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APELAÇÃO CÍVEL Nº 2003.71.00.014632-2/RS Publicado


no D.J.U. de
RELATOR : Des. Federal NYLSON PAIM DE ABREU 16/03/2005

APELANTE : RENE HANQUET


ADVOGADO : Guilherme Pfeifer Portanova e outros
APELADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
ADVOGADO : Mauro Luciano Hauschild

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO. ATUALIZAÇÃO DO MENOR VALOR-


TETO DO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO. INPC. CONSECTÁRIOS
LEGAIS.
1. A partir da edição da Lei 6.708/79, a atualização do menor e maior valor-teto
dos salários de contribuição passou a utilizar a variação do INPC.
2. Atualização monetária das parcelas vencidas acordo com os critérios
estabelecidos na Medida Provisória nº 1.415/96 e na Lei nº 9.711/98 (IGP-DI), desde a data
dos vencimentos de cada uma, inclusive daquelas anteriores ao ajuizamento da ação, em
consonância com os enunciados nº 43 e 148 da Súmula do STJ.
3. Juros de mora fixados em 1% ao mês, a contar da citação (ERESP
207992/CE, STJ, Terceira Seção, Relator Min. Jorge Scartezzini, DJU, ed. 04-02-2002,
p.287).
4. Honorários advocatícios devidos pelo INSS, à razão de 10% sobre o valor da
condenação, nela compreendidas as parcelas vencidas até a data do acórdão (EREsp nº
202291/SP, STJ, 3ª Seção, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJU, seção I, de 11-09-2000, p.
220).
5. Apelação provida.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a
Colenda 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, dar
provimento à apelação, nos termos do relatório, voto e notas taquigráficas que ficam fazendo
parte integrante do presente julgado.
Porto Alegre, 02 de março de 2005.

Des. Federal Nylson Paim de Abreu


Relator

APELAÇÃO CÍVEL Nº 2003.71.00.014632-2/RS


RELATOR : Des. Federal NYLSON PAIM DE ABREU
APELANTE : RENE HANQUET
ADVOGADO : Guilherme Pfeifer Portanova e outros
APELADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
ADVOGADO : Mauro Luciano Hauschild
RELATÓRIO

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O Exmo. Sr. Des. Federal Nylson Paim de Abreu (Relator):

RENE HANQUET (NB 076002396-4, DIB 01-02-1983), ajuizou ação contra o


INSS, em 24-03-2003, postulando a correção monetária do menor valor-teto pelos índices do
INPC, apurando, dessa forma, a nova RMI do seu benefício de aposentadoria por tempo de
serviço.

Sentenciando, o MM. Juízo a quo reconheceu a prescrição qüinqüenal e julgou


improcedente o pedido, condenando a parte autora ao pagamento das custas processuais e dos
honorários advocatícios, estes fixados em R$ 400,00, cuja execução resta suspensa em virtude
do benefício da Assistência Judiciária Gratuita (fls. 75-81).

Irresignada, a parte autora interpôs o presente recurso de apelação, propugnando


pela reforma da decisão, asseverando que o art. 14 da Lei n.º 6.708/79, impõe a correção
monetária do menor valor teto pelo INPC, a contar de novembro de 1979, tomando-se como
base o último valor de maio de 1979, até a sua extinção, em 05 de outubro de 1988 (fls. 85-
98).

Sem contra-razões, vieram os autos a esta Corte.

É o relatório.

Des. Federal Nylson Paim de Abreu


Relator

APELAÇÃO CÍVEL Nº 2003.71.00.014632-2/RS


RELATOR : Des. Federal NYLSON PAIM DE ABREU
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ADVOGADO : Guilherme Pfeifer Portanova e outros
APELADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
ADVOGADO : Mauro Luciano Hauschild
VOTO

O Exmo. Sr. Des. Federal Nylson Paim de Abreu (Relator):

No tocante a revisão do menor valor-teto do salário-de-benefício, utilizando o


INPC como indexador, a matéria não merece maiores digressões.

A partir da entrada em vigor da Lei 6.205/75 foi extinto o critério de


reajustamento dos valores-limites dos salários-de-benefício pela vinculação ao salário-
mínimo e, com a Lei 6.708/79, a atualização passou a ser fixada com base na variação do
INPC, devendo ser esse o índice aplicado pela Autarquia.

