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Relatório de MIC
Universidade Pedagógica-Maxixe
Universidade de Lisboa
Maxixe
Abril de 2020
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Orientadores: Professores:
Universidade Pedagógica-Maxixe
Universidade de Lisboa
Maxixe
Abril de 2020
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Introdução
A pesquisa que nos propusemos a estudar subordina-se ao tema " O uso das
normas e práticas costumeiras como princípio de aquisição do DUAT pelas
comunidades locais". Com este estudo pretende-se suscitar debates sobre a forma pela
qual as comunidades locais e as pessoas singulares adquirem o DUAT e participam na
gestão de terras, pretende-se ainda explicar o conteúdo da Lei de terras e o seu
regulamento.
Objectivos:
Objectivo Geral
Analisar a situação actual de ocupação de terras pelas comunidades locais através
do uso das normas e práticas costumeiras.
Objectivos específicos
• Explicar o conteúdo do Direito de Uso e Aproveitamento da Terra;
• Avaliar o regime jurídico da posse da terra através do uso das normas e práticas
costumeiras;
• Demonstrar a aplicação da lei de terras e seu regulamento na que tange as
normas e práticas costumeiras;
• Dimensionar qualitativamente e quantitativamente o surgimento dos actuais
conflitos de terras com predominância do uso das normas e praticas costumeiras;
• Justificar a razão do nosso estudo e as conclusões tomadas.
Justificativa
Para analisar este tema partimos do princípio fundamental consagrado no artigo 4
CRM pluralismo jurídico, o nº.3 do artigo 109 da Constituição da Republica de
Moçambique que estabelece que a terra serve como meio universal de criação da
riqueza e do bem-estar social, o uso e aproveitamento da terra é direito de todo povo
moçambicano, conjugado com o artigo 111 do mesmo dispositivo legal, que realça o
uso das normas e práticas costumeiras como meio de aquisição do direito de uso e
aproveitamento da terra.
Note-se que apesar dessa consagração constitucional e normativa que visa dar as
mesmas oportunidades a todos cidadãos inclusive as comunidades locais no acesso a
terra através das normas e práticas costumeiras, a pratica e relativamente a aquisição do
DUAT pelas comunidades locais mostra-se ser ainda ser um sonho visto que a
protecção do DUAT por essa via está cada vez mais enfraquecida em virtude da
autorização do Estado (título).
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Justifica ainda a escolha deste tema a falta de estruturas locais competentes para
lidar com as questões fundiárias o que propicia maiores índices de violação de direito de
uso e aproveitamento de terra que as comunidades locais possuem daí que
constantemente verificavam-se actos de apropriação de terra por pessoas singulares
diante uma inacção dos Serviços Provinciais de Geografia e Cadastro, órgão
responsável pela gestão de terra.
Problema e problemática
O tema que se propõe estudar mostra-se relevante na actual conjuntura nacional,
na qual se assiste o crescimento acelerado da população moçambicana o que aumenta a
demanda da terra para habitação ou para investimento. De tal modo que nas zonas rurais
e urbanas a procura de terrenos em zonas preferenciais causa desconforto para as
comunidades locais (famílias), que na sua maioria são alvos do apossamento de terra
pois, esta preferência dos cidadãos ignora muitas vezes os direitos preexistentes destas
famílias que já vem usando a terra.
Sabe-se que a terra é propriedade exclusiva do Estado1 e que coube a este
determinar as condições de seu uso, acesso e aproveitamento para garantir que não haja
falta de terra para prática da agricultura como meio de desenvolvimento das
comunidades mas, a preferência de que nos referimos anteriormente e o
desconhecimento dos direitos nela existentes tem originados novos conflitos de terra
que têm deixado as comunidades locais à sorte.
Hipóteses
H1- As normas e práticas costumeiras garantem a protecção do direito mas a sua
aplicação é ainda defeituosa.
1
Vide o nº 1 do art. 109 CRM
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Metodologia
A materialização deste projecto para a dissertação basear-se-á na leitura, análise e
interpretação dos dispositivos legais, bibliografia, revistas e jornais. Esta pesquisa será
realizada através de entrevistas que pressupõe o contacto directo ou seja o diálogo com
o grupo alvo da nossa investigação (homens e mulheres), também vai-se trabalhar com
juristas e advogados que lidam com os conflitos de terra no que concerne ao uso de
normas e práticas costumeiras como princípio de aquisição do direito de uso e
aproveitamento de terra com vista a produzir um conhecimento actual.
