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Universidade Save – Extensão da Maxixe

Discente: Nassir Jeremias

Cadeira: Direito Agrário

Análise Reflexiva Sobre a Política Nacional de Terras

A título introdutório, é importante referir que a política nacional de terra foi aprovada
pela resolução nº 10/95 de 17 de Outubro no contexto do desenvolvimento económico e
social que o país atravessa, caracterizado pela economia do mercado em virtude do
sistema capitalista implementado pela constituição de 1990. Esta política tem vários
objectivos, dos quais destacam-se nomeadamente: eliminar a pobreza e promover o
desenvolvimento económico e humano autossustentado. Ademais, um dos princípios
que norteia a polícia é a garantia do acesso ao uso da terra a população bem como aos
investidores. Neste sentido, o uso agrário da terra, uso para construção e urbanismo,
turismo, exploração dos recursos minerais, construção de infraestruturas e obras
públicas e outros usos são os aspectos que a Política Nacional de Terras traz para
questões do aproveitamento da terra em termos da sua utilização. Destarte, este trabalho
analisa de forma minuciosa o uso da terra para habitação e o uso para a exploração dos
recursos minerais, mas olhando para as prioridades da política nacional de terras,
nomeadamente: eliminar a pobreza e promover desenvolvimento económico e social
autossustentado.

 Uso para exploração dos recursos minerais - a política de terras é clara ao referir
que os recursos mineiras são propriedade do Estado, ademais o artigo 98 da
Constituição da República de Moçambique estabelece que os recursos situados
no solo e subsolo são propriedade do Estado. Assim, o Estado é que determina
as condições para a exploração dos recursos minerais. Em volta disto, a
determinação das condições para a exploração dos recursos minerais, se formos
a observar, e, consequência desta política, nos termos do número 2 do artigo 12
da Lei 20/2014 de 18 de Agosto que aprova a lei de minas, os direitos pré-
existentes do uso e aproveitamento da terra, consideram-se extintos após a o
pagamento de uma justa indemnização Assim, nesta disposição legal, as
comunidades locais, apenas são indemnizadas e dados o direito de preferência na
contratação de mão –de-obra, mas isso não se verifica na práticas, por outro lado
os lucros que advém da exploração dos recursos minerais não são repartidos com
estas comunidades, deste modo, há aqui, uma grade necessidade de se revisar a
política de terras no sentido de abrir espaço para que as comunidades locais
possam se beneficiar dos lucros gerados na exploração mineira, aliás, que as
comunidades locais, possam comparticipar nas mineradoras como direito de uso
e aproveitamento da terra, e investidor mineiro possa apenas entrar com
máquinas e recursos financeiros porque um dos objectivos desta política é
eliminar a pobreza, desta feita, esta medida pode de alguma forma, mitigar a
pobreza.
 Uso para a construção e urbanismo - a Política Nacional de Terras estabelece
que a terra para a habitação é garantida pelo Estado, neste sentido, verifica-se no
país, um problema sério no tocante a habitação, pois, para a legalização do
direito do uso e aproveitamento de terras incorreram custos, não só, o titular do
direito de uso e aproveitamento de terra paga uma taxa anual, assim, os cidadãos
sem poderio económico enfrentam problemas de habitação por fata do direito
do uso e aproveitamento da para habitação em razão das taxas que devem ser
pagas para a legalização. Neste sentido, a Política Nacional de terras bem como
os instrumentos jurídicos que nasceram em virtude dessa política deviam ser
revistos no sentido de isentar aos taxas a favor dos cidadãos moçambicanos de
nacionalidade originária que não condições financeiras sólidas para obter o
direito do uso e aproveitamento da terra para efeitos habitacionais.

Por ultimo, a política de terras vem reconhecer o direito do uso e aproveitamento da


terra por ocupação ou usos consuetudinários, e em virtude disso a Lei de Terras vem
reforçar este aspecto, mas na prática, este esse reconhecimento não é eficaz, na medida
em que na prática o Estado Moçambicano valoriza mais os títulos do uso e
aproveitamento de terra devidamente registados em entidades competentes. Assim, em
volta disto há uma necessidade de rever a nova política de terras no sendo de respeitar
mais a aquisição por ocupação, pois nas zonas rurais, não existe esta cultura de registar
o direito do uso e aproveitamento de terra.

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