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LEGISLAÇÃO
1. LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
1.1 Profissional
1.2 Atuação
1.3 Condições de Trabalho
1.3.1 Empregado Celetista
1.3.2 Empregado Doméstico
1.3.3 MEI – Microempreendedor Individual/Diarista/Autônomo
1.3.3.1 Como abrir um MEI?
1.3.3.2 Vantagens de ser um MEI
2. LEGISLAÇÃO DA CRIANÇA
2.1 Base Constitucional/Vulnerabilidade Infantil
2.2 ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente
2.2.1 Garantia à Sobrevivência
2.2.2 Garantia ao Desenvolvimento Pessoal e Social
2.2.3 Garantia à Integridade Física, Psicológica e Moral
2.2.4 Garantia à Convivência Familiar e Comunitária x Equiparação do Filho Adotado
2.2.5 Canais de Denúncia
4. LEGISLAÇÃO PENAL
4.1 ECA - Dos Crimes Contra a Criança e Adolescente (Artigo 225 ao 244 do ECA)
4.2 Código Penal (CP) – Considerações sobre garantidor
1. LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
1.1 Profissional
1.2 Atuação
As atividades são exercidas nas seguintes condições: empregado com carteira assinada
(celetista), no contexto de empregado doméstico ou empregado de pessoa jurídica, prestador de
serviços como Microempreendedor Individual (MEI/diarista), horista ou folguista.
A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) é a principal norma trabalhista e traz conceitos
e previsões importantes para o trabalhador.
Nela conhecemos o conceito de empregado que esta previsto no artigo 3º:
“Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Parágrafo único - Não haverá distinções
relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e
manual.”
Nesse sentido, temos então que, sempre que uma pessoa física, trabalhar de maneira
contínua (3 vezes na semana ou mais), cumprindo ordens, recebendo salário pela prestação e com
pessoalidade, ou seja, sem possibilidade de substituição, é considerado empregado celetista.
PESSOALIDADE
SUBORDINAÇÃO
• Ter sua carteira de trabalho, devidamente assinada (48h após a entrega da mesma).
• Receber o salário mínimo da categoria (hoje – 2022 – R$ 1.100,00 – salário mínimo
vigente – sendo a média no Rio de Janeiro R$ 1.500,00 mensais)
• 13º salário ( 2 parcelas, sendo a 1ª paga entre fevereiro e novembro e a 2ª até 20 de
dezembro)
• Férias integrais, com acréscimo de 1/3 sobre ( a cada 12 meses trabalhados )
• Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos
• Descanso remunerado aos feriados ou pagamento em dobro ou folga compensatória
• Licença maternidade/paternidade (120 dias a partir da data do nascimento do bebê, em
alguns casos 180 dias para a mãe e 5 dias para o pai, sendo em alguns casos 20 dias –
Programa Empresa Cidadã)
• Estabilidade provisória à gestante (desde a confirmação da gravidez até 05 meses após o
parto)
• Irredutilidade salarial
• Inscrição na previdência social - INSS e respectiva contribuição (o repasse é de TOTAL
responsabilidade do empregador, sendo descontando em folha todo mês).
• Vale-transporte
• FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (8% do salário bruto pago ao trabalhador,
sendo que para o empregado doméstico há um acréscimo de 3,2% destinada à
indenização compensatória da perda do emprego, sem justa causa ou por culpa do
empregador)
• Jornada de Trabalho: normalmente 44h semanais/8h por dia.
• Horas extras (50% do valor normal, normalmente no máximo de 2 horas diárias,
respeitando o intervalo interjornada, sendo exceção 4 horas num dia – necessidade
imperiosa).
• Intervalo Intrajornada: intervalo para repouso ou alimentação em labor superior a 6
horas (mínimo de 1 hora e máximo de 2 horas).
