figura 148 -  Esquema unifilar de instalação de tomada simples


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

O diagrama unifilar é o tipo mais utilizado nas instalações elétricas prediais, principalmente nos pro-
jetos elétricos, pois gera uma economia de espaço muito grande no diagrama. Cada traço, no diagrama
unifilar, representa um eletroduto e nele pode conter diversos condutores indicados de acordo com a
simbologia de cada tipo e com a especificação do circuito referente, sempre em conformidade com a ABNT
NBR 5410:2008, podendo representar assim vários circuitos com poucos traços.

8.5.2 DIAGRAMA MULTIFILAR

O diagrama multifilar ou esquema multifilar, como também é conhecido, representa em detalhes uma
instalação elétrica, mostrando todos os condutores e contatos dos componentes contidos na instalação.
Cada componente presente em um diagrama multifilar é indicado na forma de símbolos e cada traço re-
presenta um fio a ser utilizado na ligação dos componentes.
A imagem seguinte mostra a ligação de um esquema multifilar para um interruptor simples e uma lâm-
pada, mesmo exemplo mostrado anteriormente com esquema unifilar. Na imagem podemos identificar a
representação das duas linhas indicando os condutores fase e neutro que são conectados aos componen-
tes S1 e H1, que são um interruptor e uma lâmpada, respectivamente. Os componentes utilizados neste
tipo de diagrama utilizam a simbologia multifilar, como mostrado no exemplo a seguir.
8 DIAGRAMAS ELÉTRICOS
193

FASE
NEUTRO

S1 H1
Figura 149 -  Esquema multifilar de instalação de interruptor simples com uma lâmpada
Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Depois de vermos a representação da instalação de uma lâmpada com interruptor, prosseguiremos


com a representação multifilar da instalação de tomada simples, mesmo exemplo mostrado anteriormen-
te com esquema unifilar. Veja a figura a seguir.

FASE
NEUTRO
TERRA

Figura 150 -  Esquema multifilar de instalação de tomada simples


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

Na imagem anterior pudemos identificar a representação das três linhas indicando os condutores fase,
neutro e terra que são conectados à tomada, mostrando a ordem correta de alimentação deste compo-
nente. A representação dos componentes em esquemas multifilares devem ser sempre com simbologia
multifilar.
O esquema multifilar é utilizado para representar pequenos circuitos de modo que fiquem mais claros
no projeto, porém, circuitos elétricos muito extensos acabam ficando muito confusos por conta da quan-
tidade de linhas que devem ser inseridas para a sua representação. Em um projeto elétrico residencial, se
fôssemos representar de forma multifilar, cada condutor deveria ser representado com um traço, o que
seria impossível em alguns casos pela quantidade de circuitos que contém.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
194

8.5.3 DIAGRAMA FUNCIONAL

O diagrama funcional ou esquema funcional, como também é conhecido, é a representação do sistema


elétrico em forma de desenho, mostrando os detalhes dos componentes presentes da instalação.
O diagrama funcional é usado quando se deseja representar uma determinada fração da instalação de
maneira que essa fique mais simples, ou para explicar detalhadamente a alunos que não conhecem as sim-
bologias unifilares e multifilares de cada dispositivo. Os componentes inseridos em um esquema funcional
são representados em fotografias ou desenhos do componente real.
O diagrama funcional permite interpretar com clareza e rapidez o funcionamento dos circuitos. O es-
quema do diagrama funcional não se preocupa com a posição física dos componentes, sendo representa-
do por meio de linhas retas.
A seguir podemos ver a representação em esquema funcional da ligação de uma lâmpada acionada
por um interruptor simples, mesmo exemplo mostrado anteriormente com esquema unifilar e multifilar.

FASE
NEUTRO

Figura 151 -  Esquema funcional de instalação de interruptor simples com uma lâmpada
Fonte: SENAI DR BA, 2017.

No exemplo anterior pudemos notar a grande semelhança entre o esquema funcional e multifilar. Pu-
demos ver a representação dos condutores fase e neutro, cada um representado por uma linha, assim
como mostrado no multifilar, sendo conectados aos componentes.
As imagens e desenhos dos componentes mostrados no diagrama funcional representam os equipa-
mentos exatamente como eles são encontrados à venda no mercado.

Equipamentos novos no mercado podem apresentar características de instalações


FIQUE diferentes. Normalmente, há diagramas funcionais que indicam a forma de monta-
ALERTA gem para que fique mais simples o entendimento, portanto, é importante pesquisar
em catálogos de fabricantes ou sites de atualidades.
8 DIAGRAMAS ELÉTRICOS
195

Veremos na figura a seguir mais uma representação em esquema funcional, dessa vez da instalação de
tomada simples, mesmo exemplo mostrado anteriormente com esquema unifilar e multifilar.

FASE
NEUTRO
TERRA

Figura 152 -  Esquema funcional de instalação de tomada simples


Fonte: SENAI DR BA, 2017.

