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Escola

DA PELVE

CICLO
BÁSICO

O QUE É A
FISIOTERAPIA
PÉLVICA?
INTRODUÇÃO
Compreender como surgiu a Fisioterapia Pélvica é
fundamental para você entender como nós
fisioterapeutas atuamos nessa área e como nós podemos
informar a sociedade sobre o que é a Fisioterapia
Pélvica.

Nós podemos receber o nosso paciente, em primeira


mão, ele não precisa vir apenas com um
encaminhamento médico, contudo para que isso
aconteça o nosso paciente precisa obter esse
conhecimento e também é nosso papel difundir essa
informação!

Portanto, para que você consiga difundir essa


informação de maneira eficaz você também precisa
aprender de fato o que é a Fisioterapia Pélvica.

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UMA VIAGEM PELA HISTÓRIA
- COMO SURGIRAM OS
EXERCÍCIOS DE KEGEL?
O ginecologista estadunidense Arnold Henry Kegel, na década de 40, criou uma forma de
avaliar o assoalho pélvico feminino, através da periômetria, e desenvolveu os exercícios
de resistência progressiva na restauração da função dos músculos perineais, para
mulheres com queixa de incontinência urinária de esforço e distopias pélvicas.

Kegel observou por meio do método de avaliação que ele criou, que existia uma
associação entre as avaliações com qualidade muscular negativa, era comum que essas
mulheres apresentassem alguns sintomas urinários ou sintomas de prolapsos dos órgãos
pélvicos e foi a partir daí que Kegel começou a desenvolver o que hoje nós atuamos com
a fisioterapia.

DÉCADA DE 40 ÓTICA MÉDICA NEM TODO TRATAMENTO


É UMA REABILITAÇÃO
Arnold Kegel cria os É importante lembrar Não possui a
exercícios de resistência que esse exercício foi perspectiva da
progressiva na formulado a partir de construção de uma
restauração da função uma ótica médica. reabilitação.
dos músculos perineais.

Arnold Henry Kegel foi um


ginecologista americano que
inventou o perineômetro de
Kegel e os exercícios de Kegel

Créditos da Imagem: Corbis via Getty Images/University of Souther

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TRATAMENTO
Ofertar exercícios de Kegel pode ser um tratamento, mas não significa que
você esteja reabilitando o assoalho pélvico. Para reabilitar o assoalho
pélvico, nós temos formas de identificar a qualidade e o déficit que pode
apresentar essa musculatura do assoalho pélvico.

Pontos importantes que Kegel não considerou e nós precisamos considerar:


o tônus dessa musculatura, a atividade e a qualidade da musculatura.

Kegel quando fez essa avaliação apenas quantificou que havia "falta de
força muscular" ou de resistência e automaticamente a população de
mulheres que tinham essa falta de resistência e força, apresentavam um
quadro de incontinência associado.

O que nós na fisioterapia fizemos foi: qualificar esses achados no assoalho


pélvico e não nos limitamos a apenas entender se o assoalho pélvico está
forte ou fraco.

Com a construção do nosso


trabalho em reabilitação, nós
descobrimos que o assoalho
pélvico não tem que ser forte e
sim coordenado.

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POR QUE COORDENAR O
ASSOALHO PÉLVICO?
Precisamos coordenar o assoalho pélvico porque nós temos mecanismos
fisiológicos de controle da continência. Quando temos um mecanismo que não
está regular é preciso fazer uma regulagem nesse mecanismo fisiológico de
continência.

E, para isso, um dos mecanismos possíveis é o uso da reabilitação através do


assoalho pélvico.

Nós temos uma resposta corporal fisiológica, onde toda vez que eu faço o
aumento da minha pressão intra-abdominal seja tossindo, espirrando ou fazendo
qualquer esforço, eu tenho como resposta uma contração do meu assoalho
pélvico.

Quando o assoalho pélvico contrai, nesse momento, a bexiga não deve contrair,
existe uma comunicação reflexa entre o assoalho pélvico e a bexiga.

Comunicação
Aumento da pressão Resposta - reflexa do assoalho
intra-abdominal por contração do pélvico com a
esforço assoalho pélvico bexiga para que ela
não contraia.

Nesse exemplo, se existe a contração do assoalho pélvico por esforço e a


inativação da bexiga nós temos um processo instaurado de coordenação do
assoalho pélvico e continência, caso contrário teremos uma incontinência
urinária. Portanto, não adianta apenas trabalharmos uma questão pontual
como a trazida por Kegel.

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A DIFERENÇA ENTRE OS EXERCÍCIOS DE KEGEL E A
CINÉSIOTERAPIA DO ASSOALHO PÉLVICO.

A CINÉSIOTERAPIA DO ASSOALHO PÉLVICO


é o exercício terapêutico do assoalho pélvico e isso é uma ferramenta
exclusiva de atuação fisioterapêutica. É muito comum e popular
encontrarmos a terminologia: treinamento dos músculos do assoalho
pélvico. Contudo, o treinamento em si, se ele não tiver o recurso
terapêutico associado, ele pode não ter um viés de reabilitação e
pode ser na verdade apenas um trabalho para ganho de força e
desempenho, assim como acontece em uma academia, por exemplo.