• Intervalo Interjornada: intervalo entre turnos (mínimo de 11 horas de duração – visa
garantir a saúde e bem estar do trabalhaddor)
• Banco de Horas (nunca superior a 10h diárias, compensação dentro de 6 meses se o
contrato for individual e 12 se coletivo meses)
• Adicional noturno (22:00h a 5:00h - 20% no valor da hora trabalhada pela prestação de
serviço durante o período da noite)
• Seguro-desemprego (em demissões sem justa causa o empregado recebe de 3 a cinco
parcelas, a depende do tempo de empresa
• Aviso Prévio (até 12 meses de contrato = 30 dias, acrescentando 3 dias a cada ano a mais
de trabalho, até o máximo de 90 dias)
• Abono salarial (para o empregado que recebe até 2 salários mínimo, desde que
trabalhado ao menos 30 dias do ano base)
Faixa de salário Alíquota Alíquota
Aplicada Efetiva
Até um salário-mínimo 7,5% 7,5%
(R$ 1.212,00 em 2022)
De R$ 1.212,01 a R$ 9% 7,5% a
2.427,35 8,25%
De R$ 2.427,36 a R$ 12% 8,25% a
3.641,03 9,5%
De R$ 3.641,04 a R$ 14% 9,5% a
7.087,22 (Teto do INSS em 11,69%
2022)
1.3.2 Empregado Doméstico/Lei Complementar 150/2015 c/c artigo 7º da CRFB/88
Houve um grande crescimento da procura pela formalização por meio do registro como
MEI – Microempreendedor Individual, tendo em vista o grande número de desempregos, em especial
em 2020.
Trabalhar por conta própria, descobrir novos talentos e habilidades profissionais que
nem nós mesmos sabíamos que tínhamos, é uma oportunidade de brilhar, poder atender mais clientes
ou ter vantagens para seu negócio, como por exemplo descontos para compra de insumos, linha de
crédito nos bancos ou emissão de nota fiscal.
Além de, ter direitos aos benefícios do INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, já que
contribui ao referido órgão.
O INSS é um órgão do governo que garante proteção aos contribuintes através do
reconhecimento dos seus direitos como: aposentadoria por idade ou invalidez, salário-maternidade,
auxílio-doença, auxílio reclusão e pensão por morte.
Os citados direitos são conhecidos como benefícios previdenciários e todo
empreendedor que se torna MEI passa a ter cobertura para e seus dependentes.
Não existe atividade de cuidador infantil no MEI, assim, em organizações como creches,
escolas, shoppings, clubes, berçarios, ou até em domicílio residencial, os quais o trabalho é realizado
nas condições de empregado, ou seja, de forma contínua, pessoal, cumprindo ordens e recebendo
salário por isso, a relação será sempre de trabalho regida pela CLT.
De toda sorte, é possível se registrar com outras atividades similares, como por exemplo,
diarista independente (código 9700-5/00), porém somente no âmbito doméstico, e desde que o
profissional não labore no mesmo local por mais de 2 (dois) dias na semana e nas condições já
expostas.
Para o profissional da área de cuidador infantil que pretende cuidar de crianças em sua
própria residência, deverá procurar um contador de confiança e abrir uma empresa com
CNAE 8511-2/00 (educação infantil/creche) buscando o respectivo alvará para exercer a
atividade. Nesse, é destinado ao desenvolvimento integral da criança, em geral até 3 anos.
Normalmente para o quantitativo de crianças para cada cuidador infatil na creche segue
dessa maneira:
• 0 a 2 anos = cada 6 a 8 crianças = 1 cuidador infantil,
• 3 anos = 15 crianças = 1 cuidador infantil,
• Acima de 4 anos = 20 crianças
2 LEGISLAÇÃO DA CRIANÇA
O Brasil é hoje um Estado Democrático e Social de Direito, que tem como fundamento
maior de todo o ordenamento jurídico, o princípio da dignidade da pessoa humana.
Esta garantia representa uma das premissas mais importantes promulgadas pela
Constituição Federal de 1988, que surgiu com intuito de abater o militarismo e com eles crimes
desumanos que ocorriam na época.