Neste sentido vem decidindo esta Egrégia Corte, consoante se depreende da


leitura dos seguintes julgados:
"PREVIDENCIÁRIO. ATUALIZAÇÃO DO MENOR VALOR TETO DO SALÁRIO-DE-
CONTRIBUIÇÃO. LEI Nº 6.708/79.
A partir da edição da Lei nº 6.708/79 a atualização do menor e maior valor teto do salário-de-
benefício passou a obedecer a variação do INPC." (AC 2001.04.01.007529-3, 6ª Turma, Rel.

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Juiz Federal Álvaro Eduardo Junqueira, DJU 12-11-2003)


"PREVIDENCIÁRIO. SUM.02/TRF-4ªR.. REAJUSTE DO MENOR TETO PELO INPC.
EQUIVALÊNCIA SALARIAL DO ART. 58/ADCT PELO SMR. CORREÇÃO MONETÁRIA.
HONORÁRIOS.
1. Para o cálculo de aposentadorias por tempo de serviço e por idade concedidas entre a
publicação da Lei nº 6.423/77 e a CF/88, é devida a correção das 24 primeiras das 36
contribuições integrantes do PBC pela variação nominal da ORTN/OTN, nos termos da
súmula 02 desta Corte.
2. O art. 14 da Lei 6.708/79 deu nova redação ao § 3º do art. 1º da Lei 6.205, de 29 de abril de
1975, determinando que os montantes correspondentes a 10 e 20 vezes o maior salário-mínimo
vigente seriam corrigidos pelo INPC. Isso significa que o menor e o maior valor-teto deveriam
incidir sobre dez salários mínimos vigentes na data da Lei nº 6.205/75, em maio de 1975,
sendo atualizados, até novembro/79, pelo fator de reajustamento salarial e, a partir de então,
por força do art. 14 da Lei nº 6.708/79, passariam a ser corrigidos pelo INPC, a partir de
novembro de 1979.
3. omissis
4. omissis
5. omissis." (AC 2001.71.08.003870-8, 5ª Turma, Rel. Des. Federal A. A. Ramos de Oliveira,
DJU 10-10-2002).

Destarte, merece prosperar a apelação

As parcelas vencidas, respeitada a prescrição qüinqüenal, serão atualizadas


monetariamente de acordo com os critérios estabelecidos na Medida Provisória nº 1.415/96 e
na Lei nº 9.711/98 (IGP-DI), desde a data dos vencimentos de cada uma, inclusive daquelas
anteriores ao ajuizamento da ação, em consonância com os enunciados nº 43 e 148 da Súmula
do STJ.

Os juros de mora devem ser fixados em 1% ao mês, a contar da citação, em


consonância com o entendimento da Colenda 3ª Seção do STJ, expresso nos seguintes
termos:
PREVIDENCIÁRIO - EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA - AÇÃO PREVIDENCIÁRIA - JUROS
DE MORA - APLICABILIDADE - PERCENTUAL DE 1% - BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO -
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 204/STJ - INOCORRÊNCIA DE DIVERGÊNCIA
JURISPRUDENCIAL
Conforme jurisprudência firmada nesta Corte, os juros de mora, nas ações previdenciárias
devem ser fixados à base de 1% (um por cento), ao mês, contados a partir da citação.
Incidência da Súmula 204/STJ.
Precedentes.
Embargos de divergência conhecidos, porém, rejeitados.
(ERESP 207992/CE, STJ, Terceira Seção, Relator Min. Jorge Scartezzini, DJU, ed. 04-02-
2002, p.287).
Invertida a sucumbência, honorários advocatícios serão pagos pelo INSS, à
razão de 10% sobre o valor da condenação, nela compreendidas as parcelas vencidas até a
data do acórdão (EREsp nº 202291/SP, STJ, 3ª Seção, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJU,
seção I, de 11-09-2000, p. 220).

Pelas razões expostas, voto no sentido de dar provimento à apelação, nos termos
da fundamentação retro.

Des. Federal Nylson Paim de Abreu


Relator

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