De referir que nesta etapa da metodologia da pesquisa, seguimos os ditames
aplicados aos estudos em ciências sociais segundo o rigor metodológico aplicado no
ensino superior com base no cronograma e partindo desde a identificação da questão
problemática até as conclusões a alcançar neste estudo.
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Revisão da Literatura
Definição de conceitos
Assim, o período anterior a colonização era possível encontrar terras sob o regime
de propriedade particular, terras sob o regime publico, e ainda terras sob o regime de
diversas normas e práticas costumeiras. Nesse período o direito a terra era regulado pelo
direito costumeiro e com o passar do tempo, durante a colonização o direito a terra
passou a ser regulado pelo Regulamento de Concessão e Ocupação de Terrenos nas
Províncias Ultramarinas4. Este Regulamento regulava duas situações de terrenos: Zonas
Rurais (comunidade, indivíduos ou particulares). Nessa altura a ocupação de terrenos
pelas comunidades era regido pelo direito costumeiro, bem como para os particulares
mas para estes últimos com uma outra alternativa que é a via oficial através do
Regulamento de Ocupação e Concessão de Terrenos nas Províncias Ultramarinas. Para
as pessoas colectivas era mais viável a aquisição do direito da terra pela via oficial
devido ao seu tratamento. Nas Zona Urbanas, aqui adquiria-se o direito a terra por três
vias: aforamento; arrendamento e por compra e venda. Portanto, neste último as pessoas
podiam comprar ou vender a terra como um negócio jurídico qualquer.
2
Redacção dada pelo artigo 1 da Lei n.º 19/97, de 1 de Outubro -Lei de Terras.
3
Hugo Elias Gomes, o conteúdo de Duat, p.85
4
Aprovado pelo Decreto n.º 43894, de 6 de Setembro de 1961.
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"A prática reiterada dos mesmos actos por parte de um grupo de indivíduos desde que
não seja contrário aos princípios de boa fé. Ainda, acrescenta que, no caso da
ocupação de terras através de normas e práticas costumeiras é realizado através
de sistemas comunitários locais5".
" Conferem um direito definitivo sobre a terra porventura mais forte que o
adquirido por outras formas porque este não esta sujeito a prazos e nunca fica
prejudicado por falta de titulo, e em caso de litigio, a falta de prova documental
não lhe retira nenhuma garantia de defesa perante a autoridade, seja judicial ou
administrativa6".
5
Maria da Conceição, Manual de Direito da Terra, Centro de Formação Jurídica e Judiciaria, Maputo,
2004, p.48.
6
André Calengo et all, Direito da Terra e Questões Agrárias, Escolar Editora, Maputo, 2014
7
ACIS, O Quadro Legal Para o Reconhecimento e Obtenção de Direitos de Terra em Áreas Rurais em
Moçambique, Guia Para a Legalização da Ocupação, 1ª Edição, Centro de Formação Jurídica e
Judiciaria, Maputo, 2007, p.52.
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8
André Calengo et all, Direito da Terra e Questões Agrárias, Escolar Editora, Maputo, 2014, p.117.
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Cronograma de Actividades
N◦ Actividade Período
Set. e Out, Janeir, Abril, Junho
Agos Out Nov, Fever e 2021 de 2021
Dez Març
I Pesquisa Bibliográfica X
II Recolha de dados X
III Processamento da informação X X
IV Redacção da Dissertação X X X
V Encontro com Orientador X X
VI Correcções da Dissertação X
VII Entrega da Dissertação X
VIII Apresentação Pública X
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Estrutura Provisória
Índice
Introdução
CAPITULO I
CAPITULO II
2. 1 POSSE
2.1.1 Noção e Natureza da posse
2.1.2 Constituição e transmissão da posse
2.1.3 Sucessao na posse da terra pelas comunidades locais
2.2 Extinção da posse
2.3 Efeitos jurídicos da posse
2.4 Presunção de titularidade do DUAT
2.5 A posse da terra e as benfeitorias
2.6 A posse e a usucapião
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Bibliografia
Obras Primárias:
Legislação
Índice
Introdução ......................................................................................................................... 3
Objectivos: ........................................................................................................................ 4
Objectivo Geral................................................................................................................. 4
Justificativa ....................................................................................................................... 4
Hipóteses .......................................................................................................................... 5
Metodologia ...................................................................................................................... 6
Bibliografia ..................................................................................................................... 12