Assim, influenciada pelo horizonte da democracia e da liberdade, prescreveu que todo
cidadão tem o direito de receber a tutela/proteção do Estado, e é este que caberá a realização e
efetivação de políticas públicas para todos os cidadãos.
Nesse sentido, a análise acerca da base da proteção à criança é fundamental ao
profissional da área, visto que esse possui grande participação e responsabilidades no processo de
desenvolvimento infantil.
O objetivo do presente material, não é o esgotamento do tema, mas sim trazer
principais temas e pontos mais relevantes sobre o assunto.
De certo que, as crianças necessitam de tratamentos “especiais”, já que evidentemente
não possuem capacidade de autodefesa.
Assim, o conceito de vulnerabilidade pode ser entendido como condição de risco que o
indivíduo se encontra, mediante sua fragilidade.
A vulnerabilidade infantil atinge vários pontos da vida social da criança, são evidências
causadas por transtornos mentais e emocionais, que pode ter efeito duradouro na vida dos indivíduos
afetados, podendo também causar problemas maiores na vida adulta por carregar tais problemas por
diversas fases da vida, principalmente desde a sua infância.
Neste diapasão, há obrigação legal e moral do estado e da sociedade como um todo pela
proteção dessas crianças “indefesas”.
No ordenamento constitucional, artigo 227, é previsto que:
“É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”
Assim, o cuidador infantil possui todos esses deveres para com a criança/adolescente que
estiver sob seus cuidados.
A educação é a base para um mundo melhor, por isso, é dever do Estado e de toda a
sociedade possibilitar o acesso de crianças e adolescentes à educação de qualidade.
E ainda, para além das escolas, também é de direito dos pequenos o acesso à cultura para
um desenvolvimento pessoal e social que permita que eles se insiram e tenham voz na sociedade.
Contudo, não só a cultura e educação no ambiente externo são ferramentas e
impulsionamento infantil para desenvolvimento próprio e em sociedade.
A estimulação adequada às diferentes idades facilita o fortalecimento de vínculos de
afeto, que, por sua vez, cria uma intimidade, confiança e segurança que ajuda a criança a progredir no
seu desenvolvimento.
Tal garantia está consagrada nos artigos 227 da CRFB/88 c/c artigo 53 do ECA, ligado
diretamente com a dignidade da pessoa humana, também é um direito fundamental.
O cuidador infantil não atua como um profissional que lida com a criança: ele é um agente
que ajuda os pais – pela conversa e pela demonstração – a interagir de forma cada vez mais adequada
com seus filhos, bem como a avaliar o impacto dessa interação, de maneira a se comunicar e brincar de
maneira cada vez mais harmoniosa.
Promover um desenvolvimento pessoal e social da criança de maneira saudável é
essencial para um futuro promissor do nosso país.
Previsto nos artigos 227 da CRFB/88 e artigo 17 do ECA – é baseada em uma educação
interligada ao vínculo afetivo e não agressão física e desrespeito.
O cuidador deve proteger a criança e adolescente de abusos, agressões e bullying,
contribuindo para o crescimento deles livre de traumas e medos, apoiando psicologicamente e
assitencialmente sempre que preciso.
Um exemplo de reforço para a efetividade dessa garantia é a famosa “Lei da Palmadinha”
(Lei nº 13.010/14), que tem o objetivo de conscientizar as pessoas dos direitos da criança e do
adolescente, contra o abuso e violência física como desculpa para “educar”.
A defesa da integridade da criança nesse sentido tem relação direta com a liberdade,
respeito e dignidade.
Insta ressaltar sobre a proibição do trabalho infantil, também prevista no ECA e na
CRFB/88:
“É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de
aprendiz.” (ECA, artigo 60)
Diz respeito a moradia digna no seio familiar natural, e caso não seja possível, externa.
É também um direito fundamental descrito no artigo 5º da CRFB/88 e ECA, face a
promoção e proteção dos direitos humanos, no tocante às relações familiares, a Constituição Federal
rompe com o anterior tratamento diferenciado e discriminatório dado aos filhos em razão da origem do
nascimento ou das condições de convivência dos pais, determinando a equiparação de filhos havidos
ou não da relação do casamento ou por adoção (Art. 227 §6º).