No exemplo mostrado anteriormente pudemos ver a representação dos condutores fase, neutro e terra,
cada um representado por uma linha independente ligada diretamente ao componente. Os componentes,
neste tipo de diagrama, são ilustrados como explicado anteriormente, em forma de desenho ou imagem
real do componente.
Este tipo de esquema é utilizado apenas para ilustrar, eventualmente, algum circuito de forma que
fique mais fácil o entendimento da instalação.
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS - VOLUME I
196

RECAPITULANDO

Neste capítulo aprendemos sobre os diagramas elétricos e a importância deles para as instalações
elétricas. Saber montar um diagrama elétrico e saber fazer a leitura e interpretação são de extrema
importância para um eletrotécnico.
Vimos aqui as prescrições da norma ABNT NBR 5410 para o uso de diagramas elétricos nas instala-
ções de baixa tensão e também vimos as categorias de símbolos presentes nas normas ABNT NBR
5444 e ABNT NBR 5410. Os símbolos referentes a cada componente de instalações elétricas prediais
já foram estudados nos capítulos anteriores. Pudemos aprender neste capítulo como inserir esses
símbolos nos projetos de diagramas unifilares, multifilares e também nos diagramas funcionais.
Aprendemos, ainda, o que é preciso identificar na hora da elaboração e leitura de um diagrama elé-
trico e quais as características mais importantes dos diagramas.
Por fim, conhecemos os tipos de diagramas elétricos utilizados para nos auxiliar na montagem das
instalações elétricas, que são: diagrama unifilar, multifilar e funcional, aprendendo as particularida-
des de cada tipo.
Chegamos ao fim deste volume e pudemos concluir que os conhecimentos adquiridos são de suma
importância para a formação de um bom profissional eletrotécnico.
Aprenderemos no volume seguinte sobre as características, simbologias e como fazer a identificação
e dimensionamento de outros dispositivos presentes em instalação elétricas prediais, como os dis-
positivos de comunicação e segurança patrimonial e os dispositivos de iluminação.
Bons estudos.
8 DIAGRAMAS ELÉTRICOS
197
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upcoming_project_at_JTF_Guantanamo_Camp_6.jpg>. Acesso em: 18 out. 2017.
MINICURRÍCULO DO AUTOR

HEBERT VINÍCIUS SANTOS GALVÃO


Hebert Vinícius Santos Galvão é graduando em Engenharia Elétrica pela Universidade Salvador
(UNIFACS); técnico em eletrotécnica pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI);
possui Curso de Layout em AutoCAD; Curso de Acionamentos Elétricos; atua como eletrotécnico
predial; monitor das matérias de Cálculo I e II na Instituição UNIFACS; representante de Engenha-
ria Elétrica do CREA Júnior na Instituição UNIFACS; desenvolve trabalhos em CAD e programação
de comandos para automação. Atuou como coordenador de Engenharia Elétrica durante a Sema-
na de Engenharia (Evento realizado anualmente na UNIFACS). Desenvolveu o Projeto de Iniciação
Científica de Eficiência Energética e foi vencedor do Prêmio Mérito Acadêmico 2015 (Prêmio ofe-
recido aos três melhores alunos de cada curso da UNIFACS).
ÍNDICE

A
Al 89
Amperímetro 63, 64, 66

B
Bitolas 120
Bornes 85

C
Combustão 135
Cônico 46
Contato reversor 159
Cooper Alliance 130
Corrente nominal 136, 137, 138, 140, 142, 145
Cu 88

D
Déficit 130

E
Embutidos 122
EPI 44

F
F 172, 173

G
Galvanômetros 63

I
IEC 87, 145, 172

L
Lineares 62, 68

M
Maleabilidade 111
Manobra 143, 147

N
N 172, 173
NA 169
NBR 20, 21, 22, 31, 35, 36, 38
NF 169
Normatizados 185

O
Ohmímetro 63, 65
Olhal 85, 86
Oxidados 46, 47, 52

P
Pontalete 36
Pulsadores 163, 164, 169
PVC autoextinguível 121

Q
Queimar 141, 142

R
Ramal 114, 115, 120
Rebarba 53
Rebites 56
Retenção 163, 164

S
Seccionar 115
SEP 24
Sobrecarga 76
Sulcos 49
Superaquecer 80
Suscetíveis 80

T
T 172, 173

V
Voltímetro 63
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo

Luiz Eduardo Leão


Gerente de Tecnologias Educacionais

Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo


Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Catarina Gama Catão


Apoio Técnico

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DA BAHIA

Ricardo Santos Lima


Coordenador do Desenvolvimento dos Livros no Departamento Regional da Bahia

Hebert Vinícuis Santos Galvão


Elaboração

Edeilson Brito Santos


Pedro Raimundo Soares da Conceição
Revisão Técnica

Edeilson Brito Santos


Coordenação Técnica

Marcelle Minho
Coordenação Educacional

André Luiz Lima da Costa


Igor Nogueira Oliveira Dantas
Coordenação de Produção

Paula Fernanda Lopes Guimarães


Coordenação de Projeto

Bruno Pinheiro Fontes


Monique Ramos Quintanilha
Thaís Araújo Soares
Design Educacional

Regiani Coser Cravo


Revisão Ortográfica e Gramatical

Alex Ricardo de Lima Romano


Antônio Ivo Ferreira Lima
Daniel Soares Araújo
Fábio Ramon Rego da Silva
Thiago Ribeiro Costa dos Santos
Vinicius Vidal da Cruz
Ilustrações e Tratamento de Imagens

Nelson Antônio Correia Filho


Fotografia

Alex Ricardo de Lima Romano


Antônio Ivo Ferreira Lima
Leonardo Silveira
Vinicius Vidal da Cruz
Diagramação, Revisão de Arte e Fechamento de Arquivo

Renata Oliveira de Souza CRB - 5 / 1716


Normalização - Ficha Catalográfica

Regiani Coser Cravo


Revisão de Diagramação e Padronização

Carlos Eduardo Gomes


Francisco Flávio Rocha Palácio
Thiago José Victor
Comitê Técnico de Avaliação

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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