Os exercícios de Kegel não devem ser utilizados no nosso trabalho na


fisioterapia porque o nosso trabalho é o que nós elaboramos a partir dos
exercícios de Kegel. Nós traçamos uma conduta terapêutica a partir de uma
avaliação prévia.

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O QUE VIMOS ATÉ AQUI?
Nós vimos que o nosso surgimento na Fisioterapia Pélvica veio a partir dos
exercícios de Kegel, portanto não está errado reconhecermos essa
existência do nosso trabalho a partir do que foi descoberto por Kegel na
década de 40. Porém, a partir daí houve um desenvolvimento, ou seja, a
fisioterapia entendeu que pegar um músculo e trabalhar esse músculo é um
recurso próprio da fisioterapia e a partir daí começou a ser criada a
Fisioterapia em Uroginecologia.

A Fisioterapia em Uroginecologia está associada ainda à Fisioterapia na


Saúde da Mulher, que é uma especialidade dada pelo o nosso Conselho
Federal de Fisioterapia. Portanto, dentro da saúde da mulher, uma das
esferas de atuação que existe é a Fisioterapia em Uroginecologia.

A Fisioterapia Pélvica ainda não é reconhecida pelo Conselho Federal,


como sendo uma especialidade da fisioterapia, mas isso não quer dizer que
não podemos atuar a partir disso, muito pelo contrário há muitos
fisioterapeutas desenvolvendo um trabalho na pélvica, sem
necessariamente atuar na integralidade com a Saúde da Mulher.

Exercícios
de
Kegel

Fisioterapia
Uroginecológica

Fisioterapia
Pélvica
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A UROGINECOLOGIA NÃO É A ÚNICA FORMA
DE ATUAR NO ASSOALHO PÉLVICO

Sistema geniturinário
é comum aos homens, mulheres e crianças.

A partir daí começou a se pensar em outras possibilidades de intervenção, como por exemplo a
intervenção na saúde do sistema geniturinário do homem e da criança. Mas, quando falamos
em pélvica não temos apenas o sistema geniturinário.

Quando falamos em pélvica: estamos falando sobre todos os órgãos e sistemas que estão
inseridos nessa pelve: sistema urológico, ginecológico, coloproctológico e reprodutivo.

Você pode atribuir-se atuando em


Fisioterapia Uroginecológica
e não atuar na abrangência da pélvica como um todo, ou seja, não atuar
com coloproctologia, não atuar com crianças, não atuar com obstetrícia ,
mas atuar nos distúrbios do trato urinário inferior feminino e isso já é um fator
que te coloca direcionada.

Esse é sem dúvidas, um grande público de tratamento, talvez o nosso maior público. Pois, é o
mais popular, mais conhecido e o mais fácil de ser diagnosticado e identificado pelas próprias
mulheres que sofrem de incontinência urinária.

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PELVIPERINEOLOGIA
A perineologia é um termo que tem sido trazido com muita frequência e
possivelmente, apesar de ser um termo de difícil pronuncia, irá substituir o
nome Fisioterapia Pélvica.

Em países como a Itália, França, Espanha, Portugal e os nossos países


vizinhos na América Latina utilizam com muita frequência o termo:
pelviperineologia.

E de fato este termo traduz um estudo, um conhecimento dessa área, assim


como quando falamos em ginecologia, por exemplo.

Por que estamos falando sobre isso?

Porque quando falamos sobre estudos, essa é uma nomenclatura que está
chegando e poderemos começar a ouvir com mais frequência esse termo e
isso precisa ser algo do seu conhecimento.

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A FISIOTERAPIA PÉLVICA Escola
DA PELVE

A Fisioterapia Pélvica atua na prevenção e tratamento dos distúrbios


cinético-funcionais intercorrentes da pelve humana. Com destaque para as
disfunções pélvicas, anorretais, urinárias e sexuais, na mulher, homem e
criança.
(Associação Brasileira de Fisioterapia Pélvica)

Quando falamos em cinético funcional estamos falando de movimento e de


função: qual é o movimento e qual é a função do assoalho pélvico? Existe
uma correlação entre esses dois pontos: o quanto existe de movimento e o
quanto existe de função e qual é a qualidade destes.

Quando fazemos uma avaliação a própria nomenclatura de distúrbio


cinético funcional já nos diz aquilo que precisamos entender:

PRECISAMOS ENTENDER QUAL É O MOVIMENTO


PRESENTE DESSE MÚSCULO, QUANTITATIVAMENTE E
QUALITATIVAMENTE FALANDO E PRECISAMOS
ENTENDER O QUANTO ESSES MOVIMENTOS ESTÃO
APLICÁVEIS À FUNÇÃO, A PARTIR DAÍ QUE VAMOS
GERAR O DIAGNÓSTICO CINÉTICO FUNCIONAL!

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