Nesta esteira de raciocínio, ao Estado compete assegurar a assistência à família na pessoa
de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir violências no âmbito de suas relações.
Portanto, caso o cuidador infantil note algum ato ainda que apenas suspeito de maus-
tratos à criança ou adolescente, o mesmo possui o dever legal de denunciar – Artigo 13 do ECA.
DISQUE
• Disque Direitos Humanos: 100 (O Número da Secretaria de Direitos Humanos recebe denúncias
de forma rápida e anônima e encaminha o assunto aos órgãos competentes no município de origem
da criança ou do adolescente. Disque 100 de qualquer parte do Brasil. A ligação é gratuita, anônima
e com atendimento 24 horas, todos os dias da semana).
• Polícia Militar: 190 (polícia fardada, responsável pela segurança da população e por impedir
que crimes ocorram. A ligação também é gratuita de todo o país, com atendimento 24
horas, todos os dias da semana).
• Polícia Rodoviária Federal: 191 (fiscaliza e faz policiamento ostensivo das rodovias federais,
as BRs, recebendo denúncias de casos de violência sexual de crianças e adolescentes nas
estradas brasileiras, 24h, todos os dias da semana, sendo a ligação gratuita de todo o país.)
• Polícia Federal: 194 .
• Polícia Civil: 197 (polícia que atua depois que um crime ocorre, buscando esclarecer o que
aconteceu, registra as ocorrências, coleta informações e elabora o inquérito policial.
Ligação gratuita de todo país, com atendimento 24 horas, todos os dias da semana).
Outrossim, existem aplicativos gratuitos que auxiliam para reazlização das denúncias:
PROTEJA BRASIL
O que é: aplicativo gratuito para fazer denúncias, localizar os órgãos de proteção nas principais
capitais e ainda se informar sobre as diferentes violações. As denúncias são encaminhadas
diretamente para o Disque 100. O aplicativo também recebe denúncias de locais sem acessibilidade,
de crimes na internet e de violações relacionadas a outras populações em situação vulnerável.
Contato: baixe o aplicativo na App Store ou no Android Market, buscando por "Proteja Brasil".
SAFERNET
O que é: organização social que recebe denúncias de crimes que acontecem contra os direitos
humanos na internet, incluindo pornografia infantil e tráfico de pessoas.
Contato: denuncie no site safernet.org.br.
3.1.1 Acessibilidade
Atitudes que ajudam a criança ou adolescente na inclusão social, sendo definida como
um o conjunto de práticas interpessoais que se traduzem em condutas no sentido de diminuir diferenças
e eliminar barreiras sociais entre as pessoas. Esta dimensão da acessibilidade merece atenção especial,
pois tão importante quanto ter “as coisas” acessíveis, é que as pessoas tenham atitudes acessíveis.
Para isso é necessário que, entendamos um pouco mais das necessidades deles como:
Como abordar uma pessoa com deficiência visual? Seguro no braço? Ofereço meu braço? Como
empinar uma cadeira de rodas para vencer um pequeno degrau? Dentre outros.
3.1.1.2 Acessibilidade Arquitetônica
Eliminação de barreiras presentes nas políticas públicas (leis, decretos, portarias, normas,
regulamentos, entre outros).
3.1.1.6 Acessibilidade nas comunicações
• Prioridade em atendimentos
• Se não tiver como garantir a sua renda, tem direito a receber um salário-mínimo por mês e
também tem direito à aposentadoria especial, com redução do período de contribuição, de acordo com
o grau de deficiência.
• Os estacionamentos públicos e privados devem reservar ao menos 2%
das vagas para deficientes. Em caso de locais com capacidade para menos de 100 veículos, pelo menos
uma vaga deve ser destinada para esse público
• Acesso gratuito aos transportes públicos
• Assento preferencial nos transportes públicos
• Estacionamento gratuito, sem necessidade de pagar para parar em locais públicos ou regiões
que cobram taxas.
• Isenção de IPI, IOF e ICMS na compra de carro novo, existe a isenção de alguns impostos, como
IPI, IOF E ICMS.
• Os serviços de saúde pública devem oferecer a habilitação e a reabilitação para qualquer tipo de
deficiência, inclusive, para melhorar a qualidade de vida da pessoa portadora de necessidades especiais.
• Acesso à próteses, órteses, meios auxiliares de locomoção e os medicamentos que sejam
necessários.
• Os planos de saúde são obrigados a garantir à pessoa com deficiência, pelo menos, todos os
serviços ofertados aos demais clientes, não podendo haver qualquer tipo de discriminação ou
cobrança diferenciada em razão da sua condição.
• Educação com adaptações necessárias para garantir um aprendizado em condições de
igualdade, promovendo a sua autonomia, sem quaisquer cobranças a mais por isso.
4. LEGISLAÇÃO PENAL
4.1 Dos Crimes Contra a Criança e Adolescente (Artigo 225 ao 244 do ECA)
Existe a cada dia mais, um despertar aos delitos que ocorrem com as crianças e
adolescentes, e assim, uma maior dureza nas penas e criação de mecanismos para enfrentar à violência
doméstica contra os menores.
Vamos citar alguns tipos penais importantes para o conhecimento do cuidador infantil:
1) Artigo 230: Privar a Criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem
estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária
competente:Pena: detenção de seis meses a dois anos. Parágrafo único: Incide na mesma pena
aquele que procede à apreensão sem observância das formalidades legais.
2) Artigo 232: Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame
ou a constrangimento: Pena - detenção de seis meses a dois anos.
3) Art. 236: Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar
ou representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei: Pena - detenção
de seis meses a dois anos.
4) Art. 237: Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude
de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto: Pena - reclusão de dois a seis
anos, e multa.
5) Art. 238: Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou
recompensa: Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa.
6) Art. 239: Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente
para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro: Pena -
reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: Pena - reclusão, de 6 (seis)
a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.
7) Art. 243: Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer
forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos
componentes possam causar dependência física ou psíquica.
8) Art. 244: Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou
adolescente fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial,
sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida: Pena - detenção
de seis meses a dois anos, e multa.
OBSERVAÇÃO: INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de
ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que
tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou
adolescente:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
É aquele que, pela ordem normativa, está obrigado a evitar um resultado danoso. A
figura do garantidor surge de acordo com o Código Penal Pátrio no crime omissivo impróprio (também
chamado de comissivo por omissão), consiste na omissão ou não execução de uma atividade
predeterminada e juridicamente exigida do agente.
Em outras palavras, o garantidor legal é aquele que, tem por DEVER, agir para que algo
ruim não ocorra com o garantido, no caso do presente estudo, a criança ou adolescente.
No direito brasileiro, o dever de agir é incumbido a quem (artigo 13 do CP, § 2º)
A. Tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: encontram-se aqui as relações
familiares.
C. Com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado: responsabilidade pela
fonte geradora do perigo.
Conforme verificado então, o cuidador infantil possui esse dever legal imposto pelo nosso
- artigo 13 do CP, § 2º, inciso II.
O crime é classificado como omissivo impróprio, pois o dever de agir é para evitar um
resultado concreto, diferente do omissivo próprio, o qual a simples omissão já é considerado crime.
Significa dizer que, só será considerado crime, caso a atitude que o cuidador infantil
deixou de ter, resulte em danos para a criança ou adolescente.
Tipos de omissão:
Importante frisar que, é preciso que o cuidador infantil tenha a capacidade de ação para
evitar o resultado, ou seja, se num assalto, por exemplo, o cuidador infantil é surpreendido, agredido e
amarrado, e a criança acaba sendo sequestrada, o profissional não havia como evitar o sequestro.
Contudo, se na mesma hipótese, o cuidador infantil, esquece a casa aberta, ele promoveu
por negligência/omissão, para que isso ocorresse.
Esse tema é de suma importância, pois o agente garantidor, no caso em questão, o
cuidador infantil, incorre no crime pelo resultado da sua omissão. Por exemplo: se o cuidador infantil,
deixar de alimentar a criança, e essa morre por inanição (estado de debilidade extrema provocado por
falta de alimentação, que leva o corpo a consumir os seus próprios tecidos para obter as calorias
necessárias para se manter vivo, degradando órgãos, músculos e gordura corporal).
No aludido caso, o cuidador infantil responderá pelo resultado gerado, qual seja,
homicídio culposo (sem a intenção) – artigo 121, § 3º - Pena – detenção, de um a três anos. Aumento
de pena § 4º: a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra
técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não
procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante.
1) Os irmãos João, 12 anos, Jair, 14 anos, e José, 16 anos, chegam do interior com os pais, em busca de
melhores condições de vida para a família. Os três estão matriculados regularmente em
estabelecimento de ensino e gostariam de trabalhar para ajudar na renda da casa.
Sobre as condições em que os três irmãos conseguirão trabalhar formalmente, considerando os
Direitos da Criança e do Adolescente, assinale a afirmativa correta.
Alternativas:
A. João: não; Jair: contrato de aprendizagem; José: contrato de trabalho especial, salvo atividades
noturnas, perigosas ou insalubres.
B. João: contrato de aprendizagem; Jair: contrato de trabalho especial, salvo atividades noturnas,
perigosas ou insalubres; José: contrato de trabalho.
C. João: não; Jair e José: contrato especial de trabalho, salvo atividades noturnas, perigosas ou
insalubres
D. João: contrato de aprendizagem; Jair: contrato de aprendizagem; José: contrato de aprendizagem.
Gabarito: A
Comentário da questão 1:
2) Perpétua e Joaquim resolveram mover ação de indenização por danos morais contra um jornal de
grande circulação. Eles argumentam que o jornal, ao noticiar que o filho dos autores da ação fora morto
em confronto com policiais militares, em 21/01/2015, publicou o nome completo do menor e sua foto
sem a tarja preta nos olhos, o que caracteriza afronta aos artigos 17, 18, 143 e 247 do Estatuto da Criança
e do Adolescente. Esses artigos do ECA proíbem a divulgação da imagem e da identidade de menor
envolvido em ato infracional.
Diante dos fatos narrados, assinale a afirmativa correta.
A. O jornal agiu com abuso no direito de informar e deve indenizar pelos danos causados.
B. O jornal não incorreu em ilícito, pois pode divulgar a imagem de pessoa suspeita da prática de crime.
C. Restou caracterizado o ilícito, mas, tratando-se de estado de emergência, não há indenização de
danos.
D. Não houve abuso do direito ante a absoluta liberdade de expressão do jornal noticiante.
Resposta: Letra A
Comentário da questão 2:
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da
criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos
valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
3) Maria, aluna do 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola que não adota a obrigatoriedade do
uso de uniforme, frequenta regularmente culto religioso afro-brasileiro com seus pais.
Após retornar das férias escolares, a aluna passou a ir às aulas com um lenço branco enrolado na cabeça,
afirmando que necessitava permanecer coberta por 30 dias. As alunas Fernanda e Patrícia, incomodadas
com a situação, procuraram a direção da escola para reclamar da vestimenta da aluna. O diretor da
escola entrou em contato com o advogado do estabelecimento de ensino, a fim de obter subsídios para
a sua decisão.
A partir do caso narrado, assinale a opção que apresenta a orientação que você, como advogado da
escola, daria ao diretor.
Alternativas
Resposta: Letra C
Comentário da questão 3:
Art. 5º CF/88
VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei;
4) João, criança de 07 anos de idade, perambulava pela rua sozinho, sujo e com fome, quando, por volta
das 23 horas, foi encontrado por um guarda municipal, que resolve encaminhá- lo diretamente para
uma entidade de acolhimento institucional, que fica a 100 metros do local onde ele foi achado. João é
imediatamente acolhido pela entidade em questão. Sobre o procedimento adotado pela entidade de
acolhimento institucional, de acordo com o que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale
a afirmativa correta.
Alternativas
Resposta: D
Comentário da questão 4:
Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhimento institucional poderão, em caráter
excepcional e de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da autoridade
competente, fazendo comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e da
Juventude, sob pena de responsabilidade.
5) Um conselheiro tutelar, ao passar por um parquinho, observa Ana corrigindo o filho, João, por ele não
permitir que os amigos brinquem com o seu patinete. Para tanto, a genitora grita, puxa o cabelo e dá
beliscões no infante, na presença das outras crianças e mães, que assistem a tudo assustadas.
Assinale a opção que indica o procedimento correto do Conselheiro Tutelar.
A. Requisitar a Polícia Militar para conduzir Ana à Delegacia de Polícia e, após a atuação policial, dar o
caso por encerrado.
B. Não intervir, já que Ana está exercendo o seu poder de correção, decorrência do atributo do poder
familiar.
C. Intervir imediatamente, orientando Ana para que não corrija o filho dessa forma, e analisar se não
seria recomendável a aplicação de uma das medidas previstas no ECA.
D. Apenas colher elementos para ingressar em Juízo com uma representação administrativa por
descumprimento dos deveres inerentes ao poder familiar.
Resposta: letra C
Comentário da questão 5:
O procedimento correto do Conselheiro Tutelar seria intervir imediatamente, orientando Ana para
que não corrigisse o filho daquela forma, e analisar se não seria recomendável a aplicação de uma das
medidas previstas no artigo 129 do ECA (vide art. 136, do ECA).
1) Raquel, é uma estudante de 13 anos, muito dedicada aos estudos. A jovem nutre o sonho de um dia
ser uma grande engenheira. Desta forma, visando arrecadar dinheiro para um dia poder cursar a sua
faculdade, ela deseja trabalhar como cuidadora infantil. Com essa idade, ela pode exercer essa função?
Resposta: Não.
O curso de cuidador infantil é destinado a pessoas com idade mínima de 18 anos, com Ensino
Fundamental II completo.
Inobstante essa situação, há proibição do trabalho infantil para crianças e adolescentes de até 13 anos
de idade.
Atualmente, o texto constitucional permite trabalho formal de jovens apenas a partir dos 16 anos.
Entre 14 e 16 anos, pelas regras atuais, o jovem só pode atuar na condição de aprendiz, podendo
trabalhar até 6 horas por dia nesta condição.
2) Marcelina, foi contratada para trabalhar como cuidadora infantil. Durante o período em que está
desempenhando o seu trabalho, ela não apenas cuida da criança, como também lava as louças da
criança e ainda passa as suas roupinhas. Neste caso, as atividades de lavar e passar as roupinhas da
Não. O cuidador infantil é o profissional responsável por todo processo de desenvolvimento da criança
Sendo assim, o cuidador também tem a responsabilidade de ensinar sobre a higiene e o saneamento,
ao lavar as mãos da criança, bem como na utilização do vaso sanitário, preparo e armazenamento da
alimentação, escovação dos dentes e também lavando a louça dos pequeninos e cuidando de suas
roupinhas.
3) Mirela, não trabalha como cuidadora infantil em nenhuma residência familiar. Por ela ser uma moça
muito confiável e responsável, muitos pais deixam os seus filhos na casa dela e com todo carinho Mirela
cuida destas crianças. É válido ressaltar que este serviço prestado pela moça é muito bem remunerado
Resposta: Não. O exercício da atividade de cuidador infantil na própria casa do cuidador, é informal
BRASIL. Secretaria Nacional de Renda de Cidadania. Secretaria Nacional de Assistência Social. Instruções
Operacional Conjunta nº 2. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome,
BRASIL. Presidência da República. Lei nº 8069 de 13 de julho de 1990.
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VADE MECUM TEMÁTICO. Penal - 7ª Edição 2022. Rio de Janeiro. Editora Saraiva.